BENEFÍCIOS DA CINESIOTERAPIA E DRY NEEDLING EM PACIENTES RENAIS CRÔNICOS: ESTUDO DE CASO NA POLICLÍNICA NO MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS-PA

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IEES- INSTITUTO DE EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO E SAÚDE DO ESTADO DO PARÁ
CENTRO DE REABILITAÇÃO E POLICLÍNICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM FISIOTERAPIA


Autoras:
Fernanda Nunes Da Silva;
Gardene Pereira Cavalcante.


RESUMO

O referido trabalho tem como objetivo descrever de forma informativa e explicativa um estudo de caso sobre a terapia de cinesioterapia e Dry needling em pacientes com doença renal crônica em tratamento a fim de minimizar os danos psicológicos e restritivos impostos a eles; assim como dores crônicas ocasionadas por esforço excessivo e posturas prolongadas. Foram escolhidos artigos que tratam do assunto de uma forma natural e evidenciada, explicando como é importante a fisioterapia com estes métodos na qualidade de vida destes pacientes, junto a equipe dos profissionais de fisioterapia, e do apoio da família a estes pacientes como um todo. Em discussão trata-se a doença como uma questão de saúde crítica que deve receber a devida atenção nos atendimentos da policlínica de Parauapebas e todo acolhimento das equipes multidisciplinares. Conclui-se então que para o paciente com insuficiência renal crônica obter uma melhora em sua qualidade de vida ele deve ser tratado em todo seu contexto físico, social, econômico e psicológico. O estudo mostra também que os métodos utilizados renderam resultados satisfatórios.

Palavras-Chave: Insuficiência Renal Crônica; Cinesioterapia; Dry Needling; Qualidade de vida

INTRODUÇÃO

A insuficiência renal crônica está relacionada à diminuição da taxa de filtração, associada à perda das funções reguladoras, endócrinas e excretoras dos rins. As formas de tratamento da insuficiência renal crônica são: diálise peritoneal, hemodiálise e transplante renal. Assim uma vez diagnosticado com IRC (Insuficiência Renal Crônica), o paciente deve ser submetido o mais precocemente possível ao tratamento, seja conservador ou dialítico. O tratamento é caracterizado como uma experiência difícil e dolorosa, mas seja, essencial para a manutenção da vida da pessoa com IRC.

Estes pacientes renais devem se adaptar às mudanças, como os novos hábitos alimentares, rotina modificada, dependência familiar e perda muitas vezes de sua autonomia, além do desconforte das dores lombar ocasionados pela doença, isso acarreta alterações na sua integridade física e emocional e na sua qualidade de vida.

Assim torna-se importante o enfrentamento, que consiste em habilidades comportamentais e cognitivas utilizadas durante o tratamento para controlar demandas internas e externas, quando avaliadas pelo sujeito como excedendo os recursos disponíveis. O enfrentamento está focalizado no problema; e o controle, redução ou eliminação das respostas emocionais ao evento de dor estressante ocasionado pela doença renal crônica.

Alguns estudos destacam a capacidade de resiliência que alguns pacientes renais possuem. Ser resiliente é adaptar ou modificar a sua realidade cada vez mais imprevisível e agir adequadamente e rapidamente para controlar seus sentimentos de emoção e aceitar de forma bem tranquila a doença.

Desse modo, existe a relevância do estudo de casos em conhecer as estratégias de adaptação psicológica e de reabilitação de pacientes com IRC, para a estruturação de modelos de atendimento acolhedor e humanizado nas clínicas de fisioterapia e reabilitação que considerem não só os aspectos biológicos, mais os psicossociais e físicos, visando atenção integral e interdisciplinar em nefrologia. Conhecer também os riscos que os tratamentos podem ocasionar, bem como suas limitações, seus desafios e suas restrições frente há algo novo e ao mesmo tempo tão “assustador” que poderá surgir.

Baseado nestes conceitos os tratamentos com o método da cinesioterapia e Dry Needling tem sido muito satisfatório nestes pacientes que apresentam dores lombares e acabam ficando limitados se não tiverem o tratamento correto. As dores que surgem nestes pacientes são de quadro moderado estando presente mais quando realizam tamanho esforço excessivo, sendo realizados exercícios com alongamentos, bolas e exercícios de fortalecimento da musculatura para vertebral e abdominal que ajudam de forma positiva durante o tratamento com os nefrologistas.

METODOLOGIA

O método de estudo realizado no presente artigo foi de estudos de caso, cuja pesquisa foi realizada através de materiais já existentes como artigos, livros revistas como fundamentação teórica e relatos de tratamento com o método de Dry Needling e cinesioterapia em pacientes renais crônicos atendidos na policlínica do município de Parauapebas. Tal conteúdo foi retirado de sites contidos na internet, através das bases de dados Google Acadêmico, Medline, BVS, SciELO e PubMed sendo selecionados artigos (ensaios clínicos controlados randomizados, séries de casos e estudos de caso) , publicados no período entre 2004 e 2019. A busca por esses artigos foi realizada com palavras e termos chaves como, Qualidade de vida, Doenças Renal Crônica, Dry Needling e qualidade de vida, com leitura dos resumos para a seleção dos artigos. Posteriormente, foi realizada a leitura completa dos artigos, buscando o entendimento para contribuir com o enriquecimento do trabalho. Todo conteúdo foi interpretado e confrontado com os dos outros autores também citados.

DESENVOLVIMENTO

A ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE FRENTE A IRC (Insuficiência Renal Crônica)

Baseado no princípio da bioética da autonomia do paciente, segundo Júnior Oliveira e Oliveira (2013), o paciente tem como dever receber da equipe médica um termo de consentimento sobre seu tratamento, onde indique detalhadamente os procedimentos, riscos e outras informações relevantes sobre ganhos e perdas do tratamento em si. Através deste termo, o paciente é livre e tem a autonomia para escolher se deseja aderi-lo. Holmes, Perron e Savoie (2006) referem a importância dos esclarecimentos da terapêutica e fisioterapia em pacientes renais crônicos visto que a escolha do tratamento traz consequências para a vida deles. E cada tratamento terá pontos positivos e pontos negativos para o paciente de uma forma individual, de acordo também com tal maneira de visualizar seus prós e contras. É dever da equipe de saúde saber compreender a decisão, mesmo que pareça inaceitável a possibilidade de não adesão, e acima de tudo, orientar o paciente a respeito da repercussão de suas decisões.

Conforme Madeiro et al, (2010), há também o descontentamento pelos cuidados necessários fora da hemodiálise, que implicam em alterações nas atividades rotineiras e de lazer, devido a diminuição das atividades que exigem maior força e empenho físico, cuidados com a fístula arteriovenosa (FAV) para evitar futuros hematomas e problemas no tratamento. Estes sentimentos existem, possuem impacto na adesão ao tratamento.

DOENÇA RENAL CRÔNICA E SUA CLASSIFICAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

A doença renal crônica hoje constitui um importante problema médico e de saúde pública. Levando em conta dados Norte Americanos, para cada paciente mantido em programa de diálise crônica existiriam cerca de 20 a 25 pacientes com algum grau de disfunção renal, ou seja, existiriam cerca de 1,2 a 1,5 milhão de brasileiros com doença real crônica. A detecção precoce da doença renal e condutas terapêuticas apropriadas para o retardamento de sua progressão pode reduzir o sofrimento dos pacientes e os custos financeiros associados a doença renal crônica. Assim, a capacitação, a conscientização e vigilância do médico de cuidados primários à saúde são essenciais para o diagnóstico e encaminhamento precoce ao nefrologista e a instituição de diretrizes apropriadas para retardar a progressão da IRC. (JER JÚNIOR, 2004).

Com o avanço da doença renal crônica há perda gradual da filtração glomerular e, por sua lenta e progressiva, a doença renal crônica resulta em processos adaptativos, que até certo ponto mantém os pacientes sem sintomas da doença. A manifestação dos sintomas ocorre nos estágios mais avançados, quando estes já se manifestaram com uma ou mais complicações ou comorbidades. Dessa forma verifica-se que a peregrinação apresentada pelos pacientes renais pode ser resultado de uma questão multifatorial entre as quais se destacam: dificuldade de acesso, ausência de acolhimento e despreparo dos municípios para atender aos doentes renais. (MCV CAVALCANTE, 2014).

O tratamento dialítico pode ser realizado por dialise peritoneal ou hemodiálise. A diálise peritoneal consiste na utilização de solução de dialise para a realização do processo de purificação. Enquanto a hemodiálise consiste em um processo de filtração dos líquidos extracorpóreas do sangue através de uma máquina que substitui as funções renais. Tanto uma como a outra pode ocasionar complicações. Quando a função renal se reduz a menos de 12% de capacidade normal é necessária a doção de medidas mais invasivas como o transplante renal. (GRG MACHADO, 2014).

A QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE QUE REALIZA TRATAMENTO RENAL

A doença renal crônica traz consigo uma série de questões que marcam a vida do indivíduo a partir do diagnóstico, sendo comum as manifestações psíquicas acarretando alterações na interação social e desiquilíbrios psicológicos, não somente do paciente como também da família que o acompanha. As complicações decorrentes do tratamento afetam as habilidades funcionais do paciente devido ao quadro de dor, limitando suas atividades diárias, sendo que frequentemente, as alterações não são captadas nas avaliações clínicas e biológicas convencionais. Compreender como as limitações interferem no cotidiano dos pacientes tem sido o objetivo das avaliações da qualidade de vida relacionadas à saúde. (DA SANTOS, 2020).

O paciente com insuficiência renal crônica em programa de hemodiálise é conduzido a conviver diariamente com uma doença incurável que o obriga a uma forma de tratamento dolorosa, de longa duração e que provoca, juntamente com a evolução da doença e suas complicações, ainda maiores limitações de locomoção e alterações de grande impacto, que repercutem tanto na sua própria qualidade de vida quanto na do grupo familiar. (RAR SILVA, 2016).

A depressão é a complicação mais comum nos pacientes em diálise, e geralmente significa uma resposta a alguma perda real como a falta de sociabilidade, ameaçada ou imaginada. Humor depressivo persistente, autoimagem prejudicada, sentimentos pessimistas, são algumas manifestações psicológicas. O termo que se refere a qualidade de vida pode ser visto de forma individual ou coletiva, objetiva ou subjetiva, ressaltando que cada indivíduo tem a sua condição socioeconômica, cultural, física e seu próprio estilo de vida. (K HIGA, 2008).

A qualidade de vida é indicada, a partir da capacidade de reconhecer a verdade sobre nós mesmos, compreender quem somos, como lidamos com os desafios da vida, como reagimos as perdas e frustrações e especialmente, como lidamos com o sucesso. Qualquer método avaliativo e terapêutico de qualidade de vida sempre será reducionista, pois é um objeto de múltiplas facetas, não sendo possível agregá-las em uma construção coerente, lógica ou explicativa do fenômeno da vida. (ABQV, 2005).

PROCESSO DE ENFRENTAMENTO DA DOENÇA RENAL CRONICA

O tratamento do paciente renal crônico impõe diversas mudanças no estilo de vida destes indivíduos que são acometidos por essas terapêuticas a exemplos de restrições alimentares, afastamento do trabalho e consequentemente diminuição da renda, incertezas sobre o futuro, estigma e afastamento social, estresse entre outros. Tais mudanças provocam transformações significativas na vida do sujeito e no processo de viver da família (PEDROSO e SIQUEIRA, 2016).

Em consequência, os pacientes renais crônicos, comumente apresentam dificuldade para aderir ao tratamento e suas restrições. Entretanto de maneira geral buscam meios para suportá-lo tendo em vista que este tratamento lhes possibilita maior sobrevida. No processo de enfrentamento mecanismos intersubjetivos podem se configurar fatores de proteção ao promoverem um novo significado à vida do paciente renal em hemodiálise, contribuindo para uma mudança no estilo de vida e na adesão ao tratamento, o que coloca em evidencia a capacidade de resiliência que alguns pacientes renais possuem. (TEIXEIRA et al, 2012; SILVA et al, 2016).

Conforme o paciente vai conquistando autonomia para a promoção do seu autocuidado, os problemas emocionais, base social e consequências da doença renal vão sendo amenizadas. É possível perceber a grande relevância que tem essa obtenção de certa independência dos pacientes, pois a doença por si só já os transforma restritos a diversas ações. Assim quando o doente consegue desempenhar tarefas para seu benefício próprio, seu bem-estar e controle do seu tratamento, a qualidade de vida dele vai aumentando significativamente. (BETTONI et al, 2017).

Constitui-se necessário aumentar a possibilidade de atenção e ultrapassar a fronteira da tecnologia e do aparato instrumental, que mesmo sendo importantes e indispensáveis no tratamento de hemodiálise, não são suficientes para preencher as necessidades de um ser humano que está sendo cuidado. (PIETROVSKI e DALL AGNOL, 2006).

O comportamento do indivíduo tem grande influência no sucesso terapêutico e no alcance das metas dos planos de cuidado. Diversos fatores determinam ou influenciam o desempenho das pessoas frente aos cuidados necessários, entre eles, a motivação, a informação, o suporte sociofamiliar e o apoio da equipe de saúde e dos serviços oferecidos nos centros de reabilitação que tem papel fundamental para melhorar o conhecimento, as ferramentas de enfrentamento e a adaptação em construir a autoconfiança. (TMM MARQUES, 2019).

Adaptar-se as características da IRC (Insuficiência Renal Crônica) sabendo-se que a mesma não possui cura e seu tratamento é de alta complexidade, significa adaptar-se também as inúmeras alterações na qualidade de vida, devido aos vários sintomas apresentados no decorrer da doença. Alguns dele causam diferentes níveis de limitação física e condições de trabalho, constituindo um problema de saúde social e econômico. (GMA COSTA, 2016).

DRY NEEDLING OU AGULHAMENTO SECO

É um procedimento invasivo porque usa-se de agulhas inseridas no músculo do paciente a fim de desativar um gatilho de um determinado ponto (nódulo) de dor para seu alívio imediato. São agulhas bem fininhas que quando inseridas no músculo esquelético onde está localizada a dor; atingem pontos específicos. Essas agulhas podem ser introduzidas de forma superficial ou profunda. (Centro de tratamento de dor DR. ONG e associados, 2020).

Os efeitos de diminuição da dor e da tensão muscular, da melhoria da coordenação e do comprimento muscular, além do reestabelecimento, a mobilidade atribuída ao agulhamento seco (AS) são evidenciados como estudo de casos na policlínica de do Município de Parauapebas. O Dry Needling usado na terapia neuro funcional é considerado uma área de grande desafio por lidar diretamente com pacientes de situação grave como é o caso dos pacientes renais crônicos. O sistema nervoso central é uma área de grande impacto no corpo humano.

A condição de dores causada pela insuficiência renal crônica é uma condição ortopédica e neuro funcional que gera dor lombar a partir dos pontos gatilhos localizados nas bandas tensas musculares. Esses pontos têm alta irritabilidade e podem gerar sintomatologia tanto local quanto irradiado. Existem várias formas de tratamento da mesma, cada uma com sua particularidade em relação a aplicação e tempo de resultado, liberando o trigger point e aliviando assim a dor gerada pelos mesmos. Dentre as existentes temos o Dry Needling, técnica de rápida aplicação e resultado. Dessa forma este estudo de caso buscou esclarecer através de uma revisão bibliográfica o efeito da técnica de agulhamento a seco sobre a dor em pacientes que apresentam esta patologia. (CAMPA MORAN, 2015).

Este método melhora a dor, dando alívio imediato e devolvendo a qualidade de vida, das suas atividades diárias, recuperando e regenerando os tecidos lesados pela agressividade do tratamento. Pois a maior queixa dos pacientes renais crônicos atendidos nos centros de reabilitação se dá ao fato de não conseguirem desenvolver suas atividades diárias devido à intensidade das dores lombares. (PUBMED, 2019)

CINESIOTERAPIA OU TERAPIA DO MOVIMENTO

Método muito utilizado para reabilitação de pacientes pós cirúrgicos, com dores crônicas e problemas de função locomotora prejudicada; como pacientes que passam por tratamento dialítico como: doentes renais crônicos. É um processo que visa à reabilitação funcional destes pacientes através da prática de movimentos ativos e passivos assistidos pelos profissionais de fisioterapia dentro das clínicas de reabilitação como: alongamento, exercícios com bola, movimentos variados que envolvem os músculos.

Através deste método os pacientes podem ter o alívio de suas dores lombares, o reequilíbrio postural e muscular e se recuperar de seus traumas e disfunções. Reduzem as dores no pescoço, dores musculares, podendo ser feitos por meios de aparelhos específicos, massagem, etc..

Além de ajudar a evitar a evolução de tais condições dos pacientes renais crônicos em tratamento, a cinesioterapia ainda é essencial para proteger a qualidade de vida do paciente, dado que essas condições citadas podem gerar alterações na rotina da pessoa, tornando mais difíceis a realização de atividades do dia a dia. E essa é ainda uma forma de tratamento preventivo, podendo evitar problemas que possam afetar o sistema locomotor.

Por ser um recurso fisioterapêutico que trabalha com os movimentos de todo o corpo, a cinesioterapia, torna-se importante por tratar o paciente renal crônico integralmente, podendo ser orientada para a realização dos exercícios em domicílio, efetivando a recuperação do paciente quando este chega em casa após uma sessão de hemodiálise dolorosa e estressante, não gerando custos adicionais e sendo de fácil compreensão e realização para o indivíduo, prevenindo possíveis complicações e disfunções de segmentos corporais e neuro funcionais. Tendo em vista todos os benefícios da cinesioterapia e a escassez de publicações sobre o efeito da cinesioterapia no tratamento das dores acometidas elos pacientes renais crônicos, surgiu o interesse em realizar este estudo de caso com o objetivo de sugerir uma proposta cinesioterapêutica para os centros e policlínicas de reabilitação dos municípios que atendem a estes pacientes baseando-se na literatura e em experiências clínicas destes profissionais de Fisioterapia.

RESULTADOS DO TRATAMENTO

Foi realizado o Dry Needling dos pontos gatilhos para alívio de tensão muscular, liberação e alívio dos pontos nodulares que ocasionavam as dores em pacientes renais crônicos que procuravam a policlínica do município e Parauapebas. Obteve-se uma resposta satisfatória ao tratamento com o método. Além disso, outra técnica surtiu muito efeito na questão do reequilíbrio e dos problemas posturais e de esforços repetitivos que foi o: método da cinesioterapia, que consistia nos alongamentos e exercícios de movimento, utilizando aparelhos, massagem e até mesmo bola como objeto de complemento em sua utilização. Os profissionais que atendem na clínica são especialistas da medicina, além de fisioterapeutas fonoaudiólogos, psicólogo e terapeuta ocupacional. Todos voltados a avaliação neuro funcional destes pacientes.

Foram Avaliados dentro da policlínica de Parauapebas pacientes entre 40 e 60 anos, sexo feminino, renal crônica, que fazem acompanhamento com a nefrologista há mais de três anos, que relatavam dor lombar crônica e dor articular generalizada, ao esforço e a posturas prolongadas. No quadro de dor elas apresentavam dores moderadas. Foi realizado exercício de alongamento de cadeia posterior, fortalecimento do core, fortalecimento de paravertebrais. Usou-se exercícios com bola, com faixa elástica, tudo para fortalecimento da musculatura paravertebral e abdominal. Foi feito também o Dry Needling na região lombar, também no joelho e cotovelos no local da dor. Após o período de tratamento recomendado pelo médico as pacientes apresentaram resultados satisfatórios. Isso acarretou-se uma melhoria na qualidade de vida e na volta as atividades diárias destes pacientes.

CONCLUSÃO

O referido trabalho com estudo de caso, de caráter descritivo relatou as situações vividas por pacientes renais crônicos que fazem tratamento no Programa da Policlínica no Município de Parauapebas para conviver de forma mais tranquila com a insuficiência renal crônica e as sequelas acometidas pela doença, já que a mesma não tem cura. Diante da situação estes pacientes precisam pelo menos tentar conviver de forma harmônica para obter melhor qualidade de vida e ter um melhor desempenho no tratamento. É importante os métodos descritos no estudo, na melhoria da qualidade de vida destes pacientes.

Toda doença crônica é silenciosa, e vem chegando de forma lenta sem apresentar muitos sintomas, quando chegam a aparecer os sintomas o quadro muitas das vezes já se encontram agravados. O melhor a se fazer é diagnosticar precocemente a doença, a fim de conseguir um tratamento eficaz e paliativo que proporcione conforto ao paciente, levando o mesmo a consulta de avaliação funcional com profissionais habilitados e preparados para tal.

Diante destes imprevistos e estresses causados pela doença, se torna cada vez mais necessário a aceitação do paciente frente a insuficiência renal, juntamente com a equipe multidisciplinar de saúde e seus familiares e amigos a adesão ao tratamento o mais precocemente possível, a fim de amenizar o sofrimento contínuo ocasionado pela doença impedindo o comprometimento neuro funcional do mesmo.

O acolhimento das equipes de saúde é de suma importância em todo o processo, bem como o acompanhamento psicológico e social tantos dos programas disponibilizados nestas clínicas dos municípios. Entender o processo torna mais fácil a caminhada pela qualidade de vida enquanto o paciente estiver em tratamento dialítico e fisioterapêutico.

Muitas famílias, não tem compreensão total deste processo, e acabam passando por ele de forma bastante dolorosa, uma vez que não são esclarecidos de maneira clara sobre o tratamento ao qual realizarão, deixando os pacientes totalmente ansiosos e vulneráveis ao tratamento. Faz necessário um preparo dos profissionais de saúde para atender a esta demanda que cada vez mais cresce no mundo, segundo o Ministério da Saúde 2019.

Com todos estes questionamentos fica esclarecido a necessidade de uma estratégia efetiva nos conceitos de nefrologia por parte dos profissionais de saúde, dos gestores de equipe e dos próprios médicos nefrologistas, dos fisioterapeutas; sobre o alerta do diagnóstico precoce da doença e do tratamento de reabilitação proposto, a fim de garantir uma maior longevidade e qualidade de vida destes pacientes com insuficiência renal crônica.

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