REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202507191111
Naiara Coelho Lopes1; Marcela Feitosa de Brito2; Ana Caroline de Oliveira Coutinho3; Maryelle Kellyne Lopes Santos4; Giovana da Luz Araújo5; Ivete Ribeiro Furtado Caldas6; Mariana de Sousa Ribeiro de Carvalho7; Marcus Vinicius Henriques Brito8
RESUMO
INTRODUÇÃO: Cesariana é uma técnica operatória que ocorre através de uma incisão abdominal e uterina que visa salvar a vida da mãe e do recém-nascido, amplamente utilizado como alternativa ao parto vaginal, sendo essencial em situações que envolvem risco materno ou fetal. Apesar de ser um procedimento para salvar vidas, pode trazer grandes prejuízos tanto para puérpera quanto para o feto podendo abranger: morbidade materna aguda grave; infecção pós-parto; podendo levar a morte. OBJETIVO: Analisar as principais complicações associadas à infecção de sítio cirúrgico (ISC) em pacientes submetidas à cesariana. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. A busca dos artigos foi realizada nas bases de dados eletrônicas PubMed, SciELO, BVS, LILACS e BDENF e Google Acadêmico, artigos publicados entre janeiro de 2015 e julho de 2025. A busca resultou em: PubMed: 5 artigos; BVS: 4; SciELO: 42 artigos; LILACS: 58 artigos; BDENF: 25 artigos; Google Acadêmico: 59 artigos. Além das bases científicas, foram incluídas fontes institucionais e documentos técnicos provenientes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Ministério da Saúde do Brasil e Organização Mundial da Saúde (OMS). RESULTADOS E DISCUSSÕES: Dentre ad complicações de pós-cesariana a infecção do sítio cirúrgico (ISC) é considerada uma das mais frequentes, podendo apresentar hematoma, deiscência da incisão, dor em região de ferida operatória, presença de secreção purulenta e/ou fétida, febre, endometrite, e sepse. Estudos ainda evidenciam, as infecções do sítio cirúrgico em cesariana podem levar a prolongamento do tempo de internação hospitalar, maior necessidade de intervenções médicas adicionais, como reabordagem cirúrgica e uso prolongado de antibióticos, além de aumentar o risco de sepse, o que pode comprometer a recuperação materna e a amamentação. Essas complicações também impactam negativamente a qualidade de vida da mulher, provocando dor, desconforto e limitações nas atividades diárias durante o pós-parto. CONCLUSÃO: A infecção de sítio cirúrgico (ISC) em pacientes submetidas à cesariana representa uma importante preocupação de saúde pública, devido à sua elevada incidência de morbidade associada e impacto nos sistemas de saúde. Esta revisão de literatura evidenciou que as ISC, especialmente quando envolvem complicações como deiscência da incisão, presença de secreção purulenta e/ou fétida, febre, hematoma, endometrite e sepse, representam um risco significativo à saúde materna, podendo comprometer a recuperação pós-operatória, aumentar o tempo de internação hospitalar e elevar os custos assistenciais.
PALAVRAS–CHAVE: Cesariana; Infecção do sítio cirúrgico; Complicações pós-operatória.
1 INTRODUÇÃO
Cesariana é uma técnica operatória que ocorre através de uma incisão abdominal e uterina que visa salvar a vida da mãe e do recém-nascido, amplamente utilizado como alternativa ao parto vaginal, sendo essencial em situações que envolvem risco materno ou fetal. Apesar de ser um procedimento para salvar vidas, pode trazer grandes prejuízos tanto para puérpera quanto para o feto podendo abranger: morbidade materna aguda grave; infecção pós-parto; podendo levar a morte (Araujo; Abreu; Silva, 2022).
Desde 1985, a comunidade médica internacional considera que a taxa ideal de cesárea seria entre 10% e 15%. Porém as cesáreas vêm se tornando cada vez mais frequentes tanto nos países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento (OMS, 2023).
O uso de cesariana continua crescendo mundialmente, respondendo agora por mais de um em cada cinco (21%) partos. Este número deve continuar aumentando na próxima década, com quase um terço (29%) de todos os partos provavelmente ocorrendo por cesariana até 2030. As taxas mundiais de cesarianas aumentaram de cerca de 7% em 1990 para 21% hoje e estima-se que continuem a aumentar nesta década. Se essa tendência continuar, em 2030 as taxas mais altas provavelmente serão na Ásia Oriental (63%), América Latina e Caribe (54%), Ásia Ocidental (50%), Norte da África (48%) Sul da Europa (47%), Austrália e Nova Zelândia (45%) (OMS, 2021).
No Brasil, são cerca de 2,7 milhões de nascimentos, no ano de 2021, 57,0% via cesariana, já superam, em muito, o preconizado pela OMS. (BRASIL – SINASC, 2023).
Entre os anos de 2021 e 2023, foram registrados mais de 4,5 milhões de nascimentos por cesariana em todo o país. Desse total, aproximadamente 1,2 milhão ocorreram na Região Nordeste, evidenciando a elevada frequência do procedimento nessa localidade (Brasil, 2025).
O parto cesáreo, embora seja um procedimento seguro quando bem indicado, está associado a diversas complicações, sendo a infecção do sítio cirúrgico (ISC) uma das mais frequentes, podendo apresentar hematoma, deiscência da incisão, dor em região de ferida operatória, presença de secreção purulenta e/ou fétida, febre, endometrite, e sepse, prolongar o tempo de internação e aumentar os custos hospitalares. A ISC pode ocorrer em até 10% das mulheres submetidas à cesariana, especialmente na presença de fatores de risco como obesidade, diabetes, trabalho de parto prolongado e ruptura prematura de membranas. (WHO, 2015; ANVISA, 2024).
A Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC) é considerada uma das complicações de maior gravidade no período pós-operatório, com impacto na morbidade e mortalidade cirúrgica. As ISC ocorrem principalmente por fatores extrínsecos, como a má manipulação de incisões cirúrgicas em tecidos subcutâneos e moles profundos, órgãos, cavidades (Zuge, et al, 2021).
Diante da relevância clínica e epidemiológica do tema, torna-se fundamental revisar a literatura científica atual para identificar as principais complicações, fatores associados e estratégias de prevenção. Essa análise contribuirá para o aprimoramento das práticas assistenciais e para a promoção de um cuidado obstétrico mais seguro e qualificado.
Considerando esse contexto, formula-se o seguinte questionamento norteador: Quais são as principais complicações associadas à infecção de sítio cirúrgico em pacientes submetidas à cesárea descrita na literatura?
Diante dessa temática este estudo tem como objetivo analisar as principais complicações associadas à infecção de sítio cirúrgico (ISC) em pacientes submetidas à cesariana.
2 METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, que tem como finalidade reunir, analisar e sintetizar o conhecimento disponível sobre as complicações decorrentes da infecção de sítio cirúrgico (ISC) em pacientes submetidas à cesariana. Essa abordagem permite uma compreensão ampla do tema a partir de estudos previamente publicados, contribuindo para a construção de evidências que orientem a prática clínica.
A busca dos artigos foi realizada nas bases de dados eletrônicas PubMed, SciELO, BVS, LILACS e BDENF e Google Acadêmico, utilizando os descritores controlados dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), combinados por meio dos operadores booleanos AND e OR. Os termos utilizados incluíram: “cesariana”, “infecção do sítio cirúrgico”e “complicações pós-operatórias”.
Foram estabelecidos os seguintes critérios de inclusão: Artigos publicados entre janeiro de 2015 e julho de 2025; estudos disponíveis na íntegra, nos idiomas português, inglês ou espanhol; estudos primários (quantitativos ou qualitativos) que abordem diretamente as complicações relacionadas à ISC em cesarianas; publicações com metodologia clara e coerente com o tema.
Os critérios de exclusão: Trabalhos que não estejam disponíveis na íntegra gratuitamente ou por meio de acesso institucional; Estudos que não abordem especificamente infecção de sítio cirúrgico relacionada à cesariana; Cartas ao editor, editoriais, resumos de congressos.
A busca resultou em: PubMed: 5 artigos; BVS: 4; SciELO: 42 artigos; LILACS: 58 artigos; BDENF: 25 artigos; Google Acadêmico: 59 artigos.
Além das bases científicas, foram incluídas fontes institucionais e documentos técnicos provenientes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Ministério da Saúde do Brasil e Organização Mundial da Saúde (OMS), com o objetivo de complementar os dados sobre epidemiologia, critérios diagnósticos e diretrizes voltadas à prevenção e manejo da infecção de sítio cirúrgico (ISC) em cesáreas.
A seleção dos artigos seguiu as etapas de leitura de título, resumo e, posteriormente, leitura na íntegra dos textos potencialmente relevantes. Para garantir a robustez da análise, foram incluídos no mínimo 23 artigos científicos que atenderam a todos os critérios de seleção e que forneceram dados relevantes sobre o tema em questão.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 Infecção do Sítio Cirúrgico (ISC) de Cesariana
Estudos de diversas regiões do país trazem resultados das principais complicações desenvolvidas em decorrência de ISC em pacientes submetidas a cesarianas.
Em uma pesquisa realizada em um hospital público de São Paulo (2019–2021) com 850 puérperas submetidas a cesariana encontrou que as principais complicações da ferida operatória foram: Infecção superficial da incisão (5,4%), Deiscência da ferida (1,1%), Hematoma (0,9%), Seroma (0,7%). Além disso, 0,3% das pacientes desenvolveram sepse secundária. A infecção foi associada a fatores como obesidade, diabetes gestacional e cesariana de emergências (Ferreira et al., 2022).
Outo estudo realizado para avaliar as complicações da ferida operatória em cesarianas no Hospital Universitário do Rio Grande do Sul (2017–2020), estudo retrospectivo avaliou 450 prontuários de mulheres submetidas à cesariana e identificou como complicações relacionada a ferida operatória: Infecção superficial da ferida: 4,8% Endometrite: 2,3%nDeiscência de incisão: 1,7% Hematoma: 1,1%. Foi observada maior incidência de complicações em pacientes com ruptura prolongada de membranas e trabalho de parto maior que 12 horas (Gomes, et al., 2020).
Uma outra pesquisa sobre complicações infecciosas e não infecciosas da ferida operatória pós-cesariana: análise em maternidade pública do Nordeste (2018–2022) com 520 mulheres pós-cesariana evidenciou que: Infecção do sítio cirúrgico (ISC) 6,3%, dentre as principais complicações: Hematoma na incisão: 1,5% Seroma: 1,2% Deiscência: 0,9% As complicações foram associadas a trabalho de parto prolongado e ao não uso adequado de antibióticos profiláticos (Lopes et al., 2021).
As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) consistem em eventos adversos (EA) ainda persistentes nos serviços de saúde do Brasil. Levando a considerável aumento da morbidade, da mortalidade e do tempo de internação, além de elevar custos à instituição hospitalar e prejuízos físicos, psicológicos e sociais às pacientes (ANVISA, 2024)
Nesse sentido, as IRAS associadas a pós-cesáreas são consideradas infecções puerperais, causada pela formação de abscesso na parede abdominal. É uma das complicações pós-operatória mais comum, com significativa morbimortalidade, representando 17% das infecções relacionadas à assistência à saúde. Pacientes com ISC (Infecção do Sítio Cirúrgico) têm cinco vezes mais chances de serem readmitidos em 30 dias e duas mais de óbito, em comparação com aqueles que não desenvolvem. Além disso, elas dobram a permanência e os custos hospitalares, representando um problema econômico considerável para o sistema de saúde (Sousa, 2022).
A infecção após a cesárea é uma complicação que afeta a saúde materna. A detecção precoce e o manejo adequado dessas infecções são essenciais para reduzir suas consequências (Ohr, et al., 2024).
A taxa aceitável de infecção em cesarianas, segundo a OMS, é recomendada ser menor que 15%. A Anvisa, por sua vez, foca na prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), incluindo as infecções de sítio cirúrgico (ISC) em cesarianas, através de programas e protocolos específicos (ANVISA, 2024).
Segundo Costa et al. (2020), as infecções do sítio cirúrgico podem levar a prolongamento do tempo de internação hospitalar, maior necessidade de intervenções médicas adicionais, como reabordagem cirúrgica e uso prolongado de antibióticos, além de aumentar o risco de sepse, o que pode comprometer a recuperação materna e a amamentação. Essas complicações também impactam negativamente a qualidade de vida da mulher, provocando dor, desconforto e limitações nas atividades diárias durante o pós-parto.
As complicações associadas à ferida operatória, como deiscência e hematomas, além de infecções, podem gerar dor intensa, atraso na cicatrização, e aumento do risco de complicações sistêmicas. Essas condições frequentemente resultam em hospitalizações prolongadas, maiores custos assistenciais e sofrimento psicológico para a paciente, incluindo ansiedade e estresse relacionados à recuperação (Oliveira; Silva, 2022).
Outra complicação relacionada à infecção do sítio cirúrgico está a endometrite pós-cesariana, pode resultar em complicações graves como abscessos intra-abdominais, peritonite, sepse e falência orgânica, além de impactar negativamente a fertilidade futura da paciente. Além das implicações clínicas, essa condição prolonga o tempo de internação hospitalar, aumenta os custos com medicamentos e intervenções e exige cuidados mais complexos (Nalhan, R. et al. 2022).
A prevenção da endometrite e da infecção do sítio cirúrgico após cesariana exige um conjunto de estratégias bem definidas. Entre as mais eficazes estão o uso de antibioticoprofilaxia combinada (como cefalosporina com azitromicina), a antisepsia com clorexidina antes da incisão, irrigação da cavidade abdominal quando indicada, e fechamento de tecido subcutâneo em pacientes com IMC elevado. A adoção dessas práticas tem reduzido significativamente a taxa de ISC e endometrite, promovendo maior segurança para a puérpera (Villar, J. et al. 2022).
3.2 Sepse associada Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC) de Cesárea
Segundo dados do Ministério da Saúde do Brasil (2023), a sepse pós-cesariana é uma das complicações mais graves associadas à infecção do sítio cirúrgico. Estima-se que entre 0,5% a 1,5% das mulheres submetidas à cesariana desenvolvam sepse relacionada à ISC, especialmente quando o diagnóstico e tratamento da infecção inicial são tardios. Essa taxa pode variar conforme fatores regionais e infraestrutura dos serviços de saúde.
Dados apontados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em seu relatório global de 2021, aponta que a sepse obstétrica incluindo a sepse decorrente de infecção do sítio cirúrgico em cesáreas é responsável por aproximadamente 11% das mortes maternas globais. Em países em desenvolvimento, como o Brasil, a sepse é a segunda maior causa de mortalidade materna, ressaltando a gravidade da condição (OMS, 2021).
Em 2021, o Brasil registrou cerca de 2,7 milhões de nascimentos, dos quais aproximadamente 57% foram por cesariana. Estima-se que até 10% dessas mulheres desenvolvam alguma infecção do sítio cirúrgico, e entre elas, cerca de 1% a 2% evoluam para sepse grave. Isso representa aproximadamente 15.000 a 30.000 casos de sepse associada a ISC por ano, o que justifica a necessidade urgente de medidas preventivas e aprimoramento do atendimento obstétrico (SINASC, 2023).
Dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH-DATASUS) e de série temporal (2010–2019) revelam que mulheres submetidas à cesariana apresentam risco de mortalidade por sepse até cinco vezes maior do que aquelas em parto vaginal. O estudo da Fiocruz mostrou que o Sudeste atingiu 30,6 óbitos por 100 mil habitantes, o Sul 25,8/100 mil e o Norte 12,1/100 mil, indicando grave disparidade regional na mortalidade séptica pós-cesárea (Silva et al., 2022).
Ferreira et al. (2022) analisaram registros de 145 puérperas diagnosticadas com sepse pós-cesariana em hospital de referência no Recife. A gravidade do quadro infeccioso foi elevada: 62% das pacientes evoluíram para choque séptico e 52% necessitaram de ventilação mecânica. A incidência de falência de múltiplos órgãos foi de 35%, com taxa de mortalidade de 18%. Fatores preditores incluíram chegada tardia ao hospital (mais de 48 horas após os primeiros sintomas) e uso anterior de antibioticoterapia inadequada, evidenciando a necessidade urgente de protocolos de entrada hospitalar e diagnóstico precoce.
A sepse associada à infecção do sítio cirúrgico (ISC) pós-cesariana pode se manifestar de forma insidiosa, sendo essencial a atenção a sinais e sintomas clínicos precoces para evitar a progressão do quadro. Os sintomas iniciais incluem febre persistente (acima de 38°C), taquicardia, taquipneia, hipotensão, dor intensa na região da incisão, edema, eritema local, além de secreção purulenta ou de odor fétido na ferida operatória. Em casos mais avançados, a paciente pode apresentar confusão mental, oligúria, calafrios, extremidades frias e sinais de instabilidade hemodinâmica, indicando progressão para choque séptico (Rezende, 2019).
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2022), a identificação rápida desses sinais e o início imediato do tratamento antimicrobiano, associado à drenagem de abscessos e suporte hemodinâmico, são cruciais para a redução da mortalidade.
A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2021) também destaca que a sepse materna continua sendo uma das principais causas de morte evitável no período pós-parto, sendo a ISC uma das portas de entrada mais comuns para infecções sistêmicas nesse contexto.
Diante desse cenário, reforça-se a importância de estratégias de prevenção, diagnóstico precoce e intervenção rápida frente aos sinais de infecção no pós-operatório de cesariana. O monitoramento rigoroso da ferida operatória, associado à educação da equipe de saúde e das puérperas quanto aos sinais de alerta, pode reduzir significativamente a incidência de sepse e suas consequências. Além disso, a padronização de protocolos clínicos baseados em evidências e a garantia de condições adequadas de assepsia e cuidados no intra e pós-operatório são essenciais para promover a segurança materna e diminuir os índices de morbimortalidade relacionados à ISC (BRASIL, 2021; OMS, 2021).
O cuidado pós-cesárea inclui educação adequada, técnicas de manejo da ferida cirúrgica e estratégias de monitoramento para a prevenção de infecções. A educação das pacientes é fundamental para capacitá-las a identificar sinais de complicações e adotar práticas de autocuidado que reduzam o risco de infecção do sítio cirúrgico (Lima, et al, 2025)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A infecção de sítio cirúrgico (ISC) em pacientes submetidas à cesariana representa uma importante preocupação de saúde pública, devido à sua elevada incidência de morbidade associada e impacto nos sistemas de saúde.
Esta revisão de literatura evidenciou que as ISC, especialmente quando envolvem complicações como deiscência da incisão, presença de secreção purulenta e/ou fétida, febre, hematoma, endometrite e sepse, representam um risco significativo à saúde materna, podendo comprometer a recuperação pós-operatória, aumentar o tempo de internação hospitalar e elevar os custos assistenciais.
Esses desfechos reforçam a necessidade de identificar precocemente os fatores de risco e adotar estratégias preventivas baseadas em protocolos clínicos eficazes, com o objetivo de reduzir a incidência dessas complicações e promover um cuidado obstétrico mais seguro e qualificado.
REFERÊNCIAS
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GOMES, F. P. et al. Infecção do sítio cirúrgico pós-cesariana no Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 2020.
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ZUGE, Samuel Spiegelberg; GABIATTI, Daiane; KLOH, Jennifer Karen; BRUM, Crhis Netto de; SILVA, Clarissa Bohrer da; ALDRIGHI, Juliane Dias. Associação entre infecção de sítio cirúrgico pós-cesariana e idade materna. Revista Enfermagem UFPE on line, v. 15, n. 1, p. 1-13, jan. 2021.
1 Enfermeira, Universidade Estadual do Para-UEPA, nayaralopes12@hotmail.com
2 Enfermeira, Universidade Estadual do Para-UEPA, marcela-med@hotmail.com
3 Enfermeira, Universidade Estadual do Para-UEPA, coutinhoanacaroline@gmail.com
4 Acadêmica de Enfermagem, Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, maryellek10@gmail.com
5 Acadêmica de Enfermagem, Universidade da Amazônia-UNAMA, gi.luz.araujo@gmail.com
6Fisioterapeuta, Docente, Universidade Estadual do Para-UEPA, ivetecaldas@uepa.br
7 Médica, Docente, Universidade Estadual do Para-UEPA mariana.carvalho@uepa.br
8Médico, Docente, Universidade Estadual do Para-UEPA, marcusvhbrito@gmail.com