COMUNICAÇÃO DOS IMIGRANTES HAITINOS: ACESSO A SAÚDE NO BRASIL

COMMUNICATION BY HAITIN IMMIGRANTS: ACCESS TO HEALTH IN BRAZIL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8237345


Vanessa Ferreira Duarte1
Carla Denari Giuliani2


RESUMO

Objetivo: Esta Revisão tem como principal norte entender como a facilitação da comunicação dos imigrantes haitianos influencia o acesso a saúde. Método: Revisão Integrativa de Literatura, A construção da RI foi delineada em seis etapas (GALVÃO; SAWADA; TREVISAN, 2004), realizado por meio de busca on line no Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde e suas bases de dados: Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online, Base de Dados em Enfermagem e Índice Bibliográfico Español en Ciencias de la Salud. Utilizaram-se os descritores: Comunicação; Haitiano; Acesso aos Serviços de Saúde. Incluindo artigos disponíveis na integra e completo, nos idiomas português, inglês e espanhol, publicados no período de 2010 a 2022. Resultados: foram selecionados 09 (nove) artigos que atenderam os critérios de inclusão, sendo os mesmos apresentado em inglês e português, sendo que 05 (56%) estavam disponibilizados na Base de Dados MEDLINE, no que se refere ao ano em que foram publicados os artigos, 2020 foi destaque, com a maior quantidade publicações, totalizando respectivamente 04 (44%). Conclusão: Apesar de constatar pouco número de publicações, os resultados desta revisão atenderam aos objetivos e a temática proposta neste estudo, bem como, possibilitou a identificação das barreiras na comunicação dos imigrantes haitianos relacionado ao acesso a saúde no Brasil e os mecanismos adotados para superar estes problemas linguísticos. Conclui-se que no intuito de promover um atendimento de qualidade ao imigrante é imprescindível adoção de medidas que facilite a atuação dos profissionais de saúde frente a estes novos grupos de usuários do sistema único de saúde do Brasil.

Descritores: Comunicação; Haitiano; Acesso aos Serviços de Saúde

ABSTRACT

Objective: This Review has as its main north to understand how the facilitation of communication of Haitian immigrants influences access to health. Method: Integrative Literature Review, The construction of the IR was outlined in six stages (GALVÃO; SAWADA; TREVISAN, 2004), carried out through an online search in the Regional Portal of the Virtual Health Library and its databases: Latin American Literature and the Caribbean in Health Sciences, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online, Database in Nursing and Bibliographic Index Español en Ciencias de la Salud. The descriptors were used: Communication; Haitian; Access to Health Services. Including articles available in full and complete, in Portuguese, English and Spanish, published from 2010 to 2022. Results: 09 (nine) articles were selected that met the inclusion criteria, being presented in English and Portuguese, being that 05 (56%) were available in the MEDLINE Database, with regard to the year in which the articles were published, 2020 was highlighted, with the highest number of publications, respectively totaling 04 (44%). Conclusion: Despite noting a small number of publications, the results of this review met the objectives and the theme proposed in this study, as well as, enabled the identification of barriers in the communication of Haitian immigrants related to access to health in Brazil and the mechanisms adopted to overcome these language problems. It is concluded that, in order to promote quality care for immigrants, it is essential to adopt measures that facilitate the work of health professionals in relation to these new groups of users of the unified health system in Brazil.

Descriptors: Communication; Haitian; Access to Health Services

INTRODUÇÃO

 Durante o ano de 2010 ocorreu o primeiro registo da imigração de haitianos no Brasil, quando aproximadamente 200 haitianos adentraram a fronteira brasileira pelo pais Peru (FERNANDES; RODRIGUES, 2015), e a partir deste ato, a cada ano, é crescente o número de haitianos que cruzam a fronteira para estabelecer-se aqui no Brasil.

 Este movimento migratório dos haitianos para o Brasil, iniciou-se após a catástrofe do terremoto de magnitude mortal que atingiu o Haiti, no ano de 2010, e desde então, houve um aumento expressivo no fluxo destes imigrantes para o Brasil, principalmente por meio da região fronteiriça da Amazônia, para diversas regiões do pais, atingindo mais de 101,9 mil pessoas no período de 2010 e 2017 (LA AUDEBERT, 2012; CAVALCANTI et al., 2018)

 Em 2017, estimativas demonstravam que no Brasil havia aproximadamente 60 a 65 mil haitianos estabelecidos em diversas regiões do país (JOSEPH, 2017), tornando o Brasil, o país da América do Sul com maior presença de imigrantes haitianos. (AUDEBERT, 2017)

Embora muitas vezes negligenciado, a emigração para fora do Haiti é um dos maiores fluxos no hemisfério ocidental, dados do ano de 2020 demonstraram que o Brasil foi o 4º país com maior número de imigrantes estabelecido no pais, totalizando 143.000 haitianos e o pais que recebeu mais haitianos foi o Estados Unidos da América, com aproximadamente 1.770.000 pessoas (IOM, 2022), e em 2021, residiam no Brasil, cerca de 1,3 milhão de imigrantes, sendo os maiores fluxos migratórios originários da Venezuela, Haiti, Bolívia e Colômbia (CAVALCANTI et al., 2021).

O processo migratório tem se caracterizado como um fenômeno global sem precedentes, com importantes repercussões na vida destes indivíduos e na sociedade ao qual estão inseridos e como estes imigrantes vivenciam situações estressantes que podem levá-los ao sofrimento psíquico, marcadas pelo isolamento e vulnerabilidade social, econômica e afetiva, são impactados pela forma de interação neste novo ambiente. (CARIELLO et al., 2020)

O processo de inserção no país torna-se muito mais difícil quando não há pessoas conhecidas ou rede de apoio nesse período, e alguns fatores com potencial para promover a resiliência dessa população e favorecer sua integração na nova sociedade envolvem cultura, família, religião, biculturalismo, empatia, apoio comunitário, bem como, superar as barreiras linguísticas e os problemas de comunicação, torna-se outro desafio que impacta a vida destes imigrantes. (PIZZOL et al., 2023)

Para o imigrante, estabelecer-se em um local desconhecido, muitas vezes sem falar o idioma, sem renda, sem moradia e sem apoio familiar, podem ser impactados por sentimentos de estresse, angústia e dificuldades de adaptação (URZÚA et al., 2019)

Neste processo de estabelecer-se em uma terra distante, os haitianos encontram dificuldades de integração social, devido à comunicação e adaptação local, que contribuem para seu isolamento, pois o domínio da língua portuguesa é considerado, por eles, um requisito crítico para estimular a comunicação e a socialização no país (SOUZA, 2021).

No ímpeto de suprir a falta do domínio da língua portuguesa, muitos dos imigrantes buscam um apoio mútuo e voluntário entre si, pois se ajudam no processo de identificação e ensino da língua, e a partir do momento que ele passar a ter fluência no português é bom para ele e também para a comunidade onde moram, trazendo benefícios para sua saúde e adaptação no Brasil. (SOUZA, 2021)

Esse grupo de imigrantes, provenientes de diversas regiões do Haiti, em busca de refúgio no Brasil, com expectativas de emprego e consequente geração de renda para o sustento de suas famílias e melhoria de vida, fazem com que eles tenham demanda urgente de aprender o idioma oficial do país, muitas vezes sem nenhum tipo de contato anterior ou instrução formal. (SILVA, 2017)

Os motivos pelos quais os haitianos procuram o Brasil, e também as condições que permeiam tanto suas vindas quanto suas estadas aqui, fazem deste um grupo bastante específico, provenientes de um contexto marcado por condições de vida precária e que almejam obter no pais de destino vida melhor.

Todavia, para o pais que recebe estes imigrantes, precisa adequar aos desafios deste no grupo de indivíduos, principalmente na esfera da atenção primária a saúde, requerendo dos órgãos governantes novas estratégias na abordagem destas pessoas em relação às suas necessidades básicas, às competências culturais da equipe e principalmente aos meios de comunicação, que pode ser um grande dificultador do profissional de saúde em sua abordagem ao usuário estrangeiro (SANTOS et al., 2019)  

Os imigrantes passam por várias mudanças durante o processo de migração e adaptação em seu destino que podem afetar sua saúde de forma positiva ou negativa, sendo necessário a busca por atendimento nos serviços de saúde do pais e apesar da Constituição Federal brasileira assegurar o direito à saúde, destaca-se a relevância de se observar as limitações da utilização dos serviços de saúde por essa população, visto que os imigrantes são considerados um grupo social geralmente exposto a uma ampla gama de situações de vulnerabilidade e por vez, sem fluência no idioma nativo brasileiro, que é português.

Nesse viés é fundamental a incorporação de políticas, ações de educação permanente para os profissionais de saúde e desenvolvimento de outras formas de comunicação além da linguagem verbal, que possam melhorar o acesso desse grupo populacional aos serviços de saúde.

 Perante o exposto, o estudo tem como objetivo evidenciar o quanto a comunicação dos imigrantes haitianos pode estar relacionada ao acesso a saúde. Dessa forma o estudo partiu da questão: Quais são os dificultadores encontrados e os facilitadores para acesso ao tratamento de saúde. 

MÉTODOS 

Essa pesquisa consta de uma Revisão Integrativa da literatura (RI). Esta metodologia torna possível a compilação de estudos conclusos e a extração dos resultados, partindo do pressuposto de um tema elegível de interesse, permite ainda, a possibilidade da síntese de evidências de estudos práticos com a fusão dos benefícios dos resultados. O método é construído de acordo com a Prática Baseada em Evidências (PBE). Sendo dessa maneira uma compilação com rigor metodológico o mais completo possível das literaturas pesquisadas que partilham semelhanças com a questão especificada (MENDES et al., 2008). A construção da RI foi delineada em seis etapas (GALVÃO; SAWADA; TREVISAN, 2004), sendo a primeira, a da elaboração da pergunta norteadora. Para a segunda etapa realizou-se a pesquisa e seleção das literaturas de amostragem, fase essa mais ampla e diversa, baseada nas pesquisas realizadas nas bases de dados eletrônicas. Na terceira etapa, caracterizouse os estudos e extraiu-se as informações dos artigos selecionados, norteado por instrumentos validados anteriormente na literatura (URSI, 2005). Quanto a quarta etapa procedeu-se a análise crítica das literaturas inclusas. Na quinta etapa partiu-se para organização e interpretação dos resultados. A sexta e última etapa permitiu-se a apresentação da síntese do conhecimento e a apresentação da RI de maneira específica, apropriada, completa, clara e prática no sentido de que promover uma reflexão do desfecho dos resultados.

A pesquisa foi realizada por meio de uma busca online, no Portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), nas bases de dados LILACS (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online), BDENF (Base de Dados em Enfermagem) e IBECS (Índice Bibliográfico Español en Ciencias de la Salud). Estas bases de dados estão inseridas dento da BVS. Foram utilizados os descritores cadastrados no– Descritores em Saúde da Saúde (DeCS), usando a opção booleana AND para agrupar os resultados: em Português “Comunicação” AND “Haitiano” AND “Acesso aos serviços de saúde” e seus respectivos correspondentes nos idiomas inglês e espanhol.

Os levantamentos dos artigos ocorreram no mês de julho de 2023. Adotou-se, como critérios de inclusão: artigos disponíveis na integra, completo e de acesso aberto, nos idiomas português, inglês e espanhol, publicados no período de 2010 a 2022. Os critérios de exclusão foram artigos repetidos nas fontes de dados, incompletos, cartas, teses, livros, resenhas, monografias e artigos que não atendessem à questão norteadora da pesquisa.

Foi realizado um levantamento de informações para conhecimentos teóricos, sem que haja plágio conforme prescrito na Lei Nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998 e respeitando os autores e suas ideias (MARTINS FILHO, 1998).

Evidenciou-se a busca dos artigos por meio dos descritores controlados, devidamente registrados no DeCS (Tabela 1) e os seus respectivos correspondentes nos idiomas inglês, espanhol e português. 

Tabela 1: Descritores e seus correspondentes em português, inglês e espanhol. Brasil (2023).

DescritoresInglêsEspanholPortuguês
ComunicaçãoCommunicationComunicaciónComunicação
HaitianoHaitianHaitianoHaitiano
Acesso aos Serviços de SaúdeAccess to Health ServicesAcceso a Servicios de SaludAcesso aos Serviços de Saúde

Fonte: Elaboração dos autores.

Aplicou-se a metodologia e descritores supracitados, sendo encontrados 3.832 produções. Após a aplicação dos filtros e dos critérios de inclusão e exclusão, totalizou-se 69 produções. Posteriormente, efetuou-se leitura e análise crítica dos estudos em conformidade com os objetivos desta pesquisa, a amostra deste estudo compôs-se de 09 artigos. 

Demonstram-se na Tabela 03 os dados referentes aos artigos incluídos neste estudo, abordados em título, autores, ano de publicação e revista em que foi publicado. Na Tabela 04 são apresentados os resultados que caracterizam os estudos desta revisão, contemplando o código do estudo, tipo de estudo, cidade/estado do estudo e nível de evidência autores utilizados (STILLWELL et al., 2010). 

Realizou-se a coleta inicial, utilizando os descritores “Comunicação” e “Haitiano”, “Acesso aos serviços de saúde” com o termo booleano AND, cujos resultados estão apresentados na Tabela 2 abaixo.

Tabela 2: Descritores pesquisados com o termo booleano AND. Brasil (2023).

DescritoresBase de Dados pesquisadas na BVSTotal
 LILACSMEDLINEBDENFIBECS 
Comunicação AND Haitiano50106
Comunicação AND Acesso aos serviços de saúde3913.32391183.823
Haitiano AND Acesso aos serviços de saúde30003
Total3993.32392183.832

Fonte: Elaboração dos autores.

Apresentam-se, no fluxograma abaixo (Figura 1), os cruzamentos entre os descritores “Comunicação” AND “Haitiano”; “Comunicação” AND “Acesso aos serviços de saúde”; “Haitiano” AND “Acesso aos serviços de saúde”, sendo que a pesquisa resultou em 3.832 artigos distribuídos nas seguintes bases de dados: 3.323 – MEDLINE; 399 – LILACS; 92 – BDENF e 18 – IBECS.

Estabeleceram-se, neste estudo, após o processo de análise e interpretação de 09 artigos que compõem esta revisão integrativa.

Figura 1. Fluxograma da seleção dos estudos segundo o PRISMA – Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses

Fonte: (MOHER et al., 2009). Uberlândia (MG), Brasil, 2023. 

RESULTADOS

Na presente Revisão Integrativa, foram selecionados 09 (nove) artigos que atenderam os critérios de inclusão, sendo os mesmos apresentado em inglês e português. Na Tabela 3, estão apresentados os achados desta pesquisa, organizados em ordem de código de estudo, iniciando em A1 e finalizando em A9, contemplando na tabela as seguintes informações: Autores, Ano Publicação; Título do artigo; Objetivos do estudo e Amostra da pesquisa.

Tabela 3: Dados dos artigos utilizados na pesquisa. Uberlândia (2023).

CódigoAutoresAnoTítuloObjetivosAmostra
A1Santos FV dos2016A inclusão dos migrantes internacionais nas políticas do sistema de saúde brasileiro: o caso dos haitianos no AmazonasRefletir sobre como o Sistema Único de Saúde respondeu às demandas colocadas por um contingente inesperado de novos usuários450
A2Assis NM, Martins LL, Souza LMM, Nicolao IA, Souza NM.2017Acolhimento de imigrantes haitianos via integração ensino-serviçopesquisana atenção primária à saúde: relato de experiênciaRelatar a experiência do acolhimento a uma comunidade de imigrantes haitianos pela AtençãoPrimária à Saúde (APS) no âmbito do ‘Internato de Atenção Integral à Saúde’ do curso de Medicina da Unifenas – BH
A3Leão LH da C, Muraro AP, Palos CC, Martins MAC, Borges FT2017Migração        caracterizar a população internacional, de imigrantes haitianos saúde e trabalho: em Cuiabá e Várzea uma análise             Grande, Mato Grosso, sobre os452
CódigoAutoresAnoTítuloObjetivosAmostra
   haitianos em Mato Grosso, BrasilBrasil, destacando suas condições de trabalho 
A4Barreto MS, Nascimento DG, Magini LYZ, Oliveira IL, Vieira VCL, Marcon SS2019Discurso de enfermeiros e médicos sobre a utilização do serviço de emergência por imigrantesDescrever o discurso de enfermeiros e médicos frente a utilização dos serviços de emergência por imigrantes16
A5Alves JFS et al.2019Utilização de serviços de saúde por imigrantes haitianos na grande Cuiabá, Mato Grosso, BrasilAnalisar a utilização de serviços de saúde por imigrantes haitianos residentes na grande Cuiabá, Mato Grosso452
A6Rocha  APS, Cunha TR, Guiotoku S, Moysés ST.2020Access of Haitian migrants to public healthcare: a bioethical questionThe study used a qualitative approach by conducting a focus group with adult Haitians of both sexes10
A7Santos AJC, Sko TA, Rocha GSR, Fujimaki M.2020Acolhimento e humanização da atenção aos haitianos: uma ação interprofissionalRelatar o aperfeiçoamento da atenção odontológica ao paciente haitiano e melhoria no acesso à Unidade de Básica de Saúde por meio de tradução dos termos odontológicos49
A8Zanatta EA, Siega CK,2020Consulta de enfermagem emIdentificar as dificuldades vivenciadas10
CódigoAutoresAnoTítuloObjetivosAmostra
 Hanzen IP, Carvalho LA. puericultura à Criança haitiana: dificuldades e possibilidadespelos enfermeiros na Consulta de Enfermagem em puericultura àcriança haitiana na Atenção Primária à Saúde e as possibilidades para superar esses desafios 
A9Martins MAC, Gugelmin SA.2020O direito à saúde de imigrantes haitianos na perspectiva de profissionais do SUSCompreender concepções e práticas dos profissionais no tocante ao direito à saúde16

Fonte: Elaboração dos autores.

A seguir, na Tabela 4 estão apresentadas as abordagens metodológicas dos artigos organizados em ordem de código de estudo, de A1 a A9, contemplando na tabela as seguintes informações: Código do Estudo, Tipo de Estudo; Cidade/Estado onde foi realizado o estúdio e Nível de Evidência do estudo.

Tabela 4: Abordagem metodológica dos artigos e local de realização. Uberlândia (2023).

CódigoTipo de estudoPeriódicoCidade / estadoNível de evidência
A1Método etnográfico e seus elementos mais presentesHist cienc saude- ManguinhosTabatinga/AMV
A2Relato de ExperiênciaRev Bras Med Fam ComunidadeBelo Horizonte/MGVI
A3Estudo             exploratório com base em dados primáriosCad. Saúde PúblicaCuiabá e Varzea Grande/MTVI
A4Estudo     descritivo        eEsc Anna NeryMaringá/PRVI
CódigoTipo de estudoPeriódicoCidade / estadoNível de evidência
 exploratório,                  de natureza qualitativa   
A5Estudo transversal, com uma     amostra probabilísticaCiência     &       Saúde ColetivaCuiabá/MTVI
A6Abordagem qualitativa, coletando dados por meio de grupo focalRevista BioéticaCuritiba/PRVI
A7Relato de ExperiênciaTempus, actas de saúde coletMaringá-PRVI
A8Estudo exploratório, descritivo com abordagem qualitativaRev baiana enferm.Chapecó/SCVI
A9Pesquisa exploratória, com abordagem socioantropológica,Tempus, actas de saúde coletCuiabá/MTVI

Fonte: Elaboração dos autores

Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, concentrando-se os achados quanto à base de dados, ao ano de publicação e número de estudos, sendo que 05 (56%) estavam disponibilizados na Base de Dados MEDLINE, na base de dados LILACS teve 02 (22%) artigos disponibilizados e disponibilizados nas Bases de Dados BDENF, 02 (22%) artigos; no que se refere ao ano em que foram publicados os artigos, 2020 foi destaque, com a maior quantidade publicações, totalizando respectivamente 04 (44%), as demais publicações foram nos anos de 2017 e 2019 com 02 (22%) cada ano e no ano de 2016 com 1 (11%).

Identificaram-se, quanto ao tipo de estudo, maior prevalência de estudos exploratórios, descritivos, qualitativos e dois estudos na forma de Relato de Experiência.

Concernente aos níveis de evidência, 08 (89%) dos estudos foram do nível VI – Estudos Descritivos, qualitativos e exploratórios.

DISCUSSÃO

Após a leitura, classificaram-se os artigos selecionados. De tal modo foram construídos grupos onde emergiram duas categorias para discussão: a) Dificultadores na comunicação dos imigrantes haitianos no Brasil e b) Mecanismos adotados para romper as barreiras de comunicação dos imigrantes haitianos para acessa a saúde no Brasil 

a) Dificultadores vivenciados pelos imigrantes haitianos no Brasil

Esta categoria emergiu nos artigos conforme código: A1, A2, A3, A4, A6, A8 e A9

 A partir do momento que os imigrantes se estabelecem em outro pais eles passam a vivenciar mudanças sociais e perdas devido ao rompimento de seus vínculos com a língua nativa, família, amigos e hábitos culturais, levando à desconstrução de sua identidade e a necessidade de reconstruir uma nova identidade.  Na reconstrução desta nova identidade, um dos principais dificultadores para estes imigrantes, é criar novos vínculos a partir do aprendizado de uma nova língua e por conseguinte estabelecer novos laços sociais e hábitos culturais.

 De acordo com Santos (2016)A1 as diferenças culturais e linguísticos podem ser empecilhos para a adaptação dos imigrantes nos países de acolhimento e barreiras ao acesso ao sistema de saúde para este cidadão em terra estranha.  Na mesma concepção, Assis e colaboradores (2017)A2, enfatizam que o idioma é um dos principais desafios da inclusão dos imigrantes haitianos no Brasil, e barreiras para o acesso ao sistema saúde pública do pais.

 Imigrantes haitianos atendidos pela Atenção Primária à Saúde de uma capital brasileira, participantes do estudo, afirmara que a baixa fluência no idioma português e o baixo acesso a bons trabalhos são as maiores barreiras que encontraram no Brasil e outros dificultadores estão relacionadas ao processo de adaptação cultural, relações de trabalho, baixa remuneração, custo de vida e distância dos familiares (ASSIS et al., 2017)A2.

 Estudo realizado com população haitiana estabelecida em Cuiabá, cidade de grande porte no estado do Mato Groso, Brasil, demonstraram uma precária situação social destes imigrantes, trabalho com carga horária exacerbada e relatos de manifestações de sofrimento físico e psicossocial (LEÃO et al., 2017)A3

Dificultadores vivenciados pelos imigrantes haitianos no Brasil também foram relatados por profissionais de saúde atuantes em uma unidade de Pronto Atendimento Municipal localizada na região Norte do estado do Paraná, ao relatarem que a barreira idiomática foi fator limitador do atendimento a estes pacientes, pois coleta de informações sobre o quadro clínico e sinais e sintomas, e também a oferta de orientações por parte dos profissionais ficavam prejudicadas (BARRETO et al., 2019)A4

Imigrantes haitianos residentes na região sul do Brasil, elencaram que as barreiras vivenciadas no atendimento dos serviços de saúde do pais foram associadas ao idioma, demora no atendimento, horário de funcionamento dos postos de saúde, territorialização, obtenção de atestado médico, medicina tradicional haitiana, falta/preço do medicamento, afastamento do trabalho para tratamento médico e atendimento emergencial (ROCHA et al., 2020)A6.

No entendimento de Zanatta e colaboradores (2020)A8 a busca por atendimento nas unidades de saúde do Sistema de Único de Saúde do Brasil pelos imigrantes haitianos, torna-se desafiante para os profissionais destas unidades, devido as dificuldades na comunicação e as diversidades culturais deste público.

A dificuldade de integração está relacionada com a falta de conhecimento da língua portuguesa e consequentes barreiras de comunicação. Neste processo comunicativo do imigrante, a língua, ou seja, o idioma do pais de acolhimento é considerada um enorme obstáculo, uma característica de extrema importância nos diferentes contextos. (DAUVRIN et al., 2012)

Para os profissionais de saúde atuantes em quatro municípios no sul do Brasil, que desenvolvem atividades com famílias de imigrantes haitianos ao relatarem sobre o cotidiano do atendimento à estas famílias, destacaram que a barreira da língua e a dificuldade em verbalizar as queixas foram os fatores mais predominantes que dificultaram o cuidado efetivo para a Promoção da Saúde, destacaram que a comunicação ineficiente dificulta e às vezes impossibilita o entendimento dos profissionais sobre o cotidiano dessas famílias (TAFNER et al., 2023).

Na concepção de Castañeda (2010) a dificuldade em lidar com as normas de um sistema de saúde diferente de seu país natal, dotado de regras e rotinas desconhecidas e por vezes incompreensíveis, são fatores que dificultam a integração e comunicação dos haitianos com os provisionais de saúde.

Entende-se que a comunicação, verbal e/ou não verbal, é um recurso importante na prestação do cuidado a saúde do paciente, pois é por meio dela que o profissional de saúde poderá receber informações do paciente e em contrapartida informá-lo das diferentes etapas do tratamento, esclarecimento das dúvidas, relato das dificuldades e anseios que o paciente está vivenciando, bem como, criar vínculos de confiança e responsabilidades, que são possíveis mediante a comunicação e diálogo, cuja interação traz benefícios para o serviço de saúde e para o usuário.

b) Mecanismos adotados para romper as barreiras de comunicação dos imigrantes haitianos para acessa a saúde no Brasil

Esta categoria emergiu nos artigos conforme código: A4, A5, A7, A8 e A9.  Compreende-se que a adoção de estratégias para suprir as barreiras de comunicação, proporciona o acesso à saúde aos pacientes imigrantes, respeitando suas origens e cultura e também auxilia na compreensão em relação a consulta clínica e no estabelecimento da autonomia desse paciente junto a unidade de saúde.  Dentre as estratégias adotadas pelas equipes de saúde, alguns profissionais revelaram que, na tentativa de romper as barreiras de comunicação com o paciente imigrante, utilizaram-se de gestos, mímicas e o programa google tradutor® para melhor compreensão das principais queixas e necessidades em saúde desses usuários (BARRETO et al., 2019)A4

Observou-se que o tempo de residência no Brasil pode estar associado a maior compreensão da língua portuguesa, melhoria da comunicação, aprimoramento do vínculo com os agentes comunitários de saúde e maior entendimento sobre o sistema de saúde do país e sua utilização (ALVES et al., 2019)A5 

Equipe multiprofissional de saúde da Unidade Básica de Saúde, localizada na cidade de Maringá, Brasil, no intuito de minimizar os dificultadores da barreira linguística, junto aos imigrantes haitianos, desenvolveram um projeto de promoção do acolhimento e atendimento mais humanizado por meio da tradução de termos relacionados à consulta odontológica e acesso à Unidade Básica de Saúde. (SANTOS et al., 2020)A7

 Mediante as dificuldades de comunicação percebidas por enfermeiros durante as consultas de enfermagem em puericultura as famílias de imigrantes haitianos na Região Sul do Brasil, adotaram como medida de comunicação desenhar as orientações para facilitar o diálogo entre eles (ZANATTA et al., 2020)A8

 No município de Cuiabá, Brasil, desde o ano de 2014, órgãos federais e organizações não governamentais tem desenvolvido cursos do idioma de português para os haitianos, eventos de rodas de conversa e palestra sobre a rede de serviços do Sistema Único de Saúde, forma de acesso a atendimento de saúde, emissão de cartão de paciente e acompanhamento destes imigrantes junto aos serviços de saúde. (MARTINS; GUGELMIN, 2020)A9

Concernente as dificuldades de comunicação entre paciente, imigrante haitiano, e profissionais de saúde, devido ao não conhecimento do idioma, observase várias estratégias utilizados pelas equipes de saúde para superar estas barreiras e promover uma boa assistência de saúde a estes pacientes.

Dentre as diversas técnicas para melhorar a comunicação entre haitianos e equipe de saúde, tem-se a estratégia adotada pelos profissionais do Sistema Único de Saúde da cidade de Joinville, Brasil, que no intuito de facilitar as abordagens utilizaram aplicativos de tradução on line, do idioma creoule para o português e viceversa para a comunicação entre ambos. (HEIDEMANN et al., 2019)

Projeto de extensão saúde do imigrante haitiano, realizado no estado Mato Grosso, Brasil, com a finalidade de melhorar a comunicação entre os profissionais de saúde e os imigrantes, ofertou cursos de noções básicas do creoule, língua nativa do Haiti, para profissionais de saúde aprenderem as palavras e expressões próprias do cuidado em saúde (MURARO et al., 2018)

Os obstáculos linguísticos para o acesso a cuidados de saúde de qualidade para os imigrantes que não falam o português como língua nativa, devem ser superados por meio da intermediação de intérpretes e disponibilidade de materiais na língua nativa dos pacientes, viabilizando assim, acessibilidade aos serviços de saúde em todos os níveis, desde a marcação de consultas até a adesão ao tratamento (SERRANO; MARTIN, 2021)

 A Atenção Primária à Saúde, considerada uma das principais portas de entrada ao atendimento de saúde da população, pode ser apresentado como um local efetivo para a promoção da saúde de imigrantes que estabelecem no Brasil, no entanto, é primordial reconhecer as barreiras que impendem esta efetividade, e adotar mecanismos para superá-las e assim ofertar a este público um cuidado eficaz, sensível e promotor da saúde. 

CONCLUSÃO

Assim como notadamente observa-se aumento no número de imigrantes que se estabelecem no Brasil, também verifica que há aumento exponencial de investigações acadêmicas com foco na migração, todavia, esta revisão integrativa de literatura demonstrou carências de pesquisas e publicações científicas que abordem os dificultadores de acesso aos serviços de saúde dos imigrantes haitianos no Brasil.

Apesar de constatar pouco número de publicações, os resultados desta revisão foram alcançados ao mostramos neste estudo as barreiras na comunicação dos imigrantes haitianos relacionado ao acesso a saúde no Brasil e os mecanismos adotados para superar estes problemas linguísticos.

Por fim, conclui-se que para promover um atendimento de qualidade ao imigrante é verdadeiro inclusão social é imprescindível adoção de medidas que facilite a atuação dos profissionais de saúde frente a estes novos grupos de usuários do sistema único de saúde do Brasil.

REFERÊNCIAS

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1Enfermeira. SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina.
Discente do Curso de Especialização em Enfermagem em Saúde da Família e Comunidade – Turma I. Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, Minas Gerais, Brasil.

2Dra Carla Denari Giuliani, e-mail: carla.giuliani@ufu.br,   ORCID: 0000-0001-55982230, Filiação:  Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Enfermeira, Doutora em História ê Cultura, Professora Associada I na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), MG, Brasil, Coordenadora e Fundadora do Laboratório Avançado em Estudos de Gênero (LGV) da Universidade Federal de Uberlândia. Docente do Curso de Especialização em Enfermagem em Saúde da Família e Comunidade – Turma I. Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MinasGerais, Brasil