AS NOVAS TECNOLOGIAS A SERVIÇO DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS E PEDAGÓGICOS ESCOLAR

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10982812


Fernanda Paula Barbosa Gil de Souza1; Alexandre Ferreira dos Santos2; Lucimar Fagundes3; Adelaide de Fátima dos Santos4; Tâmara Leite Bezerra Costa5; Leide Ane da Silva Pereira6; Wélida Verdam de Souza Fernandes7; Ueudison Alves Guimarães8


RESUMO

Este trabalho apresenta como objetivo principal desenvolver uma reflexão a respeito da indigência do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação, as TICs, dentro das instituições de ensino, bem como uma compreensão mais ampla em relação à função do gestor escolar. O avanço tecnológico tem sido uma constante na realidade das pessoas na sociedade, o que permite o acesso de maneira rápida às informações e a integração entre as pessoas por meio de grupos, contribuindo para que o processo de ensino-aprendizagem se torne efetivo e mais dinâmico. Tendo em vista uma aprendizagem diversificada e colaborativa, é essencial que o gestor escolar seja o responsável por propagar o uso dos mecanismos tecnológicos, visando o aperfeiçoamento constante de seus profissionais, dentro dos moldes de democracia e das instituições de ensino. Para tanto, buscou-se desenvolver uma pesquisa de caráter teórico-bibliográfico, mediante os conhecimentos de autores na literatura em questão, com o propósito de refletir cautelosamente acerca da indigência do uso das tecnologias no ambiente escolar e sua contribuição para o ensino-aprendizagem. Assim sendo, ressalta-se a atuação do gestor escolar voltada para uma escola de caráter democrático, buscando promover uma prática de envolvimento da comunidade estudantil, o acesso aos diversos saberes e posturas educacionais que permitam, por sua vez, a utilização dos mecanismos tecnológicos que sejam capazes de trazer melhorias para a Educação. 

Palavras-chave: Tecnologia. Educação. Escola. Ensino. Gestão.

ABSTRACT

This work’s main objective is to develop a reflection on the indigence of the use of Information and Communication Technologies, ICTs, within educational institutions, as well as a broader understanding in relation to the role of the school manager. Technological advancement has been a constant in the reality of people in society, which allows quick access to information and integration between people through groups, contributing to the teaching-learning process becoming effective and more dynamic. . With a view to diversified and collaborative learning, it is essential that the school manager is responsible for propagating the use of technological mechanisms, aiming at the constant improvement of their professionals, within the framework of democracy and educational institutions. To this end, we sought to develop a theoretical-bibliographical research, using the knowledge of authors in the literature in question, with the purpose of cautiously reflecting on the indignity of using technologies in the school environment and their contribution to teaching-learning. Therefore, the role of the school manager focused on a school with a democratic character is highlighted, seeking to promote a practice of involvement of the student community, access to diverse knowledge and educational attitudes that allow, in turn, the use of technological mechanisms that are capable of bringing improvements to Education.

Keywords: Technology. Education. School. Teaching. Management.

INTRODUÇÃO

É importante salientar que este trabalho tem como objetivo principal desenvolver uma reflexão a respeito da indigência do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação, as TICs, dentro das instituições de ensino, bem como uma compreensão mais ampla em relação à função do gestor escolar.  

Diante desse panorama, verifica-se, de modo mais amplo, os subsídios que a utilização dos mecanismos tecnológicos pode propiciar ao processo de ensino-aprendizagem de âmbito democrático. 

A sociedade moderna não é a mesma quando se volta ao passado, o que é possível perceber no processo constante de mudanças em todos os sentidos, no entanto, em relação aos mecanismos tecnológicos, o seu avanço se revela bastante considerável, o que permite que esse período de transformações venha a atingir a Educação, especialmente, quando o assunto é ensino-aprendizagem. 

A inserção de metodologias tecnológicas dentro do ambiente educativo é visto como um avanço de relevante inovação dentro da área do saber, o qual permite com que as práticas educacionais se tornem mais dinâmicas e diversificadas e sejam capazes de proporcionar interação, aprendizagem e socialização entre os aprendizes. 

Salienta-se que a inserção das ferramentas tecnológicas nos caminhos que antes pareciam distantes, promove uma interação entre os sujeitos tanto no âmbito cultural quanto educacional. Ademais, permite que os alunos entrem em contato com pessoas de outros países, sem saírem de suas casas, por meio do acesso à internet interligada às redes de comunicação. Por outro lado, o uso constante desses mecanismos, não somente promove o intercâmbio social, como também a autonomia. 

Desse modo, a prática educativa desenvolvida dentro das esferas de coletividade e democracia se revelam altamente essenciais, ordenando que o trabalho executado pela gestão escolar ocorra dentro de um espaço de participação ativa de todos, tencionando incentivar a busca pelos saberes, numa sincronia com os aspectos culturais.

Assim sendo, tendo em vista uma aprendizagem diversificada e colaborativa, é essencial que o gestor escolar seja o responsável por propagar o uso dos mecanismos tecnológicos visando o aperfeiçoamento constante de seus profissionais dentro dos moldes de democracia dentro das instituições de ensino.

METODOLOGIA

A pesquisa desenvolvida para a edificação deste trabalho seguiu uma linha de fundamentação de caráter qualitativo, ou seja, “é aquela que procura estudar os fenômenos educacionais e seus atores dentro do contexto social e histórico em que acontecem e vivem”, de acordo com os apontamentos apresentados por Cunha, (1993, p.101).

Para tanto, buscou-se desenvolver uma pesquisa de caráter teórico-bibliográfico, mediante os conhecimentos de autores na literatura em questão, com o propósito de refletir cautelosamente acerca da indigência do uso das tecnologias no ambiente escolar e sua contribuição para o ensino-aprendizagem.

REFERENCIAL TEÓRICO

As novas tecnologias na educação

Ponderando acerca do processo que abarca as transformações de caráter contínuo em relação aos mecanismos tecnológicos, ressalta-se que essas modificações abrem caminhos para novas perspectivas para o processo de ensino-aprendizagem dentro do espaço educacional, promovendo estratégias de aprendizagem diversificadas e dinâmicas, que permitem o aluno atuar na sociedade e aprender de um jeito diferente daquele que já está acostumado. 

De acordo com Belloni (2001, p.26), “as características principais das TICs são a simulação, a virtualidade, a acessibilidade, a superabundância e a extrema diversidade de informações”. 

Diante disso, compreende-se que o processo de ensino-aprendizagem precisa passar por mudanças, em caráter de urgência, e buscar desenvolver novas formas de aprender, mediante estratégias diversificadas, capazes de propiciar uma Educação dentro dos moldes de democracia e repleta de dinamismo, valorizando acima de tudo a comunicação e a acessibilidade. 

Para tanto, Prata (2002, p.77) assevera que: 

É necessário possibilitar a comunidade escolar vivenciar esse processo de inclusão digital, por intermédio de situações potencialmente pedagógicas e catalisadoras, que garantam a apropriação e a sustentabilidade dessas tecnologias, e principalmente, que permitam a autonomia da escola na gestão desse processo (PRATA, 2002, p. 77). 

Atualmente, a utilização dos mecanismos tecnológicos pelo meio educacional tem se revelado bastante comum, pois é de conhecimento de todos que ela é parte integrante da vida dos alunos há muito tempo, além de ser também uma indigência atribuída pelo meio social. 

Por outro lado, quando se pensa no gestor escolar perante o avanço da tecnologia, espera-se que ele execute uma função que vá além do processo de gerenciamento e organização da escola, sendo preciso se manter preparado para que se possa promover um ensino-aprendizagem preocupado com as diversas maneiras de aprender de sua clientela, sem priorizar única e exclusivamente o modo de ensinar. 

Segundo os apontamentos destacados por Almeida (2009, s/p) o trabalho da gestão escolar precisa valorizar a utilização dos mecanismos tecnológicos dentro do ambiente escolar de maneira democrática, ou seja, “tornar utilizáveis os recursos tecnológicos”.

Quando a escola busca desenvolver uma prática educativa mediante a utilização de recursos tecnológicos, compreende-se que ela está pretendendo percorrer por novas formas metodológicas, ou seja, novos modelos de ensino-aprendizagem, os quais permitam a comunicação e o intercâmbio dos saberes em lugares distintos. Tudo isso, acarreta inúmeras modificações no ensino-aprendizagem, gestão democrática e colaborativa, bem como nos domínios internos e externos da comunidade estudantil.

Lück (2006, p.30) afiança que: 

Essa mudança de paradigma é marcada por uma forte tendência à adoção de práticas interativas, participativas e democráticas, caracterizadas por movimentos dinâmicos e globais pelos quais dirigentes, funcionários e clientes ou usuários estabelecem alianças, redes e parcerias […] (LÜCK, 2006, p.30). 

Diante dessa premissa, entende-se que as alianças construídas compreendem toda a comunidade estudantil, oportunizando maneiras diversificadas de aprendizagem, interação e gerenciamento. Ademais, as atuações que abarcam as TICs precisam ser vinculadas de maneira que o dinamismo e acessibilidade sejam beneficiados. 

Sabendo da indigência do uso das TICs em sala de aula para a evolução do ensino-aprendizagem e melhor prática docente, exige-se que sua inserção seja imediata. No entanto, não é uma tarefa simples de ser realizada, pois para o docente é um enorme obstáculo a utilização dos mecanismos tecnológicos para a sua prática pedagógica, de maneira que promova um aprendizado efetivo e dentro das necessidades de seus alunos, agenciando a acessibilidade de informações que permite a construção do saber. 

Já ficou claro que os mecanismos tecnológicos são essenciais para a promoção de uma aprendizagem significativa devido às suas inúmeras possibilidades. Além disso, ela atua de maneira colaborativa, propiciando um ensino de excelência dentro dos moldes de democracia, os quais são asseverados pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Brasil de 1996) conforme afiança a LDB 1996: 

Art. 3º 
O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:[…] VIII- gestão democrática do ensino público na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino[…] 
Artigo 14 
Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II – participação da comunidade escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes; […] 
Art. 15
Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais do direito financeiro público (BRASIL, 1996). 

Durante esse percurso reflexivo, muito se discorreu em torno da gestão democrática, no entanto, o seu entendimento é estabelecido de acordo com a lei acima mencionada, como uma prática educativa que envolve a atuação em grupo e a participação ativa da comunidade estudantil no espaço escolar, privilegiando a participação e a comunicação. 

O trabalho do gestor escolar caminha pela estrada que conecta corpo docente, alunos e comunidade estudantil, para que façam parte de maneira ativa do processo de democratização de acessibilidade aos mecanismos tecnológicos, já que são vistos como elementos essenciais para o processo de potencialização do ensino-aprendizagem dos aprendizes. 

Assim, o trabalho apresentado pela gestão escolar deve ser organizado e estar conectado a todos os setores, dentre eles, financeiro, administrativo, pedagógico, buscando continuamente incentivar o processo de formação constante, além de tentar compreender as individualidades apresentadas por cada unidade de ensino em sua plenitude. 

Para Demo (1988, p.70):

A organização traduz um aspecto importante da competência democrática, por coerência participativa, bem como por estratégias de mobilização e influência. Não se interessar por formas de participação organizada significa já uma visão ingênua do processo social, porque, por mais crítica que seja a cidadania individual, não quer dizer que tenha relevância social, como estratégia de transformação (DEMO, 1988, p.70). 

Diante o exposto, percebe-se que um trabalho com base na gestão democrática deve valorizar e priorizar a coletividade, bem como a prática de uma equipe gestora voltada para um novo olhar, repleto de oportunidades de caráter mais moderno, as quais permitam o envolvimento da comunidade estudantil, para o entendimento desse processo de ensino-aprendizagem mediante a interação em grupo. 

Para Alonso (2007, p.118), o trabalho inclinado para a gestão democrática procura o desenvolvimento de um grupo que esteja envolvido, sem que a gestão escolar não se limite apenas ao processo de formação docente, contudo, é necessário que ela compreenda a importância da formação continuada, para a evolução do ensino como um todo. 

Assim sendo, a utilização das TICs no ensino-aprendizagem é ainda mais fortalecida, pois, além de possibilitar um aprendizado dinâmico e colaborativo, promove a sua efetividade e desperta a criatividade e o senso crítico do aluno. 

Tendo em vista que o processo de mudanças no ambiente educacional se revela fundamental mediante as necessidades apresentadas pelo avanço tecnológico, bem como o interesse da equipe gestora em promover uma aprendizagem mediante o seu uso, entende-se que essas obrigações, não só trazem dinamismo para o aprendizado, como também promovem a evolução do conhecimento.  

Desse modo, Almeida (2004, p. 2) afiança que:

…o envolvimento dos gestores escolares na articulação dos diferentes segmentos da comunidade escolar, na liderança do processo de inserção das TIC na escola em seus âmbitos administrativo e pedagógico e, ainda, na criação de condições para a formação continuada e em serviço dos seus profissionais, pode contribuir e significativamente para os processos de transformação da escola em um espaço articulador e produtor de conhecimentos compartilhados (ALMEIDA, 2004, p. 2). 

Quando se pretende desenvolver um processo de ensino-aprendizagem no qual as TICs se conectam com os novos modelos de ensino, torna-se evidente a indigência de uma formação adequada e voltada exclusivamente para esse campo do saber. 

Essa postura permite que o docente adquira experiência e capacidade para propiciar uma prática educativa voltada para a interação e a criatividade de sua clientela, fortalecendo, dessa maneira, os mecanismos tecnológicos em favor da aprendizagem significativa. 

De acordo com Kalinke (1999, p.15): 

Os avanços tecnológicos estão sendo utilizados praticamente por todos os ramos do conhecimento. As descobertas são extremamente rápidas e estão à nossa disposição com uma velocidade nunca imaginada. A internet, os canais de televisão à cabo e aberta, os recursos de multimídia estão presentes e disponíveis na sociedade. Em contrapartida, a realidade mundial faz com que nossos alunos estejam cada vez mais informados, atualizados, e participantes deste mundo globalizado (KALINKE, 1999, p. 15). 

Assim sendo, percebe-se que, com esse processo de mudanças em relação à tecnologia, o gestor escolar encontrará muitas dificuldades para se manter atualizado perante toda essa enxurrada de informações, o que configura, por sua vez, um dos maiores obstáculos a serem enfrentados por ele na sociedade contemporânea, revelando que conhecer as ferramentas de maneira adequada e eficiente é fundamental para que a sua utilização possa promover um ensino de qualidade.

Desafios atuais no campo da administração escolar 

A educação, enquanto pilar fundamental da sociedade, segundo Almeida (2009), enfrenta uma série de desafios na contemporaneidade, impondo demandas significativas à administração escolar. Assim sendo, entende-se que estes desafios sobrepujam os limites da sala de aula, afetando diretamente os processos administrativos das instituições de ensino.

No contexto pedagógico, para o autor, a adaptação curricular surge como uma necessidade urgente, pois as mudanças rápidas no cenário global demandam uma revisão constante dos currículos, a fim de preparar os alunos para os desafios de um mundo em constante evolução. Isto posto, percebe-se que este desafio, muitas vezes, exige uma abordagem flexível e inovadora por parte dos educadores e da administração escolar.

Simultaneamente, verifica-se que o engajamento dos alunos passou a ser uma preocupação central, uma vez que a crescente variedade de estímulos digitais e a rápida disseminação de informações demandam estratégias pedagógicas que cativam a atenção dos alunos. 

Dentro dessa nova realidade, entende-se que a administração escolar é desafiada a promover ambientes de aprendizado estimulantes, incorporando tecnologias educacionais de forma eficaz.

Em relação à área administrativa, para Almeida (2009), nota-se que a gestão de recursos é vista com um desafio constante, afinal, a busca por equilíbrio entre orçamentos limitados e a crescente demanda por recursos tecnológicos e humanos eficientes exige habilidades administrativas aguçadas, já que a eficácia na alocação de recursos se torna imprescindível para garantir um ambiente propício ao aprendizado.

Dentre os inúmeros desafios aqui apresentados, revela-se que a comunicação escola-comunidade também é um desafio a ser enfrentado, pois estabelecer e manter uma comunicação efetiva com pais, responsáveis e a comunidade local é essencial para o sucesso educacional. 

Nesse sentido, Almeida (2009) explica que a administração escolar é desafiada a criar canais de comunicação transparentes e inclusivos, promovendo uma parceria ativa entre a escola e a comunidade.

Assim sendo, torna-se evidente que os desafios atuais na educação e administração escolar refletem a complexidade do ambiente educacional contemporâneo, exigindo o enfrentamento destas questões mediante uma abordagem mais complexa, que integre inovação pedagógica, eficiência administrativa e uma conexão sólida entre a escola e sua comunidade. 

O cenário educacional contemporâneo, marcado pelas rápidas transformações sociais, tecnológicas e econômicas, de acordo com Almeida (2009), impõe desafios complexos à educação e à administração escolar. 

Desse modo, tendo em vista o dinamismo existente nesse contexto, ressalta-se de maneira urgente a necessidade de adaptação curricular, visto que as constantes mudanças no panorama global exigem uma revisão constante dos currículos escolares, buscando assegurar que os alunos estejam adequadamente preparados para os desafios de um mundo em constante evolução. 

Em contrapartida, segundo Almeida (2009), cabe destacar também que a preocupação com o engajamento dos alunos se tornou um ponto de grande relevância nos debates educacionais contemporâneos, apontando que a proliferação de estímulos digitais e a rápida disseminação de informações criam um ambiente no qual estratégias pedagógicas precisam ser repensadas. 

Portanto, a gestão escolar é convocada a promover ambientes de aprendizagem que incorporem tecnologias educacionais de maneira eficaz e estimulem a curiosidade e a participação ativa dos alunos.

De acordo com a trajetória discursiva que deu início à construção deste estudo, percebe-se que os desafios atuais na educação e administração escolar refletem o vínculo e a complexidade inerentes ao ambiente educacional contemporâneo. 

Desse modo, entende-se que para o enfrentamento dessas questões é necessária a aplicação de uma abordagem global e heterogênea, integrando inovação pedagógica, eficiência administrativa e uma conexão sólida entre a escola e sua comunidade. 

Aplicações tecnológicas nos processos pedagógicos 

Na era digital, segundo Alonso (2007), as tecnologias cumprem um papel amplamente transformador nos processos pedagógicos, remodelando a maneira como o conhecimento é transmitido e absorvido. 

Desse modo, entende-se que a integração de ferramentas digitais no ambiente educacional vai muito além de uma mera evolução, mas sim uma necessidade imperativa diante das demandas de um mundo em constante mudança.

Dentro dessa nova realidade, para Alonso (2007), verifica-se que as plataformas de ensino à distância vão surgindo, ao longo dos anos, como protagonistas nesse cenário, oferecendo flexibilidade e acessibilidade, por exemplo, Moodle, Google Classroom e outras plataformas, as quais proporcionam um ambiente virtual colaborativo, expandindo as fronteiras da sala de aula tradicional, ou seja, tornando-se um processo de mudança que permite a personalização do aprendizado, atende às diversas necessidades e estilos de aprendizagem dos alunos.

A gamificação, por sua vez, é entendida por Alonso (2007) como uma aplicação prática que ultrapassa a mera introdução de elementos de jogo, já que a sua utilização por meio de mecânicas de jogos, desafios e recompensas, torna o processo de aprendizagem mais envolvente e motivador. Ademais, a gamificação como mecanismo pedagógico estimula a participação ativa dos alunos, bem como promove o desenvolvimento de habilidades essenciais, como resolução de problemas e colaboração.

Todavia, elucida-se que para a implementação efetiva dessas ferramentas digitais é fundamental tanto uma infraestrutura tecnológica adequada quanto uma mudança na abordagem pedagógica. Por isso, o processo de capacitação docente chega como um componente essencial, afinal, os docentes precisam adquirir competências digitais tanto para operar as tecnologias quanto para integrá-las de maneira significativa aos objetivos educacionais.

Ademais, de acordo com Alonso (2007), as estratégias que se voltam para o engajamento dos alunos são imperativas, já que a simples presença de tecnologias educacionais não garante automaticamente o envolvimento, cabendo ao docente adaptar a abordagem pedagógica pretendida para a sua turma, considerando a interatividade, a personalização e a criação de conteúdo relevante.

Com isso, compreende-se que as aplicações práticas de tecnologias nos processos pedagógicos são vistas catalisadoras de uma transformação educacional significativa, pois além de modernizarem a educação, também criam um ambiente dinâmico que prepara os alunos para os desafios da sociedade moderna.

Impactos tecnológicos na administração educacional

A contemporaneidade testemunha uma revolução significativa na administração educacional, impulsionada pelo avanço tecnológico. Isso vem mostrando, ao longo dos anos, que a integração de tecnologias inovadoras tem transformado profundamente as práticas administrativas nas instituições de ensino, oferecendo melhorias substanciais em eficiência e qualidade dos serviços prestados.

Nesse sentido, para Prata (2002), a implementação de sistemas integrados de gestão escolar tem sido considerada uma peça-chave nessa transformação, uma vez que esses sistemas não se mantêm presos apenas em centralizar informações relevantes, como matrículas e desempenho acadêmico, mas também permitem a automatização tarefas rotineiras, reduzindo erros e liberando tempo valioso para os profissionais da educação focarem em estratégias mais inovadoras.

Em contrapartida, segundo o autor, é preciso entender que a transição para uma administração educacional digital vem acompanhada de diversos desafios, dentre eles, a resolução de problemas técnicos, a adaptação da equipe administrativa e a aceitação pela comunidade escolar, os quais são denominados como fatores críticos. 

Porém, a superação desses desafios requer investimentos em infraestrutura, capacitação contínua e estratégias de comunicação eficazes para envolver todos os participantes no processo de transformação.

Nesse contexto, descobre-se que a melhoria da eficiência administrativa é um resultado notável dessa integração tecnológica, pois a rápida recuperação e análise de dados permitem uma tomada de decisões mais informada, enquanto a comunicação interna é aprimorada por meio de plataformas colaborativas. 

Desse modo, entende-se que a transparência nos processos administrativos, proporcionada por essas tecnologias, potencializa a relação entre a escola, os pais e a comunidade, contribuindo para uma gestão mais participativa e profícua.

Cabe aqui ressaltar que estudos de caso específicos reforçam esses impactos práticos, evidenciando que as instituições que adotaram sistemas integrados de gestão escolar experimentaram redução significativa no tempo dedicado a tarefas administrativas rotineiras, permitindo uma abordagem mais estratégica na gestão educacional. Assim, percebe-se que a comunicação efetiva entre escola e pais dos alunos passou a ser cada vez mais aprimorada, resultando em uma colaboração sólida e informada.

No entanto, revela-se que é fundamental reconhecer as limitações e os desafios contínuos dessa transformação, especialmente porque a velocidade das mudanças tecnológicas exige uma constante atualização e adaptação, bem como uma atenção especial para as questões de segurança de dados e equidade no acesso às tecnologias.

Levando em consideração o presente e o futuro, segundo Prata (2002),  percebe-se que o impacto da tecnologia na administração educacional é indiscutível, principalmente no que concerne ao gerenciamento eficiente de dados, aprimoramento da comunicação e a capacidade de adaptação, ditos como elementos-chave para o sucesso sustentável das instituições de ensino. 

Prata (2002) explica ainda que quando se realiza uma abordagem reflexiva em torno do avanço tecnológico voltado para a administração educacional, percebe-se que ele representa mais do que uma mera modernização; é uma metamorfose estrutural que redefine a essência das práticas administrativas nas escolas. 

Com isso, descobre-se que a incorporação de sistemas integrados de gestão escolar, ao automatizar processos e centralizar informações, demonstra tanto eficiência operacional quanto uma mudança de paradigma na gestão educacional.

Todavia, como anteriormente destacado, essa transição para uma administração educacional digital não está isenta de desafios. Ela evidencia que para a superação desses desafios somente a aquisição de recursos tecnológicos não é suficiente. 

É necessária, de acordo com Prata (2002),  uma abordagem universal que inclua resolução de problemas técnicos, adaptação da equipe e, principalmente, o engajamento da comunidade escolar, pois a participação de todos nesse processo é determinante para o sucesso da transformação digital.

Para Prata (2002), o trabalho da gestão escolar no processo de ensino-aprendizagem é altamente relevante, contudo, quando a eficiência administrativa passa a ser aprimorada, a qual é caracterizada como ponto máximo, nota-se que a capacidade de recuperar e analisar dados de maneira rápida e precisa, além de não melhorar a tomada de decisões, também reforça a transparência nos processos. 

Assim sendo, compreende-se que a comunicação interna, flexibilizada pelas plataformas colaborativas, suplantam a mera eficácia, estabelecendo uma relação mais próxima entre a escola, os pais e a comunidade, a qual é imprescindível para construir uma gestão mais participativa e alinhada aos anseios da comunidade escolar.

Todavia, nota-se que a velocidade das mudanças tecnológicas impõe a necessidade constante de atualização e adaptação, visto que as limitações e os desafios contínuos, como questões de segurança de dados e garantia de equidade no acesso às tecnologias, não podem ser negligenciados. Nesse contexto, torna-se evidente que a administração educacional é desafiada a se manter sempre ágil e atenta às demandas em evolução.

Não à toa, o impacto da tecnologia na administração educacional vem surgindo como uma força transformadora incontestável. Assim, verifica-se que o gerenciamento eficiente de dados, aprimoramento na comunicação e a capacidade de adaptação nascem como pilares fundamentais para garantir o sucesso sustentável das instituições de ensino. 

Desse modo, a caminhada discursiva aqui desenvolvida oferece uma análise profunda desse impacto, delineando a importância de uma abordagem estratégica e adaptativa diante das mudanças tecnológicas. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A reflexão realizada neste trabalho trouxe o entendimento de que o processo de inserção das TICs nas instituições de ensino apresenta inúmeros obstáculos, os quais exigem um debate mais atento, de modo que a sua utilização compreenderá uma prática participativa e profícua. 

O docente responsável está sempre em busca de desenvolver estratégias de ensino diversificadas e que promovam uma aprendizagem divertida, dinâmica e que incentive os alunos ao aprendizado, assim sendo, podem fazer uso das tecnologias como complemento de seu trabalho em sala de aula. 

Vale lembrar que uma gestão escolar eficiente é aquela que trabalha em favor da interação, buscando, por sua vez, motivar a prática pedagógica em parceria com as tecnologias no ambiente escolar. 

Em contrapartida, para que o processo ocorra de maneira profícua, é essencial que o docente se mantenha sempre atualizado, pois trabalhar com os mecanismos tecnológicos exige muito esforço e dedicação, afinal, ela vai se transformando continuamente. 

É importante esclarecer que as tecnologias não são imperiosas para o resultado do processo que envolve o ensino-aprendizagem. No entanto, servem de complemento para que os resultados sejam alcançados e potencializam o aprendizado, esclarecendo que sem uma formação apropriada a sua utilização não acontecerá adequadamente, o que compromete inteiramente todo o processo de aprendizagem. 

Sabe-se que o trabalho desenvolvido pelo gestor escolar envolve, de modo contundente, a formação permanente de seus profissionais, contudo, com o avanço tecnológico e a sua inserção na escola, precisa atuar efetivamente, para que os mecanismos tecnológicos estejam presentes na prática pedagógica de seus professores. 

Essa necessidade se dá por conta da capacidade que a tecnologia tem de auxiliar na evolução do conhecimento e de incentivar a procura por modernas estratégias e mecanismos de aprendizagem, contribuindo para que o processo de formação os transforme em alunos críticos e conscientes de suas responsabilidades perante a sociedade.

Assim sendo, ressalta-se a atuação do gestor escolar voltada para uma escola de caráter democrático, buscando promover uma prática de envolvimento da comunidade estudantil, o acesso aos diversos saberes e posturas educacionais que permitam, por sua vez, a utilização dos mecanismos tecnológicos que sejam capazes de trazer melhorias para a Educação.

REFERÊNCIAS 

ALMEIDA, M. E. B. de. Gestão de tecnologias na escola: possibilidades de uma prática democrática. 2009. Disponível em: Acesso em 06/01/24.

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KALINKE, M. A. Para não ser um Professor do Século Passado. Curitiba: Gráfica Expoente, 1999. 

LÜCK, H. Concepções e Processos Democráticos de Gestão Educacional. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. Paulo: PUC-SP, 2004. PRATA, C. L. Gestão escolar e as novas tecnologias. In: ALONSO, M. et al. Formação de gestores escolares: para a utilização de tecnologias de informação e comunicação. São Paulo,2002.