CONSTRUINDO IDENTIDADES: GESTÃO ESCOLAR NAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS

BUILDING IDENTITIES: SCHOOL MANAGEMENT IN QUILOMBOLA COMMUNITIESTITLE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10901391


Geovane dos Santos Barbosa[1]
Flávia Emília C. V. Fernandes[2]


RESUMO

O presente estudo explorou a gestão escolar em escolas quilombolas, abordando desafios, perspectivas e recomendações para a promoção de uma educação inclusiva e de qualidade nessas instituições. Inicialmente, foi discutida a importância da identidade quilombola e sua relação com a gestão escolar, destacando-se a necessidade de políticas educacionais sensíveis à diversidade cultural. A revisão de literatura revelou uma série de desafios enfrentados pelas escolas quilombolas, incluindo questões estruturais, formação inadequada de professores e falta de participação comunitária. As perspectivas futuras apontam para a promoção da participação comunitária, o fortalecimento do vínculo entre escola e comunidade e o investimento em formação de professores como aspectos-chave para a melhoria da gestão escolar. A metodologia adotada foi uma revisão de literatura exploratória e qualitativa, utilizando bases de dados como PubMed, Scielo e Google Acadêmico. Os resultados indicam a necessidade de políticas públicas mais inclusivas e sensíveis à diversidade cultural, bem como o reconhecimento e valorização das comunidades quilombolas como protagonistas de sua própria educação. Por fim, as considerações finais destacam a importância de uma abordagem holística e colaborativa para a gestão escolar em escolas quilombolas, visando garantir uma educação de qualidade e promover a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Palavras-chave: gestão escolar, escolas quilombolas, diversidade cultural, participação comunitária.

ABSTRACT

The present study explored school management in quilombola schools, addressing challenges, perspectives, and recommendations for promoting inclusive and quality education in these institutions. Initially, the importance of quilombola identity and its relationship with school management was discussed, emphasizing the need for educational policies sensitive to cultural diversity. The literature review revealed a series of challenges faced by quilombola schools, including structural issues, inadequate teacher training, and lack of community participation. Future perspectives point to the promotion of community participation, strengthening the bond between school and community, and investing in teacher training as key aspects for improving school management. The methodology adopted was an exploratory and qualitative literature review, using databases such as PubMed, Scielo, and Google Scholar. The results indicate the need for more inclusive and culturally sensitive public policies, as well as the recognition and valorization of quilombola communities as protagonists of their own education. Finally, the final considerations highlight the importance of a holistic and collaborative approach to school management in quilombola schools, aiming to ensure quality education and promote the construction of a fairer and more equitable society.

Keywords: school management, quilombola schools, cultural diversity, community participation.

1 INTRODUÇÃO

A gestão escolar em comunidades quilombolas emerge como um tema de significativa relevância no contexto educacional contemporâneo, enraizado na interseção entre educação, identidade cultural e justiça social. As comunidades quilombolas representam um legado vivo da resistência histórica à escravidão e são reconhecidas pela Constituição Brasileira como grupos étnico-raciais distintos, com direito à posse de suas terras ancestrais e à preservação de sua cultura.

No âmbito educacional, as escolas localizadas nessas comunidades desempenham um papel crucial na promoção e preservação da identidade quilombola, além de constituírem espaços fundamentais para o desenvolvimento de práticas pedagógicas contextualizadas e sensíveis à diversidade cultural. Conforme destacado por Silva (2009), as políticas educacionais desempenham um papel fundamental na afirmação da identidade quilombola, reconhecendo sua história e cultura como elementos centrais do processo educativo.

No entanto, a gestão escolar em escolas quilombolas enfrenta uma série de desafios e complexidades, que vão desde a garantia de infraestrutura adequada até a promoção da participação efetiva da comunidade no processo educativo. Questões como formação de professores, adaptação curricular e valorização da oralidade e dos saberes tradicionais também emergem como desafios cruciais a serem enfrentados, como ressaltado por Oliveira (2019) e Fernandes (2017).

Diante desse contexto multifacetado, torna-se essencial uma análise aprofundada da gestão escolar em escolas quilombolas, visando compreender suas práticas, desafios e perspectivas. Tal investigação não apenas amplia nosso entendimento sobre os processos educacionais nessas comunidades, mas também fornece subsídios para o desenvolvimento de políticas e práticas mais eficazes, capazes de promover uma educação inclusiva, equitativa e culturalmente relevante.

A gestão escolar em escolas quilombolas se depara com desafios singulares, que vão desde a preservação da identidade cultural até a garantia de uma educação de qualidade. Conforme observado por Fernandes (2017), essas comunidades enfrentam dificuldades estruturais e enfrentam obstáculos para a implementação de políticas educacionais adequadas. Diante desse contexto, surge a seguinte questão: Como a gestão escolar pode ser efetivamente desenvolvida em escolas quilombolas, levando em consideração as demandas específicas dessas comunidades?

Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo geral analisar a gestão escolar em escolas quilombolas, investigando suas práticas, desafios e perspectivas. Para alcançar esse objetivo, serão realizados os seguintes objetivos específicos: (1) Identificar as principais políticas e práticas educacionais implementadas em escolas quilombolas, conforme descrito por Silva (2009); (2) Analisar os desafios enfrentados pela gestão escolar nessas comunidades, à luz dos estudos de Oliveira (2019) e Fernandes (2017); (3) Propor estratégias e recomendações para uma gestão escolar mais eficaz em escolas quilombolas, com base nas contribuições da literatura acadêmica sobre o tema.

A relevância deste estudo reside na necessidade de compreender e valorizar a gestão escolar em escolas quilombolas, considerando sua importância na promoção da educação inclusiva e na preservação da identidade cultural dessas comunidades. Ao abordar os desafios e perspectivas enfrentados pela gestão escolar nesse contexto específico, espera-se contribuir para o desenvolvimento de políticas educacionais mais eficazes e sensíveis às demandas das comunidades quilombolas. Além disso, este estudo pode fornecer insights para gestores escolares, educadores e formuladores de políticas, auxiliando-os na elaboração de estratégias que promovam uma educação de qualidade e respeitem a diversidade cultural.

O presente artigo está estruturado da seguinte forma: na seção 1, é realizada uma introdução ao tema, contextualizando o problema e apresentando os objetivos do estudo. Na seção 2, são discutidos os fundamentos teóricos relacionados à gestão escolar em escolas quilombolas, abordando as políticas educacionais, desafios e perspectivas. Na seção 3, é apresentada a metodologia utilizada na pesquisa, incluindo a descrição da amostra e dos procedimentos de coleta e análise de dados. Na seção 4, são apresentados os resultados da análise, seguidos de uma discussão sobre suas implicações para a gestão escolar em escolas quilombolas. Por fim, na seção 5, são apresentadas as considerações finais do estudo, destacando suas contribuições e limitações, e são propostas recomendações para futuras pesquisas nesta área.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A fundamentação teórica deste estudo será organizada em cinco tópicos interligados que oferecerão uma visão abrangente sobre a gestão escolar em escolas quilombolas. O primeiro tópico explorará a história e o contexto das comunidades quilombolas no Brasil. Será abordada a origem dessas comunidades, sua formação durante o período da escravidão, e a trajetória de luta pela preservação da identidade cultural quilombola. Além disso, serão examinados os processos de reconhecimento legal e territorial das comunidades quilombolas, destacando a importância desses aspectos para a construção de políticas educacionais inclusivas.

No segundo tópico, será realizada uma análise das políticas educacionais voltadas para as comunidades quilombolas. Serão examinadas as legislações específicas, como a Lei 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas, bem como programas governamentais e iniciativas da sociedade civil que visam promover uma educação que valorize a diversidade cultural e respeite os saberes tradicionais das comunidades quilombolas.

O terceiro tópico abordará os desafios enfrentados na gestão escolar em escolas quilombolas. Serão discutidas questões como a falta de recursos financeiros e infraestrutura adequada, a formação insuficiente de professores para lidar com a diversidade cultural presente nessas comunidades, e as dificuldades de adaptação curricular para atender às necessidades específicas dos estudantes quilombolas.

No quarto tópico, serão analisadas as práticas pedagógicas e culturais adotadas em escolas quilombolas. Será destacada a importância da valorização da cultura local e dos saberes tradicionais quilombolas no processo educativo, assim como a utilização de métodos de ensino contextualizados que promovam a identidade e a autoestima dos estudantes.

Por fim, o quinto tópico apresentará perspectivas futuras e recomendações para uma gestão escolar mais eficaz em escolas quilombolas. Serão discutidas possíveis medidas para superar os desafios identificados, bem como a importância do envolvimento das comunidades quilombolas no processo de formulação e implementação de políticas educacionais que atendam às suas demandas e necessidades específicas.

2.1 História e Contexto das Comunidades Quilombolas

A história e o contexto das comunidades quilombolas no Brasil remontam a um passado marcado pela resistência à escravidão e pela busca por liberdade e autonomia. Desde o período colonial, quando os quilombos serviam como refúgio para os negros fugitivos em busca da libertação, essas comunidades têm desempenhado um papel fundamental na construção da identidade afro-brasileira. Como destacado por Silva (2009), “as comunidades quilombolas são herdeiras de uma história de resistência e luta pela preservação de suas tradições e valores culturais.”

Ao longo dos séculos, as comunidades quilombolas enfrentaram inúmeras adversidades, incluindo a violência e a repressão por parte das autoridades coloniais e, posteriormente, dos proprietários de terras. No entanto, mesmo diante desses desafios, essas comunidades perseveraram, mantendo vivas suas tradições culturais e fortalecendo seus laços comunitários. Em concordância com Queiroz (2013, p. 4) que destaca que […] “é fundamental considerar que a população do campo tem uma tradição, e sua matriz cultural formadora de acordo com as variedades e especificidades de seu povo”.

O reconhecimento legal das comunidades quilombolas como grupos étnico-raciais distintos, com direito à posse de suas terras ancestrais, representou um marco importante em sua história. Conforme ressalta Nascimento (2013, p. 29), “o reconhecimento das terras quilombolas é fundamental para a garantia da sobrevivência física e cultural dessas comunidades, bem como para a promoção da justiça social e da equidade.”

No entanto, apesar dos avanços legais, as comunidades quilombolas continuam enfrentando desafios significativos, incluindo a luta pela demarcação e regularização de suas terras, o acesso a serviços básicos como saúde e educação, e a preservação de suas tradições culturais frente às pressões da modernidade. Para Arguedas (2014, p. 8):

Deslegitimar a identidade quilombola ou qualquer outra identidade coletiva pelo fato de buscar através dela visibilidade e melhores condições de vida é, como mínimo, ignorar o fato de que as identidades se constituem dentro de ações estratégicas, buscando atingir fins específicos.

Neste contexto, a educação desempenha um papel crucial na promoção da autonomia e no fortalecimento da identidade das comunidades quilombolas. Como observado por Almeida (2011), “a escola quilombola deve ser um espaço de valorização da cultura e dos saberes locais, contribuindo para a afirmação da identidade quilombola e para o desenvolvimento comunitário.”

Além disso, é importante ressaltar que as comunidades quilombolas não são homogêneas, mas sim diversificadas em suas práticas culturais, tradições e modos de organização social. Cada comunidade possui sua própria história e contexto específicos, influenciados por fatores como localização geográfica, contato com outras culturas e dinâmicas socioeconômicas locais. De acordo com Oliveira (2017, p. 3)

Uma das ações do Ministério da Cultura é qualificar o ambiente social das cidades e do campo, promovendo o acesso ao rico patrimônio cultural de muitas gerações, estendendo às minorias quilombolas o que de fato já lhes pertence que é o direito à cidadania, valorização de sua cultura, resgate e consolidação de sua memória coletiva.

A luta pela preservação da identidade quilombola muitas vezes se reflete na manutenção de práticas culturais ancestrais, como a religião de matriz africana, o artesanato tradicional, a culinária típica e as manifestações artísticas e musicais. Esses elementos constituem parte essencial da identidade das comunidades quilombolas e contribuem para sua coesão social e resistência cultural, como apontado por Rocha (2016).

Contudo, é importante reconhecer que as comunidades quilombolas enfrentam desafios contemporâneos que ameaçam sua sobrevivência e continuidade cultural. Pressões externas, como o avanço do agronegócio, a especulação imobiliária e a degradação ambiental, representam sérias ameaças aos territórios quilombolas e aos modos de vida tradicionais de seus habitantes. De acordo com Cabral (2023, p. 4)

[…] a proteção dos direitos territoriais das comunidades quilombolas rurais se apresenta como um imperativo social, no sentido de proporcionar-lhes condições igualitárias de acesso e usufruto da terra, possibilitando não apenas sua subsistência, mas também a afirmação de sua cultura e a construção de um futuro mais justo. Essa luta pela justa distribuição de terras e a efetivação do direito de propriedade é uma batalha que envolve não apenas as comunidades quilombolas, mas toda a sociedade brasileira, na busca por um país mais inclusivo, plural e equitativo.

Nesse sentido, a demarcação e regularização das terras quilombolas são fundamentais não apenas para garantir a segurança jurídica e a permanência das comunidades em seus territórios, mas também para proteger o patrimônio ambiental e cultural associado a esses locais. Como enfatiza Silva (2009), “a titulação das terras quilombolas é uma questão de justiça histórica e um instrumento essencial para a garantia dos direitos humanos e a promoção da igualdade racial.”

2.2 Políticas Educacionais para Comunidades Quilombolas

As políticas educacionais destinadas às comunidades quilombolas representam um importante marco na promoção da igualdade e na valorização da diversidade cultural no contexto escolar brasileiro. Desde a promulgação da Lei 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas, tem havido um reconhecimento crescente da importância de se promover uma educação que reflita a pluralidade étnico-racial do país. Como destacado por Silva (2009), “a implementação da Lei 10.639/03 representa um avanço significativo na luta pela valorização da história e cultura afro-brasileira nas escolas.”

Além disso, outras iniciativas governamentais e da sociedade civil têm sido desenvolvidas com o objetivo de promover uma educação mais inclusiva e culturalmente sensível para as comunidades quilombolas. Programas como o Programa Brasil Quilombola, lançado pelo Governo Federal em 2004, visam fortalecer as políticas públicas voltadas para essas comunidades, garantindo o acesso a serviços básicos como saúde, educação e infraestrutura, como ressaltado por Almeida (2011).

No entanto, apesar dos avanços nas políticas educacionais voltadas para as comunidades quilombolas, ainda persistem desafios significativos na sua implementação e efetivação. Um dos principais desafios está relacionado à garantia do acesso à educação de qualidade para todas as crianças e jovens quilombolas, independentemente de sua localização geográfica ou condição socioeconômica. Como observa Nascimento (2015), “a falta de acesso a escolas adequadas e a qualidade insuficiente do ensino oferecido são problemas recorrentes enfrentados pelas comunidades quilombolas em todo o país.”

Outra questão importante diz respeito à formação e capacitação de professores para atuarem de forma adequada junto às comunidades quilombolas. É essencial que os profissionais da educação estejam sensibilizados para as questões culturais e históricas dessas comunidades, bem como preparados para adotar práticas pedagógicas contextualizadas e valorizadoras da diversidade étnico-racial, como destaca Oliveira (2019).

As políticas educacionais voltadas para as comunidades quilombolas representam um importante avanço no reconhecimento e na valorização da diversidade cultural do Brasil. Desde a promulgação da Lei 10.639/03, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, houve um aumento significativo na atenção dada à educação quilombola no país. Conforme destacado por Almeida (2011), “a legislação brasileira reconhece a necessidade de políticas específicas para as comunidades quilombolas, visando garantir o direito à educação e à valorização de sua cultura.”

Uma das iniciativas mais importantes nesse sentido foi a criação das Escolas Quilombolas, que visam atender às necessidades específicas das comunidades quilombolas e promover uma educação que respeite e valorize sua identidade cultural. Segundo Oliveira (2019), “as Escolas Quilombolas são espaços de resistência e afirmação da identidade quilombola, onde a cultura local é valorizada e incorporada ao currículo escolar.”

Além das Escolas Quilombolas, outras políticas e programas foram implementados com o objetivo de promover a inclusão e a igualdade educacional para as comunidades quilombolas. O Programa Brasil Quilombola, por exemplo, tem como objetivo fortalecer a educação quilombola por meio do apoio à construção de escolas, formação de professores e desenvolvimento de material didático específico, conforme ressalta Fernandes (2017).

No entanto, apesar dos avanços, ainda existem desafios significativos a serem enfrentados na implementação efetiva das políticas educacionais para as comunidades quilombolas. A falta de infraestrutura adequada, a carência de recursos financeiros e a ausência de formação específica para os professores são algumas das dificuldades apontadas por Almeida (2011) e Nascimento (2013).

Diante desses desafios, é fundamental que as políticas educacionais para as comunidades quilombolas sejam desenvolvidas de forma participativa e em estreita colaboração com as próprias comunidades. Como destaca Nascimento (2013), “a participação da comunidade quilombola na formulação e implementação das políticas educacionais é essencial para garantir sua efetividade e legitimidade.”

Portanto, as políticas educacionais para as comunidades quilombolas representam um passo importante na promoção da igualdade e da justiça social no Brasil. No entanto, é necessário continuar avançando na garantia do acesso à educação de qualidade, respeitando e valorizando a diversidade cultural e as especificidades das comunidades quilombolas.

2.3 Desafios na Gestão Escolar em Escolas Quilombolas

A gestão escolar em escolas quilombolas enfrenta uma série de desafios que vão desde questões estruturais até desafios mais complexos relacionados à identidade cultural e participação comunitária. Um dos principais desafios enfrentados é a falta de infraestrutura adequada, conforme apontado por Fernandes (2017), “muitas escolas quilombolas enfrentam problemas de infraestrutura, como salas de aulas precárias, falta de materiais didáticos e ausência de espaços para atividades extracurriculares.”

Além disso, a carência de recursos financeiros também é uma dificuldade recorrente, como destacado por Almeida (2011), “a falta de recursos financeiros é um dos principais obstáculos enfrentados pelas escolas quilombolas, o que muitas vezes limita a capacidade de investimento em melhorias estruturais e na formação de professores.”

Outro desafio significativo na gestão escolar em escolas quilombolas é a formação inadequada de professores para lidar com a diversidade cultural presente nessas comunidades. Segundo Nascimento (2013), “a formação de professores para o trabalho em escolas quilombolas ainda é insuficiente, o que muitas vezes resulta em práticas pedagógicas pouco sensíveis à realidade cultural dos estudantes.”

Além disso, a adaptação curricular para atender às necessidades específicas dos estudantes quilombolas também é um desafio importante. Como ressaltado por Barros (2016), “a adaptação curricular é fundamental para garantir que o conteúdo ensinado seja relevante e significativo para os estudantes quilombolas, respeitando e valorizando sua cultura e história.”

Por fim, a participação efetiva da comunidade na gestão escolar é essencial para o sucesso das escolas quilombolas. Conforme enfatizado por Cavalvanti e Carvalho (2021), “a participação da comunidade na gestão escolar é um princípio fundamental para as escolas quilombolas, pois garante que as decisões tomadas estejam alinhadas com as necessidades e aspirações da comunidade.”

Além dos desafios estruturais e pedagógicos, a gestão escolar em escolas quilombolas também enfrenta obstáculos relacionados à inserção das comunidades no contexto político e administrativo. Muitas vezes, a falta de representatividade e de espaços de decisão para as comunidades quilombolas nas instâncias educacionais pode dificultar a implementação de políticas alinhadas com suas reais necessidades e demandas (Oliveira, 2019).

Ainda assim, é fundamental reconhecer os esforços e iniciativas que têm sido desenvolvidos para superar esses desafios. Programas de capacitação de professores, como os promovidos pelo Ministério da Educação em parceria com organizações da sociedade civil, têm contribuído para a melhoria da qualidade do ensino em escolas quilombolas (Fernandes, 2017). Além disso, a articulação entre as próprias comunidades quilombolas e o apoio de instituições de pesquisa e organizações não governamentais têm sido fundamentais para a promoção de práticas pedagógicas contextualizadas e sensíveis à diversidade cultural (Barros, 2016).

No entanto, é importante ressaltar que ainda há um longo caminho a percorrer para garantir uma gestão escolar eficaz e inclusiva em escolas quilombolas. Ações afirmativas que promovam o acesso equitativo à educação, o fortalecimento da identidade cultural quilombola e a participação ativa das comunidades na tomada de decisões devem ser priorizadas nas políticas públicas educacionais (Silva, 2009).

Dessa forma, a gestão escolar em escolas quilombolas não se limita apenas à administração cotidiana da instituição, mas envolve um processo contínuo de diálogo, reconhecimento e valorização das comunidades quilombolas como protagonistas de sua própria educação. Somente por meio de uma abordagem holística e participativa será possível superar os desafios e construir uma educação verdadeiramente inclusiva e emancipatória para as comunidades quilombolas.

2.4 Práticas Pedagógicas e Culturais em Escolas Quilombolas

As práticas pedagógicas e culturais desempenham um papel central na construção de uma educação contextualizada e sensível à realidade das comunidades quilombolas. Nesse sentido, é fundamental que as escolas quilombolas adotem abordagens pedagógicas que valorizem a cultura local, promovam a autoestima dos estudantes e fortaleçam os vínculos comunitários (Almeida, 2011).

Uma das características marcantes das práticas pedagógicas em escolas quilombolas é a valorização da oralidade e dos saberes tradicionais. Conforme ressaltado por Oliveira (2019), “a oralidade é uma das principais formas de transmissão de conhecimento nas comunidades quilombolas, e as escolas quilombolas têm o desafio de valorizar essa forma de expressão em suas práticas pedagógicas.”

Além disso, as escolas quilombolas frequentemente incorporam elementos da cultura local em seu currículo escolar, como danças, músicas, artesanato e culinária típica. Essas práticas não apenas enriquecem o processo de ensino-aprendizagem, mas também contribuem para a valorização da identidade cultural quilombola e para a construção de uma educação mais inclusiva e democrática (Nascimento, 2013).

Outro aspecto importante das práticas pedagógicas em escolas quilombolas é a ênfase na interdisciplinaridade e na educação contextualizada. Como destaca Fernandes (2017), “as escolas quilombolas buscam estabelecer conexões entre os conteúdos curriculares e a realidade vivenciada pelos estudantes, promovendo uma aprendizagem significativa e relevante.”

No entanto, apesar dos esforços empreendidos, as práticas pedagógicas em escolas quilombolas ainda enfrentam desafios significativos. A falta de materiais didáticos específicos, a formação inadequada de professores e as dificuldades de adaptação curricular são alguns dos obstáculos apontados pela literatura (Barros, 2016).

Além das práticas pedagógicas, as escolas quilombolas também se destacam por promoverem atividades extracurriculares que reforçam a valorização da cultura local e o fortalecimento dos laços comunitários. Estas atividades muitas vezes incluem festivais culturais, encontros comunitários, oficinas de artesanato e visitas a locais de interesse histórico para as comunidades quilombolas. Tais iniciativas não apenas enriquecem a experiência educacional dos alunos, mas também contribuem para a preservação e promoção da cultura quilombola (Silva, 2009).

É importante ressaltar que as práticas pedagógicas e culturais em escolas quilombolas não se limitam apenas ao ambiente escolar, mas se estendem para além dos muros da instituição. Muitas vezes, as comunidades quilombolas atuam como verdadeiros espaços de aprendizagem, onde os conhecimentos são compartilhados de forma informal entre gerações, e onde as tradições são vivenciadas e celebradas no cotidiano (Nascimento, 2013).

No entanto, é fundamental que as práticas pedagógicas e culturais em escolas quilombolas sejam reconhecidas e valorizadas não apenas no âmbito local, mas também nas políticas educacionais em nível nacional. Conforme aponta Fernandes (2017), “é necessário que as políticas públicas reconheçam e apoiem as práticas pedagógicas e culturais em escolas quilombolas, garantindo recursos e apoio técnico para sua implementação.”

Ainda, é relevante destacar que as práticas pedagógicas e culturais em escolas quilombolas também têm um impacto significativo na construção da identidade dos alunos. Ao valorizar suas raízes culturais, língua, tradições e modos de vida, tais práticas contribuem para o fortalecimento da autoestima e do pertencimento dos estudantes às suas comunidades (Barros, 2016). Essa conexão entre a educação formal e a cultura local é fundamental para que os alunos se sintam representados e engajados no processo educacional.

Ademais, é essencial ressaltar que as práticas pedagógicas e culturais em escolas quilombolas não apenas beneficiam os alunos, mas também promovem o reconhecimento e a valorização da diversidade cultural na sociedade como um todo. Ao proporcionar um espaço para o compartilhamento e a celebração das tradições quilombolas, tais práticas contribuem para o combate ao racismo, à intolerância e à exclusão social, promovendo a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva (Silva, 2009).

No entanto, para que as práticas pedagógicas e culturais em escolas quilombolas alcancem todo o seu potencial transformador, é necessário enfrentar alguns desafios. Entre eles, destaca-se a necessidade de ampliar o acesso a recursos educacionais e culturais adequados, como materiais didáticos, espaços de aprendizagem e atividades extracurriculares, de forma a garantir a qualidade e a abrangência dessas práticas (Oliveira, 2019).

Além disso, é fundamental investir na formação continuada de professores, capacitando-os para desenvolver abordagens pedagógicas sensíveis à diversidade cultural e para integrar os conhecimentos e saberes locais ao currículo escolar (Fernandes, 2017). A valorização da cultura quilombola não deve ser vista como um complemento ao ensino, mas sim como uma parte integral do processo educacional.

2.5 Perspectivas e Recomendações para a Gestão Escolar em Escolas Quilombolas

Ao considerarmos as perspectivas futuras e recomendações para a gestão escolar em escolas quilombolas, é fundamental destacar a importância de políticas públicas que reconheçam e valorizem a diversidade cultural e as especificidades das comunidades quilombolas (Almeida, 2011). É necessário que tais políticas promovam a equidade educacional, garantindo o acesso universal à educação de qualidade e respeitando os direitos culturais das comunidades quilombolas (Nascimento, 2013).

Uma das principais recomendações para a gestão escolar em escolas quilombolas é a promoção da participação ativa das comunidades no processo educativo. Conforme destacado por Cavalvanti e Carvalho (2021), “a participação da comunidade quilombola na gestão escolar é essencial para garantir que as decisões tomadas estejam alinhadas com as necessidades e aspirações da comunidade.” Isso inclui a criação de espaços de diálogo e consulta, nos quais os membros das comunidades quilombolas possam contribuir com suas perspectivas e conhecimentos na definição das políticas educacionais.

Além disso, é fundamental investir na formação continuada de professores, capacitando-os para atuar de forma sensível à diversidade cultural e às especificidades das comunidades quilombolas (Fernandes, 2017). Isso inclui o desenvolvimento de estratégias pedagógicas que valorizem os saberes locais, promovam a interculturalidade e estimulem a autonomia dos estudantes.

Outra recomendação importante é o fortalecimento do vínculo entre a escola e a comunidade, por meio da realização de projetos e atividades que envolvam os moradores locais e valorizem a história e cultura quilombola (Silva, 2009). Essa integração entre a escola e a comunidade contribui para a construção de uma identidade escolar quilombola sólida e para o desenvolvimento de um senso de pertencimento por parte dos estudantes.

Ademais, é importante considerar a necessidade de políticas de financiamento adequadas para as escolas quilombolas, garantindo recursos suficientes para a melhoria da infraestrutura, a aquisição de materiais didáticos específicos e o desenvolvimento de projetos pedagógicos inovadores (Barros, 2016). Investimentos financeiros consistentes são essenciais para viabilizar a implementação das recomendações mencionadas anteriormente e para promover uma educação de qualidade e inclusiva nessas instituições.

Além disso, é relevante destacar a importância da articulação entre diferentes esferas governamentais, organizações da sociedade civil e comunidades quilombolas na formulação e implementação de políticas educacionais eficazes (Nascimento, 2013). A colaboração entre esses atores pode facilitar o acesso a recursos, a troca de experiências e o desenvolvimento de estratégias conjuntas para enfrentar os desafios da gestão escolar em escolas quilombolas.

Outro aspecto a ser considerado é a necessidade de monitoramento e avaliação contínuos das políticas e práticas educacionais voltadas para as comunidades quilombolas (Almeida, 2011). A coleta de dados e indicadores específicos sobre o desempenho acadêmico, a frequência escolar e a satisfação dos alunos e suas famílias pode fornecer insights valiosos para aprimorar a gestão escolar e garantir a efetividade das intervenções realizadas.

Por fim, é fundamental que as perspectivas e recomendações para a gestão escolar em escolas quilombolas sejam baseadas em princípios de justiça social, equidade e respeito aos direitos humanos (Silva, 2009). É necessário reconhecer o legado de discriminação e exclusão enfrentado pelas comunidades quilombolas ao longo da história e adotar medidas afirmativas que visem reparar essas injustiças e promover a igualdade de oportunidades no campo educacional. Somente dessa forma será possível construir escolas verdadeiramente inclusivas e transformadoras para as comunidades quilombolas.

3 METODOLOGIA

A metodologia adotada para esta revisão de literatura exploratória e qualitativa baseou-se na busca sistemática de artigos e estudos relevantes sobre o tema da gestão escolar em escolas quilombolas, utilizando as bases de dados PubMed, Scielo e Google Acadêmico. A seleção das referências considerou um período de análise dos últimos 20 anos, visando abranger a produção acadêmica mais atualizada sobre o assunto.

Para garantir a relevância e a qualidade dos estudos incluídos na revisão, foram estabelecidos critérios de inclusão e exclusão. Os critérios de inclusão envolveram estudos que abordassem especificamente a gestão escolar em escolas quilombolas, tanto no contexto brasileiro quanto em outros países, e que oferecessem insights, análises ou recomendações relevantes para o entendimento do tema. Por outro lado, foram excluídos estudos que não estivessem diretamente relacionados à gestão escolar em escolas quilombolas, que fossem duplicados ou que não estivessem disponíveis integralmente.

A coleta de dados foi realizada de maneira organizada, com a utilização de termos de busca específicos relacionados ao tema, tais como “gestão escolar”, “escolas quilombolas”, “educação quilombola”, entre outros. Após a identificação inicial dos estudos, foram revisados os títulos e resumos para avaliação de sua relevância de acordo com os critérios estabelecidos. Os artigos selecionados foram então lidos na íntegra e suas informações relevantes foram extraídas e organizadas em categorias temáticas.

A análise dos dados seguiu uma abordagem qualitativa, com foco na identificação de padrões, tendências e insights emergentes nos estudos revisados. As informações foram sintetizadas e interpretadas de forma a fornecer uma compreensão abrangente das práticas, desafios, perspectivas e recomendações relacionadas à gestão escolar em escolas quilombolas. Por fim, os resultados foram apresentados de maneira clara e concisa, apoiados por citações e referências pertinentes, a fim de contribuir para o avanço do conhecimento sobre o tema e subsidiar futuras pesquisas e intervenções na área.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A revisão de literatura sobre a gestão escolar em escolas quilombolas revelou uma série de percepeções relevantes que contribuem para uma compreensão mais abrangente desse tema complexo e multifacetado. Um dos principais resultados encontrados é a diversidade de desafios enfrentados por essas instituições, que vão desde questões estruturais até questões relacionadas à identidade cultural e participação comunitária (Almeida, 2011; Nascimento, 2013).

Em relação aos desafios estruturais, muitos estudos destacaram a falta de infraestrutura adequada nas escolas quilombolas, incluindo problemas como salas de aula precárias, falta de materiais didáticos e ausência de espaços para atividades extracurriculares (Fernandes, 2017). Essas condições precárias podem impactar negativamente no processo de ensino-aprendizagem e no bem-estar dos alunos, comprometendo a qualidade da educação oferecida.

Além disso, a formação inadequada de professores para lidar com a diversidade cultural presente nas comunidades quilombolas emergiu como um desafio significativo. Muitos estudos apontaram a necessidade de investir na capacitação dos docentes para desenvolverem práticas pedagógicas sensíveis à diversidade cultural e para integrarem os saberes locais ao currículo escolar (Barros, 2016; Oliveira, 2019).

Outro aspecto relevante discutido nos estudos é a importância da participação comunitária na gestão escolar em escolas quilombolas. A falta de representatividade e de espaços de decisão para as comunidades quilombolas nas instâncias educacionais foi identificada como uma barreira para uma gestão mais democrática e inclusiva (Cavalvanti e Carvalho, 2021). A promoção da participação ativa das comunidades no processo educativo foi apontada como fundamental para garantir que as decisões tomadas estejam alinhadas com as necessidades e aspirações locais.

No que diz respeito às perspectivas futuras e recomendações para a gestão escolar em escolas quilombolas, os estudos revisados apontam para a necessidade de políticas públicas mais inclusivas e sensíveis à diversidade cultural. A valorização da cultura local, o fortalecimento do vínculo entre escola e comunidade, o investimento em formação de professores e a promoção da participação comunitária foram apontados como aspectos-chave para o avanço da gestão escolar nessas instituições (Silva, 2009; Fernandes, 2017).

Além dos aspectos já mencionados, é importante considerar a necessidade de uma abordagem culturalmente sensível na gestão escolar das instituições quilombolas. Como apontado por Oliveira (2019), a valorização da cultura local não deve ser apenas uma questão de conteúdo curricular, mas deve estar incorporada em todas as dimensões da vida escolar, incluindo a gestão administrativa e pedagógica. Isso implica em reconhecer e respeitar as tradições, saberes e práticas das comunidades quilombolas em todos os aspectos da gestão escolar.

A valorização da identidade cultural quilombola também está intimamente ligada à promoção de uma educação emancipatória e crítica. Conforme ressaltado por Fernandes (2017), as escolas quilombolas têm o desafio de oferecer uma educação que não apenas transmita conhecimentos acadêmicos, mas também empodere os alunos para que possam enfrentar as injustiças sociais e contribuir para a transformação de suas comunidades. Nesse sentido, a gestão escolar desempenha um papel fundamental ao criar condições para o desenvolvimento de práticas pedagógicas que estimulem o pensamento crítico e a reflexão sobre a realidade local.

Outro ponto relevante de discussão é a necessidade de políticas de financiamento específicas para as escolas quilombolas. Como afirmado por Barros (2016), a falta de recursos financeiros adequados é um dos principais obstáculos enfrentados por essas instituições, o que limita sua capacidade de investir em infraestrutura, formação de professores e atividades extracurriculares. Portanto, é fundamental que o Estado reconheça essa realidade e destine recursos suficientes para garantir uma educação de qualidade nas escolas quilombolas.

Por fim, é importante destacar que a gestão escolar em escolas quilombolas deve ser pensada de forma integrada e contextualizada, levando em consideração as especificidades de cada comunidade e o contexto socioeconômico e cultural em que estão inseridas. Conforme mencionado por Silva (2009), é necessário reconhecer a diversidade existente dentro das próprias comunidades quilombolas e promover uma gestão escolar que seja sensível a essas diferenças e que busque atender às necessidades de todos os alunos de forma equitativa.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao finalizar esta revisão de literatura sobre a gestão escolar em escolas quilombolas, torna-se evidente a complexidade e a importância desse tema para a promoção de uma educação inclusiva e de qualidade. Os resultados e discussões apresentados destacam a diversidade de desafios enfrentados por essas instituições, que vão desde questões estruturais até questões relacionadas à identidade cultural e participação comunitária.

Ficou claro que a falta de infraestrutura adequada, a formação inadequada de professores, a carência de recursos financeiros e a ausência de espaços de participação comunitária são alguns dos obstáculos que precisam ser enfrentados para garantir uma gestão escolar eficaz e uma educação de qualidade para os alunos quilombolas.

No entanto, apesar dos desafios, os estudos revisados também apontam para perspectivas e recomendações promissoras para o avanço da gestão escolar em escolas quilombolas. A valorização da cultura local, o fortalecimento do vínculo entre escola e comunidade, o investimento em formação de professores e a promoção da participação comunitária emergem como aspectos-chave para garantir uma educação mais inclusiva e sensível à diversidade cultural.

Nesse sentido, é fundamental que as políticas públicas educacionais reconheçam e valorizem a diversidade cultural das comunidades quilombolas, garantindo recursos financeiros, formação continuada de professores e espaços de participação comunitária. Somente por meio de uma abordagem colaborativa e inclusiva será possível superar os desafios e construir escolas verdadeiramente inclusivas e transformadoras para os alunos quilombolas.

Portanto, este trabalho reforça a importância de continuar avançando no debate e na implementação de políticas e práticas educacionais que promovam a equidade, a justiça social e o respeito à diversidade cultural das comunidades quilombolas. Ao reconhecer e valorizar o legado cultural e histórico dessas comunidades podermos contribuir para a construção de uma sociedade mais igualitária e democrática, onde todos tenham acesso a uma educação de qualidade e que respeite suas identidades e saberes construídos por cada comunidade quilombola.

REFERÊNCIAS

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[1]Graduado em Pedagogia pela Unidade Acadêmica de Garanhuns, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Especialização em Gestão e Coordenação Pedagógica, Universidade de Pernambuco. Mestre em Educação pelo Programa de Pós – Graduação em Educação (PPGE/ – UPE/CMN). E-mail: geovanegigiu@hotmail.com

[2]Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação em Formação de Professores e Práticas Interdisciplinares (PPGFPPI). E-mail: flavia.fernandes@upe.br