BODY COMPOSITION ASSESSMENT USING BODYMETRIX ULTRASOUND IN FUNCTIONAL AND AESTHETIC PHYSICAL THERAPY
EVALUACIÓN DE LA COMPOSICIÓN CORPORAL CON ULTRASONIDO BODYMETRIX EN LA FISIOTERAPIA FUNCIONAL Y ESTÉTICA
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202508060814
Sara Resende de Jesus Melo¹
Vânia Ribas Ulbricht²
Resumo
O presente artigo apresenta a utilização do BodyMetrix (Ultrassom portátil) como ferramenta de avaliação precisa na fisioterapia funcional e estética. Através de um estudo de caso com monitoramento contínuo, foi possível demonstrar a eficácia da avaliação por imagem no acompanhamento de recomposição corporal, distribuição de gordura e evolução de massa magra, associando os resultados ao Método Sara Resende, abordagem integrativa que une tecnologia, Pilates funcional, cinesioterapia e estratégias da gerontologia moderna. Os dados obtidos demonstram que o uso do ultrassom na fisioterapia não apenas permite uma análise detalhada da composição corporal, mas também melhora a adesão, o engajamento e a tomada de decisão clínica. O estudo evidencia o valor dessa ferramenta na prática fisioterapêutica contemporânea, principalmente em contextos que envolvem estética funcional, dor crônica e reabilitação em mulheres.
Palavras-chave: BodyMetrix; composição corporal; fisioterapia estética e funcional; reabilitação; tecnologia; método Sara Resende.
Abstract
This article presents the use of BodyMetrix (portable ultrasound) as a precise assessment tool in functional and aesthetic physical therapy. Through a case study with continuous monitoring, it was possible to demonstrate the effectiveness of image-based evaluation in tracking body recomposition, fat distribution, and lean mass development, in association with the Sara Resende Method—an integrative approach that combines technology, clinical Pilates, kinesiology, and modern gerontology strategies. The data collected show that the use of ultrasound in physiotherapy not only enables a detailed analysis of body composition but also enhances patient adherence, engagement, and clinical decision-making. The study highlights the value of this tool in contemporary physiotherapeutic practice, especially in contexts involving functional aesthetics, chronic pain, and women’s rehabilitation.
Keywords: BodyMetrix; body composition; aesthetic and functional physiotherapy; rehabilitation; technology; Sara Resende Method.
Resumen
El presente artículo presenta el uso del BodyMetrix (ultrasonido portátil) como una herramienta de evaluación precisa en la fisioterapia funcional y estética. A través de un estudio de caso con monitoreo continuo, fue posible demostrar la eficacia de la evaluación por imagen en el seguimiento de la recomposición corporal, la distribución de grasa y la evolución de la masa magra, asociando los resultados al Método Sara Resende, un enfoque integrador que une tecnología, Pilates funcional, cinesioterapia y estrategias de la gerontología moderna.
Los datos obtenidos demuestran que el uso del ultrasonido en fisioterapia no solo permite un análisis detallado de la composición corporal, sino que también mejora la adherencia, el compromiso del paciente y la toma de decisiones clínicas. El estudio evidencia el valor de esta herramienta en la práctica fisioterapéutica contemporánea, especialmente en contextos que involucran estética funcional, dolor crónico y rehabilitación femenina.
Palabras clave: BodyMetrix; composición corporal; fisioterapia estética y funcional; rehabilitación; tecnología; Método Sara Resende.
1. Introdução
A composição corporal é um dos principais indicadores de saúde funcional, metabólica e estética, sendo amplamente utilizada na prevenção e acompanhamento de doenças crônicas, na reabilitação física e nos tratamentos com foco estético (Heymsfield & Waki, 1991; Müller & Bosy-Westphal, 2013).
Entretanto, métodos tradicionais como o índice de massa corporal (IMC), a pinça, balança comum ou mesmo a bioimpedância possuem limitações clínicas importantes, como a influência da hidratação, ausência de análise regional e baixa precisão em pacientes com composição atípica (Wagner, 2013).
Nesse cenário, o uso do ultrassom corporal com o equipamento BodyMetrix™ surge como uma alternativa precisa, não invasiva, livre de radiação, e, capaz de fornecer dados objetivos sobre a espessura de gordura subcutânea e sua distribuição por regiões corporais (Wagner, 2013). Segue a imagem ilustrativa do BodyMetrix™ e forma de aplicação:
Figura 1 – Avaliação de composição corporal com BodyMetrix™.
O objetivo deste artigo é apresentar os benefícios clínicos da avaliação por ultrassom corporal com BodyMetrix no contexto da fisioterapia funcional e estética, especialmente quando associado ao Método Sara Resende, abordagem integrativa que une recursos tecnológicos, Pilates funcional, estratégias gerontológicas e tratamento interdisciplinar.
3. Referencial Teórico
A composição corporal tem sido reconhecida como um dos principais indicadores da saúde funcional, metabólica e estética, desempenhando papel relevante na fisioterapia preventiva, reabilitativa e estética (Heymsfield & Waki, 1991). Medidas como índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal e peso corporal absoluto são amplamente utilizadas, mas apresentam limitações significativas quando analisadas isoladamente, especialmente em pacientes com composição corporal atípica (Müller & Bosy-Westphal, 2013).
Entre os métodos tradicionais de avaliação de composição corporal, destaca-se a bioimpedância elétrica (BIA), popular pela praticidade, mas sensível a variações de hidratação, temperatura e ciclo menstrual. Como alternativa mais precisa, o uso do ultrassom portátil tem se consolidado como recurso clínico viável, especialmente com equipamentos como o BodyMetrix™. Este dispositivo é capaz de mensurar a espessura da gordura subcutânea com alta precisão, de forma rápida, indolor e sem radiação, permitindo avaliações seriadas e regionais (Wagner, 2013).
A fisioterapia estética e funcional, por sua vez, tem ampliado suas frentes de atuação ao integrar abordagens que unem resultados visuais à melhora da funcionalidade e da dor. Estudos apontam que técnicas como eletroestimulação, laser terapia, recursos vibratórios e ultrassom estético, quando associados a exercícios terapêuticos, proporcionam resultados mais completos e duradouros (Morais, Oliveira & Raso, 2014).
Nesse contexto, o Pilates funcional também se destaca como intervenção com efeitos comprovados sobre o equilíbrio postural, a força muscular, a mobilidade e a cognição, sobretudo em populações de mulheres adultas e idosas. A literatura demonstra que o Pilates pode contribuir de forma expressiva para a autonomia funcional e a qualidade de vida (Dantas, Vale & Simão, 2010). Outro eixo relevante para a compreensão da proposta integrativa é a gerontologia moderna, que orienta a fisioterapia a considerar aspectos emocionais, sociais e cognitivos na condução do tratamento, com estratégias de abordagem humanizada, linguagem assertiva e estimulação da autoimagem positiva. Essa visão multidimensional é fundamental para promover adesão e resultados sustentáveis, especialmente em pacientes que sofrem com dor crônica, baixa autoestima ou processos de envelhecimento acelerado (Gellis & Kenaley, 2008).
O Método Sara Resende, aplicado no presente estudo de caso, é uma abordagem que sintetiza todos esses recursos — avaliação de ponta com BodyMetrix, recursos eletrofísicos avançados, pilates funcional, cinesioterapia estratégica e intervenção emocional com base na gerontologia. Essa combinação torna o protocolo especialmente efetivo para pacientes que desejam tratar dor, melhorar função e obter resultados estéticos reais, com embasamento científico e segurança.
4. Metodologia
Trata-se de um estudo de caso clínico longitudinal, com abordagem quantitativa e descritiva, conduzido em ambiente ambulatorial real. O objetivo foi avaliar, por meio de exames ultrassonográficos e acompanhamento funcional, a evolução corporal de uma paciente submetida ao Método Sara Resende com pilates supervisionado e musculação com uma personal, ao longo de oito meses de tratamento.
Paciente com 46 anos, do sexo feminino, compareceu à clínica com queixas de flacidez corporal, gordura localizada e dores musculoesqueléticas, principalmente na região lombar e membros inferiores. A paciente apresentava histórico de sedentarismo e baixa frequência a programas anteriores de reabilitação/estética, como musculação.
4.1 Procedimentos de Avaliação
Foram realizadas três avaliações de composição corporal com o equipamento BodyMetrix™, que utiliza tecnologia de ultrassom portátil para mensurar a espessura da gordura subcutânea e calcular massa gorda, massa magra e percentual de gordura corporal total. As avaliações ocorreram nas seguintes datas:
- 03/09/2024 – Avaliação inicial
- 19/12/2024 – Avaliação intermediária
- 22/05/2025 – Avaliação final
As medidas foram obtidas em regiões padronizadas: tríceps, abdômen, suprailíaca, coxa, subescapular e glúteo, com comparação entre os períodos.
4.2 Protocolo de Intervenção
A paciente foi submetida ao protocolo completo do Método Sara Resende, que combina técnicas de fisioterapia funcional, estética e integrativa, distribuídas ao longo de 8 meses. O plano terapêutico incluiu:
- Pilates funcional solo e em aparelhos
- Cinesioterapia estratégica com foco em reequilíbrio muscular
- Abordagem gerontológica aplicada à prática clínica, com técnicas de comunicação terapêutica, estímulo cognitivo e motivação individualizada
As sessões ocorreram duas vezes por semana, com protocolos adaptados conforme a resposta clínica da paciente. Associadas com a musculação 2x por semana, atendendo os padrões da studio trainer, a qual faz um trabalho interdisciplinar conosco. O foco foi promover recomposição corporal, ou seja, redução de gordura e manutenção/aumento de massa magra, com ênfase em saúde, funcionalidade e bem-estar estético. Como indicadores de avaliação foram utilizados os seguintes critérios:
- Evolução dos dados de composição corporal (massa magra, massa gorda e percentual de gordura)
- Engajamento e adesão ao tratamento
- Melhoras estéticas visíveis por imagens ultrassonográficas
- Relato clínico de dor, disposição física e autoestima
- Observação funcional pela equipe técnica
5. Resultados
Os resultados das avaliações são apresentados no gráfico 1 e foram registrados as seguintes medidas:
Data | Peso (kg) | % Gordura | Massa Gorda (kg) | Massa Magra (kg) |
03/09/24 | 67,0 | 24,9% | 16,7 | 50,3 |
19/12/24 | 66,7 | 24,5% | 16,4 | 50,3 |
22/05/25 | 66,3 | 23,4% | 15,5 | 50,8 |
A paciente reduziu a gordura e aumentou massa magra, mantendo o peso corporal. Observa-se uma tendência constante de redução na gordura corporal e aumento discreto da massa magra, mesmo com manutenção do peso total. Esse comportamento reforça o conceito de recomposição corporal saudável promovido pelo protocolo integrativo. Também relatou melhora na postura, dor lombar, autoestima e disposição física.
Figura 2 – Evolução da composição corporal da paciente X (Set/2024 a Jul/2025) obtida por meio de ultrassom BodyMetrix
Os dados demonstram uma recomposição corporal eficiente, com redução de gordura corporal total de 1,2 kg e discreto aumento de 0,5 kg na massa magra. Esse padrão é compatível com tratamentos que priorizam funcionalidade, estética e segurança clínica.”
A figura 3 apresenta um comparativo da primeira avaliação com a última, referente às seguintes estruturas: triceps, abdomen, suprailiaca e axila, onde se pode notar a evolução supramencionada.
Figura 3 – Evolução da composição corporal da paciente X (Set/2024 a Jul/2025) obtida por meio de ultrassom BodyMetrix
6. Discussão
O uso do BodyMetrix permitiu não apenas mensurar a evolução da paciente, mas também ajustar estrategicamente os estímulos terapêuticos, com foco individualizado. Ao contrário da bioimpedância, o ultrassom não sofre interferência da hidratação e permite visualizar exatamente onde a gordura está localizada.
Os dados mostraram uma evolução consistente, com perda de 1,2 kg de gordura e aumento de 0,5 kg de massa magra, mesmo com variação mínima de peso total. Esse é o reflexo ideal de um processo fisioterapêutico que une funcionalidade, estética e saúde.
A abordagem do Método Sara Resende, ao integrar Pilates funcional, recursos tecnológicos e avaliação precisa, proporciona engajamento e resultados mensuráveis. Isso gera confiança no tratamento e contribui para a adesão a longo prazo, especialmente em mulheres maduras.
O ultrassom corporal com o BodyMetrix se mostrou uma ferramenta eficaz para avaliar a composição real do corpo, permitindo intervenções mais precisas e acompanhamento visual dos resultados. Ao integrar esse recurso ao Método Sara Resende, foi possível personalizar o plano terapêutico e aumentar a adesão ao tratamento. Diferente da bioimpedância, o BodyMetrix mostra exatamente onde está a gordura e como ela evolui ao longo do tempo — fator fundamental na reabilitação estética e funcional.
7. Conclusão
O uso do BodyMetrix na prática clínica do Método Sara Resende evidencia a importância da avaliação de composição corporal por ultrassom na fisioterapia moderna.
Os resultados obtidos demonstram que é possível tratar dor, promover funcionalidade e obter benefícios estéticos ao mesmo tempo, com segurança, ciência e personalização. O caso apresentado comprova que o uso do ultrassom corporal com o BodyMetrix é uma ferramenta eficaz e segura para o monitoramento de pacientes em protocolos fisioterapêuticos com enfoque funcional e estético. Aliado a uma abordagem personalizada e baseada em evidências, como o Método Sara Resende, permite intervenções assertivas, melhora a experiência do paciente e oferece dados objetivos de evolução.
REFERÊNCIAS
1 Müller, M. J., & Bosy-Westphal, A. (2013). Beyond BMI: Conceptual issues related to overweight and obese patients. Obesity Facts, 6(5), 343–351. https://doi.org/10.1159/000355280
2 Wagner, D. R. (2013). Ultrasound as a tool to assess body fat. Journal of Obesity, 2013, Article ID 280713. https://doi.org/10.1155/2013/280713
3 Gellis, Z. D., & Kenaley, B. (2008). Functional and psychosocial outcomes of older adults in community-based exercise programs: A systematic review. Clinical Interventions in Aging, 3(4), 705–712.
4 Dantas, E. H. M., Vale, R. G. S., & Simão, R. (2010). A contribuição do Pilates para a saúde física e mental. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 16(1), 56–60. https://doi.org/10.1590/S1517-86922010000100013
5 Heymsfield, S. B., & Waki, M. (1991). Body composition in humans: Advances in models and methods. Annual Review of Nutrition, 11, 525–548.
6 Morais, A. R., Oliveira, R. J., & Raso, V. (2014). Intervenções fisioterapêuticas na estética corporal: uma revisão integrativa. Revista Brasileira de Fisioterapia Estética e Dermato Funcional, 3(2), 35–42.
7 Barbosa, A. R. et al. (2016). Avaliação da composição corporal e capacidade funcional de mulheres idosas. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 19(4), 591–602. https://doi.org/10.1590/1809-98232016019.150177
¹ Graduada em Fisioterapia pela Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO (2016); Especialização em Gerontologia no Einstein (2023);Proprietária, Responsável Técnica e Fisioterapeuta em um Espaço de trabalho interdisciplinar na prestação de atendimento voltado a prevenção, diagnóstico e tratamento de disfunções cinética funcionais de órgãos e sistemas, realizando técnicas para restauração e desenvolvimento da capacidade física e funcional do paciente. Desenvolve pesquisa no grupo de pesquisa Acessibilidade Digital e Tecnologias Assistivas registrado no CNPq. https://orcid.org/0009-0002-2980-067X, sararesendefisioterapia@gmail.com.
² Licenciada em Matemática, com mestrado e doutorado em Engenharia de Produção pela UFSC. Foi professora visitante da Universidade Federal do Paraná no Programa de Pós-Graduação em Design (2012 – 2014). Foi Pesquisadora da Université Paris 1 (Panthéon-Sorbonne). Presta serviço voluntário no PPEGC da UFSC. Foi bolsista em Produtividade e Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora de 2009 a 2013, DT/CNPq. Coordenadora do projeto: Mídias, Tecnologias e Recursos de Linguagem para um ambiente de aprendizagem acessível aos surdos,aprovado pelo CNPq através da CHAMADA N 84/2013 MCTI-SECIS/CNPq- TECNOLOGIA ASSISTIVA / B – Núcleos Emergentes Foi bolsista do CNPq na modalidade DTI-A. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Tecnologia Educacional, atuando principalmente nos seguintes temas: acessibilidade, ensino-aprendizagem, hipermidia, design de hipermídia, geometria e geometria descritiva. Coordenou, desde 1981, diversos eventos nacionais e internacionais, dentre os quais desta-se: os Congresso Nacional de Desenho, Gráphicas, Conahpas e Cinahpas. É professora titular, voluntária e professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da UFSC. É lider, desde 2014, do Núcleo de Acessibilidade Digital e Tecnologias Assistivas registrado no CNPq. Especialista em Neurociências 2021, pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE) https://orcid.org/0000-0002-6257-0557, vrulbricht@gmail.com.