ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES DIABÉTICOS PORTADORES DE LESÕES POR PRESSÃO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

NURSE PERFORMANCE IN THE FOLLOW-UP OF DIABETIC PATIENTS WITH PRESSURE INJURIES: AN INTEGRATIVE REVIEW

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.11123869


Andeson Jeferson Magalhães da Silva1
Elíade Rodrigues Correia 1
Fabio Moreira de Vasconcelos1
Enfª. Orientadora Raylane Katícia Da Silva Gomes2


Resumo

As lesões por pressão são consideradas como um dos principais problemas de saúde pública e acometem diversas classes sociais, principalmente idosos, diabéticos e hipertensos. O cuidado de pacientes acometidos por lesões por pressões deve ser realizado pelo profissional enfermeiro em parceria com a equipe de saúde. O objetivo deste trabalho é revisar a atuação do enfermeiro no tratamento de pacientes portadores de lesão por pressão. O presente trabalho consiste em uma revisão integrativa. Foram selecionados artigos científicos publicados na faixa de tempo de 2018-2024. Foram usados descritores em saúde DeCS: Enfermagem, Tratamento, Diabetes, Lesão por pressão e Acompanhamento. Os artigos foram submetidos à análise de critérios de inclusão e exclusão. Foram selecionados 15 artigos acerca da temática abordada e estes resultados serão apresentados na etapa final de conclusão.

Palavras chave: Lesões por presão, Tratamento, Enfermagem.

ABSTRACT

Pressure injuries are considered one of the main public health problems and affect different social classes, especially the elderly, diabetics and hypertensive patients. The care of patients suffering from pressure injuries must be carried out by professional nurses in partnership with the healthcare team. The objective of this work is to review the role of nurses in treating patients with pressure injuries. The present work consists of an integrative review. Scientific articles published in the 2018-2024 time frame were selected. DeCS: health descriptors were used: Nursing, Treatment, Diabetes, Pressure injuries and Monitoring. The articles were subjected to analysis of inclusion and exclusion criteria. 15 articles were selected on the topic covered and these results will be presented in the final conclusion stage.

Keywords: Injuries, Treatment, Nursing

INTRODUÇÃO

O Diabetes Mellitus (DM) é caracterizado clinicamente por ser uma patologia de interesse médico e é um dos principais problemas de saúde pública, pelo fato de que as taxas de prevalência nos casos vêm aumentando a cada ano que se passa e por meio de suas complicações (MENDONÇA. 2018). De acordo com pesquisas realizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 180 milhões de pessoas são portadores do diabetes, sendo que aproximadamente 11,3 milhões são brasileiros. A pesquisa aborda que esse número dobrará no ano de 2030 acometendo as faixas etárias relacionados à terceira idade (SBD. 2018; VIEIRA.,2018).

Estudos clínicos constataram que uma das principais causas clínicas do diabetes encontram-se relacionadas diretamente com o processo de estresse oxidativo por meio das  Espécies Reativas de Oxigênio (EROs), pois estas ocasionam diversos danos às organelas e enzimas celulares presentes no organismo levando a uma diminuição dos mecanismos patológicos, e em virtude do aumento da peroxidarão lipídica ocorre a perda de funcionalidade das células β-pancreáticas localizadas na região das ilhotas (CHAGAS., 2018; MENDONÇA.,2018).

O DM manifesta-se clinicamente por meio de um conjunto de distúrbios metabólicos caracterizados por aumento da glicemia no sangue e pode ser visto sob quatro formas clínicas: DM tipo 1, DM tipo 2, o Diabetes Gestacional (DMG) e outros tipos específicos de diabetes, sendo o mais comum DM tipo 2, seguido do tipo 1 da doença (SOARES.,2018). O diabetes faz parte de um grupo de doenças conhecidas como Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e encontra-se entre as dez doenças que apresentam maiores índices de mortalidade no país (LUCRI. 2021).

Os pacientes diabéticos são susceptíveis à diversas condições de saúde como as lesões ocasionadas por pressão que de acordo com a National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) e referenciado clinicamente pela Sociedade Brasileira de Estomaterapia (SOBEST), consiste em um dano localizado diretamente na pele e/ou tecidos moles subjacentes, e que na maioria das vezes encontra-se realizado sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outro artefato (SOBEST.,2018; ARAÚJO.,2022).

 A lesão por pressão é definida clinicamente como sendo um resultado da pressão intensa com o cisalhamento. A tolerância do tecido mole frente à pressão e ao cisalhamento pode ser afetada através de microclima, nutrição, perfusão, comorbidades e pela sua condição. O principal fator para o risco de desenvolvimento da LP é a exposição das proeminências ósseas à pressão sobre capilares locais o qual atua dificultando o processo de vascularização e nutrição do tecido ocasionando lesões por isquemia vascular (LUCRI.,2021; ARAÚJO.,2022).

As lesões por pressão são comuns em idosos pois estes são acometidos diretamente por este tipo de doenças pelo fato de que estes apresentam com o passar dos anos uma redução acentuada do processo de elasticidade na pele e uma queda na reposição celular e é um fator que contribui para aumento no quadro de trauma tissular. Existem pacientes que são internados em Centros de Terapia Intensiva necessitam de cuidados especiais principalmente aqueles que se encontram em longos períodos de tempo internados (JANSEN.,2020; FONSECA.,2023).

Dentre os profissionais que atuam no tratamento de úlceras e lesão por pressão destaca-se o enfermeiro (FONSECA.,2023). Os profissionais em enfermagem que atuam no CTI e no preparo de curativos de lesão devem avaliar diariamente os pacientes submetidos a tratamento quanto ao risco de lesão por pressão acerca do nível de complexidade e de gravidade dos mesmos pois esta possibilidade é fundamental para o desenvolvimento de medidas de prevenção conforme as alterações clínicas que o paciente apresenta.

De acordo com Fonseca., (2023) os enfermeiros são importantes para o tratamento das LP dentre estas contribuições estão: O reposicionamento corporal periódico, cuidados com hidratação e higiene da pele. Estudos realizados por Araújo e colaboradores., (2022) abordam que os enfermeiros podem atuar também no desenvolvimento de protocolos para avaliação de risco e acompanhamento das lesões, criação de ações de educação permanente (EP) para capacitação da equipe na prestação dos cuidados.

OBJETIVOS

Objetivo Geral

O objetivo deste projeto de trabalho de conclusão de curso é revisar a atuação do profissional enfermeiro no acompanhamento de pacientes idosos, diabéticos portadores de lesões por pressão e úlceras de tecidos, apresentando os cuidados que o enfermeiro deve ter ao cuidar das LPP.

Objetivos Específicos

  1. realizar a coleta e seleção de artigos acerca da temática descrita neste projeto além de analisar os principais fatores de riscos associados à diabetes os quais podem induzir ao aparecimento das lesões por pressão;
  2. analisar os principais descritores de Saúde para seleção de artigos concernentes à atuação do enfermeiro no tratamento e cuidado das lesões por pressão;
  3. explorar o papel da enfermagem na manutenção dos cuidados aos pacientes portadores das lesões por pressão e analisar de maneira clara o impacto do tratamento das lesões por pressão e a importância dos serviços prestados pela equipe multidisciplinar em saúde.

JUSTIFICATIVA

O profissional em enfermagem possui diversas funções na promoção da saúde. Dentre este o de realizar o acompanhamento de pacientes diabéticos no contexto das lesões por pressão. O diabetes mellitus é considerado como sendo um problema de saúde pública e isto em virtude da falta de projetos para tratar tal situação é uma das principais interferentes relacionadas com o desenvolvimento desta doença.

O aparecimento de uma lesão por pressão apresenta diversos desafios à equipe multiprofissional em saúde, porém é possível analisar que existe uma acentuada dificuldade acerca dos pontos relacionados à intensidade do fluxo de trabalho para o tratamento de lesão por pressão. À medida que os pacientes ficam em contato frequente com o setor hospitalar por podem ser observadas diversas alterações na pele, o não tratamento eficaz aumenta de maneira direta o desenvolvimento de lesões na pele principalmente se estas estiverem associadas à diversos fatores de risco dentre os quais podemos citar: idade avançada e restrição ao leito.

Quando um paciente é acometido por uma determinada doença como a diabetes e necessita de cuidados específicos e se caso este paciente apresentar sinais como alterações na pele é fundamental que os cuidados em enfermagem sejam realizados corretamente, pois como sabemos a manutenção da integridade da pele dos pacientes que se encontram restritos ao leito tem por base o conhecimento e a aplicação de medidas de cuidado relativamente simples e que devem ser realizados corretamente onde o enfermeiro realiza todas as medidas cabíveis para o melhor tratamento;

Atualmente nota-se que a maioria das recomendações para avaliação da pele são realizadas diretamente em escala universal, isto é, pois, a prevenção serve tanto para casos de lesão por pressão (LPP) como para as outras lesões ocasionadas à pele. Muitas pessoas questionam que as alterações na pele de pacientes acometidos pelas LPP apresentam diferentes quadros clínicos e isso tem sido alvo de grande preocupação para os serviços de saúde, pois se não diagnosticada e tratada corretamente, essas doenças são capazes de causar um acentuado impacto para os pacientes e seus familiares, além disto, nota-se que esta situação pode trazer consequências para o sistema de saúde.

As LPP podem ser ocasionadas por diferentes mecanismos dentre estes é possível notar que um destes está relacionado diretamente à idade principalmente em pacientes idosos que apresentam outros quadros clínicos assim como na sua maioria já são considerados portadores de outras sintomatologias, além de apresentarem uma queda na produção de colágeno. Atualmente é notório que os quadros de pacientes idosos apresentam baixos índices de tratamentos bem-sucedidos principalmente pelo fato de que dependendo do grau e do tempo de tratamento de patologias não tratadas corretamente podem causar sérios problemas e induzir ao aparecimento das lesões por pressão.

A Enfermagem é uma área que atua na prevenção das LPP assim as principais ações que o profissional em enfermagem possui é o reposicionamento corporal periódico, cuidados com hidratação e higiene da pele e observação quanto ao estado de nutrição/hidratação do paciente, além disso, é fundamental que todos os procedimentos para o tratamento e análise das lesões sejam realizados corretamente.

As Lesões por pressão possuem a capacidade de se desenvolver em um tempo de aproximadamente 24 horas ou podem levar até mesmo cinco dias para que estas possam se manifestar e assim é importante que toda a equipe multiprofissional em saúde que sejam responsáveis por tratar das lesões por pressão esteja familiarizada diretamente com os fatores de risco para a sua formação.

Pacientes portadores de lesão por pressão apresentam uma diminuição na taxa de fluxo sanguíneo queda na síntese de nutrientes o que pode levar a interrupção, e podem desencadear processos patológicos como a isquemia local e o desenvolvimento de necrose celular, que sob condições específicas pode ocasionar as lesões por pressão que situam de 12 a 32 mmHg, e se ocorrer a diminuição da percepção sensorial não pode ser identificado o desconforto pelo excesso de pressão que é posta sobre o local afetado.

Os profissionais em enfermagem que atuam na promoção e   cuidados dos pacientes devem conseguir avaliar todo o cuidado que o paciente necessita, dentre estes cuidados o enfermeiro deve ter todo cuidado no manejo do paciente assim como avaliar o tipo de colchão no qual estes irão deitar pois é fundamental que o paciente acometido pela lesão por pressão possa ter seu peso bem distribuído sobre o colchão pois a pressão na área de contato, não é capaz de aliviar a pressão, mais sim fazer uma redistribuição.

Quando estudamos acerca da superfície acometidas pelas lesões por pressão notamos que quanto menor é a área da superfície de contato maior será a pressão que será exercida sobre a pele e que poderá ocasionar a proeminência óssea, similar a isso nota-se que quanto maior o contato menor será a pressão e menores serão as chances de ocorrer o desenvolvimento das Lesões por Pressão.

Um estudo realizado pela NPUAP avalia que existem recomendações técnicas capazes de diminuir a pressão tais como: Utilizar o reposicionamento dos pacientes acometidos pela LPP; mudança do decúbito em um período de tempo de 4 horas quando utilizado for utilizado o colchão visco elástico; além disto, é fundamental que seja determinada a frequência do reposicionamento de acordo com o quadro clínico do paciente, a fim de permitir conforto e bem-estar; e evitar o cisalhamento. Em virtude disto este projeto foi escrito por meio do delineamento e da delimitação de uma pergunta norteadora:

Como o profissional enfermeiro pode atuar na promoção da saúde e tratamento de pacientes diabéticos portadores de lesão por pressão?

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Diabetes

O Diabetes Mellitus (DM) é considerado como um dos principais problemas em saúde pública marcada pela elevação da glicemia. Estudos epidemiológicos apontam que até o ano de 2030 cerca de 439 milhões de pessoas serão portadores da doença (SANTOS.,2023).

Estudos fisiopatológicos constatam que uma das causas clínicas do diabetes estão relacionadas com o processo de estresse oxidativo ocasionados através das Espécies Reativas de Oxigênio (EROs), pois estas ocasionam diversos danos às organelas e enzimas celulares presentes no organismo levando à uma diminuição dos mecanismos patológicos, e em virtude do aumento da peroxidação lipídica ocorre a perda de funcionalidade das células β-pancreáticas da região das ilhotas (CHAGAS.,2018; SANTOS.,2023).

Lesão por pressão

A Lesão por Pressão também denominada por (LPP) constitui-se em uma das principais lesões de pele que acomete pessoas internas em clínicas médicas ou em Unidades de Terapia Intensiva e que são causadas por pressão, levando à diminuição da circulação sanguínea e, consequentemente, à morte e necrose da pele (MENDONÇA et al., ,2018) Sendo a área de maior vulnerabilidade às superfícies com proeminência óssea, geralmente na região sacral, trocanteriana e calcânea, podendo também está associada ao uso  de dispositivo  médico ou  artefato

A LPP apresenta diversos vieses pois como sabe-se esta resulta no sofrimento psíquico e físico do paciente acometido, além de ser fator que pode retardar a recuperação, assim como aumentar o trabalho para os profissionais de enfermagem (MENDONÇA et al.,2018). Frente a isto a OMS tem como meta a prevenção da LPP, por meio de propostas eficazes para a segurança do paciente a fim de instituir medidas que ofereçam segurança e a qualidade dos serviços de saúde (MENDONÇA et al.,2018).

Estágios das lesões por pressão

Em virtude da complexidade das lesões por pressão estas são classificadas diretamente em estágios que são denominados como fases e estas são:

Estágio 1: Nesta etapa é possível notar que a pele apresenta com eritema, mas integra assim como pode apresentar tonalidade escura. A presença de eritema que embranquece, alteração na sensibilidade, temperatura e consistência da pele conforme visto na figura 1.

1 Figura 1: Estágio 1 da LPP

Fonte: Domansky., (2018)

Estágio 2: É notório que ocorre uma perda da pele em sua espessura parcial com  exposição da derme. O leito da ferida se apresenta viável, de cor rosada ou vermelha, podendo estar úmido ou com exsudato. Não há presença de tecido de granulação ou escara conforme visto na figura 2.

2 Figura 2: Estágio 2 da LPP

Fonte: Domansky., (2018)

Estágio 3: Ocorre uma perda da pele em sua espessura total onde ocorre a visibilidade de gordura e, muitas vezes, tecido granulado. Podem estar presentes na forma de esfacelo e /ou escara. A profundidade do dano tissular varia de acordo com a localização anatômica e podem ser de grande ou média intensidade conforme visto na figura 3.

3 Figura 3: Estágio 3 da LPP

Fonte: Domansky., (2018)

Estágio 4: Nesta fase é possível notar que ocorre a perda da pele e esta chega a ser vista de maneira exposta ou é sensível à palpação da fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso. Esfacelo e/ou escara pode estar visível. Mediante o nível pode ser classificado em lesão de estágio não classificável conforme visto na figura 4.

4 Figura 4: Estágio 4 da LPP

Fonte: Domansky., (2018)

Tipos e características das LPP

Os tipos e as características das LPP são descritos no quadro 1 abaixo:

Quadro 1: Tipo de Lesão por pressão e características

Tipo de LesãoCaracterísticas da Lesão
Tipo 1: Lesão por pressão não EstadiávelTrata-se de um tipo de lesão onde ocorre a perda total da espessura dos tecidos, onde a profundidade atual da lesão é bloqueada por meio da presença de esfacelo ou escara (tecido necrótico amarelo escuro, castanho ou preto) no leito da ferida.
Tipo 2: Lesão por Pressão Tissular ProfundaNesse tipo de lesão existe na área localizada na pele uma coloração púrpura ou castanha preenchida com sangue, provocadas em função de danos no tecido mole por conta do processo de torção.
Tipo 3: Lesão por pressão relacionada a Dispositivos MédicosSão lesões resultantes do uso de dispositivos concebidos e aplicados para fins de diagnostico terapêutico. A LPP neste sentido está em conformidade com o padrão ou formato do dispositivo.
Tipo 4: Lesão por Pressão em Membrana MucosaSão lesões encontradas nas regiões que são recobertas por membranas mucosas com a utilização de um dispositivo médico nesse local e não podem ser estadiadas.

Fonte: Os autores., (2024)

Protocolo de prevenção das LPP

O enfermeiro que atua na prevenção e tratamento das Lesões por pressão deve estar atento aos protocolos de prevenção:

  • Etapa 1: avaliação de LPP na admissão de todos os pacientes.
  • Etapa 2: reavaliação diária de risco de desenvolvimento de LPP de todos os pacientes internados.
  • Etapa 3: inspeção diária da pele.
  • Etapa 4: manejo da umidade, manutenção do paciente seco e com a pele hidratada e diminuição da pressão, otimização da nutrição e da hidratação.

METODOLOGIA

O presente trabalho consiste em uma revisão bibliográfica do tipo integrativa tendo sido realizada através da coleta de dados e do aprofundamento sobre o tema com base em dados confiáveis em plataformas científicas de pesquisa (GONÇALVES.,2019).

Foram selecionados artigos de produção científica publicados no período de tempo de 2018 à 2022 e estes foram obtidos em plataformas confiáveis como: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e PubMed.

Para obtenção destes, foi realizada uma pesquisa por meio da utilização dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS):  Enfermagem, Tratamento, Diabetes, Lesão por pressão e Acompanhamento.

Critérios de Inclusão

Foram adotados como critérios de inclusão: artigos publicados em Língua Portuguesa e inglesa, no período de 2018 à 2024 que atendessem aos objetivos da pesquisa sobre a atuação do enfermeiro no acompanhamento de pacientes diabéticos portadores de lesões por pressão.

Critérios de Exclusão

Como critério de exclusão adotou-se artigos não disponíveis na íntegra, ou seja, artigos pagos e aqueles que não contemplavam a temática enfatizada nesta revisão integrativa.

A metodologia utilizada é apresentada no fluxograma 1 abaixo.

Fluxograma 1: Esquema Metodológico

Fonte: Os autores., (2024)

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os artigos selecionados para a escrita deste projeto são apresentados no quadro 2.

Quadro 2: Artigos encontrados

ArtigoAutor e ano
1°) Prevenção de lesão por pressão: ações prescritas por enfermeiros de centros de terapia intensiva.Mendonça., (2018).
2°) Recursos humanos e materiais para a prevenção de lesão por pressão.Tonole., (2018).
3°) Lesão por pressão: incidência em unidades críticas de um hospital regional.Silva., (2018)
4°) Fatores relacionados ao desenvolvimento de lesões por pressão e medidas de prevenção.Henteges., (2018)
5°) Risco de lesão por pressão em idosos com comprometimento na realização de atividades diáriasVieira., (2018)
6°) Promoção da saúde e prevenção da lesão por pressão: expectativas do enfermeiro da atenção primáriaSoares., (2018)
7°) Lesão por pressão relacionada a dispositivos médicos: revisão integrativa de literaturaGaletto., (2019)
8°) Lesão Por Pressão: Medidas Terapêuticas Utilizada por Profissionais de EnfermagemCorreia., (2019)
9°) Riscos e tratamento de pacientes com lesão por pressãoJansen., (2020)
10°) Escala de Braden na avaliação do risco para lesão por pressão.Jansen., (2020)
11°) Incidência de lesão por pressão em pacientes internados e fatores de risco associadosJesus., (2020)
12°) Atuação da enfermagem na prevenção de lesão por pressão em unidade de terapia intensiva.Silva., (2021)
13°) Assistência da enfermagem nas lesões por pressão em pacientes AcamadosLucri., (2021)
14°) Avaliação do conhecimento dos profissionais de Enfermagem na prevenção da lesão por pressão na terapia intensivaAraújo., (2022)
15°) Conhecimento dos enfermeiros sobre a prevenção de lesão por pressão em unidades de terapia intensiva de um hospital do Sudeste do Pará.Fonseca., (2023)

Fonte: Os autores., (2024)

Cada tipo de lesão por pressão apresenta uma determinada característica específica na sessão de resultados. Cada um dos artigos é descrito abaixo. Nos estudos realizados por Mendonça., (2018) os enfermeiros são alertados à permitirem uma associação estatística entre as práticas aos pacientes acometidos por lesões por pressão e mudanças de decúbito, aplicação de cobertura do tipo hidro coloide na região sacral, realização de higiene externa, troca de fixação do cateter orotraqueal e/ou cateter nasoenteral e inspeção da pele com a ausência de lesões por pressão estas orientações também foram abordadas nos artigos descritos por Tonole., (2018) e Silva., (2018).

No estudo realizado por Henteges., (2018) são descritas diversas atividades acerca do que deve ser feito em pacientes portadores com a equipe multidisciplinar, além disto os autores abordam que existem diversos fatores de risco para que possa ocorrer as lesões por pressão podem ser ocasionadas assim como o uso de instrumentos na avaliação dos pacientes, resultados similares também são descritos nos estudos realizados por Vieira., (2018) e Soares., (2018).

O estudo realizado por Galetto., (2019) aborda que diferentes locais do corpo podem ser acometidas pelas lesões por pressão e de acordo com o autor as regiões cervicais posterior e do nariz apresentam-se como sendo as mais afetadas e apresentaram percentuais de 66,0% e 40,0%. Na análise realizada foram detectados onze dispositivos de risco, dentre os quais se destacam as máscaras de Ventilação Não Invasiva e de tubo orotraqueal, o estudo realizado por Correia., (2019) apresentou resultados similares.

Ambos os estudos desenvolvidos por Jansen., (2020) enfatizam quais os principais riscos que pacientes acometidos por LPP são representados por idade, tempo de internação e permanência na enfermaria antes da Unidade de Terapia Intensiva. Outro ponto analisado é que os riscos para o desenvolvimento das lesões por pressão também correspondem ao tipo de hospitalização e à gravidade da doença, sendo que a combinação entre estes fatores deve ser valorizada na avaliação diária do paciente crítico.

No estudo clínico realizado por Jesus., (2020) foi possível notar que dos 70 pacientes participantes um percentual de 24,3% houve uma associação estatisticamente acerca do uso de fraldas, mobilidade física prejudicada e mudança de decúbito, outra análise feita foi a classificação de Braden que apresentou um percentual de 70,6% e apresentaram risco severo e 64,7% das lesões foram classificadas como estágio I.

Quanto às dificuldades apresentadas pela equipe multiprofissional em saúde nota- se que o desenvolvimento das lesões por pressão apresenta diversos desafios principalmente, pois a lesão por pressão pode atuar danificando a pele diretamente sobre as proeminências ósseas em pressão, fricção ou lesões por cisalhamento. Pacientes que estejam internados em Unidades de Terapia Intensiva encontram-se cada vez mais propensos devido a debilidade física, emocional, escassa mobilidade, nutrição enteral, uso de sedativos e fármacos estes dados também são abordados por Lucri., (2021) e Adibelli., (2022).

Um estudo realizado por Araújo. (2022) avaliou que os profissionais em enfermagem necessitam apresentar conhecimentos acerca da atuação do enfermeiro no tratamento das lesões por pressão. O conhecimento acerca das medidas de prevenção das LPs é uma análise que deve ser feita sempre com o intuito de avaliar os conhecimentos dos profissionais para avaliar se estes se encontram atualizados sobre as medidas preventivas e recomendações preconizadas para tratar da doença, resultados como estes foram analisados no trabalho realizado por Fonseca., (2023).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da escrita e compreensão deste projeto pode-se afirmar que as lesões por pressão acometem pacientes diabéticos e que possuem estado de saúde vulnerável.

O profissional enfermeiro desempenha papel fundamental no acompanhamento de pacientes diabéticos portadores de lesão por pressão assim é importante compreender a atuação deste profissional e como este pode atuar na promoção da saúde dos pacientes acometidos pelas LPP.

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