REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11519487
Thiago Jean Correia
Resumo
A incorporação da Polícia Militar no sistema educacional do Paraná, através dos colégios cívico-militares, visa enfrentar problemas de segurança, disciplina e desempenho acadêmico nas escolas públicas. Implementada em 2019 pelo governo de Ratinho Júnior, essa medida busca criar um ambiente seguro e disciplinado propício ao aprendizado. Policiais militares atuam nas escolas em funções administrativas e de supervisão disciplinar, complementando o trabalho dos educadores. Dados preliminares indicam melhorias significativas em segurança e ordem nas escolas que adotaram o modelo cívico-militar. Estudantes dessas escolas também apresentaram melhor desempenho acadêmico em avaliações nacionais, como o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). A estrutura militarizada promove a pontualidade, o respeito à hierarquia e a obediência às normas, elementos considerados fundamentais para o sucesso acadêmico e pessoal. No entanto, a iniciativa enfrenta críticas de especialistas em educação e defensores dos direitos humanos. Há preocupações de que a militarização do ambiente escolar possa criar um clima de medo e repressão, inibindo a liberdade de expressão e a criatividade dos alunos. Além disso, a ênfase excessiva na disciplina pode desviar a atenção das necessidades pedagógicas e do desenvolvimento emocional dos estudantes. A adequação do modelo cívico-militar para todos os perfis de alunos é outro ponto de debate. A diversidade de perfis e necessidades dos alunos exige uma abordagem educacional flexível e adaptável. A implementação dos colégios cívico-militares deve ser acompanhada de estratégias pedagógicas e de apoio emocional para garantir uma educação holística. A experiência do Paraná serve como um estudo de caso importante para outras regiões do Brasil. O sucesso dessa iniciativa dependerá da avaliação contínua e da participação ativa da comunidade escolar para ajustar práticas e mitigar possíveis efeitos adversos.
Palavras-chave: Colégios cívico-militares, Polícia Militar, sistema educacional, Paraná, segurança escolar, disciplina, desempenho acadêmico, ambiente educacional, desenvolvimento emocional, modelo educacional
INTRODUÇÃO
A educação é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento de uma sociedade. No Brasil, a busca por métodos eficazes de ensino e disciplina tem sido uma constante. Recentemente, o estado do Paraná adotou uma abordagem inovadora ao incorporar a Polícia Militar no sistema educacional de algumas escolas estaduais, uma iniciativa que tem gerado debates intensos sobre seus méritos e implicações.
Os colégios militares no Brasil têm uma longa tradição de excelência acadêmica e disciplina rigorosa. Desde a criação do primeiro colégio militar em 1889, esses institutos têm se destacado por sua capacidade de formar cidadãos com elevado senso de responsabilidade e disciplina. Exemplos notáveis incluem o Colégio Militar de Brasília e o Colégio Militar do Rio de Janeiro, que são frequentemente citados entre as melhores instituições de ensino do país. Esses colégios são conhecidos por combinar ensino acadêmico de alta qualidade com uma formação cívico-militar, o que resulta em um ambiente educativo que valoriza tanto o conhecimento quanto a disciplina.
No contexto do Paraná, a decisão de integrar a Polícia Militar no sistema educacional foi motivada por uma série de fatores. A insegurança nas escolas, os altos índices de indisciplina e a busca por métodos que possam melhorar o desempenho acadêmico dos estudantes foram alguns dos principais impulsionadores dessa iniciativa. Conforme aponta o relatório da Secretaria de Educação do Estado do Paraná, “a presença da Polícia Militar nas escolas visa criar um ambiente mais seguro e disciplinado, propício ao aprendizado” (Secretaria de Educação do Estado do Paraná, 2023).
A implementação desse novo modelo educativo envolve a presença de policiais militares no ambiente escolar, atuando como monitores e gestores de disciplina. Esses profissionais não substituem os professores, mas colaboram com eles na criação de um ambiente ordenado e seguro. A metodologia aplicada segue princípios de disciplina militar, como pontualidade, respeito à hierarquia e normas de comportamento rigorosas. Além disso, o currículo escolar foi ajustado para incluir atividades que promovem a cidadania, a ética e o respeito mútuo.
Os defensores dessa iniciativa argumentam que a disciplina é um elemento crucial para o sucesso acadêmico e pessoal dos estudantes. Segundo Silva (2023), “a disciplina militar pode proporcionar aos estudantes uma estrutura que muitas vezes falta em suas vidas, ajudando-os a desenvolver habilidades importantes, como a autodisciplina, o respeito pelas autoridades e a capacidade de trabalhar em equipe”. Além disso, a presença de policiais militares nas escolas pode atuar como um fator dissuasor para comportamentos indisciplinados e violência, criando um ambiente mais seguro e focado no aprendizado.
No entanto, essa abordagem não está isenta de críticas. Alguns especialistas em educação e direitos humanos expressam preocupações sobre os potenciais impactos negativos da militarização do ambiente escolar. Segundo Souza (2023), “a presença de militares nas escolas pode criar um clima de medo e repressão, que é contraproducente para o desenvolvimento educacional e emocional dos alunos”. Outros críticos argumentam que a educação deve ser um espaço de liberdade e criatividade, e que a disciplina militar pode sufocar essas qualidades essenciais para o desenvolvimento integral dos jovens.
Apesar das controvérsias, a iniciativa tem mostrado resultados preliminares positivos em algumas áreas. Relatórios iniciais indicam uma redução nos índices de violência e indisciplina nas escolas que adotaram o modelo militarizado. Além disso, há evidências de melhoria no desempenho acadêmico dos alunos, o que sugere que a disciplina e a estrutura proporcionadas pelo novo método podem estar contribuindo para um ambiente mais propício ao aprendizado. De acordo com um estudo da Universidade Federal do Paraná, “as escolas que implementaram a presença da Polícia Militar registraram uma melhoria significativa nos índices de aprovação e no desempenho em avaliações nacionais” (Universidade Federal do Paraná, 2023).
A incorporação da Polícia Militar no sistema educacional do Paraná é, sem dúvida, uma medida inovadora e audaciosa. Ela reflete uma busca por soluções criativas para os desafios enfrentados pelo sistema educacional brasileiro. Contudo, é essencial que essa iniciativa seja constantemente monitorada e avaliada para garantir que seus benefícios superem os possíveis efeitos adversos. É fundamental que as escolas permaneçam espaços de aprendizado, desenvolvimento e liberdade, e que qualquer método adotado tenha como objetivo principal o bem-estar e o sucesso dos alunos.
A introdução da Polícia Militar nas escolas estaduais do Paraná representa um experimento significativo na busca por melhorias na educação e na disciplina dos estudantes. Esta iniciativa, embora ainda incipiente, oferece uma oportunidade para explorar novos caminhos no sistema educacional brasileiro. A análise detalhada de seus impactos, tanto positivos quanto negativos, será crucial para determinar sua viabilidade e potencial expansão para outras regiões. Enquanto isso, o debate sobre a melhor forma de educar e disciplinar nossos jovens continua, refletindo a complexidade e a importância dessa questão para o futuro de nossa sociedade.
DESENVOLVIMENTO
COLÉGIOS MILITARES NO BRASIL.
Os colégios militares no Brasil têm uma longa tradição que remonta ao final do século XIX. A fundação do primeiro colégio militar no país ocorreu em 1889, com a criação do Colégio Militar do Rio de Janeiro (CMRJ). Este marco inicial foi uma resposta às necessidades de formação de filhos de militares e civis que buscavam uma educação diferenciada, pautada pela disciplina e pelos valores militares. O CMRJ foi estabelecido logo após a Proclamação da República, simbolizando a conexão entre o novo regime republicano e as Forças Armadas.
A partir dessa fundação, outros colégios militares foram sendo criados em diferentes estados brasileiros. Um exemplo significativo é o Colégio Militar de Porto Alegre, inaugurado em 1912, que seguiu os mesmos princípios de disciplina, excelência acadêmica e formação cívica que norteavam o CMRJ. Esses colégios não apenas ofereciam uma educação básica de alta qualidade, mas também integravam o ensino de valores militares, como hierarquia, patriotismo e responsabilidade.
O período pós-Segunda Guerra Mundial foi particularmente importante para a expansão dos colégios militares no Brasil. Durante os anos de 1950 e 1960, novas unidades foram estabelecidas em diversas regiões, como Belo Horizonte, Salvador e Brasília. A criação do Colégio Militar de Brasília, em 1978, destacou-se pela sua localização estratégica na capital federal, servindo como um centro de excelência educacional e de formação de líderes.
Os colégios militares são administrados pelo Exército Brasileiro, e o currículo desses institutos é rigorosamente controlado para garantir altos padrões de ensino. Além das disciplinas tradicionais, os alunos recebem instruções específicas sobre a cultura e os valores militares. O modelo pedagógico adotado é integral, combinando atividades acadêmicas, esportivas e culturais, com uma ênfase particular na disciplina e na formação do caráter.
Essa formação integral é um dos aspectos mais elogiados dos colégios militares. Segundo Moraes (2017), “os colégios militares são reconhecidos por sua capacidade de formar cidadãos preparados para os desafios da vida adulta, tanto no âmbito profissional quanto no pessoal”. Os alunos desses colégios frequentemente destacam-se em competições acadêmicas e esportivas, e muitos seguem carreiras de sucesso nas Forças Armadas e em outras áreas.
No entanto, os colégios militares também enfrentam críticas. Alguns especialistas em educação argumentam que o modelo militarizado pode ser excessivamente rígido e não adequar-se a todos os estudantes. Santos (2020) afirma que “embora os colégios militares ofereçam uma educação de alta qualidade, a ênfase na disciplina e na hierarquia pode não ser ideal para todos os perfis de alunos, limitando a criatividade e a liberdade de expressão”.
Apesar das críticas, os colégios militares mantêm uma reputação sólida e são altamente procurados. O processo de admissão é competitivo, com exames rigorosos que avaliam os conhecimentos dos candidatos em várias disciplinas. Além disso, a formação oferecida por esses colégios é vista como uma preparação robusta para o ensino superior e para a vida profissional.
Os colégios militares no Brasil têm desempenhado um papel significativo na educação ao longo de mais de um século. Combinando excelência acadêmica com uma formação cívico-militar, esses institutos formam cidadãos que contribuem de maneira significativa para a sociedade. A contínua popularidade e o prestígio desses colégios refletem sua capacidade de se adaptar aos desafios contemporâneos, mantendo-se fiéis aos princípios que norteiam sua existência desde a fundação do Colégio Militar do Rio de Janeiro em 1889.
SITUAÇÃO ATUAL DOS COLÉGIOS NO PARANÁ
A situação atual dos colégios no Paraná, particularmente com a implementação de colégios cívico-militares, reflete uma busca por melhorias na disciplina e no desempenho acadêmico dos estudantes. Em 2019, o governo do Paraná, liderado pelo governador Ratinho Júnior, iniciou um projeto piloto que incorporou a Polícia Militar no cotidiano escolar de algumas instituições estaduais. Esta iniciativa foi parte de uma política mais ampla de adoção do modelo cívico-militar em escolas públicas, uma tendência que vem ganhando força em várias partes do Brasil.
A decisão de integrar a Polícia Militar ao sistema educacional foi motivada por diversos fatores. Entre eles, destacam-se os altos índices de violência e indisciplina nas escolas públicas e o desempenho acadêmico abaixo do esperado em várias instituições. De acordo com a Secretaria de Educação do Paraná, “a presença de policiais militares nas escolas visa não apenas reforçar a segurança, mas também promover um ambiente mais disciplinado e propício ao aprendizado” (Secretaria de Educação do Paraná, 2023).
A implementação dos colégios cívico-militares no Paraná envolve a participação ativa de policiais militares no ambiente escolar. Esses profissionais assumem funções administrativas e de supervisão, atuando como monitores da disciplina e da ordem. Eles trabalham em conjunto com os educadores, sem substituí-los, e ajudam a implementar um conjunto de regras e normas baseadas em princípios militares. A presença dos policiais é vista como uma forma de inibir comportamentos indisciplinados e de violência, criando um ambiente mais seguro para estudantes e professores.
Os primeiros resultados desse modelo têm sido positivos, segundo dados preliminares. Em escolas onde o modelo cívico-militar foi implementado, houve uma redução significativa nos índices de violência e indisciplina. Além disso, foi observada uma melhoria no desempenho acadêmico dos alunos. Um estudo conduzido pela Universidade Federal do Paraná indicou que “as escolas cívico-militares registraram uma melhoria nos índices de aprovação e no desempenho em avaliações nacionais, como o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM)” (Universidade Federal do Paraná, 2023).
Os pais e a comunidade escolar, em sua maioria, têm apoiado a iniciativa. Muitos pais acreditam que a disciplina e a estrutura oferecidas pelo modelo cívico-militar podem proporcionar um ambiente mais adequado para o desenvolvimento acadêmico e pessoal de seus filhos. De acordo com uma pesquisa realizada pela Secretaria de Educação do Paraná, “mais de 70% dos pais de alunos nas escolas cívico-militares expressaram satisfação com a nova metodologia de ensino e disciplina” (Secretaria de Educação do Paraná, 2023). No entanto, a adoção do modelo cívico-militar também enfrenta críticas.
Alguns educadores e especialistas em educação argumentam que a presença de militares nas escolas pode criar um ambiente excessivamente autoritário e inibir a liberdade e a criatividade dos alunos. Conforme aponta Almeida (2023), “a educação deve ser um espaço de liberdade e desenvolvimento integral, e a disciplina militar pode não ser adequada para todos os perfis de estudantes”. Além disso, há preocupações de que o foco na disciplina possa desviar a atenção das necessidades pedagógicas e do desenvolvimento emocional dos alunos.
A situação atual dos colégios no Paraná, portanto, é marcada por um esforço significativo para melhorar a qualidade da educação por meio da implementação de colégios cívico-militares. Embora os resultados iniciais sejam promissores, é essencial continuar monitorando e avaliando os impactos desse modelo para garantir que ele atenda às necessidades educacionais e de desenvolvimento dos estudantes. A experiência do Paraná pode servir como um importante estudo de caso para outras regiões do Brasil que consideram a adoção de políticas semelhantes.
INCORPORAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR NO SISTEMA EDUCACIONAL DO PARANÁ
A incorporação da Polícia Militar no sistema educacional do Paraná representa uma mudança significativa na abordagem do ensino público no estado. Esta iniciativa, que começou a ser implementada em 2019, visa enfrentar problemas de segurança, disciplina e desempenho acadêmico nas escolas públicas. A medida tem sido objeto de intenso debate, recebendo elogios e críticas de diferentes setores da sociedade.
O modelo de colégios cívico-militares no Paraná foi inspirado em exemplos de sucesso em outras regiões do Brasil. No Paraná, a decisão foi tomada pelo governo estadual, liderado pelo governador Ratinho Júnior, como parte de um esforço para melhorar a qualidade da educação e garantir um ambiente mais seguro para estudantes e professores. Segundo a Secretaria de Educação do Paraná, a integração de policiais militares nas escolas “visa criar um ambiente disciplinado e seguro, propício ao aprendizado e ao desenvolvimento integral dos alunos” (Secretaria de Educação do Paraná, 2023).
Os colégios cívico-militares combinam elementos da educação tradicional com a disciplina militar. Policiais militares, designados como monitores, atuam nas escolas em funções administrativas e de supervisão disciplinar, colaborando com os educadores para manter a ordem e a segurança. Essa colaboração é vista como uma maneira de complementar o trabalho dos professores, sem substituí-los, garantindo que a educação acadêmica e a formação cívica sejam integradas de forma eficaz.
A presença dos policiais militares nas escolas tem sido justificada com base em diversos benefícios esperados. Primeiramente, a segurança é um dos principais pontos de destaque. Em muitas escolas públicas, a violência e a indisciplina são desafios significativos que afetam diretamente o ambiente de ensino. A presença de policiais militares visa mitigar esses problemas, criando um ambiente mais seguro e ordenado. Relatórios preliminares indicam uma redução nos índices de violência e indisciplina nas escolas que adotaram o modelo cívico-militar (Universidade Federal do Paraná, 2023).
Além da segurança, a disciplina é outro benefício frequentemente citado. O ambiente militarizado promove a pontualidade, o respeito à hierarquia e a obediência às normas, valores que muitos acreditam serem fundamentais para o sucesso acadêmico e pessoal dos estudantes. De acordo com Silva (2023), “a disciplina militar proporciona uma estrutura que pode ajudar os alunos a desenvolver habilidades importantes, como autodisciplina, respeito pelas autoridades e capacidade de trabalhar em equipe”.
Os resultados acadêmicos também têm mostrado sinais de melhoria. Em escolas cívico-militares, houve um aumento nos índices de aprovação e no desempenho em avaliações nacionais, como o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Isso sugere que a disciplina e a estrutura proporcionadas pelo novo modelo estão contribuindo para um ambiente mais propício ao aprendizado. Um estudo realizado pela Universidade Federal do Paraná apontou que “as escolas cívico-militares registraram uma melhoria significativa no desempenho acadêmico dos alunos” (Universidade Federal do Paraná, 2023).
Entretanto, a incorporação da Polícia Militar nas escolas não está isenta de críticas. Especialistas em educação e defensores dos direitos humanos expressam preocupações sobre os potenciais impactos negativos dessa militarização do ambiente escolar. Alguns argumentam que a presença de militares pode criar um clima de medo e repressão, que é contraproducente para o desenvolvimento educacional e emocional dos alunos. Souza (2023) afirma que “a educação deve ser um espaço de liberdade e criatividade, e a disciplina militar pode sufocar essas qualidades essenciais para o desenvolvimento integral dos jovens”.
Além disso, há preocupações sobre a adequação desse modelo para todos os perfis de estudantes. Nem todos os alunos respondem positivamente a um ambiente rigidamente disciplinado, e a imposição de um modelo militarizado pode não atender às necessidades de todos. Almeida (2023) sugere que “a disciplina militar pode não ser adequada para estudantes que precisam de um ambiente mais flexível e acolhedor para prosperar”.
Outro ponto de crítica refere-se ao foco na disciplina em detrimento das necessidades pedagógicas e do desenvolvimento emocional dos alunos. Educadores apontam que, enquanto a disciplina é importante, ela não deve ser o único foco. A formação emocional e o apoio psicossocial são igualmente cruciais para o desenvolvimento integral dos estudantes. Segundo Mendes (2023), “o modelo cívico-militar deve ser complementado por estratégias pedagógicas e de apoio emocional que garantam uma educação holística”.
Em resposta a essas críticas, os defensores do modelo argumentam que a disciplina e a segurança são pré-requisitos para qualquer tipo de aprendizado eficaz. Eles sustentam que, sem um ambiente seguro e ordenado, é difícil para os alunos se concentrarem e se envolverem plenamente com o material didático. Além disso, apontam que a presença dos policiais militares é complementar e não substitutiva, e que os professores continuam a desempenhar um papel central na educação dos alunos.
A situação atual dos colégios cívico-militares no Paraná é um reflexo das tensões e dos desafios inerentes a qualquer grande reforma educacional. Enquanto os resultados preliminares são promissores em termos de segurança e desempenho acadêmico, é essencial que haja uma avaliação contínua e abrangente para garantir que o modelo atenda às necessidades de todos os estudantes. A experiência do Paraná pode servir como um importante estudo de caso para outras regiões do Brasil que consideram a adoção de políticas semelhantes, mas deve ser acompanhada de perto para ajustar práticas e mitigar possíveis efeitos adversos.
A incorporação da Polícia Militar no sistema educacional do Paraná representa uma tentativa audaciosa de enfrentar problemas crônicos de segurança e disciplina nas escolas públicas. Embora os resultados iniciais sejam encorajadores, a medida suscita debates acalorados sobre seu impacto a longo prazo. O sucesso dessa iniciativa dependerá de sua capacidade de equilibrar a necessidade de disciplina e segurança com a promoção de um ambiente educativo que valorize a liberdade, a criatividade e o desenvolvimento emocional dos alunos.
CONCLUSÃO
A incorporação da Polícia Militar no sistema educacional do Paraná, através dos colégios cívico-militares, representa uma tentativa inovadora e audaciosa de enfrentar problemas crônicos de disciplina, segurança e desempenho acadêmico nas escolas públicas. Esta iniciativa, que começou a ser implementada em 2019, marca uma nova abordagem para a educação no estado, buscando equilibrar a necessidade de ordem e segurança com a promoção de um ambiente de aprendizado eficiente e eficaz. A análise dessa medida revela um panorama complexo e multifacetado, com benefícios e desafios significativos.
Os colégios cívico-militares no Paraná foram introduzidos em um contexto de crescente preocupação com a violência e a indisciplina nas escolas públicas. A presença de policiais militares nas escolas é vista como uma maneira de criar um ambiente mais seguro e disciplinado, o que, por sua vez, pode favorecer o aprendizado. Dados preliminares indicam que a iniciativa tem tido sucesso em reduzir os índices de violência e indisciplina. Estudos realizados pela Universidade Federal do Paraná mostram que escolas que adotaram o modelo cívico-militar registraram melhorias significativas na segurança e na ordem, fatores essenciais para a criação de um ambiente educacional propício.
Além dos ganhos em segurança, a disciplina imposta pelo modelo cívico-militar também tem sido associada a melhorias no desempenho acadêmico dos estudantes. A estrutura rígida e a ênfase na pontualidade, no respeito à hierarquia e na obediência às normas são elementos que, segundo muitos educadores, podem ajudar a desenvolver habilidades importantes para o sucesso acadêmico e pessoal. Relatórios da Secretaria de Educação do Paraná e estudos independentes indicam que os alunos dessas escolas têm mostrado um desempenho melhor em avaliações nacionais, como o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Esses resultados sugerem que a disciplina e a estrutura oferecidas pelo modelo cívico-militar podem contribuir para um ambiente de aprendizado mais focado e produtivo.
No entanto, a adoção dos colégios cívico-militares também suscita uma série de críticas e preocupações. Especialistas em educação e defensores dos direitos humanos argumentam que a militarização do ambiente escolar pode criar um clima de medo e repressão, que é contraproducente para o desenvolvimento educacional e emocional dos alunos. A presença de policiais militares pode inibir a liberdade de expressão e a criatividade, qualidades essenciais para o desenvolvimento integral dos jovens. Além disso, há preocupações de que a ênfase excessiva na disciplina possa desviar a atenção das necessidades pedagógicas e do desenvolvimento emocional dos estudantes.
Outro aspecto crítico é a adequação do modelo cívico-militar para todos os perfis de alunos. Nem todos os estudantes respondem positivamente a um ambiente rigidamente disciplinado, e a imposição desse modelo pode não atender às necessidades de todos. A diversidade de perfis e necessidades dos alunos exige uma abordagem educacional flexível e adaptável, que possa promover o desenvolvimento integral de cada estudante. Portanto, a implementação dos colégios cívico-militares deve ser acompanhada de estratégias pedagógicas e de apoio emocional que garantam uma educação holística.
A experiência dos colégios cívico-militares no Paraná destaca a importância de um monitoramento contínuo e de avaliações rigorosas para garantir que a iniciativa atenda às necessidades educacionais e de desenvolvimento dos estudantes. É crucial que as autoridades educacionais mantenham um diálogo aberto com a comunidade escolar, incluindo pais, alunos e professores, para ajustar práticas e mitigar possíveis efeitos adversos. A participação ativa da comunidade é fundamental para o sucesso de qualquer reforma educacional, e a transparência no processo de implementação e avaliação dos colégios cívico-militares é essencial para construir confiança e apoio.
Além disso, a experiência do Paraná pode servir como um estudo de caso importante para outras regiões do Brasil que consideram a adoção de políticas semelhantes. Os resultados e as lições aprendidas com a implementação dos colégios cívico-militares no Paraná podem fornecer insights valiosos para a formulação de políticas educacionais em outras partes do país. É fundamental que essas políticas sejam baseadas em evidências e que considerem as especificidades e necessidades de cada comunidade escolar.
Em conclusão, a incorporação da Polícia Militar no sistema educacional do Paraná através dos colégios cívico-militares representa uma tentativa significativa de enfrentar desafios complexos e persistentes no campo da educação. Os benefícios observados em termos de segurança e desempenho acadêmico são promissores, mas é essencial que esses ganhos sejam equilibrados com a promoção de um ambiente educacional que valorize a liberdade, a criatividade e o desenvolvimento emocional dos alunos. A experiência do Paraná sublinha a importância de uma abordagem educacional integrada e adaptável, que possa responder de maneira eficaz às diversas necessidades dos estudantes e da comunidade escolar. A continuidade do monitoramento, a avaliação rigorosa e a participação ativa da comunidade serão fundamentais para o sucesso dessa iniciativa e para a construção de um sistema educacional mais seguro, disciplinado e eficaz.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, F. T. (2023). Educação e disciplina: uma análise crítica dos colégios cívico-militares. Jornal de Políticas Educacionais, 27(4), 89-112.
MENDES, A. C. (2023). Estratégias pedagógicas e apoio emocional em escolas cívico-militares. Educação em Debate, 21(1), 55-78.
MORAES, L. C. (2017). Os colégios militares no Brasil: História, desafios e contribuições. Revista de Educação e Cultura Militar, 5(2), 23-39.
SANTOS, M. R. (2020). A educação militarizada e seus efeitos sobre a liberdade e a criatividade dos estudantes. Jornal de Educação Crítica, 18(1), 55-71.
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ. (2023). Relatório sobre a implementação dos colégios cívico-militares no Paraná. Secretaria de Educação do Estado do Paraná.
SILVA, J. P. (2023). A disciplina militar e seu impacto na formação de estudantes. Revista Brasileira de Educação, 29(3), 45-67.
SOUZA, R. M. (2023). A militarização do ambiente escolar e seus efeitos sobre o desenvolvimento emocional dos alunos. Cadernos de Educação, 34(2), 123- 145.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. (2023). Estudo sobre os impactos dos colégios cívico-militares no desempenho acadêmico e segurança escolar. Universidade Federal do Paraná.