REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202511140853
Lorena Kassia Andrade Silva
Orientador: Alexandre Kraemer
RESUMO
Este estudo explora a relação entre bacteremia de origem bucal e endocardite infecciosa, destacando a doença periodontal como porta de entrada significativa. A revisão sistemática da literatura foi conduzida abrangendo artigos de 2020 a 2023, nas bases PubMed, Scopus, Web of Science, ScienceDirect e LILACS. Os resultados confirmam que a periodontite pode facilitar a entrada de bactérias na circulação, contribuindo para a endocardite em indivíduos suscetíveis. Streptococcus viridans, comum na cavidade oral, frequentemente coloniza vegetações valvulares, reforçando a necessidade de monitoramento periodontal intensivo. Estudos indicam que atividades diárias de higiene podem causar bacteremia transitória, destacando a relevância da saúde bucal. A inflamação periodontal e a permeabilidade gengival são fatores centrais na translocação bacteriana para o sangue, apoiando a necessidade de um manejo meticuloso em pacientes de risco. Discussões enfatizam a revisão das diretrizes de profilaxia antibiótica, atualmente reavaliadas em prol da redução de resistências bacterianas, enquanto a manutenção da saúde bucal surge como estratégia primária. A prática clínica beneficia-se de colaborações disciplinares, promovendo a integração entre odontologia e cardiologia para prevenção efetiva. Tecnologias diagnósticas avançadas e estratégias educativas são críticas para melhorar o manejo contínuo da saúde bucal e, consequentemente, diminuir complicações cardiovasculares. Conclui-se que uma abordagem multidisciplinar e personalizada na prevenção da endocardite infecciosa é fundamental para a saúde integral do paciente. Este estudo contribui para o avanço no entendimento e na prática clínica, promovendo ações preventivas que melhorem os desfechos em saúde sistêmica, evidenciando a importância do cuidado odontológico no contexto mais amplo da saúde pública.
ABSTRACT
This study explores the relationship between bacteremia of oral origin and infective endocarditis, highlighting periodontal disease as a significant entry point. A systematic review of the literature was conducted, encompassing articles from 2020 to 2023, in the PubMed, Scopus, Web of Science, ScienceDirect, and LILACS databases. The results confirm that periodontitis can facilitate the entry of bacteria into the bloodstream, contributing to endocarditis in susceptible individuals. Streptococcus viridans, common in the oral cavity, frequently colonizes valvular vegetations, reinforcing the need for intensive periodontal monitoring. Studies indicate that daily hygiene activities can cause transient bacteremia, highlighting the relevance of oral health. Periodontal inflammation and gingival permeability are central factors in bacterial translocation to the blood, supporting the need for meticulous management in at-risk patients. Discussions emphasize the review of antibiotic prophylaxis guidelines, currently being re-evaluated to reduce bacterial resistance, while maintaining oral health emerges as a primary strategy. Clinical practice benefits from interdisciplinary collaborations, promoting integration between dentistry and cardiology for effective prevention. Advanced diagnostic technologies and educational strategies are critical to improving the continuous management of oral health and, consequently, reducing cardiovascular complications. It is concluded that a multidisciplinary and personalized approach to the prevention of infective endocarditis is fundamental for the patient’s overall health. This study contributes to advancements in understanding and clinical practice, promoting preventive actions that improve systemic health outcomes, demonstrating the importance of dental care in the broader context of public health.
1 INTRODUÇÃO
A relação entre a saúde bucal e a saúde sistêmica tem sido objeto de crescente investigação, com destaque para a conexão entre doenças periodontais e condições cardiovasculares. Neste cenário, a endocardite infecciosa emerge como uma complicação significativa, sendo frequentemente provocada por bactérias que podem ter origem na cavidade bucal. A endocardite, caracterizada pela infecção do revestimento interno do coração, comumente envolvendo as valvas cardíacas, é uma condição com potencial de alta morbidade e mortalidade, especialmente se não diagnosticada e tratada precocemente. A identificação dos fatores predisponentes para a endocardite infecciosa é crucial para implementar medidas preventivas eficazes (Alsergani et al., 2025).
A doença periodontal, uma condição inflamatória crônica que afeta os tecidos de suporte dos dentes, é reconhecida como uma fonte potencial de bacteremia, o que pode contribuir para a patogênese da endocardite infecciosa. Estudos recentes indicam que a perda de integridade da mucosa periodontal facilita a entrada de bactérias orais na corrente sanguínea, elevando o risco de envolvimento endocárdico, especialmente em indivíduos predispostos, como aqueles que possuem histórico de valvopatias ou outras cardiopatias estruturais (Dioguardi et al., 2025).
Apesar dos avanços no entendimento dessa relação, há uma certa variabilidade nos protocolos de prevenção recomendados globalmente, refletindo nas práticas clínicas de odontologistas. A literatura sugere que, embora a profilaxia antibiótica possa ser benéfica para certos grupos de risco, uma estratégia de prevenção eficaz também deve incluir o manejo rigoroso da saúde bucal. O papel dos profissionais de odontologia na identificação de pacientes em risco e na implementação de cuidados preventivos é, portanto, de suma importância (Bordin et al., 2023).
Diante desse contexto, este estudo tem como objetivo realizar uma revisão abrangente da literatura existente sobre a bacteremia de origem bucal e sua relação com a endocardite infecciosa, enfocando a doença periodontal como porta de entrada. Por meio deste estudo, busca-se compreender melhor os mecanismos biológicos subjacentes, além de revisar as diretrizes e práticas atuais na prevenção da endocardite em pacientes odontológicos. Dessa forma, espera-se contribuir para a formação de estratégias mais eficazes na interface entre odontologia e cardiologia.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Contextualização da Bacteremia de Origem Bucal
A relação entre a saúde bucal e a saúde geral tem ganhado destaque, especialmente considerando a potencial conexão entre doenças periodontais e complicações cardiovasculares, como a endocardite infecciosa. A bacteremia, definida como a presença de bactérias na corrente sanguínea, pode originar-se de várias fontes, inclusive da cavidade bucal (Wilson et al., 2021). Procedimentos odontológicos invasivos e até mesmo práticas diárias de higiene oral podem predispor ao trânsito transitório de microrganismos da boca para o sistema circulatório. A flora bacteriana bucal é diversificada e inclui espécies como os estreptococos do grupo viridans, frequentemente implicados na patogênese da endocardite. A pesquisa aponta que a inflamação e a infecção periodontal desempenham papéis críticos na facilitação da entrada dessas bactérias na corrente sanguínea (Falconer et al., 2024).
Além do dano local característico, como a destruição dos tecidos periodontais, sabe-se que a doença periodontal pode servir de porta de entrada para bactérias potencialmente patogênicas no sistema vascular (Zardawi et al., 2021). A conexão entre a inflamação sistêmica desencadeada pela doença periodontal e as complicações cardiovasculares, incluindo a endocardite, ganhou relevância. Microrganismos orais podem aderir a valvas cardíacas danificadas ou a próteses valvulares, iniciando a formação de vegetações que caracterizam a endocardite. A agressividade de tais infecções depende, em parte, da virulência das cepas bacterianas envolvidas e da resposta imunológica do paciente (Alsergani et al., 2025).
A literatura sugere que o risco de bacteremia bucal e subsequente endocardite pode ser influenciado por diversos fatores, incluindo a extensão da doença periodontal, a prática de higiene oral inadequada e o estado imunológico do paciente. Os estudos também indicam que pessoas com valvopatias pré-existentes, próteses cardíacas ou histórico de endocardite prévia estão em risco aumentado de desenvolver complicações sérias. Assim, a identificação e o manejo dos fatores de risco são fundamentais para a prevenção efetiva (Gomes et al., 2023).
A relevância de compreender o papel das doenças bucais na etiologia da endocardite reside não apenas na prevenção de novos casos, mas também na minimização de recorrências em indivíduos previamente afetados. A profilaxia antibiótica tem sido uma abordagem tradicional para mitigar o risco de endocardite em pacientes de alto risco, embora seu uso continue sendo objeto de debate entre os especialistas devido às preocupações com a resistência bacteriana e eficácia (Hatz et al., 2021).
Conclui-se que, além das intervenções farmacológicas, a promoção da saúde bucal e o tratamento eficaz das doenças periodontais constituem pilares essenciais no protocolo de cuidado multidisciplinar. O entendimento aprofundado da relação entre saúde bucal e sistêmica pode informar diretrizes clínicas e orientar a implementação de práticas preventivas mais eficazes (Emery et al., 2021).

LEGENDA: O fluxograma apresenta a relação entre a saúde bucal e a saúde sistêmica, destacando como a doença periodontal pode atuar como porta de entrada para microrganismos na corrente sanguínea, favorecendo o desenvolvimento de bacteremia de origem bucal. A progressão do quadro pode levar a complicações graves, como a endocardite infecciosa, especialmente em indivíduos com fatores de risco. Por fim, reforça-se a importância da promoção da saúde bucal e medidas preventivas, que desempenham papel essencial na redução da incidência de bacteremia e na prevenção de agravos sistêmicos.
2.2 Mecanismos Biológicos da Doença Periodontal como Porta de Entrada
A doença periodontal é uma condição inflamatória que afeta não apenas os tecidos gengivais, mas também os ligamentos e o osso que suportam os dentes. O processo patogênico da periodontite envolve uma complexa interação entre microrganismos patogênicos e a resposta imunológica do hospedeiro. Este desequilíbrio resulta em inflamação crônica, destruição dos tecidos periodontais e a formação de bolsas periodontais que facilitam a proliferação bacteriana. A destruição tecidual também proporciona uma via direta para a invasão bacteriana no sistema circulatório. Estudos têm mostrado que a flora periodontal é rica em patógenos como Porphyromonas gingivalis, um dos principais microrganismos associados à doença e com potencial de causar bacteremia (Lopes et al., 2023).
Durante a periodontite, o rompimento da barreira epitelial do sulco gengival é um fator crucial que contribui para a bacteremia. As bolsas periodontais profundas permitem a penetração das bactérias na corrente sanguínea, um fenômeno que pode ser exacerbado por tratamentos periodontais invasivos, como a raspagem e alisamento radicular. A lise bacteriana, assim como a resiliência bacteriana devido a biofilmes, aumenta a chance de os microrganismos encontrarem uma passagem para o sistema contra-indicado, contribuindo assim para o desenvolvimento de endocardites em pacientes suscetíveis (Jansen et al., 2023).
A resposta imunológica inadequada ou exacerbada desempenha um papel significativo no agravamento da periodontite. Inflamação persistente pode favorecer a disseminação de microrganismos e promover episódios de bacteremia. Além disso, endotoxinas liberadas por bactérias periodontais podem incitar reações inflamatórias sistêmicas, entrando na corrente sanguínea. Isso pode causar danos aos tecidos endocárdicos, preparando o terreno para a colonização bacteriana, uma etapa essencial no desenvolvimento da endocardite infecciosa (Mendes; Barreto; Leonal, 2024).
Os biomarcadores inflamatórios também são amplamente estudados no contexto dessa inter-relação, sugerindo que substâncias como metaloproteinases de matriz e proteínas Creativas de alta sensibilidade podem indicar risco aumentado de complicações sistêmicas. O desenvolvimento da doença periodontal e suas repercussões endocárdicas estão fortemente associados ao estado inflamatório geral do organismo, indicando que tanto a prevenção quanto o controle da inflamação têm papéis críticos a desempenhar na promoção de uma saúde bucal e sistêmica ideal (Thornhill et al., 2024).
O controle efetivo da doença periodontal requer uma abordagem multidisciplinar, combinando o manejo clínico odontológico com intervenções médicas para tratar a inflamação subjacente. A compreensão dos mecanismos biológicos alimenta a base de futuras terapias que podem reduzir significativamente o risco de doenças cardíacas associadas (Wang et al., 2025).

LEGENDA: O fluxograma demonstra, de forma sequencial, os principais mecanismos biológicos envolvidos no processo pelo qual a doença periodontal pode atuar como porta de entrada para microrganismos na corrente sanguínea. Inicia-se com o desenvolvimento da doença periodontal, que desencadeia inflamação e destruição tecidual. Esse quadro leva ao rompimento da barreira epitelial, facilitando a invasão bacteriana para o sistema circulatório. Por fim, destaca-se a ocorrência de resposta inflamatória sistêmica, que contribui para o risco de complicações, como a bacteremia e possíveis repercussões, incluindo endocardite infecciosa em indivíduos suscetíveis.
2.3 Conexão entre Periodontite e Endocardite: Evidências Clínicas e Epidemiológicas
Estudos epidemiológicos têm demonstrado uma significativa correlação entre a periodontite e um risco aumentado de endocardite infecciosa. Evidências sugerem que indivíduos com doença periodontal apresentam uma incidência maior de complicações endocárdicas em comparação com aqueles com saúde periodontal satisfatória. A ligação subjacente baseia-se na similaridade dos fatores de risco compartilhados, como tabagismo e condições sistêmicas preexistentes, que agravam o quadro tanto periodontal quanto cardiovascular (Valizadeh; Hosseinzadeh, 2024).
A endocardite infecciosa, especialmente a que envolve válvulas cardíacas, é frequentemente precedida por um evento de bacteremia, no qual bactérias orais, como Streptococcus sanguinis, são comuns colonizadores das vegetações endocárdicas. Pesquisas têm corroborado a hipótese de que infecções bucais crônicas aumentam o pool de bactérias capazes de translocar para a corrente sanguínea durante atividades diárias, como escovação e mastigação, ou após tratamentos dentários invasivos (Ostovar et al., 2025).
Relatos de casos clínicos e revisões sistemáticas reforçam a associação entre práticas inadequadas de higiene bucal e eventos bacterêmicos. A negligência na manutenção da saúde bucal, associado a fatores predisponentes como próteses valvulares e histórico de cardiopatias, potencializa o risco de infecções graves. Isso é evidenciado por taxas mais elevadas de internações por endocardite em populações com alta prevalência de doenças periodontais não tratadas (Thornhill et al., 2022).
Os estudos ainda mencionam que a detecção precoce e o tratamento das condições periodontais poderiam ter um impacto positivo no controle dos níveis sistêmicos de inflamação e, por extensão, na prevenção da endocardite infecciosa. Assim, programas que visem à educação e promoção da saúde oral em populações de risco são indicados como estratégias eficazes na diminuição de eventos adversos (Silva; Junqueira, 2025).
Resultados consistentes reforçam a necessidade de colaboração multidisciplinar entre dentistas e cardiologistas para desenvolver diretrizes preventivas integradas. A promoção de um ambiente oral saudável é essencial para reduzir o risco de complicações cardiovasculares associadas. Estratégias de monitoramento contínuo e revisão frequente das práticas atuais são necessárias para garantir a eficácia das abordagens preventivas (Delgado et al., 2023).

LEGENDA: O fluxograma demonstra a relação entre a periodontite e o aumento do risco de desenvolvimento de endocardite infecciosa, com base em evidências clínicas e epidemiológicas. Inicia-se com a presença da doença periodontal, que eleva a possibilidade de bacteremia e colonização de patógenos orais na corrente sanguínea. A associação entre higiene bucal inadequada e maior exposição a microrganismos potencialmente patogênicos reforça o risco, especialmente em indivíduos com fatores predisponentes cardíacos. Por fim, destaca-se a importância de estratégias de promoção da saúde oral, que visam reduzir complicações sistêmicas e prevenir a ocorrência de endocardite.
2.4 Protocolos de Prevenção e Progresso nas Diretrizes de Tratamento
Com o aumento da compreensão sobre a relação entre doença periodontal e endocardite infecciosa, as diretrizes de tratamento para a prevenção da endocardite continuam a evoluir. Muitas sociedades de cardiologia e odontologia passaram a recomendar uma avaliação rígida dos riscos associados à bacteremia de origem bucal para pacientes que pretendem se submeter a tratamentos odontológicos invasivos. Diretrizes mais recentes enfatizam a importância de distinguir entre aqueles que necessitam de profilaxia antibiótica e aqueles que poderiam ser manejados apenas com intervenções odontológicas preventivas (Thornhill et al., 2024).
A profilaxia antibiótica, historicamente prescrita para muitos pacientes com condições cardíacas congênitas ou próteses valvulares, está sendo revisada com um entendimento renovado sobre a eficácia e os riscos associados de resistência bacteriana. Estudos recentes indicam que, embora ainda relevante para certos grupos de alto risco, a profilaxia deve ser complementada por medidas de manutenção da saúde bucal, uma vez que a redução da carga bacteriana oral pode diminuir significativamente o potencial para bacteremia (Dioguardi et al., 2025).
As diretrizes de prevenção atualmente enfatizam a importância da educação do paciente sobre práticas de higiene oral e a necessidade de exames odontológicos regulares para identificar e tratar doenças periodontais precocemente. A realização de intervenções minimamente invasivas em odontologia, associada ao uso criterioso de antibióticos, é incentivada para reduzir a exposição desnecessária a antibióticos e os riscos de desenvolvimento de resistência (Bordin et al., 2023).
A prática clínica também vê um aumento nas colaborações interdisciplinares, onde cardiologistas trabalham em conjunto com dentistas para desenvolver protocolos personalizados de cuidado. Isso inclui revisões de medicamentos, ajustes nas terapias anticoagulantes para procedimentos dentários, e uma abordagem cuidadosa ao manejo de comorbidades. Tais colaborações buscam otimizar a saúde bucal sem comprometer a segurança cardiovascular dos pacientes (Jesus et al., 2023).
O desenvolvimento contínuo das diretrizes é necessário à medida que novos dados de pesquisas emergem. Revisões regulares das recomendações garantem que as práticas sejam baseadas nas evidências mais recentes, maximizando a segurança dos pacientes e minimizando os riscos de complicações associadas ao tratamento odontológico. Dessa forma, os protocolos para a prevenção da endocardite infecciosa evoluem, integrando avanços na pesquisa e prática clínica (Imazio, 2024).

LEGENDA: O fluxograma apresenta, de forma objetiva e sequencial, os principais elementos que compõem a evolução dos protocolos de prevenção relacionados à endocardite infecciosa de origem bucal. Inicialmente, destaca-se a avaliação dos riscos associados à bacteremia bucal, especialmente em pacientes com condições cardíacas pré-existentes. Em seguida, evidencia-se o uso da profilaxia antibiótica direcionada apenas a grupos de alto risco, conforme diretrizes atualizadas, visando reduzir prescrições desnecessárias e minimizar resistência bacteriana.
2.5 Implicações para a Prática Odontológica e Considerações Futuras
A crescente conscientização sobre a interconexão entre saúde bucal e condições sistêmicas, particularmente as cardiovasculares, destaca o papel crítico dos profissionais de odontologia na prevenção da endocardite infecciosa. Os dentistas estão posicionados de forma única para identificar fatores de risco durante exames clínicos de rotina e implementar medidas preventivas abrangentes. A educação contínua dos dentistas em relação às diretrizes atualizadas e protocolos de tratamento é vital para garantir que as práticas clínicas reflitam as melhores evidências disponíveis (Silva et al., 2022).
Um enfoque preventivo robusto nas clínicas odontológicas deve começar com a educação do paciente, destacando a importância da manutenção da saúde periodontal na prevenção de complicações sistêmicas. A implementação de programas educativos voltados para promover a higiene oral eficaz pode resultar na melhoria dos resultados de saúde geral, beneficiando especialmente os pacientes considerados de alto risco para endocardite. Essa abordagem educacional deve ser sustentada por um acesso facilitado a exames e tratamentos preventivos (Oliveira et al., 2024).
Além disso, a integração de tecnologias inovadoras no diagnóstico e tratamento das doenças periodontais pode melhorar ainda mais a capacidade dos dentistas de gerir eficazmente a saúde bucal dos pacientes. Ferramentas como a periodontometria digital em tempo real podem ser utilizadas para detectar sinais precoces de doença periodontal, promovendo intervenções antecipadas que podem mitigar o risco de bacteremia. De forma semelhante, o acompanhamento dos níveis de inflamação sistêmica com biomarcadores pode alertar para o risco aumentado de endocardite, informando estratégias de tratamento personalizadas (Giudice et al., 2021).
Para o futuro, espera-se que a pesquisa continue a explorar a biomecânica por trás da relação entre doenças periodontais e condições cardíacas, assim como potencialidades terapêuticas emergentes que possam melhorar a eficácia das intervenções para redução da bacteremia. Tais pesquisas possuem a capacidade de modificar substancialmente a forma como as doenças periodontais são compreendidas e tratadas, incentivando ainda mais a colaboração entre diferentes disciplinas médicas e entre órgãos de saúde pública (Kussainova et al., 2025).
Em conclusão, a prática odontológica não pode mais ser vista isoladamente das considerações da saúde sistêmica. Com uma abordagem harmoniosa entre educação do paciente, práticas clínicas baseadas em evidências e inovações tecnológicas, a odontologia pode desempenhar um papel fundamental na prevenção da endocardite infecciosa, promovendo assim a saúde total do paciente (Moraes; Alencar; Campos, 2023).

LEGENDA: O fluxograma apresenta os principais pilares que orientam a prática odontológica moderna diante da relação entre saúde bucal e condições sistêmicas, especialmente cardiovasculares. Inicia destacando o papel preventivo do dentista, reforçando a necessidade de atuação proativa na identificação de fatores de risco e promoção da saúde geral. Em seguida, evidencia-se a educação do paciente como ferramenta essencial para o controle da saúde periodontal e prevenção de complicações sistêmicas.
3 METODOLOGIA
A metodologia empregada para a elaboração deste estudo consistiu em uma revisão sistemática da literatura focada na análise da relação entre bacteremia de origem bucal e endocardite infecciosa, dando ênfase à doença periodontal como potencial porta de entrada. Para tal, foram seguidas etapas rigorosas de pesquisa e seleção de estudos.
Primeiramente, a pesquisa bibliográfica foi realizada nas bases de dados eletrônicas PubMed, Scopus, Web of Science, ScienceDirect e Lilacs, contemplando artigos publicados entre 2020 a 2025. Esta variedade de bases foi escolhida para assegurar que o levantamento fosse abrangente e incluísse estudos de relevância internacional assim como regional, nos idiomas inglês e português. A seleção dos artigos foi guiada por uma estratégia de busca sistemática, na qual foram utilizados descritores específicos acompanhados de operadores booleanos para refinar os resultados.
Especificamente, na formulação da estratégia de busca, foram combinados termos como “bacteremia bucal”, “doença periodontal”, “endocardite infecciosa” e “prevenção”. Os operadores booleanos utilizados incluíram “AND”, “OR” e “NOT” para conjugar diferentes palavras-chave, ampliando o alcance dos estudos encontrados e excluindo aqueles não pertinentes. Por exemplo, “AND” foi utilizado para interligar bacteremia oral e endocardite, garantindo foco nas publicações que tratassem dos dois temas conjuntamente.
Os critérios de inclusão pautaram-se em selecionar estudos que discutiam diretamente a conexão entre doença periodontal e endocardite infecciosa, documentados em revistas científicas com revisão por pares. Foram consideradas publicações compreendendo ensaios clínicos, revisões sistemáticas, e estudos de caso que apresentassem dados originais relevantes ao tema. Adicionalmente, deu-se preferência a artigos que explorassem as práticas de prevenção e identificação de grupos de risco na interseção entre as práticas odontológicas e médicas.
Por outro lado, excluíram-se publicações que não apresentavam informações relevantes ao tema central, como aquelas focadas exclusivamente em aspectos clínicos que não relacionavam as doenças periodontal e cardíaca, ou ainda artigos cuja análise metodológica era considerada falha ou carente de dados significativos. Foram também descartados estudos fora do período estabelecido e documentos em línguas distintas do inglês ou português, priorizando, assim, a compreensão e clareza das informações.
Durante a leitura crítica dos artigos selecionados, foram considerados aspectos como validade interna e externa, tipo de estudo, relevância clínica, e suas conclusões com foco na aplicabilidade prática, sobretudo em relação à prevenção da endocardite infecciosa a partir do manejo da saúde bucal. Esta avaliação aprofundada foi primordial para sintetizar os dados mais importantes e pertinentes à proposta do estudo, garantindo que as conclusões finais fossem robustas, bem fundamentadas e tivessem a capacidade de contribuir significativamente para a melhoria das práticas clínicas na prevenção dessas condições inter-relacionadas.

LEGENDA: O fluxograma apresenta de forma organizada as etapas metodológicas adotadas para a condução desta revisão sistemática sobre a relação entre bacteremia de origem bucal e endocardite infecciosa, com foco na doença periodontal como porta de entrada.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise dos artigos selecionados na revisão de literatura expõe uma correlação substancial entre a bacteremia de origem bucal, particularmente associada à doença periodontal, e a endocardite infecciosa. Os estudos analisados confirmam a hipótese central de que a periodontite serve como uma porta de entrada crítica para microrganismos orais na corrente sanguínea, predispondo a complicações endocárdicas em indivíduos suscetíveis. Esses achados reforçam a importância da saúde periodontal não apenas para a saúde oral, mas também para a prevenção de doenças sistêmicas graves (Alsergani et al., 2025).
Os resultados da pesquisa indicam que a presença de doenças periodontais está fortemente correlacionada com episódios aumentados de bacteremia, o que é um precursor reconhecido para o desenvolvimento da endocardite infecciosa. Microrganismos típicos da flora bucal, como os estreptococos do grupo viridans, são frequentemente identificados na formação de vegetações nas valvas cardíacas, destacando a relevância da monitorização e intervenção na saúde periodontal para a prevenção dessas condições. Diversos artigos revisados sugerem que até mesmo atividades rotineiras de higiene oral podem resultar em bacteremia transitória, tornando ainda mais crucial a manutenção de uma saúde bucal impecável em pacientes de risco (Falconer et al., 2024).
A discussão em torno dos mecanismos biológicos que facilitam essa conexão revela que a inflamação periodontal e a subsequente permeabilidade da barreira gengival desempenham papéis centrais na facilitação da entrada bacteriana na corrente sanguínea. As bolsas periodontais criadas devido à inflamação crônica são identificadas como locais-chave para a proliferação bacteriana, que pode exacerbar durante tratamentos odontológicos invasivos. Tal evidência apoia a proposta de um cuidado mais rigoroso e personalizados para indivíduos em risco aumentado de endocardite infecciosa devido à periodontite (Giudice et al., 2021).
Os protocolos de prevenção da endocardite infecciosa foram outro ponto de atenção nos artigos analisados, os quais evocam uma reavaliação crítica do uso de profilaxia antibiótica. Com a evolução das diretrizes, surge uma ênfase renovada na saúde bucal como uma estratégia preventiva primária, especialmente para pacientes com histórico de condições cardíacas ou implantes valvulares. Embora a profilaxia antibiótica ainda seja recomendada para grupos de risco específicos, a força das evidências aponta para a redução da carga bacteriana bucal como uma abordagem eficaz para reduzir o risco de infecção sistêmica (Delgado et al., 2023).
Discussões clínicas enfatizam a ampliação dos esforços educacionais e interdisciplinares entre dentistas e cardiologistas, o que poderia fomentar a implementação de estratégias integradas para o tratamento e prevenção. A sensibilização para a importância da saúde bucal no contexto sistêmico evolui como prioridade, destacando o impacto significativo de estratégias como a educação do paciente sobre práticas de higiene bucal e intervencionismo precoce para doenças periodontais (Bordin et al., 2023).
A prática odontológica se enriquece com as implicações desses achados, apontando para a necessidade de abordagens cada vez mais sofisticadas, que integrem tecnologias de diagnóstico e uso consciente de medicamentos profiláticos. Futuras direções de pesquisa devem focar em melhorar a personalização das intervenções terapêuticas, à medida que o entendimento dos mecanismos pela qual a periodontite pode comprometer a saúde cardíaca avança. Em síntese, o presente estudo sublinha a importância de uma abordagem multidisciplinar em que a saúde bucal e a saúde cardíaca são entendidas como indissociáveis, servindo como base para a evolução de protocolos preventivos que visam aumentar a segurança e a saúde geral de pacientes em risco de endocardite infecciosa (Hatz et al., 2021).
| Autores/Ano | Título | Metodologia | Principais Resultados |
| ALSERGANI et al., 2025 | Infective endocarditis and oral health: a long-known threat, still a challenge. | Revisão narrativa. | Ressalta persistente associação entre saúde bucal inadequada e Endocardite Infecciosa. |
| BORDIN et al., 2023 | Knowledge and practices of dentists to prevent infective endocarditis: a systematic review. | Revisão sistemática. | Aponta lacunas no conhecimento e prática de dentistas sobre prevenção da EI (Endocardite Infecciosa). |
| DELGADO et al., 2023 | 2023 ESC Guidelines for the management of endocarditis. | Diretriz clínica internacional. | Atualiza recomendações para prevenção, diagnóstico e manejo da EI (Endocardite Infecciosa). 25 |
| DIOGUARDI et al., 2025 | Maping review of the Correlations Between Periodontitis, Dental Caries, and Endocarditis. | Revisão mapeada. | Evidencia correlação entre periodontite, cárie e maior risco de EI (Endocardite Infecciosa). |
| EMERY et al., 2021 | Comparison of Blood Bacterial Communities in Periodontal Health and Periodontal Disease. | Estudo comparativo in vivo. | Indica diferenças microbiológicas na corrente sanguínea entre saúde e doença periodontal. |
| FALCONER et al., 2024 | Exploring links between oral health and infective endocarditis. | Revisão integrativa. | Confirma relação entre condições orais e risco de EI (Endocardite Infecciosa), reforçando prevenção odontológica. |
| GIUDICE et al., 2021 | Infective Endocarditis: A Focus on Oral Microbiota. | Revisão narrativa. | Destaca papel do microbioma oral na patogênese da EI (Endocardite Infecciosa). |
| GOMES et al., 2023 | Endocardite infecciosa e sua correlação com a odontologia: uma revisão de literatura. | Revisão de literatura. | Aponta papel do cirurgião-dentista na prevenção e orientação de pacientes de risco. 26 |
| HATZ et al., 2021 | Antibiotic prophylaxis with amoxicillin to prevent infective endocarditis in periodontitis patients reconsidered. | Revisão narrativa. | Reavalia necessidade de profilaxia antibiótica em casos de periodontite. |
| IMAZIO, 2024 | The 2023 new European guidelines on infective endocarditis: main noveities and implications for clinical practice. | Resumo de diretrizes. | Destaca mudanças essenciais das novas diretrizes europeias para a prática clínica. |
| JANSEN et al., 2023 | Bacteremia Prevention during periodontal treatment – an in vivo feasibility study. | Estudo in vivo. | Demonstra estratégias eficazes para reduzir bacteremia durante tratamento periodontal. |
| JESUS et al., 2023 | O manejo do paciente odontológico com pré-disposição a desenvolver endocardite bacteriana. | Revisão de literatura. | Apresenta condutas odontológicas para manejo seguro de pacientes com predisposição à EI (Endocardite Infecciosa). |
| KUSSAINOVA et al., 2025 | Risk of Infective Endocarditis Following Invasive Dental Procedures: A Systematic Review and Meta-analysis. | Revisão sistemática e meta-análise. | Confirma risco aumentado de EI (Endocardite Infecciosa) após procedimentos odontológicos invasivos. 27 |
| LOPES et al., 2023 | Endocardite bacteriana relacionada à doença periodontal. | Revisão de literatura. | Evidencia associação entre doença periodontal e endocardite bacteriana. |
| MENDES et al., 2024 | A relação das doenças periodontais a endocardite bacteriana: revisão de literatura. | Revisão de literatura. | Reforça a importância do controle periodontal para prevenção da EI (Endocardite Infecciosa). |
| MORAES et al., 2023 | Endocardite infecciosa X tratamento odontológico: revisão de literatura. | Revisão de literatura. | Discute cuidados odontológicos em pacientes com EI (Endocardite Infecciosa) ou risco aumentado. |
| OLIVEIRA et al., 2024 | Endocardite bacteriana ligada à infecção odontogênica: uma revisão de literatura. | Revisão de literatura. | Aponta infecções odontogênicas como potenciais gatilhos de EI (Endocardite Infecciosa). |
| OSTOVAR et al., 2025 | Infectious Endocarditis is Associated with Dental Treatment or Poor Dental Status. | Estudo de registro clínico. | Mostra associação entre EI (Endocardite Infecciosa), tratamentos dentários e mau estado de saúde bucal. 28 |
| SILVA et al., 2022 | Associação entre doença periodontal e endocardite bacteriana: relato de caso. | Relato de caso. | Demonstra caso clínico de EI (Endocardite Infecciosa) associada à condição periodontal. |
| SILVA; JUNQUEIRA, 2025 | Aspectos gerais da endocardite infecciosa: uma revisão literária. | Revisão de literatura. | Apresenta visão geral da EI (Endocardite Infecciosa), fatores de risco e prevenção. |
| THORNHILL et al., 2024 | Prevention of infective endocarditis in at-risk patients: how should dentists proceed in 2024? | Revisão/guia prático. | Orienta condutas atualizadas para dentistas na prevenção da EI (Endocardite Infecciosa). |
| THORNHILL et al., 2024 | Endocarditis prevention: time for a review of NICE guidance. | Comentário/atualização de diretrizes. | Sugere revisão das diretrizes NICE sobre profilaxia de EI (Endocardite Infecciosa). |
| THORNHILL et al., 2022 | Antibiotic Prophylaxis Against Infective Endocarditis Before Invasive Dental Procedures. | Estudo clínico/guia. | Discute eficácia e recomendações de profilaxia antibiótica antes de procedimentos. |
| VALIZADEH; HOSSEINZADEH, 2024 | The effect of periodontal disease on endocarditis: a comprehensive review. | Revisão abrangente. | Confirma que periodontite aumenta risco inflamatório e infeccioso para EI (Endocardite Infecciosa). |
| WANG et al., 2025 | The impact of periodontitis on cardiovascular disease: mechanisms, evidence, and therapeutic implications. | Revisão. | Relaciona periodontite a doenças cardiovasculares e mecanismos inflamatórios. |
| WILSON et al., 2021 | Prevention of Viridans Group Streptococcal Infective Endocardites. | Diretriz clínica. | Recomendações de prevenção da EI (Endocardite Infecciosa) por estreptococos do grupo viridans. |
| ZARDAWI et al., 2021 | Association between periodontal disease and artherosclerotic cardiovascular diseases: revisited. | Revisão. | Associa periodontite a doenças cardiovasculares ateroscleróticas. |
LEGENDA: Tabela elaborada com base em estudos nacionais e internacionais que abordam a associação entre doença periodontal, risco de bacteremia e endocardite infecciosa, incluindo diretrizes, revisões e evidências clínicas.
5 CONCLUSÃO
A conclusão deste estudo ressalta o papel crucial da saúde bucal na prevenção de complicações sistêmicas, como a endocardite infecciosa, sublinhando a doença periodontal como uma porta de entrada significativa para bacteremias que podem evoluir para envolvimentos cardíacos graves. Os achados da revisão da literatura destacam não somente a inter-relação entre condições bucais e cardiovasculares, mas também a necessidade de práticas preventivas eficazes que integram abordagens clínicas tanto de periodontistas quanto de cardiologistas. É imperativo que tratamentos odontológicos sejam direcionados pela compreensão detalhada dos mecanismos biológicos e das diretrizes de profilaxia que melhorem a saúde bucal dos pacientes, especialmente aqueles em risco aumentado devido a condições cardíacas pré-existentes. Este estudo contribui para a ampliação do entendimento sobre a conexão entre a odontologia e a cardiologia, incentivando práticas clínicas multidisciplinares que abordam tanto a prevenção da bacteremia bucal quanto a redução do risco de endocardite infecciosa. Ao promover ações educacionais e a implementação de estratégias personalizadas voltadas para a saúde periodontal, espera-se que estas práticas elevem o padrão de cuidado e previnam complicações sistêmicas, beneficiando assim a saúde geral dos pacientes.
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