ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE À PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

NURSE’S ACTIVITY IN CARDIORESPIRATORY ARREST IN PRE-HOSPITAL CARE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10145978


Cecília Almeida da Silva1
Tâmyssa Simões dos Santos2


RESUMO

Introdução: O estudo desenvolvido tem o propósito de investigar a importância do profissional da enfermagem frente ao paciente vítima de PCR- Parada Cardiorrespiratória. Onde se aprendeu que a PCR é conceituada pela falta de pulsos em artérias calibrosas e da ventilação espontânea, em pessoas inconscientes. Objetivo: se definiu em destacar a importância da atuação do enfermeiro capacitado frente à Parada Cardiorrespiratória (PCR) no Atendimento Pré-Hospitalar (APH) em adultos. Além de explicar as etapas de atendimento de uma PCR e ressaltar a importância da qualificação profissional para atendimento à PCR. Metodologia: adotada foi a revisão integrativa com levantamento bibliográfico nas bases de dados BVS (LILACS, MEDLINE, IBECS e BDENF, Revistas eletrônicas, CAPES e Coleciona SUS, entre os anos de 2017 a 2023, nos meses de setembro e outubro. Resultados e discussão: foram cerca de 11 estudos selecionados e depois descritos sobre Serviço de atendimento do serviço pré-hospitalar móvel; Análise epidemiológica e o Conhecimento do Enfermeiro sobre as condutas diante do paciente em PCR. Conclusão: a relevância do enfermeiro no elo do atendimento pré-hospitalar é fundamental, pois sua atribuição envolve várias funções, desde uma simples orientação, até uma manobra de Parada Cardiorrespiratória. Assim sendo, e sua presença é obrigatória durante a assistência nas unidades móveis de atendimento pré-hospitalar.

Palavras-chave: Enfermagem; PCR – Parada Cardiorrespiratória; Atendimento Pré-Hospitalar.

ABSTRACT

The study developed has the purpose of investigating the importance of the nursing professional in relation to the patient victim of CRP – Cardiorespiratory Arrest. Where it was learned that CRP is conceptualized by the lack of pulses in large arteries and spontaneous ventilation in unconscious people. The objective was to highlight the importance of the role of trained nurses in the face of Cardiorespiratory Arrest (CRA) in Pre-Hospital Care (PHC) in adults. In addition to explaining the stages of care for a PCR and highlighting the importance of professional qualifications for PCR care. The methodology adopted was an integrative review with a bibliographical survey in the VHL databases (LILACS, MEDLINE, IBECS and BDENF, Electronic Magazines, CAPES and Coleciona SUS, between the years 2017 to 2023, in the months of September and October. The results and In the discussion, around 11 studies were selected and then described on Mobile pre-hospital care service; Epidemiological analysis and Nurse’s Knowledge about conduct when dealing with patients in cardiac arrest. And the relevance of nurses in the pre-hospital care link was concluded. -hospital is essential, as its attribution involves several functions, from simple guidance to a Cardiorespiratory Arrest maneuver. Therefore, its presence is mandatory during assistance in mobile pre-hospital care units.

Keywords: Nursing; PCR – Cardiorespiratory Arrest; Pre-Hospital Care.

1 INTRODUÇÃO

A parada cardiorrespiratória (PCR) é definida pela ausência de pulsos em artérias calibrosas e da ventilação espontânea, em pessoas inconscientes. Uma situação que requer uma intervenção imediata por meio de procedimentos de emergência para restabelecer a oxigenação e a circulação do paciente (Sousa; Borges; Veloso, 2021). E as maiores causas da PCR são decorrentes de tabagismo, má alimentação, sedentarismo, sobretudo por doenças cardíacas, respiratórias e também por comorbidades que são grandes fatores, como a hipertensão, diabetes e obesidade (Luz; Santos; Sabino, 2017, p. 6).

Além de ser caracterizada pela perda abrupta da função cardíaca e pulmonar em indivíduos acometidos ou não por doenças cardiológicas. Esse disfuncionamento é instigado pela arritmia cardíaca desempenhando no processo de parada. As arritmias estão relacionadas a qualquer transformação na condução natural dos estímulos elétricos no miocárdio, devendo levar à taquicardia, bradicardia ou cessar, provocando a ineficácia do bombeamento sanguíneo para os pulmões, cérebro e demais órgãos (Assalin et al., 2019).

Por meio da Portaria n° 2048, de 5 de novembro de 2002, foi estabelecido sobre os princípios e diretrizes dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência, envolvendo a Regulação Médica das Urgências e Emergências, atendimento pré-hospitalar, atendimento pré-hospitalar móvel, atendimento hospitalar, transporte inter-hospitalar e ainda a criação de Núcleos de Educação em Urgências e proposição de grades curriculares para capacitação de recursos humanos da área (Brasil, 2002, p. 282).

Neste sentido, Barros; Neto (2018) explana que na atualização permanente associada às novas diretrizes da Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) é de grande relevância para minimizar a morbi-mortalidade dos pacientes de qualquer idade, como também as consequências neurológicas acarretadas pela demora ou ineficiência do atendimento.

É importante que haja eficiência, competência e capacitação na equipe de multiprofissionais na assistência à vítima em PCR, notando-se a relevância do estudo em discorrer sobre a importância da RCP e os fatores que levam aos profissionais de enfermagem não agirem adequadamente na prestação de cuidados (Braga et al., 2018, p. 284).

Até por que, o conhecimento no âmbito profissional é indispensável, uma vez que a atribuição é um fator relevante na determinação do sucesso da assistência e fundamentação da ação efetivada, colaborando para a sobrevivência inicial de um paciente em súbita parada cardiorrespiratória (Barros; Neto, 2018).

E a cada minuto que a vítima está em PCR e não é assistida, a mesma perde em média 10% de chance de sobrevida, entende-se que após 10 minutos sem Suporte Básico de Vida (SBV) o paciente perde totalmente a probabilidade de RCE (AHA, 2010). Depois de avaliada a vítima, existe a necessidade de atendimento o mais precoce possível, pois com uma avaliação rápida, há maiores chances de reanimação do paciente (Cavalheiro, 2020, p. 6).

O tema surgiu, mediante a disciplina de Urgência e Emergência, durante situações vivenciadas no decorrer do Curso de Graduação de Enfermagem nas aulas práticas para executar as manobras e técnicas adequadas de RCP. A elaboração desse projeto pressupõe oferecer através de estudos científicos e técnicas eficazes do suporte na atuação do enfermeiro APH no Suporte Básico de Vida (SBV) e no Suporte Avançado de Vida (SAV) na assistência em situação de PCR para aumentar a chance de sobrevida. 

Mediante as considerações, este estudo tem como base a seguinte questão norteadora: Qual a importância do enfermeiro no Atendimento Pré-Hospitalar e de estar realizando treinamento para o atendimento a vítima de PCR?

Assim, tem como objetivo destacar a importância da atuação do enfermeiro capacitado frente à Parada Cardiorrespiratória (PCR) no Atendimento Pré-Hospitalar (APH) em adultos. Além de explicar as etapas de atendimento de uma PCR e ressaltar a importância da qualificação profissional para atendimento à PCR.

2. Metodologia

Trata-se de uma pesquisa enquadrada em Revisão Integrativa, baseada nas produções científicas nacionais. A busca nas bases de dados considerou um recorte temporal de 6 anos, equivalente ao período de 2017 a 2023, realizando-se as buscas entre agosto e setembro de 2023, onde para cada trabalho encontrado, foram acessadas as suas referências com o objetivo de identificar mais estudos que não foram encontrados utilizando os critérios de busca estabelecidos. 

E para nortear esta revisão, desenvolveu-se a seguinte questão: Qual a importância do enfermeiro no Atendimento Pré-Hospitalar e de estar realizando treinamento para o atendimento a vítima de PCR?

Então, como estratégia de busca dos trabalhos acadêmicos foram utilizadas as palavras-chave: Parada Cardiorrespiratória. Enfermagem. Ressuscitação Cardiopulmonar. Educação em Enfermagem.

Para a inclusão, a busca dos dados foi selecionar estudos publicados apenas em português, uma vez que o objetivo desta revisão é compreender como o tema é tratado. Sendo que para o critério de exclusão, foram as pesquisas não escritas no idioma oficial do Brasil (Português) e não disponibilizadas nas plataformas escolhidas das pesquisas.

A análise utilizada leva em consideração a qualidade dos artigos e os dados obtidos pela leitura e classificação dos elementos obtidos na revisão da publicação. A discussão dos resultados foi qualitativa e realizada por meio de síntese de texto narrativo. Esta análise é eficaz para ilustrar o escopo do estudo e identificar pontos em comum por meio de resumos estruturados, sofisticados e detalhados que contextualizam os dados obtidos, permitindo medir a força das evidências analisadas apesar de certas limitações. Essa abordagem utiliza o escopo, as diferenças e as semelhanças dos estudos para fornecer um relatório geral sobre as características, o contexto, a qualidade e os resultados dos estudos, para que conclusões possam ser tiradas entre os estudos.

Nesse sentido, a extração de dados e a análise dos resultados por meio da síntese de texto narrativo consideraram dados de estudos que atenderam aos critérios de inclusão e avaliação da qualidade dos dados deste artigo. Como evidencia na figura 1 abaixo:

Figura 01 – Fluxograma com as bases de dados e os descritores de acordo com a pergunta norteadora.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A seguir é descrita uma síntese panorâmica dos estudos incluídos nesta revisão integrativa, contendo 11 estudos direcionados exclusivamente à temática: autor(es)/ano, título, objetivo, método e conclusões. 

Tabela 1: Estudos selecionados incluídos na revisão

Autor(es)/anoTítuloObjetivoMétodoConclusões
Cunha (et
al., 2019)
Atendimento a pacientes em situação de urgência: do serviço pré-hospitalar móvel ao serviço hospitalar de emergênciaCompreender o atendimento do paciente em situação de urgência desde o serviço pré-hospitalar móvel ao serviço hospitalar de emergênciaPesquisa qualitativaA relevância da articulação entre os serviços que
Prestam atendimento aos pacientes em situações de urgência sendo eles: prontidão dos profissionais; acionamento do serviço de emergência, deslocamento para a ocorrência; atendimento ao paciente no local, transporte do paciente e acolhimento da equipe no ambiente hospitalar, dando
continuidade à assistência anteriormente iniciada.
Kurtz e
Martins
(2022)
Análise dos atendimentos a pacientes em parada cardiorrespiratória pelo SAMU
Analisar as fichas de
atendimento a parada cardiorrespiratória do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência em um município no interior do Paraná
Pesquisa
descritiva e exploratória, de caráter quantitativo
Indivíduos com comorbidades (hipertensão, índice de massa
corporal acima do adequado, diabetes mellitus, doenças
cardiovasculares e pulmonares) influenciam na mortalidade
dos indivíduos quando associadas à parada cardiorrespiratória.
O profissional de enfermagem junto com sua equipe deve intervir de maneira rápida, visando restaurar a atividade espontânea do coração, antes que o cérebro venha a apresentar lesão permanente, pois o principal objetivo das manobras de
RCP é preservar a função cerebral.
Paulo e Silva (2018)Conhecimento do
enfermeiro sobre as
condutas frente ao paciente em parada
cardiorrespiratória
Conhecer as condutas do
enfermeiro frente ao paciente
em parada cardiorrespiratória
e objetivo específico,
identificar as condutas do
enfermeiro na parada
cardiorrespiratória no contexto da atenção básica
Pesquisa bibliográfica narrativaRatificou-se a responsabilidade dos profissionais da saúde, sobretudo da equipe de enfermagem, em conhecer as
manobras a serem realizadas e os cuidados que devem ser
prestados aos pacientes acometidos com uma PCR. Faz-se
necessário criar protocolos que estabelecessem um padrão nas
condutas a serem tomadas pelos socorristas, diminuindo assim
as sequelas que podem ser geradas, provenientes da demora na
prestação de assistência, visto que, em se tratando da parada
cardiorrespiratória, tempo significa vida. A agilidade e
praticidade são essenciais no que se desrespeita a PCR,
tornando assim a assistência mais eficaz
Reis (2020Atuação e dificuldades do
profissional enfermeiro frente a uma parada
cardiorrespiratória: uma revisão narrativa
Identificar o papel e as dificuldades enfrentadas pelo
profissional enfermeiro na
assistência a um paciente vítima de parada
cardiorrespiratória
Revisão bibliográficaA PCR, sendo a situação de maior emergência pré-hospitalar e
hospitalar, requer atuação com prontidão, tomada de decisões
rápidas e efetivas. O despreparo da equipe frente a essa
emergência é um fator determinante que pode interferir
negativamente no prognóstico do paciente. Em virtude disso, cabe ao enfermeiro atualizar-se frequentemente e estar preparado para capacitar sua equipe para atuar de forma conjunta e sincronizada, visto que são considerados
disseminadores do conhecimento e líderes de equipe
Zandomenighi e
Martins (2018)
Análise epidemiológica
dos atendimentos de parada
cardiorrespiratória
Analisar as características
epidemiológicas das vítimas e ocorrências de parada
cardiorrespiratória
em ambiente pré-hospitalar e
seus desfechos
Estudo quantitativo, epidemiológico e transversalA duração do atendimento demonstrou associação com o
desfecho, sendo maior entre os sobreviventes. Idosos com
comorbidades foram as principais vítimas, havendo elevada taxa de mortalidade. Verificou-se a importância
de uma resposta rápida e eficaz do serviço de emergência.
Bastarrica (et al.,
2020)
Perfil epidemiológico dos
pacientes em parada
cardiorrespiratória: uma revisão integrativa
Descrever o perfil das vítimas
de PCR atendidas em serviços de emergência
identificadas na literatura
nacional
Revisão integralA maioria dos pacientes são do sexo masculino, raça branca; a idade das vítimas variou de 16 a 101 anos e tiveram como causa mais frequente a insuficiência respiratória e o ritmo inicial cardíaco mais comum foi
Atividade Elétrica Sem Pulso. Saber as características dos
pacientes é primordial na adoção de medidas preventivas e
reconhecimento precoce de fatores predisponentes que podem levar a uma PCR
Pires (et a., 2020)Dificuldades enfrentadas
na assistência de
enfermagem à parada
cardiorrespiratória em APH móvel: uma revisão
narrativa da literatura
Investigar as dificuldades
enfrentadas pelos
profissionais de enfermagem
no atendimento pré-hospitalar
móvel à parada
cardiorrespiratória
Revisão
narrativa da literatura
Ressaltamos a importância do profissional de estar preparado
para oferecer um atendimento adequado aos pacientes em
ambiente extra-hospitalar, por meio do SAMU, conduz a
entender que haja mais o desenvolvimento da educação e
saúde, sendo promovida pelos enfermeiros em suas respectivas
instituições de trabalho, para diminuir essa falta de preparo da
equipe e melhorar a qualidade assistencial. Foi evidenciada a
necessidade da participação ativa da enfermagem na
assistência pré-hospitalar móvel, promovendo um atendimento
de qualidade ao cliente
Silva KR, Araújo
SAST, Almeida
WS, (et al., 2017)
Parada Cardiorrespiratória e
o SBV no Ambiente Pré-Hospitalar: O Saber
Acadêmico
Identificar o conhecimento de acadêmicos sobre Parada Cardiorrespiratória e Suporte Básico de Vida precoceEstudo transversal, descritivo e exploratório100% dos investigados sabem verificar a presença de movimentos respiratórios, porém a realização da manobra para facilitar a respiração foi assertiva em 79% destes, 87% compreendem a finalidade da massagem cardíaca, 29,6% sabem o número de compressões por minuto a serem realizadas em vítima adulta.
Brandão et al. (2020)Parada Cardiorrespiratória: caracterização do atendimento no serviço de atendimento móvel de urgênciadescrever as características do atendimento às vítimas de parada cardiorrespiratória no ambiente pré-hospitalar.Estudo quantitativo, epidemiológico e retrospectivoConstatou-se a necessidade de treinamento direcionado à população, com o objetivo de reconhecer e intervir precocemente na parada cardiorrespiratória e em paralelo, aprimorar a anamnese durante telemedicina
Santiago et al. (2020)Parada cardiorrespiratória: intervenções dos
Profissionais de enfermagem
Avaliar se os conhecimentos dos profissionais de enfermagem frente a parada cardiorrespiratória (PCR) estão de acordo com o protocolo da American Heart Association – AHA.Estudo descritivo, qualitativoOs resultados mostraram que os profissionais
que atuam na emergência ainda não estão devidamente qualificados para atender as vítimas em PCR,
fazendo-se necessário o aprimoramento das condutas e a qualificação destes profissionais, visando o aumento
da taxa de sobrevida dos pacientes acometidos com tal situação clínica.
Paula et al. (2021)Parada cardiorrespiratória no atendimento pré-hospitalarAnalisar os desfechos de parada cardiorrespiratória em pacientes no atendimento pré-hospitalar. Os dados coletados e tabulados foram analisados estatisticamente de forma descritiva e inferencial.Pesquisa transversal com delineamento descritivo de abordagem quantitativa do tipo analíticaConsiderou-se 291 fichas de atendimentos. Dos desfechos da parada cardiorrespiratória, atingiu-se óbitos em 63,92%, óbitos durante o atendimento em 30,24% e PCR revertida e encaminhamento ao hospital em 5,84%. Os fatores que mais influenciaram os óbitos foram: idade avançada (66,66% acima de 71 anos), ocorrência na residência (75,81%) e doenças cardiovasculares (74,91%)

4.1 Serviço de atendimento do serviço pré-hospitalar móvel

Cunha et al. (2019) retrata que é um serviço recente no Brasil que preconiza os atendimentos de urgência representado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que é responsável pela verificação do local, identificação da situação do paciente e localizar a viatura mais próxima para o atendimento. Além da realização de encaminhamentos de apoio terapêutico visando à integralidade da assistência. Isto é, avaliando o paciente no serviço de emergência, realizando cuidados necessários para pacientes e enfrentando dificuldades para o acolhimento no serviço de emergência. E o enfermeiro é fundamental na equipe do SAMU para estabelecer um cuidado seguro e efetivo, averiguando os fatores que podem interferir no atendimento eficiente da enfermagem em vítimas de PCR no pré-hospitalar móvel.

Bradão (et al., 2020) procuraram descrever em seu estudo as características do atendimento às vítimas de parada cardiorrespiratória no ambiente pré-hospitalar, e com a coleta de dados em mãos, destacaram as fichas de atendimento realizado pelo SAMU (preenchidos por profissionais), verificaram a prevalência do sexo masculino, com faixa etária de 61-80 anos e com o percentual de óbito de 84,5% como desfecho. Sabendo que esse tipo de serviço pré-hospitalar, o chamado de socorro se dá via telefone e o gerenciamento da chamada ocorre por meio de uma central de regulação composta minimamente por telefonistas e médicos reguladores, resultando em posterior orientação ao solicitante ou acionamento de uma equipe de saúde móvel para o atendimento. E frente aos resultados encontrados, foi constatada a necessidade de treinamento direcionado à população, com o objetivo de reconhecer e intervir precocemente na PCR, bem como aprimorar a anamnese durante telemedicina. Ademais, a pesquisa se fez importante para a enfermagem, uma vez que permitiu contribuir para novas reflexões sobre o cuidado em emergência.

E Paula (et al., 2021) complementa que é necessária capacitação das equipes que trabalham nos serviços móveis de urgência em relação ao Suporte Básico de Vida e Suporte Avançado de Vida. E ainda reforçando a esses profissionais sobre a importância dos atendimentos prestados e o correto preenchimento das fichas de atendimentos. Por isso, é preciso integrar esses serviços à comunidade, visando capacitar a população sobre qual a melhor forma de agir em frente a uma PCR, instruindo sobre a cadeia de sobrevivência e com o início precoce do RCP e, dessa maneira, reduzindo a duração da PCR e o início das intervenções adequadas.

Para as comorbidades, Kurtz e Martins (2022) nos resultados do estudo realizado, perceberam que alguns indivíduos com tipos de comorbidades, são fatores relacionados à PCR que apresentaram influencia na mortalidade desses indivíduos. Ademais, a ausência de treinamento e o pouco contato com o assunto influenciam as altas taxas de mortalidade porque retardam os primeiros atendimentos. Portanto, se faz preciso aplicar em treinamento à leigos para aumentar a sobrevida do paciente por meio do reconhecimento precoce da PCR e o início imediato das manobras de RCP – Ressuscitação Cardiopulmonar, como também o aprofundamento do conhecimento teórico e as habilidades práticas por parte das equipes que prestem assistência a vítima em PCR. O profissional de enfermagem junto com sua equipe deve intervir de maneira rápida, visando restaurar a atividade espontânea do coração, antes que o cérebro apresente lesão permanente, pois o principal objetivo das manobras de RCP é a preservação da função cerebral.

4.2 Análise epidemiológica 

Zandomenighi e Martins (2018) retratam que as vítimas de PCR são majoritariamente, do sexo masculino, com idade mediana de 65 anos, com hipertensão arterial e diabetes mellitus. A taxa de sobrevida imediata foi de 25,1% e a duração do atendimento demonstrou associação com o desfecho, sendo maior entre os sobreviventes. Desse modo, os autores concluíram que, idosos com comorbidades foram as principais vítimas de PC e que uma resposta rápida e eficaz do serviço de emergência é de suma relevância. 

Complementando, Bastarrica (et al., 2020) em pesquisa chegaram a um desfecho que a maioria das vítimas eram masculinas também, de etnia branca com mediana de idade entre os estudos 59 a 66 anos, que a disfunção respiratória estava diretamente relacionado à PCR como causa principal. O ritmo inicial cardíaco mais comum a AESP – Atividade Elétrica sem Pulso. E os pacientes com atividade elétrica sem pulso apresentaram menos chances de sobreviver que vítimas com fibrilação ventricular, porém as taxas de sobrevida dos pacientes com assistolia foram menores ainda. E que o índice de mortalidade foi maior no ambiente intra-hospitalar, mesmo dispondo de recursos de vida mais avançados, entretanto a gravidade e comorbidades nesses pacientes costuma ser maior o que pode acarretar pior prognóstico.

4.3 Conhecimento do Enfermeiro sobre as condutas diante do paciente em PCR

Paulo e Silva (2018) validaram a responsabilidade da equipe de enfermagem em identificar as manobras a serem efetuadas e os cuidados que devem ser cometidos aos pacientes acometidos com uma PCR, razão pela qual se faz preciso criar protocolos que designassem um padrão nas diretrizes a serem tomadas pelos socorristas, minimizando as possíveis sequelas geradas pela demora na prestação de assistência, porque, em se tratando de PCR, tempo significa vida. Por essa razão, que a agilidade e a praticidade são essenciais para tornar o atendimento e a assistência prestada mais eficaz. Com efeito, se faz necessária uma constante atualização dos profissionais da enfermagem para que estes possam reverter o quadro clínico de PCR de forma mais objetiva e eficaz, até mesmo em UBS – Unidade Básica de Saúde, este profissional necessita deter do conhecimento para tal emergência clínica e saber realizar ao menos as manobras de RCP.

Santiago (et al., 2020) explica em seu estudo que é primordial o profissional da enfermagem iniciar as manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) a contar do instante em que o paciente não apresentar pulso, ou seja, tem que ser verificado no máximo em 10 segundos, relacionado a falta de respiração ou respiração anormal (gasping) e inconsciência. Justamente que para os profissionais da enfermagem essas situações se enquadram na PCR, que na verdade há ainda outros fatores clínicos relacionados como agitação o que não constitui identificação verídica de uma PCR, só que pode ser identificada através de um conjunto de fatores que relacionados estabelecem sinais clínicos que são característicos.

Reis (2020) retrata que é obrigatório pela Portaria do Ministério da Saúde de nº 2048/2002 destacar a necessidade de treinamento voltado à melhoria da qualidade da informação referente à vigilância epidemiológica por causas externas. Por esse motivo, os profissionais da enfermagem são totalmente capacitados e com grande equilíbrio emocional que se encontram na linha de frente do cuidado, principalmente em ambientes de urgência e emergência, o que torna o atendimento árduo e desafiador. Nesse contexto, a PCR, é uma situação de maior emergência pré-hospitalar e hospitalar, requer atuação com prontidão, tomada de decisões rápidas e efetivas. Seguindo essa linha de pensamento, o enfermeiro, por se deparar com mudanças inesperadas de atendimento, e consequentemente falta de aprofundamento de conteúdos teóricos e práticos na sua formação, certamente apresentará dificuldades no ambiente de trabalho.

Por essa grande razão que, Silva et al. (2017) destacam que o preparo dos alunos deve ser primordial desde a vida acadêmica, sendo ressaltado nos achados de um estudo, que demonstra o grau de importância da capacitação dos estudantes, uma vez que a população estudada se inclina a possuir pouco conhecimento, levando a prejuízos à reanimação.

Posto a isso, tem a precisão de uma educação permanente nas instituições e que, além do nível de especialização, ou seja, é obrigatoriedade das instituições de ensino superior fornecerem bases sólidas ao acadêmico que lida com a vida do ser humano haja vista que, é na graduação que a base da formação do profissional acontece e deve ser levado em consideração o suprimento de conhecimentos práticos e científicos acerca da PCR e das manobras de RCP (Pirez et al., 2020).

Melhor dizendo, o enfermeiro poderá encontrar dificuldades que interferem na qualidade da assistência prestada ao paciente, sobretudo: falta de aprofundamento de conteúdos teóricos e práticos na sua formação; deficiência no reconhecimento inicial de PCR; falta de treinamento e habilidades da equipe e; insuficiência de recursos materiais. Desse modo, o despreparo da equipe frente a essa emergência é um fator determinante que pode interferir negativamente no prognóstico do paciente, motivo pelo qual, este profissional deve atualizar-se frequentemente e estar preparado para capacitar sua equipe para atuar de forma conjunta e sincronizada (Pirez et al., 2020).

 Dessa maneira, Pirez (et al., 2020) retrata que a educação continuada relacionada para estas dificuldades, com certeza poderá privilegiar um atendimento independente, ou seja, sem danos, com menores riscos e com o aumento dos índices de sobrevivência dos pacientes abalados por uma PCR, pois o sucesso do atendimento está ligado de forma direta ao aperfeiçoamento imediato e eficaz da qualidade prestada. Pois, a intenção é sempre trazer transformações na formação e atuação dos profissionais da enfermagem, como novas políticas no campo de educação interligada com a saúde que foram implantadas pelo Ministério da Saúde.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A relevância do enfermeiro no elo do atendimento pré-hospitalar é fundamental, pois sua atribuição envolve várias funções, desde uma simples orientação, até uma manobra de Parada Cardiorrespiratória. Assim sendo, a sua presença é obrigatória durante a assistência nas unidades móveis de atendimento pré-hospitalar. Com isso, o enfermeiro precisa estar habilitado para executar manobras que são vitais para os pacientes que necessitam desse atendimento. 

Então, por meio da pesquisa coletada nas bases de dados selecionadas, conseguiu alcançar o principal objetivo da pesquisa, além de responder à pergunta norteadora que trouxe a importância do enfermeiro no Atendimento Pré-Hospitalar e na realização do treinamento para o atendimento a vítima de PCR e constatou que é preciso acontecer de forma sistemática na educação continuada voltada para o aprimoramento do APH, visando sempre preparação, atualização desses profissionais para lidar com diversas situações do cotidiano e, em seguida, habilitados para salvar vidas.

Entretanto, todas as informações apresentadas neste trabalho contribuíram de maneira significativa para o campo de estudo da urgência e emergência. A criação do quadro informativo configura-se como fonte de consulta que norteou as atribuições da enfermagem em conhecer as características que são primordiais do paciente vítima de PCR. Além que mostraram que várias outras pesquisas devem ser realizadas voltadas aos cuidados de enfermagem ao paciente que sofreu PCR devido a importância do tema e diversas contribuições, não só para os profissionais como para o meio acadêmico com finalidade de armazenar e aprofundar o conhecimento diante da temática.

REFERÊNCIAS

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1Discente do Curso de Enfermagem email: cecilia24.ceci@icloud.com
2Mestra em Educação em Ciências e Saúde- UFRJ. Docente da Faculdade São Vicente de Pão de Açúcar
simoestamyssa@gmail.com