REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10248211243
Osmara de Oliveira Portilho
RESUMO
O Transtorno do Espectro Autista, TEA, é um transtorno do neurodesenvolvimento, e os indivíduos afetados por esta condição não desenvolvem algumas das funções neurológicas que deveriam.
Caracterizado por sintomas de interação social e áreas de interesse estreitas e estereotipadas. Crianças com autismo apresentam deficiências em vários estágios de desenvolvimento, e esses sintomas aparecem quando ainda são jovens, por volta dos dois anos de idade. Dessa forma, a inclusão do aluno com autismo se faz necessária na educação básica e tem evoluído ao longo do tempo, porém, há muito mais para que isso aconteça e como a escola regular pode dar uma contribuição significativa, tendo em vista o desenvolvimento integral do aluno com autismo uma maior autonomia no meio social em que vivem. Portanto, este estudo tem como objetivo apresentar, investigar, compreender e refletir sobre a aplicação do método de Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e sua contribuição no processo de integração de crianças com autismo.
Palavras-chave: TEA, ABA- Analise do Comportamentamento aplicada, Inclusão, Autismo
1. INTRODUÇÃO
Para refletirmos sobre o mundo do autismo, precisamos argumentar antecipadamente o que é a inclusão social, que segundo o Mazzotta é entendida como a participação ativa nos vários grupos de convivência social, e a deficiência, como qualquer perda ou anormalidade de uma estrutura ou função corporal, incluindo a função psicológica.
A inclusão pode ser uma faca de dois gumes. Pode ser uma coisa maravilhosa para o crescimento de todos, mas se não for bem estruturada, pode ser fonte de sofrimento para muitos (MINETO, 2008, p.98).
O transtorno do espectro autista (TEA) é um transtorno mental do neurodesenvolvimento caracterizado por anormalidades generalizadas na interação social e comportamentos muito restritos e altamente repetitivos de etiologia desconhecida. Os fatores de risco incluem pais mais velhos, familiares com autismo e certas condições genéticas.
Devido a causas genéticas ou devido a síndromes que ocorrem durante o desenvolvimento infantil, o autismo aparece nos primeiros anos de vida, é incerto em sua extensão e, na maioria dos casos, é difícil para a maioria dos educadores diagnosticar. Não há um padrão de manifestação e os sintomas variam muito (CUNHA, 2012, p. 19).
Por meio dessa especificidade, entendemos as dificuldades que pais, escolas e todos ao seu redor têm em se comunicar com crianças com autismo. Portanto, é necessário adotar métodos adequados e eficazes para permitir que as crianças alcancem um bom desenvolvimento na vida escolar e social. A educação mundial na década de 1990 foi caracterizada por debates relacionados à Educação para todos e à Educação Inclusiva, onde destacamos eventos como a Conferência Mundial de Educação para Todos realizada em Jomtien, Tailândia (UNESCO, 1990) e a assinatura de documentos internacionais como o da Espanha Declaração de Salamanca (1994), que discute propostas de inclusão na educação como forma de amenizar a discriminação.
Esses documentos orientam o acolhimento de todas as pessoas, independentemente de sua condição física, intelectual, social, emocional ou linguística (UNESCO, 1994). No Brasil, a Constituição Federal (BRASIL,1998) consagrou o lema “Educação para Todos”, porém, mesmo com as rápidas mudanças sociais e as diretrizes legais não foram concretizadas.
Com a implantação da Política Nacional de Educação Especial e o Decreto nº 6.571/ 2008 sob a ótica da educação inclusiva em 2008, foram propostas mudanças na forma como o atendimento em educação especial (AEE) era entendido e implementado, deixando de existir como funcionamento em instituições isoladas, substituindo o ensino convencional e passando a ser uma prática que complementa e complementa educação convencional (BRASIL, 2008a, 2008b), cooperando de forma mais efetiva para a implementação das leis.
Ao longo dos anos, os problemas associados ao transtorno do espectro do autismo aumentaram, assim como alguns dos métodos usados para melhorar as crianças. Felizmente, a partir dessa nova visão das deficiências e das pessoas com especializações físicas, psicológicas ou sociais, ainda longe de ser uma sociedade inclusiva, igualitária e justa para todos, diversas políticas públicas estão sendo implementadas em busca de uma sociedade que permita oportunidades e igualdade se aplica a todas as pessoas, independentemente de suas limitações.
Diante desde contexto, o principal objetivo deste artigo é identificar as principais contribuições para o desenvolvimento cognitivo de alunos com autismo por meio da análise de comportamentos ABA aplicados. Portanto, os objetivos específicos para atingir o objetivo principal são: descrever a Ciência ABA; definir o autismo e suas variantes; examinar o desenvolvimento da autonomia intelectual. Portanto, faz sentido que as técnicas de modificação de comportamento tenham se mostrado muito eficazes no tratamento, especialmente em casos mais graves de autismo.
Para os analistas do comportamento, ser terapeuta é ser educador, pois a terapia envolve um processo de ensino ou reaprendizagem abrangente e estruturado.
2. METODOLOGIA
O direcionamento metodológico deste estudo se deu pelo estudo bibliográfico, Dentre eles, segundo Gil (2002, p. 44):
É desenvolvido a partir de material já elaborado, principalmente livros e artigos científicos. Embora algum tipo de trabalho dessa natureza seja exigido em quase todas as pesquisas, também existem estudos que vêm inteiramente de fontes bibliográficas.
Segundo Marconi e Lakatos (2003, p. 44), a contribuição dessas pesquisas é: “[…] por meio de debates transcritos por qualquer meio, sejam eles publicados ou gravados”. Para a composição do estudo, as referências incluem artigos científicos, monografias, e dissertações que discutam o TEA e temas afins, bemolo livros cujos autores sejam considerados referências em sua área de atuação.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Uma breve história sobre autismo
O autismo em crianças foi definido por Kanner em 1943 e foi originalmente chamado de autismo de contato afetivo como uma condição com características comportamentais muito específicas, por exemplo: relação emocional prejudicada com o ambiente, autismo extremo autismo, incapacidade de usar a linguagem comunicativa, presença de bom potencial cognitivo, aparência aparentemente normal, comportamento ritualizado, início precoce e predominância no sexo masculino.
Em 1944, Asperger propôs uma definição do distúrbio em sua pesquisa, que ele chamou de psicose autista, manifestada por grave comprometimento da interação social, comportamento pedante, movimentos desajeitados e início apenas em homens. Os autores utilizam descrições de vários casos clínicos, descrevendo história familiar, aspectos físicos e comportamentais, desempenho em testes de inteligência, e destacam preocupações sobre os métodos educacionais desses indivíduos.
No entanto, deve-se dizer que o artigo de Asperger demorou muitos anos para ser publicado, ao contrário do artigo de Kanner que foi amplamente lido; o motivo mais comum de pouco se saber sobre o artigo é que ele foi escrito em alemão (Mello, 2007). A conceituação do termo “autismo” é muito complicada, pois existem diferentes aspectos que orientam uma pessoa nesse contexto, que definirão seu grau de autismo. Mello (2007) definiu o autismo como:
Transtorno do desenvolvimento caracterizado por alterações que se iniciam em idade muito precoce, geralmente antes dos três anos de idade, com efeitos múltiplos e variáveis em áreas importantes do desenvolvimento humano, como comunicação, interação social, aprendizado e ajustamento (Mello, 2007, p. 16).
Dessa forma, na Décima Revisão da Classificação Internacional de Doenças – CID 10(33), os transtornos do desenvolvimento em todo o mundo são classificados como um grupo de alterações caracterizadas por alterações qualitativas nos padrões de interação social e comunicação, bem como limitações e limitações de interesses e atividades. Essas anormalidades qualitativas constituem um perfil geral do funcionamento individual.
Neste contexto, podemos caracterizar que o autismo é, portanto, uma síndrome comportamental caracterizada por certas deficiências de desenvolvimento. Conforme mencionado por Mello (2007), as características de disfunção que interferem nas habilidades sociais, de linguagem e físicas afetam principalmente áreas como comunicação, interação social e aprendizagem e capacidade adaptativa. No entanto, é muito importante ressaltar que o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª Edição (DSM-V), 2013 (DSM-V) define o autismo como apenas um transtorno do espectro do transtorno (TEA).
Com isso, o DSM-V enfatiza que os transtornos do espectro autista podem apresentar variações envolvendo a intensidade dos sintomas. Assim, exemplos de transtornos que também se enquadram nesse guarda-chuva, mas antes do DSM-V ser classificado como um diagnóstico diferente, são os já citados Síndrome de Asperger e Transtorno Invasivo do Desenvolvimento.
Além disso, é importante ressaltar que a causa do autismo permanece desconhecida. Acredita-se que possam estar relacionados ao fato de que durante a gravidez ou parto, anormalidades em algumas partes específicas do cérebro não foram definitivamente definidas ou são de origem genética (Mello, 2007). Mello (2007) chega a afirmar que o autismo pode ser percebido desde os primeiros dias de vida, embora a maioria dos pais relate e seus filhos passam por uma fase normal antes de perceberem os próprios sintomas.
A esse respeito, os pais muitas vezes começam a perceber comprometimentos em seus filhos quando são bebês, notando sono excessivo, calma excessiva, recusa em ser carregado ou choro prolongado sem conforto. Nos primeiros anos de vida, percebem que as crianças não respondem a comandos simples, não demonstram afeto ou qualquer sentimento, não imitam gestos ou sons como as crianças nos primeiros anos de vida.
De acordo com Oliveira (2021):
Essas crianças não buscam contato visual ou o mantêm por curtos períodos. O surgimento de estereótipos é comum e pode ser movimentos repetitivos das mãos ou do corpo, olhar prolongado para as mãos e hábitos como morder a si mesmo, morder a roupa ou puxar o cabelo.
Portanto, podemos concluir que o autismo é uma doença crônica, pois não é dependente do tempo e tem como principal característica a presença de danos em áreas do desenvolvimento. No entanto, atualmente existem diferentes métodos de acompanhamento e tratamento que podem ajudar essa criança a se desenvolver de maneira ideal. A maioria dos especialistas concorda que o tratamento deve começar o mais cedo possível para que os efeitos da estimulação sejam melhores. Ressaltam que a assistência deve ser adaptada às necessidades e individualidade de cada criança (SILVA, 2021).
3.2 ABA – Analise do Comportamento Aplicada
ABA é a abreviação para Applied Behavior Analysis. Também é conhecida como Análise do Comportamento Aplicada. Muitos definem a aplicação da ABA para crianças com autismo como “aprender sem erro”. A Ciência ABA envolve o ensino intensivo e individualizado de habilidades necessárias para a independência e uma ótima qualidade de vida para crianças com autismo. As habilidades ensinadas incluem comportamentos que interferem no desenvolvimento e integração de indivíduos diagnosticados com autismo.
De acordo com o The Autism Speaking Handbook (2011), a análise do comportamento é a ciência que fornece conhecimento cientificamente comprovado sobre como e porque o comportamento ocorre.
De acordo com o manual, “quando a pesquisa é usada para melhorar o comportamento socialmente significativo, ela é considerada aplicada” (p. 34). Camargo e Rispoli (2013) afirmam que a ABA também pode ser “definida como uma técnica aplicada a situações da vidar real para melhorar, aumentar ou diminuir comportamentos adequados e inapropriados” (RISPOLI, 2013, p. 642).
Segundo Haydu (2009), o comportamento pode ser definido como o processo de interação entre o indivíduo e o ambiente, onde o indivíduo interage com eventos ambientais, influenciando-se mutuamente e produzindo mudanças em ambos os lados. Dessa forma, determinar se o método é benéfico para o aluno requer observação e inspeção constantes, portanto, os profissionais responsáveis devem preparar registros rigorosos e detalhados a partir dos quais coletar dados e determinar se as habilidades necessárias foram desenvolvidas. No entanto, a Ciência ABA deve ser aplicado por um profissional da área de análise do comportamento com supervisão e experiência prática no método com alunos/pacientes autistas.
A experimentação inicial com a terapia comportamental trouxe algumas vantagens importantes para o clínico: ele foi treinado na observação do comportamento verbal e não verbal em casa, na escola ou no escritório, que foi a fonte de dados relevantes. Ele examina o papel desempenhado pelo ambiente á um ambiente que pode perturbar e testar as hipóteses apresentadas.
Outra habilidade é a compreensão dos processos comportamentais observados, que têm interações contínuas e, portanto, mudam (Windholz, 2002). SegundoWindholz (1995), existe uma relação direta entre terapeuta e educador, pois para os analistas do comportamento, ser terapeuta significa atuar como educador, uma vez que a terapia envolve um processo de ensino aprendizagem ou reaprendizado abrangente e estruturado.
Para Meyer (2003), um dos princípios fundamentais da ABA que o comportamento é determinado por qualquer comportamento que possa ser observado e contado, tendo sempre frequência e duração.
Segundo ele, esse comportamento pode ser explicado identificando o que aconteceu antes e suas possíveis consequências. Ou seja, é o reconhecimento da relação entre eventos ambientais e o comportamento de um organismo. Nesse caso, esses comportamentos são motivados de forma agradável. Com funções exclusivas, ou seja, serviços, você consegue o que deseja. É sabido que todos os comportamentos gerais são aprendidos, sejam eles “bons” ou “maus”. Isso não significa que somos ensinados a exibir certos tipos de mau comportamento de propósito, mas aprendemos que eles são eficazes para conseguir o que queremos.
A partir dessa perspectiva, aprendemos que a ciência ABA pode intencionalmente ensinar as crianças a exibir comportamentos mais adequados no lugar dos maus comportamentos, ou os chamados problemas. Os comportamentos estão relacionados a eventos ou estímulos que ocorreram antes deles, que são antecedentes, e a probabilidade de sua ocorrência futura está relacionada às suas consequências subsequentes. O behaviorismo se concentra na análise objetiva do comportamento observável e mensurável, em oposição, por exemplo, às abordagens psicanalíticas que assumem que a maior parte do nosso comportamento é um processo inconsciente. Ivan Pavlov, John B. Watson, Edward Thorndike e BF Skinner foram pioneiros no estudo e descoberta dos princípios científicos do behaviorismo.
Segundo Moreira e Medeiros (2007), esta intervenção é baseada na análise funcional, ou seja, na análise das funções que determinam o comportamento, visando eliminar comportamentos socialmente indesejáveis. Este, por sua vez, é o ponto central de nosso propósito em compreender o comportamento “problemático” exibido ela criança e, por meio deste cenário, intervir para modificá-lo. Se os comportamentos são influenciados por suas consequências, podemos manipulá-los para entender melhor como essa consequência aconteceu, e podemos modificar o comportamento das pessoas, programando consequências especiais para ele. Assim, entendemos que o primeiro passo para abordar o comportamento “problema” é identificar sua função (RODRIGUÊS, 2020).
Se não sabemos por que as crianças devem ter um comportamento apropriado (qual é a função ou propósito), é difícil saber como devemos ensiná-las. Pais, terapeutas e educadores tendem a imaginar ou buscar as causas do comportamento, o que pode levar ao fracasso das intervenções. A avaliação comportamental é a fase de descoberta que busca identificar e aprender sobre certos aspectos da criança autista e seu ambiente. Algumas das metas para avaliação são: Baixa, que representa a meta de avaliação para a ciência ABA. que delineará pequenas metas de curto prazo.
3.3 A INTERVENÇÃO PRECOCE PODE REDUZIR SINTOMAS
O transtorno do espectro autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento relativamente comum na população, com efeitos variáveis. As estimativas de prevalência atuais sugerem que 1 em 54 indivíduos atendem aos critérios diagnósticos para TEA (ALBURQUEQUE, 2019).
A prevalência varia de acordo com o sexo, sendo os homens quatro vezes mais propensos a serem afetados do que as mulheres. Além de interesses restritos, comportamentos repetitivos e diferenças na função sensorial, o diagnóstico está relacionado principalmente ao comprometimento da interação social. As pessoas com autismo também podem ter dificuldades em várias áreas relacionadas, como linguagem, comportamento adaptativo e desempenho acadêmico.
De acordo com Braga (2005), além dos sintomas principais, as pessoas com autismo geralmente lidam com outras condições relacionadas (as chamadas comorbidades) que afetam o funcionamento diário e a qualidade de vida. Esses transtornos de desenvolvimento, comportamentais ou psiquiátricos podem durar a vida inteira, às vezes exigindo tratamento médico que tem um impacto maior do que o próprio TEA).
Embora não haja cura para o autismo, existem vários tratamentos, e a Análise do Comportamento Aplicada é um deles. Dessa forma, tornou-se referência no tratamento de pessoas com TEA, pois visa estimular e ensinar habilidades inexistentes ou subdesenvolvidas. Para tal, a intervenção é realizada através de um planeamento realizado de forma intensiva, individualizada, estruturada, pontual e através do reforço, ou seja, apenas são reforçadas as respostas adequadas (BEZERRA, 2018). Entende-se que um ambiente estruturado evita distrações iniciais e é importante porque permite que as crianças criem repertórios básicos. As dicas/apoios que podem ser dados no ensino também são importantes, mas devem ser retirados o mais rápido possível, para que a criança não fique dependente desse apoio.
Atualmente, o curso de longo prazo da doença varia amplamente entre as pessoas com autismo. Enquanto aqueles diagnosticados precocemente continuam a desenvolver habilidades de adaptação e comunicação dentro da faixa média, a maioria requer pelo menos algum apoio e muitos requer em acompanhamento extensivo na idade adulta. É importante ressaltar que a qualidade de vida de adultos com TEA também é variável, mas pode melhorar com a qualidade dos cuidados na primeira infância. Existem muitas recomendações quanto à natureza e intensidade da intervenção terapêutica.
A pesquisa mostra que o acompanhamento deve começar o mais cedo possível, mesmo antes do diagnóstico na primeira infância (DA SILVA, 2021).
Quando falamos de intervenção precoce, tendemos a associá-la a pessoas que apresentam determinadas características desde muito cedo, pelo que são acompanhadas por equipas multidisciplinares para facilitar o ensino de competências que estejam alinhadas com estratégias que ajudem as crianças a dificultar a sua integração na sociedade. Afinal, isso seria ideal e suficiente. Muitas vezes são necessárias estratégias para reduzir o mau comportamento como irritabilidade, hipersensibilidade, agressividade, desconforto com a mudança de rotinas, ou seja, distúrbios comportamentais, que podem prejudicar o processo de aprendizagem de uma criança (DA SILVA, 2021).
Por isso, as intervenções realizadas na primeira infância têm o potencial de produzir melhores resultados, porque esse é um momento em que o cérebro é mais flexível. Isso significa que, como o cérebro da criança ainda está em fase de formação, as atividades terapêuticas podem ajudar a estimular o desenvolvimento de áreas danificadas pelo distúrbio, levando a melhorias em determinadas áreas e até mesmo à aquisição de novas habilidades.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através deste artigo, vimos um longo caminho com muitas dificuldades e desafios, mas também vimos a possibilidade de aprendizado além das expectativas. Portanto, cabe ressaltar que embora seja uma experiência desafiadora e muitas vezes nova para famílias, professores e escolas, o processo de integração de uma criança com autismo na rede educacional formal e seu meio social na verdade ocorre.
Portanto, com base nesse entendimento, a abordagem ABA Analítica é um dos métodos mais eficazes e amplamente utilizados para intervenções no desenvolvimento comportamental no autismo, tanto nas escolas quanto em casa. Embora não haja cura para o autismo, este recurso pode ajudar as crianças no espectro para facilitar seu progresso de aprendizagem de maneiras que vão além do aspecto pedagógico, pois envolve seu desenvolvimento holístico para adquirir ação em seu ambiente.
Com isso, este estudo buscou apresentar a origem e a concepção do termo autismo por diferentes autores, e em especial a importância da compreensão da abordagem ABA para o desenvolvimento da criança, considerando a necessidade de compreender o termo e se aprofundar em suas características.
Quanto ao conceito do termo autismo, pode-se dizer que, entre os autores analisados, prevalece a definição de que se trata de uma síndrome comportamental caracterizada por distúrbios do neurodesenvolvimento que interferem no funcionamento nas áreas social, física, linguagem, comunicação e interação.
Assim, percebe-se que a abordagem ABA investiga e estuda possíveis intervenções para cada criança com autismo, processo que requer estrutura, continuidade, comprometimento de todos os envolvidos, conhecimento da aplicabilidade e, sobretudo, realidade da criança com autismo, para minimizar essas disfunções.
Ressalta-se que os envolvidos na aplicação dos métodos analisados devem ir além, além do foco na tecnologia, criar emoções para que a criança sinta interesse pessoal e naturalidade.
Nessa perspectiva, por meio das perspectivas de diferentes autores, pode-se perceber que a ciência ABA (Análise do Comportamento Aplicada) leva a uma melhor qualidade de vida para crianças com autismo. E, ao analisar essa abordagem, buscamos entender a importância e os desafios da abordagem ABA para a inclusão de crianças com autismo nas redes básicas de educação.
Portanto, podemos concluir que a ABA, mesmo sendo casos específicos e muito singulares, possibilita que crianças com autismo se relacionem com seus pares, aprendam em redes regulares de ensino e façam ajustes curriculares, adquiram habilidades diferenciadas e se adaptem ao seu meio social, no exercício da autonomia. E nós, como especialistas, professores e pesquisadores, como agentes de mudança e influenciadores, temos a responsabilidade de investigar pesquisas e mais pesquisas que possam impactar mais, ajudar e despertar possibilidades de trabalhar com crianças autistas, respeitando e garantindo seus direitos, visando uma melhor qualidade de vida e, mais importante, desenvolvimento.
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