CONTRIBUIÇÕES DA NEUROEDUCAÇÃO E DA PSICOLOGIA CLÍNICA PARA A SUPERAÇÃO DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.12657614


André Brasil da Silva 1 
Caroline Sá de Morais Aquino 2
Francisca Dacy da Silva Carvalho 3
Isis Miridan Lopes de Sousa 4
Joane Almeida Rabelo 5
Jônatas Lopes da Silva 6
Luiz Carlos Rodrigues da Silva 7
Nelma Sousa de Araújo Rodrigues 8
Raimunda Salete Sá de Morais Aquino 9
Raimundo Silva dos Santos 10
Ribamar Viana de Aquino 11
Thayronne Rennon Lima Gomes 12


RESUMO

A Neuroeducação é uma Ciência que está sendo amplamente utilizada para a superação das dificuldades de aprendizagem, portanto, se torna indispensável ferramenta para a compreensão da funcionalidade da mente e do cérebro, contribuindo para o aprendizado e desenvolvimento cognitivo.  O escopo em relação à pesquisa em trilha é levar o paciente de neuroeducação a aprender sem maiores dificuldades e potencializar a forma de compreender os conteúdos transmitidos em sala de aula com foco de atenção ajustado e o pleno funcionamento das funções executivas de seu cérebro. A pesquisa se fundamentou nos estudos realizados no curso de pós-graduação em Especialização em Neuroeducação, no Google Acadêmico e levantamento bibliográfico sobre Neuroeducação e nas anotações da Prática Clínica Neuroeducadora, onde foi possível obter os resultados e os avanços do processo neuroeducador e suas contribuições para o aprendizado. Pode-se inferir que com o respectivo estudo que a Neuroeducação é um instrumento de fundamental importância para a atualidade, visto que tantas crianças são fadadas ao insucesso devido a não conseguirem avançar em relação às suas limitações.

PALAVRAS – CHAVE: Neuroeducação, Cérebro, mente, corpo físico, dificuldades de aprendizagem.

ABSTRACT

Neuroeducation is a Science that is being widely used to correct learning difficulties, therefore, it becomes an indispensable tool for understanding the functionality of the mind and brain, contributing to learning and development. The purpose in relation to the related research is to lead the neuroeducation patient to learn without major difficulties and to reach the genius potential of the being in order to understand all the contents transmitted in the classroom with an adjusted focus of attention and the full functioning of the executive functions of your brain. The research was based on studies carried out in the postgraduate course in Specialization in Neuroeducation, on Google Scholar and a bibliographical survey of the books used in the course in Neuroeducation and in the notes of the Neuroeducational Clinical Practice, where the results and advances of the process can be collected. neuroeducator and his contributions to learning. It can be concluded with the respective study that Neuroeducation is an instrument of fundamental importance for the present time, since so many children are doomed to failure due to not being able to advance in relation to their limitations.

KEYWORDS: Neuroeducation, Brain, mind, physical body, learning difficulties.

1 INTRODUÇÃO

Com as constantes transformações no que tange a aceleração das informações que chegam todos os dias através da mídia, a mente e o cérebro, nem sempre estão preparados para lidarem com tais modificações, e com isso surgem as diversas dificuldades atreladas a velocidade do processamento cognitivo e as complexidades, tanto as relacionadas à aprendizagem de algo novo, quanto das que já foram estabelecidas e que necessitam serem reformuladas através de novas vias neurais de informações. É mediante a este contexto que a Neuroeducação se torna um instrumento eficaz na correção das dificuldades de aprendizagem e da reestruturação mental e cerebral por intermédio de sua prática clínica e interventiva. Esta ciência interdisciplinar, relaciona a Psicologia, Neurociência e a Educação (Pedagogia), com vistas a desenvolver no ser humano todas as suas potencialidades o retirando do seu estado limitador, levando-o para um nível potencializador, do qual todas as expressões de suas inúmeras matrizes de inteligência são reorganizadas, a fim de que o indivíduo se torne um modelo máximo de personificação evolutiva no que tange suas mais variadas capacidades em busca de sua aprendizagem. Segundo Leibig (2009), todas as pessoas nascem com um potencial de inteligência latente que, se trabalhado adequadamente, se expande em genialidade pessoal, um atributo natural da consciência. Quando o ser humano consegue eliminar as dificuldades de aprendizagem, os caminhos de expressão da real natureza da consciência ficam desobstruídos, tornando possível a manifestação dessa genialidade.

Frente a inquirição elevada relacionada a defasagem na aprendizagem, de que maneira é possível a correção das dificuldades e uma nova formação de vias neurais possibilitadoras dentro do aparato físico que é o cérebro humano? A pesquisa em trilha tem como objetivo procurar uma resposta para esta questão através dos estudos relacionados à mente, à consciência e ao corpo físico embasados na neurociência e que são os fundamentos teóricos da Neuroeducação e desta maneira, trazer à luz da epistemologia em relação ao funcionamento da mente e do cérebro e também acerca desta e outras questões a serem erigidas ao longo das descobertas através desta pesquisa. Em seus Fundamentos Conceituais, a Neuroeducação abarca as três estruturas, Consciência, Corpo Físico e Mente – de forma a compreendê-las como uma tríade indissolúvel, em cuja interação pode-se visualizar o mecanismo que mantém o sistema humano vivificado e inteligente. (Leibig, 2009).

A insigne demanda dos estudantes que enfrentam dificuldades de aprendizagem é o fator primordial pelo qual a referida pesquisa se faz vigente, visto que existem poucos recursos a serem aplicados em sala de aula,  no intuito de ajudar estes indivíduos a obterem um maior êxito no que diz respeito ao seu melhor desempenho escolar e também na vida em um contexto holístico, uma vez que as emoções estando equilibradas e as vias neurais desobstruídas, o ser humano chegará ao alcance do salto quântico no que diz respeito às suas potencialidades e capacidades mentais e cerebrais.

Nesta dimensão, a relação entre Neuroeducação e Psicologia Clínica pode ser analisada a partir de uma abordagem holística para entender o comportamento humano. Isso significa considerar não apenas os aspectos biológicos (como o funcionamento do cérebro), mas também os aspectos psicológicos, sociais e ambientais. Uma compreensão abrangente desses fatores pode levar a intervenções mais eficazes tanto no contexto educacional quanto no clínico. Assim, a Neuroeducação e a Psicologia Clínica compartilham um interesse comum no funcionamento do cérebro e no comportamento humano, e ambas as disciplinas podem se beneficiar da colaboração e integração de seus insights e abordagens.       

Por meio do estudo e a compreensão do funcionamento da mente e do cérebro, espera-se que este trabalho venha a contribuir de forma relevante e plausível para um melhor desenvolvimento das inúmeras aptidões de todo ser inteligível que se propõe a evoluir mediante este estudo.  O ser humano foi criado para as alturas e quanto mais conhecer de si mesmo, maior será sua compreensão do todo e de tudo aquilo que o compõe, enquanto indivíduo constituído de corpo, mente, consciência, lhe trazendo a clareza de que é simultaneamente parte deste todo (Viezzer; Nascimento, 2020, p.82).

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Foi realizada uma pesquisa por intermédio de uma revisão bibliográfica dos estudos realizados no curso de pós-graduação em Especialização em Neuroeducação e levantamento bibliográfico em Neuroeducação e nas anotações da Prática Clínica Neuroeducadora, bem como do Google Acadêmico, dos quais foram coletadas informações através das leituras de diversos artigos científicos dos quais tratavam de forma direta os assuntos relacionados a temática da referente pesquisa, além das observações dos casos de sucesso obtidos após as intervenções neuroeducadoras realizadas a partir da prática clínica da Neuroeducação.

A partir dos anos 1990, a Neurociência com seus avanços trouxe diversos esclarecimentos sobre a funcionalidade do cérebro humano. Esta compreensão é imprescindível para o alcance do sucesso escolar, evitando assim o número de estudantes evadidos das instituições de ensino. Considerado pelos fundamentos conceituais da Neuroeducação, a parte do sistema físico, o cérebro se tornou na atualidade, um dos assuntos mais estudados pelos neurocientistas e neuroeducadores, que visam a plena compreensão do seu funcionamento e atuação junto ao sistema mental.

Aos olhos da Neuroeducação, o ser humano não é só corpo e nem só mente, é uma consciência que:

“[…] vive a experiência de cada momento em intersecção com o corpo físico, durante o período que chamamos de vida, processando e registrando informações, alimentando um aglomerado de representações construídas com uma percepção muito pessoal dos acontecimentos. Se imaginarmos o corpo físico e a consciência como dois sistemas independentes, interagindo ao mesmo tempo, tanto entre si como com o meio ambiente, de forma intensa e incessante, a mente será a resultante vivificada desta experiência; um terceiro sistema com características próprias, exprimindo a interação vivida pela consciência, em seu ‘processo de mente’ com e através do corpo físico”. (Leibig, 2009, p. 38).

O cérebro humano, como todos os órgãos que compõe o sistema físico, é de extrema e fundamental importância, porém, existe algo muito peculiar em relação à sua funcionalidade que é a sua atividade constante e ininterrupta com a mente que é a responsável por codificar todas as informações para em seguida transmiti-lo a todos os registros dos quais serão receptados pelo mesmo.

Segundo Pinker (1998), a mente não é o cérebro e sim o que o cérebro faz, e nem mesmo é tudo o que ele faz, como metabolizar gordura e calor. A década de 1990 tem sido chamada Década do Cérebro.  O status especial do cérebro  deve-se a uma realidade especial que ele faz. Essa realidade especial é o processamento de informações, ou computação e é por esta razão que ele é totalmente reprogramável simultaneamente com as matrizes inteligíveis do sistema mental.

Com uma capacidade extraordinária de processar informações e se adaptar ao meio, “o cérebro é composto por aproximadamente cem bilhões de neurônios, cada qual possuindo três estruturas básicas: os dendritos, por onde recebe informações; o corpo celular, onde a informação é processada; e o axônio, por onde os dados são transmitidos para o próximo neurônio” ( Del Neo, 2002, p. 48). Tudo isso acontece em uma perfeita engrenagem na qual a neurogênese se faz atuante, proporcionando ao indivíduo a capacidade de aprender em todos os momentos de sua história de vida.

Para  que o processo de aprendizagem aconteça de forma eficaz, o cérebro precisa estar funcionando de forma sincronizada e em perfeito estado, a fim de que suas vias neurais estejam aptas ao estabelecimento de tudo o que estiver sendo codificado através do ato em aprender, do qual envolve todo o processamento de cada informação colhida e apresentada ao mesmo por intermédio dos órgãos dos sentidos, que captam essas informações do meio e através do sistema aferente leva a compreensão destas informações até a mente que irá codificar, ou seja, criar um código que faça sentido  para que o cérebro, a partir desta codificação, venha a reconhecer e assim estabelecer as conexões.  De acordo com Damásio (1996), são os sentidos que informam ao cérebro as situações de aprendizagem.

Fonseca (1995, p.87) afirma que:

A aprendizagem é o resultado da integração e transformação de uma informação que interfere naturalmente com o desenvolvimento normal e com a maturação neurobiológica do indivíduo. Como a aprendizagem é uma resposta que se modifica perante as situações vividas, ela é, portanto, uma função do cérebro resultante de complexas operações neurofisiológicas. Tais operações associam, combinam e organizam estímulos com respostas, assimilações, com acomodações, situações com ações.

A maturação neurobiológica está totalmente atrelada a mielinização e a plasticidade cerebral que é a capacidade que o cérebro tem em se adaptar a novas circunstâncias e aprendizados. A mielinização é considerada o acelerador do computador biológico, que tem como principal função o encapamento de gorduras e proteínas ao redor das fibras nervosas.

É a mielinização que permite ao ser humano a aprendizagem gradual das habilidades e competências que serão dominadas no decorrer do seu desenvolvimento. Porém, as diferentes áreas do córtex não passam pelo processo de mielinização de forma homogênea. As regiões corticais com mielinização tardia controlam as funções mentais elevadas. Assim, reforçando o que já foi dito, pode-se afirmar que a mielinização funciona como um índice aproximado da maturação cerebral. (Kolb, 2002).

O entendimento da mente começa com o estudo do cérebro (Relvas, 2008). A capacidade do cérebro registrar eventos, informações e experiências de referências é exponencial e isto de deve ao estabelecimento de milhares de sinapses que fazem com que sua aprendizagem seja infinita, portanto, o ser humano aprende até o último suspirar de seu viver, ressaltando que as janelas das oportunidades na qual o aprendizado acontece de forma a ficarem estabelecidas é na idade de 06( seis)  anos, quando o cérebro está avançando em seu processo de maturação e suas aptidões para o aprendizado se tornam mais vigentes e os estilos de aprendizagem igualmente se estabelecem. Os estilos de aprendizagem, são “as competências pessoais dos aprendizes para processar informação em um ambiente de aprendizado”. Os estilos são um meio pelo qual as pessoas “coletam e selecionam informações para depois processá-las e usam significados, valores, habilidades e estratégias para solucionar problemas, tomar decisões e criar novos significados” (De Aquino, 2007, p. 44).

É nesta fase da vida da criança que o processo Neuroeducador se torna igualmente eficaz. Ao seguir os comandos específicos das técnicas aplicadas na Prática Clínica neuroeducadora, a criança é capaz de acessar suas memórias de registros holográficos, onde estão contidas as informações limitadoras. Ao evocar a lembrança por intermédio dos comandos neurolinguísticos, o paciente deixa fluir os seus pensamentos, o que faz com que consiga acessar todas as informações dos conteúdos contidos na mente. Durante o processo, o foco de atenção é dirigido para as referentes zonas de arquivamento de todas as gravações holográficas, das quais contém todas as memórias registradas e arquivadas desde o segundo vigésimo dia de gestação.

Segundo Vygotsky (2009), desde o nascimento da criança, o aprendizado está relacionado ao desenvolvimento e é um aspecto necessário e universal do processo de desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente organizadas e especificamente humanas. É o aprendizado que possibilitará o despertar de processos internos à medida que o indivíduo se puser num ambiente social determinado e na relação com o outro nas diversas esferas e níveis da atividade humana (Vygotsky, 2009).

Sobre a nossa capacidade de lembrar e esquecer, Talbot (1991, p.41), em análise aos trechos de filmes holográficos, comenta:

[…] a capacidade para lembrar é análoga ao ato de emitir um feixe de raio laser em direção a um desses pedaços de filme, evocando uma imagem específica. Da mesma forma, quando somos incapazes de lembrar alguma coisa, isto corresponde a emitir vários feixes dirigidos a um pedaço de filme com múltiplas imagens, mas sem encontrar o ângulo certo para recuperar a memória / imagem que estamos procurando.

O sistema neural elimina todos os fatos considerados sem importância por ele, portanto, para que o cérebro codifique e armazene a informação, a mesma precisa ter relevância para ele.  Quanto mais atenção se produzir, e principalmente, quanto mais emoção estiver envolvida com o ato da aprendizagem, mais eficaz se tornará este processo. Uma das leis de organização do cérebro é manter e fortalecer o que é usado e deixar enfraquecer e desaparecer o que não é. (Houzel, 2005).

É neste sentido que o ciclo de aprendizagem explica claramente como ocorre este processo de organização e fortalecimento das vias neurais no processo neuroeducador; quando o indivíduo muda substancialmente a sua forma de pensar e agir, sua aprendizagem salta para um patamar transformador, no qual ocorrem rupturas com modelos mentais anteriores ou, como os autores se referem, em mudanças substanciais em suas teorias de uso. (Argyris e Schön, 1996).

Para a Neuroeducação, é inadmissível que o ser humano seja incapaz de aprender, apesar de muitas vezes suas dificuldades o impedirem de acessar o seu potencial máximo de inteligência e potencialidade, pois “o propósito da existência do ser humano é ser instrumento de manifestação da consciência” (Leibig, 2009, p. 58). E é mediante a esta manifestação que o indivíduo alcança o máximo de expressão de suas faculdades mentais mais elevadas.

Muitos estudantes, por terem suas vias neurais obstruídas, são impedidos de desenvolverem este potencial máximo e passam a ser rotuladas e fadadas ao insucesso desde muito cedo por seus pais e professores que na maioria dos casos não estão preparados para lidar com suas dificuldades de aprendizagem.

O conceito de dificuldade de aprendizagem aplica-se às crianças que possuem as seguintes características e que surpreendentemente não aprendem (Fonseca, 1995):

Inteligência normal; visão, audição e motricidade normais; estabilidade emocional. Mediante à estas informações, pode-se constatar que as dificuldades de aprendizagem não estão relacionadas a fatores externos como a falta de oportunidade em aprender determinados assuntos, ou à deficiência de aprendizagem oriundas em decorrências de constantes mudanças no âmbito escolar ou a doença cerebral adquirida e ou traumatismos (CID-10 e DSM-V, 2013).

Wallon (1968) enfatiza que o desenvolvimento intelectual envolve, além do cérebro e do corpo, as emoções. É no córtex pré-frontal, onde ficam situadas as funções executivas que a memória funcional também acontece. É esta memória a responsável pela capacidade cognitiva que possibilita todos os esforços intelectuais. É também no pré-frontal onde estão localizados os sentimentos e as emoções, portanto, qualquer espécie de distúrbio atrelado às emoções, indubitavelmente afetará a capacidade cognitiva.

A respeito das emoções, Lima (2007, p. 123) diz que:

A emoção está no início do processo do processo de decisão e é determinante na percepção e na atenção. Alguns estudos recentes sobre o funcionamento do cérebro mostram que, muitas vezes, são as emoções sentidas em experiências passadas que levam à tomada de decisão e não o raciocínio sobre a situação presente. Segundo esses estudos, a consciência da ação sucede a experimentação da emoção.

Sendo assim, o equilíbrio das emoções é indispensável para que o processo de aprendizagem aconteça de maneira a se estabelecer sem obstruções e maiores dificuldades. Outro fator que possa tolher este processo é a timidez que é um dos comportamentos mais evidentes na fase de formação escolar.

Segundo Axia (2003), a timidez é uma variante absolutamente normal da condição humana, existindo pessoas que nascem tímidas e pessoas que desenvolvem a timidez, ou seja, nesse processo, como em muitos aspectos da nossa vida, o que é importante é a trajetória de vida, o tipo de caminho que cada pessoa percorre, os ambientes pelos quais ela passa, as pessoas com as quais interage.

A criança tímida deixa de se expressar em potencial devido a esta condição que a impede de avançar para patamares mais elevados. Para Monjas Casares (2006), a timidez na infância é um problema que traz mal-estar e sofrimento para a criança e constitui uma série de dificuldades para seu crescimento social, familiar e acadêmico.

Sob a ótica da  Neuroeducação, os indivíduos já possuem em sua essência todo o arsenal de informações das quais são necessárias para que o seu processo de mudança pessoal aconteça. Essa visão é reforçada por Epelman (2005, p. 27), que ao apresentar os pressupostos básicos da Neurolinguística, afirma: “Todos nós possuímos (ou potencialmente possuímos) todos os recursos que necessitamos para agir eficazmente”, portanto, toda pessoa dotada de inteligência é capaz de aprender sem maiores objeções.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mediante ao referente estudo, fica evidente a eficácia da Neuroeducação nos processos de aprendizagem dos estudantes, devido à  grande transformação que os mesmos apresentam após passarem pelo processo neuroeducador no consultório  onde se dá sua prática clínica, onde após obterem os conhecimentos acerca da mente e do cérebro, que  são de fato indispensáveis para que novas vias neurais de informações se estabeleçam e  a mudança aconteça à nível consciencial, que é o que de fato traz a transformação no quesito aprendizagem, possibilitando desta forma que o salto quântico ocorra e esta diástase se torne vigente e atuante em toda estrutura do sistema mental do indivíduo.

Como foi constato no referido trabalho, todo ser humano é capaz de se desenvolver e aprender, alcançar um patamar elevado de desenvolvimento a partir dos conhecimentos no tocante à mente, consciência e o corpo físico, assim como a maturação das emoções e o controle mediante às mesmas e a superação de suas timidezes que tanto prejudicam seu progresso.

É neste sentido que a Neuroeducação hoje é considerada o marco cientifico, pelo fato de transformar seres normais em pessoas extraordinárias mediante à grande mudança decorrente de seu processo e das formações das novas vias de informações dentro do sistema que mantém o ser humano vivificado e atuante neste mundo.

Ainda haverá novas descobertas frente à continuidade das pesquisas em relação ao cérebro e seus mistérios, porém, os avanços obtidos até o presente momento  têm contribuído de forma muito salutar no que diz respeito ao desenvolvimento e aprendizagem dos estudantes que até então eram rotulados como incapazes frente às suas dificuldades de aprendizagem e que hoje, após a Neuroeducação, já deixou de ser uma problemática, passando a ser solucionada através das intervenções em sua prática clínica.

A cada criança que se supera em suas dificuldades relacionadas ao processo da aprendizagem, é um novo potencial desenvolvido e capacitado para o mundo que necessita urgentemente de mentes ávidas para a transformação no mesmo. É nesta perspectiva que a Neuroeducação aliada à Neurociência se tornou na atualidade ferramentas indispensáveis para o ensino e o alcance da genialidade pessoal que permitirá ao ser, a realização em todos os aspectos de sua história de vida.

            A Educação é a base para uma vida equilibrada e feliz. Sem aprendizagem não há educação e sem educação não há desenvolvimento nem tão pouco evolução.

REFERÊNCIAS

AMERICAN PSYCHIATRY ASSOCIATION. DIAGNOSTIC AND STATISTICAL Manual of Mental disorders – DSM-5. 5th.ed. Washington: American Psychiatric Association, 2013.   

ARGYRIS, Chris, SCHÖN, Donald. Organizational learning II: theory, method and practice. Reading: Addison-Wesley, ISBN 0-201- 62983-6, 1996.

AXIA, G; Timidez: Um dote precioso do patrimônio genético humano. São Paulo, 2003.

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DAMÁSIO, A. R.  O erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano. (Trad. Laura Teixeira Motta) São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

DE AQUINO, C. Como aprender: andragogia e as habilidades de aprendizagem. 1ª Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

DEL NERO, H. S. O sítio da mente: pensamento, emoção e vontade no cérebro humano. São Paulo: Collegium Cognitio, 2002.

EPELMAN, D. Mude sua vida com PNL: Programação Neurolinguística. 2.ed. Fortaleza: Premius, 2005.

FONSECA, V. Introdução às dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 1995.

HERCULANO HOUZEL, S. O cérebro em transformação. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.

KOLB, B. E WHISHAW, I.Q. Neurociência do comportamento. Barueri: Manole, 2002.

LEIBIG, S. Dificuldades de aprendizagem Têm Solução. São Paulo: AII Print, 2009.

LIMA, E.S. Memória e imaginação. São Paulo: Interália, 2007.

MONJAS CASARES, Maria Inês. A Timidez na Infância e na Adolescência. Editora Pirâmide, 2006.

PINKER, S. Como a mente funciona, 3 ed.(Trad. Laura Teixeira Motta) São Paulo: Companhia das Letras,1998.

RELVAS, M. P. Neurociência e Educação. Rio de Janeiro: Wak, 2008.

TALBOAT, M. O universo holográfico. São Paulo. Nova Cultural, 1991.

VIEZER, M.; NASCIMENTO, M. A consciência do amor. Cerqueira César. Filos Editora, 2020.

VYGOTSKY, L. S. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2º Ed. 2009.

WALLON, H. “A afetividade”. In: A evolução psicológica da criança. São Paulo: Edições 70. 1968.


1Graduado em História (UEMA). Mestre em Ensino de História (UFT). Professor da Educação Básica em Barra do Corda-MA. E-mail: andre.brasil@ifma.edu.br
2 Graduanda em Medicina pelo Instituto Paraense de Educação e Cultura (IPEC). E-mail: carolinethaynar@gmail.com
3Graduada em Geografia (UEMA). Especialista em Metodologia do Ensino de História e Geografia do Brasil (AVANTIS). Graduanda em Psicologia (FEMAF). E-mail: dacycarvalhojmjd@gmail.com
4Graduada em Psicologia (Universidade Santo Agostinho). Especialista em Saúde Mental e Políticas Públicas. E-mail: miridanisis@gmail.com
5 Graduada em Letras/Português (FAMICE). Graduada em Filosofia (FAEME). Especialista em Filosofia Contemporânea (FAEME). Especialista em Atendimento Educacional com Habilitação em LIBRAS e Braile (CERRADO). Bacharelanda em Psicologia (FEMAF). E-mail: joanealmeida567@gmail.com  
6 Graduado em Letras (UEMA). Especialista em Psicopedagogia (FAESF). E-mail: jonatas_lopes@hotmail.com
7 Doutorando em Educação (UAA). Mestre em Ensino de História (UFT). Bacharelando em Psicologia(FEMAF). Professor da Educação Básica em Barra do Corda-MA. E-mail: solracro9@gamil.com
8 Graduada em Pedagogia (IPAE). Graduanda em Psicologia (FEMAF). E-mail: nelmaaraujo529@gmail.com
9 Graduada em Geografia (UEMA). Em Pedagogia (ISEPRO). Graduanda em Psicologia (FEMAF). Especialista em Educação Especial e Libras (ISEPRO). E-mail: salete.m.aquino@hotmail.com
10 Graduado em Educação Física (FAESF). Especialista em Desporto Escolar, Fitness e Saúde. E-mail: raimundoedfisca8@gmail.com
11 Graduando em Psicologia (FEMAF). E-mail: rv.aquino@icloud.com
12 Graduado em Pedagogia (FAM). Especialista em Educação Especial (FLATED). Bacharelando em Psicologia (FEMAF). E-mail: profthayronne@gmail.com