CONSTRUINDO UM E-BOOK SOBRE O ENFERMEIRO ESTOMATERAPÊUTA E SUA IMPOTÂNCIA PROFISSIONAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11396865


Saymon Balbino Viana Teixeira
Larissa Fontes Coutinho
Orientador: Dr. Pedro Roriz


RESUMO

De acordo com Hospital HSANP, 2017, a estomaterapia se dedica a preservar a saúde da pele, com foco no cuidado e assistência a indivíduos que possuem estomas, feridas (agudas e crônicas), fístulas, drenos, cateteres e problemas de incontinência (anal e urinária). Encarregado de cuidar dos pacientes em termos de prevenção, tratamento e reabilitação, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida. O presente trabalho tem como objetivo discorrer a importância do enfermeiro estomaterapêuta no seu âmbito profissional considerando perspectivas para a criação de um E-BOOK. Usando como método de pesquisa qualitativa ação e inovação, sobre análise de conteúdos, onde serão elencados dados que contribuirão para o norteamento do estudo. Sobre a análise de conteúdos, a fim de identificar e destacar a função do enfermeiro perante a estomaterapia, mencionando sobre quais condutas e assistências, são prestadas preventivamente para uma melhora na condição de vida além de levantar informações referentes aos desafios enfrentados por esses profissionais. Sendo assim, sabe-se que a área de atuação da estomaterapia se baseia na construção e aplicação de um vasto conhecimento, resultando na prestação de cuidados abrangentes. Por isso, é necessário que o profissional seja qualificado, devidamente treinado e competente. Assim, apesar de ser uma especialidade significativa, ainda é uma prática relativamente nova no país e com poucos profissionais especializados.

Palavras-chave: Estomaterapia. Enfermagem. Desafios.

abstract

According to HSANP Hospital, 2017, stomatherapy is dedicated to preserving skin health, focusing on the care and assistance of individuals who have stomas, wounds (acute and chronic), fistulas, drains, catheters and incontinence problems (anal and urinary). They are responsible for caring for patients in terms of prevention, treatment and rehabilitation, with the aim of improving their quality of life. This work aims to discuss the importance of the stomatherapist nurse in their professional sphere, considering perspectives for the creation of an E-BOOK. The qualitative research method will be action and innovation, using content analysis to gather data that will help guide the study. On content analysis, in order to identify and highlight the role of nurses in stomatherapy, mentioning which conducts and assistance are provided preventively for an improvement in the condition of life in addition to raising information regarding the challenges faced by these professionals. Thus, it is known that the field of stomatherapy is based on the construction and application of vast knowledge, resulting in the provision of comprehensive care. It is therefore necessary for professionals to be qualified, properly trained and competent. Thus, despite being a significant specialty, it is still a relatively new practice in the country and with few specialized professionals.

Keywords: Stomatherapy. Nursing. Challenges.

INTRODUÇÃO

Segundo a Revista Estima 2016, a arte e a ciência do cuidar em Estomaterapia nasceu com as enterostomias. Seus precursores foram Norma N. Gill-Thompson e o médico Rupert Turnbull Jr., considerados pais da estomaterapia mundial. Assim, em 1961, foi criado oficialmente o primeiro curso de Estomaterapia do mundo, concedido o título de Estomoterapêuta aos formados e Norma Gill considerada a primeira ET da história. Na primeira década, a ênfase dos cursos, sem dúvida, estava voltada para a reabilitação de pacientes com enterostomias. Todavia, a partir da década de 1970 foram introduzidas, no conteúdo dos cursos, as demais áreas que compõem a especialidade atual.

De acordo com a SOBEST 2020, a estomaterapia é uma especialidade que capacita o enfermeiro na técnica e cientificamente nos seus aspectos preventivos, terapêuticos e de reabilitação, em busca da melhoria da qualidade de vida.

Em 2019 a 2021 o serviço de estomaterapia passou por adaptações durante a pandemia do Covid-19, como nas rotinas de trabalho para adequar às medidas de proteção, flexibilização nos atendimentos para aumento da segurança, de modo a reduzir o risco de infecção entre   profissionais e usuários   dos   serviços em tempos de pandemia (Carvalho, 2021).

Todavia, os cuidados relacionados às feridas, estomias e incontinências não são exclusivos de Estomaterapêutas (et’s). Portanto, cabe ao enfermeiro generalista a responsabilidade de conhecer e se aprofundar em temáticas da estomaterapia, visto que tais problemas de saúde podem afetar o indivíduo em qualquer fase de sua vida. Logo, considerando a importância desta especialidade, observa-se a necessidade de intensificar seu ensino durante a graduação em enfermagem, a fim de permitir ao futuro profissional prestar melhor assistência (Gonçalves et al., 2018).

Para Silva, 2020 a estomaterapia é o campo responsável da saúde, que tem como objetivo evitar a deterioração da pele, focando na assistência e no cuidado de indivíduos com estomas, lesões (agudas e crônicas), fístulas, drenos, cateteres e problemas de incontinência (anal e urinária).

Diante desse contexto, essa pesquisa tem como finalidade desenvolver um E-BOOK a fim de embasar a importância do Enfermeiro Estomoterapêuta no seu âmbito profissional, essas informações irão completar e aumentar a visibilidade sobre a estomaterapia.

OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL

Criar um e-book que demonstre a importância e o desempenho do profissional de enfermagem da estomaterapia.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
  • Compreender o conceito de estomaterapia e sua importância;
  • Comparar a realidade dos profissionais da estomaterapia;
  • Levantar dados referentes aos desafios enfrentados pelos Estomaterapêutas;
  • Identificar os aspectos e desafios que são incorporados para o profissional da estomaterapia;
  • Construir um e-book com as informações colhidas e divulga-lo para a comunidade acadêmica.

JUSTIFICATIVA

Desenvolver o tema “CONSTRUINDO UM E-BOOK SOBRE O ENFERMEIRO ESTOMATERAPÊUTA E SUA IMPOTÂNCIA PROFISSIONAL”, é muito expressivo para o conhecimento de como a atuação desse profissional pode afetar positivamente, perante as suas atribuições e funções na atualidade.

Diante disso, para Pérez Már, 2017 o Enfermeiro estomaterapêuta deve atender na equipe de saúde às diversas necessidades dos usuários, seja de forma individual ou coletiva, que requerem serviços e ações nos campos de promoção e reabilitação da saúde e prevenção de complicações. É por meio da prática educativa da enfermagem que o profissional pode sugerir estratégias para aprimorar a capacidade do indivíduo de cuidar de si mesmo e se ajustar à nova realidade de vida.

Portanto, torna-se como finalidade, discorrer a significação da especialização em estomaterapia perante a função do enfermeiro, ampliando o conhecimento e aspecto do cuidado prestado pela profissão na prevenção de complicações, além de apontar perspectivas promissoras, como o aumento do reconhecimento dessa área de atuação e a expansão de recursos tecnológicos para o atendimento e a educação.

PROBLEMA DE PESQUISA

Como evidenciar a atuação dos(as) enfermeiros(as) que são especializados(as) na área da estomaterapia, além dos seus desafios e aspectos que circundam esta área?

HIPÓTESE

Segundo Alves & Cerqueira, 2020, a estomaterapia é uma especialidade inovadora e que se encontra em constante desenvolvimento, cujo principal objetivo é cuidar de pessoas com estomias, lesões tegumentares agudas e crônicas, fístulas, drenos, cateteres e entre outras, norteados pelos seus aspectos preventivos, terapêuticos e de reabilitação como uma forma de garantir uma melhor qualidade de vida. Além disso, para esses autores, a assistência prestada por esses profissionais torna-se cada vez mais evidente na área de atuação da enfermagem, exigindo que os mesmos se capacitem adequadamente, expandindo seus saberes e técnicas, para acompanhar as mudanças ligadas especialmente aos meios diagnósticos e terapêuticos.

Não obstante, sabe-se que grandes são os desafios enfrentados por esses profissionais, assim como qualquer outra profissão. Tangente à isso, Mazon & Piccini, 2015, relatam que que dentre esses desafios estão a inadequação de uma estrutura física e a falta de materiais, o que limita uma assistência de qualidade à esses pacientes.

REFERENCIAL TEÓRICO

Estomaterapia

O estoma é uma abertura que é criada por meio de cirurgia no corpo humano, possibilitando uma comunicação direta entre um órgão interno e a superfície do corpo. A presente abertura desempenha a função de eliminar resíduos ou prover nutrição em situações de disfunção ou extração parcial de órgãos. De acordo com Cardoso e Carvalho (2010), a origem da palavra “estoma” é atribuída ao termo grego “osto”, que se refere à boca, combinado com “tomia”, que significa abertura.

De acordo com a Associação Brasileira de Ostomizados (ABRASO), no ano de 2020, o número de pessoas que tinham estoma intestinal no Brasil era de aproximadamente 300 mil. A ostomia é feita através de um procedimento cirúrgico que estabelece uma nova rota de comunicação com o mundo exterior ao corpo, pode ser necessária para tratar diferentes condições médicas. Existem diferentes tipos de cirurgias, como a cirurgia cardíaca, cirurgia plástica e cirurgia ortopédica. A decisão de realizar uma cirurgia geralmente é tomada pelo médico com base em uma avaliação completa do paciente e de sua condição de saúde. A cirurgia é um procedimento invasivo e, portanto, traz riscos e requer cuidados pós-operatórios. É importante que o paciente siga as instruções médicas antes, durante e depois da cirurgia para garantir uma recuperação adequada, a situação pode ser passageira ou duradoura (ABRASO, 2020).

Segundo Cruz et al., (2018), a função dos estomaterapêutas é fundamental para guiar o paciente sobre os cuidados com a ferida operatória em cada estágio do procedimento cirúrgico, assim afirma. Isso abrange a prevenção de complicações e a utilização dos dispositivos e equipamentos necessários para o tratamento, além disso, destaca-se o papel relevante do enfermeiro estomaterapêuta na reabilitação do paciente, objetivando fomentar sua autonomia e aprimorar sua qualidade de vida.

Conforme Silva et al., (2019), a atuação sistemática da enfermagem especializada em estomaterapia desempenha um papel essencial na garantia da qualidade de vida dos pacientes que passaram por cirurgias que resultam na formação de uma estomia. Essa intervenção deve começar antes da cirurgia, com instruções sobre os cuidados com a pele e uma dieta saudável. Após a cirurgia, é de extrema importância que o enfermeiro monitore de maneira atenta a cicatrização da estomia e forneça instruções precisas sobre o correto uso dos dispositivos de coleta de excreções. É fundamental avaliar a adaptação do paciente a essa nova condição e prevenir possíveis complicações por meio de um acompanhamento contínuo, como um follow-up. A falta de informações adequadas pode levar a complicações, tais como infecções, irritações e até mesmo requerer procedimentos cirúrgicos adicionais. É fundamental que os profissionais da área da saúde estejam constantemente atualizados e devidamente capacitados para proporcionar um atendimento de excelência aos indivíduos ostomizados.

Estomoterapêuta no tratamento de Feridas

Uma ferida é o resultado de uma agressão ou quebra na integridade da pele, podendo ser superficial ou profunda, afetando a função da pele. Essa condição pode ocorrer em qualquer pessoa, independentemente de gênero, idade, classe social ou etnia. De maneira geral, as lesões na pele acarretam diversos desafios para os pacientes, seus familiares, cuidadores e para o sistema de saúde. As feridas são lesões que causam dor, infecções sérias, afastamento social, redução da capacidade de se movimentar, e ainda têm um grande impacto emocional e financeiro. Além disso, em muitos casos, podem levar à necessidade de cirurgia para amputação do membro afetado, o que, por sua vez, pode resultar na morte do indivíduo devido a vários fatores associados. Frente ao exposto, ressalta-se a relevância de manter um acompanhamento clínico para indivíduos com feridas, a fim de prevenir complicações, como amputações, por exemplo.  (SILVA,2020).

De acordo com Werdin, 2009, a ferida crônica pode ser descrita como uma lesão que não foi devidamente tratada para promover a integridade anatômica e funcional em um período de 3 meses. Os tipos mais comuns incluem lesões por pressão, úlceras diabéticas, úlceras venosas e úlceras por insuficiência arterial. A cicatrização das feridas é influenciada por diversos fatores, como a causa, o tamanho, a localização e a presença de doenças associadas. Dessa forma, o cuidado de enfermagem às pessoas com esse tipo de ferida requer uma avaliação detalhada e uma caracterização precisa da lesão, a fim de garantir a eficácia na tomada de decisões em relação ao plano terapêutico.

Para Sabrina et al., (2022), nos últimos anos, tem sido possível verificar um aumento significativo no campo da estomaterapia, tanto nos níveis de atenção à saúde quanto nas diferentes áreas do cuidado, considerando a ampla gama de cuidados necessários para pessoas com estomias, feridas, incontinências, fístulas, cateteres e outros. No entanto, a enfermagem em estomaterapia se tornou um foco importante, principalmente devido à necessidade de prevenir lesões por pressão em pacientes que estavam em pronação para aliviar sintomas respiratórios.

Portanto nesse contexto, destaca-se a estomaterapia; uma especialidade clínica do enfermeiro, que tem por objetivo capacitar esses profissionais na teoria e prática de habilidades preventivas e terapêuticas no cuidado de indivíduos com feridas, estomias e incontinências. Ademais, é crucial considerar o papel desse profissional no tratamento de lesões de pele. O enfermeiro, na maioria das vezes, é responsável pelo tratamento e prevenção de feridas, o que permite a avaliação e prescrição das coberturas mais adequadas para tratar as lesões.

Segurança do profissional e dos usuários

De acordo com Bernardino et al., (2021), foram adotadas ações estratégicas fundamentais para reduzir a possibilidade de contaminação dos profissionais e usuários. Dentre elas, destaca-se a criação de um sistema eficiente de triagem e alocação dos pacientes de acordo com sua condição clínica, com o uso de protocolos e critérios epidemiológicos. Além disso, foi implementada uma divisão do acesso em áreas limpas, contaminadas e potencialmente contaminadas, com a utilização de barreiras físicas. Outra medida importante foi a organização da equipe, subdividindo-as em responsáveis pelo cuidado direto e pelo cuidado de apoio. Todos os membros foram orientados a se vigiarem constantemente, assim como os colegas, durante atividades com risco de contaminação. Também foi estabelecida a formação de diferentes equipes especializadas, como a equipe de intubação e a equipe de resposta rápida. Ademais, foi implantado um sistema de gestão de alta, com monitoramento dos casos e reforço na regulação de leitos. No caso dos Serviços de Emergência e de Apoio Diagnóstico, os profissionais passaram por capacitação para seguir protocolos seguros e fluxos assistenciais.

O autor ainda fomenta que, tornou-se efetiva, uma linha de cuidado para garantir a segurança dos usuários com COVID-19, desde a entrada até a pós-alta, nos ambulatórios específicos gerenciados pelo serviço de Gestão de liberações. A promoção do conhecimento sobre a doença deve ser realizada através de informações precisas, escuta ativa e empatia com os usuários e seus familiares. Além disso, tiveram incentivo ao uso da assertividade nas relações entre profissionais e usuários. Foram incentivados a conscientizar sobre os efeitos do isolamento, envolvendo profissionais como terapeutas ocupacionais, pedagogos e psicólogos, e a utilização de TVs e relógios nas enfermarias; como também disponibilizado um dispositivo para comunicação virtual entre os usuários e suas famílias. Os usuários adotaram atitudes otimistas para enfrentar a doença, e os profissionais foram levados a sugerir doações para criar kits de cuidado pessoal, como itens de higiene bucal, pantufas e roupões, devido à ausência de visitas familiares. Além disso, uma equipe de profissionais foi designada para manter as famílias informadas sobre o estado dos pacientes (Bernardino et al., 2021).

Dinâmica de atendimento

 Inicialmente, durante o aumento de casos confirmados no país, buscou-se reduzir o número de indivíduos que circulam na instituição, levando em consideração que, antes da pandemia, cerca de 8.000 pessoas/dia frequentavam as dependências do hospital. Dessa maneira, suspenderam-se as atividades não essenciais recreativas, pedagógicas, de ensino, entre outras. Adotou-se medidas para suspender visitas e manter apenas um mínimo de acompanhantes autorizados por lei. Nas entradas do hospital, foram instaladas barracas de triagem, com supervisão para identificar sintomas respiratórios indicativos de possíveis casos de COVID-19 em todos aqueles que procuravam atendimento. Naquele local, se houver suspeita dessa infecção ou sinais de gravidade, os pacientes são encaminhados para a Unidade Referenciada (o setor de atendimento de urgência e emergência). Se os casos forem considerados leves, os pacientes são redirecionados para o isolamento domiciliar, recebendo orientações sobre quando retornar caso ocorra uma piora clínica. Para garantir a priorização no atendimento, uma vez que o hospital é referência no encaminhamento de pacientes com condições médicas crônicas de difícil manejo, principalmente idosos, foi necessário classificar os procedimentos como eletivos, eletivos essenciais, urgências e emergências (Bernardino et al., 2021).

Estrutura Física

Seguindo ainda o autor, Bernardino et al., (2021), com o intuito de tornar disponíveis os leitos propostos, foram efetuadas modificações na estrutura física das instituições. O objetivo foi melhorar e ajustar a estrutura atualizada visando o atendimento aos usuários com COVID-19, com especial atenção à segurança dos profissionais e dos usuários. Foi necessário revisar a disponibilidade de gases medicinais; adaptar a rede elétrica; adquirir novos geradores para suprir a alta demanda de equipamentos, principalmente relacionados ao aumento dos leitos de UTI; incluir visores de vidro nas portas das enfermarias para reduzir a frequência de entrada da equipe multidisciplinar no quarto; fechar e sinalizar áreas de passagem exclusivas para os usuários com diagnóstico positivo, com indicação no chão e bloqueios físicos limitando ao máximo a circulação de pessoas; reservar elevadores exclusivos para funcionários e usuários com COVID-19; adequar e adicionar pias para lavagem de mãos, ajustar salas para vestimenta, refeitório, acomodação dos funcionários. A sinalização com placas e letreiros dos novos ambientes também incluiu distinções claras entre áreas limpas, potencialmente contaminadas, e entre outras medidas.

Cuidados de Enfermagem direcionado a pessoa estomizada

Para Palhares VC, et al., 2015, a Estomaterapia é uma especialidade da enfermagem que se dedica a ajudar pessoas com estomas, lesões e incontinências, abrangendo os aspectos preventivos, terapêuticos e de reabilitação com o objetivo de melhorar a qualidade de vida. Assim sendo, essa especialidade desenvolve um amplo conhecimento e proporciona cuidados abrangentes, o que requer um profissional competente, devidamente habilitado.

Além disso, o atendimento de enfermagem destinado à saúde da pessoa com estomia visa oferecer um cuidado eficaz, enfocando a promoção da qualidade de vida após a cirurgia. Portanto, o cuidado de enfermagem deve ser estruturado de forma a incentivar o autocuidado, por meio de orientações direcionadas ao paciente e a sua família (Leite MS, et al., 2017).

A teoria do autocuidado é uma ferramenta indispensável no cuidado desse paciente, pois permite que ele adquira um maior conhecimento sobre como cuidar do estoma, aceite melhor o tratamento e previna complicações comuns na área de inserção do estoma (Luz Ala, et al., 2013).

Outrossim, em conformidade com Pérez Már, et al., 2017, no ambiente hospitalar, a equipe de saúde deve atender às diversas necessidades dos usuários, individual ou coletivamente, que requerem serviços e ações para promover a saúde, recuperar a saúde e prevenir problemas de saúde. Através da prática educativa na enfermagem, o profissional pode propor estratégias que melhorem a capacidade do indivíduo de cuidar de si mesmo e se adaptar à nova condição de vida. É crucial que o enfermeiro oriente e supervisione o paciente na correta higienização, esvaziamento e remoção da bolsa de colostomia, garantindo que a pele não seja traumatizada. Isso inclui lavar a bolsa com sabão neutro e água morna, remover completamente os resíduos e garantir que a pele esteja bem seca antes de colocar a nova bolsa. Ademais, o enfermeiro deve garantir que a bolsa esteja recortada no tamanho adequado para o estoma. Todas essas são precauções simples que podem ajudar a manter a pele ao redor do estoma em boas condições e saudável.

Nesse sentido, é importante frisar que a assistência de enfermagem para pacientes com estoma deve ser abrangente, visando a melhor adaptação e qualidade de vida. A família e os profissionais de saúde são essenciais para apoiar a reabilitação desses pacientes (Gomes B, et al., 2016).

METODOLOGIA

Este trabalho trata-se de uma pesquisa qualitativa ação e inovação, sobre análise de conteúdos, onde serão identificados dados que contribuirão para o norteamento da pesquisa.

Os estudos de pesquisa qualitativa diferem entre si quanto ao método, à forma e aos objetivos. Segundo GODOY (1995a, p.62) a pesquisa qualitativa ressalta a diversidade existente entre os trabalhos qualitativos e enumera um conjunto de características essenciais capazes de identificar uma pesquisa desse tipo, a saber:

(1) o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como instrumento fundamental;

(2) o caráter descritivo;

(3) o significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida como preocupação do investigador; (4) enfoque indutivo.

Ainda, Bataglin, 2017, destaca a importância do estudo sobre inovação social em razão da insuficiência no Brasil, de pesquisas teóricas e empíricas sobre o tema. Além disso, de acordo com as ideias de Pue, Vandergeest e Breznitz (2016), assim como por Ribeiro et al., (2019) defendem que a inovação social garante consistente colaboração na resolução de problemas sociais, econômicos e tecnológicos.

Contudo, será realizado a criação de um e-book que disponibilizado para a comunidade, abordando sobre a importância do enfermeiro Estomaterapeuta, como uma forma de esclarecer o tema. Vale ressaltar que toda a pesquisa teve como base científica artigos dispostos no site da SOBEST (Associação Brasileira de Estomaterapia), Scielo (Scientific Eletronic Library Online) e Revista Estima. Esse e-book será criado na plataforma do aplicativo Canva, sendo discorrido sobre toda a temática abordada nesse trabalho, como a importância desses profissionais de enfermagem especialistas em estomaterapia, sobre os desafios que eles enfrentam, como eles podem ajudar as pessoas que estão fragilizadas com a doença, entre outras coisas. Será um e-book completo e que tem como foco principal atingir as pessoas, principalmente profissionais da área da saúde como uma forma de compartilhar toda a nossa experiência coletada com esse trabalho e evidenciar a importância desses profissionais para o tratamento do doente.

RESULTADOS

Conforme os autores foram criando e organizando o e-book, anotações foram feitas relatando toda a construção do mesmo detalhadamente e de forma bastante objetiva e simplificada.

Sabe-se da importância do embasamento científico para criação de qualquer trabalho ou artigo, por isso, buscamos pesquisar nas teorias de melhores referências no assunto abordado como forma de garantir a qualidade do nosso e-book.

Segue em anexo algumas fotos do resultado de como ficou nosso E-book:

DISCUSSÃO

A informação digital surge como consequência do avanço das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC’s) que têm exercido um papel transformador na sociedade moderna, contribuindo de forma significativa para a evolução dos suportes de informação, originando uma das mais revolucionárias invenções de nossa época: a Internet. Esta vem permitindo o rompimento de barreiras geográficas, a livre circulação da informação e o surgimento do suporte digital, das bibliotecas “sem paredes” e dos livros eletrônicos.

Segundo Benício & Da Silva, Concomitante a tentativa de formar um conceito que possa diferenciar e caracterizar as bibliotecas emergentes na Sociedade da Informação, surge um novo paradigma quanto à forma de registrar e disseminar a informação: o livro eletrônico ou Electronic Book (e-book). Este termo está sendo utilizado para nomear o livro em formato eletrônico, podendo ser baixado via Internet para o computador por meio de download e para o aparelho que permite a sua leitura fora do computador, possibilitando uma maneira mais simples de compor e disponibilizar um livro para o leitor.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base na nossa pesquisa, evidencia-se a importância do enfermeiro estomaterapeuta nos cuidados com o paciente que necessita dessa atenção, como exemplo dos pacientes estomizados. Dentro dessa realidade, esses profissionais são essenciais não só pelo tratamento da lesão, mas também por garantir uma melhor qualidade de vida para esse paciente. Além do mais, no que se refere à essa atenção do profissional de enfermagem com esse individuo, tendo por base ter uma visão holística de toda a situação, com o objetivo de minimizar e reduzir toda e qualquer complicação que possa vir à essa paciente.

Sabe-se que o enfermeiro estomaterapeuta é um profissional que impacta positivamente nesse processo de transição do paciente, principalmente nesse período de adaptação e aceitação, em que será preciso um olhar mais humano e acolhedor com esse indivíduo, de forma a garantir uma condição de vida melhor. Dessa forma, essa especialidade necessita de pessoas qualificadas, competentes e habilitadas para exercer tal profissão.

Segundo Stolberg & Martins, 2023, o enfermeiro estomaterapeuta desempenha um papel crucial na promoção dos cuidados de qualidade aos pacientes com estomas, garantindo orientação especializada, suporte emocional e prático, colaborando assim para a melhoria da qualidade de vida e a adaptação bem-sucedida a essa nova condição. Dessa forma, a relação profissional e paciente deve ser baseada em uma relação harmônica e humana, em que esse profissional deverá garantir um conforto e acolhimento adequado para esse indivíduo.

Por fim, é válido ressaltar que a estomaterapia é uma profissão que passa ainda por alguns desafios, mas é interessante lembrar que mesmo com as adversidades é uma especialidade exclusiva do enfermeiro e que mesmo assim deve-se realiza-la com exatidão e compromisso pensando sempre no bem do paciente.

Portanto, entende-se que esse estudo tem por objetivo contribuir com a temática exposta, de forma a ajudar de forma significativa em futuros estudos sobre o tema abordado, auxiliando também diversos profissionais da área da saúde. Finalizando, sugere-se que novos estudos sejam realizados para a divulgação e fortalecimento dessa especialidade que é tão importante para a área da saúde.

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