AS CONSEQUÊNCIAS DO BULLYING NA VIDA ADULTA: IMPACTO SOBRE A SAÚDE MENTAL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202411232358


Kevin Barbosa Ferreira1
Matheus Garcia Coelho2


Resumo 

Educadores e profissionais de saúde estão discutindo mais sobre o bullying por causa de seus efeitos psicológicos na vida de crianças e adolescentes. No entanto, a discussão raramente é sobre os efeitos de longo prazo desse abuso na vida dos indivíduos que se envolveram nele. O trabalho a seguir é sobre pesquisas conduzidas para determinar os efeitos do bullying e como esse abuso afeta a vida adulta. O estudo teve como objetivo resolver os problemas definidos realizando uma revisão bibliográfica com base nos pressupostos teóricos de muitos estudiosos da área, tentando revelar o conceito, as causas e as consequências do bullying, bem como as causas da violência e a importância do psicólogo no combate ao bullying para apresentar o tema central. A violência contra crianças e jovens deixa marcas profundas no indivíduo e se estende até a idade adulta.  O que pode prejudicar seu ambiente social no trabalho e em casa, assim, demonstrando que o bullying, mesmo que não esteja mais acontecendo, deixa suas consequências para todos que fizeram parte dele, principalmente para as próprias vítimas, que encontram imensa dificuldade com a autoestima no ambiente de trabalho e nos relacionamentos.

Palavras-chave: Psicologia, Bullying, Consequências, Adulto

Abstract 

Educators and health professionals are talking more about bullying because of its psychological effects on the lives of children and adolescents. However, the discussion is rarely about the long-term effects of this abuse on the lives of the individuals who engage in it. The following work is about research conducted to determine the effects of bullying and how this abuse affects adulthood. The study aimed to solve the defined problems by carrying out a bibliographical review based on the theoretical assumptions of many scholars in the field, trying to reveal the concept, causes and consequences of bullying, as well as the causes of violence and the importance of the psychologist in combating to bullying to present the central theme. Violence against children and young people leaves deep marks on the individual and extends into adulthood. It can harm your social environment at work and at home, thus demonstrating that bullying, even if it is no longer happening, leaves its consequences for everyone who was part of it, especially for the victims themselves, who find it immensely difficult with self-esteem in the work environment and in relationships.

Keywords: Psychology, Bullying, Consequences, Adults.

INTRODUÇÃO 

As crianças, embora nem sempre conscientes das consequências profundas que um ato de crueldade pode ter na vida de um colega, fazem parecer factível acreditar que o bullying então resulta causado por questões sociais. A ideia de bullying é introduzida como uma mera “brincadeira” no ato de machucar um colega e é perpetuada em casa, onde os pais cultivam a prática provocando um ao outro com a indicação de falhas, eventualmente a criança, que se torna a vítima a princípio, antes de assumir esse comportamento com seus colegas. A violência verbal conceituada como bullying é visível nas escolas — e em outros ambientes como no trabalho, dentro do lar familiar, em instalações militares, prisões, condomínios, clubes ou casas de repouso (Antunes; Zuin, 2008). Em muitas famílias, fazer brincadeiras em que todos riem e se divertem pode ser visto como natural; no entanto, o bullying já começa dentro da própria família, transmitindo a imagem de naturalidade ao fazer com que os outros se sintam constrangidos com aspectos físicos e até emocionais.

A maioria dos problemas psicológicos ficam evidentes quando se passa a conhecer as experiências de bullying na infância. O bullying é definido como uma forma expressiva de violência sobre a qual um indivíduo inflige dor, desestabiliza, machuca e intimida a vítima visada. O intimidado atua como sujeito da maioria dos relacionamentos dominantes-dominados que são desenvolvidos frequentemente por colegas de trabalho ou um grupo de colegas de trabalho. De acordo com um estudo de Catheline & Linlaud Forgeret (2015, apud Souza, 2019), o bullying escolar resulta da percepção de uma diferença entre a vítima e os agressores. As distinções usuais são: os alvos são o peso corporal (muito gordo, embora às vezes muito magro), altura, uma peculiaridade específica em sua aparência física (como cabelo, pilosidade, manchas na pele, como espinhas e moda), entre outros. Dessa forma, as ideias devem ser combatidas com aquelas reafirmadas apenas quando pretendem criar agressão que cause dor, e o bullying tem mais probabilidade de ocorrer em situações hostis. Os ambientes mais hostis são: escola, casa, transporte e grupo de amigos da escola. Estratégias de punição, maus-tratos físicos e psicológicos, vitimização apoiada, maus-tratos de poder por parte de professores e funcionários podem transformar esses ambientes em um ambiente hostil. As condições para causar sofrimento geralmente deixam um impacto no desempenho escolar, até mesmo fazendo com que crianças e adolescentes não queiram participar do ambiente. As consequências finais do bullying são impressas na vida adulta. Assim, no contexto dado, surge a questão com relação a quais impactos o bullying sofrido na infância tem sobre a vida de um adulto afetado. 

Este artigo tem como objetivo mostrar como o bullying retardado impacta e marca a vida de um adulto e quais repercussões influenciam na vida, complicações no trabalho, baixa autoestima, desestimulação de relacionamentos interpessoais e às vezes pode ser a causa de doenças psicológicas perigosas Este artigo tem como objetivo fazer uma revisão bibliográfica sobre o bullying até suas consequências na vida adulta, pois vários fatores apresentados são adversos à saúde e impactam determinados ambientes familiares; daí a necessidade de focar e dar visibilidade à questão que é um problema social que tem sido banalizado nos dias atuais, devendo ser tratado coletivamente e não individualmente. Seus interesses estão nas duras condições que as crianças vivenciam durante os primeiros anos de suas vidas. O trabalho se desenvolve por meio de uma revisão da literatura sobre bullying e seus resultados na vida adulta. A razão é que constitui um elemento que prejudica a saúde, afetando apenas alguns ambientes familiares, ao fazer isso, a atenção e o foco são colocados na questão que é um problema social que nossos dias atuais menosprezaram e, como tal, deve ser tratado como um todo e não individualmente, tendo como base as dificuldades na vida adulta que se iniciaram na infância. Pois atualmente há muitas pessoas que não têm ideia das causas que estão por trás de muitos dos gatilhos e distúrbios descobertos em suas vidas adultas. Dito isso, é importante investigar o tópico para que seu conhecimento e discernimento possam compreender a origem destes, comprovando a importância do processo psicológico para o tratamento, mesmo que a causa tenha sido na infância. 

DESENVOLVIMENTO

A psicologia é muito valiosa nesse processo, pois, por meio dela, o profissional consegue fazer o paciente entender o que causou o trauma, os gatilhos e o(s) transtorno(s). Além disso, é importante ressaltar que algumas consequências do bullying são graves e podem até levar ao suicídio. Por isso, deve-se aumentar a conscientização do processo psicológico a cada dia para evitar consequências tão graves. Em segundo lugar, contribuirá para que as pessoas vítimas de bullying, ao mesmo tempo em que atendem ao agressor, já que a maioria dos agressores também são vítimas de alguma agressão, seja na família ou mesmo na escola. Como não conseguem fazer isso para se expressar e não para fazer acontecer, acabam fazendo isso, mas atacando outra pessoa para descarregar toda a sua raiva, dor e sofrimento e no final veem isso como um alívio para quem lhes causa dor (Souza, 2019). Algumas crianças e adolescentes vítimas de bullying veem aqui na retaliação uma via de escape e uma forma de descarga da dor sentida contra o agressor; assim, há casos de crianças ou adolescentes que a colocam em prática, a ponto de tramar massacres, para depois deixarem de ser vítimas. Eles acham que, ao fazer isso, deixarão de sentir essa dor e angústia que lhes foi infligida. Olweus (1993, apud Marini, 2012) iniciou seus estudos após uma onda de suicídios em adolescentes. Isso levou a que a maioria dos adolescentes perpetrasse alguma forma de violência; uma delas era o bullying. A palavra bullying, portanto, começou a ser usada em 1989, quando Olweus e Roland, em suas investigações, demonstraram que um em cada sete alunos sofria violência, todas relacionadas às atitudes negativas de seus colegas. Ainda, segundo o dicionário Aurélio, a palavra descreve, “[…] provocações, intimidações ou agressões, físicas ou orais, de uma parte mais desinibida, mais velha, mais forte etc., para outra mais fraca, mais jovem, ou parte, etc.” (Ferreira, 2010 apud Marini, 2012). Por ser um conglomerado de ações violentas, repetitivas e propositais, sem motivos aparentes, que podem ser cometidas por um ou mais alunos, afirma Quintanilha (2011 p.60, Carvalho et al., 2021). Trata-se apenas de atos, palavras e comportamentos, todos eles dolosos, que se repetem e causam sofrimento à vítima ao longo de um período júnior, sem pretextos visíveis de justificativas para tais ações. Isso inclui atos de xingamentos, intimidação, humilhação, discriminação, abuso verbal, exclusão social, violência física e assim por diante. Embora o termo seja novo, essa violência já existe há muito tempo, só que foi menosprezada. Marini (2012) descreve que “normalmente a família e a escola se preocupam pouco com o assunto e levam as ofensas muito triviais para terem grandes consequências”, acarretando assim consequências piores nas escolas e nas casas. Por não tentar descobrir o real motivo dos fatos, essa violência vem aumentando cada vez mais, pois os agressores acabam vendo essa banalização como uma falta de implicação em suas ações. E como essa violência é minimizada, essas vítimas geralmente não buscam ajuda e, muitas vezes, nem mesmo relatam que estão ou estiveram sofrendo, o que faz com que os resultados posteriores da vida se agravem. 

A cena de bullying é múltipla. Normalmente, estas são associadas entre agressor, vítima e testemunhas. O agressor é uma criança ou jovem que ataca outro, supostamente mais fraco, com a intenção expressa de machucar, prejudicar ou humilhar — sem provocação por parte da vítima, Souza (2019) disse que às vezes o bullying também pode ocorrer quando o agressor contra si mesmo encontra dentro de si algumas características que não gosta e, portanto, afetam a autoimagem que ele mantém. Olweus (2013, apud Silva, 2016) menciona que normalmente os agressores têm a manifestação de diferentes desajustes psicossociais com conduta contra a lei como a principal. Weerman (2011, apud Silva, 2016) diz que a rejeição pelos agressores pode ser de indivíduos com conduta mais comum, aumentando assim a probabilidade de entrarem em contato com outros jovens que compartilham semelhanças em seu passado e, a partir daí, iniciarem suas agressões. Segundo Neto (2005, apud Carvalho et al., 2021), é o tipo de criança ou adolescente perpetuamente vitimizado pelos pares por meio de ações agressivas, normalmente sem capacidade de perceber ou reagir à agressão. Tradicionalmente, indivíduos vulneráveis ​​são aqueles que, segundo Bandeira e Hutz (2012, apud Carvalho et al., 2021), apresentam alguma característica física, comportamental ou emocional que os torna mais abertos às ações do agressor. Em geral, são descritos como indivíduos fracos, passivos, tímidos, destacando-se dos demais quanto à aparência, raça, orientação sexual, religião ou modo de se vestir. Em geral, são descritos como pessoas que se sentem inseguras, indefesas, envergonhadas, impotentes diante da agressão sofrida e não têm meios de se proteger. Dessa forma, aqueles que são vítimas de bullying preferem tomar medidas para reduzir seu sofrimento mantendo tudo em segredo ou isolando-se dos outros (Middelton-moz & Zawadski, 2007). Segundo Souza (2019), quase sempre as testemunhas assistem à cena violenta, não intervindo ou tomando partido. Por outro lado, Toffi et al. (2011 apud Souza, 2019) afirmam que por meio desse comportamento, geralmente a vítima se sente imbuída de culpa, considerando-se o vetor responsável pela agressão, potencializando ainda mais o sentimento de impunidade na vítima, já que, em sua maioria, essa violência é praticada na frente de outros alunos. Segundo Marini (2012), eles pertencem, em sua maioria, a famílias disfuncionais, onde o afeto é ausente e a solidariedade é nula; em alguns casos, o tipo de violência reproduzida na escola fazia parte das atividades de sua casa, onde essa violência é executada por um membro mais velho da própria família. Se a família é violenta e adotou essa ação como comum, a punição normal da criança por tal ato de emulação é improvável. Conforme Marini (2012) ressalta, o bullying pode ocorrer em qualquer ambiente onde mais de uma criança esteja junto, mas além do lar, a escola é o segundo ambiente mais comum, pois é um dos primeiros lugares onde as crianças vão desacompanhadas dos pais, além de ser um ambiente em que elas encontram pessoas diferentes daquelas que conhecem. Cabe, portanto, aos profissionais desse ambiente tomar todas as precauções necessárias para reduzir a violência, sendo, portanto, também o local onde mais ocorre o bullying. Marini (2012) afirma que “A maioria das crianças vem de um ambiente familiar onde sofrem violência, seja física, verbal, sexual, entre outras, ou ainda sofrem por não serem ouvidas e não poderem se expressar; por isso, é importante que sintam que a escola é um ambiente aberto para poderem se expressar, e dessa forma, é possível até mesmo identificar e denunciar casos de abuso infantil sofridos em casa, pois se a criança sentir que a escola é um lugar seguro para se expressar, ela pedirá ajuda ali e então os responsáveis ​​entrarão em contato com os órgãos responsáveis ​​para tomarem as devidas providências. A cena de bullying é múltipla. Normalmente, estas são associadas entre agressor, vítima e testemunhas. O agressor é uma criança ou jovem que ataca outro, supostamente mais fraco, com a intenção expressa de machucar, prejudicar ou humilhar — sem provocação por parte da vítima, Souza (2019) disse que às vezes o bullying também pode ocorrer quando o agressor contra si mesmo encontra dentro de si algumas características que não gosta e, portanto, afetam a autoimagem que ele mantém. Olweus (2013, apud Silva, 2016) menciona que normalmente os agressores têm a manifestação de diferentes desajustes psicossociais com conduta contra a lei como a principal. Weerman (2011, apud Silva, 2016) diz que a rejeição pelos agressores pode ser de indivíduos com conduta mais comum, aumentando assim a probabilidade de entrarem em contato com outros jovens que compartilham semelhanças em seu passado e, a partir daí, iniciarem suas agressões. Segundo Neto (2005, apud Carvalho et al., 2021), é o tipo de criança ou adolescente perpetuamente vitimizado pelos pares por meio de ações agressivas, normalmente sem capacidade de perceber ou reagir à agressão. Tradicionalmente, indivíduos vulneráveis ​​são aqueles que, segundo Bandeira e Hutz(2012, apud Carvalho et al., 2021), apresentam alguma característica física, comportamental ou emocional que os torna mais abertos às ações do agressor. Em geral, são descritos como indivíduos fracos, passivos, tímidos, destacando-se dos demais quanto à aparência, raça, orientação sexual, religião ou modo de se vestir. Em geral, são descritos como pessoas que se sentem inseguras, indefesas, envergonhadas, impotentes diante da agressão sofrida e não têm meios de se proteger. Dessa forma, aqueles que são vítimas de bullying preferem tomar medidas para reduzir seu sofrimento mantendo tudo em segredo ou isolando-se dos outros (Middelton-moz & Zawadski, 2007). 

Segundo Souza (2019), quase sempre as testemunhas assistem à cena violenta, não intervindo ou tomando partido. Por outro lado, Toffi et al. (2011 apud Souza, 2019) afirmam que por meio desse comportamento, geralmente a vítima se sente imbuída de culpa, considerando-se o vetor responsável pela agressão, potencializando ainda mais o sentimento de impunidade na vítima, já que, em sua maioria, essa violência é praticada na frente de outros alunos. Segundo Marini (2012), eles pertencem, em sua maioria, a famílias disfuncionais, onde o afeto é ausente e a solidariedade é nula; em alguns casos, o tipo de violência reproduzida na escola fazia parte das atividades de sua casa, onde essa violência é executada por um membro mais velho da própria família. Se a família é violenta e adotou essa ação como comum, a punição normal da criança por tal ato de emulação é improvável. Conforme Marini (2012) ressalta, o bullying pode ocorrer em qualquer ambiente onde mais de uma criança esteja junto, mas além do lar, a escola é o segundo ambiente mais comum, pois é um dos primeiros lugares onde as crianças vão desacompanhadas dos pais, além de ser um ambiente em que elas encontram pessoas diferentes daquelas que conhecem. Cabe, portanto, aos profissionais desse ambiente tomar todas as precauções necessárias para reduzir a violência, sendo, portanto, também o local onde mais ocorre o bullying. Marini (2012) afirma que “A maioria das crianças vem de um ambiente familiar onde sofrem violência, seja física, verbal, sexual, entre outras, ou ainda sofrem por não serem ouvidas e não poderem se expressar; por isso, é importante que sintam que a escola é um ambiente aberto para poderem se expressar, e dessa forma, é possível até mesmo identificar e denunciar casos de abuso infantil sofridos em casa, pois se a criança sentir que a escola é um lugar seguro para se expressar, ela pedirá ajuda ali e então os responsáveis ​​entrarão em contato com os órgãos responsáveis ​​para tomarem as devidas providências. Os textos concordam que na elaboração de estratégias de combate ao bullying devem participar a escola, os pais e os professores, incluindo um psicólogo na escola. Todos esses agentes devem buscar formas de reconhecer os sinais de violência. Os pais devem estar atentos às modificações que ocorrem no seio familiar e não subestimá-las. Sempre que houver essas mudanças, eles precisam buscar a ajuda dos profissionais. Além disso, encontrar conjuntamente formas de enfrentar a situação, visando sua resolução e não a refutação das agressões, afastamento dos colegas, o que ajuda a definir meios para sua prevenção — consequentemente reduzindo tais eventos no ambiente escolar. Marini (2012) afirma que, do contrário, se a violência não for coibida por nenhum meio, seja por parte dos pais ou da escola, as relações das partes presentes no evento mudarão drasticamente, pois aqueles que estão sofrendo com a violência não só carregarão as sequelas da violência perpetrada contra eles, mas há variedades de possibilidades em seu comportamento. Como tal, eles também vivem o sofrimento; caso um colega sofra bullying, a criança, na maioria das vezes, vivencia pesadelos e medos de frequentar a escola, onde pode ser a próxima a ser intimidada ou importunada. Quem presencia a punição do agressor pode deixar de se comportar como tal, pois não será punido; além disso, há até quem faça com que o ato de violência expresse que libera o próprio sofrimento de tal ação ao infligí-lo a outra pessoa. Para Medeiros (2015, p.64 apud Carvalho et al., 2021), os resultados do bullying são “incomprometedores a longo prazo para a vítima ou para o agressor, pois ambas as partes são devastadas pela violência”. Vítimas desse tipo de comportamento costumam apresentar baixa autoestima, problemas psicossomáticos, insegurança, tentativas ou consumação de suicídio, problemas sociais e emocionais para o desenvolvimento de tratamento psicoterápico, entre outros. Os agressores geralmente apresentam dependência de álcool ou outra droga, alto índice de criminalidade, cavaleiros insubordinados, assassinos anteriores e até mesmo tentativas de suicídio. Assim, uma alta porcentagem de vítimas de bullying não busca nenhum tipo de tratamento ou mesmo algum tipo de ajuda, o que torna as coisas ainda mais difíceis para aqueles que convivem com suas consequências (bullying), que sofrem violência desde os anos na escola. Em alguns casos, isso pode acontecer por medo e vergonha do que sentem e sofrem retaliações, temendo não ter apoio e ajuda de outras pessoas. Segundo Albuquerque et al. (2013), alguns efeitos do bullying podem ser de curto ou longo prazo com base no problema e sua frequência e intensidade no indivíduo, quais problemas são afetados e o modo como é perpetrado, seja verbal ou fisicamente. Segundo Silva e Borges (2018, p.46, apud Carvalho et al., 2021), o ato de bullying pode evocar ideias destrutivas nas vítimas, o que pode resultar em efeitos emocionais e perda da personalidade, caso as vítimas repitam o ato no futuro. 

Segundo Pereira (2012 p. 5, apud Carvalho et al., 2021), algumas das principais doenças e transtornos decorrentes da vida adulta após o sofrimento causado pelo bullying são: transtorno do pânico, que tem como uma de suas características o medo intenso, sem causa razoável, não precedido de sinal e que pode causar manifestações físicas, literalmente torturantes e o pensamento de morrer; depressão, cujos acontecimentos são tristeza atrativa o tempo todo, mal-estar ou sentimento de vazio, culpa, inutilidade e desesperança, entre outros; transtorno de ansiedade generalizada (TAG), que tem como uma de suas características a apreensão do medo e da insegurança somados à preocupação exagerada diante de situações incontroláveis; anorexia, caracterizada pelo medo pavoroso de engordar ou ganhar peso, levando a vítima a evitar alimentos, porém a manutenção dessas medidas posteriormente se torna incontrolável, podendo resultar em morte; bulimia-nervosa, pela qual a vítima força as quantidades de alimentos que ingere, e idas ao banheiro para vomitar, às vezes com frequência de várias vezes ao dia, às vezes empregando laxantes e diuréticos por períodos prolongados; fobias sociais e escolares, com sintomas de medo de situações sociais, podendo apresentar certos sintomas psicossomáticos. Albuquerque et al (2013) descrevem outras variações, como no transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), que possui algumas características notadas no DSM 4, como medo intenso, desamparo ou horror, memórias e sonhos desesperados relacionados ao evento, dor psicológica, evitação, distúrbios do sono, irritabilidade ou explosões de raiva. Em outro estudo de Souza (2019), foi apontado que os efeitos de tais agressões sofridas são expressos, por exemplo, em adultos, pela presença de ansiedade, falta de autoestima e sintomas de depressão. Vieira (2020, apud Carvalho et al., 2021) elaborou que a falta de apoio às vítimas e agressores, e a escassez de implementação de programas de intervenção e prevenção à violência nas escolas, são grandes contribuintes para o aumento da violência no ambiente escolar, onde crianças e adolescentes constituem a maior parcela de vítimas e estão mais propensos a sofrer danos à saúde que se tornam crônicos na vida adulta.

Carvalho et al. (2021) propõem um estudo exploratório baseado em revisão bibliográfica de trabalhos de autores que realizam estudos sobre o tema. O objetivo é reunir dados sobre os desfechos do bullying infantil na vida adulta. Os autores especificam as formas de bullying e como ele pode acontecer, incluindo a possibilidade do cyberbullying, uma nova forma de violência que tem a internet como cenário. O cyberbullying pode ter os mesmos efeitos que o bullying presencial e os mesmos desfechos na vida adulta. 

Albuquerque et al. (2013) afirmam que, além do trabalho do psicólogo, é de grande valia que toda a equipe busque informações e esteja preparada para lidar com isso e trabalhar na prevenção. Eles também ressaltam que a violência nas escolas é algo tão comum no Brasil. A questão ainda requer mais estudos e análises para que se chegue a uma conclusão. É importante ressaltar que o motivo pelo qual a maioria das escolas são ambientes violentos não pode ser atribuído a um único fator, pois entende-se que podem haver causas multifatoriais. A relevância de comparar a relação entre o bullying sofrido na infância com a maior vulnerabilidade ao desenvolvimento de transtorno de estresse pós-traumático na vida adulta é dada por Albuquerque et al. (2013). A pesquisa teve como objetivo analisar produções científicas — livros e artigos publicados, bem como buscas eletrônicas em bases de dados — com o objetivo de propor pontos para futuras pesquisas sobre o tema.

Albuquerque et al. (2013) argumentam que o bullying pode ter efeitos imediatos ou de longo prazo, dependendo de como é perpetrado, sua intensidade e habilidades de enfrentamento da vítima, entre outros fatores. A interação da vítima ao lidar com a violência tem grande influência, uma vez que experiências traumáticas exigem muito esforço para serem enfrentadas e podem tornar o indivíduo mais vulnerável ao desenvolvimento de transtorno de estresse pós-traumático (Albuquerque et al., 2013). A infância é um período de desenvolvimento para um indivíduo; quando experiências traumáticas acontecem durante esse período, mudanças funcionais e anatômicas podem ocorrer em áreas do cérebro que foram explicadas como relacionadas aos sistemas de memória e afetividade, o que aumentaria a vulnerabilidade ao desenvolvimento de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), entre outros transtornos psicológicos como ansiedade, depressão, ideação suicida e tentativas de suicídio. Outra razão é a possibilidade de que a vítima possa, por meio de sofrimento psicológico, somatizar e encarnar somaticamente o sofrimento no corpo, gerando manifestações como dor de cabeça, dor de estômago, enurese, tontura, problemas de sono e dores musculares. A literatura aponta para a condição de estresse pós-traumático na infância, bem como na idade adulta, possivelmente conectada à vitimização por bullying durante a infância, no entanto, continua sendo uma área pouco pesquisada com falta de elucidação aprofundada considerando outros fatores de confusão, como histórico familiar, apoio escolar ou outra etiologia. Estudos longitudinais foram revisados ​​sistematicamente em um estudo de Silva et al. (2015) para serem expandidos em relação à ligação de uma associação de bullying escolar com comportamento delinquente durante a adolescência e comportamento criminoso na idade adulta. A estratégia de busca adotada foi a seguinte: um levantamento bibliográfico em bancos de dados e bibliotecas online. Silva et al. (2015) explicam que o bullying pode ser visto como um problema de saúde pública nas escolas brasileiras, pois é um fenômeno generalizado e traz vários efeitos negativos para aqueles que o praticam, para a vítima e para os espectadores. Somente depois que as pesquisas começaram a ser conduzidas e os dados estavam disponíveis sobre as consequências graves é que essa violência mereceu e passou a ser percebida como jogos comuns entre a faixa etária. Foi por meio de estudos realizados a partir da década de 1990 que conseguimos detectar a relação entre bullying escolar e condutas que violam a lei.

O bullying é em si um indicador de desenvolvimento problemático que favorece a realização de infrações, participação em gangues, entre outros tipos de violência. É também um aspecto importante a ser considerado.

Uma provável razão para levar esse comportamento para a vida adulta é um provável perfil de personalidade, que tende à disfunção psicossocial (Silva et al, 2015). Souza (2019) propõe que os maus-tratos sofridos na escola teriam um papel nessas duas questões e como isso pode mudar a relação que um indivíduo tem consigo mesmo e com o mundo levaria a questões de investigação sobre a prática de bullying por esse indivíduo. As consequências decorrentes criadas para as vítimas em seu desempenho escolar, que incluem os atrasos escolares significativos iminentes, ter que guardar materiais escolares, fazer viagens repetitivas à enfermeira e esportes ou grupo de socialização co-curricular podem retornar anos depois, quando o indivíduo estiver avaliando ou trabalhando. Quando o pesquisador conduziu um estudo com 64 homens de uma organização militar na cidade de São Luís. A maioria das vítimas de bullying não procura ajuda, não informa professores ou pais. A situação foi identificada na medida em que é necessário que pais e professores estejam mais atentos ao que acontece com as crianças na escola. No ambiente escolar, há um conjunto de crianças e adolescentes que diferem em tipo de personalidade, e um desentendimento é normal nas relações humanas, mas quando se trata de bullying, o que causa sofrimento que pode até levar a consequências mais graves. Marini (2012) relata que o bullying pode afetar diversos fatores no indivíduo, alguns dos quais podem ser levados para a vida adulta. Este estudo mostra como os pais trabalham em conjunto com a equipe escolar na prevenção. Isso garantiria que a intervenção não ocorresse apenas no ambiente escolar, mas também dentro do contexto familiar para que os indivíduos não acabem executando tal violência. Carvalho et al. Tanto os pais quanto os profissionais da escola devem atentar mais cuidadosamente ao que acontece com as crianças no ambiente escolar e no ambiente familiar. A escola deve fazer um trabalho conjunto com os pais, que devem estar atentos a quaisquer mudanças comportamentais. Segundo Souza (2019) e Albuquerque et al. (2013), o bullying sofrido na infância pode gerar traumas. Algumas situações podem fazer com que a pessoa se lembre a todo momento de toda a situação pela qual passou, então só de imaginar passar pela situação novamente causa sofrimento psicológico. Tanto Marini (2012) quanto Souza et al. (2015) argumentam que algumas das consequências do bullying são comportamentos agressivos ou delinquentes, mostrando que isso pode prejudicar a estrutura familiar por sua vez e, então, afetar as crianças. Silva et al. (2015); Carvalho et al. Segundo Filho (2021), Marini (2012) e Souza (2019) elucubram o bullying como violência – física ou verbal – perpetrada pelo agressor sem motivo declarado é mais comum na escola. Portanto, causa danos a curto e longo prazo às vítimas (bullying), agressores e testemunhas.

CONCLUSÃO

A revisão sugeriu que o bullying acontece principalmente na escola, pois é o meio onde as crianças são introduzidas ao contato além de sua casa, introduzidas à alteridade nas pessoas e algumas se tornam intolerantes às diferenças e iniciam a atividade de bullying. O bullying tem efeitos de curto e longo prazo e pode persistir na vida adulta se não for tratado na infância. Esses efeitos dizem respeito àqueles que desempenham o papel de vítima ou agressor, ou testemunhas, o que muda o cenário em que ele se desenrola porque se não houver nenhuma reação da vítima punindo o agressor, isso gerará medo de que as ações continuem. As testemunhas podem ter o mesmo medo e/ou começar até mesmo a praticar violência. Quando os agressores não são punidos, eles veem isso como algo reforçador ou positivo e continuam a praticar suas ações. Os artigos pedem que as escolas tomem as medidas necessárias para interromper e intervir no bullying com as parcerias das famílias. A intervenção é muito significativa para prevenir a violência. Ela deve ser desenvolvida na escola, mas também em casa. Nenhum homem é uma ilha; nenhuma escola pode fazer nada sozinha. Os pais são negligentes, e isso faz com que os agentes de prevenção os incentivem a reduzir crianças que não são muito boas (pelo menos não intrinsecamente) a filhos de outras pessoas e isso desvaloriza totalmente o ambiente. Como resultado, essa violência atua apenas como um modo de vida nele.

As intervenções devem ser realizadas no ambiente escolar onde ocorre o bullying e no ambiente familiar: um psicólogo escolar houve ambos. Valoriza a resolução de conflitos, buscando evitar a exclusão dos pares. Quando as intervenções são eficazes, reduzem o número de casos dentro do ambiente.

Pesquisas mostram que sem prevenção, intervenções escolares e sua pós-intervenção, e apoio às vítimas, agressores e testemunhas, a violência continuará tendo consequências para os envolvidos, algumas delas durante o período escolar e mesmo após esse período; caracterizada por manifestações de baixa autoestima, problemas psicossomáticos, insegurança; dificuldade de relacionamento social que pode levar a doenças e transtornos mentais como ansiedade, depressão, bulimia, anorexia, transtorno de estresse pós-traumático; transtorno do pânico; fobia social e fobia escolar; tentativas de suicídio e suicídio.

Concluímos com base nos artigos pesquisados ​​para a elaboração deste trabalho que estudos que relacionem as consequências do bullying com desfechos na vida adulta são escassos. Vale destacar que pouco foi explorado sobre o tema nas plataformas investigadas, o que dificulta o enfrentamento dessas consequências na vida adulta.

No entanto, identifica-se que intervenções não realizadas na infância têm consequências de longo prazo que são vivenciadas na vida adulta, ajudando a manter essas consequências nessa fase da vida. Para evitar que isso ocorra, as intervenções e o tratamento precisariam ser realizados durante a infância ou adolescência, para minimizar o sofrimento na vida adulta. Uma boa estratégia também seria implementar políticas públicas aumentando a informação em ambientes de saúde pública e mídias sociais, mostrando a importância de tratar vítimas, testemunhas e agressores e levar conhecimento para aqueles que sofrem e praticam bullying para reduzir as consequências para os adultos.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, gostaria de expressar minha profunda gratidão a Deus, cuja orientação e força me acompanharam durante todo este processo. Neste momento especial, quero dedicar um agradecimento especial à minha mãe, Zelina Barbosa da Silva Ferreira, que faleceu este ano. Sua presença, amor e apoio foram fundamentais em minha vida e em meus estudos. Sem ela, nada disso seria possível. O exemplo dela e a força que sempre demonstrou foram minha maior inspiração para continuar seguindo em frente.

Agradeço também ao meu pai, Claudio Fernandes Ferreira, que sempre foi um exemplo de força e determinação. Sua sabedoria e apoio incondicional foram essenciais para que eu pudesse alcançar meus objetivos. Não posso esquecer de agradecer ao meu irmão, Kayque Barbosa Ferreira, e à minha irmã, Karen Barbosa Ferreira Dias, que sempre estiveram ao meu lado, oferecendo apoio e encorajamento. Vocês são uma parte fundamental da minha vida e contribuíram imensamente para minha realização.

Por fim, agradeço a todos que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho. A colaboração e o incentivo de cada um foram essenciais para que eu chegasse até aqui.

Muito obrigado!


1 Graduando em psicologia
kevin.iff2016@gmail.com
2 Psicólogo
matheus.coelho@uniredentor.edu.br