CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES PARA PROMOÇÃO DA INCLUSÃO ESCOLAR: UM PASSO FUNDAMENTAL PARA UMA EDUCAÇÃO MAIS EQUITATIVA

TRAINING TEACHERS TO PROMOTE SCHOOL INCLUSION: A FUNDAMENTAL STEP TOWARDS MORE EQUITABLE EDUCATION

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12756008


Alice Matias Abreu Lourenço Gomes1
Esmírdia Sidônia Bezerra Aquino2
Gildásio Lima Lial3
José Pedro de Azevedo4
Luciana Cláudia Alves Ribeiro5
Maria Cláudia Luís de Azevedo6
Maria Joseilda da Silva7
Radamese Lima de Oliveira8
Samira Silva Leão9
Thávilla Roany de Queiroz Freitas Lima10


RESUMO

A inclusão escolar implica mudanças no contexto social, é um tema cada vez mais relevante no contexto educacional contemporâneo. A discussão em torno da inclusão escolar, requer um olhar sobre a formação do professor para atuarem   

de forma competente no atendimento às pessoas com deficiência. Garantir que todos os estudantes, independentemente de suas características e necessidades individuais, tenham acesso a uma educação de qualidade é um desafio que exige o engajamento da comunidade escolar. Nesse sentido, trataremos aqui sobre a importância da capacitação de professores, para desempenharem um papel crucial na promoção da inclusão e na construção de ambientes educacionais mais equitativos e acolhedores. Importância da Capacitação de Professores para a Inclusão A formação de professores é um dos pilares fundamentais para o sucesso da inclusão escolar. Professores capacitados estão mais bem preparados para identificar as necessidades individuais de cada criança, adaptar suas práticas pedagógicas e implementar estratégias que promovam a participação e o sucesso de todos os estudantes. 

Palavras-chave: Inclusão escolar; Capacitação de professores; Práticas pedagógicas

1 INTRODUÇÂO

A inclusão escolar é uma prática recente, por isso, tantas questões estão em andamento para melhoria do sistema educacional em poder, de tato, incluir as crianças com necessidades especiais nas instituições de ensino. É preciso uma série de ajustes e conquistas, tanto no ambiente físico dos prédios, quanto na capacitação dos profissionais que terão convívio com esse público.

É preciso ética, em sua dimensão crítica e transformadora, para conquistar a inclusão escolar. As crianças com necessidades especiais merecem ser compreendidas, e não somente toleradas.

Por isso a importância de promover capacitação a professores trabalharem de forma equitativa. Os benefícios da capacitação de professores em inclusão são numerosos. Além de favorecer o desenvolvimento acadêmico e social dos alunos, a promoção da inclusão contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Professores capacitados em inclusão também tendem a se sentir mais confiantes e preparados para lidar com a diversidade de suas salas de aula, o que impacta positivamente em sua satisfação profissional e no clima escolar como um todo. 

Libâneo (1998) aponta que a capacitação que os professores recebem influencia diretamente no desenvolvimento dos seus alunos, o estudante desenvolve suas habilidades, mediante as interações que tem com o seu professor, no caso de o aluno com necessidades especiais, o professor é indispensável, o seu apoio e a sua orientação é fundamental para o seu desenvolvimento.

Esta interação, a conquista de novas habilidades por parte do aluno, ocorrem melhor a partir da formação do professor, quando este alimenta sua própria capacidade, busca estudar e participar de cursos e formações reflete em sua competência no seu trabalho. 

A capacitação de professores para a promoção da inclusão escolar é um investimento essencial para a construção de uma educação mais equitativa e inclusiva. Ao valorizar a diversidade, a respeito das diferenças e garantir o acesso de todos os alunos a uma educação de qualidade, não estamos apenas cumprindo com nosso papel como educadores, mas também contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e acolhedora para todos.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Para pensar na formação continuada e na capacitação dos profissionais do magistério, é preciso se atentar também para as principais necessidades sociais que estão em pauta, para poder realizar ações formativas que contribuam para o que o profissional, precisa naquele momento, e assim somar a sua totalidade. 

Nessa perspectiva, a atuação dos docentes, vai além de ensinar conteúdos, do tradicionalismo em sala de aula, a arte da docência se situa no complexo mundo da profissão magistério que está imergido na cultura que rege a sociedade. Sobre esta perspectiva, Veiga (2008) aborda sobre a importância do ato profissional, trazendo a relevância da formação docente tem suas bases regidas por conhecimentos especializados, coesos e éticos.

A formação continuada e a capacitação dos docentes fazem parte de um tema extremamente complexo, que abre muitas possibilidades de análise, Veiga (2008) aponta para os saberes associados à prática profissional dos professores, mostrando que esse processo ocorre de forma fragmentada ou desarticulada nos cursos de formação e, acaba por ser necessário uma excessiva preocupação com áreas específicas de conhecimento, entrando assim, nos cursos de formação continuada, que podem perder o foco da profissão como um todo. 

Freire (1987, p. 101): salienta a importância de se continuar com objetivos esperançosos e buscar sempre melhorias “ai daqueles e daquelas entre nós que pararem com sua capacidade de sonhar, de inventar a sua coragem, de denunciar e de anunciar” parece afastar-se das práticas formativas que privilegiam o desenvolvimento integral do ser humano, na verdade está nas entrelinhas o desejo pela mudança, a busca por melhores oportunidades e o desenvolvimento das capacidades humanas. O professor só conseguirá ser transformador se capacitar-se para tal. 

Por tanto, é no fazer docente que podemos ver o desenvolver cotidianamente, que os valores entram em construção e a educação se efetiva. É preciso, portanto, que o professor compreenda quais são os verdadeiros objetivos da sua função social, e assim busque compreender bem o seu papel de educador e nos diferentes contextos em que esteja atuando busque melhorar cada dia mais.

Entendendo a importância da capacitação do professor, de sua formação continuada, adentramos na educação inclusiva, e na necessidade de construir um saber educacional que se importe verdadeiramente com esses estudantes.

De acordo com Alonso, Sánchez e Aguillela (2011) os alunos com Necessidades Educacionais Especiais – NEE passaram a ser integrados em ambientes menos restritos, tendo maior participação na sociedade e no ambiente escolar. 

As instituições escolares começaram a levar em consideração as características e diferenças individuais, as necessidades para um atendimento eficiente deste público, muito paradigmas estão sendo quebrados, visto que a normalização e integração estão mais atentas a Educação Inclusiva, que tem como finalidade a promoção do sucesso acadêmico de todos os cidadãos, em ênfase aqui, dos estudantes com NEE, de forma mais justa. 

A Constituição de 1988, em seu artigo 208, estabelece a garantia da oferta do ensino fundamental para todos, e impõe ao poder público a responsabilidade de oferta regular de ensino. Não tendo nenhum tipo de discriminação de idade, ou de necessidades educacionais especiais, por tanto, a escola tem por dever aceitar todos que a procuram. 

Savili; Tenreiro (2012) considera a diversidade de estudantes em sala de aula, um desafio para os educadores. Por isto, a grande importância da capacitação, da formação continuada dos docentes, para que a relação destes com os estudantes com NEE em salas de aula regulares sejam desenvolvidas de forma adequada. 

O desenvolvimento emocional dessas crianças, deve ser levado em consideração, não semente as práticas educativas, pois elas aprendem por meio das experiências e das diferenças individuais e colaboram para a ampliação de oportunidades para obter conhecimento, competências, habilidades e valores (BARBOSA; CAMPOS; VALENTIM, 2011). 

Por tanto, não basta apenas o professor está informado sobre a diversidade, sobre as crianças com NEE que estão matriculadas em sua sala de aula, não basta apenas a informação, é preciso um conhecimento profundo, um estudo aprimorado, para que de farto uma boa prática seja elencada nas escolas, não somente públicas de nosso país, mas também nas instituições particulares, e em todos os níveis de ensino.

Constata-se nas relações sociais instaladas uma resistência à reflexão e a necessidade de um equilíbrio entre informação e formação, de modo a que, heuristicamente, venham a emergir caminhos alternativos no processo de formação humana, visando à autonomia e à emancipação dos sujeitos. O pensamento aqui defendido é o de formar para o pensar e o agir, o sentir-se responsável por si, pelo outro e pelo contexto. Refere-se à Educação humanista, condizente com uma formação que envolve o aprender, o pensar e o agir – o sentimento, a emoção, a razão – como essenciais na maneira de viver do indivíduo, consciente de ser e estar no mundo (BEZERRA; SILVA, 2014, p. 86).

Desta forma, as práticas pedagógicas e ações dos professores, devem possibilitar uma forma humanizada de agir.  Pois é na prática pedagógica cotidiana, que a construção dos saberes se efetiva, levando em consideração os verdadeiros objetivos da sua função social, que vai além de somente ensinar as letras, mas propiciar que o nível educacional nos diferentes contextos em que esteja atuando, sejam elevados, todos têm capacidade de aprimorarem e aprenderem novos saberes. 

Tendo foco na capacitação do professor para trabalhar diretamente com a Educação Especial, compreende-se o percurso voltado para um processo educacional em que se é desenvolvido por uma proposta pedagógica que garanta recursos e serviços educacionais adequados, organizados institucionalmente para que possam apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns. (GARCIA, 2013).

Então, garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentam Necessidades Educacionais Especiais, em todas as etapas da educação básica não é tão simples, é preciso adequações, investimento e mudanças.

Dessa forma, a implementação de uma Educação Inclusiva, de qualidade nas escolas brasileiras, e em todo o mundo, pressupõe principalmente a prática do direito a uma educação de equitativa, que supra as peculiaridades educacionais de cada indivíduo, com professores envolvidos e conscientes, que os levem a um conhecimento significativo, tornando-lhes capazes de alcançarem a independência em sociedade.  (MICHELS 2011).

Nóvoa (2009) sobre a formação de professores, ressalta que esta, deve assumir uma correlação entre teoria e prática. O objeto de estudo durante a capacitação dos professores deve está estreitamente vinculado a sua prática cotidiana, por isso o interesse em ter mais formações continuadas, em ter diferentes capacitações que instruam os professores a realizar um trabalho de excelência frente a Educação Inclusiva.

A formação de professores deve assumir uma forte componente práxica, centrada na aprendizagem dos alunos e no estudo de casos concretos, tendo como referência o trabalho escolar, o trabalho docente na formação inicial carece de interdisciplinaridade e articulação entre disciplinas, conteúdos e práticas (NÓVOA, 2009, p. 39).

O autor considera que a formação do professor, não é somente colecionar cursos, ter um currículo vasto de capacitação, participar de inúmeras formações continuadas, mas que seu aprendizado, ao longo do caminho, deve ser reflexivo e permitir uma pedagogia na qual haja com criticidade para que suas práticas e ações em sala de aula tenha relevância concreta na vida dos estudantes.

A formação não se constrói por acumulação (de recursos, de conhecimentos ou de técnicas), mas sim através de um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re)construção permanente de uma identidade pessoal […] investir na pessoa e dar um estatuto ao saber da experiência (NÓVOA, 1995, p. 25).

Portanto, é importante ressaltar que o efetivo processo de capacitação dos professores para atuarem na Educação Inclusiva, com mais propriedade de como realizar as ações pedagógicas, ainda acontece em passos lentos, a formação continuada precisa ser motivada a acontecer para se trabalhar na

Educação Inclusiva, de maneira que gare os direitos constitucionais de todos a uma educação de qualidade e um processo de ensino-aprendizagem que respeite as diferenças, sobretudo em relação aos alunos com deficiências. 

Ao longo da jornada educativa, os profissionais da educação precisam estar em constante aprimoramento para melhor atender às demandas e peculiaridades desses estudantes com NEE.

3 METODOLOGIA

Este trabalho envolveu uma pesquisa bibliográfica, cujo objetivo foi buscar entender a importância da capacitação dos professores frete ao trabalho com a Educação Inclusiva. Segundo Gil (2008) o direcionamento da pesquisa bibliográfica atende aos seguintes pressupostos:

A pesquisa bibliográfica tem sido utilizada com grande frequência em estudos exploratórios ou descritivos, casos em que o objeto de estudo é pouco estudado, tornando difícil a formulação de hipóteses precisas e operacionalizáveis. A sua indicação para esses estudos relaciona-se ao fato de a aproximação com o objeto ser dada a partir de fontes bibliográficas. Portanto, a pesquisa bibliográfica possibilita um amplo alcance de informações, além de permitir a utilização de dados dispersos em inúmeras publicações, auxiliando também na construção, ou na melhor definição do quadro conceitual que envolve o objeto de estudo proposto (Gil 2008).

Foi utilizada uma abordagem qualitativa que tem a finalidade de possibilitar um contato direto e interativo do pesquisador com a pesquisa, considerando também o interesse social no tema abordado. Minayo (2014) classifica a pesquisa qualitativa como aquela que responde questionamentos bem particulares, buscando compreender motivos, aspirações e crenças, buscando compreender os fenômenos humanos, as realidades e demandas sociais. 

Vale ressaltar que este trabalho foi desenvolvido por meio de revisão bibliográfica, utilizando literaturas que tratam sobre formação e capacitação de professores e a atuação destes profissionais na Educação Inclusiva. As publicações foram pesquisadas no Google Acadêmico, Scielo, foram selecionados trabalhos que tratam sobre essa temática.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES  

A formação continuada é de fato, um dos pilares mais fundamentais para a promoção da inclusão educacional de alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE). Pois quando bem capacitado o professor é levado a desenvolver uma excelente prática educacional.

Ao longo da jornada educativa, os profissionais da educação precisam estar em constante aprimoramento, desta forma podem se atualizar, pois a educação é constante movimento. 

Por meio de cursos, palestras, especializações e outras atividades de formação, algumas ofertadas pelas próprias instituições de ensino onde lecionam, os educadores podem adquirir novos conhecimentos e desenvolver habilidades que contribuem para a criação de ambientes escolares mais inclusivos e acolhedores.

Por tanto a formação continuada também desempenha um papel crucial na sensibilização e conscientização de toda a comunidade escolar sobre a importância da inclusão. 

Ao promover a reflexão e a discussão sobre as necessidades e direitos dos alunos com NEE, os profissionais da educação podem ajudar a combater preconceitos e estereótipos, promovendo assim um ambiente mais respeitoso e igualitário. 

Além disso, a formação continuada permite a troca de experiências e práticas pedagógicas entre os educadores, enriquecendo o repertório de estratégias para atender à diversidade de estudantes que compõem a escola. E aprenderem formas e práticas diferentes para trabalharem em suas aulas. 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na brevidade desse trabalho, soma-se, as leituras quanto a operacionalidade da pesquisa bibliográfica para melhor entendimento sobre a importância do constante estudo e aprimoramento pessoal. Procuramos compreender a formação docente trazendo a Educação Inclusiva como foco em formações continuadas para ser compreendida dando assim a oportunidade de aprendizagem de uma educação da sensível as crianças com NEE.

É possível vivenciar diferentes atividades pedagógicas puxando o fio da sensibilidade, não só se dedicando ao conteúdo, mas entendendo que os estudantes com NEE, precisam de uma atenção e de uma ação pedagógica diferenciada, para desenvolverem ao máximo suas potencialidades. 

Como forma de avançar na busca da por uma educação inclusiva de qualidade, a formação do educador é pilar fundamental. Esta temática é um campo de pesquisa vastos, os estudos devem continuar e a respectiva reflexão sobre eles. 

Por fim, a formação continuada é essencial para o desenvolvimento de práticas pedagógicas inclusivas e eficazes. Ao se manterem atualizadas sobre as melhores abordagens e metodologias para o ensino de alunos com NEE, os educadores podem oferecer um suporte mais adequado e individualizado.

Assim, investir na formação continuada dos profissionais da educação é investir no desenvolvimento de uma escola mais justa, inclusiva e preparada para atender às necessidades de todos os seus alunos, independentemente das suas diferenças.

REFERÊNCIAS

ALONSO, M. A., SÁNCHEZ, L. E., & AGUILLELA, A. R. (2011). Inclusão e Qualidade de vida na educação do aluno com deficiência. Linhas Críticas, pp. 221-236

BARBOSA, A. J. G.; CAMPOS, R. A.; VALENTIM, T. A. A diversidade em sala de aula e a relação professor-aluno. Estudos de Psicologia I, Campinas, v. 28, n. 4, p. 453- 461, 2011.

BEZERRA, A. A. C; SILVA, S. M. S. M. T. Desenvolvimento rural e educação básica. In: ALMEIDA, Ana Rita Silva (org). Educação e Formação: diferentes contexto. Salvador: EDUFBA, 2014.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.  

GARCIA, D. I. B.; MORI, N. N. R. Efetivação da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva em Escolas da Região Sul do Brasil. Seminário de Pesquisa do PPE, Maringá, 2012

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. LIBÂNEO, J. C. Adeus professor, adeus professora? – novas exigências educacionais e profissão docente. São Paulo: Cortez, 1998.

MICHELS, M. H. O que há de novo na formação de professores para a EducaçãoEspecial? Rev. Educ. Espec., Santa Maria, v. 24, n. 40, 2011.

MINAYO, Maria Cecilia de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 14. ed. São Paulo: Hucitec, 2014.

NÓVOA, A. O passado e o presente dos professores. In: NÓVOA, A. (Org).Profissão professor. Porto: Porto Editora, 1995.

SAVELI, E. L; TENREIRO, M. O. V. A educação enquanto direito social: aspectos históricos e constitucionais. Rev. Teoria e Prática da Educação, Maringá, v. 15, n. 2, p. 51-57, maio./ago. 2012.

VEIGA, Ilma P. A. Profissão Docente. Campinas: Papirus Editora, 2008.