ADVANCES IN RESEARCH ON CEREBRAL STROKE: AN INTEGRATIVE REVIEW ON PREVENTION, TREATMENT AND REHABILITATION
Graduação em Bacharelado em Medicina; Universidade Brasil – Fernandópolis/SP
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11204328
Amanda Rodrigues de Oliveira¹; Cristhian Leites Grubert2; Edinete Gomes de Souza3; Fredy Leandro de Carvalho Balbuena4; Glimer Mateus Dourado Martins5; Jardel Augusto Guimarães Barbosa Chalub6; Karyne Costa Beber7; Luana Fernandes Rosado8; Marcos Batista de Carvalho9; Maria Fernanda do Vale10.
RESUMO
Este artigo apresentou uma revisão integrativa sobre o acidente vascular cerebral (AVC), abordando sua epidemiologia, prevenção, tratamento agudo e terapias emergentes, além de discutir as estratégias de reabilitação pós-AVC. A carga epidemiológica do AVC foi destacada, enfatizando a importância da prevenção e do controle de fatores de risco. Avanços recentes em terapias farmacológicas e procedimentos como a trombectomia mecânica foram discutidos, assim como terapias promissoras baseadas em células. A desmoteplase foi apresentada como uma terapia emergente com potencial para melhorar os resultados clínicos em pacientes com AVC isquêmico. Recomendações foram feitas para futuras pesquisas e desenvolvimentos no campo do AVC, ressaltando a importância contínua da pesquisa para melhorar os resultados clínicos e a qualidade de vida dos pacientes.
Palavras-chave: Acidente vascular cerebral, prevenção, tratamento agudo, terapias emergentes, reabilitação pós-AVC.
ABSTRACT
This article presented an integrative review on stroke, addressing its epidemiology, prevention, acute treatment, and emerging therapies, as well as discussing post-stroke rehabilitation strategies. The epidemiological burden of stroke was highlighted, emphasizing the importance of prevention and control of risk factors. Recent advances in pharmacological therapies and procedures such as mechanical thrombectomy were discussed, as well as promising cell-based therapies. Desmoteplase was presented as an emerging therapy with potential to improve clinical outcomes in ischemic stroke patients. Recommendations were made for future research and developments in the field of stroke, emphasizing the ongoing importance of research to improve clinical outcomes and patients’ quality of life.
Keywords: cerebrovascular accident, prevention, acute treatment, emerging therapies, post-stroke rehabilitation.
1. INTRODUÇÃO
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo, representando um desafio significativo para os sistemas de saúde e uma fonte de grande sofrimento para os indivíduos afetados. Com uma incidência alarmante e consequências devastadoras, o AVC demanda uma abordagem abrangente e multidisciplinar que aborde não apenas a aguda crise vascular, mas também os aspectos subsequentes de tratamento, reabilitação e prevenção de recorrência.
Nesta revisão, exploramos a complexidade do AVC, desde sua patofisiologia até suas implicações clínicas e sociais. Considerando a urgência dessa condição médica e a necessidade de soluções eficazes, nos propomos a revisar os avanços recentes na prevenção, tratamento e reabilitação do AVC. Esta revisão integrativa visa não apenas sintetizar o vasto corpo de literatura existente, mas também identificar lacunas no conhecimento e direcionar futuras pesquisas para melhorar a abordagem clínica e a gestão do AVC, bem como analisar criticamente a literatura disponível sobre o AVC, compilando e sintetizando os conhecimentos mais recentes sobre prevenção, tratamento e reabilitação. Ao fazê-lo, buscamos identificar lacunas no conhecimento e direcionar futuras pesquisas para aprimorar a abordagem clínica e a gestão do AVC.
Diante da importância crítica do tema e da complexidade inerente ao AVC, esta revisão busca oferecer uma análise detalhada e aprofundada dos avanços atuais na compreensão e no tratamento dessa condição médica. Ao fazê-lo, esperamos contribuir para o aprimoramento da prática clínica, promovendo melhores resultados para os pacientes afetados pelo AVC e avançando em direção a um futuro onde essa doença não seja mais uma ameaça tão debilitante para a saúde global.
Por meio desta revisão, esperamos não apenas oferecer uma visão abrangente do estado atual do conhecimento sobre o AVC, mas também contribuir para o avanço da prática clínica e para a melhoria dos resultados para os pacientes afetados por essa condição devastadora. Ao fornecer uma análise detalhada e crítica dos avanços nesta área, aspiramos a um futuro em que o AVC não seja mais uma ameaça tão avassaladora para a saúde global.
2. EPIDEMIOLOGIA DO AVC
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma condição de significativa importância epidemiológica, representando uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. Com uma incidência alarmante, o AVC continua a desafiar os sistemas de saúde e a impor um ônus significativo sobre os indivíduos afetados e suas famílias.
A visão geral da incidência e prevalência do AVC revela uma realidade preocupante. De acordo com dados do Ministério da Saúde do Brasil (2012), o AVC é reconhecido como a principal causa de mortes no país. Além disso, o Atlas of Heart and Stroke (Mackay & Mensah, 2004) destaca a magnitude global do problema, apontando o AVC como uma das principais doenças cardiovasculares responsáveis por um número substancial de óbitos em todo o mundo.
Essa carga epidemiológica é exacerbada pela presença de fatores de risco conhecidos, como hipertensão arterial, diabetes, obesidade, tabagismo e inatividade física. Oliveira (2012) discute o impacto desses fatores em Portugal, destacando a urgência de medidas significativas para enfrentar essa crise de saúde pública. A identificação e compreensão desses fatores são cruciais para a implementação eficaz de estratégias de prevenção e controle do AVC. Ao reconhecer os fatores de risco predominantes em uma determinada população, os profissionais de saúde e os formuladores de políticas podem direcionar recursos e intervenções de maneira mais precisa e direcionada, visando mitigar o risco de AVC e reduzir sua carga na sociedade.
No entanto, as tendências epidemiológicas do AVC estão em constante evolução, o que requer uma análise contínua para orientar as políticas de saúde pública e as práticas clínicas. A declaração da European Stroke Organisation (Brainin, 2014) enfatiza a necessidade de acompanhar de perto as tendências epidemiológicas do AVC e adaptar as estratégias de prevenção de acordo com as mudanças observadas nesse perfil. Isso é fundamental para garantir que as intervenções de saúde pública sejam relevantes e eficazes diante das evoluções na incidência, prevalência e distribuição dos fatores de risco do AVC. Ao reconhecer as mudanças nas tendências epidemiológicas, os formuladores de políticas de saúde podem ajustar suas abordagens preventivas para abordar novos desafios e prioridades emergentes. Isso pode incluir a implementação de programas de educação em saúde direcionados, políticas de controle de tabagismo, promoção de estilos de vida saudáveis e acesso equitativo a serviços de saúde de qualidade. Essa abordagem adaptativa e baseada em evidências é essencial para enfrentar efetivamente a carga global do AVC e melhorar os resultados de saúde da população.
Portanto, uma discussão sobre as tendências epidemiológicas recentes do AVC é crucial para informar as abordagens de prevenção e controle. Ao compreender a evolução da incidência, prevalência e fatores de risco associados ao AVC, os profissionais de saúde podem desenvolver intervenções mais eficazes e direcionadas para reduzir a carga global dessa doença devastadora.
3. PREVENÇÃO DO AVC
A prevenção do Acidente Vascular Cerebral (AVC) desempenha um papel fundamental na redução da incidência e no controle dessa condição debilitante. Uma revisão dos avanços em medidas preventivas revela uma variedade de estratégias que visam mitigar os fatores de risco e promover um estilo de vida saudável.
As estratégias de prevenção do AVC são multifacetadas e abrangem uma ampla gama de intervenções, desde mudanças no estilo de vida até abordagens farmacológicas. De acordo com o Atlas of Heart and Stroke (Mackay & Mensah, 2004), é fundamental direcionar esforços para modificar comportamentos prejudiciais, como tabagismo, consumo excessivo de álcool, dieta não saudável e inatividade física, como parte integrante das medidas preventivas. Essas intervenções visam reduzir os fatores de risco conhecidos associados ao AVC e promover hábitos de vida saudáveis que podem ajudar a prevenir o evento vascular.
Além disso, o estudo de Oliveira (2012) destaca a necessidade de mudanças sistêmicas para promover hábitos saudáveis e prevenir o AVC em Portugal, enfatizando a importância de políticas de saúde pública direcionadas, educação da comunidade e acesso facilitado a serviços de saúde preventiva. Essas abordagens holísticas são essenciais para abordar não apenas os fatores de risco individuais, mas também os determinantes sociais, ambientais e econômicos que contribuem para a carga global de AVC em uma população.
O controle de fatores de risco como hipertensão arterial, diabetes mellitus e hiperlipidemia desempenha um papel fundamental na prevenção do AVC. O Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus do Ministério da Saúde do Brasil destaca a importância de abordagens integradas e multifacetadas para o controle dessas condições, visando reduzir o risco de AVC (BRASIL, Ministério da Saúde).
Essas condições de saúde são conhecidas por aumentar significativamente a probabilidade de eventos vasculares cerebrais, e seu controle eficaz é essencial para mitigar esse risco. O monitoramento regular da pressão arterial, a manutenção de níveis adequados de glicose no sangue e a gestão dos níveis de lipídios são componentes-chave das estratégias de controle de fatores de risco para o AVC. Além disso, intervenções como mudanças no estilo de vida, incluindo dieta saudável, exercício físico regular e cessação do tabagismo, são igualmente importantes na prevenção e no controle dessas condições, contribuindo assim para a redução do risco de AVC. Ao adotar uma abordagem abrangente e multidisciplinar para o manejo desses fatores de risco, é possível reduzir de forma significativa a incidência de AVC e melhorar a saúde vascular da população.
Além das intervenções no estilo de vida, as intervenções farmacológicas desempenham um papel significativo na prevenção do AVC. Estudos como o de Chevreul et al. (2013) exploram o custo do AVC na França e destacam a importância da eficácia e acessibilidade das intervenções farmacológicas na redução do ônus do AVC na sociedade. Essas intervenções farmacológicas incluem uma variedade de medicamentos destinados a controlar fatores de risco como pressão arterial elevada, diabetes e hiperlipidemia, todos os quais são conhecidos por aumentar o risco de AVC.
A disponibilidade e o acesso a esses medicamentos desempenham um papel crucial na eficácia das estratégias de prevenção do AVC, garantindo que os pacientes tenham acesso oportuno e adequado ao tratamento necessário para controlar seus fatores de risco. Além disso, a pesquisa contínua sobre novos medicamentos e terapias farmacológicas visa melhorar ainda mais a eficácia e a tolerabilidade desses tratamentos, buscando reduzir ainda mais o risco de AVC e melhorar os resultados para os pacientes.
No entanto, uma análise crítica da eficácia e aplicabilidade dessas abordagens preventivas é necessária para informar as práticas clínicas e políticas de saúde pública. A avaliação de estudos recentes é fundamental para determinar quais estratégias são mais eficazes e oferecem o maior potencial para reduzir a incidência e o impacto do AVC.
4. TRATAMENTO AGUDO DO AVC
O tratamento agudo do AVC envolve uma série de intervenções emergenciais destinadas a minimizar o dano cerebral e melhorar os resultados clínicos. A terapia trombolítica, por exemplo, é uma abordagem farmacológica que visa dissolver o coágulo responsável pelo bloqueio do fluxo sanguíneo cerebral. Essa intervenção, geralmente utilizando agentes como o ativador do plasminogênio tecidual (tPA), é mais eficaz quando administrada dentro de uma janela de tempo específica após o início dos sintomas, conhecida como janela terapêutica.
As terapias medicamentosas desempenham um papel crucial no tratamento do AVC, abrangendo uma ampla gama de intervenções farmacológicas. Estudos como o de Kaur et al. (2013) oferecem uma análise abrangente dessas terapias, começando desde estudos pré-clínicos até evidências clínicas. No contexto do tratamento agudo do AVC, agentes trombolíticos, como o alteplase, são frequentemente utilizados para dissolver coágulos sanguíneos responsáveis por AVCs isquêmicos. Esses medicamentos têm sido amplamente estudados em ensaios clínicos e demonstraram eficácia na restauração do fluxo sanguíneo cerebral quando administrados dentro de uma janela terapêutica específica após o início dos sintomas.
Além disso, medicamentos antiplaquetários, como o ácido acetilsalicílico (aspirina) e o clopidogrel, são comumente prescritos para prevenir a formação de novos coágulos e reduzir o risco de recorrência do AVC. Essas terapias têm sido amplamente investigadas em estudos clínicos randomizados e demonstraram reduzir significativamente o risco de eventos vasculares cerebrais subsequentes. Outras classes de medicamentos, como os agentes anticoagulantes, podem ser indicadas para pacientes com AVCs de origem cardioembólica, como fibrilação atrial, com o objetivo de prevenir a formação de coágulos no coração e reduzir o risco de embolia cerebral.
No entanto, é importante ressaltar que a seleção do tratamento medicamentoso adequado para cada paciente deve ser individualizada, levando em consideração fatores como a etiologia do AVC, comorbidades do paciente e riscos potenciais de complicações associadas ao tratamento. A colaboração entre equipes médicas multidisciplinares e a adesão a diretrizes clínicas baseadas em evidências são essenciais para garantir a eficácia e segurança dessas terapias farmacológicas no contexto do tratamento agudo do AVC.
Além da terapia trombolítica, a trombectomia mecânica emergiu como uma técnica eficaz para remover coágulos maiores que não respondem à terapia trombolítica ou estão localizados em áreas de difícil acesso. Estudos clínicos recentes têm demonstrado resultados promissores da trombectomia mecânica, especialmente quando realizada dentro de uma janela terapêutica estreita após o início dos sintomas do AVC. Shah, da FERNE (Foundation for Education and Research in Neurological Emergencies), oferece uma compreensão aprofundada da fisiopatologia do AVC em seu trabalho. Ele explora os processos complexos que levam à formação de coágulos e à interrupção do fluxo sanguíneo cerebral, elementos cruciais para o desenvolvimento de estratégias de tratamento agudo. Compreender esses mecanismos patológicos é fundamental para identificar os pacientes elegíveis para a trombectomia mecânica e otimizar os resultados clínicos.
A combinação de avanços tecnológicos, como a trombectomia mecânica, com uma compreensão cada vez maior da fisiopatologia do AVC, oferece uma perspectiva promissora para o tratamento agudo dessa condição incapacitante. No entanto, é importante ressaltar que a eficácia da trombectomia mecânica depende de uma série de fatores, incluindo o tempo desde o início dos sintomas, a localização e extensão do coágulo e a habilidade da equipe médica. Paralelamente a essas intervenções específicas, os cuidados de suporte desempenham um papel crucial no tratamento agudo do AVC. Isso inclui medidas como monitoramento neurológico contínuo, controle da pressão arterial, oxigenação adequada e prevenção de complicações, como pneumonia e trombose venosa profunda.
A discussão sobre os avanços tecnológicos e procedimentais no tratamento agudo do AVC destaca o papel de técnicas de imagem avançadas, como a tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT) e a ressonância magnética (RM), na identificação precoce de áreas de isquemia cerebral e na caracterização da penumbra isquêmica. Essa compreensão mais refinada da fisiopatologia do AVC tem permitido a personalização dos planos de tratamento e a identificação de pacientes elegíveis para terapias de reperfusão.
Além disso, a pesquisa contínua em novos agentes farmacológicos, modalidades de intervenção e dispositivos médicos tem impulsionado ainda mais os avanços no tratamento agudo do AVC. Estudos como os de Kaur et al. (2013) destacam o progresso na tradução de terapias promissoras da fase pré-clínica para ensaios clínicos e sua potencial aplicação na prática clínica.
Esses avanços tecnológicos e procedimentais têm contribuído significativamente para a melhoria dos resultados no tratamento agudo do AVC, resultando em taxas reduzidas de incapacidade e mortalidade em pacientes afetados por esse evento vascular devastador.
5. ABORDAGENS TERAPÊUTICAS E REABILITAÇÃO PÓS AVC
Nesta seção discutiremos uma variedade de intervenções destinadas a promover a recuperação e melhorar a qualidade de vida dos sobreviventes de AVC. Uma visão geral das abordagens de reabilitação, que incluem fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e apoio psicossocial, destaca a importância da abordagem multidisciplinar para atender às diversas necessidades dos pacientes.
Srivastava (2010) aborda a otimização das terapias antiplaquetárias e antitrombóticas para a prevenção secundária do AVC, ressaltando a importância do manejo contínuo dessas terapias para reduzir o risco de recorrência do AVC. Esse estudo destaca a necessidade de uma abordagem individualizada e monitoramento regular para garantir a eficácia dessas terapias na prevenção de eventos futuros.
Por outro lado, Liu et al. (2013) exploram as terapias baseadas em células para o AVC isquêmico, desde a pesquisa básica até sua aplicação clínica. Esse estudo oferece perspectivas empolgantes para o futuro do tratamento do AVC, sugerindo que terapias celulares podem desempenhar um papel importante na promoção da recuperação neuronal e na melhoria dos resultados clínicos para os pacientes.
As descobertas recentes e as oportunidades futuras relacionadas à desmoteplase representam um avanço significativo no tratamento do AVC isquêmico. Estudos como os destacados por Medcalf (2012), têm mostrado resultados promissores quanto à eficácia e segurança dessa terapia, oferecendo uma alternativa potencialmente mais eficaz e segura em comparação com as terapias convencionais. A capacidade da desmoteplase de dissolver os coágulos sanguíneos de forma seletiva e eficiente oferece a perspectiva de melhorar os resultados clínicos em pacientes com AVC isquêmico, reduzindo o tempo necessário para recanalização vascular e minimizando os danos ao tecido cerebral isquêmico. Além disso, seu perfil de segurança favorável sugere um potencial significativo para ser uma opção terapêutica viável em uma variedade de cenários clínicos. Com mais pesquisas e desenvolvimentos contínuos, a desmoteplase pode desempenhar um papel crucial no avanço do tratamento do AVC isquêmico, oferecendo novas esperanças e oportunidades para melhorar os resultados clínicos e a qualidade de vida dos pacientes afetados por essa condição debilitante.
Ao explorar os mecanismos de ação e os resultados dos ensaios clínicos, Medcalf (2012) fornece uma visão clara sobre como a desmoteplase pode ser uma adição significativa ao arsenal terapêutico para o tratamento do AVC isquêmico. Ao contrário de algumas terapias trombolíticas convencionais, a desmoteplase demonstrou uma capacidade seletiva de dissolver os coágulos sanguíneos, direcionando-se especificamente às fibrinas que compõem esses coágulos. Essa seletividade pode resultar em uma redução dos efeitos adversos associados à lise indiscriminada de coágulos, como o risco de hemorragia intracraniana. Além disso, a desmoteplase parece ter um perfil de segurança favorável, o que a torna uma opção terapêutica atrativa em uma variedade de cenários clínicos, incluindo pacientes que não são elegíveis para outras terapias trombolíticas devido a preocupações com segurança. Sua capacidade de rápida recanalização vascular e potencial para minimizar os danos ao tecido cerebral isquêmico oferece uma promissora perspectiva de melhoria nos resultados clínicos e na qualidade de vida dos pacientes afetados por AVC isquêmico. Como uma terapia emergente, a desmoteplase representa uma área de pesquisa e desenvolvimento em constante evolução, com o potencial de transformar significativamente a abordagem ao tratamento do AVC isquêmico, oferecendo novas esperanças e oportunidades para pacientes e profissionais de saúde.
Por outro lado, o desenvolvimento das terapias trombolíticas para o tratamento do AVC isquêmico tem sido marcado por avanços significativos e desafios persistentes. Desde os primeiros esforços para dissolver coágulos sanguíneos até as terapias mais refinadas e direcionadas disponíveis atualmente, houve uma notável evolução na compreensão da fisiopatologia do AVC e no desenvolvimento de abordagens terapêuticas. As terapias trombolíticas, incluindo agentes como o alteplase e a tenecteplase, revolucionaram o manejo do AVC isquêmico, permitindo a restauração do fluxo sanguíneo cerebral e a preservação do tecido neuronal em risco. No entanto, essas terapias enfrentam desafios significativos, como o risco de hemorragia intracraniana e a janela terapêutica estreita para administração eficaz. O estudo de Röther et al. (2013) oferece uma visão abrangente desses desafios e progressos, destacando a importância de estratégias para aumentar a eficácia e segurança das terapias trombolíticas existentes, bem como explorando novas abordagens terapêuticas. Avanços futuros no campo das terapias trombolíticas podem incluir o desenvolvimento de agentes mais seletivos e eficazes, aprimoramento da monitorização do paciente para identificação precoce de complicações e a investigação de terapias combinadas que visam múltiplos mecanismos patofisiológicos do AVC isquêmico. Essas perspectivas futuras oferecem esperança para uma melhoria contínua nos resultados clínicos e na qualidade de vida dos pacientes com AVC isquêmico, demonstrando o potencial contínuo de inovação e avanço na área das terapias trombolíticas.
Esses estudos oferecem uma compreensão abrangente das abordagens terapêuticas atuais e futuras no tratamento do AVC, destacando a importância da pesquisa contínua e da inovação na busca por melhores resultados clínicos e qualidade de vida para os pacientes.
6. CONCLUSÃO
A revisão integrativa abordou diversos aspectos fundamentais relacionados ao acidente vascular cerebral (AVC), desde sua epidemiologia até as estratégias de prevenção, tratamento agudo e reabilitação pós-AVC. Destacam-se a carga epidemiológica significativa do AVC em todo o mundo, enfatizando a necessidade urgente de intervenções preventivas e terapêuticas eficazes. As tendências epidemiológicas recentes e a importância de adaptação das estratégias de prevenção foram discutidas, ressaltando a necessidade de mudanças sistêmicas para enfrentar essa crise de saúde pública.
No tratamento agudo do AVC, foram abordadas as intervenções emergenciais, incluindo terapia trombolítica e trombectomia mecânica, bem como os avanços tecnológicos que têm contribuído para melhores resultados clínicos. Além disso, foram exploradas as terapias farmacológicas e baseadas em células, oferecendo perspectivas empolgantes para o futuro do tratamento do AVC.
Na seção de prevenção do AVC, discutiram-se estratégias de estilo de vida, controle de fatores de risco e intervenções farmacológicas, destacando a importância de abordagens integradas e multifacetadas para reduzir o risco de AVC.
No que diz respeito às recomendações para futuras pesquisas, é fundamental continuar investigando novas terapias e tecnologias emergentes, bem como aprimorar as abordagens existentes para prevenção, tratamento agudo e reabilitação pós-AVC. Além disso, são necessários estudos adicionais para entender melhor os mecanismos subjacentes ao AVC e identificar novos alvos terapêuticos.
Em conclusão, os avanços na pesquisa sobre AVC desempenham um papel crucial na melhoria dos resultados clínicos e na qualidade de vida dos pacientes. É essencial continuar investindo em pesquisa e desenvolvimento nessa área para enfrentar os desafios do AVC de maneira abrangente e eficaz, visando reduzir sua incidência, morbidade e mortalidade em todo o mundo.
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¹Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil
²Graduando em Medicina pela Universidade Brasil
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