REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202411040715
Maudy Ivoglo da Costa;
Orientador: Dr. Diego Kurtz
RESUMO
Este trabalho foi desenvolvido durante experiência profissional dentro de uma instituição de segurança pública da esfera municipal, formada por homens, mulheres e cães, baseados na hierarquia e disciplina, onde tenho a honra de servir ao longo de aproximadamente 18 anos e atualmente, cujo foco está na administração e direção da unidade CANIL desta instituição, nos recursos atribuídos e desenvolvidos por cada departamento, bem como evidenciar todo o trabalho realizado pelos setores e agentes que compõem esta respectiva unidade especializada. Contextualizando o trabalho do cão policial (K9) e seus tutores na contemporaneidade, visando o atendimento das prioridades contidas no planejamento elaborado pela unidade “CANIL” da instituição. Prioridades que são referência nacional pela excelência na prestação de serviços em operações e apresentações com seus cães (K9), ampliando assim a satisfação e a credibilidade, não só com organizações que também usufruem dos serviços prestados pelo CANIL da Guarda Civil Metropolitana da cidade de São Paulo, mas do principal consumidor dos serviços de segurança pública que é o cidadão. Sempre preocupados com o bem-estar dos nossos animais.
Palavras-chave: Administração; Segurança Pública; Recursos Humanos; Marketing; Cães, Cidadão.
ABSTRACT
This work was developed during professional experience within a public security institution at the municipal level, formed by men, women and dogs, based on hierarchy and discipline, where I have the honor to serve for approximately 18 years and currently, whose focus is in the administration and direction of the CANIL unit of this institution, in the resources allocated and developed by each department, as well as highlighting all the work carried out by the sectors and agents that make up this respective specialized unit. Contextualizing the work of the police dog (K9) and its tutors in contemporary times, aiming at meeting the priorities contained in the planning prepared by the institution’s “CANIL” unit. Priorities that are a national reference for excellence in the provision of services in operations and presentations with their dogs (K9), thus increasing satisfaction and credibility, not only with organizations that also enjoy the services provided by the CANIL of the Metropolitan Civil Guard of the city of São Paulo, but the main consumer of public security services, the citizen. Always concerned about the welfare of our animals.
Keywords: Administration; Public security; Human Resources; Marketing; Dogs, Citizen.
1 INTRODUÇÃO
No final da década de 70 a segurança se tornou a pauta de enfoque nos foros públicos da discussão, seja em vários veículos de comunicação que noticiavam dramáticos casos de ocorrências de violência e crime, seja nas campanhas políticas e nas diárias conversas entre os cidadãos (BALLESTEROS, 2014).
O debate público sobre a questão é marcado por certas linhas de discurso que ora defendem o aumento da capacidade repressiva do Estado por meio da elevação de sua capacidade de punição, ora defendem as ideias que engendram que a violência é simples consequência da desigualdade social e que apenas a resolução do mesmo poderá solucionar efetivamente a primeira (CARDOSO, 2013).
Recentemente, por meio da dedicação de setores da sociedade civil e universitários ao desenvolvimento e estudo de projetos de intervenção social e pesquisa voltados à prevenção e diminuição da violência, outras explicativas correntes estão sendo absorvidas na discussão a respeito de políticas públicas de segurança e efetivas formas de resolução dos conflitos, levando em consideração a complexidade do assunto e o desafio grande da eficaz gestão da segurança no país (ROSE, 1999). A preocupação com esta questão leva, de modo gradual, às linhas de pesquisas contemporâneas, à incorporação de sob certa perspectiva que, apesar de restrita a alguns grupos de pesquisa, intensificou a elaboração dos diagnósticos do setor e aumentou o volume das informações existentes (DE AZEVEDO, 2009).
Dentre as várias questões sobre o problema da violência e do crime, o crescimento cada vez mais elevado dos serviços de segurança pública se destacam nos últimos anos, atentando aos especialistas do assunto (SZABÓ; RISSO, 2018). Existem várias evidências sobre o fenômeno, como, o aumento visível da inserção de cães nas operações de segurança e por consequência o número de canis e equipamentos diversos, bem como veículos especiais para a condução dos cães de segurança que prestam serviços pelos próprios públicos e comunidades e pelas ruas das cidades, porém existem poucos estudos que abordam objetivamente a rede densa que atualmente existe do mercado da segurança pública a respeito das operações com cães (LIMA, 2008).
Com base nesta falta de informações, tal trabalho deseja contribuir especificamente a respeito da forma como é organizado um canil no setor da segurança no Brasil, tendo como ponto chave a importância dos departamentos que subsidiam os agentes de segurança (tutores) e seus cães de acordo com o trabalho final que são às operações realizadas para a manutenção da ordem pública (MARCONDES; DE LAAT, 2021).
1.1. Problema de pesquisa
Na área da segurança pública os serviços autorizados oficialmente com os cães são compostos pelas polícias que comercializam serviços de patrulhamento ou policiamento, as divisões e os departamentos internamente constituídos nos canis das instituições e demais espaços privados ou públicos e também as empresas que dão treinamento para profissionais de segurança pública atuarem na área do policiamento com cães policiais (K-9), consolidando modalidades diferentes: Detecção; guarda e proteção; patrulhamento e apresentações diversas.
Além desses segmentos definidos pela legislação, a evolução da tecnologia e das dinâmicas sociais e criminais transformam rapidamente as possibilidades existentes de proteção, inovando esse mercado e constituindo novas áreas de atuação. Desta forma, entra em cena uma infinidade de equipamentos de prevenção que se complementam a esses segmentos. Assim, a questão que norteará o presente estudo é: A eficácia do uso do cão nas operações, como instrumento de menor potencial ofensivo?
1.1.1. Justificativa/motivação para resolver
A segurança pública é um fator que permite às pessoas gozar de direitos e cumprir deveres. Esta é uma premissa para que sejam validados os direitos essenciais e fundamentais de cada pessoa (ZAVERUCHA, 1998). Toda essa busca por tornar válidos os objetivos da segurança pública, seguem em acordo com a preservação da ordem social e do estado de paz e harmonia entre pessoas e instituições (LIMA; BUENO; MINGARDI, 2016). Trata-se de um processo, ou seja, uma sequência contínua de fatos ou operações, que mostram certa unidade ou reaparecem com certa regularidade, possuem uma visão que privilegia a prevenção, a repressão, a justiça, a saúde e os componentes sociais (FELITTE, 2017). Este é um processo sistemático devido à necessidade de integrar um conjunto de ferramentas de conhecimento e status que devem interagir com a mesma visão, promessa e objetivo.
1.2. Objetivo geral
O objetivo do presente trabalho é realizar uma revisão de literatura acerca do sistema de segurança pública brasileiro, norteada pela experiência curricular do autor, de modo a demonstrar a importância do emprego dos cães na administração da segurança pública.
1.3. Objetivos específicos
– Analisar a estrutura da segurança pública brasileira relativa à cães de polícia;
– Apresentar os principais impasses enfrentados pela segurança pública brasileira;
– Apresentar possíveis melhorias na segurança pública brasileira com a utilização de cães nas operações.
1.4. Resultados esperados
Espera-se demonstrar os benefícios da utilização da administração na segurança pública por meio da gestão e do trabalho executado por um canil policial, condizente com as necessidades dos órgãos de segurança pública (parceiros) e por fim da municipalidade.
1.5. Estrutura da dissertação
O estudo encontra-se estruturado em seis capítulos. O primeiro consiste na introdução do tema em estudo, abrangendo o objetivo geral, assim como os objetivos específicos. É apresentada a pergunta em relação ao problema da pesquisa, com o enfoque no impacto da implantação: como o trabalho com cães policiais pode complementar a segurança pública, aplicada administração para a manutenção da ordem pública?
Já o segundo capítulo discorre sobre a revisão da literatura, onde os assuntos basilares são as ferramentas da administração que colaboram com a instituição e com a unidade especializada, descrevendo um breve histórico de cada departamento que envolve o cenário.
O terceiro capítulo apresenta os procedimentos metodológicos empregados na pesquisa, de forma a permitir o alcance dos objetivos aqui propostos, com a pesquisa de campo em uma instituição de segurança pública na Cidade de São Paulo.
O quarto capítulo é direcionado à coleta, tabulação e análise dos dados, onde pretende-se demonstrar de forma objetiva, o número de operações e apresentações realizadas anualmente, indicando as estratégias para o atendimento das ordens de serviço, processos e etapa, bem como as ferramentas a serem utilizadas, respondendo, assim os objetivos propostos neste estudo.
O quinto capítulo discute e interpreta as informações coletadas a fim de apresentar estratégias para o atendimento das ordens.
Com relação ao sexto capítulo, serão feitas as considerações finais, mostrando assim o objetivo geral e cada um dos objetivos específicos foram obtidos na pesquisa em foco. Serão apresentadas as limitações, assim como as sugestões de pesquisas para projetos futuros, bem como as considerações para os gestores da instituição, visando apresentar as melhorias e benefícios que a aplicação da administração em um canil de segurança pública pode promover em sua linha de negócio.
2 MARCO TEÓRICO
Os tópicos que seguem expostos adiante integram o referencial teórico da pressente dissertação e compõem um modelo de análise das fontes teóricas que tratam inicialmente sobre as ferramentas da administração, seguidamente contempla-se conforme as fontes utilizadas, a importância de medidas estratégicas dentro da administração das unidades de segurança pública da esfera municipal. Feito isso, discute-se a respeito da estrutura da segurança pública brasileira relativa à cães de polícia encerrando o capítulo sobre o marco teórico da presente dissertação tratando sobre os impasses enfrentados pela segurança pública brasileira.
2.1 FERRAMENTAS DA ADMINISTRAÇÃO
Inicia-se a presente abordagem com o entendimento assertivo sobre o fato de que, as unidades de segurança pública que atuam em um estado, sem importar a região do país em que esta unidade esteja presente, possuem a necessidade implícita de qualquer outra organização quanto aos fatores relativos à organização de ações, espaços, enquadramento logístico de ações e bom uso da força de trabalho presente dentro do ambiente. (MENDRONI 2019)
Tendo como escopo central a prestação de um serviço essencial para a toda a comunidade, as forças de segurança pública entre os desafios rotineiros de sua função, precisa também lidar com a necessidade de gerir todos os recursos e eventualidades que surgem referente ao âmbito administrativo das unidades, deste modo, é salutar que por parte dos responsáveis por essas unidades, feito o uso de técnicas e teorias administrativas amplamente usadas no contexto corporativo e que fazem com que a gestão das unidades ocorra de forma eficiente, funcional e bem articulada com as necessidades tanto do corpo de agentes e demais colaboradores presentes, quando da comunidade que conta com tais ações como meio de garantia da segurança necessária à uma comunidade. (MAIA 2019)
Nesse sentido, é válido que inicialmente se disserte aqui a respeito da logística que se utilizada de forma estratégica, fazendo com que o serviço prestado pela unidade de segurança pública à comunidade, possa contemplar a todos em tempo hábil e com máxima qualidade. Fazer o uso estratégico da logística dentro das unidades de segurança, corresponde à possibilidade de fazer com que a população tenha acesso a modelos de atuação tático por parte dos agentes, que podem a partir de uma análise inteligente do meio em que atuam, fazer com que a sua presença esteja mais notável em pontos críticos da comunidade. (CARVALHO 2018)
A usabilidade de técnicas de administração dentro de unidades de segurança pública diz respeito a uma séria demanda que se relaciona com a possibilidade de tornar melhor e mais eficiente a ação das forças de segurança, fazendo com que a sua contribuição na promoção de segurança para a comunidade aconteça de forma coerente com o cenário em que atuam. (BALTAZAR JÚNIOR 2014)
Nesse sentido, é importante que se considere o fato de que no decorrer do processo administrativo dessas unidades seja essencial à observação dos fatores pertinentes à disponibilidade de recursos e estratégias que devem ser adotadas com o intuito de tornar mais efetiva a possibilidade de ações especificas de combate ao crime, bem como a melhorar o aproveitamento das forças disponíveis. (COSTA 2018)
Nesse caso surge a necessidade de ponderação, no sentido de que a administração dessas unidades, requeiram por parte de seus gestores um entendimento assertivo de que a probabilidade de ações com o intuito de assegurar que o dever policial seja cumprido, se ancore na possibilidade clara de tornar mais coerente qualquer ação que deva ser efetuada por parte das forças policiais. (SIQUEIRA FILHO 2018)
Dentro desse cenário é pertinente que se aplique como principal ferramenta administrativa a logística, a estratégia para a elaboração de planos de ação e a integração de recursos, fazendo com que todas as forças disponíveis ao uso policial sejam utilizadas de forma coerente e com foco específico no alcance de um escopo previamente determinado. (MINGARDI 2018)
Salutar se faz dizer que a ação policial, em especial quando ocorre com o auxílio de um K9, que é o foco do presente estudo, tem como meta fazer com que uma missão projetada seja exitosa em todos os sentidos. Logo, é essencial que se diga que tal qual a ação de qualquer outra organização, a administração de uma unidade de segurança, deve ser coerente com o cenário que se tem desenhado na sociedade, e também coerente com os recursos que se tem disponível para a ação policial. (MONTEIRO 2017)
Adotando um tom mais crítico, se enfatiza também que ao se buscar formas de compreender efetivamente como podem ser adotadas ferramentas de administração dentro dessas unidades, reitera-se o fato de que, é essencial que se compreenda que toda e qualquer ação policial para acontecer, é precedida de planejamento, de meios e recursos que podem viabilizar que os agentes humanos e não humanos que estão envolvidos, tenham a possibilidade de agir de modo eficiente em favor de um resultado promissor para a comunidade. (CARVALHO 2018)
2.2 A importância de medidas estratégicas dentro da administração das unidades
A administração de unidade de segurança pública se pauta a partir de contextos muito específicos que consideram como fato essencial de sua abordagem a usabilidade da força policial disponível, dos recursos que se tem ao alcance e acima de tudo, do uso de cães treinandos com o intuito de fazer com que sejam potencializadas as ações escutadas pela força policial em favor da segurança da comunidade. (BITTENCOURT 2019)
Agir estrategicamente nesse contexto representa o diferencial entre o êxito de uma ação ou no fracasso e no desperdício de recursos e forças. Nesse sentido, é importante que se defenda aqui a indispensabilidade de treinamento, de preparo da força policial e da familiarização dos agentes com situações diversas que buscam retratar de forma fidedigna os desafios que podem surgir no decorrer da ação policial. (ESTELITA 2019)
Em se tratando especificamente da força policial K9, é pertinente dizer que dada a diversidade de ações às quais esses cães podem ser expostos, é essencial que se maximize a familiaridade destes em contextos diversos, com o intuito de fazer com que sejam reforçados os comandos e a liderança do policial que será seu parceiro efetivo dentro de uma ação. (CARVALHO 2017)
Junto a todos esses fatores, também se faz necessário dizer que o aprimoramento de técnicas, estratégias e táticas policiais, são fundamentais para que haja êxito nas missões que integram a sua rotina. Deste modo, o investimento em recursos, o embasamento legal das ações que são realizadas e as estratégias diversas para o próprio policial são de longe os fatores que contribuem efetivamente para o seu bom desempenho em campo. (CERVINI; GOMES 2018)
Nesse contexto, cabe dizer que a definição de ação controlada pode ser entendida como uma ação que faz menção à atuação controlada da força policial para o combate ao crime organizado. Dentro do que consta na Lei nº 9.034/95 – que dispõe sobre a utilização de forças operacionais com a finalidade de prevenir e repreender as ações que são executadas por organizações criminosas.
A prática tem mostrado que em muitos casos é estrategicamente muito mais vantajoso fazer com que seja evitada a prisão de integrantes menos influentes de uma organização criminosa em um momento inicial, esta ação tem a finalidade de monitorar suas ações e dessa forma possibilitar que seja efetuada a prisão de um número maior de integrantes ou mesmo conseguir a obtenção de prova em relação a seus superiores na hierarquia da associação, uma prática arriscada tendo em vista que a orientação das organizações criminosas para os seus participantes é de manter sigilo absoluto em relação à organização em que atuam. que dificilmente se expõe em práticas delituosas. (BALTAZAR JÚNIOR 2014)
Deste modo, com a elaboração da Lei nº 9.034/95 é entendido que a mesma não exige uma breve autorização de natureza judicial para a adoção e execução da ação controlada, porém, apenas dois requisitos ganham destaque no cumprimento da mesma: A existência de um crime em desenvolvimento praticado por organização criminosa ou a ela vinculado; A observação e acompanhamento dos atos praticados pelos investigados até o momento mais adequado para a formação da prova e a colheita de informações (art. 2º, inc. II).
Contrariamente, a Lei nº 11.343/06, prevê em seu texto que é necessária a adoção do instituto da autorização judicial, depois da oitiva do representante do Ministério Público (art. 53, caput). Igualmente, é exigida como requisito que diz que “sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores” (art. 53, parágrafo único).
De modo geral, o que se entende é que esta modalidade de investigação tem se mostrado como muito eficaz, seja para efetuar a prisão dos indivíduos de modo flagrante – ainda que retardado – ou por meio de um mandado de prisão devidamente expedido por uma autoridade competente, certamente, há a eficiência deste serviço, uma vez com que – em tese – resultará na prisão de membros que dirigem a organização criminosa.
O que se pode ver no posicionamento acima é que o pensamento legal faz menção à comportamentos que devem ser seguidos em relação ao cumprimento de uma ação legal.
A importância de se ter uma polícia bem equipada assegura-se no fato de que a mesma para combater o crime precisa estar a par do uso de ferramentas similares ao mesmo. Ora, é sabido que o crime organizado evolui sistematicamente e com uma velocidade impressionante, seria tolice querer que a força policial combata o mesmo com ações regadas a desaparelhamento, pouco contingente sem a contribuição da ação de cães treinados e policiais despreparados. O combate a organizações criminosas só ganha força se a polícia tiver acesso ao uso de material de qualidade e estiver bem equipada para atuar em ações de combate realmente eficazes. (BITTENCOURT 2019)
Considerando o embasamento de fontes empíricas que denotam o escopo de organizações criminosas, busca-se na literatura acadêmica, formas de viabilizar o entendimento sobre a prática de crime organizado que é comumente o foco de combate das forças policiais, pensando especificamente na definição conceitual de crime organizado, desse modo, de acordo com as fontes pesquisadas, conceitua-se crime organizado é algo que exige uma reflexão acerca do meio social. Primeiramente é preciso que se diga que sobre o crime organizado: “O crime só pode ser reputado organizado, obviamente, quando decorre de uma atividade ilícita da mesma natureza. (ESTELITA 2019)
Dito de outro modo: denomina-se crime numa primeira aproximação o praticado por organização criminosa pode ser compreendido como a execução de uma atividade ilícita praticada por um grupo com uma estrutura organizacional bem definida. Assim, é entendível que o crime pode ser visto como o fundamento de uma organização com finalidade criminosa. (COSTA 2018)
A definição de organização criminosa deve ser mais ampla do que a definição de quadrilha ou bando, isto porque a forma de atuação da organização criminosa é por conseguinte bem mais diferenciada. O autor ainda é enfático em dizer que é basicamente um ultraje comparar as atuações destas organizações exatamente pelo ato de que a disparidade de ação entre ambas é gritante. (BALTAZAR JÚNIOR 2014)
Entretanto, é preciso dizer que a necessidade de elaboração de um conceito próprio para a organização criminosa e para o crime organizado não torna nulo o conceito que já se tem definido de bando e de quadrilha. Assim sendo, tem-se datado que no ano de 2001, na tentativa apontar uma solução para este caso, o legislador buscou na redação da Lei nº 10.217 /2001 que tem como meta alterar a o que consta nos artigos 1º e 2 º da Lei 9034/95 procurou apontar algo que solucionasse tal impasse.
Neste texto, é claramente separado o conceito de quadrilha e bando, para o de organização criminosa. Com isso, já no artigo 1 º da Lei 9034/95 passou a integrar o seguinte texto: “Artigo. 1º Esta Lei define e regula meios de prova e procedimentos investigatórios que versem sobre ilícitos decorrentes de ações praticadas por quadrilha ou bando, ou associações criminosas de qualquer tipo”. Fica claro, que na tentativa de solucionar um problema, fez-se mais do mesmo, ou seja, a alteração do texto legal continuou a não abordar a definição de organização criminosa bem tampouco a de crime organizado.
Vê-se que o entendimento sobre crime organizado, encontra-se uma busca por abarcar as práticas e táticas desta modalidade, com isso, evidencia-se que a organização criminosa possui como extrato de suas ações, o crime organizado, este por sua vez, destina-se a ação de práticas de natureza abomináveis e totalmente incoerentes com a norma legal. (CARVALHO 2018)
No entanto, apesar de especificar muito claramente a organização criminosa e o crime organizado, é preciso dizer que o conceito mostrado não pode ser tido como sendo uma definição legal, uma vez que a redação do mesmo não está estipulada em lei. Mediante tal situação, o que se pode dizer é que a redação da Lei 9034/95, seguida pela retificação da Lei 10.217/2001, que a emendou, foi ineficaz no cumprimento de seu objetivo, tendo que o descuido na sua elaboração fez com que tanto a organização criminosa, quanto o crime organizado fiquem sem punição. (CARVALHO 2018)
Ainda em tempo, pode-se adjetivar a atuação do legislador como falha, pois, o descaso em sua atuação deixou de tipificar os crimes que poderiam ser tidos como organizados, fazendo com que, de acordo com a lei, qualquer crime praticado em bando ou quadrilha possa ser enquadrado na definição de crime organizado.
Pode-se dizer que a palavra-chave para a determinação do vem a ser o crime organizado, é permanência. Ou seja, por meio da junção contínua de elementos tem-se a associação criminosa, que por sua vez pratica o crime organizado com uma finalidade especifica, seja ela manutenção da organização criminosa ou o seu crescimento em membros e aumento no tocante à expansão e domínio geográfico. (MAIA 2019)
Em tese se trata de uma empresa, considerando o fato de que sua estrutura é altamente organizada, e que a mesma possui metas pré-estipuladas, plano de crescimento e desenvolvimento, normas de conduta a serem seguidas cegamente por seus membros, políticas de tratamento para com as pessoas mais afastadas e ainda uma clara política de fidelidade, há que se levar em conta que a estruturação de uma organização criminosa cumpre os requisitos necessários à uma empresa que possui atividade lícita.
Com isso, é possível listar demais características que podem esclarecer a definição de associação criminosa, são elas: Acumulação de riqueza indevida; Hierarquia estrutural; Uso de meios tecnológicos sofisticados. (MENDRONI 2019)
No entanto, as práticas inerentes para a compreensão do que vem a ser o crime organizado e a organização criminosa são praticamente ilimitadas, isto porque, qualquer atividade que seja utilizada para um fim ilícito pode ser tido como um meio de crime. Neste ponto, é possível listar as seguintes atividades que podem ser vistas como práticas de associações criminosas ou prévias para a constituição do crime organizado: recrutamento de pessoas; divisão funcional das atividades; conexão estrutural ou funcional com o poder público, ou com os seus agentes; ampla oferta de prestações sociais; divisão territorial das atividades ilícitas; alto poder de intimidação capacitação efetiva para a fraude difusa; conexão com outras organizações criminosas. (MENDRONI 2019)
O que se constata é que, da procura por entender de que forma pode ser entendida a associação criminosa e o crime organizado, é que nascem múltiplos conceitos de origem doutrinária que têm como foco esclarecer o entendimento que se tem a respeito deste tema. Desta forma, é possível ainda entender que a definição destes conceitos e a mutação entre eles assegura-se no fato de que para os doutrinadores, é clara a evolução das organizações criminosas, uma vez que estas rapidamente se adaptam às mudanças que ocorrem no meio social.
Desta feita, fica claro que a fixação de um conceito legal poderia muito rapidamente ficar ultrapassada e ser invalidada tendo em vista o fato de que a comunidade e as suas formas de sobrevivência são rapidamente mudadas, daí por adaptação, o crime organizado também muda. No entanto, com o advento da Lei 12.694/12, surgiu, depois de um tempo considerável e de discussões acaloradas sobre o assunto, uma eficaz abordagem sobre o que vem a ser a organização criminosa.
Enfim, após uma evolução legal, o surgimento de inúmeros conceitos de organização criminosa e uma acalorada procura por a tipificação desta modalidade de crime, tem-se o consenso que traduz sinteticamente a associação criminosa e que estipula a pena para tal associação. Vale lembrar também que as definições que foram anteriormente mostradas são pertinentes ao conceito legal que fundamenta esta definição. Ou seja, as práticas aqui apresentadas e a forma de organização aplicam-se ao conceito da Lei 12.694/12 e consegue desta forma enquadrar o crime organizado dentro de uma modalidade especifica, tornando-o passível de punição conforme os ditames legais que agora o regulamentam.
Caracterizar uma organização criminosa é uma tarefa difícil, isto porque como já foi dito anteriormente, as ações da organização criminosa em si são muitas e em tese remetem a um posicionamento organizacional, os fins com os quais essas atividades são utilizadas é que constituem o crime.
Nesse sentido, se destaca que cada organização criminosa possui características referentes ao local onde encontram-se inseridas, assim, a política, a força policial, o domínio territorial e o modelo econômico estão diretamente ligados ao seu local de inserção. Com isso, a “Organização Criminosa (…), pode ser concebida como um organismo ou empresa, cujo objetivo seja a prática de crimes de qualquer natureza”. (ZALUAR 2014) O que se pode dizer com isso é que a organização criminosa pode ser vista como um modelo organizacional ilícito que pratica ações como: tráfico de entorpecentes; extorsões; corrupção; ameaças; exploração de jogos de azar; receptação em grande escala; roubo; furto; homicídios.
Ainda é possível dizer que para além das atividades citadas acima, as organizações criminosas brasileiras vêm também atuando como milícias que ofertam de forma clandestina, serviços que são de competência do Estado. Sobre este fato, a grande cartada do crime organizado brasileiro é a imposição de seus princípios em grandes favelas, a prestação destes favores também serve como meio de recrutar mais membros e dessa forma fazer com que seus preceitos sejam levados a sério e a organização cresça. (SIQUEIRA FILHO 2018)
Entende-se que o mau funcionamento da estrutura estatal é vital para a estruturação do crime organizado no Brasil, com a oferta de serviços que por lei são um direito do cidadão comum, o crime organizado consegue dominar cada vez mais pessoas e o seu poder paralelo faz com que as pessoas que dele se utilizem tenham a falsa ideia de que estão lidando com um bem alternativo. De modo geral o crime organizado funciona de forma articulada e tem sua atuação dividida em três grandes passos sendo eles: os crimes principais; crimes secundários ou de suporte e por fim; lavagem de Dinheiro. (MINGARDI 2018)
A realização destes crimes está ligada à captação de recursos e é deles que a organização criminosa vive, desta forma, ao analisar o que é mais viável para a sua subsistência ela passa a estudar e a especializar-se no crime que lhe é mais rentável. No que se refere aos crimes se ordem secundaria, vê-se que os mesmos, estão ligados a práticas mais complexas como a chantagem e ameaça, a falsificação de dinheiro, fraudes contábeis e financeiras e o tráfico de influência. A realização dos crimes secundários tem relação com a garantia de “suporte” para as atividades criminosas principais e possuem dupla serventia como o auxílio e promoção de sucesso dos crimes principais somado à perpetuação da organização. (MONTEIRO 2017).
2.3. A estrutura da segurança pública brasileira relativa à cães de polícia
Dando segmento à abordagem da presente dissertação, é procurado discutir agora a respeito da estrutura de segurança pública brasileira relativa à cães de polícia. Tendo como escopo o entendimento inicial de que dentro da força policial impera a compreensão de que o cão “NÃO” é uma arma, torna-se coerente a premissa de bom uso de sua força e demais habilidades como item contributivo dentro da ação policial, com o foco de a partir daí ser feito um uso coeso dos benefícios que a presença de um cão policial traz para uma ação policial. (FONSECA 2019)
É nesse caso importante que se reitere que historicamente, a presença de animais dentro de ações de cunho policial e militar é longamente registrada dentro da história humana, e somado a todos os múltiplos enredos que integram essa vasta história, prevalece a relação de respeito, cumplicidade, amizade e companheirismo entre homem e animal. (NATAL 2019)
Dando sequência a essa percepção de uso da força, habilidade e inteligência animal durante ações militares e policiais, é possível destacar que cavalos e cachorros são de longe os animais que mais se destacam como partícipes dessas ações e por sinal como benfeitores para a população em geral.
Somado a esse fator, é importante que seja aclarado o entendimento quanto à ação do K9, afirmando o fato de que a sua atuação em nenhum contexto no qual ele se encontra presente ocorre de forma infundada e pautada unicamente no uso da força ou agressividade do animal. Pelo contrário, é a partir da constante realização de treinamentos, de simulações de ataques e do reforço sistêmico de comandos, que se torna possível a presença em campo de um K9 altamente treinado e com capacidade de responder a todos os comandos do policial que é seu parceiro. (SILVA 2020)
Figura 1: Ação de treinamento e simulação de ataque com a presença de um K9
Tendo então como base de ação toda a relação que comprovadamente e historicamente se tem na relação policial e k9, cita-se que dentro do sistema de segurança pública brasileira, a presença desses animais em ações de trabalho conjunto com forças policiais está presente em muitos ambientes, e é justamente a ação certeira deles que faz com que situações referentes ao transporte de drogas e auxílio na rendição de fugitivos ocorra com maior eficiência. (LORETO 2019)
Cabe então reiterar que a usabilidade do uso da força de um cão policial em uma determinada missão não ocorre de maneira rasa, sem que haja anteriormente um preparo e a familiaridade intensa e extensa desse cão com o meio no qual ele atuará na vida adulta. O cuidado de treinadores bem como o preparo com o qual esse cão está sendo preparado representa junto a todos os fatores que integram a sua ação, uma representação clara do reconhecimento com que eles são tratados dentro do ambiente policial. (GUTEMBERG 2018)
Figura 2: Ação de treinamento de um K9 em campo aberto
Sendo trabalhados esses entendimentos, se torna mais compreensível a ação do K9, pois se compreende a partir de então que tal qual o policial humano, ele é treinado para a defesa da comunidade em que atua e está sempre pronto para a ação em favor da preservação de um sistema social ordeiro. Recorrente também quando se trata da usabilidade de força animal há a compreensão de que o sistema de uso das suas habilidades está conexo com continuidade das ações que lhe são apresentadas ao longo de um período duradouro e voltado especificamente ao seu treinamento. (ARANTES 2019)
Figura 3: Ação de treinamento de um K9 em campo aberto
Dentro do sistema de segurança pública nacional é imperativo a adoção de medidas e valores coerentes com a preservação da integridade desses animais, e acima de tudo, com a sua inserção coerente e dentro dos valores de respeitabilidade e de ação controlada, mesmo em situações onde o risco eminente é claro. (GUTEMBERG 2018)
Nesse sentido é importante que se diga que assim como o seu parceiro policial humano, o cão – como já foi reiterado no decorrer desse texto, não é uma arma e, portanto, o seu treinamento não está focado em fazer com que este ataque as pessoas sem que para isso seja executado um comando para tal tipo de ação. (LORETO 2019)
Figura 4: Ação de treinamento e simulação de ataque com a presença de um K9
Sendo foco de toda a ação policial a preservação da ordem e o do bom andamento das relações sociais, a presença do K9 em uma intervenção policial tem como premissa a agilidade, o uso inteligente da força e acima de tudo o zelo pela segurança de todos. Desse modo, é pertinente que se diga que todo seu processo de treinamento dentro do sistema policial brasileiro, se baseia em fundamentos de respeito e engajamento assegurados no dever policial de servir e proteger. (SILVA 2020)
Ao se firmar também a compreensão de seu uso difere da usabilidade de uma arma, o que se faz é reconhecer que assim como ocorreu em passados bélicos ou de variadas ações em que a presença do K9 era notada, todo o seu modo de ação se assegura a partir de uma premissa de ação puramente estruturada na parceria existente entre cão e policial, fazendo com que a sua contribuição para a execução de uma missão aconteça de forma alinhada com o modo de ação de seu parceiro policial. (SILVA 2020)
2.4 Os principais impasses enfrentados pela segurança pública brasileira
Ao se procurar pontuar os principais impasses enfrentados pela segurança pública brasileira, deve-se pontuar como fator essencial a discrepância de valores presentes dentro do rol social, que faz com que muitas vezes a ação das forças policiais em qualquer esfera seja equivocadamente vista como uma forma de ação intimidatória ao invés de ser enxergada como protetiva. (CARVALHO 2018)
Nesse contexto, é válido observar que em decorrência de um desvio de valores sociais, as forças policiais enfrentam, junto a uma gama de dificuldades, condições muito especificas e que comprometem a ação policial. Nesse sentido, cita-se que quando a força policial faz o uso de recursos que potencializam a sua ação, é comum que tal ato seja visto como uma ação de intimidação da população, nesse caso, tratando especificamente da presença de um K9 em uma ação, o que se tem é a possibilidade dessa presença do agente canino ser alvo de críticas ao invés de ser vista como um ponto de valoração da força policial. (BITTENCOURT 2019)
Nesse contexto é válido dizer que o maior impasse enfrentado pelas forças de segurança pública, é o desconhecimento da população em relação ao dinamismo da ação policial e a não familiaridade com as medidas que as forças policiais tomam, tendo sempre como foco o combate ao crime organizado, fazendo em sua grande maioria o uso de inteligência, ações devidamente controladas e uma busca ininterrupta por conhecer os modos de ação de organizações criminosas que procuram se fortalecer dentro de comunidades em todo o país. (ESTELITA 2019)
A situação da crise econômico-financeira que se instalou no ano de 2015 no Brasil, agravou consideravelmente aspectos diversos no processo político administrativo. Até o desenvolvimento deste fenômeno econômico, o país vivia “teoricamente” um período de estabilidade, com a economia seguindo em um curso agradável e relativamente promissor e com os índices de violência mantendo-se “aparentemente” controlados.
Até o ano de 2015, o Brasil viveu uma situação em que a criminalidade foi tratada como um efeito colateral de indivíduos contrários ao sistema legal vigente no país. Desta feita, discussões sobre a flexibilização das penas imputadas a certos crimes e avanços teóricos notáveis como a lei de combate à violência doméstica podem ser tidos como marcos de um período recente de estabilidade onde, tinha-se a impressão que se discutia com maturidade, soluções viáveis para um problema real. (CARVALHO 2017)
Com a implosão de um sistema político tornou-se o estopim para uma das maiores crises econômico-financeira que o país atravessou, e consequentemente, para uma discussão acirrada no que se refere à condição de segurança pública. Como forma de explicitar melhor o seu entendimento, o autor cita o fato de que, com a crise, diversos setores, inclusive o da segurança pública foram comprometidos, com isso, o declínio na prestação de serviços de segurança pública em decorrência da ausência de recursos adequados, diminuição do efetivo, baixos salários e ausência de reciclagem profissional, contribuíram para que a criminalidade aumentasse consideravelmente nestes últimos anos. (CARVALHO 2017)
Nesta linha de pensamento, se compreende que as dificuldades enfrentadas pelo setor de segurança pública, são claramente notadas por forças criminosas, e sendo estas fraquezas tão perceptíveis assim, fica evidente o espaço para atuação de tais forças. (CERVINI; GOMES 2018)
Expondo um entendimento mais popularizado acerca desta abordagem, vê-se que a compreensão de que, para a população, o aumento da violência é um claro retrato do descaso das forças de segurança que tendem a não dar importância aos chamados que são feitos. Neste caso, é comum, que a comunidade, responsabilize essas forças de segurança, e não o Estado, pelo aumento da criminalidade. (COSTA 2018)
Tal percepção dá a tônica de um debate que se estende desde a democratização do Brasil. Em primeiro, é preciso que se diga que, a significância de uma ação por partes responsáveis por promover a segurança pública, ou de uma simples ação mais contundente, está arraigada na comunidade como um ato político, e não como um ato de combate à criminalidade. Este pensamento por sua vez, encontra-se arraigado no consciente do cidadão brasileiro em decorrência da revolução de 1964. (RAVIERO 2018)
A assimilação de uma ação com a politização do ato em si, gera problemas. É justamente este pensamento que conduz ao entendimento de que há descaso quando ocorre um chamado, alimentando o entendimento de que as forças de segurança pública não fazem absolutamente nada para combater o crime que cresce a cada dia que passa. Infelizmente este pensamento não ajuda em absolutamente nada e apenas compromete o real sentido dessas forças de segurança, que seguem sem receber o devido valor pela sociedade. (RAVIERO 2018)
De um ponto de vista mais analítico, toda a compreensão sobre a relevância e eficácia de uma ação policial em um ambiente com ondas de criminalidade exacerbadas, não é totalmente compreendido por todos na sociedade. Em um ambiente altamente informatizado onde todos têm certeza de seus direitos e uma vaga lembrança de seus deveres, fica cada vez mais difícil combater quem não respeita os ditames legais que deveriam conduzir todos por caminhos mais amenos e equânimes.
É partir de um entendimento equivocado, somado a toda uma percepção errônea a respeito do modo de agir das forças policiais, que se tem o entendimento de que o papel das equipes de segurança pública no Brasil, compreendendo todas as forças policiais que atuam nesse segmento, segue comprometido em favor de uma ação mais alinhada com um pensamento político que deturpa o papel dessas forças e que compromete a ação de seus agentes. O constrangimento que permeia as forças policiais em decorrência de ações da revolução de 1964, não devem exaurir a essência fraternal dos serviços prestados, outrossim, o que deveria por força legal ser o poder que preserva a ordem estatal, passará a ser o motivo de desonra deste. (COSTA 2018)
Ao se falar a respeito da relevância das ações das forças policiais no contexto de violência em que se encontra o Brasil se fala também a respeito da eficácia destas ações e até mesmo da legalidade delas dentro do contexto político democrático no qual o país se encontra. Assim, antes que se aprofunde esta discussão e com o intuito de tornar viável a amostragem de mais argumentos sobre a viabilidade de ações policiais, como o uso de cães na potencialização de forças promovedoras da segurança pública. (RAVIERO 2018)
Oportunamente, cabe dizer que a relevância de um instrumento estratégico que ancore as ações da polícia, são o requisito mínimo para que esta atue em consonância com sua função. Nesse sentido se valida o fato de que, é a partir de uma ação logisticamente organizada e com a adoção de recursos eficientes e altamente contributivos como o uso de cães que se faz com que a busca por maior promoção de segurança pública de fato tenha sentido e seja mais eficiente dentro da esfera estatal. (GUZZI 2018)
A ação das forças de segurança pública em áreas com altos índices de violência, em ambientes onde forças criminosas tendem a não respeitar o direito do próximo não é, e nem pode mais ser taxada como um ato político. Trata-se de uma força pública tentando corroborar com a preservação da ordem e o bem-estar de todos. (KALDOR 2017)
Não obstante, a eficácia dessas ações é comprovada a longo prazo, onde se nota que fenômenos isolados de criminalidade em larga escala ameaçam a paz do cidadão, em contraposição a um cenário onde os índices de criminalidade, apesar de altos, encontram-se controlados. Destarte, estas ações consolidam-se na preservação de direitos fundamentais e que devem estar acessíveis a todos e acima de tudo, na preservação de vidas.
A relevância na abordagem desta temática ancora-se no fato de que, em uma ação das forças de segurança pública, o quadro que se apresenta e que carece de solução imediata não é bonito. A ação das forças policiais só é requerida em situações em que a ordem de um ambiente foi banida, onde impera o anarquismo e onde a lei, que deveria ser o instrumento maior de orientação da conduta comportamental de todos, está sendo abertamente deixada de lado. Neste cenário, a intervenção militar tende a ser necessária, ambicionando tão somente o resgate da ordem. (LOBO 2011)
Deste modo, o apontamento de que, estando o policial em uma ação, e sendo essa ação um instrumento constitucional do estado utilizado com o escopo de preservar ou de resgatar a ordem de um meio social, é imprescindível que o policial permaneça, no exercício de seu dever, sob as ordens de seu superior. Para tanto, o autor cria um esquema de organização teórica que basicamente reflete os princípios de uma intervenção. (ASSIS 2012)
Figura 5: Fatores estruturais do treinamento canino
De acordo com o entendimento mostrado acima, chega-se à compreensão de que, a normativa de atuação da força policial em uma operação, está relacionado ao seu objetivo maior de “Servir e Proteger”. Assim, fica determinado entre todos que atuam, atuaram e atuarão em uma operação, que esta não é uma atuação banal, sem estratégias ou comprometimento dos envolvidos, pelo contrário, tal processo refere-se à um esquema claramente tático e com um objetivo claro. O bem-estar comum.
Em uma ação policial, espera-se que a abordagem seja efetiva, eficaz e que cumpra com seu escopo inicial, que é o resgate do bem comum de paz e ordem a todos. Essa ação, apesar de parecer forçosa é constitucional e em determinados casos, a mesma pode ser considerada como sendo decisiva para a preservação do regime democrático em que se vive. (SARAIVA 2018)
A postura do policial vem seguida de ditames rígidos, de normativas que priorizam o modelo político econômico em que se vive, e acima de tudo, prioriza o bem-estar da comunidade. A segurança do cidadão e da comunidade em geral é sim um objetivo dentro dessa ação. Deste modo, é de certa forma lamentável, a utilização do senso comum para absurda adjetivação pejorativa quanto ao escopo da ação policial. Isto porque um policial no momento em que está no exercício do seu dever, não quer ser a parte dominante na ação executada ele quer somente assegurar que a comunidade continuará a desfrutar do modelo democrático em que está inserida. (ROCHA 2007)
Neste sentido, é necessário que tanto a força policial, quanto à população, compreenda que uma operação, trata-se somente de uma abordagem para resgate e preservação da ordem social. O policial que está intervindo em uma situação específica não está em uma causa política, pelo contrário, encontra-se este em uma situação de cumprimento de seu dever cidadão para assegurar por meio de sua ação, a vivência democrática de toda a comunidade. (RAVIERO 2018)
Desta feita, a hostilidade comunitária muitas vezes presente em uma abordagem, está relacionada diretamente com a capacidade que as pessoas possuem de relacionar um passado político com uma atuação constitucional contemporânea. Este procedimento não pode ser perpetrado no seio social uma vez que o mesmo se torna prejudicial à comunidade como um todo, que por sua vez passa a ter como inimiga, a força policial que na verdade é sua aliada. (ZALUAR 2014)
Conectando este fato à sua atuação dentro de uma abordagem, encontra-se o entendimento de que, a respeitabilidade da qual a polícia desfruta, é resultado da aplicabilidade ferrenha de uma cadeia de comando, que pune com rigor, ações que destoam do seu objetivo maior. Isto é, um policial é sempre um soldado que se dispõe a lutar pelo bem comum de todos. Qualquer ação sua que destoe do estipulado em seus parâmetros de orientação de conduta, é automaticamente punido. Deste modo, cabe ressaltar que a utilização da força, ou qualquer cenário que se construa onde esteja evidente uma forma hostil de atuação, é resultado de uma exigência natural da circunstância em questão. O policial que destoe desse tipo de atuação está em absoluto descumprimento de seu dever e consequentemente, em desacordo com as normativas que orientam a sua conduta. (CERVINI; GOMES 2018)
Deixando claros estes pontos, e evidenciando que os instrumentos legais que regem a conduta do policial precisam ser irrestritamente cumpridos, cabe defender aqui o fato de que, para que uma operação seja de fato eficaz, é coerente, necessário e prudente, que investimentos em equipamentos e inteligência sejam feitos. Não por uma questão de ostentação de força, longe disso, tal investimento se justifica na facilidade que forças criminosas possuem, para renovar seu poder de fogo, para mudar suas estratégias e para se adaptar à qualquer mudança que venha a ocorrer no meio em que atuam.
Em uma operação, a polícia quase sempre sai difamada, em decorrência do modo como atua em tal cenário, contudo, quem critica tal ação, raramente observa a limitação com que esta trabalha, em um ambiente hostil, de alto risco e com pouco apoio. A oferta estatal de proteção ao policial, não é uma prioridade, a prioridade é sempre o cidadão comum, o civil, que mesmo sendo em muitos casos, contrário a tal ação, é devidamente beneficiado pela mesma. (GRINOVETER 2012)
Neste caso, compreende-se que a designação de que, dentro de uma abordagem, é minimamente decente que o Estado possa ofertar condições de atuação dignas a seus soldados. Querer que um policial vá à frente de uma intervenção sem que este tenha o mínimo de segurança e equipamentos de apoio táticos possíveis, é para assim dizer desumano. (LOBÃO 2011)
Dentro de uma ação policial, é de obrigação do dever, que o policial, dedique-se à sua função de forma irrestrita e bem-intencionada, estando este disposto à trabalhar ininterruptamente em prol do alcance do êxito de uma ação efetiva. No caso em questão, a preservação da ordem, ou mesmo o seu resgate. (CARVALHO 2017)
Ratificada a constitucionalidade das muitas ações realizadas pelas forças de segurança pública, discutida a sua fundamentação no que se refere aos seus códigos de conduta, tanto penal, quanto de processo administrativo como um todo fica então entendido que é imperativa a necessidade de uma atuação policial, pautada no bem-estar geral, e nas normas de conduta que a regem, oportunamente, é necessário dizer que tais normativas, como se mostrou aqui, em nenhum momento pressupõem a tomada de poder. Seu objetivo é sempre o de servir e proteger, zelando pela ordem, e o pelo modelo democrático de ensino.
3 METODOLOGIA
Ao longo do presente capítulo, descreve-se minuciosamente os passos adotados para a realização da pesquisa que se compõe como objeto de estudo desta dissertação. Cada tópico aqui apresentado, relata o caminho percorrido para construção de toda a análise aqui mostrada, que vem precedida de um referencial teórico que apresenta o entendimento dos autores que são usados na análise dos dados, fundamentando cada um dos conceitos e entendimentos que se defende nesse texto.
3.1 Enfoque metodológico
O foco metodológico do presente trabalho se estrutura por meio de uma análise inicial de um referencial teórico que se fundamenta em fontes previamente selecionadas com o foco de mostrar entendimentos alinhados com a temática aqui apresentada. Com o modelo mostrado abaixo pode-se observar de que forma o presente trabalho se estrutura:
Figura 6: Estrutura do Trabalho
O modelo mostrado acima expõe de que forma a estruturação do trabalho se consolida, deixando claro os principais pontos que integram a dissertação. No decorrer da descrição desse tópico, mostra-se os tipos de estudo, a descrição das ferramentas, das propostas e demais itens que se conectam com a compreensão do caminho percorrido para a construção de toda a dissertação.
3.2 Tipo de estudo
O presente estudo se consolida como uma abordagem teórica e prática que tem como premissa descrever a experiência profissional adquirida no decorrer de um processo de formação que ocorreu em uma instituição de segurança pública da esfera municipal.
Toda a formação que envolve a presença de profissionais homens, mulheres e cães tem como base o respeito a uma cadeia hierárquica onde a disciplina se faz presente, junto ao reconhecimento sobre a importância e indispensabilidade de cada um dos agentes ali presentes, seja humano ou canino.
Nesse contexto, o presente trabalho busca evidenciar com base na montagem inicial de uma construção teórica, a importância desse treinamento para a segurança pública de forma geral, ao passo que conjuntamente avalia a necessidade constante de treinamento dentro desse ambiente com o intuito de validar posturas e condutas dos agentes em campo.
Complementarmente, é importante lembra que de acordo com o entendimento de Lakatos (2019) que o estudo aqui descrito se baseia em uma construção analítica de cunho qualiquantitativo que destaca de forma fundamentada em seu decorrer os resultados alcançados na coleta de dados.
3.3 Descrição do contexto, dos participantes ou população e o período em que a pesquisa foi realizada
O contexto no qual a pesquisa é realizada se trata de um curso de capacitação que promoveu a experiência profissional em uma instituição de segurança pública da esfera municipal. No decorrer dessa experiência profissional foram repassados entendimentos que serão compartilhados ao longo da discussão teórica do presente trabalho, sendo mostrado fatores relativos aos participantes da pesquisa.
No que diz respeito a esses participantes, esclarece-se a presença de instrutores, policiais em treinamento e agentes caninos – K9. São esses participantes que representam a população da pesquisa que é aqui descrita.
Quanto ao período em que a pesquisa foi realizada, cabe dizer que a mesma se estendeu ao longo de todo o processo de capacitação, uma vez que todos os avanços, todos os entendimentos e conhecimentos compartilhados pelos profissionais responsáveis pelo ensino, eram compartilhados de forma gradual e cumulativa.
Desse modo, o treinamento desses agentes pode ser inicialmente compreendido como uma ação gradativa de fortalecimento de vínculos que tem como premissa reforçar a eficiência das ações entre o agente policial humano e o K9.
Assim, no decorrer de toda a duração dessa formação foram coletadas imagens, vídeos, e respostas a questionamentos feitos aos professores ali presentes, com o intuito de por meio dessas ações reforçar os conhecimentos sobre cada situação ali vivenciada e compartilhada, e dessa forma enriquecer o quadro de informações que integra a presente dissertação.
3.4 Estudo
A importância desse estudo se ratifica na promoção de uma análise detalhada sobre a temática aqui trabalhada ao passo que comprova por meio da demonstração, abordagem teórica e discussão desses dados coletados, as hipóteses que se pretende comprovar com a sua elaboração.
Nesse contexto, verifica-se de acordo com o que mostrado por Lakatos (2019), que a elaboração de um estudo teórico decorre do olhar analítico do pesquisador que consegue problematizar uma questão específica dentro do seu campo de atuação ou na comunidade em que vive. Esse olhar crítico do pesquisador deve ser valorizado e avaliado de forma meticulosa e em acordo com todos os ditames acadêmicos, para que dessa forma se compreenda a relevância de discussão da problematização levantada.
Somado a esse fator, é pertinente também que se aponte a necessidade de mostrar detalhadamente os processos que integram o estudo da temática dessa dissertação, esclarecendo que por meio do método aqui analisado, se tem a possibilidade de expor claramente como o treinamento de agentes K9 é estruturado, tornando mais fácil para quem analisa a presente dissertação a importância da presença do agente canino em operações policiais diversas.
3.5 Variáveis ou categorias de análise estudadas
Entender a usabilidade do texto acadêmico é algo essencial na vida de um acadêmico. De modo geral, entende-se o texto acadêmico como sendo algo complexo e distante, contudo, este é um equívoco que precisa ser observado de modo constante. Ora, o texto ciêntifico, de acordo com Moura (2013), pode ser entendido como qualquer manifestação que seja exposta por um acadêmico de uma instituição reconhecida.
Obviamente, tal manifestação textual, ocorre em um primeiro momento como sendo algo não sofisticado, carente de adaptações e deficitário em relação á norma culta. Para tanto, tais itens devem ser adquiridos com a prática da escrita e por isso o texto ciêntifico tende a desenvolver-se conforme um estilo próprio do autor no decorrer de sua vida acadêmica.
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT (2003), a estrutura de um texto ciêntifico deve respeitar certos paramêtros de padronização, afim de que seja mantido um estilo formal nos mesmos, as instruções que constam explicitas na NBR 6021 precisam ser respeitadas de forma coerente para que o formato do texto cientifíco seja reconhecido em uma primeira análise.
Assim, entende-se que a compreensão de tais normas bem como o entendimento de características do texto científico é algo que precisa ser compreendido em sua totalidade, pois, o dominio e aplicabilidade destas normas constituem-se como essenciais no mundo acadêmico. Logo, absorver o que consta em normas de padronização e orientação configura-se como sendo vital par o bom desenvolvimento de um texto cientifico.
Sobre as variáveis e categorias usadas no decorrer da pesquisa, cita-se que primeiramente faz-se uso de variáveis quantitativas, aderindo à tipologia de variáveis contínuas, onde se busca elencar dados com valores presentes dentro da pesquisa, para que assim se tenha referências quantitativas sobre o objeto de estudo da pesquisa.
Quanto às variáveis qualitativas utiliza-se duas variáveis com tal característica, sendo a primeira qualitativa adotada a variável com perfil dicotômico que se aplica dentro da entrevista semiestruturada sob o formato de pesquisas objetivas que permitem a exposição de respostas “sim” ou “não”, ou mesmo o apontamento de alternativas dadas pelo entrevistado.
A segunda variável utilizada é a variável qualitativa policotômica que diz respeito às respostas subjetivas que serão obtidas dentro da entrevista semiestruturada, bem como da coleta de dados por meio de vídeo e imagens. essas variáveis de acordo com Lakatos (2019) permitem ao pesquisador a compreensão de fatores relevantes dentro do modelo de análise proposto, tornando possível a compreensão macro daquilo que está sendo avaliado.
Esclarece também que a entrevista semiestruturada não se resume nesse caso a um momento dedicado exclusivamente pelo pesquisador para a coleta de informações. Trata-se na verdade de um conglomerado de questionamentos realizados ao longo de todo o curso, que sustentam a tese aqui apresentada e que se pretende defender.
3.6 Descrição das ferramentas ou procedimentos para a análise dos dados.
Dentro de um universo acadêmico a necessidade de expressar-se sobre as várias possibilidades de discussão que se apresentam neste meio é recorrente. Dentro das áreas que integram o rol acadêmico, as possibilidades são infinitas e a escolha de uma temática junto à forma de abordagem da mesma requer cuidado, tanto no repasse dos dados, quanto na forma de explicitação da mesma.
De acordo com Beuren (2006), a metodologia escolhida para a construção de um texto ciêntifico possui relevância máxima para a formação deste, haja visto que a sua composição quanto ao método escolhido é o que irá determinar a abordagem do assunto que está em pauta.
Em outro aspecto, Chizotti (1995), esclarece que a escolha de um tema, junto ao apontamento do método escolhido é determinante para uma amostragem de qualidade, neste passo, o autor explica que, ao escolher um tema, quem irá dissertar sobre ele terá à sua frente, várias possibilidades de abordagem, por isso, a delimitação do tema e o método de abordagem escolhido, juntamente ao tipo de pesquisa que será realizado são cruciais para a formação responsável de um texto de qualidade.
Todos estes métodos, associados ao tipo de pesquisa correto serve para dar ao texto ciêntifico o layout necessário para a sua construção. Outrossim, estas buscas por enquadramento priorizam uma formação coerente do texto associadas à exposição de um novo conhecimento teórico sobre um tema em análise.
Em sua definição sobre a forma como será composto pode-se que este trabalho pode ser denominado em sua primeira parte como uma revisão de literatura seguida por uma análise mais aprofundada sobre a viabilidade do texto científico.
De acordo com Lakatos e Trujillo (2010), a revisão de literatura pode ser entendida como um gênero acadêmico científico que engloba em sua montagem, pensamentos, ideias e entendimentos variados sobre a temática que está sendo trabalhada, ou seja, revisar literalmente uma temática, é colocar em destaque os entendimentos mais recentes e arrojados que se tem à disposição, é tornar claro ao leitor e demais pesquisadores a compreensão do objeto de estudo que está sendo tratado.
No que se refere aos procedimentos metodológicos pode-se dizer que a metodologia é um conjunto de abordagens, técnicas e processos utilizados pela ciência para formular e resolver problemas de aquisição objetiva do conhecimento, de uma maneira sistemática.
A pesquisa será baseada no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para os problemas propostos mediante o emprego de métodos científicos. Foi construída uma base teórica de informações descritivas que serão distribuídas de acordo com a temática do trabalho.
Neste passo, cabe dizer que a pesquisa documental que foi realizada para a composição deste trabalho, ancorou-se nos preceitos básicos do próprio conceito de pesquisa documental. Ou seja, por primeiro, analisou-se dados disponíveis no blog oficial dos correios e por conseguinte aprofundou-se a pesquisa no site oficial da empresa, onde se recolheu os dados pertinentes, posteriormente, os dados coletados foram exposto e devidamente fundamentados, como segue mostrado adiante. (LOPES, 2016)
3.7 Hipótese
Com base na temática aqui descrita levanta-se as seguintes hipóteses:
Hipótese 1: Com a presença de agentes K9, a ação policial ganha reforço e maior efetividade, isso porque o treinamento desses agentes caninos tem como premissa a viabilidade de ações que auxiliam na resolução de crimes e a solucionar situações complexas e com difícil potencial de resolução.
Hipótese 2: O treinamento de agentes K9 se baseia em um adestramento tático com o uso de medidas éticas e pertinentes ao bom relacionamento do K9 com o policial que será seu companheiro. Com isso se compreende que todas as abordagens adotadas dentro desse exercício têm como medida fazer com que os comandos repassados sejam devidamente assimilados e postos em prática no decorrer das missões que lhes são repassadas.
3.8 Descrição da coleta de dados para o diagnóstico que fundamentou o projeto
No entendimento de Nascimento (2002) a elaboração de ideia e a amostragem destas por meio de textos científicos é um importante meio de modelagem de ideias. O autor explica em seus textos que o pensamento humano está sempre aberto à ideias e modelos novos que podem surgir em sua vida, por causa disso, a adesão a posicionamentos novos está sempre em vigor e é este fato que torna a compreensão de novas ideias e pensamentos, tão agradável. Em síntese, o autor ensina que o homem é por natureza dinâmica, um ser que apesar de distanciar-se cada vez mais de características nômades inerentes à sua natureza, permanece ávido a receber sempre o novo, seja a adesão de uma nova ideia ou postura, seja a mudança ideológica, esta última, mais implícita.
Com isso, podemos citar ainda nessa discussão, o entendimento de Lakatos (2007), que defende o fato de que a comunidade acadêmica, como entidade capaz de divulgar e promover textos científicos que corroboram para a mudança social deve ser responsável pela realização de pesquisas verdadeiras, perenes em sua abordagem. Em outras palavras, é preciso comprometimento e coerência tácita, pois, uma vez que a exposição de uma ideia foi feita com sucesso, é inadmissível que haja oscilação, por parte do autor, em relação ao que foi por ele apresentado.
Entender de que forma um texto científico é composto é algo essencial na criação de um. Os elementos que integram o texto acadêmico deixam claro que este não é composto somente de ideias e entendimentos/olhares sobre o elemento pesquisado. Trata-se de uma técnica que carece de irrestrito cumprimento de normas para que seja considerada cientificamente viável. Assim, relembra-se que na construção do projeto que antecede este artigo, falou-se a respeito do enquadramento do texto científico nos vários formatos de pesquisa. Faz-se viável então, que se aborde agora a respeito dos elementos que o compõem.
Resumidamente, fica claro que a criação e apresentação de um texto científico, precisa ser pensada e posteriormente defendida de forma veemente, pelo contrário, ele se tornaria um produto em desuso, uma clara manifestação de algo obsoleto, o que por sua vez, iria em contramão ao que se tem entendido desta ferramenta.
3.9 Descrição do processo criativo realizado para desenvolver o desenho
A formação acadêmica de um indivíduo perpassa por uma série de passos que são essenciais para a construção de um profissional. Independente da área de atuação deste, encarar todos os desafios que se apresentam no decorrer da jornada acadêmica, é essencial para que o acadêmico se torne alguém capaz de colaborar criticamente para o espaço no qual está/será incluso.
Uma das formas mais coerentes de se manifestar é através do texto científico, este por sua vez pode ser considerado como uma das formas mais claras de se manifestar cientifica e criticamente a respeito de uma temática independente de qual seja a área de atuação e da temática abordada. Ao entender estas afirmações, esclarece-se que o artigo que ora se inicia tem por temática “O texto cientifíco e suas características”.
Entender a funcionalidade do texto científico dentro da comunidade acadêmica e na sociedade em geral é algo que exige atenção. De certa forma, a publicação de um texto acadêmico tem o poder de fazer com que a organização de uma comunidade seja (re) orientada por meio de uma ação teórica que tem o poder de expor um problema que acontece na prática.
Neste passo, segundo o entendimento de Trujillo (2001) é entendido que a abordagem de uma temática dentro de um texto científico pode ser compreendida como sendo uma forma primária de abordar um assunto ainda não observado ou discutido dentro por meio de fundamentos científicos. Em síntese, pode-se dizer que a abordagem de um texto científico corrobora de forma prática para que seja possível que a comunidade entenda que determinado problema seja então solucionado.
Na visão de Severino (2002), o texto científico constitui-se como uma importante forma de comunicação do meio acadêmico com a sociedade, mais que isso, o autor ratifica o fato de que tal texto é uma forma democrática, civilizada e útil para que a comunidade acadêmica torne válida, as ideias, os posicionamentos e os pensamentos contraditórios que existem a respeito de certo tema.
Desta forma, a existência de teses e contra teses é uma maneira profissional de debater e validar as ideias e olhares que nascem no meio e ainda assim mostrar para a sociedade de que modo o seu comportamento deve se orientar. Em casos semelhantes, o entendimento sobre a relevância do texto científico na sociedade de modo geral, bem como na comunidade acadêmica, é enorme.
Recentemente, e ainda na construção da sociedade atual, temos as definições mais conhecidas, de cientistas do mundo todo que alertam para o fenômeno chamado de aquecimento global, onde novamente, tem-se uma orientação para uma mudança comportamental; mudança esta que está diretamente atrelada à sobrevivência da humanidade na Terra. Com isso, compreende-se que, seja na atualidade ou em tempos remotos, a influência dos textos científicos tem sido válida para a comunidade, e por isso, é salutar que se reconheça a relevância deste na formação do meio social.
3.10 Aproximação
Busca-se com a explanação dos resultados que serão apresentados, tecer uma discussão que os aproxime da realidade vivenciada, fazendo com que a construção de todo o texto dissertativo aconteça, tanto em acordo com as normas solicitadas pela instituição, quanto em acordo com os resultados que ajudam a construir uma percepção assertiva da realidade vivida pelo acadêmico no decorrer de todo o treinamento.
3.11 Descrição da coleta de dados para o diagnóstico que fundamentou o desenho
Kerlinger (1980) ensina que não necessariamente um único texto tenha que ser integrado por todos estes elementos. É pertinente que a cada temática abordada seja escolhida uma metodologia específica que contemple as necessidades que o tema em estudo exige. Para que se compreenda melhor o que se quer dizer, explana-se o que consta em Kerlinger (1980 p. 8), onde ele explica claramente o que vem a ser a metodologia.
A metodologia é o estudo dos métodos. Isto é, o estudo dos caminhos para se chegar a um determinado fim. Com o objetivo de analisar as características dos vários métodos indispensáveis tais como: avaliar capacidades, limitações e criticar os pressupostos quanto sua utilização.
De acordo com o entendimento de Roesh (1999) é necessário acima de tudo, um cuidado por parte do autor, no momento em que ele vai iniciar uma pesquisa, pois, a existência dos modelos de pesquisa pressupõe o fato de que, um objeto de estudo requer a sua forma de estudo pertinente. Isto é, há a determinação implícita por parte do próprio objeto de estudo quanto á forma como ele será estudado.
Conforme se tem em Lehfeld (2000), a estrutura do texto científico, em determinados estudos se auto-define conforme a abordagem que lhe é apresentada, ou seja, os elementos básicos que foram aqui apresentados são uma necessidade científica, fato. Contudo, para que sejam abordadas de forma responsável e coerente, o texto científico abriga em si, modificações que corresponderão à ideia apresentada em seu bojo.
Absorve-se então que, o texto científico é um elemento tradicional, contudo, receptivo às abordagens diferenciadas. Assim, entende-se que a sua estrutura e composição por elementos diferenciados, corrobora para a abordagem de um formato social, que se sabe, está em constante modificação.
3.12 Descrição dos procedimentos desenvolvidos para a implementação da proposta.
Para a construção do presente estudo adota-se inicialmente como base de análise, referências textuais relativas ao tema que se destaca como objeto de estudo ao longo dessa dissertação. Desse modo, esclarece-se que para a seleção das fontes previstas foram adotados critérios de inclusão e de exclusão dessas fontes, sendo que inicialmente foram adotados alguns descritores, palavras-chave e frases correlatas que ajudaram na busca geral de fontes, entre eles tem-se:
– Treinamento canino;
– Cães de guarda;
– Treinamento K9;
– Disciplina;
– Humanização no treinamento de K9;
– Vínculo entre policial e cão treinado;
– Adestramento de K9;
– A presença de agentes caninos em operações policiais;
Com o uso desses principais descritores, alcançou-se publicações com temática similar ao abordado no decorrer desse projeto. Com um resultado considerável de artigos, teses e dissertações que foram encontrados estruturou-se os seguintes critérios de classificação das fontes que seriam utilizadas, sendo eles:
– Estar disponibilizado em indexadores: Scielo, Bireme, Google Acadêmico, Biblioteca Virtual da UnB, Biblioteca Virtual da UFG, revistas científicas com Qualis B3, B2, B1, A2, A1.
– Estar publicado em língua vernácula, língua estrangeira inglês.
– Estar disponibilizado gratuitamente.
– Ter sido previamente avaliado por uma banca avaliadora antes da publicação.
Sendo cumprido todos esses critérios, validou-se as fontes dele que seguem litadas na tabela adiante exposta:
Com a seleção das fontes de fundamentação foi iniciada a leitura dos textos selecionados e conforme a leitura se seguia foi dado início à construção dos objetivos e justificativa de escolha do tema, e posteriormente construção do referencial teórico, descrição dos procedimentos metodológicos seguida da análise dos dados coletados.
3.13 Descrição das ferramentas ou procedimentos para análise de dados
Quanto ao modelo de análise dos dados, especifica-se que para análise dos dados foi adotado o método dedutivo de análise. Conforme se observa em Lakatos (2019) que na análise dedutiva inicialmente se vale a partir da premissa da leitura e compreensão do entendimento que foi explanado pelo autor para então se apresentar um entendimento autoral sobre aquilo que foi abordado e que se encontra em pauta na discussão do capítulo ou do tópico que integra a descrição como um todo.
Sobre a análise dos dados coletado em campo, adota-se como principal ferramenta uma entrevista semiestruturada com perguntas objetivas e subjetivas que tem como foco comprovar as hipóteses já aqui apresentadas. No tratamento dos dados, especifica-se que são utilizadas imagens, gráficos e possíveis descrições de falas coletadas.
Todos os dados apresentados são discutidos com base nas fontes de fundamentação selecionadas, desse modo, cada dado mostrado é discutido de acordo com entendimentos já publicados e que endossam os dados mostrados.
3.14 Considerações éticas
No decorrer da construção desta dissertação se adota como postura ética os preceitos apontados pelo Comitê de Ética em Pesquisa – CEP. Nesse sentido se tem como meta o entendimento de que a pesquisa deve resguardar pontos importantes no seu processo de realização, como aderir a condição de voluntariedade dos participantes da pesquisa, preservar a identidade dos participantes não humanos que aderirem à coleta de dados proposta como responder a questionário ou a entrevista semiestruturada e ainda preservar o devido cuidado com a exposição de locais onde os participantes não humanos que integram a pesquisa atuam.
Todos esses cuidados se referem a uma série de normativas que tem como base a proposta de uma pesquisa que apesar de se consolidar como um estudo enviesado com o objetivo de analisar o que é apresentado no seu tema e objetivo geral, vale-se de medidas que resguardam a sua conduta de imparcialidade, podendo assim afirmar pressupostos relativos ao seu objetivo e assim afirmar a sua hipótese criada.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Avalia-se anterior à amostragem dos resultados que integram a presente dissertação, um breve entendimento quanto a natureza canina e a sua fidelidade, compreendendo para tanto que a relação entre homem e animal ocorre desde os primórdios da civilização e tem sido considerada como um fator responsável por fazer com que significativos avanços fossem alcançados pelo homem, no que remete à sua capacidade de dominar um determinado ambiente.
Nesse sentido, compreende-se que essa relação, não possui uma trajetória simplória e recente, trata-se de séculos de estabelecimento de um vínculo que se fortaleceu e que foi aprimorado, fazendo com que a habilidade desses animais fosse usada para diferentes fins, desde a ajuda na defesa dos locais de morada de seus tutores, até à realização de caçadas que ajudavam a alimentar a todos, chegando também a serem essenciais no pastoreio e criação de outros animais como cabras, ovelhas e gado.
Toda essa relação faz entender que a relação existente entre homem e cão os torna de certa forma, cumplices em sua busca pela sobrevivência, e historicamente, ambos se encontram ligados pela capacidade que tiveram de se relacionar e de fazer com que a sua espécie sobrevivesse apesar dos muitos desafios que surgiram em seu caminho.
Compreende-se então, que ao se olhar nos dias atuais para a usabilidade da força animal, em especial os cães, na realização de atividades como patrulhamento, busca por entorpecentes e reforço na segurança pública, o que se tem é o resgate de um vínculo que já se estende por anos, e que faz com que a sua ação seja responsável por dar a sociedade maior segurança, devidamente ofertada pelos agentes policiais humanos e pelos agentes K9.
É então necessário que se aprofunde o entendimento que se tem a respeito do modo como esta relação se consolida, compreendendo que não se trata de um simples uso da força animal como uma forma de favorecer a segurança ou ação humana. Para que os serviços de K9 possam ser utilizados, é essencial que sejam cumpridos passos específicos que servem inicialmente, como um padrão normatizador tanto da conduta humana, quanto dos parâmetros sob os quais a ação do K9 deve ser orientada, seguidamente, é importante que se pontue que a ação do K9 precisa ocorrer em conformidade com ditames muito bem alinhados que buscam assegurar o cumprimento dos objetivos que serão estipulados ao longo das missões que o K9 participará.
Para isso, é necessário que se revele que durante todo o treinamento, é primordial o fortalecimento de uma cadeia de comando que se consolida a partir do reconhecimento sistêmico de que o K9 não é uma arma. Para tanto, Estelita (2019) explica que é essencial que se compreenda que a, ao se perceber corretamente que o K9 nada mais do que um agente que atua em parceria com seu colega humano em prol do êxito da missão estabelecida, cria-se para ambos – policial e K9 – uma compreensão humanista que reconhece a necessidade de um zelar pela vida do outro.
O policial humano nesse contexto, precisa compreender que é de sua responsabilidade cuidar para que seu parceiro K9 consiga executar sua tarefa e a consiga em segurança. De acordo com o entendimento de Kaldor (2017), esse posicionamento se faz necessário justamente pelo fato de que o K9, ao estabelecer um vínculo de amizade e companheirismo com seus parceiros humanos, usará de toda a sua força e habilidade de forma irrestrita para que estes estejam seguros.
Por assim ser, é sabido que ao reconhecer a amizade e o vínculo existente com sua equipe ou seu parceiro, o K9 instintivamente usará as suas habilidades, destreza e força para que todos os que ele ama não sofram riscos, e nos casos em que se tem o risco como inevitável, é certo que o K9 será o primeiro a enfrentá-lo para que seus parceiros não o corram. Nesse sentido, se tem claro de acordo com o entendimento de Baltazar Junior (2014) que, persistindo a boa-fé do treinador e de toda a equipe, é essencial que ao policial humano seja delegado o mesmo nível de responsabilidade com a vida do K9.
O que se entende com isso é que, seria configurado em uma ação vil e covarde, o aproveitamento de habilidades tão claras e presentes no K9 como a amizade, a fidelidade e o seu infalível instinto de proteção em favor da preservação da vida do policial. Aliás, tal ação não se diferenciaria de um massacre e de uma barbárie que se vai contra o código de ética policial, ao passo que também estaria abissalmente distante dos valores de honradez, compromisso, ética e decência, tão defendidos dentro da corporação.
Para isso, Arcuri (2015) defende que é essencial que se reconheça fatores que são quase equivalentes à racionalidade que ecoa no ser humano, como um pressuposto à valorização e reconhecimento do animal como um parceiro que lutará pela vida do policial, apesar de qualquer dificuldade. Em síntese, a autora pontua que, é vital que se defenda a presença e a usabilidade do K9 em acordo com a compreensão de que ao fazer uso da sua força e sua habilidade como fomento à busca de êxito em uma missão, verificando a necessidade de haver por parte do ser humano, uma contrapartida ética e humanista e fara com que a sua ação também ocorra fundamentada no comprometimento de resguardar e zelar a vida do K9, tal qual ele o fará pela vida do policial.
Indo então à compreensão sobre as características do K9 que são apresentadas no decorrer do treinamento, destaca-se que se tratam de cães que começam o seu treinamento ainda filhotes, sendo preferencialmente treinados cães das raças Pastor Alemão; Pastor Belga e Labrador. Como validação das características que mais se destacam nesses cães, tem-se que tanto o Pastor Alemão quanto o Pastor Belga são:
– Cães de grande porte;
– Musculatura acentuada;
– Bons receptores de comando;
– Fiéis;
– Fáceis de criar vínculo com seus tutores;
– Boa visão e olfato;
– Bom instinto de proteção;
– Respondem muito bem quando compelidos a agir e a parar.
No caso dos cães da raça labrador, que são mais comumente usados em aeroportos e terminais rodoviários auxiliando na busca e transporte ilegal de entorpecentes, destaca-se as seguintes características:
– Excelente olfato;
– Obediente;
– Amigo;
– Bom instinto de proteção;
– Responde muito bem aos comandos que lhe são mandados.
Todas essas características são muito bem utilizadas ao longo do treinamento K9, e o que se busca no decorrer dessas ações é fazer com que as características desses animais sejam aprimoradas e bem utilizadas ao longo das missões às quais eles irão executar.
Figura 7: Ação de treinamento de um K9 em campo aberto
Em conformidade com o que explanam Cervini e Gomes (2018), todo o treinamento de agentes K9 tem como premissa também, estabelecer um nível de interação entre policial e cão em treinamento, de modo que seja destacada a positividade desse relacionamento, buscando fazer com que recursos que façam uso de estratégias de agressividade ou de maus tratos, sejam totalmente inutilizados. Essa ação se fortalece a partir da amostragem da imagem acima, que retrata uma ação fundamentada neste treinamento, que se estendeu para a comunidade civil, como mostra o panfleto que exposto.
Junto a esse padrão de atuação, mostra-se ainda o que é discutido por Slaviero (2016) que explica que todas essas ações ratificam a importância do treinamento canino, e a sua consolidação a partir de um nível de comunicação que abandona todos os modelos mais radicais que antes machucavam e fomentam no cão a sua agressividade, se pautando na atualidade por medidas que são mais humanistas e com alto grau de eficiência na comunicação com esses animais, despertando de forma pacifica a sua capacidade em interagir com o ser humano e se conectar de forma eficiente com todos à sua volta, respondendo a comandos, e agindo em acordo com aquilo que é solicitado.
Para tanto, Estelita (2019) deixa claro que é crucial que se compreenda que a eficiência do treinamento K9, se pontua justamente pela necessidade de se fazer com que no decorrer de toda a abordagem de treinamento, sejam despertadas no animal, sensações que reforcem a confiança e amizade que existe entre ele e o policial, ou à equipe de polícia. Trata-se nesse caso, de uma busca que se baseia positividade de um treinamento que rechaça a agressividade ou mesmo a tortura do animal, sendo proibido qualquer tipo de maus tratos ou de tortura contra o K9.
Isso se dá pelo fato de que, conforme mostra Costa (2018), o animal tem uma probabilidade maior de responder com mais eficiência, quando estimulado a interagir e a participar de uma ação na qual terá sua contribuição reconhecida e valorizada. Assim, o autor reitera que é perfeitamente possível que a resposta do K9 venha a ser positiva e receptiva aos ensinamentos que lhes são repassados em decorrência da efetividade do treinamento que lhe é repassado e das bases que são utilizadas nele.
Torres (2018) explica também que a opção por adotar medidas que se distanciam efetivamente de modelos de tratamento que se embasam na agressividade e nos maus tratos aos animais, o que se alcança é a possibilidade de fazer com que o treinamento K9 seja altamente eficiente. Isso devido ao fato de que, quando trabalhada a inteligência e demais instintos do animal, o que se tem é a valorização de sua capacidade cognitiva.
Em contramão a isso, o despertar da agressividade, faz com que o animal seja incapaz de responder aos comandos que lhes são repassados, deixando-o também, inapto a responder aos comandos que são repassados a ele durante o seu treinamento e também no decorrer da sua ação em missões diversas.
Toda essa postura é refletida no tratamento que é dado também ao policial, reconhecendo que essa abordagem se abrange dentro de um cenário de comunicação altamente eficiente, que preza em conjunto pela saúde emocional do policial, fazendo com a sua ação dentro desse segmento seja eficiente e centrada na promoção do seu bem-estar. Procurando assim avaliar os impactos desse treinamento, mostra-se adiante a planilha exposta que evidencia.
Fonte: Acervo próprio.
Figura 8: Medidas de fatores de Felicidade Interna Bruta – FIB
Conforme se avalia ao longo da planilha e do gráfico apresentados, é notável que a ação dos agentes que estão presentes dentro do treinamento K9, é avaliada de forma detalhada, com o escopo de fazer com que a sua interação em relação ao escopo de toda a missão seja efetivo e bem delineado com as premissas que tal ação requer.
Importante reiterar que, ao procurar medir tais índices dentro da unidade, o que se busca é um mapeamento quanto à eficiência do trabalho realizado, procurando reconhecer que, devido ao fato da unidade CANIL atuar sob um sistema hierárquico, é pertinente a avaliação do mesmo, tendo em vista que a hierarquia ali presente só se sustenta a partir do reconhecimento de que a mesma serve ao propósito de preservação da ordem, de cumprimento de todas as medidas que são apresentadas e da defesa dos valores que integram a mesma.
No entendimento de Slaviero (2016) fica compreendido que, é preciso que seja compreendido o fato de que tanto o K9 quanto o policial, precisam estar ligados, logo, nem o policial se resume à mera ação de conduzir o K9 para a zona de risco onde a missão ou operação ocorrerá, nem tampouco o cão pode ser usado como uma ferramenta ou arma que irá ser utilizada como forma de potencializar a ação que será ali executada.
Para Baltazar Júnior (2014), não pensar no vínculo e na relação do policial com o K9, é como fazer uma escolha consciente de ações que serão ineficientes para que esse tipo de abordagem ocorra de forma eficiente. Trata-se na verdade de uma tentativa de fazer com que as medidas que tanto se defende, caiam em desuso, pelo simples fato de não haver a simples valorização do vínculo que precisa existir entre policial e K9, e do bem-estar sobre o qual essa relação deve estar pautada.
Conforme se em Estelita (2019), a adesão e cumprimento de medidas e de normativas que integram a ação policial em companhia de agentes K9, é endossada pela premissa de servir e proteger a comunidade, apesar dos riscos que possam surgir ao longo de todo o caminho. Contudo, mesmo diante de uma forma de ação tão contundente, ainda é buscado pelo comando geral da corporação, a preservação de um relacionamento amigável entre os agentes, reconhecendo que é essa condição de afabilidade, que fará com que os níveis de confiança presente entre os membros da equipe, sejam preservados e assim defendidos apesar das dificuldades que possam surgir pelo caminho.
Luescher (2017) quando trata a respeito desse tema, enfatiza que, é preciso que dentro de uma corporação ou unidade, haja o reconhecimento por parte dos membros da equipe, quanto ao fato de que há uma responsabilização de cada um por todos, e de todos por cada um. Esse é um pensamento e uma postura encorajadora, que se fortalece por meio de ações que reforçam os valores que devem ser cumpridos por cada um de seus membros, e especialmente, pela sustentação de um nível de confiança que é essencial para a qualidade de ação de cada um destes agentes.
Cervini e Gomes (2018) explicam também, que, a constituição de um ambiente com alto nível de qualidade de relacionamento, faz com que seja mais fácil existir o êxito na adoção das medidas que são repassadas aos agentes. Com isso, observa-se que, ao predominar o reconhecimento quanto ao comando de ações, policiais humanos e agentes K9, conseguem assimilar melhor os escopos presentes na unidade e assim aderir sem grande resistência ao que lhe é comandado, em favor de um modelo de ação que responde complementarmente a um plano maior.
Arcuri (2015) pondera nesse caso que, a ação do policial e do K9 não estão compelidas a uma adesão cega de normativas que não podem ser compreendidas quanto à sua finalidade. Longe disso, trata-se de uma esquematização muito bem delineada e coerente com a busca por solucionar uma situação problema que se tem adiante.
Neste sentido, Costa (2018) também deixa claro que, ao fazer com que o policial compreenda a finalidade daquilo que este executando, fica mais fácil para ele o repasse de normativas ao K9 e assim, ambos conseguem cooperar de forma eficiente em uma ação que sem importar o nível de risco, tem como objetivo maior a preservação da ordem e da segurança para a comunidade de modo geral.
Encontra-se em Torres (2018) a compreensão de que, todo o cenário de atuação do K9 e da equipe a qual ele compõe, deve então ser regido por normativas que endossem uma conduta que reconheça e valorize de forma ampla a indispensabilidade de cada um dos agentes ali presentes. Em síntese, é crucial que se reforce que, quando presente e atuante em uma ação, é essencial que os envolvidos na finalização de uma situação problema, sejam guiados por uma conduta que quando apresentada no decorrer de seu treinamento, deixou transparecer a responsabilidade de todos com o resgate de um estado de normalidade e acima de tudo, com o zelo pela vida de cada um dos agentes que se encontram envolvidos na missão.
Figura 9: Treinamento Canino em Ação
Conforme se avalia em Kaldor (2017), quando o reconhecimento a esses valores é validado, o que se tem é a certeza de que a ação que será realizada, apesar dos riscos, ocorrerá dentro do esperado. Este fator de certeza não considera logicamente, as eventualidades que sempre estão presentes em qualquer ocorrência, no entanto, a busca e a ação dos agentes envolvidos, se pontua pela necessidade de fazer com que seja alcançado um resultado positivo apesar das dificuldades que precisam ser superadas.
Ao se procurar pontuar de forma específica as ações que podem ser realizadas tendo como apoio a presença dos agentes K9, se encontra em Machado (2019) o apontamento das seguinte condições e situações nas quais a presença desses animais se torna o diferencial entre o êxito e o fracasso da missão, sendo destacadas pelo mesmo autor, as situações nas quais eles são mais atuantes.
Figura 10: Focos do Treinamento Canino
Mesmo estando presente no decorrer de missões e operações com a natureza similar às que foram pontuadas acima, o que se tem claro é que a forma como esses cães atuam, é pertinente com as diversas situações de risco que ocorrem na comunidade de modo geral.
Por esse motivo, como mostra Maia (2019), o seu treinamento o capacita para as mais diferentes situações. Nesse contexto, o que se observa também é que, a percepção de que o modelo integrativo presente dentro do relacionamento existente entre policial e agente K9, deve se pautar pelo reconhecimento de que, dotado de uma natureza que o faz ser capaz de compreender seu próprio sentimento e sensação concomitante à uma percepção do K9, cabe ao agente fazer uso adequado de sua racionalidade, procurando com isso compreender tanto a si mesmo, quanto o K9 junto ao terceiro indivíduo que comumente é alvo da ação que está sendo realizada.
Com isso, se percebe que a natureza humana precisa ser vista por dois planos que são antagônicos em si. Ou seja, a mutação sofrida por essa pode ser referente à um declínio social e moral de um indivíduo, chegando a ser também um caminho percorrido para a virtude de alguém. Nesse sentido, o que se pode compreender é que, dentro de todos os parâmetros que se discute agora, é pertinente que se destaque o fato de que, sem importar qual o tipo de mudança experienciada por alguém são os fatores que levaram a uma mudança específica, que precisam ser analisados.
Já foi derrubada a crença de que uma condição social de pobreza é relevante para o surgimento de uma conduta criminosa ou de um pensar criminológico; ao se observar com cuidado as inúmeras jurisprudências que relatam a respeito de uma variedade de casos de crimes diversos, o que se percebe é que, há uma uniformidade desses dados, ou seja, apontar somente pessoas com baixo poder aquisitivo como aptas a cometer crie, é um comportamento equivocado, oriundo de quem não busca conhecer a realidade do seu ambiente de vivência.
Para considerar aspectos referentes à criminologia e natureza humana, leva-se em conta que, primeiramente, para que haja essa possibilidade de relação entre tais termos, é pertinente a externalização de um pensar criminológico. Nesse sentido, é possível perceber que o constructo que interliga a linguagem enunciada se ancora na carga presente no subconsciente de cada indivíduo, assim, o enunciado de cada ser nunca é decorrente de um mesmo uso dos termos utilizados, o que por sua vez, valida a singularidade da natureza humana.
Deste modo, cada estruturação da linguagem é dependente das relações e do perfil de cada indivíduo por isso, a ação de cada indivíduo é decorrente das experiências vivenciadas por cada um. Logo, se compreende que a ação criminológica, pode ser considerada como um resultado de significados distorcidos que foram alimentados na natureza de um homem, que são elucidados pelo seu pensar e posteriormente o seu agir.
Para tanto, no tocante à natureza humana, é possível considera a significância do que está sendo feito, na tentativa de compreender o que de fato tem sentido para determinado indivíduo. Nessa senda, o autor reitera que, a validação de termos, falas e ações é o gatilho para a adoção peremptória de um comportamento atípico, desse modo, dentro de um processo comunicativo, o que se pode é perceber que a intenção de se fazer entendido e o êxito nesse processo, é o que valida à relação entre duas pessoas.
Assim, não é a usabilidade de signos nem tampouco a forma de agir conforme a norma social estabelecida que consta no processo de vivência, mas sim, a capacidade que cada sujeito tem de se fazer compreendido e de ter seu modo de ação como motor de propulsão para o seu desejo. Dessa forma, o que alimenta um indivíduo internamente, é o fator que o leva a penar de uma forma que destoa dos demais, o autor explica também que, nem sempre a não uniformidade no ato de pensar ou agir representa o crime como resultado. Por vezes tal forma significou o avanço da humanidade. Nesse caso, é preciso que se considere que a ação criminológica, possui características muito específicas, que precisam ser consideradas em sua substantivação.
A ação de um determinado sujeito, decorre de um processo muito explícito e bem articulado que traduz as necessidades de cada ser humano, que, para se fazer entendido, utiliza uma gama de signos e símbolos que integram o seu meio de comunicação, fazendo com que a sua mensagem seja pronunciada em acordo com suas ações e de forma entendível por seus interlocutores, ou pelo grupo no qual está inserido.
O fato de que, em um processo de convívio coletivo, há que se considerar o significado e a significância que cada ação ganha conforme o seu emissor. Trata-se na verdade de uma abordagem muito explicita que considera a relevância de significado de cada comunicado para autor envolvido. É o destoar de palavras e ações que denunciam a incoerência na intenção do autor e que denota uma possível má-fé por parte deste.
Desse modo, consegue-se perceber que, a consideração de um pensar criminológico requer um olhar mais tático para a liquidez do mundo atual. O autor enfatiza que a dissolução de valores e o questionamento gratuito de absolutamente tudo sem uma razão aparentes, refletem uma conduta imatura na atualidade.
Nesse sentido, é preciso considerar que, se em um período anterior a condição de reflexão quanto à natureza humana e o pensar criminológico se relacionava com o efetivo descumprimento de valores apresentados/impostos ao individuo no decorrer de sua formação. Na atualidade já se compreende que essa natureza e esse pensar, sofrem constantemente com influências que procuram a todo modo descortinar o que se crê saber, com a vã promessa de algo novo.
A complexidade e subjetividade do pensar criminológico advindo da natureza humana, requerem muito mais que o mero apontamento de um fator que os qualifiquem. É necessário nesse caso que se perceba o fato de que, a organização de uma forma de pensar, provem de termos maiores e mais complexos do que se sabe, compreender o motivo pelo qual um indivíduo incorre em uma ação criminosa, requer uma abordagem singularizada de cada um, justamente por causa da singularidade da natureza humana de cada um.
A abordagem construída até o presente momento, discute de forma teórica a natureza humana e o pensar criminológico. De modo complementar, se observa a necessidade de abordar a temática nos parâmetros atuais de estudos produzidos pela genética comportamental, a psicologia evolucionista, associando para isso, a influência das neurociências nesse processo de compreensão da natureza humana.
Assim, encontra-se entendimentos relativos à psicologia evolucionista que, mostram que a compreensão quanto ao comportamento humano segue em plena evolução e se moldando à novas tendências e fatores que influem no seu meio de se relacionar com os demais. O autor também explica que a nuance consumerista que prioriza o ter em detrimento do ser, corrobora consideravelmente para a perpetuação de fatores mais influentes no comportamento de cada ser, fomentando aí o surgimento de patologias como a depressão, ou desencadeando comportamentos díspares aos valores e princípios apresentados ao indivíduo no decorrer do seu processo de formação.
Ora, é pertinente que se reitere que não há na fala do autor, uma menção ou relação de um modelo de sociedade com o comportamento, criminal ou lícito de, de um sujeito. O que há na sua abordagem é uma amostragem quanto ao fato de que a condição do ambiente, tende sim a contribuir com o desenvolvimento de um certo comportamento.
Há o entendimento de que, a formação de uma conduta ética particularizada, ocorre em conformidade com as experiências vividas por cada sujeito. Desse modo, há que se contemplar o fato de que, a subjetividade da natureza humana, está passível de ser corrompida, tendo por base os fatores aos quais ele está exposto.
Porém, ao se tratar dessa questão, é preciso que seja levado em conta aspectos como a dualidade existente entre mente e cérebro, compreendo neste caso, o cérebro como um órgão com função definida e objetiva, ao passo que a mente, integrada pelo subconsciente, passa a ser considerada como um item à parte, responsável pela absorção das experiências e vivências, decisões e temores, avanços e desarranjos da conduta humana.
Ao considerar esse dualismo, a condição de reação ou formação de conduta de um indivíduo em um determinado meio, passa à uma situação não dependente do processo racional deste. Ou seja, fica justificada aí a necessidade de uma abordagem psicológica, para fins de estudo, mapeamento e compreensão quanto ao desenvolvimento desses processos, tendo em vista que a ação da mente, ocorre em plano no qual o indivíduo não possui total controle de si próprio.
Analisando a fala exposta acima, o que se pode compreender é que, a influência da psicologia evolutiva no que se refere ao funcionamento da mente, mostra que a natureza humana, enquanto elemento altamente subjetivo, tende a ser moldada por elementos igualmente subjetivos e que caracteristicamente modelam a conduta humana como um todo.
É inegável a relevância de estudos psicológicos para o entendimento da natureza humana, isso porque, ao considerar que essa natureza se forma em um plano ainda pouco conhecido, que é a mente humana, tudo que se consegue absorver é que a sua formação ainda é incerta e que sim, há que se realizar mais estudos referentes ao tema.
É pertinente que se observe os avanços de estudos de neurociências e genéticos quanto à tentativa de mapeamento do comportamento humano, buscando compreender micro sinais envolvidos nesse processo e que denotam sentimentos imbuídos na enunciação de um relato. Em linhas gerais, o que se observa, é a linearidade entre o que se fala e o que é sentido, tendo como pano de fundo a certeza de que em no plano subjetivo, a mente, conhecedora de segredos e medos de cada um, fala subliminarmente o contrário do que está sendo pronunciado, ou corrobora com o que está sendo dito, por meio de sinais, cacoetes e expressões que são emitidos de forma conjunta pelo sujeito em seu lugar de fala.
Figura 11: Detalhes de Treinamento K9
A compreensão de que, a natureza humana e o pensar criminológico de um indivíduo, já surge como sendo crime, por causa das leis que regem o ambiente em que ele vive. Logo, se na sua mente surge a compreensão de que determinada ação, ainda que rompa com preceitos éticos que lhe regem a vida, ou que venha a ferir terceiros, é proveitosa ao seu convívio, haverá uma grande possibilidade deste ato ser executado, uma vez que na sua mente, o seu modo de agir não é prejudicial ou se justifica como necessário à preservação da sua integridade.
Também em contribuição ao que se fala, as regras do método sociológico, por vezes aponta a necessidade de compreender de onde surgem as diretrizes de certo e errado que se conhecem. O autor infere ainda o pensamento de que, sendo o homem um animal político, racional e de natureza dominadora, faz com que seja quase justificável, para alguns indivíduos, a adoção de uma conduta que se tem como errônea.
Aprofundando então sobre a natureza humana e o pensar criminológico, se reitera que, no início desse tópico, foi afirmado que a condição social de cada indivíduo, não pode ser tida como um gatilho para a formação de uma natureza humana com índole duvidável e fora dos preceitos éticos que se conhece.
Nesse contexto, se observa conforme o exposto em Mendroni (2019), que ao reconhecer que é provável que esteja agindo com um elemento que possa estar com medo, que tenha uma estratégia bem assinalada e que se encontre em uma condição de vantagem em relação aos agentes que estão em um plano oposto, o que se compreende é que, a estratégia e o treinamento recebido pelo agente humano e pelo agente K9, pode ser o fator de diferenciação entre o êxito operacional e o risco eminente à vida desses policiais.
Na percepção de Thalmann et al (2013), é vital que o treinamento executado na unidade, preveja e se antecipe aos riscos aos quais os agentes possam estar exposto, não avaliar esses riscos, pode representar um modelo de ação equivocado e que pode ser prejudicial tanto para o êxito operacional, quanto para a qualidade geral da missão.
O treinamento é portanto, o fator de diferenciação que deve ser executado com frequência, para que o agente humano e o K9, consigam melhorar suas táticas de ação, aprimorar o seu nível comunicacional e ainda reconhecer a cadeia de comando à qual estão submetidos.
Nesse contexto, cabe uma menção à necessidade e indispensabilidade da cadeia de comando e do contexto hierárquico dentro da unidade CANIL, como sendo um pressuposto à validação das normativas que regulam o cenário de funcionamento da unidade de modo geral. Sem esta cadeia, o que se pode obter é uma anarquia, que desconhece os valores da unidade e que os desvirtua em favor do cumprimento de medidas pessoais e que se distanciam substancialmente do cumprimento ético de medidas que devem priorizar a proteção geram para a comunidade em que atuam.
Figura 12: Fases do Comando Geral
É preciso que se ressalte que as fases citadas e mostradas acima, não necessariamente nessa ordem e com esse contexto, na verdade, trata-se de uma tentativa de espelhar o modo como a cadeia de comando se estabelece e como ela se ratifica a partir de um entendimento profícuo existente entre a equipe e o K9. Fato é, sem uma cadeia de comando, sem o repasse e o cumprimento de normativas que regem a unidade, não há como o serviço de segurança pública em parceria com agentes K9 ser consolidado.
Isso decorre, como mostra Wynne (2016) por causa de motivos muito distintos que implicitamente requerem que toda a condição apresentada seja normatizada pelo regimento interno da unidade, fazendo com que as ações executadas pelos agentes e pelo K9, respondam de forma eficiente a todo o contexto problemático que foi apresentado.
Dessa forma, se vê como válido o posicionamento de que a conduta de ação presente dentro de toda a abordagem com K9, busca ser efetivo e bem delineado com a condição problemática mostrada na comunidade.
Figura 13: Fase inicial do treinamento canino
É importante que se ratifique, que a relação que se estabelece entre o agente policial humano e o K9 é de acordo com Karmo (2020), fruto de um trabalho que se fortalece ao longo de anos, com isso, o que se compreende é que a ação do K9 não pode ser vista como um pressuposto de ação superficial, ou mesmo providencial, o agente canino não é posto à frente do agente policial humano de forma leviana nem tampouco desrespeitosa à sua segurança e sua vida.
Todo o trabalho com K9 pressupõe o compromisso em fazer com que a ação e a relação entre agente policial humano e o agente canino ocorra em sinergia com a busca comum pelo êxito da missão. É nesse sentido que Siqueira (2013) expõe que, ao ser criada com base em uma ação de treinamento que procura otimizar as habilidades do K9, aguçar seus sentidos e ao mesmo tempo, responder a comandos de forma eficiente e atenciosa, todo o treinamento busca fazer com que o seu maior foco seja o respeito, a integridade e a cumplicidade entre o K9 e o seu parceiro policial humano.
4.1 SÍNTESE DOS RESULTADOS
Compreende-se de acordo com a percepção de Pedreira (2018), que ao buscar aprimorar os instintos do animal ao passo que consegue, validar e reforçar toda a sua relação de amizade, obediência e respeito com o seu parceiro humano, se tem como resultado uma relação de cumplicidade e de comprometimento entre esses dois agentes, fazendo com que o melhor que possa surgir dessa amizade seja de fato usado.
Carvalho (2017) explica que, é comum que haja no meio social, o pensamento equivocado de que a presença do K9 dentro de uma operação policial tem como escopo, a priorização de cuidado com a vida do policial humano. Conforme o mesmo autor, nada poderia estar mais longe da verdade. A relação existente entre um policial humano e um K9 é precedida por laços reais de amizade que perduram ao longo de toda a parceria.
Segundo se tem exposto em Gronau et al (2016), todo o modelo pelo qual o vínculo entre K9 e policial se fortalecem, perpassam pela necessidade de fazer com que anterior ao escopo de operação ou missão, prevaleça a cumplicidade entre ambos. O que faz certo o reforço ao entendimento de que, é crucial que se reconheça que tanto agente policial humano, quanto o K9, reconhecem em seu parceiro a segurança e a confiança como requisitos à ação de ambos.
De acordo com o entendimento de Gomide (2020), para que essa relação seja então reconhecida tal qual ela é, seria necessário que o conceito prévio que perdura a respeito desse modelo de ação policial dentro da sociedade civil, seja trabalhado e posteriormente reformulado. Isso se faz necessário justamente pelo fato de que, na corporação, o que ecoa é a certeza de que o trabalho realizado com o K9, possui um caráter humanista e o cachorro, apesar de ser um agente de diferente espécie, é tratado com respeito, integridade e compromisso por todos os policiais justamente por causa do reconhecimento destes quanto à efetividade e importância do trabalho prestado pelo K9 para a corporação e para a sociedade como um todo.
Também se observa em Andrade (2015), que ao fazer com que a relação entre o policial e o K9 se fortaleça a cada dia, a partir do reconhecimento de que é pertinente o compromisso em zelar por essa relação de respeito, o que se alcança é o comprometimento do K9 em relação às solicitações que são feitas à ele. Por esse motivo, entende-se que a adoção de medidas que se distanciam sistematicamente de modelos de tratamento e treinamento que tratam o cão como uma arma são banidos do treinamento do K9.
Grinover, (2012) reforça que com os níveis de comunicação entre o policial e o K9 sendo estabelecidos em um plano horizontal, o que se consegue é fazer com que, ao se comunicar, o animal reconheça os comandos do agente, e haja em favor do cumprimento deste. Com isso, o policial passa a expor o seu K9 a situações que se assemelham com as situações vividas ao longo de seu treinamento, estando este, de certa forma familiarizado com aquilo que irá encontrar ao longo de sua missão.
Guzzi (2018) ao tratar sobre este tema, deixa claro que o fato mais relevante a ser considerado aí, é a necessidade que se tem de fazer com que o K9 compreenda que a sua ação não corresponde a um fator que faz uso indevido de suas habilidades ou de suas forças, trata-se na verdade de um usufruto de trabalho que se pontua a partir de um modelo integrativo de ação que procura usar de forma coerente as forças que se tem disponíveis na execução de uma missão.
Com isso, o que pode ser observado é o fato de que, o fator primordial existente nesse tipo de relação, assim como se mostrou ao longo de toda essa dissertação, é o vínculo de amizade e respeito, que deve perdurar apesar dos desafios que possam surgir pelo caminho, e apesar do tempo que leve para que o K9 possa ser efetivamente treinado. Isso faz compreender que, a demanda de tempo presente e necessária na realização desse treinamento, corresponde justamente à aprimoração de habilidades que certamente não podem ser adquiridas, ou mesmo aperfeiçoadas de uma hora para outra.
Como se disse ao longo do referencial teórico e dos resultados e discussões que foram aqui apresentados, o vínculo de amizade e de confiança entre o K9 e o agente policial humano, depende de tempo e uma dedicação que precisa ter uma contrapartida maior pelo lado humano, em favor de que se receba de forma orgânica a atenção e confiança do K9 em prol do fortalecimento de um laço que tornará o K9 capaz de reconhecer o agente e a equipe que lhe repassa os comandos, como confiáveis, amigos e parceiros.
5 CONCLUSÕES
Tendo como base todos os dados e discussões teóricas mostrados ao longo deste texto dissertativo, chega-se ao momento em que se conclui todo o pensamento exposto, ratificando o entendimento teórico explanado, e reforçado a viabilidade dos dados mostrados no decorrer desta dissertação.
Para isso, reitera-se que o mostrado ao longo do texto sobre o treinamento de cães K9, representa uma ideia que é oriunda de um vínculo antigo existente entre homens e cães, relacionamento este que tem se firmado ao longo de séculos por meio do estabelecimento de níveis de confiança, laços de amizade e acima de tudo, preservando o respeito que deve existir o cão e seu tutor.
Nesta senda, se avalia que conforme as fontes mostradas, o fator primordial há ser fixado no treinamento K9, é a compreensão de que o cachorro que será, que está ou foi treinado, recebeu orientações e capacitações para que ele se torne um agente que auxiliará o policial dentro de seu campo de trabalho. Logo, reitera-se, tal qual se afirmou ao longo de todo o texto, que o cão não pode ser considerado como uma arma, ou como um mero recurso material à disposição do policial.
É valido que se pontue então que com o reforço sistêmico feito a respeito deste entendimento, o policial tende a observar o K9 como um parceiro com inteligência tática bem específica, capaz de contribuir, por meio do uso aguçado de seus sentidos, de forma eficiente para a ação policial. Este fato torna perceptível o entendimento de que a presença do K9 no decorrer de uma operação policial, passa longe da percepção equivocada que muitos possuem a respeito de reforço que esses animais promovem no decorrer de uma ação policial. Ou seja, o K9 é um agente que é protegido dos riscos, igual a qualquer outro profissional.
Se faz então pertinente que seja compreendido o fato de que, ao lidar com condições de risco, todos os agentes, em especial os que se encontram em responsável pela parte estratégica, têm como prioridade, o respeito e o cumprimento de medidas de proteção pela vida de todos os agentes envolvidos em uma operação, especialmente o K9.
A respeito dos recursos e esforços empreendidos ao longo de todo o treinamento, foi observado que a qualidade de vida dos animais que se encontram no processo de capacitação para K9, são primordiais e sob hipótese alguma podem ser sobrepujadas ou deixadas para segundo plano. Outro ponto importante a ser considerado é a avaliação constante quanto à percepção do policial humano em relação à sua presença e atuação ao longo desse treinamento.
Esse fator se faz necessário, justamente pelo fato de que, ao avaliar a forma como a relação entre policial e K9 será estabelecida, é pertinente que se avalie de forma eficiente se há ou não o interesse ou a adoção irrestrita de todas as dinâmicas apresentadas, pelo policial, em favor do êxito do treinamento. Em linhas gerais, é prudente que haja por parte do policial, a compreensão sobre os ditames e parâmetros que devem ser usados no treinamento e na forma de se relacionar com o K9, reconhecendo aí a indispensabilidade de existência de um vínculo, ou de um laço de afetividade, amizade e respeito, como requisito à obtenção de bons resultados no decorrer desse treinamento.
Esse posicionamento faz entender que sim, é essencial que haja também uma análise de perfil dos policiais que podem ser tidos como aptos a exercer esse papel, validando primordialmente o entendimento de que sem esse vínculo onde o K9 reconhece, obedece e respeita o K9, não há a possibilidade de fazer com que essa parceria seja de fato validada.
Retomando assim outro ponto relevante contemplado ao longo de toda a amostragem de resultados, se tem a criação de um vínculo que nasce a partir de uma medida de comunicação mais eficiente e positiva, sem o uso de maus tratos, nem com ações que possam ressaltar a agressividade ou incapacidade do animal em responder aos comandos que lhe forem repassados.
Junto a todos esses fatores, pontua-se como relevante a percepção do fato de que, toda a ação que ecoa no decorrer do treinamento de K9, faz transparecer a amizade e de modo geral o respeito que existe entre o animal e seu treinador e consequentemente o seu parceiro, ratificando assim o entendimento de que essa abordagem não se limita a um conglomerado de ações que tenta fazer com que o cão venha a aderir e seguir os escopos das missões que lhe são repassadas, sem que para isso haja o respeito e a necessidade de fazer com que a sua natureza seja preservada.
E aí chega-se ao ponto principal dessa abordagem, o treinamento K9 não busca suprimir a natureza do animal, muito longe disso, o que se procura é dar ênfase a sua postura, à suas habilidade e capacidade contributiva, reconhecendo que o vínculo existente entre cão e homem vem sendo reforçado ao longo de séculos, e já consta como um modelo de ação congênita desse animal.
Suplantar a natureza dele, e tentar fazer uso de suas habilidades de forma puramente agressiva, é uma ação que deve ser evitada a todo custo, justamente com o intuito de fazer com que não se perca a confiança e a cooperatividade conquistadas por parte deste animal de uma forma orgânica, lenta e cuidadosa.
Observando então os preceitos éticos que inferem nessa relação, é salutar que se reitere que a presença do K9 em missões policiais, remonta, tal qual já foi dito ao longo de toda essa dissertação, a um relacionamento que se consolida a partir de ações muito bem alinhadas e que fazem com que o cão se perceba como parte da ação que está sendo empreendida, e não como um objeto a parte que terá serventia e posteriormente será deixado de lado.
Nessa premissa, avalia-se que o fortalecimento de toda essa ação, se pauta a partir da aplicabilidade de medidas de tratamento que buscam fazer com que, quando não atuante em missões e operações, o K9 é tratado com igual cordialidade, bons tratos, boa alimentação, recebendo carinho e atenção, brincando e aumentando ainda mais a sua capacidade de interagir e confiar com os humanos que estarão também presentes em missões e operações futuras.
Essa postura reforça o grau de confiabilidade em o animal e a equipe na qual atua, fazendo com que a sinergia presente na forma de tratamento seja equânime em qualquer situação. Desse modo, o cão acaba por compreender que a sua forma de agir em situações de perigo ou risco é uma resposta natural à busca pela normalidade e o fim do perigo e do risco que emanam de tal situação. Esse condicionamento, torna ainda mais eficiente o seu modo de agir e faz com que a sua habilidade de defesa e resposta rápida aos comandos que lhe são demandados, ocorra naturalmente e em conformidade com aquilo que lhe é solicitado.
O K9 pode ser por fim compreendido, como um elemento de destaque e de eficiência que deve ser avaliado como modelo de agente de uma espécie diferente da espécie humana e que pode de modo geral contribuir para que o êxito de muitas possam ser cumpridas. De forma mais ampla, compreende-se que a sua viabilidade de demarca a partir da ação que se tem de aprimorar os instintos do animal e fazer com que estes sejam usados de forma tática no decorrer do cumprimento de uma ação em que a usabilidade do K9 seja o fator diferencial entre o êxito da missão e o seu possível fracasso, ponderando ao mesmo tempo, a preservação da segurança deste animal.
Em síntese, o que se percebe de modo geral, é que todos os parâmetros pelos quais se pontuou a presença e a usabilidade do K9, seja dentro da unidade CANIL, seja no relacionamento geral com os agentes homens e mulheres que estão ali presentes, seja na sua prática vivenciada ao longo de todo o seu treinamento, seja na realização de missões ou operações que são parte da rotina e do trabalho prestado por esta unidade para a sociedade de modo geral, o que se tem claro é que a integração do K9 é promovida de forma orgânica, para que ele se sinta parte do meio em que está inserido e não como um recurso à parte que é utilizado de forma leviana.
Outrossim, se avalia que o modelo de usabilidade do K9, responde a uma sistemática de ação que ocorre calcada em valores muito bem alinhados e determinados, construídos com o escopo de resguardar a base sobre a qual todo o setor de segurança pública se concentra.
Por assim ser, é relevante que se retome aqui a premissa de que todas as ações executadas pela unidade CANIL, ocorrem em cima das mesmas bases nas quais as demais unidades se fundamentam. Os agentes humanos e K9 que são capacitados em sua dependência, são inteiramente familiarizados com o seu dever em cumprir as normativas às quais estão sujeitos, e concomitantemente, cumprir de forma irrestrita a comunidade que está sob sua guarda.
Ao se finalizar essa dissertação, se tem claro que os serviços prestados por essa unidade em muitos casos não são reconhecidos por grande parte da sociedade. O senso comum que observa um agente K9 em ação em aeroportos ou terminais rodoviários, imagina que a ação desses agentes se limita ao simples ato de cheirar uma mala e de fazer com que um ou outro traficante seja preso. Na verdade, essa ação é mais profunda e está diretamente ligada com a possibilidade de fazer com que cada pessoa possa desfrutar de um ambiente urbano seguro, sem o risco de uma ação criminosa ocorrendo consigo mesmo ou com terceiros.
É, portanto, um serviço que assegura de forma direta que os direitos que a sociedade tanto defende sejam de fato cumpridos, em tempo, lembra-se que os agentes que executam essa tarefa, sejam policiais humanos ou agentes K9, comumente não hesitam em colocar suas vidas em risco, para que o seu nobre dever e servir e proteger a comunidade seja de fato cumprido.
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