AULAS PRÁTICAS PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS NO ENSINO MÉDIO PARA FORMAÇÃO DO ALUNO PESQUISADOR

PRACTICAL CLASSES FOR TEACHING SCIENCE IN HIGH SCHOOL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10247011544


Iara da Silva Barbosa1
Beatriz Alencar Santos2
Josefa Eleusa da Rocha3


R E S U M O

O objetivo deste estudo é analisar  as práticas educacionais aplicadas ao ensino de Ciências no ensino médio podem contribuir para a formação do aluno-pesquisador. Este estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica. Durante o estudo, buscou-se realizar uma ampla revisão da literatura na qual buscou-se artigos científicos, teses e dissertações para embasar a questão norteadora com o problema em questão e alcançar os objetivos elencados, e para isso, foram feitas pesquisas nas bases de dados: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), SciELO (Scientific Electronic Library Online) e no portal Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A possibilidade de realizar experimentos práticos motiva os alunos e aumenta o engajamento nas aulas de Ciências. Além do conhecimento teórico, as aulas práticas desenvolvem habilidades práticas, como trabalho em equipe, observação detalhada e registro adequado dos resultados. Os alunos aprendem a observar detalhes, analisar resultados e questionar, habilidades essenciais para a pesquisa científica. Com base em nossa análise, conclui-se que as aulas práticas são um pilar essencial no ensino de ciências no ensino médio. Elas promovem o engajamento ativo dos alunos, estimulam o pensamento crítico e contribuem para a formação de futuros pesquisadores. Além disso, a integração entre teoria e prática é fundamental para a construção de uma base sólida de conhecimento científico.

Palavraschaves representativas do trabalho, estas não devem estar contidas no título do artigo.  

A B S T R A C T

The objective of this study is to analyze the educational practices applied to the teaching of Science in high school that can contribute to the training of student-researchers. This study is a bibliographical research. During the study, we sought to carry out a broad review of the literature in which scientific articles, theses and dissertations were sought to support the guiding question with the problem in question and achieve the objectives listed, and for this, research was carried out in the databases of data: Digital Library of Theses and Dissertations (BDTD), SciELO (Scientific Electronic Library Online) and on the Periódicos portal of the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (Capes). The possibility of carrying out practical experiments motivates students and increases engagement in Science classes. In addition to theoretical knowledge, practical classes develop practical skills, such as teamwork, detailed observation and adequate recording of results. Students learn to observe details, analyze results and question, essential skills for scientific research. Based on our analysis, it is concluded that practical classes are an essential pillar in science teaching in high school. They promote active student engagement, encourage critical thinking and contribute to the training of future researchers. Furthermore, the integration between theory and practice is fundamental for building a solid base of scientific knowledge.  

Keywords: Science, Practice, Research, Students.  

Introdução

Para iniciar uma reflexão sobre a formação de professores pesquisadores que lecionam o conteúdo do currículo de ciências no ensino médio, precisa-se levar em consideração os alunos nos quais desejam-se formar. A partir desta premissa, destaca-se que a formação docente em colaboração com esta área do conhecimento ao longo dos anos deve levar em conta como a erudição desses alunos pode contribuir para a mudança social almejada.

Segundo Araújo e Freitas (2019) o ensino desta disciplina deve facilitar a aquisição de habilidades de leitura e escrita; permitir o aprendizado de conceitos básicos nas ciências naturais e a aplicação de princípios aprendidos a situações práticas; contribuir à compreensão das relações entre ciência e sociedade e dos mecanismos de produção e utilização do conhecimento científico e tecnológico, assegurar a difusão e sistematização do conhecimento e da cultura regional e local.

Assim, é possível refletir sobre as estratégias, métodos, uso de recursos, planejamento e lógica que regem e orientam a escolarização. No entanto, nestas formações também é possível ir para além da aprendizagem e investigar por meio de projetos de iniciação científica (IC) em que os sujeitos, sob a orientação de formadores, investigam, analisam e contribuem para as realidades escolares.

Assim, enfatiza-se que a participação na IC pode proporcionar ao discente uma maior amplitude no seu fazer docente, dando-lhe a oportunidade de ser professor-pesquisador, incentivando o aprimoramento da sua formação. Este relatório oferece, assim, algumas reflexões sobre o processo de esclarecimento científico, envolvendo o processo de desenvolvimento de competências científicas, desde as competências relacionadas com a escrita, até ao aprofundamento, compreensão e explicação do enquadramento teórico do tema em estudo.

Assim, esta pesquisa busca levar a pensar-se no ensino de ciências e na prática do seu conteúdo, deste modo estar-se alfabetizando cientificamente os alunos, tornando-os alunos pesquisadores e também formando cidadãos conscientizados, críticos responsáveis com a sociedade em que vivem.

Para Lima (2023) a alfabetização científica refere-se ao conjunto de habilidades e conhecimentos que capacitam os indivíduos a entenderem e utilizarem conceitos científicos no cotidiano, permitindo-lhes tomar decisões informadas, analisar criticamente informações científicas e tecnológicas, e participar ativamente em discussões sobre questões que afetam a sociedade. Esse processo vai além da mera aquisição de fatos científicos, abrangendo a capacidade de aplicar o método científico, formular e testar hipóteses, interpretar dados e reconhecer a importância da ciência na resolução de problemas reais. A alfabetização científica contribui para o desenvolvimento de cidadãos críticos, capazes de compreender os impactos das inovações tecnológicas e científicas em suas vidas e no mundo ao seu redor.

Para alcançar a alfabetização científica, é crucial que o ensino de ciências nas escolas seja acessível e relevante para todos os alunos. Isso inclui a integração de aulas práticas que estimulam a curiosidade e o pensamento crítico, ajudando os estudantes a desenvolverem habilidades de investigação científica. A prática experimental em laboratórios ou em campo permite que os alunos testem hipóteses, coletem dados e analisem resultados, o que enriquece seu entendimento dos processos científicos. Além disso, a alfabetização científica deve ser interdisciplinar, conectando conceitos de biologia, química, física e ciências da terra com outras áreas do conhecimento, como matemática e tecnologia, para proporcionar uma visão holística e aplicável da ciência no contexto real (Gewehr; Strohschoen;  Schurck, 2018; Loureço; Alves; Silva, 2021).

Assim, o presente estudo busca analisar  as práticas educacionais aplicadas ao ensino de Ciências no ensino médio podem contribuir para a formação do aluno-pesquisador e como as práticas docentes do ensino de ciências aplicadas no ensino médio influenciam na formação do aluno-pesquisador, em que conforme Rodrigues e Freire (2022)  e Rodrigues (2022) vai muito além apenas do ensino de conteúdo, mas também que a teoria aliada a prática é o que contribui para a construção do conhecimento passado e para a formação de um aluno que tenha seu interesse pela ciência despertado.

Assim, o objetivo geral deste estudo é analisar  as práticas educacionais aplicadas ao ensino de Ciências no ensino médio podem contribuir para a formação do aluno-pesquisador. E como objetivos específicos:  identificar as características gerais do ensino de ciências; Investigar os pressupostos concernente ao aluno-pesquisador e discutir a importância de relacionar a prática com a teoria para que haja uma alfabetização cientifica contribuindo para a formação do aluno-pesquisador.

Percurso Metodológico

 Este estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica. Toda investigação deve ter suas delimitações previamente definidas, assim, visto a necessidade de atender as pretensões apresentadas nesta investigação, optou-se por esse tipo de pesquisa de natureza exploratória, já que envolve levantamento bibliográfico para maior aprofundamento sobre o tema e para tornar transparentes os levantamentos acerca dos questionamentos suscitados (Lakatos; Marconi, 2011).

Durante o estudo, buscou-se realizar uma ampla revisão da literatura, na qual foram pesquisados artigos científicos, teses e dissertações para embasar a questão norteadora e alcançar os objetivos elencados. As pesquisas foram realizadas nas bases de dados: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), SciELO (Scientific Electronic Library Online) e no portal Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Os descritores utilizados para realizar as buscas incluíram termos como “aulas práticas”, “ensino de Ciências”, “ensino médio”, “formação de aluno pesquisador” e “educação científica”. Esses descritores foram combinados de diferentes formas para abranger uma variedade de estudos pertinentes à temática. Foram incluídos artigos que versassem acerca da temática, no período de 2018 a 2024, que estivessem em português e disponíveis de forma gratuita para consulta. Os critérios de exclusão consideraram artigos em língua estrangeira, que não estivessem no período pesquisado, não estivessem disponíveis na íntegra e que não contribuíssem com o objetivo a ser atingido.

Ao todo, emergiram 150 materiais: 50 da BDTD, 60 do SciELO e 40 do portal Periódicos Capes. Após uma análise criteriosa dos resumos e títulos para verificar a pertinência ao tema e aos critérios de inclusão, foram selecionados 10 estudos para análise aprofundada.

Desenvolvimento

O capítulo “Breve percurso do ensino de Ciências” traça a trajetória histórica do ensino de ciências no Brasil, abordando as mudanças curriculares e metodológicas desde a década de 1960 até o presente. No capítulo “A prática docente”, discutem-se os saberes e sensibilidades necessários para os professores atuarem eficazmente, bem como os desafios enfrentados na implementação das reformas educacionais. Por fim, no capítulo “Aulas práticas no Ensino de Ciências e o aluno pesquisador”, exploram-se os benefícios das aulas práticas, destacando como a experimentação e a interdisciplinaridade contribuem para a formação de futuros cientistas, além de discutir os obstáculos logísticos e a importância da capacitação docente para o sucesso dessas atividades. Esses capítulos oferecem o ensino prático de ciências, fundamentando a conclusão de que a integração entre teoria e prática é essencial para o desenvolvimento de uma educação científica significativa.

Breve percurso do ensino de Ciências

Até 1960, a ciência era ensinada apenas nos dois últimos anos do ensino médio. Neste contexto o ensino de Ciências era caracterizado pelo ensino que valorizava a memorização, principalmente aulas expositivas, cujos relatos de experiência e alguns experimentos são usados ​​para confirmar teorias, nunca para refutá-las. A promulgação da Lei 4.024/61 (Diretrizes e Bases da Educação Nacional) ampliou a participação das ciências no currículo escolar, tornando-a obrigatória desde a primeira série do ensino médio. Nessa década, as discussões e mudanças no ensino de ciências foram pautadas por projetos curriculares (Loureço; Alves; Silva, 2021).

Foi somente a partir de 1971 que o ensino de ciências passou a ser parte obrigatória do currículo do ensino médio. De acordo com a Lei 5.692/71, estende-se que os três primeiros anos do ensino médio (Silva et al., 2023). 

No entanto, na operação real, as aulas do professor exigiam fortemente que os alunos memorizassem os conteúdos. Esses problemas se intensificaram na década de 1980, com as propostas de democratização do país, afetando fortemente o ensino de ciências, e iniciou-se a análise das influências sociais e da evolução tecnológica no campo da educação (Gewehr; Strohschoen;  Schurck, 2018).

Questões relacionadas à Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) têm se ampliado e continuam na discussão como parte das questões relevantes levantadas no contexto das salas de aula. Dentre eles, o processo de construção do conhecimento científico dos alunos passa a ser o foco da análise educacional. Apesar dos avanços, no entanto, não foi superada a posição do professor de considerar o ensino de ciências como uma descrição teórica e/ou experimental, distante do significado ético e de sua relação com o mundo dos alunos (Silva et al., 2023). 

Propostas que buscavam ensinar ciências para contribuir com o aprimoramento de estudantes  engajados, reflexivos e autônomos se intensificaram na década de 1990. A criação de centros de investigação, projetos e divulgação de trabalhos realizados na região tem aumentado significativamente. Na segunda metade daquela década, a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) consolidou uma redefinição do processo de ensino ao prescrever um paradigma curricular (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1996). 

Para implementar o novo paradigma curricular, em 1997 o Ministério da Educação (MEC) recomendou os Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação Básica a todas as redes de ensino e escolas. Os parâmetros do ensino de ciências indicam que este componente curricular é capaz de cooperar para compreender o mundo e suas mudanças, ‘’para reconhecer o homem como parte do universo e como indivíduo […], para favorecer o desenvolvimento de habilidades reflexivas, críticas, gestos questionadores e investigativos” (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1996, pp. 23 e 24).

Neste terceiro milênio, durante os primeiros anos de escolarização, a urgência de se discutir as questões éticas de excelência relacionadas ao conhecimento científico e tecnológico, trouxeram mudanças fundamentais para todos os âmbitos da sociedade, especialmente a sala de aula.  E uma dessas mudanças envolve às novas demandas da sociedade da informação e comunicação, buscando formar alunos críticos e engajados na construção de um mundo equitativo e solidário.

A prática docente

Tratar de prática docente na sala de aula, é falar de um saber-fazer do professor repleto de nuances e de significados. Segundo Lima (2023) ao se referir ao assunto, implica-se em compreender que os professores possuem saberes profissionais diversos, que vêm à tona no âmbito de suas tarefas cotidianas.

E neste sentido, o professor tem um papel fundamental no cumprimento das propostas curriculares e até mesmo na elaboração, podendo ser considerados um dos principais agentes educacionais na prática de mediação da cultura e de saberes escolares, tendo ele o contato maior e direto com os educandos, por isso, a sua prática merece uma ênfase ao estudar a educação infantil e principalmente o currículo para estas séries finais da educação básica (Silva et al., 2023; Lima, 2023).

Assim, faz-se necessário compreender o trabalho educativo desta categoria, a fim de se perceber a essência do fazer docente. Diante disso, compreende-se que o professor, necessita trabalhar com a reflexão de expectativas e perspectivas, as quais lhe exigem uma nova forma de pensar sua prática em sala de aula, na qual o docente construa o sentimento de pertença, inclusive no repensar seu real papel na sociedade, visando o contexto em que atua (Gewehr; Strohschoen;  Schurck, 2018).

É preciso que tenha uma visão holística para a prática docente, pois muitas destas informações que vem do contexto social, o professor pode receber de maneira fragmentada, e esta situação:

A fragmentação do conhecimento que chega ao professor resulta em uma visão estreita do mundo, em vez de uma perspectiva ampla que permitiria múltiplas visões. Portanto, é essencial reavaliar as relações entre escola e sociedade, entre informação e conhecimento, bem como entre as fontes de informação fornecidas pelos meios de comunicação e o trabalho escolar realizado pelo professor (Loureço; Alves; Silva, 2021, p. 12).

               Dentro deste contexto, a escola possui uma missão cultural ao atuar para a articulação de interesses, de gostos e de socialização de elementos históricos, sociais e culturais, sendo os professores os seus catalisadores, acelerando ou retardando o processo, por isso que para Gonçalves (2018, p. 6):

 A atuação do professor deve se basear nas literaturas oficiais para transmitir aos alunos os conhecimentos necessários em sua aprendizagem. Em sua formação, seja inicial ou continuada, o professor é conscientizado de que, para lecionar de maneira eficiente, é necessário adaptar a linguagem e o conteúdo para que sejam compreensíveis para os alunos, considerando que ambos não estão no mesmo nível de compreensão. Desse modo, na Educação Infantil, por exemplo, o docente pode utilizar ilustrações ou levar os alunos para uma caminhada ao redor da escola, onde descobrem o que é a poluição, um conceito que pode ser abstrato na mentalidade do professor, mas que deve ser traduzido para os estudantes.

              Também, pensando nisto, é relevante citar que quando se fala em prática docente segundo Silva et al. (2023) refere-se a algo além da prática didática, envolvendo: as circunstâncias da formação, os espaços-tempos escolares, as opções da organização do trabalho docente. Ou seja, na prática docente estão presentes não só as técnicas didáticas utilizadas, mas, também, as perspectivas e expectativas profissionais, além dos processos de formação e dos impactos sociais e culturais do espaço ensinante como próprio autor diz, entre outros aspectos que conferem uma enorme complexidade a este momento da docência.

              As práticas impõem posicionamento, atitude e decisão. Sendo exigido do professor que trabalhe com as contradições. O professor está preparado para isso? A ausência da reflexão, o tecnicismo exagerado, as desconsiderações aos processos de contradição e de diálogo podem resultar em espaços de engessamento das capacidades de discutir/propor/mediar concepções didáticas (Gewehr; Strohschoen;  Schurck, 2018).

Então, ao finalizar uma reflexão a respeito de prática docente, é possível enfatizar que, no contexto da sala de aula, o professor possui uma tarefa que não se desenvolve apenas através de um exercício técnico, mas envolve também uma dimensão ética e cultural significativa. O professor deve ser visto como um mediador de saberes e culturas, capaz de inspirar e orientar os alunos não só na aquisição de conhecimento, mas também no desenvolvimento de valores e habilidades críticas para a vida em sociedade.

Análise das literaturas sobre as aulas práticas no Ensino de Ciências e o aluno pesquisador 

A fim de analisar  as práticas educacionais aplicadas ao ensino de Ciências no ensino médio podem contribuir para a formação do aluno-pesquisador, os estudos utilizados para embasar o estudo foram amostrados na tabela 1 abaixo:

Tabela 1: Estudos utilizados para embasar o estudo

AutoresAnoTítuloPrincipais Achados
Araújo, M. S., Freitas, W. L. S.2019A experimentação no ensino de biologia: uma correlação entre teoria e prática para alunos do ensino médio em Floriano/PIA experimentação prática aumenta o entendimento teórico dos alunos e promove maior engajamento e interesse nas aulas de biologia.
Gewehr, D., Strohschoen, A. A. G., Schurck, R. J.2020Projetos de pesquisa e a relação com a metacognição: percepções de alunos pesquisadores sobre a própria aprendizagemAlunos que participam de projetos de pesquisa desenvolvem maior metacognição, reconhecendo melhorias na própria aprendizagem e habilidades de investigação.
Gonçalves, D. A. C.2018A Iniciação Cientifica no Ensino Médio: Contexto Atual, Desafios e Perspectivas na área de Ciências da NaturezaIdentificação dos desafios e benefícios da iniciação científica no ensino médio, destacando a importância de políticas de apoio e infraestrutura adequada.
Lima, N. J. F.2023Iniciação científica na área de ciências da natureza no ensino médio e a formação do estudante pesquisadorA iniciação científica no ensino médio contribui para a formação de estudantes críticos e autônomos, com habilidades aprimoradas em pesquisa e análise científica.
Lourenço, R. W., Alves, J. G. S., Silva, A. P.2021Por uma aprendizagem significativa: metodologias ativas para experimentação nas aulas de ciências e química no Ensino Fundamental II e MédioMetodologias ativas e experimentação prática promovem uma aprendizagem significativa e engajadora, melhorando a retenção de conhecimento entre os alunos.
Rodrigues, C. S. L.2022O estudante pesquisador no ensino médioDestaca a importância do papel do estudante como pesquisador no ensino médio, promovendo habilidades críticas e investigativas.
Secretaria de Estado da Educação de São Paulo2021A importância da Iniciação Científica no aprendizadoA iniciação científica é crucial para o desenvolvimento de habilidades analíticas e de pesquisa, preparando os alunos para desafios acadêmicos e profissionais futuros.
Silva, A. K. A., Santos, J. G., Costa, V. A. S., Mota, E. F.2023Aulas práticas experimentais de bioquímica para o Ensino Médio e o seu papel no protagonismo estudantilAulas práticas de bioquímica aumentam o protagonismo estudantil, incentivando a curiosidade científica e o pensamento crítico através da experimentação direta e aplicada.

Nota: Elaborado por autores

O ensino de Ciências, conforme Silva et al. (2023)  é uma área crucial na formação dos estudantes, e a experimentação desempenham um papel fundamental nesse processo. Neste contexto, o aluno é incentivado a se tornar um pesquisador ativo, explorando conceitos científicos por meio da experimentação e da observação direta. Essa abordagem concreta estimula o pensamento crítico e a curiosidade científica, possibilitando que os alunos apliquem teorias e hipóteses em situações reais.

Além do laboratório, as aulas práticas podem ocorrer em outros espaços escolares, como pátios, jardins ou salas de aula. Essa diversidade de cenários enriquece a aprendizagem e conecta os conteúdos ao cotidiano dos alunos. A possibilidade de explorar o ambiente escolar de maneira prática e contextualizada amplia a compreensão dos conceitos científicos (Loureço; Alves; Silva, 2021).

As aulas práticas promovem a interdisciplinaridade, integrando conhecimentos de diferentes áreas. Por exemplo, ao estudar ecossistemas, os alunos podem explorar Biologia, Química, Geografia e até Matemática. Essa abordagem multidisciplinar enriquece a visão dos alunos sobre o mundo e estimula a busca por respostas complexas.

 A capacitação dos professores é essencial para o sucesso das aulas práticas. Professores bem-preparados conseguem conduzir experimentos de forma eficaz, despertando o interesse dos alunos. No entanto, nem sempre é fácil realizar aulas práticas. A falta de recursos, como materiais e equipamentos, pode ser um obstáculo. Além disso, a gestão do tempo e a adaptação aos diferentes níveis de conhecimento dos alunos são desafios constantes enfrentados pelos educadores (Gewehr; Strohschoen;  Schurck, 2018).

A experimentação, conforme Lima (2023)  é uma ferramenta poderosa para despertar a curiosidade científica. Os alunos se tornam investigadores, formulando hipóteses, coletando dados e tirando conclusões. Ao estudar fenômenos naturais, como reações químicas ou ecossistemas, os alunos percebem como a ciência está presente em seu dia a dia. Essa conexão com a vida real torna o aprendizado significativo e envolvente.

A possibilidade de realizar experimentos práticos motiva os alunos e aumenta o engajamento nas aulas de Ciências. Além do conhecimento teórico, as aulas práticas desenvolvem habilidades práticas, como trabalho em equipe, observação detalhada e registro adequado dos resultados. Os alunos aprendem a observar detalhes, analisar resultados e questionar, habilidades essenciais para a pesquisa científica. Durante as aulas práticas, os alunos também aprendem sobre responsabilidade e segurança no laboratório. Além disso, as aulas práticas alimentam a curiosidade natural dos alunos, incentivando-os a explorar o desconhecido e buscar respostas. A ciência se torna uma jornada fascinante (Lima, 2023; Gewehr; Strohschoen;  Schurck, 2018; Loureço; Alves; Silva, 2021).

Conforme Araújo e Freitas (2019), a experimentação no ensino de biologia para alunos do ensino médio desempenha um papel crucial ao facilitar a correlação entre teoria e prática, aumentando o engajamento e a compreensão dos conceitos. Este achado é corroborado por Lourenço, Alves e Silva (2021), que destacam a eficácia das metodologias ativas e da experimentação prática na promoção de uma aprendizagem significativa em ciências e química. Ambos os estudos concordam que a prática experimental não só reforça a teoria, mas também motiva os alunos a se envolverem profundamente com o conteúdo científico, criando um ambiente de aprendizado dinâmico e interativo.

Gewehr, Strohschoen e Schurck (2020) e Gonçalves (2018) também discutem a importância da iniciação científica e da pesquisa no ensino médio, enfatizando a relação entre metacognição e aprendizagem. Gewehr et al. (2020) identificam que alunos envolvidos em projetos de pesquisa desenvolvem uma maior consciência sobre suas próprias habilidades de aprendizagem e pensamento crítico, enquanto Gonçalves (2018) aborda os desafios e benefícios de integrar a iniciação científica no currículo escolar. Apesar das diferentes abordagens, ambos os estudos concordam que a iniciação científica é fundamental para a formação de alunos-pesquisadores, capacitando-os com habilidades analíticas e investigativas essenciais.

De acordo com Lima (2023) e Rodrigues (2022), a iniciação científica no ensino médio é vital para formar estudantes críticos e autônomos, habilidades que são reforçadas pela prática da pesquisa científica. Lima (2023) ressalta a contribuição significativa da iniciação científica para o desenvolvimento dessas competências, enquanto Rodrigues (2022) enfatiza o papel do aluno como pesquisador ativo no processo educativo. Os dois estudos apontam para a importância de proporcionar aos estudantes oportunidades de pesquisa que vão além da simples reprodução de conhecimentos, incentivando a exploração e a inovação científica.

Por fim, Silva et al. (2023) e a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (2021) discutem o impacto das aulas práticas e da iniciação científica no protagonismo estudantil e no desenvolvimento de habilidades de pesquisa. Silva et al. (2023) destacam que as aulas práticas de bioquímica promovem a curiosidade científica e o pensamento crítico, enquanto a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (2021) argumenta que a iniciação científica prepara os alunos para desafios acadêmicos e profissionais futuros. Ambos os estudos concordam que a integração de práticas experimentais e de pesquisa no ensino médio é essencial para a formação de alunos preparados e engajados com o processo científico.

Considerações Finais

 Mediante ao estudo, foi possível observar que o ensino de ciências no ensino médio desempenha um papel crucial na formação dos alunos, preparando-os para compreender e explorar o mundo que os cerca. Nesse contexto, as aulas práticas emergem como uma ferramenta essencial para promover o aprendizado significativo e estimular o pensamento científico. Neste estudo, explorou-se a relevância dessas práticas educacionais e sua contribuição para a formação do aluno-pesquisador.

As aulas práticas proporcionam aos alunos uma experiência tangível e concreta, permitindo que eles observem fenômenos naturais, realizem experimentos e explorem conceitos científicos de maneira ativa. Ao vivenciar a ciência em ação, os estudantes desenvolvem habilidades práticas, como a formulação de hipóteses, a coleta de dados e a análise crítica. Essa abordagem prática complementa o ensino teórico e ajuda a consolidar o conhecimento adquirido.

O aluno-pesquisador é aquele que transcende a mera absorção passiva de informações. Ele busca compreender os porquês e os com os, questionando, investigando e explorando. Através das aulas práticas, os alunos têm a oportunidade de se tornarem protagonistas de sua própria aprendizagem, desenvolvendo a curiosidade científica e a capacidade de resolver problemas.

Identificou-se que a alfabetização científica vai além da memorização de fatos e fórmulas, mas envolve a compreensão dos processos científicos, a capacidade de interpretar dados e a aplicação do conhecimento em situações do cotidiano. A conexão entre a prática e a teoria é fundamental para alcançar essa alfabetização. Quando os alunos realizam experimentos, eles não apenas aplicam conceitos teóricos, mas também compreendem sua relevância e limitações.

Com base em nossa análise, conclui-se que as aulas práticas são um pilar no ensino de ciências no ensino médio. Elas promovem o engajamento ativo dos alunos, estimulam o pensamento crítico e contribuem para a formação de futuros pesquisadores.

Para otimizar o ensino de ciências, recomenda-se que os educadores incorporem regularmente atividades práticas em suas práticas docentes. Além disso, é investir na formação contínua dos professores, capacitando-os a conduzir aulas práticas. A colaboração entre escolas, universidades e centros de pesquisa também pode enriquecer o ambiente de aprendizagem, proporcionando aos alunos experiências científicas enriquecedoras.

REFERÊNCIAS

Araújo, M. S., Freitas, W. L. S. (2019). A experimentação no ensino de biologia: uma correlação entre teoria e prática para alunos do ensino médio em Floriano/PI. Revista De Ensino De Biologia Da SBEnBio, 12(1), 22–35. https://doi.org/10.46667/renbio.v12i1.86.

Fonseca, R. (2006). Expropriação de propriedade intelectual. http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=newsletter&id=3.

Gewehr, D., Strohschoen, A. A. G., Schurck, R. J. (2020). Projetos de pesquisa e a relação com a metacognição: percepções de alunos pesquisadores sobre a própria aprendizagem. Ens. Pesqui. Educ. Ciênc. (Belo Horizonte). https://www.scielo.br/j/epec/a/ptXpWGF3Zw9pZZ4zWfF9nvw/?format=html&lang=pt#.

Gonçalves, D. A. C. (2018). A Iniciação Cientifica no Ensino Médio: Contexto Atual, Desafios e Perspectivas na área de Ciências da Natureza. [Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS]. https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/16279/DIS_PPGECQVS_2018_GON%c3%87ALVES_DANIELA.pdf?sequence=1&isAllowed=y.

Lakatos, E.; Marconi, M. (2011). Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. http://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/copy_of_historia-i/historia-ii/china-e-india/view.

 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. (1996). Lei 9394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, DF. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm.

Lima, N. J. F. (2023). Iniciação científica na área de ciências da natureza no ensino médio e a formação do estudante pesquisador. [Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Exatas]. Univates. https://www.univates.br/bduserver/api/core/bitstreams/b37accb1-a11d-471d-8919-51bd964005fa/content.

Lourenço, R. W., Alves, J. G. S., Silva, A. P. (2021). Por uma aprendizagem significativa: metodologias ativas para experimentação nas aulas de ciências e química no Ensino Fundamental II e Médio. Brazilian Journal of Development, 7(4), 35037–35045. https://doi.org/10.34117//bjdv7n4-117

Ministério da Educação (MEC) (2018). Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Brasília, DF: Ministério da Educação. basenacionalcomum.mec.gov.br/.

Rodrigues, C. S. L. (2022). O estudante pesquisador no ensino médio. Anais VIII CONEDU… Campina Grande: Realize Editora, 2022. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/89716>.

Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (2021). A importância da Iniciação Científica no aprendizado. https://entretantoeducacao.com.br/educacao/a-importancia-da-iniciacao-cientifica-noaprendizado/

Silva, A. K. A., Santos, J. G., Costa, V. A. S., Mota, E. F. (2023). Aulas práticas experimentais de bioquímica para o Ensino Médio e o seu papel no protagonismo estudantil. Com a Palavra, O Professor. Vitória da Conquista (BA), v.7, n.21, maio-agosto. https://doi.org/10.23864/cpp.v8i21.955.


1 iarabarbosa@alunos.uneal.edu.br

2 beatrizalencarsantos320320@gmail.com

3 eleusa.rocha@uneal.edu.br