BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO FUNCIONAL PARA OS IDOSOS

BENEFITS OF FUNCTIONAL TRAINING FOR THE ELDERL

BENEFICIOS DEL ENTRENAMIENTO FUNCIONAL PARA LAS PERSONAS MAYORES

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202511101722


João Felipe da Silva
Edson Leandro Biage
Orientadora: Profa. Denise Oliveira


RESUMO: Este estudo teve como propósito analisar os benefícios do treinamento funcional na prevenção de doenças em pessoas idosas, destacando sua contribuição para a melhoria da qualidade de vida e autonomia funcional. O objetivo principal foi identificar, por meio de uma revisão bibliográfica, os efeitos do treinamento funcional sobre a saúde física e mental de idosos. A metodologia empregada consistiu em uma pesquisa descritiva e qualitativa, baseada em revisão de literatura científica obtida em bases de dados como Scielo, Lilacs e Google Acadêmico, com enfoque em estudos que relacionam o treinamento funcional à prevenção de doenças e ao envelhecimento saudável. Os resultados indicam que o treinamento funcional promove ganhos significativos em força muscular, equilíbrio, coordenação motora, resistência e bem-estar psicológico, além de contribuir para a prevenção de quedas e o controle de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e osteoporose. Também se observou melhora nas capacidades cognitivas e sociais, especialmente em idosos com doenças degenerativas, como o Alzheimer. Conclui-se que o treinamento funcional é uma ferramenta eficaz e acessível na promoção da saúde e da qualidade de vida na terceira idade, ressaltando-se a importância da orientação profissional para garantir segurança, motivação e resultados positivos no processo de envelhecimento ativo e saudável. 

Palavras-chave: Treinamento Funcional, Idoso e Doenças 

ABSTRACT: This study aimed to analyze the benefits of functional training in disease prevention in older adults, highlighting its contribution to improving quality of life and functional autonomy. The main objective was to identify, through a literature review, the effects of functional training on the physical and mental health of older adults. The methodology employed consisted of descriptive and qualitative research, based on a review of scientific literature obtained from databases such as Scielo, Lilacs, and Google Scholar, focusing on studies linking functional training to disease prevention and healthy aging. The results indicate that functional training promotes significant gains in muscle strength, balance, motor coordination, endurance, and psychological well-being, in addition to contributing to fall prevention and the control of chronic diseases such as hypertension, diabetes, and osteoporosis. Improvements in cognitive and social skills were also observed, especially in older adults with degenerative diseases such as Alzheimer’s. It is concluded that functional training is an effective and accessible tool in promoting health and quality of life in old age, highlighting the importance of professional guidance to ensure safety, motivation and positive results in the process of active and healthy aging. 

Keywords: Functional Training, Elderly and Diseases 

1. INTRODUÇÃO 

O Treinamento Funcional teve a sua origem com os profissionais da fisioterapia, esses profissionais utilizavam exercícios que eram semelhantes ao padrão de movimento que eram necessários na reabilitação dos pacientes, possibilitando que eles ter um breve retorno para a realização de suas funções rotinas, tendo um bom desempenho e sem possuir dores, após as cirurgias ou lesões. Monteiro e Carneiro (2010) citam que o treinamento funcional teve sua origem nos Estados Unidos por volta de 1970. 

Agora no Brasil o treinamento funcional chegou através do professor Luciano D’Elia, com o início em São Paulo em uma academia na década de 90, na sua origem era utilizado em esportes de lutas, que logo foi ganhando diversos participantes, devido aos seus benefícios. No Brasil, existem três vertentes para o treinamento funcional a primeira é mais voltada à prática esportiva, outra advém do pilates que é focada no Power House também chamada CORE e a última versão são exercícios voltados para a melhoria das capacidades funcionais, cabendo ao profissional da educação física escolher qual linha de trabalho é mais adequada para cada aluno. Segundo D’Elia, 2005, O treinamento funcional é empurrar, estabilizar, levantar, agachar, arremessar, correr ou saltar, para fazer com que o corpo se torne uma ferramenta que faça ou produza movimentos mais eficientes, que melhore a performance e que previne lesões e contendo uma evolução constante. 

O Treinamento Funcional é baseado na melhoria dos aspectos neurológicos que afetam a capacidade funcional do corpo, por meio dos exercícios que estimulam diversos componentes do sistema nervoso. (Campos e Neto, 2004). 

Essa modalidade de treino, define-se por um novo conceito de força, que se utiliza do próprio corpo como o seu instrumento de trabalho, além de utilizar recursos como as bolas suíças, elásticos e outros instrumentos que causam desequilíbrio, obtendo benefícios na resistência muscular, coordenação motora, condicionamento cardiovascular, força, flexibilidade e propriocepção cita (MONTEIRO EVANGELISTA, 2012). 

A busca pela longevidade na atualidade, está diretamente relacionada com a qualidade de vida, logo nos remetemos a essa pergunta; o que é ter qualidade de vida? segundo MINAYO et al, (2000), o conceito de qualidade de vida refere-se a um mínimo de condições para que os indivíduos nela inseridos, possam desenvolver o máximo de suas potencialidades, sejam estas, viver, sentir, amar, trabalhar, produzir bens e serviços, fazendo ciência ou artes. E a referida conceituação, se liga diretamente a ideia de longevidade ou viver um pouco mais do que é esperado segundo padrões impostos pela OMS. 

O envelhecimento é um processo natural que causa uma redução do sistema nervoso central (SNC) e por consequência comprometendo o sistema neuromuscular, o que leva a perda de força muscular, amplitude de movimentos e equilíbrio, levando a ter limitações na capacidade funcional. A prática de exercícios físicos pode acarretar essas alterações no organismo. 

A atividade física e o exercício físico aplicado em idosos, são elementos que promovem a prevenção, manutenção ou reabilitação funcional, controle de doenças crônicas como: diabetes, hipertensão, obesidade e principalmente doenças que atingem o aparelho circulatório, pois no processo de envelhecimento observa-se diminuição das funções imunológicas do indivíduo, também quedas hormonais, além do declínio nas capacidades funcionais, consequentemente, aspectos psicológicos decorrentes de perdas graduais e contínuas (CAVALLI et al 2014). 

Segundo dados do IBGE, no ano de 2030, o Brasil terá a sexta população mundial em números absolutos de idosos. As doenças ligadas ao processo de envelhecimento levam ao dramático aumento do custo das assistências de saúde, além de importantes repercussões sociais, com grande impacto na economia dos países. A maioria das evidências mostram que o melhor modo de otimizar e promover a saúde do idoso é prevenir seus problemas médicos mais frequentes, (NOBREGA et al, 1999). 

Neste sentido, NOBREGA et al. (1999), entende que estas intervenções devem ser direcionadas em especial, à prevenção das doenças cardiovasculares, consideradas a principal causa de morte nessa faixa etária. Por outro lado, o sedentarismo e a incapacidade funcional, causando dependência de segundos e terceiros, são as maiores adversidades da saúde associada ao envelhecimento. As principais causas de incapacidade são as doenças crônicas, incluindo as sequelas dos acidentes vasculares encefálicas, as fraturas, as doenças reumáticas e as doenças cárdio vasculares. 

Na perspectiva apresentada, considerando que a má qualidade de vida e as doenças adquiridas no processo de envelhecimento da pessoa idosa, estão intimamente associadas ao sedentarismo, questiona-se: quais benefícios, a Educação Física, sob a ótica da aplicação do treinamento funcional, pode proporcionar em idosos? 

O Objetivo geral desta pesquisa, foi identificar através de um estudo bibliográfico, quais são os benefícios que o treinamento funcional pode proporcionar aos idosos, através de práticas regulares de exercícios físicos para a prevenção de doenças. 

Já os objetivos específicos visam apontar como o treinamento funcional pode resultar na prevenção de doenças aumentando a qualidade de vida do idoso, influenciando tanto no aspecto físico e psicológico, e também demonstrar como o treinamento funcional pode ser uma ferramenta motivacional para a prática dessa modalidade nessa faixa etária. 

Segundo Who, (2004) apud Cortes-Neto et al., (2010), é preciso evitar ao máximo o envelhecimento funcional, que torna o idoso dependente do cumprimento das atividades cotidianas mais simples (andar, agachar, subir escadas, arrumar a casa etc.). 

2. MATERIAIS E MÉTODOS 

Esta pesquisa trata-se de uma revisão bibliográfica, vez que, utilizou-se da produção de autores reconhecidos na comunidade cientifica, voltados para a investigação do treinamento funcional do idoso; é descritiva, pois expõe as características de determinado população e fenômeno, ou seja, buscou-se expor as caraterísticas de grupos, como distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, estado de saúde físico mental, dentre outros, no presente caso a pessoa idosa praticante de treinamento funcional; é também positivista, visto que consiste na observação do fenômeno concreto, exposto pela ciência, sem qualquer atributo teológico ou metafisico tendo como base o mundo físico ou material (MATTOS, ROSSETO JÚNIOR e BLECHER, 2008). 

Este artigo científico faz um corte temporal entre autores da Educação Física, autores de Medicina na área da geriatria e fisioterapia, que associam a atividade física e o treinamento resistido e treinamento funcional aplicado a melhor idade. 

Este estudo foi constituído por um levantamento bibliográfico de dados encontrados na literatura já existente, consistindo assim, em uma revisão de literatura. Foram pesquisados 114 artigos científicos, sendo 20 utilizados na produção dessa pesquisa. Utilizou-se pesquisas a bases de dados online da Scielo Acadêmico, Lilacs e Google Scholar e Acadêmico, Portal de Periódicos da CAPES, artigos originais e de revisão (MATTOS, ROSSETO JÚNIOR e BLECHER, 2008).  

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES 

A prática de exercícios físicos traz uma diferença notável na qualidade de vida dos idosos, seja na prevenção de doenças físicas, psicológicas ou até mesmo na autoestima dos idosos.  

A qualidade de vida pode ser afetada de maneira negativa, com a redução da força muscular e a diminuição de disfunções cardiovasculares, o treinamento em circuito, que é uma das características do funcional melhora a qualidade de vida dos idosos, com exercícios específicos para força, equilíbrio e atividades específicas do dia a dia. 

Segundo Teixeira et al. (2010), o aumento da força e densidade óssea e a melhora do equilíbrio são variáveis importantes para o idoso. Essas melhoras podem diminuir o risco de queda, melhorar a realização das atividades diárias e a qualidade de vida dos idosos. Assim, o programa de treinamento funcional demonstra resultados importantes para um envelhecimento mais saudável. 

O Treinamento funcional melhora habilidades do dia a dia em pessoas idosas como a força de membro superiores e superiores, equilíbrio estático e dinâmico, velocidade, tempo de reação, controle, coordenação motora e também o condicionamento aeróbio, esses elementos são a base para o treinamento funcional. Os sistemas cardiovascular e respiratório trabalham de forma simultânea, sendo importante para a qualidade de vida dos idosos. O programa de TF aprimora o condicionamento físico para atividades diárias. Além do Treinamento Funcional, a qualidade de vida não está relacionada somente ao exercício físico, está relacionada também ao desempenho de funções físicas, intelectuais e psicológicos, pode estar relacionado com o bem estar familiar e ao ambiente de trabalho junto de colegas. 

3.1 DOENÇAS FÍSICAS 

O Treinamento Funcional está relacionado como uma forma de prevenção às doenças físicas, por tanto o objetivo desse estudo foi realizar uma pesquisa onde a intenção foi obter resultados com o TF para idosos através de um programa de dois meses de exercícios funcionais em um grupo de idosas, avaliando quais seriam os impactos instrumentais de uma vida diária (AIVD) e no equilíbrio unipodálico. O objetivo desse programa foi saber se após o treinamento funcional, as participantes tivessem melhora no equilíbrio e na execução das Atividades Instrumentais de Vida Diária 

Este estudo foi realizado na Clínica Escola do Centro Universitário de Belo Horizonte, onde tiveram voluntárias, acima de 60 anos, onde os nomes delas estavam em uma lista de espera para atendimento fisioterápico. Participaram do estudo 7  idosas de comunidade, sedentárias, sem distinção de raça ou classe social. Foram excluídas as idosas com alterações cognitivas, avaliados por um mini exame do estado mental, com doenças neurológicas, quadros álgicos e fraturas que tivessem ocorrido com menos de um ano. 

Foi utilizado a escala de Lawton para avaliação funcional de desempenho da (AIVD), como capacidades de preparar uma refeição, limpeza doméstica, tomar remédios, subir escadas, caminhar, fazer compras e utilizar transporte coletivo. 

Marra et al.10 reportaram, com base em Lawton e Broody9; que a confiabilidade inter-examinador foi de 0,91 e o coeficiente de reprodutibilidade, de 0,96. O questionário foi aplicado em forma de entrevista, por apenas um examinador previamente treinado, em ambiente adequado e reservado. As respostas foram anotadas e o escore total foi calculado conforme a orientação dos autores. O escore final varia de 0 a 30 pontos sendo que, quanto mais elevada a pontuação, maior a independência do indivíduo. 

O equilíbrio estático foi solicitando-se que a voluntária permanecesse em apoio unipodal pelo maior tempo possível, mantendo as mãos na cintura e os olhos abertos. Se a participante atingisse 30 segundos nessa posição, o procedimento era repetido com os olhos fechados, após um intervalo de descanso de dois minutos. O tempo de sustentação foi registrado em segundos, sendo considerado para análise o melhor desempenho entre três tentativas. O teste foi aplicado em ambos os membros inferiores. 

Após as avaliações, as voluntárias iniciaram os exercícios funcionais relacionada às tarefas executadas no dia-dia das participantes, como levantar e sentar, equilíbrio, caminhada e coordenação, os exercícios foram realizados através de uma supervisão direta, com sessões de 50 minutos, com três vezes na semana, durante oito semanas (2 meses). Os exercícios foram adequados de acordo com a capacidade física voluntária. Em todas as sessões eram monitoradas a pressão arterial e a frequência cardíaca das participantes. 

Todas as participantes informaram que utilizavam medicamentos ao menos três vezes ao dia. Quatro voluntárias relataram uma queda nos últimos seis meses, sem lesões musculoesqueléticas. Nas comparações dos resultados de antes e depois, não houve uma diferença significativa na permanência do apoio unipolático, medidos em segundos, em ambos os membros inferiores (p>0,105), mesmo esse tempo tenha sido superior após o programa. Já relacionado às atividades instrumentais de uma vida diária (AIVD), obteve uma diferença significativa entre antes e depois dos exercícios funcionais. Que pode ser visto através da tabela abaixo. 

Tabela 1 – Valores (média ± desvio padrão) do tempo (em segundos) de apoio unipodal e do índice de Lawton, antes e depois do programa, e valor de p da comparação entre os dois momentos.

Escores Antes Depois p 
Apoio MID (s) 5,9 ± 3,3 7,1 ± 4,1 0,105 
Apoio MIE (s) 4,6 ± 2,8 5,7 ± 4,3 0,340 
Índice Lawton 27,3 ± 2,6 29,0 ± 0,8 0,042 

MID = membro inferior direito; MIE = membro inferior esquerdo. 

Fonte: Adaptado de Lustosa et al. (2010).

Os resultados mostram que o programa de exercícios funcionais, obteve uma melhora significativa das idosas no desempenho, prevenindo quedas dos idosos, melhora do equilíbrio e das atividades instrumentais de uma vida diária (AIVD). 

3.2 FATORES PSICOLÓGICOS 

Com o avanço da idade vem a existência de algumas limitações do corpo humano, como por exemplo o declínio do desempenho funcional, esse processo vem acompanhado de condições de caráter crônico e progressivo, podendo comprometer as funções cognitivas, vascular, nervosa, podendo causar perdas funcionais. Uma das principais doenças que atingem o sistema cognitivo de idosos é a doença Alzheimer, que é uma doença cerebral cognitiva, que prejudicam os pacientes em suas atividades físicas diárias e seu desempenho em fatores sociais e ocupacionais. 

Portanto, ainda não foi descoberto a cura ou alguma forma de reverter a deterioração causada pela DA. As opções disponíveis visam avaliar as alterações de comportamento, com o uso de medicamentos e exercícios físicos, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente e sua família.  

Portanto foi realizado um estudo registrado no Brazilian Clinical Trials (RBR3v7cmx), caracteriza-se por um delineamento longitudinal, com o objetivo de verificar os efeitos do treinamento funcional (TF) e do convívio social sobre a função cognitiva e a capacidade funcional de idosos diagnosticados com doença de Alzheimer (DA), em três grupos de idosos.  

Grupo A: idosos com DA submetidos a um programa de Treinamento funcional com a duração de 12 semanas; 

Grupo B: idosos com DA, participantes de um programa de convívio social, igualmente desenvolvido ao longo de 12 semanas; 

Grupo C: idosos com DA sem qualquer intervenção, caracterizado como grupo controle. 

Todos os participantes foram instruídos a manter sua rotina habitual, bem como o uso contínuo das medicações prescritas. 

O protocolo de Treinamento Funcional teve uma duração de 12 semanas, sendo desenvolvido, as segundas, quartas e sexta-feira, com uma hora duração cada sessão, das 16h às 17h. com o objetivo de ter um maior número de participantes, o protocolo foi produzido em 3 semestres. As sessões foram produzidas por um profissional da Educação Física com experiência em TF e atividades físicas para idosos com DA, obteve auxílio de estagiários e profissionais da fisioterapia. 

Os resultados do estudo indicaram que o treinamento funcional com duração de 12 semanas proporcionou melhora na memória e na capacidade de manter mentalmente a informação, o convívio social promoveu melhora nas funções cognitivas avaliadas e na realização das atividades de vida diária, sendo assim ambas foram importantes para amenizar o processo de deterioração da Doença Alzheimer.  

O Treinamento Funcional necessita de um professor para orientar os alunos para interagir nas atividades físicas e adotar práticas que os motivem os alunos nas academias. Na fase inicial o professor indica quais são os movimentos fundamentais, as habilidades devem ser analisadas como o estágio inicial para que o aluno possa desempenhar os exercícios físicos. 

O professor deve ter uma noção do seu papel no processo de aprendizagem do aluno e também o comando de desequilibrar o aluno e notar o grau que ele se posiciona. Para o desenvolvimento do aluno iniciante, a Educação Física em academias assume um papel indispensável. O processo de treino promove a evolução integral ao trabalhar continuamente os aspectos motores, cognitivos, emocionais e sociais, resultando em um progresso de qualidade, contínuo e equilibrado. Baseando-se em Cezario (2016), a premissa é clara: o movimento humano e a mente estão inseparavelmente ligados durante a atividade física. Portanto, nessas práticas, é vital que o aluno internalize que seus gestos e ações motoras estão constantemente vinculados à sua inteligência, e essa relação intrínseca deve ser sempre considerada e honrada. 

Gramms e Lotz (2017) expressam como “um termo que tem sido aplicado para manifestar a ampla experiência que a pessoa vivencia em compatibilidade ao trabalho. Qualidade de vida no treinamento se define como ações específicas que têm em vista a melhoria de forma contínua dos processos estratégicos, tecnológicos, humanos e corporais de uma atividade física. Em outras palavras, essa prática visa oferecer aos alunos condições mais favoráveis e uma maior atenção, proporcioná-los, dessa forma, uma zona de treinamento que possibilite o crescimento dos movimentos e dos coadjuvantes durante o exercício de suas tarefas. 

Desta forma o acompanhamento possibilita a expansão dos segmentos de atuação do profissional neste setor. 

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Considerando que o objetivo do presente estudo é a análise dos benefícios do treinamento funcional para idosos na prevenção de doenças, verificou-se que os resultados obtidos, demonstram inúmeros benefícios à saúde física e mental da pessoa idosa, aumentando de forma significativa sua perspectiva e qualidade de vida, que podem ser obtidos, tanto de forma preventiva como no processo de reabilitação. 

O Treinamento Funcional com base na pesquisa que tivemos, mostrou-se ser eficaz na melhora do equilíbrio, coordenação motora, força muscular, resistência e autonomia nas atividades do dia-dia, além de ter contribuição para a socialização e para o bem-estar psicológico dos praticantes. Os benefícios são cruciais para a redução de quedas, controle de doenças crônicas e para preservação da capacidade funcional, tais aspectos fundamentais para um envelhecimento saudável. 

Além disso, constatou que a atuação de um profissional de Educação Física é indispensável no processo, uma vez que a orientação adequada e o acompanhamento contínuo garantem a segurança, a individualização e a motivação dos idosos durante as práticas, desta forma o treinamento funcional destaca-se como uma ferramenta acessível e versátil para a promoção da saúde e da qualidade de vida na terceira idade. 

O estudo reforça a importância da continuidade das pesquisas na área, visando ampliar o conhecimento sobre os efeitos do treinamento funcional em diferentes contextos e populações idosas. Com o envelhecimento crescente da população brasileira, vem se tornando cada vez mais necessário investir em estratégias que promovam o envelhecimento ativo, saudável e com autonomia.  

5. REFERÊNCIAS 

CAVALLI, A. S. et al. Motivação de pessoas idosas para a prática de atividade física: estudo comparativo entre dois programas universitários -Brasil e Portugal. Rev Bras de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, 255-264, 2014. 

CEZÁRIO, Amândia Elizabeth Da Silva. Influência da atividade física no desenvolvimento motor e rendimento escolar em crianças do Fundamental. Caucaia-CE, Atlas. 2016.

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Marra TA, Pereira LSM, Faria CDCM, Pereira DS, Martins MAA, Tirado MGA. Avaliação das atividades de vida diária de idosos com diferentes níveis de demência. Rev Bras Fisioter. 2007;11(4):267-73 

MATTOS, MAURO GOMES DE; ROSSETO JÚNIOR, ADRIANO JOSÉ; BLECHER, SHELLY. Metodologia da pesquisa em educação física: construindo sua monografia, artigos e projetos. 3ª ed. São Paulo: Phorte, 2008. 

MINAYO MCS, HARTZ ZMA, BUSS PM. Qualidade de vida e saúde: um debate necessário. Ciênc. Saúde Coletiva 2000; 5:7-18. Disponível em: < https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S141381232000000100002 &lng=en&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em 13 de set. 2025. 

NOBREGA, et al. Posicionamento Oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia: Atividades Física e Saúde no Idoso. Rev Bras Med Esporte – Vol. 5 n.6 – Nov/Dez,1999. 

PEDROSO, Renata Valle. Efeitos do treinamento funcional na cognição e capacidade funcional de idosos com doença de Alzheimer. 2017. Tese (Doutorado em Fisioterapia) – Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Presidente Prudente, 2017. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/items/8ab7192b-d7ab-4a35-96d3-3473755308c5. 

TEIXEIRA, L. E. P. P.; SILVA, K. N. G.; IMOTO, A. M.; TEIXEIRA, T. J. P.; KAYO, A. H.; MONTENEGRO-RODRIGUES, R.; TREVISANI, V. F. Progressive load training for the quadríceps muscle associated with propriocepti on exercises for the prevention of falls in post menopausal women with osteoporosis: a randomized controlled trial. Osteoporosis International, London, v. 21, n. 4, p. 589-96, 2010.