CONSEQUÊNCIAS DOS ESTIGMAS ASSOCIADOS AO HIV/AIDS

CONSEQUENCES OF STIGMA ASSOCIATED WITH HIV/AIDS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10202319


Heloisa Dos Santos Gottardi
Isabella Silva Machado
Maria Eduarda Santos Araujo
André Di Carlo Araujo Duarte


RESUMO

O texto enfatiza a importância não apenas do tratamento médico, mas também do apoio social, da educação contínua e do respeito aos direitos humanos no contexto do HIV/AIDS. Pessoas enfrentam várias formas de vulnerabilidade relacionadas ao HIV/AIDS, incluindo falta de informação, baixa autoestima, medo, ansiedade, depressão e dificuldade de acesso a serviços de saúde. A saúde mental desempenha um papel crucial na comunicação e no bem-estar geral. Gerando Intervenções eficazes para aumentar a compreensão sobre o HIV, tanto para estudantes quanto para profissionais de saúde em exercício, a enfermagem trabalhando uma abordagem preventiva que pode reduzir a incidência de transmissão do HIV, especialmente entre casais soro discordantes, O apoio social e a humanização do cuidado desempenham um papel crucial, especialmente considerando a AIDS como uma doença crônica controlável

Palavras-chave: Enfermagem. HIV. AIDS. Promoção e Saúde. Saúde Mental . Terapia Antirretroviral

ABSTRACT

The text emphasizes the importance not only of medical treatment but also of social support, continuous education, and respect for human rights in the context of HIV/AIDS. People face various forms of vulnerability related to HIV/AIDS, including lack of information, low self-esteem, fear, anxiety, depression, and difficulty accessing healthcare services. Mental health plays a crucial role in communication and overall well-being. Generating effective interventions to increase understanding of HIV, both for students and practicing healthcare professionals, nursing is working on a preventive approach that can reduce the incidence of HIV transmission, especially among serodiscordant couples. Social support and the humanization of care play a crucial role, especially considering AIDS as a manageable chronic disease.

Keywords: Nursing. HIV. AIDS. Promotion and Health. Mental Health. Onusida. Antiretroviral Therapy

1. INTRODUÇÃO

O vírus da Imunodeficiência Humana, mais conhecido como HIV, que pode desencadear a doença chamada Aids). O vírus foi uma grande ameaça na década de 80, onde o número de infectados pela doença foi uma causa alarmante, tornado o vírus uma epidemia mundial (LOBO; LEAL, 2020). Pessoas que vivem com HIV, em sua maioria, são jovens e solteiros que possuem muitos parceiros sexuais, facilitando o aumento da transmissão (FIGUEIREDO etal., 2020).

A saúde mental está fortemente associada ao bem estar da pessoa que vive com HIV (NOGUEIRA etal., 2019), sendo assim de grande importância o rastreamento de doenças como a ansiedade, visando tratamentos terapêuticos e não medicamentosos (FARIAS etal., 2022). Os estigmas associados ao HIV estão presentes nas várias esferas socioeconômicas no mundo (EKSTRAND et al., 2020), principalmente por profissionais da saúde, que em muitos casos recusam prestar os cuidados necessários a quem vive com HIV (SHI; CLEOFAS, 2023).

Com a revelação do diagnóstico positivo da doença, iniciam – se os estigmas sociais, religiosos e psicológicos, levando a doenças como depressão e ansiedade (CORREIA et al., 2023). E utilizado como principal método medicamentoso a terapia antirretroviral, que tem níveis de adesão baixos pois, pessoas que vivem com HIV enfrentam desafios relacionados a estigmatização da doença e complexidades do tratamento (FIGUEIREDO etal., 2020).As terapias complementares são usadas como método não medicamentoso, a fim de que, a pessoa que vive com HIV tenha apoio psicológico para lidar com os estigmas e problemas cotidianos que o vírus pode trazer (FARIAS etal., 2022).

E fato que o estigma associado ao HIV impede que os infectados tenham acesso ao tratamento e a informações pertinentes sobre a doença (EKSTRAND etal., 2020). E importante que as pessoas que vivem com HIV tenham apoio psicossocial durante a adesão do tratamento para que o bem estar seja preservado (NOGUEIRA et al., 2019).

O enfermeiro, a fim de eliminar o estigma dentro dos serviços de saúde, deve realizar ações educativas a fim de que os outros profissionais sejam conscientizados dos cuidados que devem prestar a pessoas que vivem com HIV. A criação de estratégias para adesão ao tratamento, apoio psicossocial são papeis importantes que o enfermeiro deve desempenhar (CORREIA et al., 2023).

2. MATERIAL E MÉTODOS

Foi utilizado o método de levantamento de dados por meio de artigos literários, realizando buscas nas seguintes bases de dados: Scielo, PubMEd, Lilacs, Biblioteca Virtual (BVS). A pesquisa resultou em artigos científicos, com levantamento bibliográfico em revisão exploratória, descritiva, explicativa.

Para a busca dos artigos, foram selecionados os seguintes descritores e suas combinações nas línguas portuguesa e inglesa: “enfermagem”, “HIV”, “promoção e saúde”, “saúde mental” e “terapia antirretroviral”.

Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: artigos em banco de dados nos últimos cinco anos, artigos que concordam com os objetivos específicos do presente trabalho. Utilizando os seguintes filtros: atitude do pessoal de saúde, preconceito, atenção primária a saúde, assistência centrada no paciente, adesão a medicação, estigma social, qualidade de assistência à saúde. Foram encontrados 432 artigos, e apenas 21 artigos foram selecionados.


3. RESULTADOS

TABELA DE RESULTADOS
AUTORANOTÍTULOREVISTACONCLUSÃO
Patrício, A; Silva, I; Ferreira, M; Rodrigues, Silva, R; Nascimento, J; Silva, R.2019Depressão, autoestima, expectativa futura e esperança de vida de pessoas com HIVRevista Brasileira de Enfermage m, volume: 72, número 5A análise foi realizada por meio de uma pesquisa transversal em portadores de HIV/AIDS a fim de analisar depressão, autoestima e expectativa de vida futuramente. Concluiu- se que deve se estimular a atenção de gestores e enfermeiros para tornar-se de fácil acesso os serviços de saúde que se atentem com a saúde mental de pessoas que vivem com HIV/AIDS contribuindo para a adesão do tratamento e bem estar do portador
Monteiro ; Nascimento, B ; Nascimento, A; Brasil, E; Carvalho, A.2022Grupo Educativo Sobre Infecções Sexualment e Transmissív eis em Serviços de saúde Mental: Um Relato de ExperiênciaRevista Enfermage m AtualÉ exposto a pratica vivida por acadêmicos de enfermagem sobre a temática de ações de educação em saúde em usuários de substancias psicoativas, com a abordagem prioritária em HIV/AIDS e sífilis. Após o estudo foi visto que o público estava mais consciente sobre tais IST’s. Vale a ressalva da relevância na vivencia acadêmica de tais projetos, pois a educação em saúde e saúde mental não e tão direcionada em algumas esferas econômicas.
Shi, C; C, J.2023Percepções e experiência s de estudantes de enfermage m no cuidado de pessoas que vivem com HIV/AIDS: um estudo qualitativoBMC Med Educ.O estudo mostra as experiências, motivações e comportamentos dos alunos de enfermagem frente a pessoas que vivem com HIV/AIDS. O intuito do e verificar como os alunos de enfermagem se portaram frente a pessoas que vivem com HIV e como eles prestaram a assistência necessária aos pacientes. Com a conclusão do estudo e possível observar nos alunos mudanças favoráveis em suas atitudes, que contribuíram significativamente para uma melhora na realização da assistência prestada.
Correia, D; Santos, F; Silva, A; Silva, V; Souza, P; Silva, J; Bandeira, G; Araújo, V.2023Capacidade de enfrentame nto do paciente diagnostica do com hiv/aidsArquivo Ciências de Saúde UNIPARE apresentado a estratégia de enfrentamento por meio do diagnóstico de enfermagem de “Enfrentamento Eficaz”, visando identificar possíveis falhas dos profissionais da Enfermagem. Por meio de um estudo transversal e descritivo foram coletados os dados de pessoas que vivem com HIV/AIDS, tendo o resultado de que os profissionais enfermeiros tem dificuldades no assunto de enfrentamento como diagnostico de enfermagem. O estudo imputa de forma significativa a assistência de enfermagem prestada em pessoas que vivem com HIV/AIDS, aconselhando – se o desenvolvimento de estudos em pessoas que vivem com HIV/AIDS para verificar possíveis modificações na assistência prestada.
Huq, K; Moriyama, M; Harris, E; Shirin, H; Rahman, M.2019Avaliação do conhecimen to e atitude dos enfermeiros em relação aos pacientes infectados pelo HIV em BarbadosJ Int Assoc fornece cuidados para AIDS.A tentativa de avaliar os conhecimentos e posicionamentos dos profissionais da saúde acerca de pessoas que vivem com HIV, foi realizado um estudo transversal que coletou dados de enfermeiros. A inclusão de tópicos referentes ao HIV na educação continuada no local de trabalho dos profissionais de saúde seria uma forma de melhora na qualidade do atendimento prestado, tendo a necessidade de orientar os enfermeiros a respeito da pratica do cuidado em pessoas que vivem com HIV.
Ekstranda, M; Rajb, T; Heylena, E; Nybladec, L; Devdassb, D; Pereira, M; Mazura, A; Srinivasand, Ki.2021Reduzindo o estigma do HIV entre os prestadores de cuidados de saúde na Índia usando uma intervenção parcialment e administrad a por comprimido s: o ensaio DriStiCuidados com a AIDSO estigma do HIV e um dos principais impedimentos para realização de testes, divulgação, e da procura por adesão ao tratamento do HIV. Em várias culturas foi visto que o estigma causa sofrimento psicológico, profissionais de saúde também podem ter correlação ao estigma transmitindo medo e fatores errados relacionados ao vírus e doença.
Ukoha, W; Dube, M.2019Conhecime nto e atitude dos estudantes de enfermage m de cuidados de saúde primários em relação à prestação de cuidados pré- concepcion ais em KwaZulu- NatalAfr J Prim Health Care Fam MedPara descrever o entendimento de alunos de enfermagem sobre a Atenção Primária em Saúde em relação do CAPS. Os alunos de enfermagem tinham posturas e entendimentos bons em relação ao CAPS, porém, mas a falta de recursos faz com que muitas intervenções sejam mais difíceis de se realizar, sendo necessário recursos para implementação de projetos.
Figueiredo, M; Patrício, A; Silva, D; Leite, Maria; Santos, J; Rodrigues, B; Silva, R.2020Sofrimento mental, desesperan ça e adesão a terapia antirretrovir al de pessoas com HIV/AIDS.Rev. Min. Enferm. vo l.24Realizada uma pesquisa em pessoas que vivem com HIV/AIDS a fim de analisar desesperança e sofrimento mental Está informação torna- se inestimável, pois auxilia muito no desenvolvimento de operações de resgate e reabilitação, mostrando acesso aos serviços de multidiciplinar que se atentem com a saúde mental de pessoas que vivem com HIV/AIDS contribuindo para a eficácia do tratamento.
Lobo, Â; Leal, M.2020A revelação do diagnóstico de HIV/Aids e seus impactos psicossociai sRev. Psicol., Divers. Saúde ; 9(2):174- 189Esta pesquisa visa expandir conceitos clínicos sobre a transmissão de más notícias, questionando inicialmente as formas de mecanismo de defesa, tendo como método o modelo SPIKES, ajudando na compreensão e resultado do tratamento.
Maia, É.2018Práticas de cuidado dos profissionais de saúde na assistência domiciliar terapêutica em hiv/aidsColeciona SUSFeita pesquisa de análise dos cuidados multidisciplinar em assistência domiciliar terapêutica (ADT), tendo escuta total e ciência da situação, para melhor solução e maior cuidado com portadores do HIV/AIDS.
Farias, O; Costa, A; Galvão, M; Moreira, M; Cardoso, L; Silva, V.2022Terapias complement ares para manejo de ansiedade em pessoas com HIV: revisão sistemáticaActa Paul EnfermEstudo mostra eficácia em tratamento de ansiedade em pacientes soropositivos de HIV, melhorando aspecto de vida com atividades físicas e psicomotoras.
Nogueira, L; Pellegrino, P; Silvia, A; Inoue, R; Marqueze, E.2019Transtornos Mentais Comuns estão associados a maior carga viral em Pessoas Vivendo com HIVV. 43, N. 121, P. 464-476Transtornos Mentais Comuns tendo ligação ao HIV necessitam de um dignóstico rápido para melhor tratamento.
Lee, H; Kim, D; Kwon, M.2019Fatores associados ao estigma e discriminaçã o relacionado s ao HIV /AIDS por profissionais médicos na CoreiaNigerian Journal of Clinical Practice.O preconceito com o HIV por parte dos profissionais médicos, tem afetado a qualidade do atendimento dos portadores, é necessário que sejam feitas ações que promovam conhecimento sobre a infecção e o tratamento do HIV, como seminários e workshops, para abater o medo de contrair o vírus e melhorar a prestação de serviço nos postos de tratamento.
Lobo, A; Santos, A; Pinto, L; Rodrigues, S; Barros, L; Lima, M.2018Representa ções sociais de mulheres frente a descoberta do diagnóstico do HIV.Revista online de pesquisaO momento da descoberta do HIV gera muitos sentimentos negativos nas portadoras, além de mudanças no modo de viver, esses sentimentos são reflexo da falta de informação da sociedade, tabus e estigmas criados que afetam as condições de vida das mulheres que vivem com o virus, o isolamento e preconceito das pessoas.
Souza, R; Santos, A; Carvalho, A; Lima, V.2021Viver com hiv/aids: impactos do diagnóstico para usuários atendidos em um serviço de referência.Revista online de pesquisaApós receber o diagnóstico de HIV muitos sentimentos são despertados, neste estudo observou-se medo da morte, surpresa, culpa, vontade de morrer associada a sintomas depressivos. Esses sintomas são causados devido a abandono familiar, preconceito, medo de ser rejeitado por parceiros sexuais, abandono da vida sexual também está relacionado, devido a insegurança de contar ao parceiro que possui HIV.
Relf, M; Holzemer, W; Holt, L; Nyblade, L; Caiola, C.2021Uma revisão do estado da ciência sobre o HIV e o estigma: contexto, conceituaçã o, medição, intervençõe s, lacunas e prioridades futurasPubMed CentralO estigma está enraizado na história, e ao longo da última década, foram desenvolvidas muitas intervenções sobre o estigma, mas ainda permanecem muitas barreiras, e afetam diretamente a qualidade do atendimento e do tratamento das pessoas que vivem com HIV.
Machowska, A; Bamboria, B; Sharma, C.2020Impacto dos “workshops de redução do estigma relacionado ao HIV” no conhecimen to e atitude de profissionais de saúde e estudantes na Índia Central: um estudo de intervenção pré-teste e pós-teste.PubMed CentralAumentar o conhecimento das pessoas sobre o HIV com workshops, é uma intervenção breve e de baixo custo mas com um reflexo positivo na adesão ao tratamento e redução do estigma dos profissionais de saúde e estudantes, gerando um aumento na qualidade do atendimento.
Marques, S; Oliveira, D; Cecilio, H; Silva, C; Sampaio, L; Silva, V.2020Avaliação da qualidade de vida de pessoas vivendo com HIV/AIDS:Revista enfermage m UERJ revisão integrativaA investigação visa compreender os factores que influenciam a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV. O construto qualidade de vida é imbuído de significado orque facilita a identificação de aspectos que interferem na qualidade de vida, Apoiar o desenvolvimento de estratégias que visem reduzir os danos a este grupo social. Eles são configurados como Políticas e ações destinadas a reduzir desigualdades e vulnerabilidades de grupos populacionais Pode interferir nos esforços para prevenir, combater e tratar o HIV. Instrumentos que medem a qualidade de vida fornecem um meio de captar o bem- estar e as percepções dos sujeitos Sobre sua vida. No entanto, deve-se notar que estas ferramentas são construídas através de meios quantitativos, onde o domínio Pontuações diferentes têm a mesma pontuação, o que pode resultar em resultados muito positivos e/ou Negativo.
Suto, C; Oliveira, J; Paiva, M2018Representa ções Sociais de Profissionai s de Saúde sobre a Síndrome da Imunodefici ência AdquiridaScieloO preconceito dos profissionais de saúde interferem de forma direta no atendimento a pessoas que vivem com HIV/AIDS, é necessário que seja promovidas ações que espalhem conhecimento sobre o tratamento, esclarecimento de dúvidas, e que seja implementado na educação formal e continuada.
Silva, R; Abreu, P; Araújo, E; Santana, A; Sousa, J; Lyra, J; Santos, C.2020Vulnerabilid ade na saúde de jovens mulheres trans que vivem com HIV/AIDSScieloA falta de conhecimento sobre o vírus HIV, faz com que as pessoas que vivemcom HIV fiquem muito mais vulneráveis, devido a insuficiência de informações e conhecimento sobre o vírus, juntamente com o despreparo da equipe especializada da Atenção primária, não possível promover um atendimento de qualidade a essas pessoas. O preconceito rodeia muito as mulheres trans, por vários tabus e estigmas relacionados ao HIV e a prostituição.
Fairall, l; Petersen, I; Zani, B; Folb, Ni; Georgeu-pepper, D; Selohilwe, O; Petrus, R; Mntambo, N; Bhana, A; Lombard, C; Bachmann, M; Lund, C; Hanass- hancock, J; Chisholm, D; Mccrone, P; Carmona, S; Gaziano, T; Levitt, N; Kathree, T; Thornicroft, G.2018Cuidados colaborativo s para a detecção e tratamento da depressão entre adultos recebendo terapia antirretrovir al na áfrica do sul: protocolo de estudo para o ensaio clínico randomizad o cobaltTrialsO ensaio CobALT, é um estudo destinado a avaliar a eficácia e a relação custo-eficácia de intervenções externas para a redução do impacto da depressão em adultos que estão em tratamento anti- retroviral (TARV) para o HIV/AIDS . O estudo se baseia na expansão do tratamento anti- retroviral, que tem transformado o HIV/ADIS de uma condição fatal em uma condição crônica. No entanto, a coexistência de depressão e outras comorbidades se tornou um desafio significativo no tratamento e gestão da saúde de pessoas com HIV/AIDS.

4. DISCUSSÃO

O HIV é uma ameaça epidemiológica mundial, sendo um grande desafio para a redução da transmissão (PATRÍCIO et al., 2019). A faixa etária de infectados com HIV/Aids é de pessoas de jovens, solteiros, sendo a maioria dos casos em pessoas do sexo masculino. Pessoas com muitos parceiros sexuais, tem maiores riscos de infecção por HIV/AIDS, sendo, a grande maioria com perfil econômico e escolaridade baixos (FIGUEIREDO et al., 2020).

O diagnóstico positivo da doença é enfrentado de forma negativa por muitas pessoas que vivem com o vírus, enfrentando diferentes estigmas sociais, religiosos, mentais e físicos, ocasionando no portador, depressão, ansiedade e reações adversas ao tratamento (CORREIA et al., 2023). A Terapia Antirretroviral é o principal método de tratamento do HIV, porém, há dificuldades das pessoas que vivem com HIV em relação a adesão do tratamento. A relação entre a quantidade de medicamentos, abalo psíquico, medo e exclusão social estão associados a má adesão (FIGUEIREDO et al., 2020).

Os direitos humanos são essenciais para o acesso ao tratamento, diagnóstico e prevenção HIV/Aids, a desobediência dos direitos humanos pode ocasionar no crescimento do processo de transmissão do vírus. Pessoas que vivem com HIV enfrentam preconceito e estigma, negligenciam a procura do tratamento e serviços médicos. A necessidade dos direitos humanos na pandemia de HIV/Aids é destacada na A Declaração UNGASS (Declaração de Compromisso Sobre o HIV/aids) que realça a importância de que o preconceito precisa ser extinto e os direitos humanos sejam desfrutados por pessoas que vivem com HIV. O Brasil tem uma luta diária contra o HIV, tendo como princípios equilíbrio, dignidade, contraste as diversidades. Operando para mudanças éticas, diferenças sociais e preconceito (MAIA,2018).

O estigma relacionado ao HIV por parte de profissionais médicos pode levar a consequências negativas, como recusa de tratamento pelas pessoas que vivem com HIV, e a má qualidade dos serviços de saúde prestados e os direitos dos pacientes à saúde. (LEE etal., 2019)

O estigma é reconhecido como uma barreira mundial, onde em todas as culturas foi percebido um sofrimento psicológico, que dificulta o acesso a testes, procura por tratamento e divulgação de informação. O estigma instrumental está relacionado ao errado conceito de transmissão do vírus e preocupação de aquisição do HIV no local de trabalho, já o estigma simbólico são atitudes de preconceito com grupos marginalizados como profissionais do sexo e usuários de drogas (EKSTRAND et al., 2020)

Segundo (LOBO; LEAL, 2020) pessoas que vivem com HIV tendem a ter uma melhor adesão ao tratamento, quando tem apoio de familiares e amigos. Um grande fator que facilita na capacidade de cuidar dos sentimentos negativos e positivos e a saúde mental, que facilita a comunicação individual e coletiva (MONTEIRO et al., 2022). É importante que a saúde mental tenha sua relevância em relação as ações não medicamentosas, tendo em vista a evolução do bem estar do paciente (NOGUEIRA et al., 2019). A terapia é um método terapêutico para o controle da ansiedade, utilizando não só do apoio de psicólogos (FARIAS etal., 2022).

Depressão é um diagnóstico comum entre as pessoas que vivem com HIV, os sintomas incluem tristeza, falta de motivação, apatia e alterações no sono e na libido (SOUZA et al., 2021). Algumas mulheres expressam a ideia de que o diagnóstico de HIV/aids representa uma sentença de morte iminente, sentimentos negativos, como medo, tristeza, terror, surpresa, incredulidade, injustiça e (LÔBO et al., 2018). A depressão associada ao stress, aumenta a possibilidade de não adesão ao tratamento. O baixo índice de adesão ao tratamento se torna preocupando, visto que a terapia antirretroviral e importante para a redução da transmissão do vírus. (FAIRALL et al., 2018)

As diversas formas de vulnerabilidade que as pessoas enfrentam em relação ao HIV/AIDS incluem falta de informação qualificada, baixa autoestima, medo, ansiedade e dificuldade de acesso a serviços de saúde. As práticas sexuais inseguras e a exposição a ISTs são destacadas como fatores de risco, muitas mulheres transexuais recorrem ao trabalho sexual como principal fonte de renda devido à falta de oportunidades de emprego formal. Isso as coloca em uma posição de vulnerabilidade, pois podem estar sujeitas à violência e práticas sexuais inseguras (SILVA et al., 2020) É importante desde a graduação, que o enfermeiro em formação tenha conhecimento sobre o vírus HIV e a AIDS, e o preparo adequado para prestar uma assistência adequada a pessoas que vivem com HIV, sendo muitos deles relutantes e com reações negativas a prestação de cuidados (SHI; CLEOFAS, 2023). Tem se a importância de ações educativas que fazem a abordagem sobre o HIV fazendo com que o planejamento dos enfermeiros em criar estratégias de apoio e customizar o tratamento individualizado contendo pessoas de grande importância para pessoas que vive com HIV envolvidas sempre que possível (CORREIA etal., 2023).

O CobALT método utilizado na África do Sul, tem como objetivo fornecer provas da eficácia de cuidados colaborativos, avaliado as intervenções dos enfermeiros ao longo do tratamento antirretroviral, visando reforçar os cuidados e excluir lacunas da saúde mental junto a Organização Mundial da Saúde por meio de um curso de formação. E abordado por enfermeiros de forma colaborativa, utilizando cuidados primários, visando receber resultados positivos sobre a adesão da terapia antirretroviral. O CobALT permitiu avaliar que 2.000 adultos tiveram bons resultados após a adesão da terapia antirretroviral, reduzindo também os níveis de depressão. Durante a abordagem os enfermeiros destacam a importância de falar da saúde mental e assegurar os bons resultados obtidos pela terapia antirretroviral. (FAIRALL et al., 2018)

Um estudo realizado em Barbados com intuito de avaliar o conhecimento e as atitudes dos enfermeiros que cuidam de pacientes infectados pelo HIV, mostrou que enfermeiros com nível de educação mais elevado, mestrado por exemplo, demonstraram ter um conhecimento mais sólido sobre a prestação de cuidados e atitudes positivas a pacientes com HIV. A maioria dos enfermeiros sentiu que pessoas que vivem com HIV merecem respeito e sigilo sobre a sua condição. Uma parte dos enfermeiros demonstrou falta de conhecimento sobre medidas de segurança no trabalho, como a não reencaparem de agulhas e a falta de notificação de picadas de agulha. Isso pode aumentar os riscos ocupacionais e a disseminação do HIV. (MORIYAMA et al. 2019).

O estudo de (MACHOWSKA et al., 2020), constatou que, inicialmente, tanto os profissionais de saúde em exercício quanto os estudantes de cuidados de saúde tinham níveis inadequados de conhecimento sobre o HIV. Isso indica que havia falta de compreensão sobre o HIV entre esses grupos. Após a intervenção educacional, houve uma melhoria significativa nos níveis de conhecimento em todos os grupos de participantes. Isso sugere que as intervenções educacionais foram eficazes em aumentar a compreensão do HIV. Os estudantes podem ser mais receptivos à formação devido à sua disposição para identificar lacunas em seu conhecimento, enquanto os clínicos podem ter menos espaço para melhorar, pois já possuem um conhecimento adequado na área.

As intervenções estruturais podem desempenhar um papel importante na prevenção do HIV. Isso inclui intervenções que modificam o ambiente e influenciam as opções de escolha, como acesso à educação abrangente sobre saúde sexual, preservativos, seringas para pessoas que usam drogas, cuidados de saúde e habitação estável (RELF etal., 2021).

Segundo (UKOHA; DUBE, 2019) os cuidados pré-concepcionais são uma abordagem preventiva e holística que visa melhorar a saúde das pessoas em idade reprodutiva, neste estudo a maioria dos entrevistados concordou que esses cuidados podem reduzir a incidência de PCR positivo para o HIV e as probabilidades de adquirir o HIV entre casais soro discordantes.

O apoio social e a promoção do cuidado humanizado desempenham um papel importante nas representações sociais mais recentes da AIDS. Isso está alinhado com a perspectiva de que a AIDS é agora vista como uma doença crônica que pode ser controlada com tratamento adequado (SUTO et al., 2018).

4. CONCLUSÃO

A fim de analisar a forma como os portadores de HIV/aids se portam frente a sociedade durante a vida como infectados, foi possível identificar vários estigmas, relacionados ao vírus e a doença, estigmas esses que fazem com que as pessoas que vivem com HIV tenham rejeição a adesão do tratamento e que desenvolvam doenças psicológicas como depressão e ansiedade. Com o diagnóstico positivo da doença e importante que a pessoa que vive com HIV receba o apoio necessário para que essa fase de adesão ao tratamento possa ser realizada de forma mais breve o possível. Durante a pesquisa e indicado as terapias complementares, que entram como tratamentos menos medicamentosos fazendo com que a pessoa que vive com HIV aceite essa nova fase de sua vida de forma sutil.

Concluiu- se que a estigmatização relacionada ao HIV e o principal motivo para a má adesão ao tratamento antirretroviral, estigmas que começam dentro dos próprios serviços de saúde, onde profissionais da área da saúde prestam cuidados de forma exclusiva e errônea, ocasionando no distanciamento de pessoas que vivem com HIV dos serviços de saúde.

Permitiu – se avaliar que a falta de conhecimento dos enfermeiros durante a prestação de serviços a pessoas que vivem com HIV, faz com que os cuidados sejam mal executados, foi possível compreender que a educação continuada dos enfermeiros, possibilita um maior entendimento sobre o assunto, facilitando a criação de estratégias de combate a prevenção da doença. Foi identificado que na Espanha e na África do Sul são implementados programas de cuidados humanizados a fim de que os enfermeiros prestem os cuidados adequados as pessoas que vivem com HIV, fazendo com que a adesão ao tratamento seja maior e o bem estar sejam preservados.

A falta de material para pesquisa fez com que os campos de pesquisa fossem limitados, já que a falta de pesquisa sobre o assunto, faz com que os estigmas relacionados ao HIV não sejam combatidos. A pesquisa enfatiza que mundialmente existem programas para que sejam extintos os estigmas e para que os enfermeiros prestem a assistência ideal a pessoas que vivem com HIV, visando sempre o tratamento medicamentoso adequado, saúde mental e bem estar da pessoa que vive com o vírus ou doença.

REFERÊNCIAS

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