ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DE MÃES-SOLO EM CONTEXTO DE VULNERABILIDADE SOCIAL: IDENTIDADE E ENFRENTAMENTOS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7342888


Márcia Alfaia Lins Magalhães1
Leandro Almeida Nascimento2
Wollace Scantbelruy Da Rocha3


Resumo 

O presente artigo expõe acerca dos aspectos psicossociais de mães solo em situação de vulnerabilidade social, a partir de sua identidade e seus principais enfrentamentos. As concepções da maternidade como instinto natural geram pressões sociais, emocionais e psicológicas em mães solo, principalmente para aquelas em contexto de vulnerabilidade social. O objetivo da pesquisa consiste em conhecer as características psicossociais de mães solo atribuídas no processo de maternidade de mulheres em contexto de vulnerabilidade social. Portanto, busca-se levantar a seguinte questão: quais são os aspectos psicossociais de mães solo diante de diversos enfrentamentos em uma sociedade marcada pela desigualdade de gênero. Foi utilizada como instrumento metodológico a pesquisa bibliográfica qualitativa exploratória, a fim de identificar os estudos já realizados para se obter o contexto no qual as mães solo estão inseridas. Ao tratar-se da maternidade, identifica-se que esta torna-se um papel identitário da mulher, pois está historicamente relacionada a uma condição biologicista, cabendo a ela o papel do cuidado. Dessa forma, a mulher passa a reproduzir uma característica enraizada, que ocasionam sobrecargas e geram sofrimentos, como sintomas depressivos e ansiosos, pois se veem obrigadas a serem fortes e a ignorarem a romantização da maternidade. Para mães solo em contexto de vulnerabilidade social estes enfrentamentos são somados ainda a dificuldades sociais, econômicas e de violência, além de possuírem menor probabilidade de contar com uma rede de apoio. Portanto, apenas intervenções psicológicas clínicas e remediativas não são suficientes para mudanças efetivas, faz-se necessário a contribuição em prol das mudanças sociais no sistema vigente. 

Palavras-chave: Mães-solo; Família monoparental feminina; Vulnerabilidade social; Aspectos psicossociais. 

Abstract 

This article aims to discuss about the psychosocial aspects of single mothers in a context of social vulnerability with a perspective of the influence of gender norms in the formation of identity. The conceptions of maternity as a natural instinct to women, marks social pressure and emotional disorders in single mothers, especially to the mothers in a context of social vulnerability. Moreover, the point of this research intends to know the mental health and social features of those single mothers in that situation and, beyond that, intends to analyze the relation between those women with the absence or help of supporting groups and family members. Therefore, the research aims to answer the question: which are the challenges of single mothers in a context of social vulnerability, especially in a society shaped in gender inequality. For this article, the chosen methodology was exploratory, qualitative bibliographic research as a reason to identify the researches already made to obtain the context which these single mothers are included. 

Keywords: single mothers; social vulnerability; maternity; gender inequality; mental health 

1. INTRODUÇÃO 

As concepções do viés patriarcal podem desenvolver grandes influências no processo de construção da autoimagem da mulher, as quais definem e estabelecem papéis a serem seguidos e comportamentos padronizados. Logo, a maternidade é vista como um destino e cristaliza a figura de que toda mulher tem instinto materno, dessa forma, gerando pressões existenciais em todas as mulheres, principalmente em mães solo que buscam alcançar o ideal que é cobrado de todas as mães, tornando-se difícil para esta que nem sempre possui o auxílio do genitor da criança ou de uma rede de apoio. Ademais, os aspectos econômicos influenciam diretamente na prática materna que viabilizam a subsistência da mãe e seus filhos, o que evidencia a necessidade de elencar esses fatores que tangenciam a qualidade de vida dessas famílias.  

A seguinte pesquisa tem como tema os aspectos psicossociais de mães solo em contexto de vulnerabilidade social, o qual requer fundamental notoriedade para obtenção de conhecimentos acerca da realidade de mulheres que sozinhas exercem a maternidade. Logo, o presente trabalho apresenta esta temática devido a um dos autores ter estagiado no disk atendimento da defensoria pública e ter observado os relatos de mães na busca de suporte financeiro de alimentos em face dos genitores ausentes do âmbito familiar, logo se analisou também por todos os autores do artigo, o quadro desafiador e instável que essas mães se encontram na sociedade e, por isso, constataram a necessidade de discutir a respeito dos conceitos de papéis sociais de gênero e as dificuldades obtidas por genitoras em situações de vulnerabilidade sócio-econômica, de forma que se contribua para promover mudanças sociais significativas na cultura vigente, cultura esta que coloca a mulher como única responsável pelo cuidado com os filhos. 

O problema da pesquisa parte de um dado da realidade concreta que é o papel social da mulher mãe e seus enfrentamentos.  Diante do exposto, levanta-se a seguinte questão: quais são os aspectos psicossociais de mães solo em vulnerabilidade social diante de diversos enfrentamentos em uma sociedade marcada pela desigualdade de gênero? Logo, pretende-se compreender por meio desse trabalho, os fatores que dificultam o processo de maternidade dessas mães, a condição psíquica que está atribuída em suas vivências e como ocorre o desenvolvimento de assistência prestado para com essas genitoras.  

Dessa forma, a pesquisa tem como finalidade conhecer as características psicossociais de mães solo atribuídas no processo de maternidade de mulheres em contexto de vulnerabilidade social. Busca-se apontar sobre normativas de gênero diante de papéis impostos às mulheres na sociedade, identificar os principais enfrentamentos obtidos por genitoras na configuração de famílias monoparentais em vulnerabilidade social, e investigar as redes de apoio de mães solo inseridas em ambientes de desigualdade social. 

A pesquisa está dividida em três capítulos que discorrem acerca dos objetivos propostos. A maternidade como papel identitário da mulher, aborda sobre como historicamente o papel da mulher está inscrito em uma identidade maternal relacionada a concepções biologiscistas. Sendo assim, esta passa a apresentar uma estigmatização psicológica ao acreditar ser a principal responsável pelos cuidados com os filhos e do lar. Ao tratar dos enfrentamentos de mães solo em situação de vulnerabilidade social, analisa-se a presença de sofrimentos, com sentimentos negativos, sintomas depressivos e ansiosos, decorrentes da sobrecarga causada diretamente por fatores sociais, a fim de cumprir as normativas de gênero impostas. Para mães solo em contexto de vulnerabilidade social estes enfrentamentos são somados a dificuldades sociais, econômicas e de violência. Ao abordar sobre as redes de apoio, mães solo possuem pouca ou nenhuma rede, ainda assim aquelas que a possuem apresentam um sentimento de culpa e vergonha em utilizá-las. 

2. METODOLOGIA 

Como instrumento metodológico, objetivou-se realizar pesquisa bibliográfica qualitativa exploratória, a fim de identificar estudos já realizados para se obter o contexto no qual essas mães solos estão introduzidas. Para Sousa et al. (2021) a pesquisa bibliográfica é a investigação e levantamento de conteúdos, como artigos e livros, já publicados que tenha como função embasar o estudo proposto, logo é necessário que os autores realizem uma busca crítica e delimitada que melhor transpareça a análise do que será investigado e, além disso, a pesquisa exploratória deverá possuir assuntos que coincidam com o objeto de estudo. 

Os dados foram obtidos através das bases de dados Google Acadêmico, Scielo, Pepsic, onde foram selecionados artigos, Trabalhos de Conclusão de Curso, monografias, dissertações e teses que apresentam os descritores “mães solo”, “vulnerabilidade social”, “família monoparental”, “mães solteiras” e “maternidade solo”. Ademais, na pesquisa bibliográfica é imprescindível que os autores da pesquisa verifiquem a relevância e contradições que poderão surgir nos trabalhos que serão obtidos durante a leitura e levantamento das publicações (PRODANOV; FREITAS, 2013). 

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES 

3.1 Normativas de gênero e a maternidade como papel identitário da mulher   

Ao tratar das diferenças relacionadas às normativas de gênero Fernandes (2022) evidencia as diferenças de gênero impostas por uma sociedade patriarcal contemporânea, na qual os lugares onde mulheres conseguem atuar e conquistar, muitas das vezes, tornam-se opressores de papeis devido à valorização do homem dominante na dicotomia ser mulher x ser homem. Contudo, a mesma ainda expõe como a liberdade da mulher é ponderada pela sociedade, enquanto para os homens não existem limitações. Este fato traz à luz um pensamento antigo vigente até os dias de hoje que limitam as possibilidades e conquistas das mulheres. 

O papel da mulher e da mãe desde séculos passados tem sido vinculados como fatores interdependentes, os quais são interligados por sua relação de gênero e aspecto biológico, bem como afirma Zanello (2016), este seria um dispositivo historicamente construído no século XVIII em que a capacidade da mulher em procriar desenvolveria automaticamente a capacidade de maternagem. Portanto, entende-se que, havendo a capacidade de procriar, este papel seria único e exclusivo da mulher. 

Arteiro (2016) também traz um conceito da concepção maternal relacionado com a condição biologicista da mulher no qual afirma que durante anos a maternidade tem sido vinculada a mulher devido a possibilidade de ter filhos e acrescenta que com a gestação e criação do bebê, a mulher passaria a desenvolver um instinto natural de cuidado e amabilidade para com seu filho. Logo, esse imaginário social delega funções automáticas ao papel da mãe que pode ser elucidado pelo exemplo de Schulte, (2016) no qual afirma que a escola chama primeiro a mãe, que precisa interromper suas tarefas caso o filho tenha algum problema na escola. 

Ademais, Vitorello (2013) afirma que no ocidente, a mãe é uma figura mítica, e dela espera-se ser gentil e sensível, um ser bondoso e amoroso que transmite características distintas a mulher e postula o papel materno como intrínseco ao ser feminino. Dito isto, deixase explícito como a sociedade enxerga a mulher mãe com suas características intrínsecas naturalizadas voltadas ao cuidado.  

Ainda assim, séculos adiante, quando a mulher passa a realizar tarefas não relacionadas apenas ao cuidado, acrescentam para si mais tarefas, pois as atividades relacionadas ao homem não se modificaram para que as tarefas fossem igualmente desenvolvidas. Para retratar sobre a maior participação da mulher na sociedade, Mattar e Diniz (2012) descrevem como no fim do século XX, com a participação da mulher no mercado de trabalho, houve uma sobrecarga com a dupla jornada, sendo esta pública e privada (doméstica), e mesmo quando homens fazem-se mais responsáveis por seus filhos, alguns com a guarda destes, continuam sendo exceções.  

A mulher perpassa por um sistema que reproduz uma estigmatização psicológica a qual contribui para uma incapacidade de domínio de seus próprios corpos e mentes. Como delineia Silva et. al. (2020), ao serem historicamente submetidas a atividades de cuidado, este já é seguido como um valor moral sem questionamentos, tornando-se um conceito feminino de ética pelas próprias mães.  

Portanto, a maternidade se tornou uma característica enraizada na identidade feminina, que há tempos contribuiu para a manutenção da necessidade de reprodução e o papel da boa mãe que deve se esforçar e se sacrificar para o bem de seu filho e família, sendo este sacrifício continuamente associado à culpa. Azevedo (2017) aborda como após o feminismo e a mulher inserir-se no mercado de trabalho, esta convive com os sentimentos de culpa por não suprir aquilo que é esperado socialmente, gerando angústias e frustrações assim como sentimentos ambivalentes com relação aos filhos. 

3.2 Enfrentamentos de mães solo: sobrecarga e situação de vulnerabilidade social  

Para Borges (2020) O termo “mãe solteira” por muito tempo foi definido às mães que possuíam filhos e se encontravam fora de uma relação conjugal, visto que para a sociedade o casamento era observado como algo importante e significativo para as mulheres. Contudo, notou-se que o termo se torna pejorativo por limitar e associar a vida da mãe a relação conjugal e dessa forma o termo “mãe solo” é atribuído como o condizente para com essas mães. 

A sobrecarga para alcançar todas as expectativas e papéis dados a mãe solo gera um sofrimento que tem seu fundamento nem sempre visível pela própria mãe, mas está diretamente ligada as normativas de gênero que são instituídas na sociedade patriarcal. “O tamanho do peso de ser tudo gera consequentemente o sofrimento psíquico, sofrimento advindo e instituído pelas relações de gênero” (MORFIM, 2019, p. 34).  

Devido a esta sobrecarga e as representações que mães possuem de si mesmas, Baliana (2013) relata a presença de angustia por não se considerarem boas mães, pois muitas delas acreditam que devem realmente ser as principais responsáveis pelo cuidado dos filhos e do lar.  Este pensamento gera sofrimento, que de acordo com Zanello, Fiuza e Costa (2015) é socialmente moldado conforme idéias e valores sobre o gênero que privilegiam caminhos para homens e mulheres. Torna-se, portanto, visível o sofrimento psíquico ocasionado pelas relações de poder. 

Ademais, como relata Borges (2020) há expressões romantizadas relacionadas às mães-solo, são algumas: “mãe guerreira” e “pãe”, sendo esta última a representação da acumulação de função de pai e mãe que explícita o pai ausente e a sobrecarga feminina.  Além disso, a experiência de mãe-solo também atravessa uma transição para a família monoparental, família esta diferente da nuclear imposta pela sociedade, logo essa alternância para um grupo familiar fora do modelo implementado poderá incutir pensamentos estressantes na genitora, pois como estabelece e relata Antoniazzi (2021) há o pensamento de que a maternidade solo somente seria solucionada se obtivesse um marido, como se estas além de desprezíveis, teriam de resolver o problema. 

Com relação aos sentimentos gerados pelo não cumprimento das normas préconcebidas acerca dos papeis de mãe, Verza, Sattler e Strey (2015) descrevem os sentimentos negativos gerados por estas normativas de gênero, pois a partir do momento em que as tentativas de criação conforme prescrito não dão certo, são invadidas por sentimentos de fracasso, frustração, dúvida e culpa. Oliveira, Pereira e Rolim (2021) acrescentam que, os sentimentos negativos das mães são desvalorizados, portanto elas se veem obrigadas a serem fortes, impecáveis e a ignorarem todos os aspectos não favoráveis que estão atrelados à maternidade, transparecendo a romantização da maternidade descrita pela autora.  

Sendo assim, considerar as famílias monoparentais chefiadas por mães solo como desajustadas ou deficitárias devido a ausência do pai é mais um estereótipo que causará o sofrimento psíquico destas mulheres, com sentimentos de impotência com relação a si mesmas e com seus filhos, confirmando o que Verza et. al (2015) expõe sobre a baixa autoestima, o medo do preconceito e de que este torne seus filhos “problemáticos”. Enquanto Oliveira, Pereira e Rolim (2021) relatam que a maternidade solo juntamente com a cobrança social funcionam como fortes influências para o desenvolvimento de sintomas como, ansiedade, síndrome do pânico, exaustão mental e frustração, afetando significativamente a saúde mental de mães solo. 

Tratando-se de mulheres em vulnerabilidade social, considera-se estes enfrentamentos somados a outros ainda mais dificultosos, pois “os contextos de vulnerabilidade social conferem significados diversos à maternidade, bem como oferecem desafios adicionais ao seu exercício, tendo em vista adversidades como a maior dificuldade para acessar os mínimos sociais, como alimentação, moradia e renda. (BENATTI, et. al, 2020, p. 132). Sendo assim, este seria mais um marcador, pois soma-se ao desafio a ser enfrentado pela dificuldade de acesso a direitos básicos.   

Dessa forma, entende-se que a vulnerabilidade social está além de apenas populações de baixa renda, pois considera-se outros aspectos relevantes. Pinto (2011) descreve a vulnerabilidade à pobreza das mulheres pesquisadas não apenas pela privação de renda, mas também pela dinâmica da vida familiar, pelo acesso a serviços públicos, pela possibilidade de conseguir trabalho de qualidade e remuneração adequadas, e pela existência de garantias legais e políticas. 

Ao tratar de mulheres em contexto de vulnerabilidade social, considera-se a ocorrência de outro processo em que há fundamental importância naquilo que menciona Soares e Pereira (2022), quando alertam que não se deve analisar a chefia feminina em contexto de vulnerabilidade social como emancipação feminina, pois entende-se que este processo se dá devido a situação de pobreza e busca de recursos para sobrevivência e cuidados da família. Sendo assim, o chamado processo de emancipação em um recorte de classe se daria de forma diferenciada pois neste caso a busca não está diretamente relacionada a autonomia, mas sim a de melhores condições de vida. 

Portanto, a pobreza não seria apenas a baixa renda e sim outros aspectos sociais que influenciam diretamente na condição de vida das mulheres, conforme cita Koga (2003 apud PINTO, 2011), a pobreza não se configura apenas pela ausência de renda, mas também por discriminações e sofrimentos que se superpõem, causando, consequentemente repercussões nas condições de vida. 

Pinto (2011) também descreve que somado ao alto grau de vulnerabilidade social está a vulnerabilidade emocional a qual estas mulheres estão expostas, apresentando o sentimento de abandono pela violência e exploração, pela fragilização a que estão expostas diariamente na busca de estratégias para a sobrevivência de sua família. Mas a sobrecarga dos papeis exercidos por elas frente às dificuldades sociais, econômicas e de violência expõe uma face perversa da condição feminina, com baixa autoestima, frustrações, medo, ao mesmo tempo em que apresentam coragem e perseverança. 

Podemos considerar também o que Santos (2020) afirma em que em lares de mães solo há piores condições de vida pois há pobreza com maior frequência. Isto pode ser ocasionado também pelo que aponta Nascimento (2016), pois descreve a falta de políticas públicas e que geralmente essas mulheres encontram-se em trabalhos precários, sem direitos trabalhistas. Portanto, nota-se a falta de investimento para com essas famílias que dificulta e inviabiliza a oportunidade de mães solo adquirirem um emprego digno para poder suprir as suas necessidades e de seus filhos e, assim, estabelecerem uma estabilidade financeira que crie um campo de segurança e dignidade para sua família. 

No que diz respeito aos aspectos psicossociais de tais enfrentamentos, Diotto e Soares (2022) apontam como é necessário não reduzir olhar da feminização da pobreza, pois esta é estrutural e envolvem marcadores de gênero, raça e classe. Logo, deve-se considerar que a pobreza relacionada a mãe solo é causada também por marcadores sociais que limitam sua atuação em enquanto sujeito de direitos.  

Santos (2020) discorre acerca dos estudos encontrados em diversos países os quais demonstram dificuldades sociais, emocionais e psicológicas de mães solitárias ao descrever acerca das repercussões na insegurança domiciliar, na saúde mental e na qualidade de vida entre mulheres em situação de pobreza. Portanto, o autor aponta que nos Estados Unidos, Japão e China, as mães solitárias tem maiores chances de experimentarem dificuldades financeiras, desemprego, subemprego, insegurança alimentar e nutricional, falta de moradia, habitação inadequada. Enquanto na Escandinava, China e Canadá apresentam com maior frequência baixa autoestima, pouco apoio social e familiar e pouca qualidade de vida, apresentando pouca satisfação e felicidade. 

A autora Pinto (2011) também revela estudo realizado em Bangladesh o qual mostrou que 48,8% delas apresentavam depressão ou ansiedade e enfrentavam a sobrecarga de trabalho, estresse financeiro e humilhação social. Enquanto no Brasil, Santos (2020) relata sobre estudo que mostrou que mães solo também apresentavam sintomas ansiosos quando possuíam menor percepção sobre suporte social. Dessa forma, pode-se inferir que em diversos países, assim como no Brasil a mulher enfrenta diversas condições sociais, psíquicas e emocionais que geram sentimentos negativos, sintomas depressivos e ansiosos, afetando diretamente sua saúde mental. 

Santos (2022) em seus estudos sobre o sofrimento ético político de mães solo na perspectiva interseccional, aponta como as adversidades da falta de creches públicas, as poucas escolas públicas de tempo integral, transporte coletivos e saúde eficaz interferem no modo de vida dessas mulheres em uma dificuldade central, que é concreta, a desigualdade social. A autora também atenta para o fato de que em seus afazeres as mulheres sentem-se solitárias, e exercem pouco cuidado para si mesmas. Nesse sentido, percebe-se que a dificuldade causada por fatores sociais, exercem maior peso sobre essas mulheres, que possuem menor probabilidade de contar com suporte. 

Os resultados dos estudos da pesquisa de Santos (2020) corroboram com as pesquisas apresentadas, demonstrando que mães solo em situação de pobreza, aquelas que recebem menos que R$ 499,00 (menos que um salário mínimo) possuem maior probabilidade de apresentar ansiedade, menor percepção de qualidade de vida, de relações sociais e meio ambiente. Benatti et. al. (2020), corrobora que devido a condições de vida em que se encontram, as mães não apresentam perspectiva de futuro, pois seu presente permanece incerto, portanto surgem sentimentos de angústia e paralisação. 

Com relação ao suporte psicológico e psiquiátrico, Santos (2020) descreve os estudos que afirmam que apesar de mães solo procurarem mais vezes os serviços de saúde, esta ainda não se mostra eficaz, visto que ainda continuam enfrentando desgastes físicos e psicológicos com “situações de rejeição familiar, pouco ou nenhum suporte social e familiar, isolamento, depressão, insônia, culpa, falta de vontade de viver enquanto ela ainda enfrenta as pressões e desigualdades sociais.” (SANTOS, 2020, p.20).  

Portanto, mesmo ao compreender que a intervenção psicológica se faz necessária e se mostre importante nesse processo, apenas intervenções clínicas e remediativas não são suficientes para mudanças efetivas para redução do sofrimento psicológico de mães solo em situação de vulnerabilidade social. Faz-se necessária a contribuição da psicologia em uma práxis em prol mudanças sociais no sistema vigente, que modifiquem estruturas que mantem o sexismo, o capitalismo e as diversas formas de relações de poder existentes. 

3.3 Redes de apoio de mães solo 

A configuração de famílias monoparentais lideradas por mães solo é composta pela ausência do genitor que, ao se desvincular do corpo familiar acaba por provocar mudanças decisivas no cenário anterior, dessa forma os membros da família inicial são obrigados a enfrentar as transições que se estabelecem dessa nova formação. 

Soares e Pereira (2022), afirmam que as pesquisas sobre mãe solo no geral descrevem o assunto sob uma visão negativa de família, e que devido ao ideal social que se tem sobre a família, trabalhar com famílias monoparentais torna-se dificultoso pois todo esse ideal social sobre a família tradicional é desconstruído. Assim, a mulher que passa pela alteração familiar em uma configuração de família monoparental enfrenta desafios graduais no decorrer de sua maternidade, pois a demanda da criança que antes era atendida pelos pais acaba por se tornar única da mãe, logo essas genitoras precisam utilizar mais de seu tempo para prover o cuidado com esses menores, em uma desconstrução do papel da família tradicional. Dessa maneira, torna-se fundamental analisar as possíveis redes de apoio de mães solo para compreender os enfretamentos obtidos por essas genitoras e seu acesso a grupos que possam auxiliar na sua vivência maternal.  

A rede de apoio deve modificar as relações do indivíduo com o ambiente coletivo e, além disso, promover formas de estruturar e fortalecer relações, ademais essas redes contribui para a formação de estratégias em momentos difíceis e cria uma proteção contra estresse, sentimentos tristes e entre outros, logo com a falta dessa rede de apoio, pode-se acarretar uma vulnerabilidade psicológica e aparição de transtornos nas vivências dessas pessoas (Bronfenbrenner 1979/1996, apud JULIANO, YUNES, 2014, p. 137). Portanto, como afirma o psicólogo russo em seu conceito de rede de apoio, essa relação do coletivo se denomina de maneira harmônica e positiva, pois previne o aparecimento de doenças e transmite uma coesão grupal nesses laços comunitários. 

Accordi (2018) declara que a responsabilidade da maternidade é complexa em qualquer forma familiar, mas para a mãe solo que tem sua primeira experiência é um processo difícil e espantoso. Portanto, a mulher como recente mãe solo, encontra-se num processo inesperado de sozinha promover a manutenção de vida de seu filho. Dessa forma, a existência de uma rede de apoio composta por parentes, amigos e profissionais, podem se tornar um auxílio significativo na vida dessas mães solo que acabaram de passar por essa transição familiar e possuem pensamentos conflitantes de medo e ansiedade. 

Ademais, a rede de apoio pode auxiliar nesse processo de maternidade da genitora solo e ser composta por vários grupos e/ou pessoas que possuem como compromisso auxiliar de maneira constante a mãe solo em seu contexto maternal e psicossocial. Logo, essa rede pode se desenvolver de maneira orgânica e vantajosa na prevenção de transtornos psicológicos e outras doenças, e, além disso, contribuir para o desenvolvimento de resiliência nos indivíduos dessa rede. 

Para Noronha et al. (2009) a resiliência pode se denominar como uma forma de atravessar adversidades em suas vivências e, dessa forma, capacitar o indivíduo na promoção de adaptação e recuperação, e dessa maneira ser um promotor ativo dessas experiências. Logo, Juliano e Yunes (2014) ainda afirma que essa resiliência pode ser conquistada na relação em comunidades, objetivando a criação de proteção necessárias para enfretamentos de problemas de todos os indivíduos e formando uma rede com laços fortes e saudáveis. Portanto, essas redes de apoio, devido a carência de atenção especializada do Estado, podem servir como um caminho para a recuperação de danos e uma maneira para utilizar alternativas que previnam o estresse psicológico e sentimentos de exaustão. 

É importante salientar, também, que sentimentos negativos vivenciado por mães solo, tornam-se mais intensos em famílias monoparentais de genitoras que se encontram em vulnerabilidade social. Mulheres em vulnerabilidade social são apresentadas por Souza (2019) como aquelas que possuem rede de apoio, contudo apresentam um sentimento de culpa e vergonha em utilizá-las, por não realizar o que se espera socialmente de uma mãe. 

Enquanto em pesquisa realizada por Benatti et. al (2020), quanto às redes de apoio, entende-se que nem sempre é um ponto de total apoio a mãe, visto que apesar de ser um compartilhamento de tarefas com parentes e vizinhos, não se sabe de que modo os filhos estão sendo cuidados, podendo estar expostos a outras situações de vulnerabilidade na ausência da mãe, logo dessa maneira, necessitam desenvolver estratégias de enfrentamento diante das situações de vulnerabilidade em que os filhos podem se encontrar. Essa ocorrência pode ser observada no filme Tully (2018) da prestigiada roteirista Diablo Cody, no qual tem como personagem principal Marlo, uma mãe de três filhos que experencia uma rotina sobrecarregada na maternidade e recebe uma proposta de seu irmão para obter uma babá noturna, que a auxiliará a cuidar do seu terceiro filho recem nascido. A mesma, no primeiro momento, rejeita a ideia por achar que não há necessidade e considera perigoso colocar uma estranha em sua casa e, além disso, para cuidar de seu bebê. 

Destarte, faz-se necessário a assistência especializada desse grupo de mães para a promoção de melhor qualidade de vida e prevenção do surgimento de sintomas como ansiedade e a depressão.  

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

O presente artigo identificou os mecanismos de gênero que influenciam e subvertem as vivências de mulheres e como esses fatores podem determinar o acometimento da saúde mental de mães solo de variadas formas. Logo, a pesquisa buscou evidenciar também, como o processo de maternidade dessas mães solo é afetado pelos aspectos socioeconômicos e como se configura a relação dessas genitoras com o apoio ou falta de redes de apoio nesse contexto monoparental. 

A investigação desses determinantes psicossociais entre genitoras solo, contribui para a elaboração de uma perspectiva mais holística da mulher em sua maternidade e elabora um recorte interseccional de baixa renda que atravessa as possibilidades de existência e adaptação dessa mãe e exibe os gargalos sociais que permeiam nas relações de poder do Estado. Contudo, a pesquisa exemplifica os construtos patriarcais que se inserem nas diferenças de gênero e apresenta os impactos psicológicos que as desigualdades sociais e a ausência de redes de apoio podem deflagrar na vida dessas mulheres e no ínterim de suas famílias. 

Ademais, ressalta-se a importância em observar esses marcadores de gênero e renda, que influenciam as vivências dessas mulheres, no ambiente acadêmico, para que seja formada uma práxis psicológica mais humanizada e aproximada da realidade dessas mães e, além disso, seja evidenciado a necessidade do psicólogo comunitário no aporte e busca de criação de políticas públicas que possam corroborar para uma melhor condição de vida da genitora solo. 

Os resultados da pesquisa evidenciaram um sistema de desigualdade de gênero herdado do viés patriarcal, o qual limita as formas das mulheres atuarem na sociedade e condiciona as mesmas a uma única existência para alcançar o status quo e definição padronizada da normalidade de se estabelecer num laço social. Contudo, esse patriarcalismo contemporâneo se estabelece no imaginário dos indivíduos e se caracteriza de forma contraditória, pois ao mesmo tempo em que dita o processo de maternidade como algo intrínseco e necessário a mulher, não estabelece formas de subsistência para essa genitora e seus filhos e discrimina a configuração familiar monoparental de mães solo. 

Além disso, constatou-se a vulnerabilidade psicológica que essas mães solo enfrentam quando ainda estão inseridas num marcador econômico de baixa renda e possuem ausência de redes de apoio, logo se denotou uma carência por parte do Estado na criação de programas eficientes que atendesse essa população de mães solo e apresentasse formas de atenuar esses fatores estressores que estão iminentes em suas rotinas. 

Em suma, a pesquisa buscou retratar as vivências de mães solo com marcadores econômicos e aspectos de gênero atribuído com o intuito de ampliar os debates sobre gênero e salientar a importância de verificar a saúde mental da mulher mãe solo, entretanto se nota a necessidade de futuros estudos investigarem a maternidade dessas mães atravessados por outros marcadores, como o de raça, e realizar entrevistas de campo em lugares e regiões diversas para se obter uma síntese mais detalhada e aprofundada das dificuldades distintas experenciadas por essas genitoras e como desenvolvem sua subjetividade nesse cenário de desigualdade. 

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1, 2 Graduandos em Psicologia pelo Centro Universitário FAMETRO.

3Psicólogo, Mestre em Educação pela Universidade Federal do Amazonas. Docente do curso de Psicologia do Centro Universitário FAMETRO