HOW STARTUPS ARE INNOVATING MANAGEMENT
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8342561
Juliano Carneiro1
RESUMO: A inovação é uma realidade que existe no mundo dos negócios. Sem ela a gestão perderá seu foco com o tempo, uma vez que a tecnologia tem atraído novas formas de se administrar as empresas. As Startups têm trazido esse frescor ao mundo dos negócios através de uma administração introduzida na realidade da disrupção, no tocante ao avanço de suas estruturas, ensinando que na administração de empresas a inovação é um elemento inegociável quando se trata de inserir-se no mundo do progresso e da tecnologia, tão importantes para uma administração promissora e de sucesso. O objetivo deste trabalho é o de descrever o fenômeno das Startups na inovação administrativa das empresas. Trata-se de uma revisão de literatura onde foram explorados artigos científicos, livros e sites especializados no assunto. O trabalho se justifica pela necessidade de se prestar informação e orientação nessa área, tanto para empresas quanto para indivíduos. As considerações finais apresentam o destrinchamento dos fatores que auxiliam a gestão de empresas por meio da inovação que as Startups trazem.
Palavras-chave: Inovação. Startups. Administração de empresas.
ABSTRACT: Innovation is a reality that exists in the world of two businesses. However, management will lose its focus over time, once technology has attracted new ways of managing companies. The Startups have brought this freshness to the world of two businesses through an administration introduced to the reality of disruption, not regarding the advancement of their structures, teaching that the administration of companies to innovation is a non-negotiable element when it comes to inserting itself into the world of progress and technology, so important for a promising and successful administration. The objective of this work is to discover the phenomenon of Startups in the administrative innovation of companies. It is a literature review where scientific articles, books and specialized sites have been explored on the subject. The work is justified by the need to provide information and guidance in this area, both for companies and for individuals. The final considerations present the disengagement of two factors that help the management of companies through the innovation that Startups trace.
Keywords: Innovation. Startups. Business administration.
INTRODUÇÃO
Os ambientes de negócios são a base sobre a qual se baseia a maioria das interações econômicas de uma região, ao mesmo tempo em que buscam atender às crescentes necessidades demandadas pela sociedade. São concebidos como ambientes devido às múltiplas interações que existem entre os seus participantes. Essas influências – internas e externas – fazem com que os ambientes de negócios estejam em contínua transformação para garantir sua competitividade e relevância no ambiente produtivo de uma região
O recurso sobre o qual giram esses ambientes de negócios é a inovação. Nesse contexto, a inovação é entendida como um fator dinâmico introduzido por empresas que vai gerar o surgimento de novos produtos ou serviços que destroem velhos modelos de organização e produção. Além disso, são adaptadas novas formas que permitam um melhor desempenho das empresas no mercado, a fim de enfrentar a concorrência e manter a liderança no setor (PLONSKI, 2017).
Atualmente, a inovação das empresas está intimamente ligada às disrupções tecnológicas. A inovação está relacionada aos incentivos à mudança presentes nas empresas. As grandes organizações que dominam os mercados devem se preocupar em inovar. Como mostraram as últimas revoluções tecnológicas, qualquer ator que participe do mercado, independentemente de seu tamanho, é afetado pelas novas correntes que estão se desenvolvendo. A literatura descreve esse tipo de inovação disruptiva (OSTERWALD, 2011).
Estes tempos são muito diferentes daqueles de anos atrás. O mundo dos negócios mudou e a forma de fazer negócios também. São considerados alguns aspectos que antes não eram tão considerados, como: meio ambiente, clientes, sociedade. As necessidades dos clientes são ouvidas com mais atenção, pois seus problemas não resolvidos representam grandes oportunidades de negócios.
Tudo isso leva ao surgimento de novos modelos de gestão em resposta às novas necessidades da sociedade, como as Startups. São diferentes das empresas e empreendimentos tradicionais e atualmente, no mundo, há uma grande presença delas.
Este termo surgiu na década de 1970 no Vale do Silício compondo organizações capazes de detectar problemas e propor soluções criativas e inovadoras no momento certo. Elas enfrentam um alto nível de incerteza e por isso muitas falham. Caracterizam-se pela grande escalabilidade do modelo, presença de fator tecnológico na maioria delas e alto grau de empreendedorismo dos fundadores (NETTO, 2022).
A agilidade inovadora das Startups tem levantado o mundo da administração das empresas, uma vez que a inovação é parte intrínseca da natureza destas estruturas, e tem feito com que a visão administrativa de empresas e suas lideranças se movam a patamares distintos para uma mais ampla e competitiva realidade (RIES, 2019).
Este artigo tem como objetivo descrever o fenômeno das Startups na inovação administrativa das empresas. Seus objetivos específicos são: i) Entender o conceito de inovação nas empresas; ii) Explorar a origem e definição das Startups; iii) Observar como as Startups têm inovado agilmente no processo da administração de empresas.
Justifica-se a eleição do tema deste trabalho a necessidade de orientação e informação acerca do tema de como as Startups têm inovado a Administração de empresas e de como a Administração pode resolver situações que demandam esta realidade, além disso, é quase certo que a maioria da população desconhece tanto a terminologia quanto a funcionalidade das startups, fato que corrobora com a justificação do presente tema.
Uma revisão da literatura foi realizada para fins de produção do presente artigo, tendo sido explorado, portanto, o que a literatura já apresenta sobre o assunto. Livros e artigos científicos foram selecionados a partir da exploração de bases de dados como Scielo e Google Scholar, bem como acervo bibliotecário, e que fundamentam a argumentação do exposto aqui.
1. DESENVOLVIMENTO
A inovação é um conceito que tem sido intimamente relacionado com a criatividade. Inovar significa introduzir uma mudança, uma novidade. Quando se usa a criatividade, geram-se ideias disruptivas e o grande diferencial da inovação é que esta se encarrega efetivamente de realizar a ideia e aplicá-la para gerar valor.
Plonski (2017) considera que inovador é aquele que consegue que as ideias sejam adotadas e transformem o ambiente, que a sociedade o incorpore. Além disso, enfatiza que o valor deve estar sempre focado no cliente, ou seja, deve ser valioso para ele.
Em Administração, segundo Osterwalder (2011), as inovações podem ser classificadas em dois grandes grupos: inovação de produto e inovação de processo. A inovação de produto, refere-se ao lançamento de produtos totalmente novos ou à incorporação de modificações em produtos existentes. Essas alterações podem ser em suas características, materiais ou componentes. Para isso, é possível coletar informações por meio de pesquisas e, assim, poder entender o que os clientes valorizam.
Inovação em processos refere-se à inclusão de diferentes métodos de trabalho, modos de organização, geralmente na produção. A forma mais comum de inovação é a incorporação de novos maquinários ou tecnologias do processo produtivo. Outros aspectos como distribuição de produtos e tempo de espera também podem ser melhorados (OSTERWALDER, 2011).
A inovação gera valor para quem a percebe e aprecia. As organizações que tiverem em mente a importância desse fator conseguirão obter vantagens competitivas para se diferenciar.
A inovação dá às organizações adotantes a vantagem de atrair, manter e reter clientes, oferecendo produtos novos e aprimorados. Além do potencial de atrair e reter clientes, as organizações que praticam a inovação também podem otimizar processos internos, reduzir os custos de fabricação e comercialização de mercadorias, bem como entrar em novos mercados (KISUTA; QUADROS, 2019).
Portanto, não é difícil imaginar o quão importante, independentemente do tamanho, setor e localização, é a prática da inovação nas organizações modernas. Por outro lado, enquanto a inovação atribui diferenciação e vantagem competitiva às organizações que a adotam, a prática inovadora oferece competitividade e manutenção para empresas adotantes.
Sob esse entendimento, a inovação funciona como um instrumento de desenvolvimento econômico e geração de empregos. Destacando a importância da inovação como instrumento de desenvolvimento econômico e crescimento empresarial, Maia (2019) destaca o papel das startups como impulsionadoras da inovação, pois as startups são empresas dotadas de flexibilidade e agilidade capazes de fomentar a criatividade e a inovação e, conseqüentemente, adquirir ganhos em vantagens competitivas.
Além disso, as startups se destacam pela inserção de produtos e serviços novos ou significativamente melhorados. Nessa perspectiva, as startups são empresas que têm a inovação em seu cerne, são guiadas pela tecnologia da informação e possuem grande potencial de crescimento por meio da inserção de inovações no mercado (FONSECA; BARBOSA; PEREIRA, 2019).
Nesse contexto de importância e relevância das startups, também se faz necessário discutir como essas empresas realizam o processo de inovação, ou seja, quais são as etapas, procedimentos e mecanismos que são realizados em busca de soluções inovadoras (MAIA, 2019).
O processo de inovação é composto inicialmente por uma varredura ambiental em que as organizações analisam cuidadosamente seu ambiente interno e externo para reconhecer oportunidades e minimizar o efeito de ameaças, para então tomar decisões estratégicas (OSTERWALDER, 2011). No nível corporativo, segundo aponta Neto (2022), o processo inovativo inclui decisões sobre a definição de recursos, bem como as práticas de aprendizagem necessárias para a implementação, uso e comercialização da inovação proposta, de modo que sua execução errônea possa comprometer o desempenho organizacional.
1.1 ORIGEM E DEFINIÇÃO DAS START-UPS
O termo startups vem do Vale do Silício, que fica na zona sul da baía de São Francisco, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos, e sua origem remonta à década de 50. Pode-se dizer que é uma mistura entre o meio acadêmico e o mundo dos negócios (NETTO, 2022).
De acordo com Matias (2021), um professor da Universidade de Stanford chamado Frederick Terman desenvolveu um programa que incentivava os alunos a iniciar seus próprios negócios, apoiando-os com capital. Pouco a pouco, diferentes alunos ou graduados se estabeleceram e criaram essas empresas. Por exemplo, dois graduados, William Hewlett e David Packard, formaram a HP, uma marca altamente reconhecida hoje.
O desenvolvimento do Parque Industrial de Stanford em 1951 também contribuiu para que diferentes empresas quisessem se instalar ali. Outro evento que marcou sua criação foi a organização Shockley Semiconductor fundada por William Shockley em 1953. Essa empresa produzia e comercializava semicondutores feitos de silício que forneciam a muitas outras empresas de informática (SHURKIN, 2006).
Por volta de 1970, existiam múltiplas organizações desse tipo e o Vale do Silício já estava bastante povoado de empresas e muitas eram as pessoas que desejavam iniciar seus negócios por lá. O número dessas novas empresas inovadoras focadas em microcomputação, software, foi aumentando cada vez mais. Foi possível concentrar muitos empreendedores e capitalistas de risco (que forneciam financiamento) e hoje essa realidade não mudou (SHURKIN, 2006).
Uma Startup é uma instituição humana projetada para criar um novo produto ou serviço sob condições de extrema incerteza. Não é uma versão pequena de uma grande empresa. Uma startup é uma organização temporária em busca de um modelo de negócios lucrativo e repetível que possa crescer. A princípio, o modelo de uma startup é uma tela com ideias e premissas, sem clientes e com muito pouco conhecimento sobre esses clientes, mas que se define como um protótipo de empresas projetadas para crescer rapidamente (EISENMANN, 2022).
Ries (2019) enfatiza que não é necessário trabalhar com tecnologia, nem aceitar financiamento de risco, nem ser recém-fundado para ser considerado como tal. Em outras palavras, há uma relação estreita com o crescimento. Para que isso aconteça, é necessário primeiro fazer algo que muitas pessoas desejam e, em segundo lugar, ser capaz de alcançar e servir todas essas pessoas.
Após contemplar as definições dos autores, pode-se observar que existem certas características que identificam essas organizações, como sua inovação, crescimento, incerteza. As Startups são modelos de negócios que apresentam uma propriedade que as diferencia das demais, como a escalabilidade. Geralmente são empresas cuja taxa de crescimento é totalmente exponencial. Por isso, muitos investidores financiam e apostam em projetos, embora isso implique um grande risco (MATIAS, 2021).
Outra característica essencial das Startups é o grau de inovação que se reflete nos bens ou serviços que oferecem ou em outros aspectos do negócio. Pode-se dizer que a inovação é a sua razão de ser e que dela depende o seu crescimento, pois, não é muito fácil implementar mudanças criativas e disruptivas. Seu ambiente costuma ser carregado de muita incerteza, por isso lutam constantemente entre permanecer no meio e expandir ou desaparecer. Sua taxa de insucesso é bastante alta e está ligada a essa incerteza e aos riscos que correm ao tentar implementar inovações difíceis de aceitar (EISENMANN, 2022).
Essas organizações podem pertencer a qualquer área, mas existem muitas relacionadas ao setor de tecnologia. Geralmente são baseadas no uso de TICs como software, internet, entre outros. Apesar dessa maioria, não se deve perder de vista que não é uma característica necessária para entrar na classificação.
Por fim, quando Eisenmann (2022) se refere a uma Startup como uma organização temporária, quer dizer que estas formas de empresas nasceram em busca de um modelo de negócio escalável e repetível. No começo tudo é mais difuso e com o tempo elas têm que transformar suas ideias simples em um produto ou serviço que resolva um problema ou necessidade do mercado.
A princípio, elas nem sabem ao certo quem são seus clientes. Em suma, a referência a uma organização temporária se dá porque depois de um certo tempo as Startups tornam-se empresas de fato, ao validar o modelo de negócio.
1.2 A AGILIDADE INOVADORA DAS START-UPS
Foi visto que Startup é uma forma temporária de empresa cujo objetivo vital é o lançamento de um novo modelo de negócio ou a abertura de um novo mercado. O modelo que estabelece fontes de inovação na empresa (produto, processos, negócio ou cliente) é apenas um inconveniente e um freio para ideias totalmente transformadoras.
Para uma Startup é mais adequado pensar a inovação em outros termos, escolher um determinado mercado, responder às necessidades de uma indústria específica e implantar seu novo plano para melhorar o setor, o que constitui inovação incremental, ou para criar um novo mercado, produzindo uma inovação disruptiva (MAIA, 2019).
Não basta ter ideias inovadoras; é apenas parte do caminho para conquistar o mercado. A Startup também deve aplicar a inovação de forma inteligente para resolver os problemas dos clientes, assim como um remédio específico resolve um determinado mal e não outro.
Aqui reside a principal diferença com relação à abordagem da inovação em uma empresa tradicional. Segundo Neto (2022), existem três características fundamentais para entender o significado do conceito de inovação: o resultado para o consumidor deve ser algo novo e um desenvolvimento positivo. A inovação implica uma comparação entre o que era antes e as novas criações. Nem sempre consiste na incorporação de uma nova tecnologia, como já apontado por Ries (2019).
O valor para o cliente pode ser criado de várias maneiras não técnicas. Por exemplo, desenhar uma experiência especial para o cliente, aplicar o conceito de baixo custo a outros serviços de consumo ou apostar num modelo de distribuição diferente do existente no mercado.
De acordo com Netto (2022) uma Startup deve ter valor comercial; inovação sem lucro é apenas uma ideia. Não basta ter ideias inovadoras; é apenas parte do caminho para conquistar o mercado. A Startup, além disso, deve aplicar a inovação de forma inteligente para solucionar os problemas dos clientes.
Na Startup existem três enquadramentos de exploração com os quais se obtêm ideias que cumpram a dupla condição: ser inovador e enquadrar-se no gosto sempre esquivo do cliente. Ela muda ou adapta o que não funciona. Trata-se de inovação incremental, pegando emprestada uma ideia que já existe ou começando com um serviço que se conhece muito bem como usuário, para avaliar seus problemas e perguntar como pode ser feito melhor. No entanto, a lista de atributos de aprimoramento não se resume apenas à adição de novos recursos ao produto (RIES, 2019).
Nos dizeres de Gaspar (2017), as propostas mais interessantes geralmente surgem da redução ou eliminação de ineficiências, como tempo, custos, riscos e esforço. É importante esclarecer que o fazer melhor não deve, em hipótese alguma, ser confundido com uma simples atualização de produto.
As Startups devem facilitar as coisas para o cliente. Ser disruptivo é claramente mais difícil, pois envolve esquecer problemas conhecidos e ideias anteriores e aprender novas maneiras de ver as coisas. A reflexão que deve ser feita neste quadro envolve um certo grau de abstração; não se trata de melhorar um produto definido, mas de encontrar uma nova forma de fazer algo (GASPAR, 2017).
Não se trata de eliminar funções supérfluas de um produto ou serviço, mas de poder aproveitar o profundo conhecimento que o empreendedor inovador tem sobre algo e definir a essência do problema. Trata-se de imaginar do zero e descrever como deveria ser. Produtos ou serviços pensados com simplicidade têm uma vantagem adicional: costumam ser os mais usados e também os mais bonitos. No entanto, o simples só parece óbvio quando implementado.
Horowitz (2015) diz que uma Startup visa tornar as coisas mais acessíveis para o cliente. Consiste em pegar algo cujo consumo é um luxo para determinados segmentos de consumidores, imaginar seu conceito de uso ideal e determinar qual deve ser seu preço para transformá-lo em um produto ou serviço acessível para o consumo de massa. É algo semelhante à aplicação do conceito de baixo custo em termos de expansão do mercado consumidor, mas não significa fazê-lo em detrimento da qualidade da solução oferecida ao cliente.
Uma das maiores frustrações de qualquer empresa que lança uma inovação no mercado vem de constatar que seus potenciais usuários não se comportam conforme o esperado. Uma das lições que se pode aprender com as Startups é a importância de prestar atenção em quais são as mazelas do cliente para direcionar a inovação para elas. As empresas não devem prescrever novos produtos ou serviços inovadores sem saber de antemão o que está acontecendo com o cliente, qual é o problema dele. Neste momento, provavelmente existem centenas de Startups trabalhando na mesma ideia que pode transformar a concepção de novos produtos ou serviços em um mercado específico (MATIAS, 2021).
É muito difícil para qualquer empresa por conta própria igualar, pelo menos no tempo, esse esforço de explorar e desenvolver possíveis ideias revolucionárias. Esse funil de inovação deve dar lugar a novas e interessantes possibilidades na forma como o gestor da empresa planeja e investe em recursos de inovação, com novos elementos de decisão (NEVES, 2022).
Uma máxima da gestão da inovação tem sido não limitar o tipo de ideias, nem a sua origem nem o seu objetivo. Pode ser um choque que seu caminho seja primeiro estabelecer uma estrutura que direcione a exploração para as ideias mais inovadoras. Porém, longe de diminuir o nível de inovação, refletir sobre os pontos definidos acima pode ajudar a administração de empresas a focar seus esforços em analisar e desenvolver ideias mais próximas do que o segmento de clientes pode vir a desejar (RIES, 2019).
As Startups transitam por terrenos pouco explorados pelas empresas e também são as que mais se aventuram em propostas disruptivas. No entanto, sua metodologia é um modelo que pode dar à empresa os mesmos benefícios internos para gerir a incerteza de forma ágil. A chave é capturar algo da essência de uma Startup.
CONCLUSÃO
Startups são empreendimentos que fomentam uma cultura de inovação e transcendem mudanças de paradigmas que impulsionam o desenvolvimento econômico, tecnológico, social e inovador do país. Dentro do empreendimento, deve-se traçar uma estratégia simples e eficaz, que satisfaça os desejos e ambições do cliente. Ao estabelecer esta estratégia, conduz-se o processo de otimização da produção, desenvolvendo novas competências de gestão em cada um dos processos a desenvolver na empresa com competências de marketing de bens e serviços, e redução de custos na Startup.
Uma Startup é uma empresa emergente com grande potencial de crescimento e que oferece um produto ou serviço inovador sob grande incerteza quanto ao atendimento das necessidades do mercado. Onde várias hipóteses devem ser validadas no início, analisando se o produto ou serviço resolve uma necessidade do cliente, se o produto pode ser desenvolvido e se é economicamente viável.
Uma Startup busca ser um modelo de negócio rentável e escalável de forma mais rápida e fácil, por meio da aplicação sistemática de conhecimento técnico e científico, operam em altos setores tecnológicos e apresentam comportamento inovador. O conceito de Startup é baseado na primeira fase do ciclo de vida de uma empresa, quando a empresa já está consolidada, o conceito de Startup deixa de existir. Empreendedores que iniciam com uma Startup podem enfrentar diversas situações de alto risco, devido à falta de foco, planejamento e estratégias em sua ideia de negócio.
Para começar com uma Startup, é essencial manter um controle constante de cada atividade, pois isso permitirá avaliar os resultados obtidos e corrigir decisões erradas ou gastar mais tempo e recursos nas decisões mais acertadas. Desta forma, poderão ter maior flexibilidade para que uma ideia de negócio possa ser reajustada ou reinventada através de ideias inovadoras.
Uma Startup deve saber qual produto ou serviço implementar em sua ideia de negócio. Para isso, uma empresa deve identificar seu Early Adopter, aquele primeiro cliente visionário que está disposto a ser o primeiro a comprar o produto ou serviço em suas fases iniciais, são pessoas que estão em todo o processo de desenvolvimento de protótipos de produtos e irão cedem seus conhecimentos para o desenvolvimento do produto final.
Assim se reduzirá o insucesso dos produtos e serviços da Startup, proporcionando uma estrutura sólida e uma abordagem científica com diferentes formas de evitar erros, desta forma as necessidades do mercado são permanentemente e rigorosamente avaliadas, e assim decidir se persevera ou pivotar a ideia inicial, algo que reduza a possibilidade de insucesso do negócio.
As Startups oferecem variabilidade e complexidade do ambiente administrativo de empresas, mudança do papel do cliente, papel fundamental da tecnologia, criatividade e inovação como base para empreender. Tratam-se de modelos de negócio com características particulares, destacam-se pela inovação, crescimento, escalabilidade e incerteza.
Precisam permanentemente de investidores desde o momento de seu nascimento até quando seus lucros são maiores que suas despesas. Sem este elemento seria impossível atingir tal escalabilidade, aliás é crucial que os projetos sejam atrativos para os investidores.
Startups são modelos de negócios que olham para os clientes o tempo todo. Ou seja, nascem para resolver os problemas reais das pessoas e por terem estruturas mais flexíveis que uma empresa tradicional, pivotando quantas vezes forem necessárias até se adaptarem totalmente aos seus clientes. Conforme mencionado na introdução, o objetivo principal desta pesquisa é descrever o fenômeno das Startups na inovação administrativa das empresas. Devido à natureza altamente descritiva da mesma, não foi levantada uma hipótese para verificar, mas sim que o trabalho foi feito em torno deste objetivo.
É muito importante considerar que, embora seja uma tendência recente, o número de Startups provavelmente aumentará com o tempo. O ecossistema deste setor é pequeno, instável, emergente, imaturo mas em crescimento, há uma presença crescente de organizações. Apesar disso, ainda há falta de união entre as instituições que a compõem, má comunicação e até desconfianças e egos entre elas. Esse fator, que pode ser considerado um ponto fraco, deve ser transformado em um ponto forte. É preciso revertê-la com um trabalho conjunto e colaborativo, unindo os esforços de todos e promovendo o ecossistema como tal.
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