REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11200620
Adriana da Silva Neri de Oliveira1
Bruno Souza Urcino2
José Willian Aguiar3
Resumo: A parada cardiorrespiratória (PCR) é caracterizada pela interrupção brusca da circulação sistêmica e da respiração. Devido à redução de oxigênio e de nutrientes para os tecidos corporais, há maior risco de morte do indivíduo, o que torna a PCR uma grave emergência médica. Em nosso país há cerca de 1100 mortes por dia, o que chega a ser 46 por hora, uma pessoa morre a cada 90 segundos, de doenças cardiovasculares, dados que a Sociedade Brasileira de Cardiologia nós mostra através do cardiomêtro, mostrando que as doenças cardiovasculares são principal causa de mortes no Brasil, o que traz uma reflexão aos profissionais da saúde. Objetivo é identificar na literatura, a atuação do enfermeiro em vítimas de parada cardiorrespiratória, reconhecimento precoce de PCR, apresentar ações apropriadas de condutas de primeiros socorros e qual a conduta do enfermeiro em uma pós PCR. Metodologia: Trata de uma revisão bibliográfica, para a confecção deste artigo foi utilizado livros, artigos científicos nacionais e internacionais, sendo utilizados sites de buscas como BDENF, LILACAS, MEDLINE. Utilizamos as seguintes palavras de buscar: enfermeiro, Parada cardiorrespiratória. Reanimação Cardiopulmonar. Educação de enfermagem, usamos o seguinte critério, artigos entre os anos 2019 a 2024 em idioma portugues, após esses resultados da pesquisa realizamos leitura dos títulos e resumos, para desenvolvimento da pesquisa final. Conclusão: as doenças cardiovasculares ocupam o primeiro lugar em mortalidade no mundo, o enfermeiro é o profissional indispensável na equipe possuindo um papel de extrema relevância na assistência prestada, portanto, ressalta-se a necessidade da educação continuada, capacitações de Suporte Básico de Vida são indispensáveis, aumentando mais chance de sobrevida a vítima.
Palavras-chave: Enfermeiro. Parada cardiorrespiratória. Reanimação Cardiopulmonar. Educação de enfermagem.
Abstract: Cardiorespiratory arrest (CRA) is characterized by the sudden interruption of systemic circulation and breathing. Due to the reduction of oxygen and nutrients to body tissues, there is a greater risk of death for the individual, which makes CA a serious medical emergency. In our country there are around 1100 deaths per day, which amounts to 46 per hour, one person dies every 90 seconds, from cardiovascular diseases, data that the Brazilian Society of Cardiology shows us through the cardiometer, showing that cardiovascular diseases They are the main cause of deaths in Brazil, which gives health professionals pause. The objective is to identify in the literature, the role of nurses in victims of cardiorespiratory arrest, early recognition of CA, present appropriate first aid actions and what the nurse’s conduct is in a post-CA. Methodology: This is a bibliographic review. To prepare this article, books, national and international scientific articles were used, and search sites such as BDENF, LILACAS, MEDLINE were used. We used the following search words: nurse, cardiorespiratory arrest. Cardiopulmonary resuscitation. Nursing education, we used the following criteria, articles between the years 2019 and 2024 in Portuguese, after these research results we read the titles and abstracts, to develop the final research. Conclusion: cardiovascular diseases rank first in mortality in the world, the nurse is the essential professional in the team, playing an extremely important role in the assistance provided, therefore, the need for continued education is highlighted, Basic Life Support training is essential, increasing the victim’s chance of survival.
Keywords: Nurse. Cardiorespiratory arrest. Cardiopulmonary resuscitation. Nursing education.
1 INTRODUÇÃO
O atendimento inicial de situações de emergência é conhecido como Suporte Básico de Vida (SBV), sua aplicação é fundamental para salvar vidas e prevenir sequelas, até que uma equipe especializada possa chegar ao local da ocorrência, Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia a no Brasil quase 1100 pessoas morrem por doenças do coração e da circulação todos os dias.
Países como os Estados Unidos têm números relevantes de parada cardiorrespiratória-PCR em ambiente extra-hospitalar (PCREH) e não traumática. Com aproximadamente 350 mil pessoas por ano, sendo socorridas pelo serviço de emergências médicas, menos da metade recebem manobras de compressões torácicas, por pessoas leigas e menos de 12% têm um desfibrilador externo automático (DEA) para ser aplicado antes do socorro especializado, depois de melhorias significativas, a sobrevivência da PCREH está no mesmo nível desde 2012, segundo a Associação Americana do Coração (American Heart Association).
A Sociedade Brasileira de Cardiologia estima que, até o final deste ano (2024), quase 400 mil pessoas brasileiras morrerão por doenças do coração e da circulação. A maioria dessas mortes poderiam ser evitadas ou postergadas com cuidados preventivos e medidas terapêuticas, prevenção e o tratamento precoce dos fatores de riscos podem reverter essa grave emergência. Visando diminuir as taxas de mortalidades e sequelas com vítimas de PCR, este estudo traz a importância de pesquisas sobre manobras de RCP (Reanimação CardioPulmonar) de alta qualidade junto aos profissionais da enfermagem, com vítimas em parada cardiorrespiratória. Não podemos deixar de destacar a relevância da disciplina de suporte básico de vida dentro da grade curricular no curso de graduação de enfermagem. O enfermeiro pode atuar em situações de PCR não só no ambiente hospitalar, mas como no seu cotidiano (parques, shopping, feiras, aeroportos, faculdades, supermercados, moradia e outros). Profissionais da área da saúde devem estar sempre preparados para esse tipo de intercorrência e ser um multiplicador desse conhecimento junto a sociedade.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
O tipo de metodologia utilizado foi a revisão bibliográfica, com a natureza de dados classificada em qualitativa, sites de pesquisas utilizados: Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Google Acadêmico e diretrizes da American Heart e Association e European Heart Rhythm Association.
Foram selecionadas as seguintes palavras chaves que correlacionam com tema proposto, “Parada Cardiorrespiratória”, “Reanimação Cardiopulmonar”, “Educação de Enfermagem”, todas inseridas nos Descritores em Ciências da Saúde (DECS). A estratégia de busca utilizou o termo “Booleano” que tem o “objetivo de definir para o sistema de busca como deve ser feita a combinação entre os vários termos de uma pesquisa” (DTBP-UNESP). Encontrados 33 artigos relacionados à Parada Cardiorrespiratória, após critério de exclusão, obtivemos os seguintes resultados: pesquisa realizada nos últimos 5 anos, idioma português, textos completos, leitura do tema e dos resumo para levantar informações importantes para a construção destas pesquisas. Triagem realizada obtivemos o total de 18 artigos voltado para objeto de estudo.
Tabela 1. Publicações científicas encontradas nas bases de dados BDENF, LILACS e MEDLINE.
3 DESENVOLVIMENTO
Contexto Histórico
● Enfermeiros:
De acordo com a Lei nº 7498/1986, o enfermeiro é: “o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei.”
O Ministério da Educação no ano de 2000, criou a Portaria Nº 1.518 de 14/6/2000 que diz sobre as diretrizes curriculares do curso de enfermagem no Brasil que diz:
“Enfermeiro(a), bacharel, formação generalista crítico e reflexivo. Profissional capaz de conhecer e intervir sobre os problemas/situações de saúde-doença mais prevalentes no perfil epidemiológico nacional, com ênfase na sua região de atuação, identificando as dimensões bio-psico-sociais dos seus determinantes.”
● Enfermagem Brasileira
Em 13 de dezembro de 1814, nasceu Anna Justina Ferreira Nery na Bahia e em 1837 casou -se com o Capitão de Fragata da Marinha do Brasil, tiveram três filhos, e ficou viúva em 1844.
A Guerra do Paraguai em 1864, seus dois filhos, que eram militares do Exército, e seu irmão major seguiram para o campo de batalha. Ela escreveu uma carta ao Presidente da Província da Bahia, para que podesse acompanhar seus filhos e irmão, indo para campo de combate e tendo atuação nos hospitais de guerra. mesmo com todo preconceitos da época, por ser do sexo feminino, porém seu amor com próximo era bem maior, expressou em sua carta em que solicitou a autorização para ir à guerra como enfermeira, com objetivo de ajudar e diminuir o sofrimento daqueles que iriam para o comabte em defesa da sua pártia. E em 1865 ela vai para o campo na qualidade de enfermeira, no Batalhão no qual seu irmão era o comandante, de forma brilhante desenvolveu o seu papel. Com isso, Ana Nery é conhecida como a mãe da enfermagem brasileira.
● Legislação – Emergências no Brasil.
No Brasil temos o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que traz garantias que são prioridade, a receber proteção e socorro independente das circunstâncias. A Lei Lucas nº 13.722/2018 que objetiva: “Torna obrigatória a capacitação em noções básicas de primeiros socorros de professores e funcionários de estabelecimentos de ensino públicos e privados de educação básica e de estabelecimentos de recreação infantil.” Lei que nasceu depois de uma tragédia envolvendo uma criança chamada Lucas, durante um passeio escolar, morreu em decorrência do engasgado com um pedaço de salsicha do cachorro quente servido no lanche. Depois disso, a mãe de Lucas começou uma grande luta para que outras crianças não perdessem a vida da mesma forma que seu filho.
No Distrito Federal a Lei 6.821/2021, que cria o Programa Socorro nas Escolas, com objetivo de “iniciativa prevê treinamentos de primeiros socorros para alunos das redes pública e privada do Distrito Federal, ministrado por profissionais do Samu, da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde e do Corpo de Bombeiros. A Secretaria de Educação deve celebrar convênios com esses órgãos, sem custo financeiro, para que o Programa seja efetivado.”
Omissão de Socorro, o Código Penal descreve:
[…] Art. 135 – Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública […] (BRASIL, 1940).
Devido a grande demanda de ocorrências de Urgência e Emergência no Brasil, cria a portaria 2048/2002 do Ministério da Saúde, “Considerando que a área de Urgência e Emergência constitui-se em um importante componente da assistência à saúde.”
3.1 Importância do Suporte Básico de Vida na PCR
Define-se parada cardiorrespiratória (PCR), a alteração na mecânica da bomba cardíaca levando a interrupção das atividades do sistema cardíaco e do sistema respiratório ocasionando a cessação da oxigenação celular nos tecidos. A PCR pode ocorrer de forma inesperada ou a partir da evolução de um quadro clínico em um paciente em estado grave (AMERICAN HEART ASSOCIATION 2020).
O próprio corpo nos mostra que algo não está certo, funcionamento inadequado do organismo, algumas indicações de uma PCR são: dor torácica, tontura, escurecimento visual, perda de consciência, batimentos cardíacos lentos (SOUSA et al., 2021).
Identificar a vítima logo em seus primeiros minutos em uma Parada Cardiorrespiratória é “divisor de água”, se considerar que a cada minuto sem as compressões torácicas 10% de sobrevida se passaram. De acordo com (BRANDÃO et.al 2020) “as chaves para o tratamento da PCR são o reconhecimento precoce, o acionamento do serviço médico de emergência, o início das compressões torácicas e a desfibrilação precoce.”
O intervalo entre a ocorrência da Parada Cardiorrespiratória (PCR) e o início das manobras de Reanimação Cardiopulmonar (RCP) será o resultado desse desfecho, portanto minimizar o tempo do reconhecimento dessa fatal ocorrência e o começo das compressões são cruciais.
Se tratando dos discentes é necessário conhecimento das diretrizes de Suporte Básico de Vida junto aos diversos protocolos, para ter sucessos nas intercorrências que surgirão durante sua trajetória profissional.
De Acordo (BASTOS et al.,2020):
“o contato precoce com o protocolo do SBV, bem como a possibilidade de treinamento prático das compressões torácicas por estudantes da área da saúde, determina um melhor desempenho frente ao cenário de uma parada cardiorrespiratória.”
Acionar o Serviço de Emergência Médica é fundamental em ocorrência referente a parada cardiorrespiratória e de acordo com o Advanced Cardiovascular Life Support (ACLS), a ausência de pulso e de movimentos respiratórios caracteriza-se adequadamente a PCR.
Passo a passo de uma reanimação cardiopulmonar (RCP) de alta qualidade:
1º Localizar a Linha Inter mamilar no corpo do esterno;
2º Posicionar a Região Tenar e Hipotênar no tórax da vítima;
3° Posicionar a outra mão por cima da primeira entrelaçando os dedos;
4º Posição correta dos cotovelos e dos ombros
- Os cotovelos devem estar estendidos;
- Os ombros acima da vítima perpendicular à região medial do osso esterno.
5º Frequência de 100 a 120 compressões por minuto e profundidade de 5 a 6 cm;
6º Retorno completo do tórax.
Imagem: Instituto Brasileiro de Atendimento pré-hospitalar – IBRAPH – 2019
As compressões deverão ser contínuas sem interrupções, ou somente interromper quando for ofertadas ventilações (dispositivos de barreira: pocket mask ou Bolsa Válvula e Máscara – BVM), chegada do Desfibrilador Externo Automático – DEA para aplicações dos eletrodos no tórax do paciente (um eletrodo na região intermamilar superior direita e outro na região intermamilar inferior esquerda).
Segundo (NUNES et al.,2021) “protocolo existe para que os profissionais tenham mais segurança e respaldo ao longo da luta pela vida e, dessa forma, possam garantir uma assistência mais qualificada.”
Ventilações essas que deverão ser realizadas por profissionais da saúde ou leigos treinados para esse tipo de emergência, caso contrário realizar as compreensões ininterruptas até a chegada das equipes de respostas.
O Desfibrilador Externo Automático – DEA é equipamento voltado para realizar a organização das atividades elétrica no coração, essencial no tratamento a vítimas que apresentam os ritmos de PCR: taquicardia ventricular sem pulso e fibrilação ventricular. Dispositivo que pode ser utilizado por qualquer pessoa a uma vítima de PCR em ambiente extra-hospitalar, até a chegada do serviço médico de emergência, só seguir as instruções de forma sonora. 50% das vítimas não chegam ao hospital a tempo e acabam falecendo. Porém 90% dos pacientes sobrevivem, usando o desfibrilador nos primeiros 10 minutos de PCR.
Estudo sugere que possam existir melhores resultados para PCR intra-hospitalar em setores de cuidados críticos comparados aos desfechos em enfermarias, em virtude de o paciente estar monitorizado no momento da PCR, o que pode concorrer para que o evento seja prontamente identificado, aumentando as chances de haver disponibilidade imediata do suporte avançado de vida.
Sequência essa se tratando de Suporte Básico de Vida – SBV.
Imagem: cadeia da sobrevivência da American Heart Association
3.2 Atuação do enfermeiro na Educação de enfermagem junto a Sociedade
O enfermeiro, assim como outros profissionais da saúde tem um papel importante em prevenir e ou diminuir o número de vítimas mortas por causa de Parada Cardiorrespiratória, seja ele realizando palestras, treinamentos voltados para as manobras de Reanimação CardioPulmonar, como temas relacionados a alimentação saudável e atividade física.
Associação Americana do coração A AHA publica as Diretrizes para RCP e ACE, que estabelecem os protocolos e produtos para realização dos primeiros socorros e RCP em todo mundo, além de elaborar material didático utilizado para ensinar primeiros socorros, RCP e atendimento cardiovascular avançado a milhões de profissionais de saúde, cuidadores e membros da comunidade todos os anos.
Com a regulamentação da Lei 13.722/18 (Lei Lucas) e projeto de lei do senado n° 210 de 2015, a escola se tornou um campo ideal para as práticas de Suporte Básico de Vida – SBV, Segundo (CALANDRIM et al, 2017):
“A escola é um ambiente ideal para propagar boas práticas de RCP, pois a capacitação sendo realizada, o mais precoce em crianças, terá um efeito mais duradouro ao longo das vidas deste público, tornando este espaço até mais seguro no quesito saúde.”
Outro campo de atuação do enfermeiro são as escolas, com a possível regulamentação da PLS 210/15 que: “Dispõe sobre obrigatoriedade do treinamento dos alunos de ensino fundamental e médio em técnicas de primeiros socorros,” o que colocaria no currículo escolar. De acordo com (OLIVEIRA et al, 2018)
“O enfermeiro é o profissional que cuida para prevenir, manter e restabelecer a saúde. É um dos responsáveis por desencadear as ações de educação em saúde, trazendo à tona princípios sobre a vida, solidariedade, equidade, cidadania e outros”
O enfermeiro em sua formação é desenvolvido para ser gestor e se torna o profissional que cuida na assistência, prevenção e manter uma boa saúde da comunidade. O enfermeiro como educador se sobressai em espaços pedagógicos da saúde, pois faz parte de sua competência, já que estes conseguem capacitar, supervisionar, integrar e promover o auto cuidado. (OLIVEIRA et al, 2018)
3.3 Conduta do Enfermeiro pós PCR
O profissional da saúde na assistência requer uma atenção relevante em paciente pós parada, TAVEIRA, 2018 diz:
“há um déficit de conhecimento teórico e prático por parte da equipe de enfermagem sobre os cuidados pós-PCR, sendo necessária uma constante atualização através da educação continuada, e a utilização da folha de parada para cada paciente com informações da PCR.”
TAVEIRA,2018, trás uma reflexão sobre educação continuada dos profissionais da saúde sobre a temática, essas capacitações, quem ganha é o paciente com maior cuidado e mais segurança.
Segundo Citolino Filho, Santos, Silva, e Nogueira (2015),
“uma equipe bem treinada, com harmonia e liderança é fundamental para que se mantenha a qualidade do atendimento em situações de PCR, assim como a imediata disposição dos materiais e equipamentos essenciais, assegurando uma assistência segura e eficaz.”
Cada vez mais enfermeiros buscam especialização em Urgência e Emergência, com objetivo de oferecer melhor qualidade no atendimento ao seu paciente. Profissionais com uma visão de “harmonia e liderança” faz toda diferença no cuidado de enfermagem a esse paciente PÓS-PCR, que está tão debilitado.
Segundo a American Heart Association em suas diretrizes de 2020, Algoritmo de cuidados pós-PCR para adultos têm duas etapas: a primeira é a fase de Estabilização inicial se o paciente ter obtido retorno da circulação espontânea (RCE) segue as diretrizes: manejo das vias aéreas para posicionamento de tubo endotraqueal, controle dos parâmetros respiratórios (inicie com 10 ventilações/min, SpO² entre 92% – 98%, PaCO² 35 à 45 mmhg), controle dos parâmetros hemodinâmicos (pressão sistólica >90 mmhg e pressão arterial média >65 mmhg) e obter eletrocardiograma de 12 eletrodos. A segunda é o Manejo contínuo e atividade de urgência adicionais que considere intervenção cardíaca de urgência se (IAMST estiver presente, houver um choque cardiogênico instável, suporte circulatório mecânico for necessário), quando paciente não atende aos comandos (comatoso) (controle direcionado de temperatura, realize uma TC do cérebro, monitoramento de EEG, outros manejos para atendimento críticos) e quando atende aos comandos (desperto) (outros manejos para atendimentos crítico). Avaliar e tratar rapidamente etiologias reversíveis e solicitar a consulta de especialista para o manuseio contínuo. Síndrome Pós-Parada Cardiorrespiratória segundo Medeiros
“é um estado fisiopatológico pós-RCP, o qual surge devido ao processo de isquemia reperfusão generalizada, sendo caracterizado por uma combinação de processo fisiopatológico pós-RCP incluindo lesão cerebral, disfunção do miocárdio.”
American Heart Association elaborou os cuidados Pós-RCP para adultos, conforme algoritmo abaixo:
Algoritmo de cuidados pós-PCR para adultos.
Fonte: Destaques das diretrizes de RCP e ACE de 2020 da American Heart Association.
4 CONCLUSÃO
O estudo, de maneira geral, apresentou números significativos de vítimas de parada cardiorrespiratória, que mostra a importância do enfermeiro nesse tipo de ocorrência. Portanto é relevante a capacitação continuada dos profissionais de enfermagem com vítimas de parada cardiorrespiratória no intra e extra hospitalar, também é oportuno destacar a necessidade de ampliar os exercícios práticos dentro da disciplina de suporte básico de vida na formação acadêmica desses profissionais. Essa pesquisa é propícia na reflexão do cuidado com a saúde por meio da atividade física e alimentação adequada, como fator preventivo em nossa sociedade.
5. REFERÊNCIAS
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- SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Portal Cardio. Aumenta o número de mortes por doenças cardiovasculares no primeiro semestre de 2021. Disponível em <https://www.portal.cardiol.br/post/aumenta-o-n%C3%BAmero-de-mortes-por-doen%C3%A7as-cardiovasculares-no-primeiro-semestre-de-2021>. Acesso em: 20, mar de 2024.
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1Graduando do 8º Semestre do Curso de Enfermagem Currículo – Centro Universitário LS – UNILS – adriana.oliveira@lseducacional.com
2 Graduando do 8º Semestre do Curso de Enfermagem Currículo – Centro Universitário LS – UNILS – bruno.urcino@lseducacional.com
3Docente Orientador, especialista em Auditoria, Gestão e Planejamento em Saúde, Especialista em Docência do Ensino Superior e Oncologia