COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO E JORNALISTAS DE TV:UM ESTUDO NO PERÍODO DA PANDEMIA DE COVID-19

INFORMATION LITERACY AND TV JOURNALISTS: A STUDY IN THE PERIOD OF THE COVID-19 PANDEMIC

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8239817


Pedro Paulo da Cruz1
Elizete Vieira Vitorino2


Resumo

O objetivo deste estudo consiste em apresentar a Competência em Informação em conexão ao jornalismo no período da pandemia de Covid-19, na perspectiva das dimensões técnica, estética, ética e política. Para isso, optou-se pela pesquisa qualitativa, exploratória e bibliográfica. Para a Revisão Sistemática de Literatura (RSL) pesquisou-se artigos que abordassem a temática da pandemia, do telejornalismo e da Competência em Informação. Utilizou-se as bases de dados: SciELO, Scopus, Web of Science, Banco de Teses da CAPES, e Google Acadêmico. Os estudos, apesar de não tratarem diretamente da Competência em Informação no telejornalismo, durante a pandemia de Covid-19, nos dão suporte para entender que, com a pandemia, houve uma reconfiguração no campo jornalístico, com novas habilidades e práticas profissionais. A forma de narrar os fatos mudou e o profissional teve que se adaptar ao uso da máscara – que alterou também a comunicação. Há também impactos promovidos por informações imprecisas e inverídicas e foi identificado o papel da Ciência da Informação (CI) no contexto de crise informacional, apontando a Competência em Informação como um dos caminhos para o enfrentamento das questões informacionais.

Palavras-chave: Competência em Informação. Jornalismo. Telejornalismo. Pandemia – Covid-19.

Abstract

The objective of this ongoing study is to analyze the Information Literacy of TV journalists during the Covid-19 pandemic, from the perspective of technical, aesthetic, ethical and political dimensions. For this, we opted for qualitative, exploratory and bibliographical research. For data collection, videos from Jornal do Almoço, a newscast presented by the affiliate of Rede Globo, in Santa Catarina, will be used. As a result, it is intended to show how the performance was and also what was the role of the TV journalist, during the pandemic, as a subject who educates for information.

Keywords: Information Literacy. Telejournalism. Pandemic. Innovation.

1.Introdução

O Jornalismo passou por profundas transformações nas últimas décadas. Mudanças que abalaram o seu principal compromisso de levar informação à sociedade. A inovação tecnológica forçou o profissional a se adaptar a um novo modelo de atuação que se tornou um desafio para os jornalistas na contemporaneidade. O telejornalismo também teve de se adequar às inovações, principalmente, àquelas geradas pela convergência e digitalização. A desinformação, a ameaça a liberdade de expressão, e a competição por audiência com as redes sociais, são obstáculos que ganharam força e devem acompanhar este profissional nos próximos anos. Apesar de se ter mais acesso à informação do que em qualquer outro período da história, a qualidade dessa informação é duvidosa o que tem feito com que as pessoas, muitas vezes, evitem as notícias de jornais e TVs e se informem por outros meios, como revelou uma pesquisa do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo, da Universidade de Oxford (2022).

No relatório anual sobre o consumo de notícias no mundo, o pesquisador do Instituto, Nic Newman e sua equipe (2022) mostraram preocupação em relação ao jornalismo no Brasil: “54% dos brasileiros dizem que muitas vezes ou às vezes, evitam as notícias, índice bem acima da média mundial de 38%”. A crise provocada pelo novo coronavírus, fez “a confiança das notícias cair em muitos países, sendo a polarização política um fator chave”, como publicou o pesquisador Newman (2020), do Instituto Reuters. Esta questão nos faz entender que o jornalista precisa desenvolver sua competência para poder lidar melhor com os dilemas da profissão. Por isso, este estudo aborda as novas funções e habilidades exigidas dos jornalistas de TV, durante a pandemia de Covid-191 que afetou diretamente o jornalismo e, consequentemente, o telejornalismo.

1 A COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia em 11 de março de 2020. Conforme escreveu a Opas (2022), “o termo ‘pandemia’ se refere à distribuição geográfica de uma doença e não à sua gravidade. A designação reconhece que, no momento, existem surtos de COVID-19 em vários países e regiões do mundo”. (OPAS, 2022).

Com os resultados propõe-se a contribuir para a formação de futuros jornalistas, com um olhar crítico para o contexto social, trazendo à luz a importância da inovação e da Competência em Informação no telejornalismo.

Nesta pesquisa, busca-se realizar uma análise da Competência em Informação dos jornalistas de TV no período da pandemia de Covid-19, na perspectiva das dimensões técnica, estética, ética e política, de forma a entender como as dimensões podem contribuir com o trabalho destes profissionais.

Assim sendo o tema aqui investigado apresenta potencial para os pesquisadores da Ciência da Informação (CI), tendo em vista que esta pesquisa possibilitará identificar, no telejornalismo, abordagens de CI, e de aspectos que contribuirão para novas pesquisas na área.

A principal abordagem é aquela que relaciona a Competência em Informação com o jornalismo. E para entendermos esta relação, precisamos compreender o que é a Competência em Informação. A expressão foi utilizada pela primeira vez em 1974, pelo bibliotecário norte-americano Paul Zurkowski. Segundo a American Library Association (ALA), Competência em Informação é a capacidade que um indivíduo possui de reconhecer quando precisa de informação e a “habilidade para localizar, avaliar e usar efetivamente a informação” (AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION, 1989). Está dividida em quatro dimensões: técnica, estética, ética e política.

A Dimensão Técnica está relacionada às técnicas profissionais e se revela no saber fazer. A Dimensão Estética envolve os aspectos da cognição humana, como a imaginação, a criatividade, a sensibilidade, e está ligada ao conhecimento sensitivo. Na Dimensão Política, encontram-se as leis que regem a sociedade e o fazer profissional. E, na Dimensão Ética, encontramos os alicerces que dão sustentação àquilo que podemos ou não fazer quando consideramos os valores sociais estabelecidos (RIOS, 2002; ORELO; VITORINO, 2012, p. 133).

Essas dimensões, quando aplicadas ao jornalismo, permitem entender a profissão e as responsabilidades que este profissional deve ter para permitir o seu crescimento e facilitar a comunicação com as pessoas.

O jornalismo surgiu da necessidade de informar. A invenção é atribuída ao lendário imperador romano, Júlio César. Conforme Rizzini, para difundir seus grandes feitos e apresentar aos cidadãos os avanços do império, ele criou a Acta Diurna, “mais antigo ‘escrito’, registrado até hoje, que tem formato similar ao jornal.” (RIZZINI, 1977).  Durante a idade média, Gutenberg inventou a prensa de papel e o trabalho que era manual passou a ser feito por máquinas (MORETZSOHN, 2007).

Com o livre intercâmbio de ideias e a disseminação do conhecimento a imprensa escrita foi para o rádio e o rádio para a TV, com a primeira transmissão de notícias realizada, em 1928, nos Estados Unidos. A emissora WGY, transmitiu simultaneamente, em rádio e TV, a indicação de um pré-candidato à presidência da república (PRESS READER, 2016).

De lá pra cá, foram muitas as transformações que marcaram a história do jornalismo em TV, sempre pautado pelo compromisso de esclarecer os fatos e levar informação para a sociedade. Talvez a mudança mais significativa, tenha ocorrido agora, durante a pandemia de Covid-19. A forma de levar a notícia teve que se adequar às circunstâncias e às limitações impostas pelo vírus. E o tratamento dado, pelos jornalistas, à informação e à ciência, também passou a ser questionado pela sociedade. Muitos formatos e linguagens surgiram para facilitar esse trabalho. Alguns deram certo, outras abordagens, não. Nesse contexto, nasceu a ideia de identificar esses recursos e também o tratamento dado à notícia e disponibilizá-los para estudantes, pesquisadores e profissionais da comunicação, permitindo, assim, fazer uso dessas ferramentas e resultados de forma mais consciente. A informação é o principal produto do jornalista, assim, saber coletar dados, tratar os dados, e disseminar a informação com qualidade é fundamental para o bom desempenho desse profissional. E o desenvolvimento da Competência em Informação pode ajudá-lo a desempenhar sua profissão com mais responsabilidade e eficiência. Como afirma Brookes (1980), a informação chega de forma diferente em cada pessoa e isso ficou bem claro durante a pandemia: uma mesma notícia, resultou em diferentes interpretações, e decisões por parte dos jornalistas e da população, reféns de um vírus.

A pandemia de Covid-19 mudou os hábitos das pessoas, impondo restrições e alterando rotinas. O processo de busca e uso da informação, bem como a interação com os conteúdos informacionais, nos mais variados formatos, nunca foi tão importante para se prevenir ou tratar as consequências trazidas pela doença: houve dificuldade de lidar com informações essenciais e com a desinformação provocada pelo excesso de dados e falta de conteúdos precisos e verídicos.

O trabalho do jornalista e, neste caso, abordando especificamente o que atua em TV, também foi considerado essencial e sofreu muitas mudanças para que ele conseguisse levar a informação ao grande público. Alguns profissionais acertaram na forma de comunicar a notícia, outros tiveram que rever os seus conceitos e esta situação aconteceu, inclusive, em periódicos científicos. Um caso que chamou atenção é o do jornal The Lancet, que publicou um estudo mostrando riscos cardíacos pelo uso da medicação hidroxicloroquina. Por causa da publicaçãoa OMS determinou a suspensão dos testes. A revista Media Talks publicou a seguinte informação: “Aí veio o bom jornalismo e desmascarou o estudo. Uma investigação do The Guardian revelou falhas, obrigando o periódico a retirá-lo do ar, e a   anunciar uma revisão no processo de análise de trabalhos científicos antes da publicação.” (RIBEIRO; GURGEL, 2020).

Tornou-se evidente no período de pandemia de Covid-19, o desencontro de informações, a dificuldade para transmitir a notícia e    o tom alarmante com que muitos noticiários trataram do assunto. Considerando que o jornalista precisa desenvolver a dimensão técnica (habilidades profissionais) com ética e responsabilidade (fazer bem o seu dever), bem como observando questões estéticas (sensibilidade, criatividade, inovação) e questões políticas (sociais) e que se constituem no cerne da Competência em Informação, as perguntas que se apresentam para esta pesquisa são: Como se apresenta a Competência em Informação em conexão ao jornalismo e ao telejornalismo no período da pandemia de Covid-19, quanto às dimensões técnica, estética, ética e política? O conteúdo das reportagens veiculadas durante a pandemia bem como a atuação do jornalista neste período demonstra que se trata de um profissional que educa para a informação?

Nesse sentido e para investigar o tema proposto, optou-se pela pesquisa qualitativa, exploratória e bibliográfica. Para a Revisão Sistemática de Literatura (RSL) pesquisou-se artigos que abordassem a temática da pandemia, do telejornalismo e da Competência em Informação. Utilizou-se as bases de dados: SciELO, Scopus, Web of Science, Banco de Teses da CAPES, e Google Acadêmico.  Os resultados apresentados poderão contribuir para melhorar a qualidade da informação que chega ao grande público apresentar a Competência em Informação em conexão ao telejornalismo.

2. Revisão de literatura

A busca bibliográfica empreendida para os fins desta pesquisa encontrou poucos artigos que relacionam a Competência em Informação com o telejornalismo, conforme será apresentado mais adiante na revisão sistemática de literatura. A produção científica sobre a cobertura do jornalismo televisivo, em meio a uma pandemia, ainda é tímida. É fato que, quando a maioria das pandemias ocorreram no mundo, a televisão ainda não existia. A TV foi criada no fim do século XIX e começo do século XX. O precursor teria sido o russo Boris Rozing:

Boris Rozing havia descoberto que um feixe eletrônico num tubo de raios catódicos deixava padrões luminosos complexos na frente do tubo. Em 1907, Rozing patenteou um sistema de enviar e receber imagens, baseado em seu tubo. Embora seja divertido imaginarmos Rozing ligando uma chave e gritando “Heureca! Eu inventei a TV!” ao observar a tela ativada, isso é também simplista demais. O trabalho de Rozing apoiou-se nos trabalhos de vários outros pesquisadores, e muitas pessoas estavam conduzindo experimentos em áreas relacionadas (CASHMORE, 1998. p. 24).

Em 1923, Wladimir Zworykin que trabalhou com Boris, criou e registrou um modelo mais simples e, em 1928, “concebeu o iconoscópio, composto por uma tela de milhares de elementos, que geravam uma carga elétrica, quando raios de luz atingiam um objeto a ser transmitido e visualizado na tela” (CASHMORE, 1998). A partir desta ideia de Zworykin, nasceu o aparelho de TV.

Portanto, ainda não havia televisão quando aconteceram as maiores pandemias da história. Por este motivo, cabe-nos agora, conhecer o jornalismo, o trabalho desenvolvido na televisão e a competência do profissional jornalista.

2.1 Jornalismo, telejornalismo, competência do jornalista

As questões até aqui apresentadas passam por entender a profissão e o trabalho do jornalista, a fim de podermos avaliar as suas competências e como a Competência em Informação pode ser aplicada para o seu crescimento e para facilitar a comunicação com as pessoas.

Para alcançar este objetivo, optou-se por utilizar alguns dos autores mais relevantes na área do jornalismo e que abordam o trabalho do jornalista e a função do jornalismo para sociedade. Como destaca, Traquina (2005), sobre a profissão:

jornalismo é a vida, tal como é contada nas notícias de nascimentos e de mortes, tal como o nascimento do primeiro filho de uma cantora famosa, ou a morte de um sociólogo conhecido mundialmente. É a vida em todas as suas dimensões, como uma enciclopédia. Uma breve passagem pelos jornais diários vê a vida dividida em seções que vão da sociedade, a economia, a ciência e o ambiente, à educação, à cultura, à arte, aos livros, aos media, à televisão, e cobre o planeta com a divisão do mundo em local, regional, nacional (onde está essencialmente a política do país) e internacional (TRAQUINA, 2005, p. 19).

O autor explica ainda que “a maioria dos livros e manuais sobre jornalismo define as notícias em última análise como tudo que é importante e/ou interessante” (TRAQUINA, 2005 p. 20). É importante observar como o autor aborda esse conteúdo e suas implicações quando explica que:

Os jornalistas responderiam prontamente, como define a ideologia profissional desta comunidade, que o jornalismo é a realidade. Há verdade nessa afirmação. Existe um acordo tácito entre os que escolhem esta profissão de jornalista e o leitor/ouvinte/telespectador que torna possível dar credibilidade ao jornalismo contemporâneo, a notícia, não é ficção, isto é, os acontecimentos ou personagens das notícias não são invenção dos jornalistas. A transgressão da fronteira entre realidade e ficção é um dos maiores pecados da profissão de jornalista, merece a violenta condenação da comunidade e quase o fim de qualquer promissora carreira de jornalista. No entanto, dever-se-ia acrescentar rapidamente que muitas vezes essa “realidade” é contada como uma telenovela, e aparece quase sempre em pedaços, em acontecimentos, uma avalanche de acontecimentos perante a qual os jornalistas sentem como primeira obrigação dar resposta com notícias, rigorosas e se possível confirmadas, o mais rapidamente possível, perante a tirania do fator tempo (TRAQUINA, 2005, p. 20).

Um bom jornalista é aquele que sabe contar uma boa história. Claro que existe uma série de técnicas para isso, mas o mais importante é mostrar a vida como ela é, usar uma linguagem simples, direta e objetiva. Ter a sensibilidade para observar e captar aquilo que está acontecendo e, depois, transmitir ao leitor, ouvinte ou telespectador, da forma mais clara possível, tendo a informação, sempre, como foco principal. Daí a necessidade de também, saber a origem da informação, os elementos que a compõe, como recuperá-la, organizá-la e transmití-la.

2.2 Pandemias: cenário e características

Uma pesquisa feita pela revista Galileu, em 2020, mostrou como aconteceram as maiores pandemias da história (RODRIGUES, 2020). No século 14 tivemos a Peste Bubônica, causada por uma bactéria e disseminada pelo contato com pulgas e roedores. Pelo menos 200 milhões de pessoas morreram por causa da doença, também chamada de “Peste Negra”. A varíola, causou pânico a humanidade por mais de três mil anos. Era transmitida de pessoa a pessoa, por meio das vias respiratórias. Em 1980, a doença foi erradicada, depois de uma campanha de vacinação em massa. Já a Cólera, teve sua primeira epidemia global, em 1817, e matou centenas de milhares de pessoas.

Na pandemia da Gripe Espanhola de 1918, pelo menos 40 milhões de pessoas morreram.

Diante do exposto, apresentamos agora, uma relação das pandemias com o meio televisivo.

No Brasil a televisão chegou em 1950, pelas mãos do jornalista Assis Chateaubriand. Em 18 de setembro daquele ano, ele iniciou “o primeiro canal do país e da América Latina, a hoje extinta TV Tupi” (SILVA, 2004, p. 20). Veja que, depois que a TV chegou no Brasil, havia acontecido apenas uma pandemia. Ela foi provocada pelo vírus H1N1, causador da chamada gripe suína, o primeiro a gerar uma pandemia no século 21. O vírus surgiu em porcos no México, em 2009, e se espalhou rapidamente pelo mundo, matando 16 mil pessoas.

Com a Covid-19, uma situação de emergência em saúde pública, considerada inédita, por essa geração, o que mais se viu foi um desencontro de informações, entre profissionais de saúde, instituições, governos e veículos de comunicação. A própria OMS, por mais de uma vez, teve que rever os seus procedimentos e recomendações, como por exemplo, no caso do uso de máscaras e da conduta em relação aos tratamentos. Os lockdows passaram a ser defendidos e condenados, com base em estudos de diferentes linhas.

Sabemos que a informação funciona como um remédio para a saúde pública. Divulgar bons hábitos de saúde, facilita as estratégias para reduzir mortes e aumentar a qualidade de vida.

Em um momento de pandemia, com um vírus desconhecido e vacina ainda em processo de desenvolvimento, o papel da informação pública se torna ainda mais relevante. Uma pesquisa realizada pela Fiocruz mostrou como foi a cobertura da Gripe A (H1N1), feita pelo Jornal Nacional e o Fantástico, ambos da TV Globo, (FIOCRUZ, 2010). Neste estudo foram analisadas 16 matérias do Fantástico e outras 157 do JN, por jornalistas acostumados a divulgar dados científicos.

Entre os aspectos da cobertura foram destacados, o pequeno número de entrevistas com cientistas entre as fontes de informação, e o fato de as reportagens terem um tom alarmista.

2.3 Competência em Informação

Compreendendo a Competência em Informação, conseguiremos perceber se o jornalista de TV, que é objeto de estudo nesta pesquisa, sabe utilizar suas habilidades para reconhecer quando a informação é necessária e quando utilizá-la de forma efetiva. Para isso, vamos voltar a origem das palavras.

A expressão Information Literacy ou Competência em Informação foi utilizada, pela primeira vez, pelo bibliotecário norte-americano Paul Zurkowski, no ano de 1974. Fez parte do relatório “The information service environment relationships and priorities” – tradução livre: “As relações e prioridades do ambiente de serviço de informação”. Conforme Dudziak (2003, p. 24) esse relatório “sugeria que os recursos informacionais deveriam ser aplicados às situações de trabalho, na resolução de problemas, por meio do aprendizado de técnicas e habilidades no uso de ferramentas de acesso à informação.” Ela segue explicando que:

Em 1976, o conceito de information literacy reapareceu agora mais abrangente, ligado a uma série de habilidades e conhecimentos; incluía a localização e uso da informação para a resolução de problemas e tomadas de decisões. Não se tratava apenas de buscar a informação, tratava-se de fazer uso dela para tomar decisões e resolver problemas (DUDZIAK, 2003 p. 24).

Os sistemas de informação começaram a ser alterados a partir dos anos oitenta com as novas tecnologias da informação. Houve uma mudança nas bases de produção, controle, guarda, disseminação, e acesso à informação. Durante essa época, foram publicados dois documentos fundamentais para a Competência em Informação o livro “Information Literacy: Revolution in the Library”, que enfatizava a cooperação entre bibliotecários e administradores das universidades, e o documento da –American Library Association (ALA), intitulado “Presential Committe on information literacy: Final Report, idealizado por um grupo de bibliotecários e de educadores, que traz uma das definições mais citadas na literatura:

Para ser competente em informação, uma pessoa deve ser capaz de reconhecer quando uma informação é necessária e deve ter a habilidade de localizar, avaliar e usar efetivamente a informação. Resumindo, as pessoas competentes em informação são aquelas que aprenderam a aprender. Elas sabem como aprender, pois sabem como o conhecimento é organizado, como encontrar a informação e como usá-la de modo que outras pessoas aprendam a partir dela (AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION, 1989, p. 1).

Esse relatório ressalta a importância da Competência em Informação para todas as pessoas, e a necessidade de implantar um novo modelo de aprendizado, que passa pela reestruturação do currículo nas escolas. Uma forma de despertar em quem está estudando, o hábito de buscar e utilizar a informação de maneira crítica. A definição da ALA foi amplamente aceita a partir dos anos 90. Muitas organizações se estabeleceram e a Competência em Informação ganhou proporções universais.

No Brasil, o termo information literacy recebeu traduções como letramento informacional, alfabetização informacional, competência informacional e Competência em Informação, sendo o último, o mais aceito e consolidado na área (CAMPELLO, 2003; DUDZIAK, 2003; ZATTAR, 2017). Em 2013, a Unesco apresentou a tradução da expressão para diversas línguas, sendo que no português do Brasil, ficou definido que a tradução mais adequada é: “Competência em Informação” (HORTON JÚNIOR, 2013, p. 172).

Vitorino e De Lucca (2020, p. 45) explicam que “a Competência em Informação é uma área multidimensional, por esse motivo, estudos, investigações que se realizarem sobre essa temática, precisam considerar a análise dimensional, suas características e elementos constituintes.” Para embasar esse assunto as autoras se apoiaram na teoria de Rios, desenvolvida para o professor:

Ter um domínio rigoroso e seguro do saber referente à área de conhecimento de sua formação é algo que diz respeito a apenas uma das dimensões do trabalho docente – a dimensão técnica. Se não se consideram as outras dimensões – estética, política e ética – não se pode fazer referência a um trabalho competente do professor (RIOS, 2006, p. 17).

A teorização para as dimensões foi proposta com foco na filosofia da educação, (VITORINO, DE LUCCA, 2020, p. 47) “tal qual assinalou Rios (2006) para as dimensões da competência do professor, consideramos que a competência em informação pode ser desenvolvida por meio das dimensões técnica, estética, ética e política – em equilíbrio”. Somente aplicando as dimensões, conseguimos compreender a Competência em Informação em toda sua plenitude, são esses elementos que irão dar suporte para entender a informação e saber interpretá-la.

A dimensão técnica é a “habilidade ou forma requerida para a realização de uma determinada ação ou para a execução de um ofício” (VITORINO; DE LUCCA, 2020). Para tudo que fazemos, precisamos desenvolver algum tipo de técnica. Ao levantar de manhã, aprendemos uma técnica para escovar os dentes, fazer o café, dirigir, ir para o trabalho. Toda a ação para a execução de algo, seja em casa ou no trabalho, requer o desenvolvimento de uma habilidade específica. Vitorino e De Lucca (2020) argumentam que “A ideia de técnica, refere-se, portanto, a uma atividade eminentemente prática, de caráter objetivo, que se revela na própria ação cotidiana.” (VITORINO; DE LUCCA, 2020, p. 55).

Quando pensamos em estética, logo relacionamos a palavra à arte e àquilo que é belo. Vitorino e De Lucca (2020, p. 56) nos trazem que:

a arte ordena e expressa simbolicamente uma dimensão da vida, relativa aos sentimentos e às percepções pessoais, que não pode ser explicitamente formulada pelos produtos da razão. Por meio da sensibilidade e da criatividade demandadas pela arte, o homem sempre buscou atingir ideais de harmonia e beleza essenciais ao bem viver.

E reforçam que “a experiência estética está presente em todos os aspectos da vida humana, constituindo-se como fator fundamental na construção da subjetividade e determinante do próprio caráter do homem” (VITORINO; DE LUCCA, 2020, p. 56).

Nossa próxima dimensão nos faz refletir sobre nosso comportamento e ações, seja no trabalho, no lazer ou nos relacionamentos. Vitorino e De Lucca (2020, p. 151) trazem com muita propriedade uma explicação para a ética: “diz respeito diretamente à experiência cotidiana dos indivíduos, levando a uma reflexão sobre os valores adotados, os atos praticados, a maneira pela qual decisões são tomadas e responsabilidades são assumidas na vida”.

Falar da dimensão política é falar das relações sociais, da compreensão de direitos e deveres, das leis. É compreender o conjunto dos direitos e deveres civis e políticos de um indivíduo na sociedade. Saber que ele tem direito à vida, à liberdade, à prosperidade, à igualdade perante as leis. Vitorino e De Lucca (2020) explicam que “a competência em informação, desenvolve-se no coletivo, e é marcada pela interdependência e pela colaboração mútua”.

Para o alcance dos resultados esperados, optou-se pela pesquisa qualitativa, exploratória e bibliográfica. Para a Revisão Sistemática de Literatura (RSL) pesquisou-se artigos que abordassem a temática da pandemia, do telejornalismo e da Competência em Informação. Utilizou-se as bases de dados: SciELO, Scopus, Web of Science, Banco de Teses da CAPES, e Google Acadêmico. A figura 1 apresenta os resultados das buscas.

Figura 1 – Fluxograma da pesquisa nas bases de dados

Fonte: dados obtidos na pesquisa (2022)

De acordo com a figura 1, observou-se que nas bases Web Of Science e na SciELO nenhum documento foi recuperado. Na Scopus 10 documentos foram recuperados. No catálogo de Teses e Dissertações da Capes quatro documentos foram recuperados. No Google Acadêmico três documentos foram recuperados. Os documentos recuperados foram analisados, com isso nove foram excluídos por não atenderem aos critérios e oito documentos foram selecionados.  Para cada base de dados foi elaborada uma estratégia de busca, conforme apresentado no quadro 1.

Quadro 1: Resultados preliminares da RSL

BASE DE DADOSCAMPOSTRINGTIPO DE DOCUMENTOÁREAQTD
WEB OF SCIENCEAbstract“Competência em Informação” OU “Information Literacy” AND “Telejornalismo” ou “Telejornalism” AND “Pandemia” OU “Pandemic”.Tese ou Dissertação ou artigo.Ciência da Informação, Comunicação, Jornalismo.0
SciEloAbstract“Competência em Informação” OU “Information Literacy” AND “Telejornalismo” ou “Telejornalism” AND “Pandemia” OU “Pandemic”.Tese ou Dissertação ou artigo.Ciência da Informação, Comunicação, Jornalismo.0
SCOPUSAbstract“Competência em Informação” OU “Information Literacy” AND “Telejornalismo” ou “Telejornalism” ou “Jornalism”AND “Pandemia” OU “Pandemic”.Tese ou Dissertação ou artigo.Ciência da Informação, Comunicação, Jornalismo.10 Acrescenta-mos “Journalism” na palavra-chave.
CATÁLOGO DE TESES E DISSERTAÇÕES CAPESabstractCompetência em Informação” OU “Information Literacy” AND “Telejornalismo” ou “Telejornalism” ou “Jornalism”AND “Pandemia” OU “Pandemic”.Tese ou Dissertação ou artigo.Ciência da Informação, Comunicação, Jornalismo.4
GOOGLE ACADÊMICOabstractCompetência em Informação” OU “Information Literacy” AND “Telejornalismo” ou “Telejornalism” ou “Jornalism”AND “Pandemia” OU “Pandemic”.Tese ou Dissertação ou artigo.Ciência da Informação, Comunicação, Jornalismo.3
Fonte: dados obtidos na pesquisa (2022)

Com a finalidade de conhecer a literatura a respeito do tema da pesquisa, realizou-se uma Revisão Sistemática de Literatura (RSL). Neste primeiro momento, utilizamos os termos “Competência em Informação”, “telejornalismo” e “pandemia” e não obtivemos respostas que associem diretamente a Competência em Informação ao jornalista de TV, o que demonstra uma lacuna e, inclusive, possibilidades de cruzamentos e estudos dessas temáticas.

Optamos então, por incluir o jornalismo de uma forma geral, àquele desenvolvido também por profissionais que não trabalham em televisão. Dessa forma, resgatamos alguns trabalhos. O quadro 2 apresenta os estudos selecionados.

Quadro 2 – Estudos selecionados

AutorTítuloAnoLocalTipo de documento
Felisbela Lopes Clara Almeida Santos Ana Teresa Peixinho Olga Estrela Magalhães Rita AraújoCovid-19: Uma pandemia que reconfigura o jornalismo?2021Revista Media & JornalismoArtigo
Cláudia Thomé Edna de Mello Silva Marco Aurelio Reis Ana Paula Goulart de AndradeA cobertura da Covid-19 no Rio de Janeiro: aspectos da rotina produtiva do Telejornalismo Local2021Ámbitos. Revista Internacional de ComunicaciónArtigo
João Rodrigo Santos Ferreira Paulo Ricardo Silva Lima Edivanio Duarte de SouzaDesinformação, infodemia e caos social: impactos negativos das fake news no cenário da COVID-192021Em QuestãoArtigo
Javier Mayoral Sonia Parratt Monserrat MorataDesinformación, manipulación y credibilidad periodísticas: una perspectiva histórica2019História y comunicación socialArtigo
D.C. Sharma a, b, Abhishek Pathak, Dr a,Rameshwar Nath Chaurasia, Dr a, Deepika Joshi, Dr a, Rajesh Kumar Singh, Dr c, Vijay Nath Mishra, Dr a,Fighting infodemic: Need for robust health journalism in India2020Diabetes & Metabolic Syndrome: Clinical Research & Reviews journal homepageArtigo
Ljiljana Lj. Bulatović i Goran BulatovićMedia Frames of COVID-19 Pandemic2021Medias Res: Casopis Filosofije MedijaArtigo
Aline da Fonseca Pina  Telejornalismo regional de Juiz de Fora nas telas e nas redes.2020Universidade Federal de Juiz de ForaDissertação  
Pedro Damasceno Ribeiro Matos LopesTelevisão e COVID-19: Uma Contínua Adaptação ao Universo Mediático Digital2021Universidade Beira InteriorDissertação
Fonte: dados obtidos na pesquisa (2022)

Os conteúdos dos trabalhos localizados nesta segunda busca (ver quadro 2), apresentaram alguns pontos úteis a considerar, os quais listamos e ilustramos no item a seguir.

4. Resultados

Lopes et al. (2021), no artigo “Uma Pandemia que Reconfigura o Jornalismo”, fizeram uma análise de quase 3.000 textos jornalísticos e concluíram que houve uma alteração substancial no processo de seleção das fontes de informação, em relação ao que era feito antes da pandemia. Também foi possível perceber que as alterações que se registraram nesta fase reconfiguraram o campo jornalístico a diversos níveis: práticas profissionais, relação com fontes, papéis sociais e gêneros discursivos.

Thomé et al. (2021), no artigo, intitulado: “A cobertura da Covid-19 no Rio de Janeiro: aspectos da rotina produtiva do telejornalismo local”, destacaram os desafios da cobertura durante a pandemia de Covid-19, com alteração das rotinas produtivas, demanda por novos papéis e habilidades profissionais e novas produções de sentido nas telas.

Ferreira, Lima e Souza (2021), no estudo “Desinformação, infodemia e caos social: impactos negativos das fake news no cenário da Covid-19”, concluíram que informações inverídicas provocaram impactos durante a pandemia. Tendo como base questões interdisciplinares da Ciência da Informação, foi possível identificar o papel da CI nesse contexto de crise de informação, apontando a Competência em Informação e a competência crítica como caminhos para enfrentar questões informacionais da pandemia de Covid-19.

Mayoral e Morata (2019) no artigo “Desinformación, manipulación y credibilidad periodísticas: una perspectiva histórica”, encontraram abordagem semelhante. A pesquisa permitiu compreender que notícias falsas ajudam a promover o caos social.

O estudo também mostrou que interesses ideológicos e comerciais estão sendo colocados acima das práticas do jornalismo.

Sharma et al. (2020), no estudo “Fighting infodemic: Need for robust health journalism in India” analisam o papel dos meios de comunicação de massa em saúde, em tempos de pandemia e o contexto da infodemia. Os pesquisadores acreditam que é necessário aprimorar o jornalismo em saúde. Eles destacam que falta qualidade e credibilidade e que na Índia o consumo de notícias é muito alto, mas a alfabetização apresenta índices baixos.

O artigo “Media Frames of Covid-19 Pandemic” de Bulatovic e Bulatovic (2021) mostrou a extensão do problema de fornecimento de informação ao público durante a pandemia. Os pesquisadores concluíram que a mídia não foi imparcial e os jornalistas apresentaram informações imprecisas. Faltam habilidades para entender as notícias como uma construção. Também é necessário incentivar os telespectadores a procurarem por notícias que foram verificadas e possuem credibilidade.

Na dissertação: “Telejornalismo regional de Juiz de Fora nas telas e nas redes: análise das novas funções e competências”, Pina (2020) se aprofundou nas mudanças trazidas pela pandemia no jornalismo de TV. Foram apontadas as adaptações e a busca por novas formas de apresentar a notícia.

Por fim, Lopes (2021), na dissertação desenvolvida na Universidade Portuguesa UBI: “Televisão e Covid-19: Uma Contínua Adaptação ao Universo Mediático Digital”, constatou que o digital teve um grande crescimento e a TV conseguiu se adaptar para continuar produzindo notícias.

Pelo conteúdo apresentado, entendemos que é preciso buscar caminhos que permitam desenvolver a Competência em Informação, relacionando com as dimensões técnica, estética, ética e política. Apresentaremos no quadro 3 algumas possibilidades:

 Quadro 3 – Jornalismo e dimensões da Competência em Informação

Jornalismo e Competência em InformaçãoDimensão(ões)
Alteração substancial no processo de seleção das fontes de informação.técnica e estética
Alteração das rotinas produtivas, demanda por novos papéis e habilidades profissionais.técnica e estética
Impactos no cenário da pandemia promovidos por informações imprecisas e inverídicas.técnica, política e ética
Papel da CI dentro desse contexto de crise informacionaltécnica, política e ética
Competência em Informação e competência crítica para o enfrentamento das questões informacionais da pandemia de Covid-19.técnica, estética, política e ética
Notícias falsas contribuem para a promoção do caos social e interesses ideológicos e comerciais estão sendo colocados acima das práticas jornalísticas.técnica, política e ética
Necessidade de aprimoramento do jornalismo para melhorar a qualidade, credibilidade e relevância na sociedade.técnica, estética, política e ética
A cobertura da mídia em tempos de crise, como a pandemia, revelou a extensão do problema do fornecimento de informação ao público.técnica, estética, política e ética
O profissional jornalista precisa desenvolver habilidades necessárias para entender as notícias como uma construção e aumentar a conscientização das pessoas.técnica, estética, política e ética
Mudanças trazidas pela pandemia no trabalho do jornalista de TV, mostra a necessidade de se adaptar e buscar novas formas de levar a notícia às pessoas.técnica, estética, política e ética
A convergência midiática está mudando e reorganizando o mercado de trabalho jornalístico.técnica, estética
A televisão se adaptou para continuar a produzir conteúdotécnica, estética
Quanto à análise de conteúdos, o digital ganhou novos contornos com um crescimento exponencial bastante visível.técnica, estética
Fonte: dados obtidos na pesquisa (2022)

Os estudos, apesar de não tratarem diretamente da Competência em Informação no telejornalismo, durante a pandemia de Covid-19, nos dão suporte para entender que, com a pandemia, houve uma reconfiguração no campo jornalístico, com novas práticas profissionais. As pesquisas mostraram os desafios da cobertura e as novas habilidades profissionais. A forma de narrar mudou e o profissional teve que se adaptar ao uso da máscara – que alterou também a comunicação. Os trabalhos também enfocam os impactos promovidos por informações imprecisas e inverídicas. Foi identificado o papel da CI dentro do contexto de crise informacional, apontando a Competência em Informação e a competência crítica como caminhos para o enfrentamento das questões informacionais.

5. Considerações finais         

Espera-se com o resultado desta pesquisa apresentar alguns caminhos e possibilidades ao Jornalismo e a Competência em Informação, quanto ao cenário da informação na pandemia de Covid-19, considerando o jornalista como pessoa que educa para a informação na perspectiva das dimensões técnica, estética, ética e política.

Também pretende-se contribuir com os estudos da CI e do Jornalismo, mostrando como um olhar atento para as dimensões técnica, estética, ética e política da Competência em Informação podem ajudar a apresentar possibilidades e alternativas aos dilemas do jornalismo.

E, ainda, pretende-se apresentar algumas reflexões sobre a informação e os conteúdos informacionais nas limitações impostas pela pandemia. Assim como, listar alguns trabalhos que citam alguns impactos e algumas medidas para a comunicação e a informação.

Acredita-se que a CI, por meio da Competência em Informação, tem muito a contribuir para o estudo do Jornalismo e do jornalista de TV, como também dos estudantes e pesquisadores da área de comunicação e informação.

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