REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202502161456
Kenio Silva Alexandre
Orientador: Prof. Dr. Jhassem Antônio Silva de Siqueira
RESUMO
Com a evolução das TICs, a movimentação de informações e a produção de conhecimento ocorrem de forma muito veloz, ocasionando significativas mudanças na vida em sociedade que refletem, inclusive, no panorama educacional. O sistema educacional, para acompanhar as novas questões que surgiam, necessitou sofrer transformações nas suas tradicionais metodologias de ensino, já que a cultura digital influencia em uma nova maneira de aprendizagem, que é marcada por ser mais dinâmica, participativa, descentralizada e inovadora. Assim, a problematização deste artigo é: Qual a contribuição efetiva das TIC’s para a aprendizagem de alunos de uma escola rural e urbana, da cidade de Manaus-AM, ano de 2022? O objetivo do estudo é: estabelecer a contribuição efetiva para a aprendizagem dos alunos com a utilização das TICs, envolvendo alunos do Ensino Fundamental e Médio, no ano de 2022, de uma escola rural e uma escola urbana da cidade de Manaus-AM. Para tal, realizou-se um estudo de campo envolvendo alunos do Ensino Fundamental e Médio, no ano de 2022, de uma escola rural e uma escola urbana da cidade de Manaus-AM e foi administrado com dados provenientes de questionários aplicados aos professores e alunos destas duas escolas. Verificou-se que as ferramentas digitais contribuem de forma social e cognitiva no desenvolvimento dos alunos por meio de propostas estratégicas inovadoras que os professores aplicam em sala de aula, de forma que possa ser levado a informatização a grupos sociais que não têm acesso às ferramentas de informática, fazendo com que o desinteresse dos alunos seja eliminado, pela nova forma de aprender e ensinar. Uma vez que todos os alunos afirmaram se sentir mais motivados, nas aulas que foram utilizadas ferramentas tecnológicas, e os próprios educadores afirmam que há um empenho e cooperação maior por parte dos alunos nas atividades executadas com TICs.
Palavras-chave: Aprendizagem;Inclusão digital; TIC na educação.
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, testemunharam grandes mudanças nas estruturas sociais, políticas e econômicas do mundo. Os “velhos métodos” cedem lugar a um mundo novo, ágil, e cada vez mais digital. É neste âmbito que se destaca o advento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). A partir de então, houve uma rápida expansão e evolução dos meios de comunicação, que ampliaram e revolucionaram o acesso à informação, provocando um processo de comunicação, jamais experimentado pela humanidade. As fronteiras físicas estão desaparecendo em meio à revolução digital que evolui rapidamente. Como fruto deste processo de mudança, este cenário caminha em velocidade acelerada, com novos desafios e paradigmas para a educação (MORON, 2005; NEGROPONTE, 2009; ZACARIOTTI e SOUSA, 2019).
Neste sentido, a sociedade globalizada experimentou e experimenta inovações tecnológicas que se expõem com muita rapidez, gerando significativa demanda por uma educação que possa acolher as necessidades particulares de indivíduos que se preparam para ingressar e interagir com este novo mundo. Assim, com as TIC’s, fez-se surgir uma sociedade com perfil distinto daquele ao qual estávamos habituados. Pode-se afirmar que vivenciamos, na atualidade, em uma cultura digital.
Com o progresso das TICs, a movimentação de informações e a produção de conhecimento acontecem de maneira muito veloz, causando expressivas mudanças na vida em sociedade que refletem, inclusive, no panorama educacional. Segundo Prensky (2012), o sistema educacional, para seguir as novas questões surgidas, precisou sofrer mudanças nas suas tradicionais metodologias de ensino, uma vez que a cultura digital implica uma nova maneira de aprendizagem, que se assinala por ser mais dinâmica, participativa, descentralizada e inovadora (VALENTE e DE ALMEIDA, 2020).
Os reflexos das tecnologias de informação e comunicação no contexto educacional surgiram com a chegada do computador e da internet. E nessa evolução científica e tecnológica, as TICs passaram por uma ressignificação. Nesse processo de interação social, por meio das TIC, implica-se um novo padrão educacional, direcionado para competências e habilidades centralizadas na autoria, autonomia e colaboração, baseadas nas necessidades locais, abrindo possibilidades de resgatar a função da escola em sua função social (SILVA et al., 2021; SOARES-LEITE, 2012).
Contudo, destaca-se que para grande parte das famílias rurais, a passagem pela escola básica rural é a única chance em suas vidas de alcançar as competências que lhes possibilitariam extinguir as principais razões internas do subdesenvolvimento rural. O acesso à informação e ao conhecimento permite que essas famílias colaborem para o desenvolvimento de suas comunidades, permitindo-as a tomarem melhores decisões e a dividirem saberes com aqueles ao seu redor. Todavia, mesmo sabendo que se trata de um ponto importante de acesso aos conhecimentos sistematizados e legitimados da sociedade, a escola rural ainda é muito precária (PEREIRA e CASTRO, 2019; SCHOSSLER et al., 2021; SOUSA e MARIANELLI, 2013).
Neste contexto, a inclusão digital, nas escolas, passa a ser uma questão de grande importância, por promover novas formas de conhecimento, compondo redes sociais de conhecimento, de relacionamento entre pessoas e de inclusão social. Destacando-se que a inclusão digital de forma eficiente, por meio das TICs, proporciona aos alunos da zona urbana e rural ganho substancial quanto ao usufruto de sua cidadania, pela qual poderá se conscientizar bem mais de seus deveres e poderá reivindicar seus direitos de cidadão, até mesmo através das ferramentas tecnológicas (SANTOS, 2022; SARMENTO, 2019).
Neste ponto de vista, estamos diante da construção de um novo paradigma no sistema educacional, que visa superar o modelo tradicional positivista de educação. Pois, esta modalidade favorece a interação entre os sujeitos, propiciando o diálogo, a troca, a construção coletiva, na qual o professor assume um novo papel no processo de ensino-aprendizagem, não somente de transmissor de conhecimentos, mas assume, juntamente com os alunos, uma posição de parceria. Deste modo, a autonomia do aluno é um dos ideais educativos, pois ele é estimulado, instigado a buscar, exigindo assim, um grande comprometimento com a construção do conhecimento (ATANAZIO e LEITE, 2018; BARBOSA et al., 2021).
Todavia, diante do crescimento desta nova forma de se ensinar, surgem alguns questionamentos e dúvidas para essas ferramentas de ensino, principalmente, em apontar a real contribuição do uso destas tecnologias no sistema educacional. E, desta forma, justifica-se a importância da escolha do presente tema, visando abordar esta vertente acima citada. Pois, não se trata apenas de inserir dispositivos tecnológicos em práticas pedagógicas, mas em conduzi-los de forma inovadora para que se consiga produtividade em sala-de-aula.
Ao entender a importância das novas tecnologias nas práticas educativas da sociedade atual, com o intuito de realmente atender as demandas dos novos alunos, e perceber a urgência da inclusão digital nas escolas rurais e urbanas, para que o novo trabalho pedagógico verdadeiramente faça sentido, fui levado a refletir sobre contribuição efetiva das TIC’s para a aprendizagem de alunos, nas escolas rurais e urbanas do Brasil.
Uma vez que, apesar de a inclusão digital já ser bastante discutida nos meios urbanos, esta pesquisa se faz necessária para compreendermos a importância do uso das tecnologias nos dois âmbitos, rural e urbano do país. Pois, deve-se considerar que muito já foi debatido a respeito do emprego de tecnologias no contexto educacional, contudo pouco se sabe sobre o processo de inclusão digital, nas escolas, levando-se em conta a aprendizagem efetivamente.
Assim, a problematização deste artigo é: Qual a contribuição efetiva das TIC’s para a aprendizagem de alunos de uma escola rural e urbana, da cidade de Manaus-AM, ano de 2022?
Portanto, este artigo tem como objetivo geral: Estabelecer a contribuição efetiva para a aprendizagem dos alunos com a utilização das TICs, envolvendo alunos do Ensino Fundamental e Médio, no ano de 2022, de uma escola rural e uma escola urbana da cidade de Manaus-AM.
DESENVOLVIMENTO
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
A expressão Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) indica um conjunto de recursos tecnológicos, usado para produzir e disseminar informações; são ferramentas que possibilitam arquivar e manipular textos, sons e imagens e que permitem que nos comuniquemos (BARBOSA, 2010; CASTELLS, 2009).
Esse sistema de inovações inclui telefonia fixa e móvel, transmissão de dados, sons, imagens e qualquer coisa que pensarmos que possa ser digitalizada (via cabos, fibras óticas, antenas, satélites, computadores, internet etc.) e não para de se expandir. Através das TICs, mudaram-se não somente as formas de comunicação em geral, mas também as de produzir bens e serviços; de comprar e de vender; de ensinar e aprender; de pesquisar; de se manifestar; de protestar; de se fazer representar politicamente, enfim, de viver (CASTELLS, 2009; CAZELOTO, 2008).
Segundo Moraes (2012), Matos e Chagas (2013) e Prensky (2012), as Tecnologias de Informação e Comunicação contribuem de diversas maneiras para o desenvolvimento local, pois:
a) Eficiente partilha e exploração de recursos, sejam eles computacionais sejam eles pessoas fortemente especializadas (por exemplo, especialistas de administração de sistemas e redes, especialistas de sistemas de informação), rentabilizando meios materiais e humanos;
b) Acesso distribuído a sistemas de informação globais, eliminando-se, desta forma, múltiplos carregamentos de dados e incoerências de informação; o acesso distribuído permite, ainda, que agentes com os mesmos privilégios de acesso tenham sempre a mesma visão sobre os dados e informação, independentemente da sua localização;
c) Tele-trabalho – o recurso a redes de alto débito viabiliza a utilização remota de sistemas computacionais a partir de qualquer lugar e a qualquer hora, flexibilizando os horários de trabalho e maximizando a produtividade;
d) Tele-reuniões e tele-presença – as tecnologias da informação e comunicação permitem, ainda, a utilização de sistemas de tele e videoconferência, o que conduz a fortes poupanças de tempo e dinheiro, já que são minimizadas as deslocações, conduzindo, ainda, a uma maior interação entre agentes geograficamente distantes;
e) Constituição de interfaces entre entidades e os seus públicos-alvo, possibilitando, desta forma, a disponibilização de informação e de serviços on-line aos cidadãos em áreas tão importantes como a justiça, as finanças, a educação, a saúde, o lazer, a cultura, a ecologia, a sustentabilidade, o turismo, a segurança, o emprego, a interação com agentes locais, entre muitas outras.
Como visto acima, as TICs são utilizadas das mais distintas formas, na indústria (no processo de automação), no comércio (no gerenciamento, nas diversas formas de publicidade), no setor de investimentos (informação simultânea, comunicação imediata) e na educação (no processo de ensino aprendizagem, principalmente na Educação a Distância) (MATOS e CHAGAS, 2013; MORAES, 2012).
O desenvolvimento de hardwares e softwares garante a operacionalização da comunicação e dos processos decorrentes, em meios virtuais. No entanto, foi a popularização da internet que potencializou o uso das TICs em diversos campos (MCGEE e PRUSAK, 2012; NEGROPONTE, 2009).
TIC’S NA EDUCAÇÃO
Hoje, os professores se veem diante do que pode ser considerado, ao mesmo tempo, um grande desafio e uma grande oportunidade em utilizar as TIC, como meio para construir e difundir conhecimentos, e ainda, para concretizar a necessária mudança de paradigma educacional, centrando seus esforços nos processos de criação, gestão e reorganização das situações de aprendizagem. Neste contexto, a escola pode e deve ter outra função, outro papel. Não se trata de garantir, apenas, a universalização do seu acesso. É básico que ela assuma a função de universalizar o conhecimento e a informação. Nessa perspectiva, as novas tecnologias de comunicação passam a desempenhar um papel vital neste processo (MOLIN e RAABI, 2012; PAIVA e ARAÚJO, 2018).
À medida que as tecnologias ganham espaço na escola, o educador passa a se ver diante de novas e inúmeras possibilidades de acesso à informação e de abordagem dos conteúdos, podendo se libertar das tarefas repetitivas e concentrar-se nos aspectos mais relevantes da aprendizagem, porém, torna-se necessário que o professor desenvolva novas habilidades para mover-se nesse mundo, sendo capaz de analisar os meios à sua disposição e fazer suas escolhas tendo como referencial algo mais que o senso comum (SETTON, 2011; SILVA, 2017).
Assim, considera-se um desafio problematizar e investigar as próprias práticas educacionais, práticas pedagógicas e, sempre que possível novo saber e refletindo sua ação docente, buscando, assim, estratégias de ensino para que o educando se aproprie de maneira significativa do conhecimento (PAIVA e ARAÚJO, 2018; SILVA et al., 2017).
Novos tempos exigem novas atitudes e reflexões frente às tecnologias aplicadas ao ensino. Desta forma, destacam-se a necessidade de envolver o aluno na aprendizagem, estabelecendo um sentido ao conteúdo estudado, oferecendo situações práticas de ensino-aprendizagem que maximizam as oportunidades de reflexão. A incorporação de tecnologias no ensino passa pela compreensão de suas potencialidades e limitações em relação às formas de interação e construção de significados.
A educação no mundo de hoje tende a ser tecnológica, por isso, exige entendimento e interpretação, tanto dos professores quanto dos alunos em relação a essas novas tecnologias. Através do uso da tecnologia no ambiente escolar, ficam claros os diversos sentimentos em relação a postura dos professores frente a novos desafios, como a satisfação de estar participando de uma realidade tecnológica ou a ansiedade por enfrentar novas mudanças (BARBOSA et al., 2021; LANDIN, 2021).
No campo educacional atual, se situa o debate sobre as TIC como instrumentos de inclusão social e que sejam instrumentos capazes de proporcionar novas formas de aprendizado.
As novas tecnologias parecem influenciar e impactar a constituição de sujeitos dos usuários em grande potencial das tecnologias digitais, de modo que os aprenderes a conhecer e a fazer perpassam o acesso à internet, além dos aprenderes a conviver e a ser implicarem em comunicação virtual com família e amigos, como relatado por Camas et al. (2013) e ainda por Atanazio e Leite (2018).
As tecnologias da informação e comunicação têm sido instaladas no âmbito escolar através de projetos do governo e das próprias escolas. Desta forma, cria-se a oportunidade de professores introduzirem em suas aulas o uso das novas tecnologias disponíveis fato esse que, infelizmente, não tem acontecido na maioria das instituições escolares (CAMAS et al., 2013).
As TICs podem operar como ferramenta de aprendizagem, proporcionando várias formas de interação e de participação dos alunos como seres ativos, construtores do conhecimento de forma interativa, prazerosa e lúdica. As técnicas de ensino aprendizagem necessitam abandonar preceitos ultrapassados, em que os educandos eram postos numa sociedade diferente da atual, e que hoje, não reverenciam as necessidades e expectativas dos mesmos (SANTOS, 2022; SARMENTO, 2019).
Segundo Silva et al. (2021) e Soares-Leite e Nacimento-Ribeiro (2012), a necessidade de se utilizar a tecnologia e informática no projeto educacional fez pensar na adequação pedagógica do professor para exercitar esta prática com funcionalidade, tendo em vista uma educação capaz de manejar e de produzir conhecimentos.
Tendo em vista essas reflexões, torna-se evidente que as TICs são recursos extraordinários que bem explorados promovem uma aprendizagem significativa. Segundo Moran (2007, apud. AMEIDA, 2011, p. 6), “[…] são pontes que abrem a sala de aula para o mundo, […]”. No entanto, sem a adesão dos educadores, será mera distração, em que não ficará explorado o potencial educativo.
A escola deve deixar de ser simplesmente transmissora de informação e direcionar sua intenção com a aprendizagem, pois o objetivo da aprendizagem é a busca da informação significativa, da pesquisa, o desenvolvimento de projetos e não somente a transmissão de conteúdos específicos. E a tecnologia está aí como um instrumento para essa aprendizagem.
Pois, pode-se dizer que tudo que está a nossa volta é tecnologia. Para Schossler et al. (2021) e Zacariotti e Sousa (2019), a tecnologia é um conjunto de conhecimentos especializados, com princípios científicos que se aplicam a um determinado ramo de atividade, modificando, melhorando, aprimorando os “produtos” oriundos do processo de interação dos seres humanos com a natureza e destes entre si.
Desta forma, verifica-se que tudo que está ao nosso alcance envolve a tecnologia. Desde a nossa fala até os últimos feitos tecnológicos. Deste modo, com o intuito de resgatar o histórico das tecnologias, constatou-se que a tecnologia é tão antiga quanto ao próprio homem, ou seja, desde que a antiguidade, quando os primeiros hominídeos já se utilizam de uma pedra para caçar, para cortar, ele já estava fazendo uso da tecnologia, pois aprimorava a técnica e promovia o seu trabalho, trazendo-lhe melhorias (ZACARIOTTI e SOUSA, 2019).
Neste contexto, pode-se observar que a tecnologia, muitas vezes, acaba sendo confundida com a “informática” o que vem a ser um erro, sendo esse pensamento vigoroso por muitos professores.
O professor, na maioria das vezes, associa o uso da tecnologia como atrelado ao mundo da informática e as questões digitais, esquecendo, ou melhor, não diferenciando que todo instrumento a serviço da melhoria da qualidade dos serviços e do aprimoramento da ação humana é considerado uma tecnologia (AMORIM, 2017; BARBOSA, 2020).
Faz se necessário o conhecimento de algumas técnicas para que se possa analisar o uso das novas tecnologias numa perspectiva de mediação pedagógica, de tal forma que se possa colaborar com o processo de aprendizagem, como a lousa, o datashow, teleconferência, bate-papo, correio eletrônico, internet, blog, entre outros (CAMAS et al., 2013; LANDIN, 2021).
A tarefa do professor diante dessas grandes mudanças não é nada fácil. Sendo um imigrante digital sofre aos buscar novas formas para dar a aula que já conhece, já domina o conteúdo, mas precisa inovar em suas estratégias. Pois os professores do mundo moderno concorrem, deslealmente, com a televisão, com os DVDs, com o cinema 3D, com os programas de computadores, com a internet, com os chats, MSN, redes sociais, e necessitam compreender as classificações dessa tecnologia para melhorar sua prática educativa (DA SILVA et al., 2020; LANDIN, 2021).
Nosso mundo está em constante processo de atualização. As informações se multiplicam a todo instante, gerando angústia, se pensarmos que não daremos “conta” de dominar tudo aquilo que surge a cada dia como sendo algo mais atual, inusitado e que necessita ser aprendido e incorporado.
No mundo inteiro, o rádio e a TV e mais recentemente os computadores passaram a formar parte da bagagem instrumental da chamada Tecnologia Educativa. O desafio da escola hoje é preparar as crianças para enfrentarem o mundo do trabalho. O educador não pode se neutralizar diante da forte influência lançada pela mídia, é necessário cuidado. Afinal, informação não é sinônimo de conhecimento (DA SILVA et al., 2020; ZACARIOTTI e SOUSA, 2019).
Porém, muitas vezes, o professor fica preocupado em inovar, em seus aparelhos e recursos tecnológicos e, apresentando muitas dificuldades, ocorre um efeito contrário. A aula que seria muito boa, sem a utilização de tais recursos, acaba por se tornar não muito proveitosa em virtude de não se saber explorar o que a tecnologia pode oferecer (CASTELLS, 2009; LANDIN, 2021).
Setton (2011) e Soares-Leite e Nascimento-Ribeiro (2012) acreditam que o sucesso do processo educativo se dá a partir da parceria entre professor e aluno e a construção do conhecimento nesses sujeitos interativos. Assim, para haver um ensino significativo, as aulas precisam ser mais participativas, interativas e envolventes. Os alunos devem se tornar agentes da construção de seu próprio conhecimento, o professor por sua vez estará utilizando a tecnologia para dinamizar as aulas e orientar os alunos na construção de seu saber.
Diante da mudança de perfil de aluno (não é mais passivo), o professor necessita atualizar sua aula. O papel do professor deixa de ser transmissor para ser co-construtor de conhecimento junto com seus alunos. As tecnologias, entretanto, amparam a sociedade do conhecimento, dinamizando a aula e modificando a dinâmica escolar. O professor, buscando inovar, pode fazer uso do computador (informática), dos recursos multimídia (datashow), do rádio, da TV, utilizar fragmentos de filmes de DVD, retroprojetor, livros variados etc, sempre com o intuito de enfatizar que a aula produz conhecimento, ou seja, organiza os dados, atraindo os alunos, e proporcionando aos mesmos a utilização destes na vida (BARBOSA et al., 2021; MORAN et. al, 2010).
Após o momento em que a escola está preparada para receber tais tecnologias e trabalhar com ela, cabe aperfeiçoar a formação dos professores para tais mudanças em sala de aula, pois os docentes começam a aceitar essas mudanças quando percebem o impacto delas no âmbito escolar. Pois, a formação dos professores num contexto geral vem se modificando ao longo dos anos. Neste cenário, as mudanças surgem no momento em que as tecnologias em geral começam a fazer parte da sociedade e principalmente da comunidade educacional (ATANAZIO e LEITE, 2018; CAZELOTO, 2008).
O uso das novas tecnologias propicia trabalhar em sala de aula com investigação e experimentação, considerando que permite ao aprendiz vivenciar experiências, interferir, fomentar e construir o próprio conhecimento. O aluno participa dinamicamente da ação educativa através da interação com os métodos e meios para organizar a própria experiência. A participação do professor como facilitador do processo ensino-aprendizagem é relevante para permitir que o aluno desenvolva habilidades e seja capaz de realizar a atribuição de significados importantes para sua articulação dentro do processo ensino-aprendizagem (ATANAZIO e LEITE, 2018; MORAES, 2012).
PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS
Na busca de estabelecer a contribuição efetiva para a aprendizagem dos alunos com a utilização das TICs, foi realizado um estudo de campo, que segundo Gil (2008), o pesquisador coleta dados, que posteriormente, serão tabulados e analisados, com técnicas que podem ser questionário, entrevista, formulários etc.
O estudo de campo envolveu alunos do Ensino Fundamental e Médio, no ano de 2022, de uma escola rural, Escola Municipal Manoel Adriano, e uma escola urbana, Escola Estadual Cid Cabral da Silva, da cidade de Manaus-AM e foi administrado com dados provenientes de questionários aplicados aos professores e alunos destas duas escolas. A finalidade foi adicionar perguntas que não ordenassem respostas com grande dificuldade, e ainda perguntas que permitissem apenas uma interpretação, para não sugerir respostas. Determinou-se o tempo de 30 minutos, para que os alunos, professores e gestores respondessem o questionário.
Gil (2008) explica que a população é o grupo de indivíduos que possuem ao menos uma característica em comum. Neste sentido, a população deste estudo é a escola da zona rural e a escola da zona urbana, como um todo, compreendendo gestor, todos os alunos e professores, e desta forma, a característica em comum é a relação com a unidade escolar deste projeto. Conforme Lakatos e Marconi (2008), amostra consiste em uma fatia ou parcela escolhida da população, sendo um subconjunto dela. Logo, a amostra é formada por:
a) Escola da zona rural (Escola Municipal Manoel Adriano) – 10 alunos do Ensino Fundamental e 4 professores;
b) Escola da zona urbana (Escola Estadual Cid Cabral da Silva) – 50 alunos do Ensino Médio, e 8 professores.
Os critérios adotados foram:
a) Estudar/Lecionar aulas nas escolas mencionadas;
b) Estudar no turno matutino de ambas as escolas;
c) Aceitar participar deste estudo.
Os dados foram submetidos a análises, interpretações e discussões, procurou-se as conexões necessárias para enriquecer ao máximo a pesquisa, utilizou-se gráficos para melhor ilustrar os resultados obtidos
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Esta seção busca debater a contribuição efetiva do uso das TIC’s, no auxílio do processo ensino aprendizagem, em uma escola da zona rural (Escola Municipal Manoel Adriano) e zona urbana (Escola Estadual Cid Cabral da Silva) no ano de 2022.
Primeiramente, procurou-se saber se os meios tecnológicos cooperavam para aperfeiçoar a prática docente dos professores, e como é visto no Gráfico 1, 3 professores (75%) da escola da zona rural responderam bastante e 1 professor (25%) respondeu pouco, ao passo que 7 professores (87,50%) da escola da zona urbana responderam bastante e 1 professor (12,50%) respondeu pouco. Ou seja, os educadores entendem a importância e contribuição das TICs no processo de ensino-aprendizagem.
Gráfico 1 – Resposta a pergunta “Os meios tecnológicos cooperam para aperfeiçoar a sua prática docente?” para os professores das escolas, ano 2022.
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Ainda nesta questão, os professores responderam que os alunos se sentem motivados pois são atividades que fogem do tradicional, e até mesmo por se tratar de tecnologias que muitos não tem em casa.
Contudo, vale ressaltar que a tecnologia não substitui o papel dos professores na educação, sendo fundamental que os educadores saibam conduzir a utilização dessas novas mídias e softwares. De acordo com Junior e De Melo (2021), um aparelho de última geração não assegura o aprendizado do aluno, o que torna fundamental a figura do professor nesse processo. Quando o equilíbrio é encontrado, o uso de equipamentos, softwares e mídias contribuem para o desenvolvimento cognitivo dos alunos e auxiliam os professores a despertar a curiosidade dos estudantes.
Para Molin e Raabe (2012) e Paiva e Arapujo (2018), os principais benefícios das novas tecnologias na educação são: tornar as aulas mais atrativas, despertar a curiosidade e atenção dos alunos, melhorar a produtividade, auxiliar os educadores a dinamizar as aulas e contribuir para o aproveitamento escolar extraclasse.
Entretanto, como é visto no Gráfico 2, 3 (30%) alunos da escola da zona rural responderam que têm acesso ao microcomputador e à Internet em casa e 7 alunos (70%) responderam que não, ao passo que 31 alunos (62%) da escola da zona urbana responderam que possuem microcomputador e Internet em casa e 19 alunos (38%) responderam que não.
Gráfico 2 – Resposta a pergunta “Vocês têm acesso ao microcomputador e à Internet em casa?” para os alunos das escolas, ano 2022.
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Nota-se, portanto, a diferença de estrutura e financeira entre os alunos da escola rural e urbana. Porém, ainda que muitos da escola rural não tenham acesso a internet em casa, todos de ambas as escolas responderam que usam esta ferramenta para as pesquisas escolares, como é visto no Gráfico 3, em que os alunos de ambas as escolas responderam que utilizavam a internet para pesquisas escolares.
Gráfico 3 – Resposta a pergunta “Utilizam a internet para pesquisas escolares?” para os alunos das escolas, ano 2022.
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Isso acontece porque os educandos de hoje desde creche à graduação, nasceram e cresceram em ambiente digital, que segundo Coelho et al. (2021) e Cazeloto (2008) são nativos digitais. Em certa medida, todos os países têm enfrentado alguma dificuldade na maneira de a escola se relacionar com a nova geração.
Isso porque referidos alunos têm algumas características em comum que não são as coerentes nas salas de aula: preferem o visual ao textual, preferem o aleatório ao sequencial, muitos trechos curtos a um longo, fazem múltiplas tarefas simultaneamente, precisam de recompensas rápidas, não aceitam com facilidade autoridades e críticas, querem se expressar, gostam de construir redes de contato (GOMEZ, 2015; MORAN et al., 2010).
Enfim, muito do que se ouve dos problemas escolares está relacionado com a concepção de nosso sistema educacional, pensado para um tipo de aluno que não é o que está atualmente nos bancos escolares.
Há, explicitamente, uma descontinuidade entre eles e seus professores. Sabe-se que a geração atual é nativa digital, nasceu fluente nessa linguagem; seus professores são imigrantes digitais, com todas as dificuldades que um imigrante tem para se adaptar a outra língua e cultura (BARBOSA, 2010; COELHO et al., 2021).
Esse que é o desafio da escola nesse início do século XXI. Como ensinar alunos que têm formas de raciocinar, valorar e agir tão diferentes de seus professores? É comum que professores achem que não é possível se aprender com músicas, jogos, celular, notebooks, tablets, filmes ou, com aplicativos diversos encontrados na internet grátis, que carregam bem, livros e informações do que se ajuntam todas as bibliotecas das escolas da cidade, é natural, eles nunca praticaram a aprendizagem dessa forma, então lhes é difícil conceber que outros possam aprender assim, acreditam que a aprendizagem deve seguir uma estrutura semimilitar e, claro, não pode ser divertida (BARBOSA, 2010; MORON, 2005; MOLIN e RAABE, 2012).
Isoladamente, uma nova metodologia não garante que a escola estará mais bem preparada para os desafios do século XXI. Outra questão é que ela ensina um conjunto de saberes que já não têm mais a adesão da nova geração. Esse é um processo comum da escola, aprender latim e grego já foi muito mais relevante, mas chegou um momento que saiu do currículo escolar e foi incluído outros conteúdos e metodologias diferenciadas (PRENSKY, 2012; SETTON, 2011).
Sabemos que todos os estudantes que hoje estão cursando o ensino fundamental e médio nasceram no século XXI, conhecido como os nativos digitais, onde sempre estão conectados a internet. Enquanto isso, muitos educadores que ainda estão na ativa estudaram em enciclopédias e decoraram livros e livros. Mas tudo isso, trouxe inúmeras mudanças para a sociedade (COELHO et al., 2021; SILVA et al., 2021).
As diferenças são tão avassaladoras que as novas gerações passaram a ser classificados a cada 10 anos, em média. Educar essa nova geração de alunos com cartilhas do século passado é insustentável. Como nasceram em um mundo dominado pela tecnologia, o novo perfil do aluno da atualidade tem acesso a informações a todo o momento, vindas de todas as formas e todos os lugares (RODRIGUES e LEMOS, 2019; SANTOS, 2022).
Muitos já não acreditam na educação formal para o sucesso de sua vida profissional. Para eles, suas escolas ficaram no século passado, muito distantes do universo multimídia de hoje, do mundo repleto de sensações e experiências.
Esses educandos têm um perfil muito marcante: eles se comunicam via redes sociais e mensagens instantâneas de poucos caracteres. Por isso, têm pouca paciência (e capacidade de concentração) para as abordagens mais longas, que marcaram o ensino das gerações passadas.
Ainda aqueles alunos entrevistados que não possuem acesso a internet em casa, eles procuram uma forma de alcançar este meio digital para suas pesquisas, como por exemplo, verifica-se no Gráfico 4 que 60% dos alunos da escola da zona rural responderam que vão até a casa de amigos para fazer o uso de internet para suas pesquisas da escola, em contrapartida, demonstrando mais uma vez a diferença exorbitante dos alunos destes dois contextos, 56% dos alunos da escola da zona urbana fazem o uso da internet em suas próprias residências.
Gráfico 4 – Resposta a pergunta “Se sim, onde?” para os alunos das escolas, ano 2022.
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Ou seja, o fato de não possuir internet em casa, não diminui o interesse por parte do aluno, nesta modalidade de ensino, pois o mesmo tem uma certa dificuldade em acessar, mas procura formas para contornar este impasse, mesmo que as duas escolas não ofereçam a possibilidade de acesso a internet.
Ao questionar se os alunos sabiam usar as ferramentas de pesquisa na Internet, como é visto no Gráfico 5, todos os alunos de ambas as escolas responderam que sim.
Gráfico 5 – Resposta a pergunta “Você sabe usar as ferramentas de pesquisa na Internet?” para os alunos das escolas, ano 2022.
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Isso nos mostra que o perfil dos alunos é um cidadão global, empático, engajado e consciente, que compreenda os contextos mundiais e que seja “antenado” às novas tecnologias. Muitas mudanças também já começaram a ser vivenciadas no ensino. As instituições tiveram que se adaptar às novas gerações que demandam um novo jeito de ensinar e aprender (CARDOSO et al., 2021; SILVA et al., 2017).
A educação do futuro é híbrida: presencial e online. Em vez de tratar os videogames como inimigos, pode-se aprender com eles. A lógica dos games, a ideia das fases, tentativa e erro, feedbacks imediatos conversam com um modelo de pensamento já habitual para a maioria dos alunos. Assim, tem-se a possibilidade de mesclar ambientes virtuais e reais, sendo muito favorável, quando não se abandonam os ambientes analógicos completamente (SILVA, 2017; SILVA et al., 2021).
Com o aumento do acesso dos alunos à Internet, poderemos flexibilizar bem mais o curriculum, combinando momentos de encontro numa sala de aula, com outros de aprendizagem individual e grupal. Aprender a ensinar e a aprender integrando ambientes presenciais e virtuais é um dos grandes desafios que estamos enfrentando atualmente na educação no mundo inteiro (SILVEIRA, 2013; ZACARIOTTI e SOUSA, 2019).
Na sequência, buscou-se saber se os alunos achavam importante o uso do computador como auxiliar do aprendizado na escola e como é visto no Gráfico 6, todos os alunos de ambas as escolas responderam que sim.
Gráfico 6 – Resposta a pergunta “Você acha importante o uso do computador como auxiliar do aprendizado na escola?” para os alunos das escolas, ano 2022.
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Como é visto na Tabela 1, a seguir, a maioria dos alunos acha importante o uso do computador como auxiliar do aprendizado pelo suporte nas pesquisas escolares e por promover aulas mais dinâmicas.
Tabela 1 – Justificativas da pergunta “Você acha importante o uso do computador como auxiliar do aprendizado na escola?” para os alunos das escolas, ano 2022.
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É importante, neste processo dinâmico de aprender pesquisando, utilizar todos os recursos, todas as técnicas possíveis por cada professor, por cada instituição, por cada classe: integrar as dinâmicas tradicionais com as inovadoras, a escrita com o audiovisual, o texto sequencial com o hipertexto, o encontro presencial com o virtual (SOARES-LEITE e NASCIMENTO-RIBEIRO, 2012; XAVIER, 2015).
Isso nos mostra a necessidade de os professores do século XXI terem conhecimentos teóricos além das disciplinas a que se propõe ministrar e uma gama diversificada de práticas de ensino, desenvolvendo os conteúdos de modo contextualizado, globalizado e diversificado o suficiente para envolver os alunos num projeto de ensino aprendizagem capaz de despertar interesse e motivação, desenvolvendo práticas de ensino que atendam à diversidade dos processos de aprendizagem dos alunos contemplando às necessidades individuais num trabalho coletivo de construção de conhecimento (SOARES-LEITE e NASCIMENTO-RIBEIRO, 2012; XAVIER, 2015).
Segundo Hummel (2015) e Camas et al. (2013), o professor do século XXI necessita desenvolver competências para ser um bom profissional bem-sucedido. Dentre as categorias de competências, o educador deve conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação, os quais estão diretamente conectados às capacidades dos alunos.
O novo papel do professor, neste contexto, será muito mais abrangente do que já foi em toda a história da educação: organizador de aprendizagens. Para desempenhar este novo papel, o professor precisa ampliar sua visão de mundo. Não lhe basta conhecer o conteúdo disciplinar a que se propõe, mas todo o contexto em que ele está inserido, numa visão globalizada e contextualizada.
O uso desses recursos na educação ocupa uma posição privilegiada, para tanto é preciso propor em práticas educadores atuais como com o uso de softwares educativos, jogos, vídeos aulas, filmes, slides, blogs e WhatsApp proporcionando uma aprendizagem significativa para os educandos, refletindo sobre as mudanças educacionais provocadas por essas tecnologias tão importante no nosso dia a dia.
Freire e Guimarães (2021) e Hummel (2015) esclarecem que crianças, adolescentes e jovens frequentam os bancos de nossas escolas e universidades, fazem parte do sistema educacional e constituem a denominada geração multitarefa, ou seja, veem TV, ouvem música, usam notebook, teclam o celular, tudo ao mesmo tempo, e os educadores da atualidade devem acompanhar o ritmo dos educandos.
Esta visão ampliada de mundo também é necessária no trabalho de sala de aula para a compreensão e respeito à diversidade sociocultural presente, na heterogeneidade das classes atuais, melhorando assim sua atuação profissional na medida em que atua de maneira mais adequada com a realidade existente (MOLIN e RAABE, 2012; SILVEIRA, 2013).
O papel do professor vem sendo redimensionado e cada vez mais ele se torna um supervisor, um animador, um incentivador dos alunos na instigante aventura do conhecimento. Começamos a ter acesso a programas que facilitam a criação de ambientes virtuais, que colocam alunos e professores juntos na Internet.
É um desafio aprender a gerenciar o processo de aprendizagem com alunos conectados pela Internet, tanto na educação rural quanto na urbana. Organizações educacionais precisam rever seus processos de organização, flexibilizar seus currículos, adaptar-se a novas situações, formar seus docentes no gerenciamento da aprendizagem com tecnologias telemáticas (MORAN et al., 2010; SILVEIRA, 2013).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo geral deste artigo estabelecer a contribuição efetiva para a aprendizagem dos alunos com a utilização das TICs, envolvendo alunos do Ensino Fundamental e Médio, no ano de 2022, de uma escola rural e uma escola urbana da cidade de Manaus-AM, e diante do exposto, afirma-se que sua finalidade foi alcançada pois, verificou-se que as ferramentas digitais contribuem de maneira social e cognitiva no desenvolvimento dos alunos por meio de propostas estratégicas inovadoras que os professores aplicam em sala de aula, de forma que possa ser levado a informatização a grupos sociais que não têm acesso às ferramentas de informática, fazendo com que o desinteresse dos alunos seja eliminado, pela nova forma de aprender e ensinar.
Assim, constatou-se que o acesso as TIC’s como facilitadora no ensino, atua como grande diferencial em relação as aulas tradicionais, servindo como elemento motivador, pois chama a atenção do educando, despertando sua curiosidade, interesse e desenvolvendo sua criatividade, bem como estimulando a autonomia da aprendizagem, que se atrelam intimamente com os avanços no processo de inclusão digital. Contudo, vê-se a necessidade de alteração da proposta curricular das escolas, formação continuada dos professores, assim como mudança na metodologia adotada em sala de aula e estrutura das unidades escolares. Pois, muito do que se ouve dos problemas escolares está relacionado com a concepção de nosso sistema educacional, pensado para um tipo de aluno que não é o que está atualmente nos bancos escolares.
Todos os alunos afirmaram se sentir mais motivados, nas aulas que foram utilizadas ferramentas tecnológicas, e os próprios educadores afirmam que há um empenho e cooperação maior por parte dos alunos nas atividades executadas com TICs. Várias pesquisas têm constatado que as metodologias ativas têm promovido um melhor aprendizado do que as tradicionais, elas complementam e enriquece o aprendizado dos alunos.
Neste sentido, cabe ao governo federal em parceria com o governo do estado do Amazonas disponibilizar alguns recursos tecnológicos, assim como alguns cursos de capacitação na área referida, incentivando os educadores a se atualizarem em suas formações e buscarem estratégias diferenciadas para aplicar na sala de aula.
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