Advances in minimally invasive techniques: an integrative review on impact on recovery and surgical outcomes
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102501030915
Sophia Araújo de Jesus1
Ana Amélia Stanizi2
Danielly Gonçalves da Silva3
Maria Jacinta Daniela Bitu de Souza4
Maíra Luana de Oliveira Costa5
Antonio Monteiro Pinheiro Neto6
Camila Alves Novais Furtado Pinheiro7
Línique Matos Bender8
Giovanna Soares Coelho dos Reis9
Matheus Gabriel Brito Brito Brandão Sampaio10
Matheus Ferreira de Lucena11
Igor Bernardes Rodrigues12
Rayssa Vasconcelos de Oliveira Farias13
Maria Eduarda Oliveira Lira14
Naira Carla de Oliveira Alves15
RESUMO
Introdução: As técnicas minimamente invasivas (TMI) vêm transformando a medicina, oferecendo abordagens cirúrgicas menos traumáticas, menor tempo de recuperação e melhores desfechos clínicos. Essas técnicas, como laparoscopia e cirurgia robótica, têm se expandido para várias especialidades médicas, promovendo uma recuperação eficiente e menos complicações. No entanto, os desafios, como custos e a necessidade de treinamento específico, ainda são relevantes. Metodologia: Este estudo utilizou uma revisão integrativa da literatura, analisando artigos publicados entre 2018 e 2024 sobre TMI. Foram incluídos ensaios clínicos, revisões sistemáticas e estudos observacionais, com foco em recuperação pós-operatória, complicações e desfechos clínicos. A busca foi realizada em bases como PubMed e Scopus. Discussão e Resultados: As TMI demonstraram vantagens, como menor dor pós-operatória, menor risco de complicações e menor tempo de recuperação. A tecnologia, como inteligência artificial e sistemas robóticos, tem melhorado a precisão dos procedimentos, resultando em melhores desfechos clínicos e menor tempo de internação. Conclusão: Embora as TMI apresentem excelentes resultados em termos de recuperação e eficácia, desafios como os custos e a necessidade de treinamento especializado ainda limitam sua adoção. A personalização do tratamento e a formação contínua são fundamentais para garantir a segurança e a eficiência dessas técnicas.
Palavras-chave: Técnica Minimamente Invasiva. Recuperação. Resultados.
ABSTRACT:
Introduction: Minimally invasive techniques (MIT) have transformed medicine, offering surgical approaches with less trauma, faster recovery, and better clinical outcomes. These techniques, such as laparoscopy and robotic surgery, have expanded to several medical specialties, promoting efficient recovery and fewer complications. However, challenges, such as costs and the need for specialized training, are still relevant. Methodology: This study used an integrative literature review, analyzing articles published between 2018 and 2024 on IMT. Clinical trials, systematic reviews, and observational studies were included, focusing on postoperative recovery, complications, and clinical outcomes. The search was performed in databases such as PubMed and Scopus. Discussion and Results: IMT has demonstrated advantages, such as less postoperative pain, fewer complications, and faster recovery. Technology, such as artificial intelligence and robotic systems, has improved the accuracy of procedures, resulting in better clinical outcomes and shorter hospital stays. Conclusion: Although IMTs present excellent results in terms of recovery and effectiveness, challenges such as costs and the need for specialized training still limit their adoption. Personalized treatment and ongoing training are essential to ensure the safety and efficiency of these techniques.
Keywords: Minimally Invasive Technique. Recovery. Results.
INTRODUÇÃO:
As técnicas minimamente invasivas (TMI) têm revolucionado a medicina moderna, proporcionando abordagens cirúrgicas que reduzem o trauma ao paciente e melhoram os desfechos clínicos. Procedimentos como a laparoscopia e a cirurgia robótica permitem intervenções precisas com incisões menores, resultando em menor agressão aos tecidos e menor tempo de recuperação. Essas inovações têm sido amplamente adotadas em diversas especialidades, incluindo cirurgia geral, ortopedia e urologia, refletindo uma mudança significativa na prática médica dos dias atuais (Ghellere et al., 2023).
Os benefícios das técnicas minimamente invasivas são amplamente reconhecidos na literatura científica. Evidências apontam que essas práticas estão relacionadas a uma redução substancial da dor no período pós-operatório, menor tempo de hospitalização e diminuição de complicações, como infecções e hemorragias. No campo da ortopedia, por exemplo, os avanços em intervenções minimamente invasivas têm revelado taxas mais baixas de complicações e uma recuperação funcional mais ágil, reforçando a eficácia dessas abordagens na proteção dos tecidos saudáveis (Suwa et al., 2024).
Ademais, as Técnicas Minimamente Invasivas (TMI) auxiliam na obtenção de melhores resultados estéticos e funcionais, promovendo a qualidade de vida dos pacientes. A maior precisão dos instrumentos empregados nessas abordagens possibilita intervenções mais seguras e eficientes. Contudo, é fundamental levar em conta as limitações e obstáculos associados, como a necessidade de capacitação especializada e os custos envolvidos na adoção dessas tecnologias. Uma compreensão completa dos benefícios e desafios das TMI é crucial para sua aplicação eficaz na prática clínica (SAGES et al., 2017).
O impacto das técnicas minimamente invasivas na recuperação pós-operatória e nos resultados cirúrgicos tem sido objeto de crescente interesse na literatura médica. Diversos estudos apontam que tais abordagens são capazes de proporcionar uma recuperação mais rápida devido à menor agressão aos tecidos durante o procedimento. A redução do tamanho das incisões e a precisão dos materiais cirúrgicos utilizados são fatores que contribuem para a diminuição da dor pós-operatória e do risco de complicações, como infecções e hemorragias. A literatura também sugere que os pacientes submetidos a essas técnicas frequentemente apresentam menos necessidade de medicamentos analgésicos e uma recuperação mais eficiente, refletindo diretamente na qualidade de vida a longo prazo. (Gaba et al., 2023).
No âmbito dos resultados cirúrgicos, as técnicas minimamente invasivas (TMI) não apenas promovem uma recuperação mais rápida, mas também apresentam desfechos clínicos superiores. Pesquisas comparativas entre abordagens convencionais e minimamente invasivas demonstram uma redução expressiva nas taxas de complicações em procedimentos menos invasivos, ressaltando sua contribuição positiva para a eficácia dos tratamentos. Ademais, a melhoria nos resultados estéticos, com cicatrizes menores e menos visíveis, destaca-se como um benefício adicional frequentemente associado a essas técnicas. Isso torna as estratégias minimamente invasivas particularmente vantajosas em áreas como a cirurgia plástica e a urologia, onde fatores estéticos e funcionais possuem alta relevância (Agha et al., 2022).
Esta revisão integrativa tem como objetivo investigar e avaliar os avanços recentes nas técnicas minimamente invasivas, considerando seus efeitos na recuperação dos pacientes e nos desfechos cirúrgicos. O uso crescente de TMI tem demonstrado resultados promissores na redução do tempo de recuperação pós-operatória e na diminuição de complicações. Contudo, para promover uma adoção mais abrangente e otimizar a prática clínica, é fundamental compreender os detalhes dessas inovações, incluindo a aplicação de tecnologias avançadas, novas metodologias operacionais e seus impactos diretos na saúde dos pacientes. Assim, este estudo se propõe a reunir e analisar evidências científicas que mostrem como as TMI estão contribuindo para melhores resultados cirúrgicos, além de avaliar a eficácia no processo de recuperação, considerando fatores como tempo de hospitalização, dor pós-operatória e qualidade de vida.
A justificativa para esta revisão se baseia na importância de sistematizar as evidências disponíveis para orientar futuras práticas clínicas em relação às técnicas minimamente invasivas. Embora as TMI já sejam amplamente aplicadas, a literatura existente sobre suas implicações e benefícios ainda apresenta lacunas que precisam ser preenchidas para melhorar a compreensão geral sobre o impacto dessas técnicas na saúde dos pacientes. A padronização das evidências e a análise crítica de resultados obtidos com o uso de tecnologias minimamente invasivas podem oferecer um guia valioso para médicos e equipes cirúrgicas. Além disso, sistematizar esse conhecimento contribuirá para a construção de protocolos clínicos baseados em evidências sólidas, o que potencializa a segurança, a eficácia e a qualidade do atendimento médico, minimizando variáveis que possam comprometer os resultados. Portanto, a revisão das evidências disponíveis e sua organização de maneira acessível são fundamentais para aprimorar a prática clínica e proporcionar um cuidado cada vez mais humanizado e eficiente.
METODOLOGIA:
Este estudo adota a abordagem de revisão integrativa da literatura, visando reunir e analisar de forma crítica as evidências científicas sobre os avanços recentes nas técnicas minimamente invasivas (TMI) e seus efeitos na recuperação pós-operatória e nos desfechos cirúrgicos. A revisão integrativa é escolhida por sua capacidade de incorporar estudos de diferentes desenhos metodológicos, incluindo ensaios clínicos randomizados, estudos observacionais, revisões sistemáticas e artigos de opinião, permitindo uma compreensão abrangente do estado atual do conhecimento sobre o tema.
Critérios de Inclusão:
Foram incluídos estudos que atendam aos seguintes critérios: Publicações científicas realizadas entre 2018 e 2024, com foco nas técnicas minimamente invasivas em cirurgias gerais, ortopédicas, urológicas, ginecológicas e outras especialidades relevantes; Estudos que abordam recuperação pós-operatória, complicações, qualidade de vida, tempo de hospitalização e desfechos clínicos de pacientes submetidos a procedimentos minimamente invasivos destacam benefícios significativos dessas abordagens. Essas pesquisas frequentemente demonstram uma recuperação mais rápida, menor incidência de complicações como infecções e sangramentos, melhores índices de qualidade de vida e redução no tempo de internação hospitalar. Os desfechos clínicos também tendem a ser mais positivos, com menores taxas de morbidade e maior satisfação dos pacientes em comparação com técnicas cirúrgicas tradicionais; Ensaios clínicos randomizados, estudos de coorte, estudos de caso-controle, revisões sistemáticas e meta-análises; Artigos publicados em periódicos indexados e disponíveis nas principais bases de dados científicas, como PubMed, Scopus, Embase, Cochrane, ScienceDirect e Google Scholar.
Critérios de Exclusão:
Foram excluídos estudos que não apresentem informações claras sobre a recuperação pós-operatória e os desfechos cirúrgicos relacionados às técnicas minimamente invasivas; Não sejam relevantes para as especialidades cirúrgicas abordadas ou que envolvam tecnologias de abordagens invasivas tradicionais; Apresentem dados desatualizados ou descontextualizados, ou que não atendam aos padrões éticos e metodológicos de pesquisa.
Fontes de Dados:
A busca será realizada em bases de dados científicas, com o objetivo de identificar artigos relevantes sobre TMI e seus efeitos na recuperação dos pacientes e nos resultados cirúrgicos. As bases de dados selecionadas foram: PubMed, Scopus e Web of Science.
Estratégia de Busca:
A busca foi realizada utilizando uma combinação de palavras-chave e descritores controlados, incluindo, mas não se limitando a:
- “Minimally invasive techniques”
- “Postoperative recovery”
- “Surgical outcomes”
- “Surgical recovery”
- “Laparoscopy”
- “Robotic surgery”
- “Complications in minimally invasive surgery”
- “Postoperative complications”
- “Clinical outcomes in minimally invasive surgery”
As palavras-chave serão combinadas utilizando os operadores booleanos “AND” e “OR” para ampliar ou restringir a busca conforme necessário.
Seleção dos Estudos:
A seleção dos estudos foi realizada em duas fases:
- Fase 1: Leitura dos títulos e resumos para identificar estudos que atendem aos critérios de inclusão. A partir desta fase, os estudos foram classificados como “incluídos”, “excluídos” ou “indefinidos” (quando houver dúvidas sobre sua relevância).
- Fase 2: Leitura completa dos artigos classificados como “indefinidos” ou potencialmente relevantes. Após a leitura completa, foi realizada a decisão final sobre a inclusão ou exclusão, com base nos critérios definidos.
Extração de Dados:
A extração de dados foi realizada por dois revisores independentes, que coletaram as informações relevantes dos artigos incluídos. Os dados a serem extraídos incluem:
- Características dos estudos (autor, ano de publicação, desenho do estudo, número de participantes).
- Tipo de técnica minimamente invasiva utilizada.
- Parâmetros avaliados na recuperação pós-operatória (tempo de internação, dor pós-operatória, complicações, retorno às atividades diárias).
- Desfechos clínicos (taxa de complicações, sucesso do procedimento, tempo cirúrgico, resultados estéticos).
- Limitações e conclusões dos estudos.
Avaliação da Qualidade dos Estudos:
A qualidade metodológica dos estudos incluídos foi avaliada utilizando ferramentas específicas para cada tipo de estudo:
- Ensaios clínicos randomizados: A ferramenta CONSORT (Consolidated Standards of Reporting Trials) foi utilizada para avaliar a qualidade e a transparência dos estudos.
- Estudos observacionais (coorte ou caso-controle): A ferramenta STROBE Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology) foi aplicada.
- Revisões sistemáticas: A ferramenta AMSTAR 2 (A MeaSurement Tool to Assess systematic Reviews) foi usada para avaliar a qualidade das revisões sistemáticas. A avaliação da qualidade visa garantir que apenas estudos com boa qualidade metodológica sejam incluídos na análise final.
Análise e Síntese dos Dados:
A análise dos dados foi realizada de forma qualitativa, considerando os resultados clínicos e operacionais relatados nos estudos incluídos. A síntese dos dados buscou identificar os padrões de resultados sobre os efeitos das TMI na recuperação pós-operatória e nos desfechos cirúrgicos. Em casos de estudos heterogêneos, foi realizada uma análise qualitativa para agrupar e comparar os achados. Caso os dados sejam homogêneos, será realizada uma meta-análise para quantificar os efeitos das TMI na recuperação e nos desfechos cirúrgicos.
Como se trata de uma revisão integrativa, não há envolvimento direto com seres humanos. No entanto, todos os estudos incluídos serão de fontes públicas e devidamente revisados por comitês de ética, conforme exigido pelos periódicos e instituições responsáveis.
DISCUSSÃO E RESULTADOS:
As TMI têm sido favorecidas por avanços tecnológicos que aumentam a precisão e a segurança das técnicas cirúrgicas. A integração da inteligência artificial (IA) e do aprendizado de máquina na navegação cirúrgica tem sido uma tendência recente, permitindo uma tomada de decisão mais rápida e precisa durante as operações. Essas tecnologias auxiliam na análise de imagens em tempo real, identificando estruturas anatômicas com maior exatidão e reduzindo o risco de erros humanos (Rosales et al., 2023).
Ademais, o desenvolvimento de sistemas avançados de imagem, como a ressonância magnética de maior resolução, tem permitido uma visualização mais detalhada das áreas a serem operadas. Esses sistemas oferecem imagens de alta qualidade que facilitam a identificação de estruturas críticas e a avaliação precisa das condições patológicas, contribuindo para a realização de cirurgias mais seguras e eficazes (Moura et al., 2024).
Os dispositivos avançados, como os sistemas robóticos de última geração, têm oferecido aos cirurgiões uma maior habilidade e sensibilidade motora durante os procedimentos. Plataformas como o da Vinci Surgical System possibilitam movimentos mais exatos e reduzem a fadiga do profissional, resultando em cirurgias mais eficazes e com menor probabilidade de complicações. O desenvolvimento dessas tecnologias tem expandido as alternativas de tratamento, proporcionando aos pacientes opções menos invasivas e com recuperação mais acelerada (Aguiar et al., 2023).
As TMI têm demonstrado um impacto significativo na recuperação dos pacientes, especialmente em relação a recuperação no pós-cirúrgico. Por outro lado, as técnicas cirúrgicas tradicionais, que envolvem incisões maiores e maior trauma tecidual, as TMI proporcionam uma recuperação mais rápida e menos dolorosa. Pesquisas indicam que a redução no tempo de internação hospitalar é uma das principais vantagens desses procedimentos. Pacientes submetidos a TMI frequentemente recebem alta mais cedo, diminuindo o risco de complicações associadas à imobilidade prolongada e aumentando a eficiência do sistema de saúde (Ayme et al., 2023).
Outro aspecto relevante no impacto das TMI na recuperação é a redução da dor pós-operatória. A menor agressão aos tecidos durante a cirurgia, com incisões menores e uso de instrumentos mais precisos, resulta em menos dor no pós-operatório imediato e na necessidade reduzida de analgésicos. Pesquisas mostram que pacientes que se submetem a TMI experimentam uma diminuição significativa na intensidade da dor nas primeiras 24 a 48 horas após a cirurgia, em comparação com os procedimentos convencionais. Esse alívio da dor é um fator importante, pois facilita a mobilização precoce, essencial para a recuperação funcional (Small et al., 2020).
A diminuição das complicações pós-operatórias é outro benefício amplamente reconhecido das TMI. Devido às incisões menores e ao menor trauma cirúrgico, os pacientes apresentam um risco reduzido de infecções, hemorragias e outros efeitos adversos típicos de intervenções mais invasivas. Uma revisão sistemática que avaliou diversos estudos sobre TMI em diferentes áreas revelou uma taxa consideravelmente mais baixa de complicações, incluindo infecções em feridas e deiscência de sutura. Esses benefícios são particularmente evidentes em procedimentos como a laparoscopia e a cirurgia robótica, nos quais a precisão e a minimização dos danos aos tecidos são essenciais para diminuir o risco de complicações (Ghellere et al., 2023).
Além dos aspectos físicos da recuperação, as TMI também têm um impacto positivo na qualidade de vida dos pacientes. A recuperação mais rápida e com menos complicações permite que os pacientes retomem suas atividades diárias e profissionais em um período mais curto, melhorando seu bem-estar geral. Estudos demonstram que pacientes submetidos a TMI experimentam níveis mais elevados de satisfação com os resultados estéticos e funcionais, o que contribui diretamente para sua qualidade de vida. Além disso, a menor necessidade de acompanhamento pós-operatório intensivo e a diminuição das incapacidades temporárias também são fatores que promovem um retorno mais rápido ao estilo de vida normal (Galli et al., 2021).
Os resultados cirúrgicos das técnicas minimamente invasivas têm se mostrado bastante promissores, especialmente quando comparados às abordagens convencionais. Estudos demonstram que as taxas de sucesso das TMI são, em muitos casos, superiores ou pelo menos equiparadas às técnicas abertas, com a vantagem adicional de menos complicações e tempos de recuperação mais rápidos. Por exemplo, em procedimentos de remoção de vesícula biliar (colecistectomias), a laparoscopia tem mostrado resultados comparáveis à cirurgia aberta em termos de sucesso do procedimento, mas com menor incidência de infecções e deiscência de ferida (Somella et al., 2021). Esses resultados positivos são atribuídos ao uso de tecnologia avançada e ao menor trauma cirúrgico, o que contribui para um melhor desempenho geral da cirurgia.
Além da alta taxa de sucesso, a sobrevida dos pacientes submetidos a TMI tem sido um ponto de destaque. Diversos estudos em oncologia e cirurgia cardíaca, por exemplo, indicam que a utilização de técnicas minimamente invasivas resulta em sobrevida semelhante ou superior às técnicas convencionais. Em um estudo realizado com pacientes submetidos à ressecção laparoscópica para câncer colorretal, observou-se que a sobrevida a longo prazo não foi significativamente diferente daquela observada em pacientes submetidos a técnicas abertas, com a vantagem de menos complicações pós-operatórias e retorno mais rápido à atividade normal (Gonçalves et al., 2020). A menor agressão aos órgãos e tecidos durante o procedimento minimiza os riscos a longo prazo, contribuindo para uma recuperação mais eficiente e um prognóstico favorável.
Quando comparadas às técnicas convencionais, as TMI têm apresentado vantagens significativas em diversos aspectos. Além das elevadas taxas de sucesso e sobrevida, essas técnicas têm se destacado pela redução de complicações, como infecções e hemorragias. Uma revisão abrangente que avaliou a cirurgia robótica em comparação com a cirurgia aberta em procedimentos urológicos identificou uma diminuição significativa na incidência de complicações, incluindo infecções do trato urinário e lesões inadvertidas a órgãos próximos (Park et al., 2022). Essas vantagens têm impulsionado a adoção crescente das TMI, pois, ao oferecerem resultados equiparáveis aos das técnicas tradicionais, proporcionam uma recuperação pós-operatória significativamente melhor, consolidando-se como uma opção preferencial em muitas práticas clínicas.
Os resultados obtidos neste estudo sobre as técnicas minimamente invasivas corroboram as evidências encontradas em estudos preexistentes, que destacam os benefícios dessas abordagens em comparação com as técnicas convencionais. A literatura científica já consolidou que as TMI, como a laparoscopia e a cirurgia robótica, apresentam menores taxas de complicações, como infecções e hemorragias, além de tempos de recuperação reduzidos. Por exemplo, um estudo realizado por Park et al. (2022) mostrou que a cirurgia robótica oferece taxas de sucesso similares às técnicas abertas, mas com menores índices de complicações e um tempo de internação significativamente mais curto. Esses achados estão em consonância com os resultados deste estudo, que também evidenciam a superioridade das TMI em termos de recuperação rápida e menor risco de efeitos adversos pós-operatórios.
Além disso, a literatura reforça a constatação de que os desfechos de longo prazo, como sobrevida e qualidade de vida, não são comprometidos pela adoção das TMI. Uma revisão sistemática conduzida por Gonçalves et al. (2020), a ressecção laparoscópica para câncer colorretal demonstrou resultados de sobrevida semelhantes à cirurgia aberta, mas com menos complicações e uma recuperação mais eficiente. Esses dados coincidem com os resultados encontrados em nosso estudo, que também observou uma sobrevida favorável e uma recuperação mais rápida em pacientes submetidos a TMI. Esse alinhamento com estudos anteriores valida a crescente adoção de TMI na prática clínica, evidenciando suas vantagens tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde, com base em uma sólida base de evidências científicas.
Ademais, apesar dos avanços, ainda existem limitações associadas às TMI que precisam ser superadas. Uma das principais dificuldades é o custo elevado das tecnologias utilizadas, como os sistemas robóticos e os dispositivos de imagem de alta resolução, o que pode limitar o acesso a esses tratamentos em alguns contextos. Além disso, a curva de aprendizado para os profissionais de saúde também é um desafio, pois a utilização dessas novas tecnologias exige treinamento especializado e experiência prática. Embora as TMI apresentem uma recuperação mais rápida, os procedimentos ainda podem não ser indicados para todos os pacientes, especialmente aqueles com condições médicas complicadas ou anatomias adversas. A adaptação das técnicas a diferentes tipos de casos continua sendo uma área de pesquisa importante, com o objetivo de ampliar as indicações e garantir a segurança dos pacientes em uma variedade de cenários clínicos (Suwa et al., 2024).
CONCLUSÃO:
As TMI têm mostrado um impacto notável no campo cirúrgico, transformando a abordagem de vários procedimentos e oferecendo resultados superiores em termos de recuperação e desfechos clínicos. A revisão de estudos relevantes destaca os benefícios significativos dessas técnicas, incluindo menor trauma cirúrgico, recuperação mais rápida e menores complicações. A precisão dos instrumentos e a menor agressão aos tecidos durante os procedimentos têm proporcionado uma experiência pós-operatória mais confortável para os pacientes, com menos dor, menor tempo de hospitalização e retorno mais rápido às atividades diárias. Estes aspectos não só melhoram a qualidade de vida dos pacientes, como também contribuem para uma gestão mais eficiente dos recursos hospitalares.
Apesar dos avanços promissores, a implementação das TMI enfrenta desafios significativos. O custo elevado das tecnologias envolvidas, como os sistemas robóticos e os dispositivos de imagem de alta resolução, ainda representa uma barreira para a adoção ampla dessas técnicas em algumas instituições de saúde. Além disso, a curva de aprendizado associada à utilização dessas novas tecnologias exige treinamento especializado para os profissionais, o que pode limitar a disseminação das TMI, principalmente em locais com menor infraestrutura. Portanto, é fundamental que a formação contínua dos profissionais seja priorizada, garantindo a segurança e a eficácia dos procedimentos.
Outro ponto relevante que merece consideração é a seleção criteriosa dos pacientes para a utilização de TMI. Embora essas técnicas ofereçam benefícios em muitos casos, elas podem não ser a escolha ideal para todos os pacientes, especialmente aqueles com comorbidades complexas ou anatomias complicadas. A personalização do tratamento é essencial para garantir que os pacientes recebam o cuidado mais adequado, considerando suas condições específicas. Isso reforça a importância de uma avaliação pré-operatória minuciosa, que deve ser feita por profissionais experientes, para determinar as melhores opções de tratamento.
Os desfechos cirúrgicos de pacientes submetidos a TMI apresentam taxas de sucesso comparáveis ou até superiores às das abordagens tradicionais, com benefícios adicionais, como a redução de complicações, incluindo infecções e hemorragias. A literatura revisada confirma que, ao oferecer uma abordagem menos invasiva, as TMI promovem uma recuperação mais rápida e uma experiência pós-operatória mais satisfatória. Esses benefícios são particularmente destacados em especialidades como cirurgia plástica, urologia e ortopedia, onde os resultados estéticos e funcionais são de grande importância, consolidando as TMI como uma opção preferencial em diversas práticas clínicas.
Além dos benefícios imediatos, as TMI também têm se mostrado vantajosas a longo prazo. Estudos indicam que as técnicas minimamente invasivas não apenas resultam em uma recuperação mais rápida, mas também têm impacto positivo na sobrevida e na qualidade de vida dos pacientes, especialmente em casos de câncer e doenças cardíacas. As evidências científicas respaldam a ideia de que, apesar do menor trauma cirúrgico, os desfechos de longo prazo, como a sobrevida e o retorno à normalidade, não são comprometidos, demonstrando a eficácia das TMI em manter a saúde global do paciente após a cirurgia.
No entanto, a implementação dessas tecnologias avançadas deve ser acompanhada por um esforço contínuo para superar as limitações mencionadas. O custo elevado e a necessidade de capacitação são barreiras que precisam ser abordadas por meio de políticas de saúde pública, subsídios governamentais ou parcerias com instituições educacionais. A ampliação do acesso a tais tecnologias pode democratizar os benefícios das TMI, permitindo que um número maior de pacientes se beneficie dessas abordagens inovadoras. Dessa forma, a integração dessas técnicas na prática clínica deve ser planejada cuidadosamente para equilibrar custo, acesso e resultados clínicos positivos.
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1 Sophia Araújo de Jesus, Bacharelado em Enfermagem, Universidade do Estado da Bhia
2 Ana Amélia Stanizi, ORCID: 0009-0006-7847-0645
3 Danielly Gonçalves da Silva, Enfermeira pela Unileão – Juazeiro do Norte, Enfermeira assistencialista do Hospital São Raimundo, Várzea Alegre – SAMIVA
4 Enfermeira
4 Acadêmica de Enfermagem
5 Medicina, Universidade Federal do Cariri – UFCA
6 Medicina, Estácio Juazeiro do Norte
7Medicina, Faculdade de Medicina do Juazeiro do Norte, Estacio FMJ
8 Medicina, Faculdade Paraíso, Araripina
9 Medicina, FMJ Idomed
10 Medicina, FMJ Idomed
11 Medicina Veterinária, Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos (IMEPAC)
12 Medicina, Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba – FCMPB
13 Enfermagem, Unissau
14 Acadêmica em Farmácia, UNIFG, Acadêmica em Enfermagem UNEB, ORCID: 0009-0004-9979-8653
shophiaenfermagemm@gmail.com