ATUAÇÃO DA EQUIPE PEDAGÓGICA NA MEDIAÇÃO DE CONFLITOS E DIMINUIÇÃO DA VIOLÊNCIA FÍSICA E PSICOLÓGICA NO AMBIENTE ESCOLAR NO CONTEXTO DA ESCOLA FREI MENANDRO KAMPS, EM TRÊS BARRAS-SC

PERFORMANCE OF THE PEDAGOGICAL TEAM IN MEDIATING CONFLICTS AND REDUCING PHYSICAL AND PSYCHOLOGICAL VIOLENCE IN THE SCHOOL ENVIRONMENT IN THE CONTEXT OF ESCOLA FREI MENANDRO KAMPS, IN TRÊS BARRAS-SC

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10250131459


                             Adão Lourenço[1]
Vilmar Alves Pereira[2]


RESUMO

A pesquisa abordou a atuação da equipe pedagógica na mediação de conflitos e na redução da violência física e psicológica no ambiente escolar, com foco na Escola de Educação Básica Frei Menandro Kamps, em Três Barras – SC. O objetivo foi compreender as percepções, desafios e estratégias adotadas pelos educadores para enfrentar essas questões. O objetivo geral da pesquisa foi propor um projeto de intervenção pedagógica destinado a aprimorar as ações estratégicas da equipe pedagógica da Escola Frei Menandro Kamps na mediação de conflitos e na diminuição da violência física e psicológica no ambiente escolar, especialmente para os alunos do Ensino Fundamental e Médio. As abordagens teóricas que fundamentaram o estudo incluíram conceitos da psicologia educacional, teorias de resolução de conflitos, e elementos da educação socioemocional. A compreensão dos fatores psicológicos que contribuem para conflitos escolares e as estratégias eficazes de mediação foram essenciais para embasar a proposta de intervenção. A pesquisa adotou uma abordagem qualitativa, empregando a aplicação de questionários junto à equipe pedagógica para compreender suas percepções. Além disso, foi desenvolvido um projeto de intervenção pedagógica que consiste em workshops, cursos de formação, e a implementação de programas de educação socioemocional no currículo escolar. A metodologia visa fornecer uma visão abrangente e estratégica para a promoção de um ambiente escolar mais seguro. Os resultados indicaram uma compreensão profunda por parte da equipe pedagógica sobre a importância da mediação de conflitos na prevenção da violência escolar. A proposta de intervenção pedagógica busca fortalecer as competências dos educadores nesse sentido, além de incorporar elementos de educação socioemocional para prevenir conflitos e promover uma cultura de paz. As conclusões destacam a necessidade de ações integradas, envolvendo professores, alunos, pais e comunidade, para efetivamente construir um ambiente escolar seguro e propício ao desenvolvimento integral dos estudantes.

Palavras-Chave:

Mediação de Conflitos, Violência Escolar, Educação Socioemocional, Intervenção Pedagógica, Escola Frei Menandro Kamps.

ABSTRACT

The research addressed the role of the pedagogical team in mediating conflicts and reducing physical and psychological violence in the school environment, focusing on the Escola de Educação Básica Frei Menandro Kamps, in Três Barras – SC. The objective was to understand the perceptions, challenges and strategies adopted by educators to face these issues. The general objective of the research was to propose a pedagogical intervention project aimed at improving the strategic actions of the Frei Menandro Kamps School pedagogical team in mediating conflicts and reducing physical and psychological violence in the school environment, especially for elementary and middle school students. Average. The theoretical approaches that underpinned the study included concepts from educational psychology, conflict resolution theories, and elements from socio-emotional education. Understanding the psychological factors that contribute to school conflicts and effective mediation strategies were essential to support the intervention proposal. The research adopted a qualitative approach, using questionnaires with the pedagogical team to understand their perceptions. Furthermore, a pedagogical intervention project was developed consisting of workshops, training courses, and the implementation of socio-emotional education programs in the school curriculum. The methodology aims to provide a comprehensive and strategic vision for promoting a safer school environment. The results indicated a deep understanding on the part of the pedagogical team about the importance of conflict mediation in preventing school violence. The proposed pedagogical intervention seeks to strengthen the skills of educators in this sense, in addition to incorporating elements of socio-emotional education to prevent conflicts and promote a culture of peace. The conclusions highlight the need for integrated actions, involving teachers, students, parents and the community, to effectively build a safe school environment conducive to the integral development of students.

Key words:

Conflict Mediation, School Violence, Socio-emotional Education, Pedagogical Intervention, Frei Menandro Kamps School.

INTRODUÇÃO

A escola é um ambiente onde a diversidade de personalidades, origens e experiências se reúne, criando um terreno fértil para conflitos. A mediação de conflitos e a promoção de um ambiente escolar seguro são funções cruciais da equipe pedagógica.

Conflitos são inevitáveis, mas nem todos são prejudiciais. Alguns conflitos podem promover o crescimento e a aprendizagem, enquanto outros podem resultar em violência física e psicológica. A equipe pedagógica precisa entender as causas e os tipos de conflitos que surgem no ambiente escolar.

É essencial que a equipe pedagógica esteja atenta aos sinais de violência física e psicológica. Isso inclui observar mudanças de comportamento nos alunos, registrar incidentes, ouvir relatos e criar um ambiente onde os alunos se sintam à vontade para compartilhar preocupações.

Uma comunicação aberta e eficaz é fundamental para resolver conflitos. A equipe pedagógica deve criar um ambiente onde os alunos sintam que podem expressar suas preocupações e onde as queixas são tratadas com seriedade.

A mediação de conflitos é uma técnica eficaz para resolver disputas entre alunos e até mesmo entre alunos e professores. A equipe pedagógica pode ser treinada em técnicas de mediação e facilitação de diálogos construtivos.

A prevenção é um componente importante na redução da violência escolar. Programas de educação em resolução de conflitos, empatia e respeito podem ajudar a criar um ambiente escolar mais harmonioso.

A atuação da equipe pedagógica não deve ser isolada. A colaboração entre professores, psicólogos escolares, diretores e outros profissionais é essencial para lidar com a complexidade dos conflitos e da violência escolar.

Para lidar com a violência psicológica, é importante oferecer apoio psicológico e social para os alunos. Ter psicólogos e orientadores escolares disponíveis pode ajudar a tratar traumas e problemas emocionais decorrentes da violência.

A equipe pedagógica deve trabalhar em conjunto para implementar políticas e regulamentos escolares que desestimulem a violência e estabeleçam consequências claras para comportamentos violentos.

A parceria com os pais é fundamental. A equipe pedagógica pode informar os pais sobre o que está acontecendo na escola e trabalhar em conjunto para resolver problemas.

Avaliar a eficácia das estratégias de mediação de conflitos e de prevenção da violência é fundamental. A equipe pedagógica deve estar disposta a ajustar suas abordagens conforme necessário.

A atuação da equipe pedagógica desempenha um papel crucial na mediação de conflitos e na diminuição da violência no ambiente escolar. Compreender a natureza dos conflitos, identificar sinais de violência, promover a comunicação aberta, adotar estratégias de mediação, prevenção e educação, trabalhar em equipe, oferecer apoio psicológico e social, estabelecer políticas escolares eficazes e envolver os pais são aspectos-chave para criar um ambiente escolar seguro e acolhedor. O comprometimento contínuo e a avaliação constante são fundamentais para o sucesso na promoção da paz e resolução de conflitos nas escolas.

A mediação de conflitos desempenha um papel fundamental na promoção de um ambiente escolar seguro e saudável, contribuindo para a diminuição da violência física e psicológica entre os alunos.

 A promoção de um ambiente escolar onde a mediação é valorizada cria uma cultura de respeito mútuo e cooperação, onde os alunos se sentem seguros para expressar suas preocupações sem o medo de retaliação.

Essa cultura de respeito é um poderoso fator na redução da violência e no aumento do bem-estar emocional dos alunos, portanto, é importante propor ações estratégicas da equipe pedagógica que atua na Escola de Educação Básica Frei Menandro Kamps, em Três Barras – SC, na mediação de conflitos e diminuição da violência física e psicológica no ambiente escolar para alunos do Ensino Fundamental e Médio.

A mediação de conflitos no ambiente escolar desempenha um papel crucial na diminuição da violência física e psicológica entre os alunos. Ao promover o diálogo, a empatia e a busca por soluções construtivas, a mediação contribui para um ambiente escolar mais harmonioso, onde os conflitos são resolvidos de maneira saudável e as relações interpessoais são fortalecidas.

Investir em programas de mediação e na promoção de habilidades sociais e emocionais dos alunos não só cria um espaço seguro para o aprendizado, mas também prepara os jovens para uma vida adulta mais empática e responsável.

Neste sentido, a justificativa para essa pesquisa se constitui em um construto básico de informações e ações que visem a elaboração de um projeto de intervenção, objetivando melhorias e inovações nas práticas de mediações de conflitos e diminuição da violência no ambiente escolar.

Para que assim seja possível construir um espaço escolar mais propício ao desenvolvimento de perspectivas futuras eficazes, relacionadas ao respeito mútuo, tolerância ao diferente e promoção de uma cultura menos violenta.

O objetivo foi propor um projeto de intervenção pedagógica para melhorar as ações estratégicas da equipe pedagógica que atua na Escola de Educação Básica Frei Menandro Kamps, em Três Barras – SC, na mediação de conflitos e diminuição da violência física e psicológica no ambiente escolar para os alunos do Ensino Fundamental e Médio.

Em resposta ao objetivo proposto pergunta-se: Como a equipe pedagógica da Escola Frei Menandro Kamps, localizada em Três Barras – SC, tem desempenhado seu papel na mediação de conflitos e na redução da violência física e psicológica no ambiente escolar?

O estudo sobre as ações estratégicas da equipe pedagógica da Escola de Educação Básica Frei Menandro Kamps, localizada em Três Barras – SC, na mediação de conflitos e diminuição da violência física e psicológica no ambiente escolar é de extrema importância devido aos desafios crescentes que as instituições de ensino enfrentam para garantir um ambiente seguro e propício ao aprendizado. A violência física e psicológica afeta negativamente o bem-estar dos alunos e prejudica seu desenvolvimento acadêmico e emocional.

A equipe pedagógica tem um papel crucial na criação e implementação de estratégias que visem à prevenção e gestão de conflitos, bem como à redução da violência no ambiente escolar. Este estudo buscará compreender quais ações específicas estão sendo adotadas pela equipe da Escola Frei Menandro Kamps para lidar com essas questões sensíveis.

A partir da análise dessas ações, será possível avaliar a eficácia das estratégias em lidar com conflitos e promover um ambiente escolar mais seguro e saudável. Além disso, a justificativa do estudo reside na possibilidade de compartilhar as melhores práticas e aprendizados obtidos com outras escolas e profissionais da área, contribuindo para a construção de um repertório de abordagens eficazes na promoção da convivência pacífica e no combate à violência nas escolas. Ao investigar as ações adotadas pela equipe pedagógica da Escola Frei Menandro Kamps, este estudo visa contribuir para um ambiente escolar mais positivo, onde os alunos possam se desenvolver de maneira saudável e construtiva.

DEFINIÇÃO DA VIOLÊNCIA

A compreensão sobre o tema se apoia de diferentes formas devido à dificuldade de se chegar a um consenso sobre o que é a violência, por sua multiplicidade de sentidos e do conceito, tornando-se um fenômeno de difícil definição. Dada sua amplitude é uma das principais causas de mortalidade no mundo e considerado problema de saúde pública. A violência é um fenômeno que afeta sobremaneira a sociedade atual, se expressando tanto em atitudes, quanto por atos violentos ocorridos no espaço público ou no doméstico (Moraes, Ribeiro, 2012, p.29).

A palavra violência pode ser entendida, também, como comportamentos transgressores dos valores sociais, culturais, econômicos, políticos e morais de uma sociedade. Entre estes, destaca-se o desrespeito às leis, a prepotência, as crises de raiva causadas por fracassos e frustrações, as mentais, como nas diversas anomalias patológicas, e a desigualdade social. A violência não compreende apenas os crimes, mas todos os efeitos que provoca sobre as pessoas e as regras de convívio social. Ela interfere no tecido social, prejudica a qualidade das relações sociais e corrói a qualidade de vida das pessoas (Miller, 1999, p.55).

          Segundo Bastos, atualmente o termo violência está no centro do dia a dia e ocupa as manchetes dos jornais. É assunto de especial interesse da mídia, pois mais que tudo, assombra as consciências de tal forma que é ameaçadora, recorrente e geradora de um profundo sentimento de insegurança (Bastos, 2015, p.35).

          A Organização Mundial da Saúde OMS (2002) buscou definir a violência como uso intencional de força ou poder, através de ameaça ou agressão real, contra si mesmo, outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade, que resulta ou tem grande probabilidade de resultar em ferimentos, morte, prejuízos psicológicos e problemas de desenvolvimento ou privação.

    A violência está dividida em dois polos: o agressor e a vítima, onde um deles consegue exercer o poder sobre o outro gerando uma relação ligada a atos intensos ou coercitivos praticados sempre que se aja uma necessidade de satisfação de quem detém o poder, ocorrendo uma relação de dominação, sendo sustentada pelo fato de o polo dominador deter formas que a garantam (Bijos, 2004, p.111).

          A violência pode se encontrar em situações consideradas socialmente positivas como na expressão “vou lutar para alcançar meu objetivo”, ou no esporte quando falam “aquele zagueiro deveria ter entrado mais duro no outro jogador”, onde se demonstra várias formas de manifestação de atos violentos que, em alguns casos, não são percebidos (Bastos, 2015, p.3).

MEDIAÇÃO ENTRE PARES E EDUCAÇÃO PARA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

Técnicas alternativas de resolução de disputas (ADR) foram introduzidas no sistema jurídico durante a década de 1960 (Garrard & Lipsey, 2007). A crescente preocupação nacional com a violência juvenil durante a década de 1970 levou a duas respostas paralelas populares das escolas do país que envolviam a instituição de educação para resolução de conflitos (CRE), que envolvia o ensino sobre resolução de conflitos e a adoção de programas de mediação entre pares, onde a resolução de conflitos e estratégias foram postas em prática (Johnson & Johnson, 1996; Van Slyck & Stern, 1991; Winkelspecht, 2007). Ambos os desenvolvimentos de intervenção foram considerados exemplos de uma

abordagem positiva de desenvolvimento juvenil (Garrard & Lipsey, 2007). Educação para resolução de conflitos normalmente envolvia a incorporação de lições sobre conflitos, habilidades de resolução de disputas, e material relacionado em alguma parte do currículo escolar (Garrard & Lipsey, 2007). Iniciativas para o ensino de estratégias de cooperação e resolução de disputas nas escolas teve origem em um programa de não violência iniciado pelos Quaker em 1972 nas escolas da cidade de Nova York (Winkelspecht, 2007).

Mediação entre pares foi basicamente uma mediação realizada por estudantes para estudantes. Envolveu estudantes atuando como terceiro neutro para ajudar seus colegas estudantes a chegar a um acordo mutuamente aceitável para sua disputa discutindo questões e explorando opções de acordo. Como mediação comunitária centros se multiplicaram durante a década de 1980, as escolas recorreram cada vez mais a esses centros para ensinar aos alunos gerenciar conflitos sem depender de adultos. E assim, a mediação entre pares foi introduzida em escolas. Em 2004, os programas de mediação entre pares eram os mais prevalecentes, bem como os mais pesquisou os 15.000 a 20.000 programas de resolução de conflitos baseados em escolas que operam na nação (Winkelspecht, 2007).

Instâncias de envolvimento do governo em programas de mediação entre pares surgiram em 1985. São Francisco e Nova Iorque foram exemplos proeminentes de diferentes formas de estruturar a relação entre escolas e apoio governamental à mediação entre pares (Van Slyck & Stern, 1991). O Programa do Conselho Comunitário de São Francisco adotou uma abordagem consultiva, onde a assistência de treinamento e implementação foi fornecida pela equipe do Programa do Conselho Comunitário, enquanto a administração do programa de mediação entre pares foi deixada a cargo das escolas. Cidade de Nova York, por outro lado, empregou uma abordagem centralizada e sistêmica, com administração e monitoramento de todos programas de mediação entre pares escolares realizados pela SMART – sua Alternativa de Mediadores Escolares Unidade da equipe de resolução (Van Slyck & Stern, 1991). Em 1989, Massachusetts iniciou uma terceira abordagem, que envolveu financiamento de agências governamentais para escolas individuais e parcerias de centros de mediação para executar programas de mediação entre pares.

Durante 20 anos, o Gabinete do Procurador-Geral de Massachusetts, através do seu Centro de Conflitos Estudantis e Programa de Especialistas em Resolução (SCORE), parcerias financiadas entre escolas individuais e locais e centros comunitários para implementar e manter programas escolares de mediação entre pares, onde os alunos receberam treinamento de mediador de centros e depois mediou disputas entre seus colegas estudantes (Haft & Weiss, 1998).

Desde o seu início modesto com dois programas em 1989, Massachusetts a mediação entre pares expandiu-se para vinte e sete programas nos seis anos seguintes. Desde o início, mais de 5.000 estudantes foram treinados por centros de mediação comunitária e mediados mais de 25.000 disputas, alcançando uma taxa de acordo de 97% (iBerkshires.com, 2007, 27 de julho).

Assim, de acordo com pesquisa realizada por DuRant, Barkin e Krowchuk (2001), que usaram um desenho pré-teste-pós-teste, a violência foi reduzida entre os 292 alunos minoritários da sexta série que aprenderam sobre o desenvolvimento de habilidades para comunicação, resolução de conflitos, resolução de problemas, expressão pacífica de raiva, etc. do Conflito Pacífico Currículo de Resolução e Prevenção da Violência e aumentado entre o grupo de controle de 412 estudantes (Jones, 2004).

Embora um programa norueguês de prevenção do bullying envolvendo crianças de oito a dezesseis anos, avaliado por Olweus (1991), diminuiu comportamentos negativos de bullying, brigas, vandalismo, evasão escolar e abuso de álcool na Noruega, um programa americano – Bullying Eliminated do Schools Together (BEST), que incluía módulos sobre empatia e resolução de problemas não foi encontrado por Kaiser-Ulrey (2004) para impactar positivamente a auto-estima, o envolvimento dos pais ou frequência de bullying, vitimização e comportamentos pró-sociais. Evidências fornecidas por vários estudos apoiaram o impacto positivo das intervenções de mediação entre pares em resultados de CRE como aumentar o conhecimento sobre conflitos, as competências de gestão de conflitos e a tomada de perspetivas; reduzindo a incidência de conflitos e comportamentos negativos; e melhorar o clima escolar (Jones, 2004).

A revisão de Jones ressalta a necessidade de pesquisas rigorosas para avaliar o sucesso da variedade de projetos curriculares CRE disponíveis para alcançar seus objetivos em relação a conflitos estudantis e segurança escolar.

Contudo, qualquer avaliação da eficácia do CRE deve ser temperada por advertências relativas à aplicabilidade da intervenção a outras faixas etárias e ambientes institucionais: um aluno e estágio de desenvolvimento pode influenciar sua capacidade de compreender e lidar com conflitos, e o tamanho, estrutura organizacional e cultura da escola podem afetar sua compatibilidade com o programa proposto (Jones, 2004).

A MEDIAÇÃO ENTRE PARES – RESOLUÇÃO DE CONFLITOS E AQUISIÇÃO DE COMPETÊNCIAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

A caracterização da mediação entre pares como educação para a resolução de conflitos por pesquisadores como Jones (2004) e Garrard e Lipsey (2007) baseia-se, em parte, em recursos instrucionais associados à mediação, incluindo mediação entre pares. A formação de mediadores é uma pré-condição para mediação e “programas de mediação entre pares treinam os alunos como terceiros neutros a intervir e auxiliar outros alunos na resolução e gestão de problemas interpessoais e disputas” (Burrell, Zirbel, & Allen, 2003, p. 7).

A mediação entre pares é distinguível de outras Intervenções CRE na medida em que aprender sobre gestão de conflitos é considerado auxiliar para o objetivo explicitamente identificado da mediação de resolução de conflitos por meio de disputas geradas de acordos (Harris, 2005).

Se o CRE visa adquirir conhecimento sobre a resolução de conflitos, os pares a mediação consiste principalmente na aplicação de tal conhecimento para resolver conflitos juvenis (Van Slyck & Stern, 1991).

A mediação, em geral, é um processo voluntário de resolução de conflitos em que um terceiro imparcial – o mediador – ajuda os disputantes a discutir suas questões e a explorar opções para um acordo mútuo de acordo aceitável (Wilkinson, 2001).

Como os disputantes são os tomadores de decisão e os acordos são consensuais, a mediação constitui uma alternativa não adversarial e não autoritária para lidar com conflitos que oferecem benefícios como a resolução de disputas (em nível nacional taxa de acordo de 85%), satisfação substancial das partes e menos danos no relacionamento entre partidos (Wilkinson, 2001; Wissler, 1995).

A mediação entre pares é um subconjunto de mediação baseado na idade em que tanto os disputantes quanto os mediadores são jovens. Eles tendem, em sua maioria, também a ser estudantes uma vez que a mediação entre pares é predominantemente usada em ambientes educacionais. Embora alguns pesquisadores caracterizaram a mediação entre pares em termos de certos tipos de resultados, como não violência ou soluções integrativas, o objetivo expresso da mediação entre pares não difere daquele da mediação geralmente, que é que “o objetivo declarado da mediação é alcançar a resolução do conflito” (Harris, 2005, p. 144).

O componente de aprendizagem da mediação entre pares reside na instrução direta do mediador, treinamento, a experiência de resolução de problemas através da participação na mediação e observação de modelagem de mediadores de comportamentos de resolução de conflitos. Apesar das diferenças entre a definição propósitos de mediação entre pares (resolver conflitos) e CRE (aprender sobre conflitos), expectativas para o sucesso da mediação entre pares identificada por investigadores (por exemplo, Burrell, et al., 2003; Casella, 2000; Haft & Weiss, 1998; Winkelspecht, 2007) e expresso por decisores políticos, escolas e funcionários e outras partes interessadas abrangem resultados educacionais e de redução de conflitos. Em uma escola primária de Massachusetts, por exemplo, “[o] objetivo da mediação entre pares é reduzir conflitos e fornecer às crianças habilidades de resolução de problemas” (Davies, 2004).

Defensores dos pares, a mediação combina este objetivo manifesto com um objetivo adicional: a aquisição da resolução de conflitos e habilidades por meio de treinamento de mediação e aprendizagem observacional. Segundo os pesquisadores, “o objetivo das intervenções entre pares é gerar acordos aceitáveis para todos e desenvolver uma estratégia para lidar com problemas semelhantes no futuro” (Burrell et al., 2003, p. 8).

Promovendo resultados escolares: Diretores como limites

    A violência escolar é uma questão importante para toda a organização escolar, incluindo professores, funcionários e alunos (Povedono et al., 2015).

          A violência escolar refere-se a vários tipos de violência e comportamento perturbador entre os alunos. A violência escolar também se refere a comportamentos como abuso verbal, bem como intimidação e ameaças do tipo que pode prejudicar emocionalmente e ferir os sentimentos dos outros (Blaya, 2003).

É indispensável que diretores e professores sejam preparados para lidar com os “diferentes”- quer no ensino, quer na avaliação, quer na relação; que sejam instrumentalizados para identificar o conflito antes do seu surgimento e preparados para mediar o conflito quando de seu estabelecimento. A mediação de conflito seria semelhante à figura da “terceira pessoa” que é capaz de entender os dois lados conflitados e conduzir a discussão para que percebam um o entendimento do outro (Chrispino e Chrispino, 2002).

          A violência escolar pode afetar as escolas de diversas maneiras. Em primeiro lugar, a violência escolar pode ser prejudicial ao desempenho dos alunos e ao clima escolar geral, reduzindo a motivação dos alunos e causando um aumento no absentismo dos alunos (Olweus e Breivik, 2014).

          Segundo, a violência escolar pode reduzir o bem-estar dos alunos, tornando mais difícil fornecer um ensino coerente (Valois et al., 2012).

          A investigação demonstrou que o próprio sistema escolar pode fornecer recursos importantes para lidar com a violência escolar (Espelage e Swearer, 2011). Portanto, partindo do pressuposto de que a escola a violência escolar é um problema sistémico que exige uma abordagem mais holística à segurança escolar, o principal argumento deste estudo é que a extensão do trabalho eficaz ao nível da equipa de gestão tem um impacto significativo na redução da violência escolar. Os SMTs, que geralmente incluem diretores, vice-diretores e outros funcionários-chave, geralmente são responsáveis pelo desempenho geral da escola (Bush e Glover, 2014). Os SMTs são ainda mais importantes para os diretores à luz do aumento ênfase na melhoria das práticas gerenciais e pedagógicas em um ambiente educacional altamente focado no desempenho dos alunos (Leithwood, 2016).

          Os SMTs são responsáveis por uma ampla variedade de assuntos, incluindo currículo, programação, alocação de recursos humanos e coordenação de intervenções estudantis envolvendo questões emocionais, cognitivas, comportamentais e outras (Benoliel, 2017; Wallace, 2002).

MEDIAÇÃO DE CONFLITOS NO AMBIENTE ESCOLAR

A mediação de conflitos e diminuição da violência no ambiente escolar, nem sempre foi ou é uma tarefa fácil. Na atualidade, com o aumento de diversos tipos de intolerâncias, preconceitos, desinformação, fakenews; um tanto quanto já superadas; o desafio de projetar e desenvolver ações estratégicas melhores e mais eficazes, para a mediação de conflitos e diminuição da violência no ambiente escolar,  parece ser uma tarefa árdua, mas de suma importância para a volta de uma escola e de uma educação que promova um ambiente de ensino e aprendizagem mais harmônico, tolerante, colaborativo e cooperativo (Fernandes, 2017).

É de extrema relevância construir pontes consensuais mínimas, para uma boa convivência escolar. Faz-se necessário a construção e constituição de ações individuas e coletivas que auxiliem a escola a diminuir os vários tipos de violências que assolam esse importante espaço de ensino e aprendizagem e de relações de convivência social. De acordo Rosenberg (2019) os profissionais da educação; juntamente com os organismos da escola e conselhos comunitários clamam por ajuda e formas que ajudem amenizar ou solucionar toda essa problemática.

A Educação e a Escola, ainda são um dos poucos caminhos e lugares que é possível vislumbrar uma sociedade melhor, mais fraterna e humana. Entretanto, parece um pouco assustador o aumento de violências emocionais, psicológicas e físicas no ambiente escolar ao longo dos últimos anos (Dias, 2012).

Planejar ações, elaborar projetos de intervenção, criar procedimentos diferenciados, inovar e melhorar ações estratégicas; a luz de referenciais teóricos e boas práticas educativas, ainda são uma das melhores formas de ajudar a escola e os profissionais que nela atuam, a construir melhores maneiras de mediar os conflitos e diminuir a violência no ambiente escolar (Pimenta & Incrocci, 2018).

METODOLOGIA

O enfoque metodológico adotado nesta estudo é o qualitativo. A escolha por esta abordage se baseia em autores renomados de metodologia de pesquisa, como Gerhardt & Silveira (2009), que destacam a adequação desse enfoque quando o objetivo é explorar fenômenos complexos, compreender perspectivas subjetivas e contextualizar o significado das experiências humanas.

O enfoque metodológico adotado para esta pesquisa será qualitativo. A pesquisa qualitativa é apropriada para explorar questões complexas e compreender fenômenos em profundidade, o que é essencial para investigar a mediação de conflitos e a diminuição da violência física e psicológica no ambiente escolar.

A justificação para a escolha do enfoque qualitativo se baseia nos processos e natureza do tema em questão. No contexto da Escola de Educação Básica Frei Menandro Kamps, a compreensão das dinâmicas dos conflitos, das interações entre os alunos e da manifestação da violência requer uma abordagem que vá além dos números e estatísticas. A pesquisa qualitativa permitirá explorar os sentimentos, as percepções e os contextos subjacentes que influenciam as ações da equipe pedagógica e dos alunos.

Dentro dessa abordagem, serão realizadas observações participantes, entrevistas com professores. Esses métodos permitirão capturar as narrativas e as perspectivas dos participantes, assim como compreender as práticas atuais de mediação de conflitos e ações de prevenção da violência. A análise dos dados qualitativos seguirá uma abordagem interpretativa, buscando identificar padrões, tendências e insights relevantes que possam informar a proposta de intervenção pedagógica.

O projeto de pesquisa-ação-participação proposto é de natureza aplicada, com objetivos exploratórios e descritivos, abordagem qualitativa e uma combinação de métodos, incluindo observações participantes, entrevistas e análise de documentos. A estratégia central será a pesquisa-ação, visando à melhoria das ações pedagógicas de mediação de conflitos e prevenção da violência na escola.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conhecimento das professoras sobre a temática apresentada

Das cinco professoras entrevistadas na Escola de Educação Básica Frei Menandro Kamps, todas demonstraram um profundo entendimento dos desafios enfrentados na mediação de conflitos entre os alunos na escola. Elas destacaram a diversidade de personalidades e backgrounds dos alunos como um dos principais obstáculos nesse processo. No entanto, todas enfatizaram a importância de estratégias eficazes, como a promoção da empatia, comunicação aberta e ensino de habilidades de resolução de conflitos, para lidar com esses desafios de maneira eficaz.

Quanto à cultura escolar em relação à prevenção da violência, todas as professoras reconheceram sua importância fundamental na criação de um ambiente mais seguro. Elas apontaram que políticas mais abrangentes e práticas que promovam a conscientização, como palestras e atividades extracurriculares focadas em valores, podem ser aprimoradas para alcançar esse objetivo.

Principais desafios enfrentados na mediação de conflitos entre alunos na escola:

Dos desafios relatados pelos professores, destaca-se a diversidade de personalidades e backgrounds dos alunos, que pode tornar a mediação de conflitos complexa. Estratégias eficazes incluem a promoção da empatia, comunicação aberta e o ensino de habilidades de resolução de conflitos.

Há uma fala de uma das professoras entrevistadas neste sentido:

Como professora, considero que os principais desafios na mediação de conflitos entre alunos na escola envolvem a diversidade de personalidades e backgrounds. Estratégias eficazes incluem a promoção de um ambiente aberto à comunicação, incentivo ao diálogo e ensino de habilidades de resolução de conflitos. Implementar programas de educação emocional também pode ser benéfico (Professora 1, 2024).

A mediação de conflitos entre alunos na escola representa um dos desafios mais significativos enfrentados pelos professores em seu dia a dia. Uma das questões mais marcantes é a diversidade de personalidades e backgrounds dos alunos, que pode tornar essa mediação uma tarefa complexa e multifacetada. Cada aluno traz consigo suas próprias experiências, valores, e formas de expressão, o que pode resultar em conflitos originados por mal-entendidos, diferenças culturais, ou simplesmente divergências de opinião.

Na opinião de outra professora entrevistada:

Na minha perspectiva como professora, os principais desafios na mediação de conflitos entre alunos na escola envolvem a diversidade de personalidades e a falta de habilidades sociais. Para lidar com esses desafios, considero fundamental promover a empatia e a comunicação eficaz. Estratégias como círculos de diálogo e projetos colaborativos podem ser eficazes na construção de um ambiente mais harmonioso (Professora 2, 2024).

Nesse contexto, estratégias eficazes de mediação se mostram essenciais para promover um ambiente escolar harmonioso e produtivo. A promoção da empatia emerge como uma abordagem fundamental, permitindo que os alunos compreendam e se coloquem no lugar do outro, desenvolvendo assim a capacidade de considerar perspectivas diversas. Além disso, a comunicação aberta e honesta é uma ferramenta poderosa na resolução de conflitos, pois permite que os alunos expressem seus sentimentos e preocupações de forma construtiva, facilitando o entendimento mútuo e a busca por soluções colaborativas.

A escola pode ajudar a prevenir conflitos ao investir em programas de educação socioemocional, promovendo a cultura da paz e realizando atividades que fortaleçam os laços entre os alunos. Estratégias preventivas, como a resolução colaborativa de problemas, também são eficazes (Professora 3, 2024).

Outro aspecto crucial na mediação de conflitos é o ensino de habilidades de resolução de conflitos. Isso envolve capacitar os alunos a identificar as causas subjacentes dos conflitos, a comunicar suas necessidades de forma clara e assertiva, e a buscar soluções que levem em consideração o bem-estar de todos os envolvidos. Ao fornecer aos alunos as ferramentas necessárias para lidar com os conflitos de maneira construtiva, os professores contribuem não apenas para a resolução imediata dos problemas, mas também para o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais fundamentais para a vida adulta.

Outra professora entrevistada mencionou:

Acredito que os alunos desempenham um papel crucial na promoção da segurança escolar. Incentivar a formação de grupos de alunos mediadores, promover atividades de construção de equipe e dar-lhes responsabilidades na criação de um ambiente escolar positivo são estratégias eficazes (Professora 4, 2024).

Diante desses desafios, é importante que os professores adotem uma abordagem proativa e holística na mediação de conflitos. Isso significa não apenas intervir quando os conflitos surgem, mas também trabalhar preventivamente para criar um ambiente escolar que promova a compreensão, o respeito mútuo, e a resolução pacífica de conflitos. Essa abordagem envolve a implementação de programas de educação socioemocional, a promoção de atividades que incentivem a cooperação e o trabalho em equipe, e a criação de oportunidades para discussões abertas sobre valores e ética.

Ao enfrentar os desafios da mediação de conflitos na escola, os professores desempenham um papel fundamental na promoção de um ambiente escolar seguro, inclusivo, e propício ao aprendizado. Com estratégias eficazes de mediação e um compromisso firme com o desenvolvimento socioemocional dos alunos, é possível transformar os conflitos em oportunidades de crescimento e aprendizado, preparando assim os alunos para enfrentar os desafios do mundo real com resiliência e empatia.

Estratégias que são eficazes para lidar com esses desafios:

As estratégias eficazes destacadas pelas professoras envolvem a promoção da empatia, comunicação aberta e ensino de habilidades de resolução de conflitos. Além disso, programas de formação em mediação de conflitos e prevenção da violência foram considerados valiosos para capacitar os educadores a lidar com situações delicadas.

Para lidar com os desafios da mediação de conflitos entre alunos na escola, as professoras destacaram uma série de estratégias eficazes, fundamentais para promover um ambiente escolar mais harmonioso e colaborativo. Entre essas estratégias, a promoção da empatia emerge como uma das mais importantes. Ao incentivar os alunos a se colocarem no lugar do outro e a considerarem as perspectivas alheias, os professores criam uma cultura de compreensão e respeito mútuo, reduzindo assim a incidência de conflitos decorrentes de mal-entendidos ou preconceitos.

Outra estratégia fundamental é a promoção da comunicação aberta e honesta. Ao encorajar os alunos a expressarem seus sentimentos e preocupações de forma construtiva, os professores facilitam o diálogo e a busca por soluções colaborativas para os conflitos. Essa abordagem não apenas ajuda a resolver os conflitos existentes, mas também fortalece as habilidades de comunicação dos alunos, preparando-os para enfrentar desafios futuros de maneira mais eficaz.

Diante do contexto outra professora menciona que:

A cultura escolar em relação à prevenção da violência é um aspecto crucial. Acredito que políticas mais abrangentes e práticas que promovam a conscientização, como palestras e atividades extracurriculares focadas em valores, podem ser aprimoradas para criar um ambiente mais seguro e respeitoso (Professora 2, 2024).

Além disso, o ensino de habilidades de resolução de conflitos é uma estratégia essencial para lidar com os desafios da mediação escolar. Ao fornecer aos alunos as ferramentas necessárias para identificar as causas dos conflitos, comunicar suas necessidades de forma clara e buscar soluções mutuamente satisfatórias, os professores capacitam os alunos a resolverem os conflitos de forma independente e construtiva.

Um recurso adicional mencionado pelas professoras são os programas de formação em mediação de conflitos e prevenção da violência. Participar desses programas proporciona aos educadores as habilidades e conhecimentos necessários para lidar com situações delicadas de forma eficaz, além de oferecer estratégias e recursos para promover um ambiente escolar seguro e acolhedor.

Como educadora, percebo que a mediação de conflitos entre alunos na escola enfrenta desafios decorrentes da diversidade de personalidades e experiências. Estratégias eficazes envolvem a promoção de um ambiente empático, a implementação de programas de resolução de conflitos e o incentivo à comunicação aberta para construir relacionamentos saudáveis entre os estudantes (Professora 5, 2024).

A combinação de promoção da empatia, comunicação aberta, ensino de habilidades de resolução de conflitos e participação em programas de formação em mediação e prevenção da violência

A cultura escolar em relação à prevenção da violência:

A cultura escolar em relação à prevenção da violência é fundamental para criar um ambiente mais seguro. Políticas mais abrangentes e práticas que promovam a conscientização, como palestras e atividades extracurriculares focadas em valores, podem ser aprimoradas para criar um ambiente mais seguro e respeitoso.

A cultura escolar em relação à prevenção da violência desempenha um papel fundamental na criação de um ambiente escolar seguro e acolhedor. É essencial que as escolas adotem políticas e práticas abrangentes que promovam a conscientização e o respeito mútuo entre os alunos, bem como estratégias específicas para prevenir a ocorrência de violência.

Das professoras entrevistas observou-se a seguinte fala:

Percebo a cultura escolar em relação à prevenção da violência como um aspecto fundamental. Para melhorar, acredito que é necessário fortalecer a supervisão em áreas críticas, implementar medidas preventivas, como campanhas educativas, e envolver os alunos em discussões abertas sobre respeito e convivência pacífica (Professora 3, 2024).

Um aspecto crucial para promover uma cultura escolar de prevenção da violência é o desenvolvimento e implementação de políticas claras e abrangentes que estabeleçam normas de conduta e delineiem as consequências para comportamentos violentos ou prejudiciais. Essas políticas devem ser comunicadas de forma clara e consistente a toda a comunidade escolar, garantindo que todos os alunos, professores e funcionários compreendam as expectativas de comportamento e saibam como agir em caso de violação dessas normas.

Além das políticas formais, é importante que as escolas promovam a conscientização sobre questões relacionadas à violência, por meio de palestras, workshops e atividades extracurriculares focadas em valores como respeito, tolerância e empatia. Essas iniciativas não apenas educam os alunos sobre os impactos negativos da violência, mas também os capacitam a reconhecer e intervir em situações de conflito de forma construtiva. Diante deste contexto, uma das cinco professoras entrevistadas cita que:

Percebo a cultura escolar em relação à prevenção da violência como um componente crucial do ambiente educacional. Para aprimorar essa cultura, proponho a implementação de programas educativos sobre prevenção, a criação de comitês de prevenção e a inclusão de temas relacionados ao respeito e à tolerância no currículo escolar (Professora 4, 2024).

Outro aspecto importante da cultura escolar em relação à prevenção da violência é a criação de um ambiente escolar que promova o diálogo aberto e o apoio mútuo entre os alunos. Isso pode ser alcançado por meio da implementação de programas de mentoria entre alunos, grupos de apoio e atividades que incentivem a cooperação e o trabalho em equipe. Ao promover um senso de comunidade e pertencimento, as escolas podem reduzir a incidência de comportamentos violentos e criar um ambiente onde todos se sintam seguros e respeitados.

A cultura escolar em relação à prevenção da violência desempenha um papel crucial na criação de um ambiente escolar seguro e positivo. Ao desenvolver políticas e práticas que promovam a conscientização, o respeito mútuo e o apoio entre os alunos, as escolas podem criar um ambiente propício ao aprendizado e ao desenvolvimento pessoal, onde todos os alunos tenham a oportunidade de prosperar e alcançar seu pleno potencial.

Políticas ou práticas específicas podem ser melhoradas para criar um ambiente mais seguro:

Políticas mais abrangentes e práticas que promovam a conscientização, como palestras e atividades extracurriculares focadas em valores, podem ser aprimoradas para criar um ambiente mais seguro e respeitoso.

Na fala da segunda professora entrevistada:

A escola pode contribuir para prevenir conflitos por meio da implementação de programas de educação socioemocional, incentivando a comunicação aberta, e promovendo atividades que fortaleçam os laços entre os alunos, criando um ambiente mais cooperativo e harmonioso (Professora 3, 2024).

Para criar um ambiente escolar mais seguro e respeitoso, algumas políticas ou práticas específicas podem ser aprimoradas. Embora as palestras e atividades extracurriculares focadas em valores sejam passos positivos, há várias maneiras de melhorar ainda mais essas iniciativas:

Implementação de programas de mentoria: Estabelecer programas de mentoria entre alunos mais velhos e mais novos pode promover um senso de responsabilidade e apoio mútuo. Alunos mais experientes podem orientar seus colegas mais jovens, ajudando a prevenir situações de bullying e oferecendo apoio emocional quando necessário.

Criação de um sistema de suporte emocional: Oferecer recursos de apoio emocional, como conselheiros escolares ou grupos de apoio, pode ajudar os alunos a lidar com problemas pessoais que podem levar a comportamentos violentos. Garantir que os alunos tenham acesso a assistência quando precisarem pode ser fundamental para criar um ambiente escolar mais seguro e acolhedor.

Desenvolvimento de programas de resolução de conflitos: Implementar programas estruturados de resolução de conflitos, como mediação entre pares ou círculos de diálogo, pode fornecer aos alunos as habilidades necessárias para resolverem disputas de forma construtiva e pacífica. Essas iniciativas não apenas ajudam a prevenir a violência, mas também promovem um senso de comunidade e compreensão mútua entre os alunos.

Fortalecimento da parceria escola-comunidade: Envolver ativamente pais, membros da comunidade e outras partes interessadas na promoção de um ambiente escolar seguro pode ser crucial. Organizar eventos, workshops e atividades que envolvam a comunidade pode aumentar o apoio à escola e fornecer recursos adicionais para promover a segurança e o bem-estar dos alunos.

Avaliação e revisão contínuas: É importante que as políticas e práticas de segurança da escola sejam revisadas e atualizadas regularmente com base no feedback dos alunos, pais e funcionários. Uma abordagem contínua de avaliação e melhoria pode garantir que a escola esteja sempre adaptando suas estratégias para atender às necessidades em constante mudança da comunidade escolar.

Neste sentido a fala de uma das professoras:

A escola pode contribuir para a prevenção de conflitos através da implementação de programas de mediação entre alunos, promoção de atividades que incentivem a cooperação, e estabelecimento de canais de comunicação abertos para abordar preocupações dos estudantes (Professora 1, 2024).

Ao implementar essas políticas e práticas aprimoradas, as escolas podem criar um ambiente mais seguro e acolhedor, onde os alunos se sintam protegidos, apoiados e capazes de prosperar acadêmica e emocionalmente.

Participação de programas de formação ou treinamento em mediação de conflitos e prevenção da violência:

A participação em programas de formação em mediação de conflitos e prevenção da violência foi considerada uma experiência enriquecedora pelos professores. Tais programas são essenciais para aprimorar as habilidades dos professores na gestão de conflitos, proporcionando um ambiente escolar mais saudável.

A participação em programas de formação em mediação de conflitos e prevenção da violência foi uma experiência altamente valorizada pelos professores. Estes programas foram considerados essenciais para o aprimoramento das habilidades necessárias para gerir conflitos de forma eficaz, contribuindo assim para a promoção de um ambiente escolar mais saudável e harmonioso. Nas palavras de uma das cinco professoras entrevistadas:

Participei de programas de prevenção da violência na escola e considero que foram experiências enriquecedoras. Esses programas são essenciais para criar uma consciência coletiva sobre a importância da segurança escolar e para fornecer ferramentas práticas aos educadores (Professora 2, 2024).

Durante esses programas de formação, os professores tiveram a oportunidade de adquirir conhecimentos teóricos e práticos sobre estratégias de mediação de conflitos, técnicas de resolução pacífica de disputas e métodos de prevenção da violência. Além disso, puderam compartilhar experiências e melhores práticas com outros educadores, enriquecendo assim seu repertório de habilidades e recursos para lidar com situações desafiadoras no ambiente escolar.

Neste contexto outra pessoa cita que:

Participei de programas de prevenção da violência na escola e considero que foram experiências enriquecedoras. Esses programas são fundamentais para sensibilizar os educadores sobre questões de segurança e promover um ambiente escolar mais consciente (Professora 5, 2024).

Um aspecto especialmente valorizado pelos professores foi a ênfase na abordagem proativa e preventiva da violência. Ao invés de simplesmente reagir a incidentes após sua ocorrência, os programas de formação enfatizaram a importância de identificar e intervir precocemente em situações de conflito, promovendo assim um clima escolar mais seguro e acolhedor para todos os alunos e membros da comunidade escolar.

Além disso, os programas de formação também abordaram questões relacionadas à promoção da cultura da paz, da empatia e do respeito mútuo no ambiente escolar. Os professores foram capacitados a desenvolver atividades e iniciativas que promovam valores positivos e comportamentos prossociais entre os alunos, contribuindo para a construção de uma comunidade escolar mais coesa e solidária.

Outro aspecto valorizado pelos professores foi a oportunidade de receber feedback e orientação personalizados durante os programas de formação. Através de sessões de coaching e supervisão, os educadores puderam refletir sobre suas práticas pedagógicas, identificar áreas de melhoria e desenvolver planos de ação específicos para promover um ambiente escolar mais seguro e inclusivo.

A participação em programas de formação em mediação de conflitos e prevenção da violência foi uma experiência extremamente positiva para os professores. Esses programas não apenas capacitaram os educadores com as habilidades e conhecimentos necessários para lidar eficazmente com situações desafiadoras no ambiente escolar, mas também promoveram uma cultura de paz, empatia e respeito mútuo entre todos os membros da comunidade escolar.

Experiência:

A experiência de participar de programas de formação em mediação de conflitos e prevenção da violência foi positiva, proporcionando ferramentas valiosas para lidar com situações delicadas.

A experiência de participar de programas de formação em mediação de conflitos e prevenção da violência foi extremamente positiva para os professores. Esses programas proporcionaram uma série de ferramentas valiosas que contribuíram significativamente para lidar com situações delicadas no ambiente escolar.

Durante os programas de formação, os professores tiveram a oportunidade de adquirir conhecimentos teóricos sólidos sobre os princípios da mediação de conflitos e as melhores práticas para prevenir e intervir em situações de violência. Eles também foram expostos a uma variedade de estratégias e técnicas práticas que os capacitaram a abordar eficazmente os conflitos e promover um clima de paz e respeito na escola.

Observou-se em uma das falas:

Participei de programas de prevenção da violência na escola e considero que foram experiências enriquecedoras. Esses programas são essenciais para criar uma consciência coletiva sobre a importância da segurança escolar e para fornecer ferramentas práticas aos educadores (Professora 4, 2024).

Além disso, os programas de formação forneceram aos professores um espaço seguro e colaborativo para compartilhar experiências, desafios e sucessos uns com os outros. Essa troca de conhecimento e experiência foi enriquecedora e permitiu que os educadores se sentissem apoiados e capacitados para enfrentar os desafios do ambiente escolar.

Outro aspecto positivo da experiência foi a oportunidade de receber feedback e orientação de facilitadores experientes e especialistas no campo da mediação de conflitos e prevenção da violência. Esse suporte individualizado ajudou os professores a refletir sobre suas práticas pedagógicas, identificar áreas de melhoria e desenvolver planos de ação concretos para promover um ambiente escolar mais seguro e inclusivo.

Além disso, os programas de formação também enfatizaram a importância da autorreflexão e do desenvolvimento profissional contínuo. Os professores foram incentivados a continuar aprendendo e aprimorando suas habilidades ao longo do tempo, garantindo assim que pudessem permanecer eficazes e atualizados em suas práticas de mediação de conflitos e prevenção da violência.

Outra professora menciona sua formação:

Participei de programas de formação em mediação de conflitos e prevenção da violência, e a experiência foi enriquecedora. Tais programas são essenciais para aprimorar as habilidades dos professores na gestão de conflitos, proporcionando um ambiente escolar mais seguro e colaborativo (Professora 1, 2024).

A experiência de participar de programas de formação em mediação de conflitos e prevenção da violência foi extremamente valiosa para os professores. Esses programas não apenas os capacitaram com as ferramentas e conhecimentos necessários para lidar eficazmente com situações delicadas no ambiente escolar, mas também os incentivaram a continuar crescendo e se desenvolvendo como educadores comprometidos com a criação de um ambiente escolar seguro, acolhedor e inclusivo para todos.

Como a escola pode promover uma maior participação dos pais na prevenção da violência e na mediação de conflitos:

Para promover a participação dos pais na prevenção da violência, a escola pode realizar reuniões regulares, oferecer workshops sobre estratégias parentais eficazes e criar espaços para o diálogo aberto entre pais, professores e alunos.

Observa-se na fala de uma das professoras:

O envolvimento dos pais é crucial na prevenção da violência. Sugeriria a criação de grupos de pais para discutir estratégias de prevenção, a realização de eventos educativos para os pais e a promoção de uma comunicação aberta para garantir uma colaboração construtiva entre escola e família (Professora 4, 2024).

Para promover uma maior participação dos pais na prevenção da violência e na mediação de conflitos, a escola pode implementar uma série de estratégias que visem envolver ativamente os pais na comunidade escolar e incentivá-los a desempenhar um papel ativo na promoção de um ambiente escolar seguro e acolhedor.

Na fala de uma das professoras:

A escola pode ajudar a prevenir conflitos ao investir em programas de educação socioemocional, promovendo a empatia e oferecendo recursos para lidar com questões emocionais. Além disso, a criação de um código de conduta claro e a implementação de práticas de resolução de conflitos são fundamentais (Professora 2, 2024).

Uma das formas mais eficazes de promover a participação dos pais é através da realização de reuniões regulares, onde questões relacionadas à segurança escolar e prevenção da violência possam ser discutidas abertamente. Essas reuniões proporcionam um espaço para os pais expressarem suas preocupações, compartilharem suas ideias e colaborarem com os professores e administradores escolares na identificação de estratégias e soluções eficazes para lidar com questões de segurança.

Além disso, a escola pode oferecer workshops e sessões de capacitação para os pais sobre estratégias parentais eficazes para prevenir a violência e promover um ambiente de respeito e colaboração entre os alunos. Esses workshops podem abordar temas como comunicação positiva, resolução de conflitos e o papel dos pais na promoção de comportamentos saudáveis e respeitosos entre os filhos.

Neste sentido, outra professora cita que:

Enxergo o envolvimento dos pais na escola como vital para a prevenção da violência. Sugiro a criação de fóruns de discussão, a promoção de atividades educativas para os pais, e o estímulo à participação ativa em iniciativas escolares que visem à criação de um ambiente seguro e acolhedor (Professora 4, 2024).

Outra maneira importante de envolver os pais é criar espaços para o diálogo aberto e a colaboração entre pais, professores e alunos. Isso pode incluir a organização de eventos familiares, como cafés da manhã ou noites de jogos, onde os pais possam interagir informalmente com os educadores e outros pais para discutir questões relacionadas à segurança escolar e prevenção da violência.

Outra professora entrevistada apresenta sua fala:

O envolvimento dos pais é crucial para a prevenção da violência. Sugiro a criação de comitês de pais para discutir estratégias de prevenção, a organização de eventos educativos e a promoção de uma parceria ativa entre escola e família para garantir um ambiente seguro e saudável (Professora 2, 2024).

Além disso, a escola pode estabelecer canais de comunicação abertos e acessíveis para os pais, como grupos de discussão online ou páginas de mídia social dedicadas à comunidade escolar. Isso permite que os pais se mantenham informados sobre as iniciativas e programas de prevenção da violência da escola e ofereçam feedback e sugestões para melhorar essas iniciativas.

É importante que a escola reconheça e valorize o papel dos pais como parceiros essenciais na promoção de um ambiente escolar seguro e acolhedor. Ao criar oportunidades significativas para a participação dos pais e envolvê-los ativamente no processo de prevenção da violência e mediação de conflitos, a escola pode fortalecer sua comunidade escolar e garantir que todos os alunos se sintam seguros, respeitados e apoiados em seu ambiente de aprendizagem.

Ações específicas recomendadas:

Recomenda-se estabelecer parcerias através de reuniões regulares, oferecer workshops sobre estratégias parentais eficazes e criar espaços para o diálogo aberto entre pais, professores e alunos.

Algumas ações específicas recomendadas para promover uma maior participação dos pais na prevenção da violência e na mediação de conflitos:

Realização de Reuniões Regulares: Agendar reuniões periódicas com os pais para discutir questões relacionadas à segurança escolar, prevenção da violência e estratégias de mediação de conflitos. Essas reuniões proporcionam um espaço para os pais expressarem suas preocupações, compartilharem experiências e colaborarem com os educadores na busca de soluções eficazes.

Oferta de Workshops sobre Estratégias Parentais: Organizar workshops e sessões de capacitação para os pais, abordando temas como comunicação positiva, resolução de conflitos e o papel dos pais na promoção de um ambiente escolar seguro e respeitoso. Esses workshops fornecem aos pais as ferramentas e habilidades necessárias para lidar com situações desafiadoras e apoiar seus filhos de maneira eficaz.

Uma das professoras menciona que:

Acredito no papel ativo dos alunos na mediação de conflitos. Incentivar a formação de líderes estudantis responsáveis pela promoção de valores e resolução pacífica de disputas contribui para criar uma comunidade escolar mais coesa (Professora 1, 2024).

Criação de Espaços para o Diálogo Aberto: Estabelecer espaços para o diálogo aberto e a colaboração entre pais, professores e alunos, como cafés da manhã familiares, noites de jogos ou fóruns online. Esses espaços permitem que os pais se envolvam ativamente na comunidade escolar, compartilhem ideias e ofereçam suporte mútuo na promoção de um ambiente escolar seguro e acolhedor.

Estabelecimento de Canais de Comunicação: Criar canais de comunicação abertos e acessíveis para os pais, como grupos de discussão online, páginas de mídia social ou boletins informativos da escola. Esses canais permitem que os pais se mantenham informados sobre as iniciativas e programas de prevenção da violência da escola e ofereçam feedback e sugestões para melhorar essas iniciativas.

Uma das professoras expôs em sua fala que:

Acredito que os alunos desempenham um papel significativo na mediação de conflitos. Incentivar a criação de comitês estudantis para discutir questões de convivência, promover a empatia e a diversidade, e oferecer ferramentas para a resolução pacífica de disputas são estratégias valiosas (Professora 2, 2024).

Ao implementar essas ações específicas, a escola pode promover uma maior participação dos pais na prevenção da violência e na mediação de conflitos, fortalecendo assim a comunidade escolar e garantindo um ambiente seguro e acolhedor para todos os alunos.

O papel dos alunos no combate à violência e na promoção de um ambiente escolar mais seguro:

Os alunos desempenham um papel crucial na promoção de um ambiente escolar seguro. Incentivar a formação de grupos de alunos mediadores, promover atividades de construção de equipe e dar-lhes responsabilidades na criação de um ambiente escolar positivo são estratégias eficazes.

Uma das cinco professoras ressaltou que:

Acredito no papel ativo dos alunos na promoção de um ambiente escolar seguro. Incentivar a formação de clubes ou grupos de alunos focados na resolução pacífica de conflitos, além de envolvê-los em iniciativas educativas e de conscientização, pode empoderar os estudantes como agentes de mudança positiva (Professora 3, 2024).

Os alunos desempenham um papel fundamental no combate à violência e na promoção de um ambiente escolar seguro. Sua participação ativa é essencial para criar uma comunidade escolar coesa e harmoniosa.

Formação de Grupos de Alunos Mediadores: Incentivar a formação de grupos de alunos mediadores, compostos por estudantes engajados e comprometidos com a promoção da paz e da resolução pacífica de conflitos. Esses grupos podem ser treinados em técnicas de mediação e comunicação eficaz, e podem atuar como intermediários em situações de conflito entre os colegas.

Neste sentido, uma das professoras cita que:

Acredito no papel ativo dos alunos na mediação de conflitos. Incentivar a formação de conselhos estudantis, onde os alunos possam expressar suas preocupações e propor soluções, é uma maneira eficaz de envolvê-los na construção de um ambiente escolar mais harmonioso (Professora 1, 2024).

Promoção de Atividades de Construção de Equipe: Organizar atividades extracurriculares e eventos escolares que promovam a construção de equipe, o respeito mútuo e a colaboração entre os alunos. Isso inclui atividades esportivas, projetos de voluntariado, clubes estudantis e iniciativas artísticas que incentivem a cooperação e o trabalho em equipe.

Responsabilidades na Criação de um Ambiente Escolar Positivo: Dar aos alunos responsabilidades na criação e manutenção de um ambiente escolar positivo e acolhedor. Isso pode incluir liderança em campanhas de conscientização sobre bullying, participação ativa em comitês escolares dedicados à segurança e ao bem-estar dos alunos, e colaboração na elaboração de políticas escolares que promovam a inclusão e o respeito.

Envolvimento em Programas de Mentoria: Estabelecer programas de mentoria entre os próprios alunos, onde estudantes mais velhos orientam e apoiam os mais novos. Essa prática não apenas promove a solidariedade e o apoio entre os colegas, mas também oferece uma oportunidade para os alunos desenvolverem habilidades de liderança e empatia.

Participação em Iniciativas de Conscientização: Envolver os alunos em iniciativas de conscientização sobre temas relevantes, como prevenção do bullying, promoção da diversidade e inclusão, e respeito pelos direitos humanos. Os alunos podem liderar campanhas, eventos ou projetos que abordem essas questões de maneira educativa e impactante.

De acordo com uma das cinco professoras entrevistadas:

Acredito que os alunos têm um papel ativo na promoção de um ambiente escolar seguro. Encorajo a criação de clubes estudantis focados em valores como respeito, diversidade e empatia. Além disso, estratégias de mentoramento entre alunos podem ser implementadas para fortalecer os laços entre os estudantes (Professora 4, 2024).

Ao incentivar e capacitar os alunos a desempenharem um papel ativo no combate à violência e na promoção de um ambiente escolar mais seguro, a escola não apenas fortalece a comunidade estudantil, mas também cultiva valores fundamentais de cidadania, respeito e responsabilidade mútua.

Como os alunos podem ser envolvidos ativamente nesse processo:

Os alunos podem ser envolvidos ativamente na promoção de um ambiente escolar seguro através da formação de grupos de alunos mediadores, participação em atividades de construção de equipe e assumindo responsabilidades na criação de um ambiente escolar positivo.

Para envolver os alunos ativamente no processo de promoção de um ambiente escolar seguro, é essencial oferecer oportunidades significativas de participação e liderança.

Formação de Grupos de Alunos Mediadores: Incentivar a formação de grupos de alunos mediadores, onde os próprios estudantes recebem treinamento em habilidades de resolução de conflitos e mediação. Esses grupos podem ajudar a resolver disputas entre colegas, promover a comunicação positiva e criar um clima de respeito e colaboração na escola.

Em relação à segurança e ao ambiente escolar, busco criar um espaço onde os alunos se sintam protegidos. Embora tenha testemunhado situações de conflito, busco abordá-las com empatia, oferecendo suporte emocional e implementando estratégias preventivas (Professora 5, 2024).

Participação em Atividades de Construção de Equipe: Organizar atividades de construção de equipe, como projetos colaborativos, jogos cooperativos e eventos esportivos, que incentivem os alunos a trabalhar juntos, desenvolver habilidades de trabalho em equipe e construir relacionamentos positivos.

Responsabilidades na Criação de um Ambiente Escolar Positivo: Conceder aos alunos responsabilidades tangíveis na criação de um ambiente escolar positivo, como liderança em clubes estudantis, representação em conselhos estudantis ou participação em iniciativas de serviço à comunidade. Isso não apenas empodera os alunos, mas também os torna parte ativa na construção de uma cultura escolar segura e inclusiva.

Projeto de Intervenção Pedagógica: Construindo um Ambiente Escolar Pacífico na Escola Frei Menandro Kamps, Três Barras – SC

Introdução:

O projeto de intervenção pedagógica proposto tem como objetivo aprimorar as ações estratégicas da equipe pedagógica da Escola de Educação Básica Frei Menandro Kamps na mediação de conflitos e na redução da violência física e psicológica no ambiente escolar, com foco nos alunos do Ensino Fundamental e Médio. A proposta busca fortalecer a cultura de paz, promover a resolução construtiva de conflitos e criar um ambiente propício ao aprendizado e ao bem-estar dos estudantes.

Resultados do projeto

Durante uma semana intensiva de implementação do projeto de intervenção pedagógica na Escola Frei Menandro Kamps, os professores foram imersos em uma série de atividades e formações voltadas para o desenvolvimento de competências em mediação de conflitos, a introdução de programas de educação socioemocional nos currículos e o fortalecimento do envolvimento dos pais.

No início da semana, os professores participaram de workshops e cursos de formação em mediação de conflitos, ministrados por profissionais especializados na área. Esses workshops não apenas forneceram conceitos teóricos, mas também oportunidades práticas para simulação de casos e discussão de estratégias eficazes de resolução de conflitos. A formação contínua visava capacitar os professores a identificar, intervir e resolver situações conflituosas de maneira construtiva, fortalecendo assim sua capacidade de criar um ambiente escolar pacífico.

Paralelamente, foram desenvolvidos módulos de educação socioemocional integrados ao currículo, com atividades práticas e estratégias pedagógicas específicas para cada nível de ensino. Os professores receberam orientações sobre como incorporar esses módulos em suas aulas, promovendo o desenvolvimento de habilidades emocionais e sociais nos alunos.

Além disso, foram organizadas reuniões periódicas com os pais, onde foram compartilhadas informações sobre o projeto, discutidas estratégias de prevenção da violência e fortalecida a parceria entre escola e família. Essas reuniões proporcionaram um espaço para os pais se envolverem ativamente no processo educacional de seus filhos e entenderem como podem contribuir para criar um ambiente escolar mais seguro e acolhedor.

Por fim, os professores foram envolvidos no processo de seleção e treinamento de alunos interessados em participar dos comitês de mediação estudantil. Eles orientaram os alunos selecionados, compartilharam suas experiências e conhecimentos em mediação de conflitos e supervisionaram suas atividades ao longo da semana.

No decorrer dessa semana intensiva, os professores não apenas adquiriram novos conhecimentos e habilidades, mas também se engajaram ativamente no processo de transformação do ambiente escolar. Sua participação e comprometimento foram fundamentais para o sucesso inicial do projeto, criando uma base sólida para a continuidade das ações e o alcance dos objetivos propostos.

CONCLUSÕES

O objetivo geral do projeto foi integralmente contemplado na pesquisa. A intervenção pedagógica proposta visava melhorar a mediação de conflitos e reduzir a violência física e psicológica na Escola Frei Menandro Kamps, focando nos alunos do Ensino Fundamental e Médio. Durante a implementação do projeto, houve uma análise detalhada da abordagem da equipe pedagógica, desenvolvimento de estratégias para promover um ambiente escolar seguro e harmonioso, e avaliação da eficácia das ações.

O projeto de intervenção pedagógica na Escola Frei Menandro Kamps foi bem-sucedido em atender aos seus objetivos, promovendo melhorias na mediação de conflitos, prevenção da violência e promoção de um ambiente escolar mais seguro e harmonioso. No entanto, algumas limitações e discordâncias identificadas durante a pesquisa destacam a importância de um processo contínuo de revisão e ajuste das estratégias adotadas, visando sempre o aprimoramento constante da qualidade educacional e do bem-estar dos alunos.

A abordagem qualitativa adotada para explorar a percepção de conflitos, violência, desafios e experiências no ambiente escolar na Escola de Educação Básica Frei Menandro Kamps através de entrevistas individuais com professores proporcionou uma visão rica e aprofundada das dinâmicas internas da instituição. Os resultados dessas entrevistas revelam nuances significativas sobre como os educadores percebem e enfrentam os desafios relacionados ao ambiente escolar.

As respostas dos professores destacaram a importância de uma cultura escolar fundamentada no respeito mútuo e na promoção de habilidades socioemocionais entre os alunos. A formação contínua em mediação de conflitos e prevenção da violência foi identificada como um fator crucial para capacitar os educadores a lidar eficazmente com situações desafiadoras. Além disso, a criação de espaços para o diálogo aberto e estratégias para envolver ativamente os pais foram ressaltadas como práticas eficazes na promoção de um ambiente escolar seguro e positivo.

A análise qualitativa dos dados revelou padrões recorrentes em relação às experiências positivas e desafios enfrentados pelos professores. A triangulação de dados com outras fontes, como observações e documentos escolares, fortaleceu a validade e a confiabilidade dos resultados. Essa abordagem multidimensional proporcionou uma compreensão abrangente das percepções dos professores na Escola de Educação Básica Frei Menandro Kamps.

Diante desses resultados, é evidente que estratégias focadas na promoção de uma cultura escolar inclusiva, no fortalecimento da formação dos educadores e no envolvimento ativo dos pais podem ser pilares fundamentais para a construção de um ambiente escolar mais seguro e saudável. A implementação de programas de educação socioemocional, a criação de comitês de mediação estudantil e o estabelecimento de parcerias com a comunidade podem representar iniciativas práticas que derivam diretamente das percepções e experiências dos professores.

Ao final, a implementação dessas estratégias não apenas aborda os desafios atuais, mas também cria uma base sólida para o futuro. Uma escola que prioriza a mediação construtiva de conflitos e a prevenção da violência não apenas proporciona um ambiente seguro para os estudantes, mas também os prepara para serem cidadãos responsáveis e resilientes em uma sociedade diversificada e dinâmica. O comprometimento contínuo com a melhoria constante, aliado à cooperação efetiva de todos os envolvidos, molda a Escola Frei Menandro Kamps como uma instituição exemplar na promoção de uma educação integral e centrada no bem-estar de seus membros.

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[1] Mestrando em educação, especialista em formação de professores da Universidad Europea del Atlántico-Funiber

[2] Professor Orientador