CONCEPÇÕES ACERCA DA ATUAÇÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

CONCEPTIONS ABOUT TEACHING PERFORMANCE IN INCLUSIVE EDUCATION

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7827940


Avaetê de Lunetta e Rodrigues Guerra1
Jefferson Florencio Rozendo2
Marcio Antonio do Vale3
Jelson Budal Schmidt4


RESUMO: A presente pesquisa busca identificar estratégias de desenvolvimento escolar para estudantes com necessidades específicas. O principal objetivo do estudo é debater sobre as possibilidades que os professores podem explorar, inovando suas técnicas de ensino, de modo que haja um maior engajamento diante das demandas desse recente cenário educacional do nosso país. A metodologia adotada foi a pesquisa bibliográfica, utilizando citações relevantes de autores sobre a temática proposta, de modo que se estabeleçam novas conexões com as ideias referentes à educação especial. Conclui-se que para tornar a inclusão uma realidade, os educadores precisam criar estratégias que possam utilizar em suas salas de aula, bem como o acesso a programas educacionais que proporcionem capacitação para trabalhar com alunos que necessitam de atendimento especializado, objetivando uma maior produtividade dos estudantes com. necessidades específicas.

Palavras-chave: Educação especial. Inclusão. Professores. Estudantes.

ABSTRACT: This research seeks to identify school development strategies for students with specific needs. The main objective of the study is to discuss the possibilities that teachers can explore, innovating their teaching techniques, so that there is a greater engagement in the face of the demands of this recent educational scenario in our country. The methodology adopted was bibliographical research, using relevant quotes from authors on the proposed theme, so that new connections are established with ideas regarding special education. It is concluded that to make inclusion a reality, educators need to create strategies that they can use in their classrooms, as well as access to educational programs that provide training to work with students who need specialized care, aiming at greater productivity of students. students with specific needs.

Keywords: Special education. Inclusion. Teachers. Students.

1. INTRODUÇÃO

Oferecer direitos iguais e oportunidades educacionais para pessoas com deficiência é um passo importante em direção à inclusão. No entanto, a maioria das instituições não possui profissionais qualificados ou estruturas adequadas para atender aos alunos com necessidades específicas. Novas técnicas e inovações educacionais fazem com que a educação avance constantemente, apesar dos esforços para incluir pessoas com deficiência nas escolas, o tema continua sub-representado.

Em relação à educação regular;  apesar do direito estar garantido em lei, muitas crianças ainda enfrentam discriminação em suas escolas. Além da formação continuada dos professores está desvalorizada, é preciso destacar o despreparo dos professores para lidar com as diversas necessidades educacionais.  Isso porque a maioria dos professores não estão preparados para atender alunos com necessidades especiais em suas aulas.  Devido a essa situação, muitos docentes carecem de recursos ou apoio necessários para desenvolverem suas habilidades de ensino e produzirem resultados satisfatórios.

A presente pesquisa justifica-se por ter relevância no contexto da educação especial e inclusiva, identificando estratégias de desenvolvimento escolar para estudantes com necessidades específicas. O principal objetivo do estudo é debater sobre as possibilidades que os professores podem explorar, inovando suas técnicas de ensino, de modo que haja um maior engajamento diante das demandas desse recente cenário educacional do nosso país. A metodologia adotada foi a pesquisa bibliográfica5, utilizando citações relevantes de autores sobre a temática proposta, de modo que se estabeleçam novas conexões com as ideias trazidas até aqui.

2. ESTRATÉGIAS E DESAFIOS NA INCLUSÃO ESCOLAR 

2.1 INCLUSÃO SOCIAL E ESCOLAR

A inclusão social é entendida como um processo no qual a sociedade deve se ajustar para incluir pessoas com necessidades especiais, contribuindo para que a população seja beneficiada com tais práticas. A inclusão somente pode ser efetivada, com efeito, quando há escolas favorecidas por políticas públicas, para assegurar materiais e edificar conhecimentos a partir das aptidões dos envolvidos. (CUNHA 2014).

A educação é considerada um direito de todos, um dever do Estado e da família, apoiado e incentivado em conjunto com a sociedade, garantindo o desenvolvimento pessoal, a preparação para o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. Também pode ser vista como um fator de união que respeita a diversidade e a singularidade individual, que são princípios fundamentais da prática educativa e devem levar em conta a diversidade das pessoas e dos grupos humanos. Ao fazê-lo, os sistemas educativos devem respeitar o pluralismo, a riqueza das expressões culturais dos diferentes grupos sociais que constituem a sociedade e a diversidade dos talentos individuais.

Portanto, o processo de Educação Inclusiva é um desafio para os professores, pois cabe a estes a responsabilidade de desenvolverem novas modalidades de ensino, tornando-se um intermediário que vai facilitar o método de ensino-aprendizagem. Alguns professores demonstram certa resistência para inovar as estratégias de ensino, entretanto, é de suma importância que os profissionais se qualifiquem, de modo que as aulas sejam mais produtivas, estabelecendo uma conexão contínua com os estudantes.

A educação inclusiva faz parte de um modelo educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que associa igualdade e diferença como indissociáveis. De acordo com a evolução histórica dos métodos para aplicar a Educação Inclusiva nas escolas, é possível observar que está havendo uma evolução nos aspectos educacionais da educação especial, com políticas públicas de acesso, e informação.

Desta forma, o professor é de suma importância para este processo de inclusão, por isso a necessidade que eles aprimorem seus conhecimentos, adquiram novas habilidades, mudem seus métodos de ensino, para que realmente hajam mudanças significativas, e a Educação Inclusiva se torne cada vez mais comum no âmbito escolar. Porém, é válido destacar que o professor sozinho não faz inclusão, ele precisa da performance dos gestores, de recursos e reorganização dos sistemas de ensino para poder concretizar a educação  inclusiva em sala de aula.

É responsabilidade do professor encontrar novas posturas e habilidades, compreender e intervir nas diferentes situações que enfrentam e construir propostas inclusivas que levem a mudanças significativas na educação como um todo. Para atingir os objetivos do processo de inclusão, deve haver mudanças nesse processo no ambiente escolar, que são realizadas por meio da reflexão, compromisso e responsabilidade com os alunos e demais profissionais responsáveis pela educação.

[…] a inclusão é um motivo para que a escola se modernize e os professores aperfeiçoem suas práticas e, assim sendo, a inclusão escolar de pessoas deficientes torna-se uma consequência natural de todo um esforço de atualização e de reestruturação das condições atuais do ensino básico (MANTOAN, 2013, p.120).

Partindo desse pressuposto, conclui-se que todas as escolas devem cuidar do ingresso de alunos com necessidades educacionais, mas sabemos que a realidade é desafiadora, pois a maioria das escolas não possui instalações adequadas para essas demandas de acessibilidade.

Nesse sentido é importante investir em tecnologia, oferecendo  laboratórios  de  informática,  matemática  e ciências,  por  exemplo,  sempre atualizando as práticas pedagógicas no sentido de acompanhar o avanço das tecnologias, com uso da internet para pesquisas em sites especializados em matemática para estudantes. Melhorar a infraestrutura das escolas é ampliar as estratégias pedagógicas, com o objetivo de estimular os alunos e propiciar maior rendimento e queda na evasão escolar. (GUERRA, 2021, p. 277).

Na educação é necessário inovar os métodos de ensino para incentivar os alunos a terem vontade de aprender e conseguirem atingir seus objetivos. Dessa forma, os alunos com deficiência precisam de motivação e de um ambiente confortável para progredir nas suas atividades, precisam de novas descobertas para que ocorra uma aprendizagem significativa.

Consequentemente, é preciso pensar em uma educação em que todos os alunos sem discriminação, independentemente de possuírem dificuldades e/ou deficiências, possam ingressar na escola.

Com isso, é preciso afirmar que para que haja educação de qualidade para todos os indivíduos com ou sem necessidades especiais, é necessário que a escola e os professores estejam em constante atualização, com formação de qualidade, capacitação e oferecimento de recursos físicos para que ocorra o crescimento esperado. O direito à educação é de todos, mas nota-se que existem muitos desafios na educação inclusiva, já que mesmo com o apoio de políticas públicas, o ensino e a qualidade ainda são insuficientes.

2.2 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO 

O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é um direito de todos que estudam no Brasil, da educação infantil ao ensino de nível superior, público e privado. Essa demanda surgiu, essencialmente, da necessidade de uma atenção particular aos estudantes com algum tipo de deficiência.

Portanto, o AEE tem como planejamento principal, identificar, elaborar e organizar expedientes pedagógicos e de acessibilidade que extingam as barreiras para o conhecimento dos alunos, analisando suas necessidades exclusivas. Esta percepção acrescenta e/ou suplementa o desenvolvimento dos alunos tendo em vista a autonomia e independência na escola e fora dela.

Assim, consideram-se serviços e soluções da educação especial àqueles que afirmam condições de ascensão ao currículo por meio da ascensão aos materiais didáticos, espaços e equipamentos, sistemas de comunicação e informação e ao conjunto das atividades escolares.

Políticas educacionais deveriam levar em total consideração as diferenças e situações individuais. A importância da linguagem de signos como meio de comunicação entre os surdos, por exemplo, deveria ser reconhecida e a provisão deveria ser feita no sentido de garantir que todas as pessoas surdas tenham acesso a educação em sua língua nacional de signos. Devido às necessidades particulares de comunicação dos surdos e das pessoas surdas/cegas, a educação deles pode ser mais adequadamente provida em escolas especiais ou classes especiais e unidades em escolas regulares (UNESCO, 2011, p. 08).

Para o atendimento às obrigações características relacionadas às altas habilidades/superdotação são criadas atividades para o desenvolvimento curricular nas escolas de ensino regular em junção com as instituições de educação superior, profissional e tecnológica, de pesquisa, de artes, de esportes, entre outros.

       O direito à educação é considerado de todos, na prática, no entanto, a educação inclusiva encontra vários desafios, embora as políticas públicas visam apoiar esse sistema educacional, ainda não ocorre como planejado, lutas comuns incluem, por exemplo, preparação insuficiente por parte dos funcionários da escola. Essa falta de planejamento faz com que os professores não tenham ideia de como lidar com os alunos. Como resultado, os alunos sofrem efeitos prejudiciais dessas circunstâncias. Professores e escolas precisam de um conselheiro pedagógico que possa ajudá-los a orientar seus métodos de ensino.

Pensando nisso, um projeto pedagógico político (PPP) deve ser incorporado a qualquer instituição educacional, essa decisão possibilita criar ideias e ações que auxiliam os educadores nas questões pedagógicas. Além da equipe técnica, os alunos com necessidades especiais devem ser considerados no desenvolvimento das estratégias educativas.

Estas estratégias devem ser desenvolvidas em conjunto com toda a comunidade escolar, que inclui pais, alunos, professores e demais membros da equipe técnica da escola. Qualquer pessoa envolvida na implementação dessas estratégias também deve incluir os alunos com necessidades especiais ao desenvolver planos.

 Infelizmente, a falta de intervenção governamental tem dificultado os esforços em fornecer educação para pessoas com necessidades especiais, apesar da criação de planos, programas e políticas voltadas para esse tema, muitas escolas lutam para atender às necessidades de seus alunos, consequentemente, é necessário um maior envolvimento do governo através de apoio público e aumento de financiamento. 

O currículo visa atingir determinados objetivos e crenças e deve ser ajustado para atender às necessidades dos alunos com deficiências específicas. Atenção especial deve ser dada para fazer as modificações necessárias nas atividades e no conteúdo sem quebrar o currículo padrão, isso se deve ao fato de que essas alterações precisam ser feitas para atender às necessidades dos alunos sem afetar a produtividade dos outros estudantes.

 Assim, a inclusão escolar exige uma abordagem abrangente que incorpore múltiplos aspectos do currículo, incluindo o desenvolvimento de um plano de aula específico para cada aluno, bem como a implementação de infraestrutura acessível na escola.  Medidas de acessibilidade adicionais, como rampas e andares alternativos, podem ser adicionadas a qualquer estrutura educacional, ficando evidente que a inclusão não se restringe exclusivamente a sala de aula.

Um educador deve ensinar mais do que um simples conteúdo, incorporando novos métodos de ensino. É importante que a escola esteja mais atenta às dificuldades, necessidades e resistências apresentadas pelos alunos durante sua progressão educacional, buscando melhores maneiras de construir o conhecimento.

 Logo, educação inclusiva requer uma estreita colaboração entre vários especialistas e profissionais, sendo necessário rastrear as necessidades dos alunos e fornecer-lhes os tratamentos necessários para desenvolver plenamente suas habilidades cognitivas.

Consequentemente, não há especialistas suficientes neste campo atualmente, muitos estão trabalhando para lidar com muita responsabilidade, e é indispensável ter uma equipe qualificada trabalhando ao lado dos estudantes para garantir que ambos estejam na mesma trajetória de aprendizagem.

Os professores que trabalham com alunos com necessidades especiais precisam estar preparados para as grandes diferenças que enfrentarão em suas salas de aula. Isso significa que eles precisam de uma sólida compreensão de diferentes abordagens e disciplinas. 

Além disso, eles precisam se adaptar às necessidades dos estudantes com a ajuda de estratégias e táticas em sala de aula. Um dos grandes desafios na prática escolar, diz respeito à forma de avaliar os estudantes, pois cada professor tem seu método individual nesse sentido. Guerra (2021, p. 278) afirma que: um dos grandes desafios na prática escolar, diz respeito à forma de avaliar os estudantes, pois cada professor tem seu método individual. Nesse sentido, estratégias diferentes não funcionarão para todos e algumas nem funcionarão para a mesma pessoa duas vezes. No entanto, por meio dessas experiências, os professores podem descobrir como lidar com qualquer situação.

3. CONCLUSÃO

Necessidades especiais é a necessidade de apoio educacional adicional para alunos com deficiência. Educação inclusiva significa incluir alunos com necessidades específicas em todos os ambientes escolares, seja no ensino fundamental, médio ou superior.

Portanto, não basta apenas garantir o acesso a esse serviço, é preciso haver mudanças na organização da escola para que possam incluir alunos com necessidades educacionais especiais e, além disso, garantir a permanência e o aprendizado de todos.

Embora os alunos com necessidades específicas enfrentam mais dificuldades em aprender, ler e escrever do que outros estudantes, eles também precisam de apoio, pois os esforços de integração esbarram em desafios como adequação da infraestrutura física e apoio governamental. Além disso, os professores devem ser treinados para ajudá-los a se integrar nas escolas regulares.

Esses desafios exigem uma nova abordagem inclusiva para obter sucesso. Por isso, é importante investir continuamente no desenvolvimento profissional auxiliando os educadores a criarem novos métodos de ensino para alunos com necessidades específicas, dessa forma, o processo educacional pode ser revitalizado e significativo para o público em questão.

Dessa forma, foi observado no presente artigo que para tornar a inclusão uma realidade, os educadores precisam criar estratégias que possam utilizar em suas salas de aula, bem como o acesso a programas educacionais que proporcionem capacitação para trabalhar com alunos que necessitam de atendimento especializado. Além disso, o sistema educacional deve oferecer cursos para trabalhar com alunos que precisam de assistência e criar políticas públicas que implementem padrões escolares e ações que garantam educação para todos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão das Pessoas com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial da União 2015; 7 jul.

CUNHA, Antonio. Eugênio. Práticas pedagógicas para inclusão e diversidade. 4ª ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2014.

DE LUNETTA, Avaetê; GUERRA, Rodrigues. MATEMÁTICA E SEUS PARADIGMAS: FORMAÇÃO DOCENTE E DESAFIOS FRENTE AO ENSINO MÉDIO. Educere-Revista da Educação da UNIPAR, v. 21, n. 2, 2021. 

DE SOUSA, Angélica Silva; DE OLIVEIRA, Guilherme Saramago; ALVES, Laís Hilário. A pesquisa bibliográfica: princípios e fundamentos. Cadernos da FUCAMP, v. 20, n. 43, 2021. 

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. A integração de pessoas com deficiência: contribuições para reflexão sobre o tema. Memnon, 2015. 

UNESCO. Declaração de Salamanca. Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. 2011.


1Doutorando em Ciências da Educação UNADES (PY), Mestre em Filosofia – UFPB.
2Doutorando em Educação ACU (EUA), Mestre em Educação ACU (EUA), Mestrando em Educação Profissional e Tecnológica – IFCE.
3Mestre em Matemática – UFES.
4Mestre em Educação – UNIVILLE.
5A pesquisa bibliográfica é importante desde o início de uma pesquisa científica, pois é através dela que começamos a agir para conhecer o assunto a ser pesquisado, ou seja, desde o início, o pesquisador deve fazer uma pesquisa de obras já publicadas sobre o assunto pesquisado, investigando as conclusões e se ainda é interessante desenvolver a pesquisa sobre esse determinado assunto. Em toda pesquisa científica é importante apresentar o embasamento teórico ou a revisão bibliográfica que é elaborada na investigação de obras científicas já publicadas, para que o pesquisador adquira o conhecimento teórico (DE SOUZA, DE OLIVEIRA, ALVES, 2021 p.68).