APRENDER BRINCANDO: O LÚDICO COMO MEIO PRAZEROSO DE APRENDER

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12785994


Thiago Marques de Albertim1


RESUMO 

O presente artigo tem o intuito de verificar o lúdico como forma prazerosa de aprender na educação infantil. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica com base em autores, estudiosos e teóricos que se debruçaram sobre o tema proposto, além de ter levado em consideração todo o arcabouço jurídico referente ao tema, em especial a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Além disso, foi levado em apreço o papel do professor na implementação de um ensino capaz de proporcionar uma aprendizagem prazerosa e capaz de suprir as necessidades inerentes da criança, este último capaz de analisar como o aprender brincando é eficaz no processo de ensino-aprendizagem. O brincar na educação infantil faz parte dos eixos estruturantes, direitos de aprendizagem e campos de experiência, portanto, sendo algo fundamental para que as crianças se desenvolvam plenamente, logo, o ato de brincar deve ser visto como um meio eficaz para que o trabalho do professor nessa etapa da educação se concretize. Assim, para tentar discorrer sobre o título e subtítulo foi delimitado o artigo em os objetivos que tiveram o fim de compreender qual a importância do lúdico em um aprendizado prazeroso. Para, tanto faz-se necessário analisar meios eficazes de implementação do lúdico na educação infantil e verificar as contribuições do lúdico no processo de ensino-aprendizagem, levando em consideração a atuação do mediador (professor) por meio do ato de brincar com intenção pedagógica que é capaz de ensinar sem “exigências”, o que a utilização desse instrumento de ensino prazeroso.

Palavras-chaves: Lúdico; aprendizagem; aprender; brincar.

RÉSUMÉ

Cet article vise à vérifier le jeu comme moyen agréable d’apprendre dans l’éducation de la petite enfance. À cette fin, une recherche bibliographique a été réalisée à partir des auteurs, chercheurs et théoriciens qui se sont concentrés sur le sujet proposé, en plus de prendre en compte l’ensemble du cadre juridique relatif au sujet, notamment la Base Curriculaire Nationale Commune (BNCC). En outre, le rôle de l’enseignant dans la mise en œuvre d’un enseignement capable de procurer un apprentissage agréable et capable de répondre aux besoins inhérents de l’enfant a été pris en compte, ce dernier étant en mesure d’analyser comment l’apprentissage par le jeu est efficace dans le processus d’enseignement-apprentissage. Jouer dans l’éducation de la petite enfance fait partie des axes structurants, des droits d’apprentissage et des domaines d’expérience, étant donc quelque chose de fondamental pour le plein développement des enfants, l’acte de jouer doit donc être considéré comme un moyen efficace pour le travail de l’enseignant à cette étape de l’éducation se concrétise. Ainsi, pour tenter de discuter du titre et du sous-titre, l’article s’est limité aux objectifs visant à comprendre l’importance du jeu dans l’apprentissage agréable. Il est donc nécessaire d’analyser les moyens efficaces de mise en œuvre du jeu dans l’éducation de la petite enfance et de vérifier les apports du jeu dans le processus d’enseignement-apprentissage, en tenant compte du rôle du médiateur (enseignant) à travers l’acte de jouer avec une intention pédagogique qui est capable d’enseigner sans «exigences», ce qui rend l’utilisation de cet instrument pédagogique agréable.

Mots-clés: Ludique; apprentissage; apprendre; jouer.

INTRODUÇÃO

 Este artigo traz a importância do Papel do Lúdico na Educação Infantil, o qual tenta inferir a importância de aprender brincando e o papel fundamental do professor para implementação do lúdico na sala de aula.

Assim, a prática pedagógica requer domínio de elementos que permitam que a educação aconteça, se concretize, e uma dessas formas é a construção de um planejamento coerente com o perfil da turma, da sala e da comunidade, alinhado com formas dinâmicas e inovadoras de ensino. Sabe-se que o lúdico é um dos recursos muito utilizados, mas esse uso precisa estar atrelado a perspectivas de desenvolvimento, isto é, não podem ser ofertados sem que exista um fundamento.

Desta forma, define-se que:

O lúdico é a brincadeira, é o jogo, é a diversão e é sob esse ponto de vista que desenvolvemos essa pesquisa, para que o aprendizado de matemática se torne mais atrativo e divertido. O brincar esteve presente em todas as épocas da humanidade, mantendo-se até os dias atuais. Em cada época, conforme o contexto histórico vivido pelos povos e conforme o pensamento estabelecido para tal, sempre foi algo natural, vivido por todos e também utilizado como um instrumento com um caráter educativo para o desenvolvimento do indivíduo. (SANT’ANNA, NASCIMENTO, 2011, P.20).

Isto é, o lúdico se reinventa, se remonta, mas sempre está presente no cotidiano escolar exercendo uma função importante, principalmente, na prática pedagógica, uma vez que o professor tenta atrair a atenção dos alunos por meio de brincadeiras e jogos.

Dessa forma, as brincadeiras de forma direcionada deixam de ser apenas brincar por brincar e passa a ser usado como método de ensino, no qual o professor irá envolver as crianças desde os primeiros anos que são inseridos na escola, auxiliando na construção da aprendizagem por meio do lúdico.

No entanto, nem sempre foi dessa forma, pois a perspectiva do lúdico está vinculada à questão da infância, do cuidado com as crianças, que se iniciou no continente europeu e depois chegou às demais partes do mundo. Especificamente no tocante a ludicidade como algo importante, também foi algo que circulou na Europa e depois foi transportada para os demais países, dentre eles, o Brasil, que ganhou “escolas voltadas à educação da criança pequena.” (Alves, 2009, p.2).

O objetivo deste artigo é analisar o lúdico como prática prazerosa de ensino na educação infantil, partindo do pressuposto que a atual sociedade está muito mais vinculada a brincadeiras que envolvam questões tecnológicas, crianças com muito tempo de olhos vidrados em telas de tablets e de celulares, e ainda, a atual conjuntura que envolve violência, poucas casas e muitos apartamentos com espaços limitados para que elas explorem todo potencial próprio da idade de desenvolvimento, torna-se trabalhar o lúdico na escola, com brincadeiras atrativas, instigantes que atue sobre o desenvolvimento das crianças de forma integral.

Dessa forma, faz-se necessário analisar como o lúdico pode ser implementado na prática pedagógica da educação infantil e verificar como o lúdico contribuiu no processo ensino-aprendizagem. Os quais se devem levar em conta a nova geração de crianças, que já sabem manusear os aparelhos eletrônicos com muita habilidade e desconhece o prazer de escalar árvores, de jogar bola na rua, de brincar das inúmeras formas de pegar alguém, entre outras brincadeiras como via-se antigamente. Esse também é um reflexo da sociedade que se modifica, se torna mais complexa e tem seus problemas.

Diante disso, o tema proposto traz contribuições para o professor, para que esses profissionais possam ter subsídios teóricos para que os alunos ao iniciarem seus estudos possam absorver o máximo possível de conhecimentos necessários para avançar na etapa seguinte, além de que possam desenvolverem habilidades de coordenação motora e escrita. Este último critério é de suma importância, uma vez que uma das melhores maneiras de desenvolver a motricidade fina é por meio de brincadeiras e não com métodos arcaicos como atividades de cobrir e copiar.

1. A IMPORTÂNCIA DOS EIXOS ESTRUTURANTES PARA O PLENO DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Os eixos estruturantes são previstos nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – DCNEI (2010) e, posteriormente, foi incluído também na Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2018) que normatizam o que os currículos da Educação Infantil devem abordar, pois são imprescindíveis para o desenvolvimento integral das crianças.  

Entende-se que as interações e brincadeiras dispostas como eixos estruturantes possibilitam diversas experiências que assistem de forma positiva e eficaz para o desenvolvimento infantil, dentre elas, temos o brincar por meio do lúdico intencional, a elaboração da autoimagem de si e do próximo, que irão reforçar ideias de empatia e solidariedade, que são fatores essenciais e determinantes no desenvolvimento integral das crianças.

É por meio das brincadeiras que as crianças irão interagir, participar, explorar novas experiências, expressar pensamentos e emoções, tudo isso dentro de um universo em construção e imaginativo (KISHIMOTO, 2010). Vê-se, portanto, que as brincadeiras conseguem acoplar as interações, desde que não seja uma brincadeira individual.

Afirmam Brandão e Paschoal (2009) que as “crianças são agentes sociais, pois participam da construção de suas próprias vidas, interferem na sociedade em que vivem e participam do processo de desenvolvimento e aprendizagem”. Deve-se ter em consideração que as crianças são futuros cidadãos que irão ter uma vida ativa na sociedade, para tanto, tem-se que a educação se pauta nas relações interpessoais das crianças, que começam a ser criadas na família de cada um e reforçada na escola quando entram em contato com os demais colegas de turma e funcionários da escola.

Destaca Santos (1997) a necessidade da ludicidade como meio de construir o conhecimento e aprendizado, uma vez que por meio de interações e brincadeiras que a criança irá se desenvolver em todos aspectos: físico, social, emocional e cognitivo, conseguindo ampliar a aprendizagem e suas habilidades.

Como é perceptível, a BNCC se baseou também em aporte teórico produzido por grandes filósofos e educadores, dentre eles temos as teorías de Lev Vygotsk, que traz um novo conceito de educação que se contrapõe ao modelo tradicional implantado no Brasil com os jesuítas. “A interação social é a origem e o motor da aprendizagem e do desenvolvimento intelectual” (VYGOTSK, 1987), assim o sujeito passa também a ter um papel ativo, uma vez que ele irá adquirir e desenvolver o conhecimento em parceria com os demais pares.

O que se percebe é que os alunos têm mais facilidade de aprender quando o ambiente de aprendizagem é pautado em instrumentos e mecanismos proporcionem a participação do aluno nas atividades propostas e, na ótica construtivista, é por meio da interação com os colegas em sala de aula que os alunos conseguirão desenvolver conhecimentos prévios e absorver conhecimentos novos (COELHO, 1999). Entende-se também que na interação com outros colegas há a experiência da expressão, crítica, debate, diálogo, complementação, que propiciam a criação de conhecimento.

Para tanto, as escolas devem ser um espaço em que as crianças possam se sentir atraídas e confortáveis para se desenvolverem, pois a criança necessita gastar suas energias, suprir suas curiosidades, colocar em prática seu universo imaginativo, assim como também devem aprender sobre regras, ter limites e solidariedade. Assim, a brincadeira é o melhor meio para que elas possam se desenvolver como futuros cidadãos que tomaram decisões importantes de como a sociedade deve caminhar. 

O que se tem é que tanto as brincadeiras quanto as interações são importantes para o desenvolvimento pleno das crianças como ser humano. O desenvolvimento pleno consegue ser alcançado quando os 04 (quatro) aspectos são atingidos: Aspecto físico-motor, Aspecto intelectual, Aspecto afectivo-emocional e o Aspecto social. Diante disso, e em uma análise holística, as brincadeiras com intenções pedagógicas quando realizadas em duplas ou grupos conseguem atingir de forma eficaz o disposto na legislação educacional quanto o requerido para que as crianças consigam atingir o desenvolvimento pleno.

 2. GARANTIA DOS DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

A educação infantil conforme a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é pauta em eixos estruturantes, quais sejam: interações e as brincadeiras, o qual traz a ideia de que brincando e interagindo com os demais alunos, profissionais da escola e com todo ambiente escolar – objetos e natureza, as crianças por meio da socialização irão construir conhecimentos, pelo que é chamado de interacionismo, o qual tem como principais representantes Jean Piaget e Lev Vygotsky.

Ademais, a BNCC contempla direitos de aprendizagem e desenvolvimento: Conviver, Brincar, Participar, Explorar, Expressar e Conhecer-se, os quais reforçam os eixos estruturantes.

Desta forma, o que se observa é que os direitos de aprendizagem reforçam os eixos estruturantes de forma a reforçar que o brincar não é só uma diretriz, mas um direito que deve ser observado pelos professores e por todos os sistemas de ensino.

Para Vygotsky (1989) o brincar faz com que as crianças alcancem o desenvolvimento proximal, ou seja, com as brincadeiras em duplas ou grupos fazem com que a criança consegue chegar na zona de desenvolvimento potencial, que é a capacidade que as crianças adquirem na resolução das pequenas questões dentro das brincadeiras e com a interação dos demais colegas ou com o suporte do professor.

Quando a criança brinca, ela naturalmente preenche os 06 (seis) direitos de aprendizagem. Como exemplo será dado um jogo de formar palavras simples para alunos do Pré-II ou Grupo V, da etapa da educação infantil, que será baseada nas letras e sílabas vistas no terceiro bimestre, com o suporte alfabeto móvel disposto nas mesas dos próprios alunos, onde as crianças se dividem em grupos com 03 (três) participantes, o qual ao final poderá se verificar que:

  • O Direito de Conviver pode ser preenchido quando as crianças brincam em grupo de três de um jogo de adivinhar qual sílaba corresponderia à figura e a fala do professor, principalmente, no tocante a ajuda dos demais colegas de grupo quanto à percepção, devendo haver ajuda mútua;
  • O Direito de Participar é preenchido quando todos da sala participam e quando todos do grupo se ajudam, participando no jogo proposto;
  • O Direito de Explorar é abarcado no momento que as crianças tentam por meio da consciência fonológica encontrar as letras ou sílabas correspondentes, assimilando palavras que possuem o mesmo só ou que começam com a mesma letra, perguntando ao professor ou colegas do grupo se tais letras ou sílabas são similares às palavras que lembram;
  • O Direito de Expressar é inerente a própria sala de aula, quando o aluno traz suas dúvidas quanto ao assunto, expõe palavras possíveis ao caso para os colegas, traz questionamentos e até emoções ao acertar a atividade proposta; e
  • O Direito de Conhecer-se é preenchido quando o aluno possui iniciativa para responder ou participar de atividade, torna-se líder ou conduz os demais colegas do grupo, interage, brinca e consegue ter uma identidade de pertencimento no ambiente escolar.

Logo, a prática pedagógica pautada na ludicidade e proposta pelo professor obtém o preenchimento dos direitos de aprendizagem, assim como pode levar à aprendizagem e ancoramento dos conhecimentos vistos ao longo do ano letivo, usando como base os eixos estruturantes, em especial, o de brincar, logo, preenchendo o que é disposto na Legislação Educacional.

3. EFETIVAÇÃO DOS CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS

O ambiente escolar possui uma função social importante na educação, principalmente, no tocante à educação infantil que acolhe crianças pequenas. A escola deve trabalhar em parceria com a família, que pauta seu processo em educar e cuidar, indissociáveis e fundamentais para atingir o desenvolvimento pleno do educando. Sendo assim, a escola se torna, na maioria dos casos, o primeiro contato social que a criança fará fora da família, a qual construirá novas interações sociais. 

Os campos de experiência que são trazidos na BNCC com o intuito de propiciar a aprendizagem e o seu desenvolvimento são: 

  1. O eu, o outro e o nós;
  2. Corpo, gestos e movimentos;
  3. Traços, sons, cores e formas;
  4. Escuta, fala, pensamento e imaginação; e
  5. Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.

Essa denominação trazida para os campos de experiências teve como base o disposto nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI), posteriormente adicionada à BNCC que possui força normativa.

Portanto, o escopo da BNCC (2018) quanto a Educação Infantil, é de criar e implementar a proteção dos direitos da criança isonomicamente no Brasil inteiro, seja em escolas particulares, seja em escolas públicas, uma vez que não estava claro como seria posto em prática pelas Diretrizes (2010). Assim, a BNCC visa direcionar a prática docente dos professores em sala de aula para com as crianças.

Barbosa (Apud BERWANGER 2011, p 71.) traz que “as crianças pequenas, necessitam que os educadores se pautem em uma pedagogia voltada para relações, interações e práticas educativas intencionais, que incorporem suas experiências cotidianas e seus processos de aprendizagem no contexto coletivo”. Muitos pais e professores ainda possuem a ideia de que o brincar deve ser livre, o que leva a pensar que os professores são meros cuidadores, portanto, deve-se ter cuidado, uma vez que é importante a brincadeira sem intenção pedagógica, mas dentro da sala de aula o professor deve direcionar as brincadeiras de formas intencional a alcançar o aprendizado, fazendo um ele entre a educação infantil e o ensino fundamental.

Antigamente no Brasil, a educação infantil tinha uma função assistencialista, baseada somente no cuidado para que as mães pudessem trabalhar. O professor era visto como um cuidador e a sala de aula era tida como um grande parque de diversões (SOUZA e tal, 2014).

Os campos de experiências servem como suporte para o planejamento do professor em sua prática educacional, nesse sentido temos que “os campos de experiência têm como perspectiva auxiliar a criação de algum valor pedagógico a partir daquilo que hoje, lamentavelmente, se impõe como força legal organizativa para as escolas de Educação Infantil” (PASQUALINI e MARTINS, 2023).

A BNCC traz em seu bojo 05 (cinco) campos de experiências. Observa-se que esses campos têm a função de garantir a mínima efetividade a prática pedagógica ofertada pelo professor em sala de aula. É importante ressaltar que os campos de experiência são delimitados por meio dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, que contemplam comportamentos, habilidades e conhecimentos a serem construídos pelas crianças a partir de interações e brincadeiras

  • O eu, o outro e o nós: é alcançado quando as crianças conseguem trocar informações umas com as outras dentro da sala de aula, seja por meio de questionamentos depois de uma contação de história, seja por meio de jogos, seja na repartição de lanche com os colegas, que irá exercitar a empatia, iniciativa, comunicação etc. Vê-se, portanto, que essa experiência está presente em todos os momentos da criança na escola, desde a entrada até a saída delas, devendo ser trabalhado pelo professor de maneira que abarque as interações;
  • Corpo, gestos e movimentos: a contemplação desse campo é observada quando nas atividades propostas os alunos movimentam, pulam e reagem de forma independente e coordenada, os quais terão controle motor e noção espacial do que está a sua volta. É por meio do corpo, que as crianças conseguem explorar o mundo desde novas e por meio do espaço e materiais que as crianças conseguem interagir, estabelecendo relações interpessoais, sentindo-se parte da sociedade. Isto também pode ser posto quanto aos gestos e movimentos das crianças, que por meio delas conseguem comunicar certas expressões características da idade;
  • Traços, sons, cores e formas: Esse campo pode ser preenchido em atividades de colagem e pintura realizada pelos alunos, músicas e cânticos, distinção e reconhecimento das formas geométricas com objetos cotidianos, sons espontâneos e etc., os quais as crianças podem de forma livre e independente expressar e explorar. O professor deve estar apto para proporcionar experiências que servirão como referência para que as crianças se expressem por múltiplas linguagens, deixando que elas sejam autoras das próprias criações autoria tendo como ponto de partida os sons, os traços, os gestos, dentre tantos outros recursos;
  • Escuta, fala, pensamento e imaginação: a história contada inicialmente na aula tem o condão de fazer com que as crianças imaginem e criem em suas mentes inúmeras hipóteses de como a aula a ser proposta, ela serve de elo para o aprendizado seja interiorizado. Ademais, as crianças podem recontar as histórias escutadas ou vistas, abrindo a possibilidade para imaginações infinitas. Tais ações levam a autonomia e independência, pois ela passa a ser criadora. Quanto à apropriação da língua escrita e oral, o professor deve ser capaz de por meio de variadas situações em sala de aula deixar que o aluno se expresse, não sendo a criança um mero ouvinte. Isso fará com que os alunos enriqueçam o linguajar da língua materna e criem novas formas de expressão. Frisa-se que o manejo da fala e escuta farão com que a criança adquira uma melhor compreensão das estruturas linguísticas, como as letras e sílabas, além de como formar palavras, fazendo um elo com a nova etapa da educação. É necessário ressaltar que na educação infantil não é necessário alfabetizar, ou seja, não é necessário que a criança seja alfabetizada, mas é necessário que a criança adentra dentro do universo linguístico;
  • Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações: Esse campo de experiência está relacionado à colocação da criança conforme sua disposição no mundo físico e palpável, pois desde cedo as crianças entram em contato com os fenômenos naturais e socioculturais. Por isso, elas sempre são curiosas a respeito do mundo físico e seus fenômenos naturais e socioculturais, assim dessa elas vão naturalmente vão  relacionar matematicamente os números naturais com o visualizado, conseguindo agregar a variação do tempo, a semelhança entre objetos e excluir outros quanto a diferença, além de verificar o desenvolvimento e as transformações que o tempo traz, ou seja, é amplo de forma que o professor pode utilizar inúmeras situações para alcançar o desenvolvimento desse campo;

A aula do professor deve ser baseada somente nos eixos estruturantes, ou seja, ela deve ser baseada na intencionalidade pedagógica a fim de que se possa atingir o disposto nos campos de experiência, dentro de um contexto infantil, de forma que a criança possa relacionar diversas situações a sua volta com o que é ensinado, assimilando o vivenciado com o ensinado na escola, sendo capaz de entender aos poucos o mundo a sua volta.

Dessa forma, para que os campos de experiências sejam contemplados, faz-se necessário que o professor seja capaz de trabalhar com as crianças atividades que estimulem e tragam vivências do cotidiano delas, devendo o profissional respeitar as individualidades de cada uma.

Montessori (1965) assevera que o “ritmo de cada criança deve ser respeitado no momento desses eventos, uma vez que os prêmios e os castigos devem ser abolidos da sala de aula”.  O papel do professor na educação infantil é estimular o aprendizado e o desenvolvimento de habilidades apropriadas para cada criança, levando em consideração que cada criança possui um tempo de aprender, cada criança é única dentro de suas peculiaridades, as quais passam por fases, essas fases não são determinantes, pois cada criança pode estar adiantada ou até mesmo em desenvolvimento (PIAGET, 1972). 

Baseado nisso, deve-se levar em consideração para efetivação dos campos de experiências os conhecimentos prévios e o contexto social de cada criança, como exemplo elencamos: os comportamentos, habilidades, conhecimentos e vivências, pois esses promovem aprendizagem e desenvolvimento, devendo ser considerado as interações e brincadeiras essenciais para implementação dos campos de experiências nessa etapa da Educação Básica. Na realidade, o professor deve estar atento que para a aprendizagem ocorrer deve estar atento às realidades e os conhecimentos de cada criança, adequando os planos de aula para ser dinâmico e contextualizado, a fim de conseguir alcançar os objetivos de aprendizagens desejados.

Com base em todas informações aqui elencadas, constatasse que a Educação Infantil hoje se pauta numa educação própria para o desenvolvimento pleno das crianças. A educação infantil deve se orientar nos instrumentos normativos como a BNCC, uma vez que traz parâmetros que o professor deve se basear ao planejar suas aulas, a fim de que as aulas possam ser acessíveis às crianças em suas especificidades. Ressalta-se que o brincar na educação infantil deve ser pautado numa intencionalidade pedagógica que possui o objetivo de desenvolver a criança em seus aspectos: físico, emocional, social e cognitivo, com intuito de ser uma base consistente para as próximas etapas da educação básica.

4. A IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS E ESCOLHA DOS MATERIAIS EDUCAÇÃO INFANTIL 

Sabe-se que na educação infantil a organização dos espaços é essencial, fator que contribui para um melhor desempenho ante as peculiaridades das crianças pequenas. (LIMA, 2001, p.16). Logo, o espaço escolar deve ser organizado pelo professor da melhor forma possível, levando em consideração as peculiaridades das crianças, devendo ser escolhido materiais necessários dentro da faixa etária dos estudantes que a frequentaram.

Para Piaget apud Kramer (2000, p. 29) “o desenvolvimento resulta de combinações entre aquilo que o organismo traz e as circunstâncias oferecidas pelo meio” o espaço e os matérias disposto em sala de aula servem como meio importante para que o ensino se mescle com as informações contidas no espaço, ou seja, o professor utilizará do meio como reforço no processo de ensino-aprendizagem. 

Os brinquedos, objetos e os demais materiais devem ser organizados com a finalidade de constituir um ambiente de aprendizagem baseado na intencionalidade que se quer propiciar, os quais atendam os elementos curriculares. Para o professor a organização do espaço tem o cunho de observar as crianças em situações espontâneas, as preferências delas e de poder organizar os materiais de modo que as crianças possam buscar novas interações e novas aprendizagens.

Vygotsky (1998) ressalta que a troca de conhecimentos ocorre por meio de interações entre indivíduo, o meio e o indivíduo. Dessa maneira, o meio no qual as interações ocorrem é de suma importância para funciona como uma ponte para o desenrolar das interações, principalmente quando se trata de educação infantil, onde a necessidade de um ambiente convidativo e agradável às crianças é condição “sine qua non” para que as crianças consigam se desenvolverem plenamente.

Para isso, a BNCC traz em seu bojo o seguinte:

[…] as condições para que as crianças aprendam em situações nas quais possam desempenhar um papel ativo em ambientes que as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los, nas quais possam construir significados sobre si, os outros e o mundo social e natural. (BNCC, 2009, p.33)

Para Edwards, Gandini e Forman (1999), os espaços na educação infantil devem ser agradáveis e acolhedores, tendo uma projeção dos projetos e atividades que serão desempenhadas no dia a dia. Além disso, a sala de aula deve ser algo significativo e alegre capaz de estimular as crianças, correspondendo sempre às realidades da comunidade em que elas vivem.

Uma sala de aula com cartazes coloridos com números e letras, alfabeto fixo, calendário, nomes dos alunos, livros, cartaz de contagem, brinquedos e etc. é uma oportunidade para as crianças de fixar o que é passado pelo professor, além de poder manusear atividades práticas que podem se subsidiar no que está disposto em sala. Além do preparo e escolha dos materiais, o professor deve ser sensível que isso possui o fito perene da aprendizagem. Levando em consideração que todo o processo na educação infantil ocorre desde a acolhida das crianças que deve servir como suporte às sequências didáticas – uma introdução, ou seja, utilização do espaço alfabetizador dentro de uma proposta construtivista que traz a realidade do mundo dentro e fora da escola. (Freire, 1992).

Além da organização dos espaços e escolha dos materiais na educação infantil é importante ressaltar que o plano de aula deve ser organizado dentro de uma previsão de tempo, pautada em passos a seguir, que leve cada aluno a prever o que ocorrerá a seguir, não devendo ser monótono. Dentro disso, de acordo com Bassedas, Huguet e Solé (1999), a educação infantil deve ser programada dentro de um tempo, pois será importante para o desenvolvimento e interfere na quebra com o vivido na família, que muitas das vezes não possui uma rotina. Isso faz com que ela cresça, aprenda e se envolva com pessoas e ambientes diferentes, de culturas diferentes, aprendendo que em cada ambiente possui regras diferentes a serem seguidas, ela cresce, aprende e se envolve com pessoas diferentes, de culturas diferentes. Entretanto, o mediador (professor) deve conduzir a criança nesse novo universo, para que isso ocorra levará um tempo, pois cada criança se desenvolve diferentemente da outra, no seu ritmo e tempo.

Ademais, afirmam Bassedas, Huguet e Solé (1999) que somente algumas escolas, ainda, não possuem um espaço amplo e adequado, por isso é necessário que o planejamento do professor consiga visar às adaptações necessárias para que as crianças supram a necessidade de um espaço amplo, principalmente as que estão na educação infantil. É importante que em falta de um espaço amplo e adequado à educação infantil, toda escola saiba como suprir a necessidade, trabalhando todos os funcionários dela para que as crianças não sejam prejudicadas.

É importante salientar que o cotidiano de uma escola de educação infantil não deve parecer monótono e desinteressante para as crianças, devendo o professor sempre que possível renovar o disposto em sala de aula. Na verdade, esse cotidiano deve se transformar em um aspecto necessário para elas. Isso evitará a evasão escolar que tanto ocorre em nosso país, uma vez que o desgosto pelo aprendizado na educação infantil pode se reverberar para as etapas subsequentes, além disso, um ambiente capaz de gerar prazer em vir à escola criará nas crianças o sentimento de pertencimento, necessidade de voltar para escola, pois a escola passa a ser um ambiente prazeroso e desafiador. 

Para cumprir essa perspectiva deve o profissional da educação responsável pela sala de aula ofertar atividades criativas e que prendam a atenção da criança, dentro do aspecto lúdico e do contexto da comunidade na qual elas vivem, tanto na sala de aula, quanto nos demais ambientes da escola, ou seja, atividades que façam os alunos fixarem o interesse e sentir prazer em aprender.

Nesse ponto, o professor (mediador) é quem vai gerir e fazer com que a organização, a escolha dos materiais e tempos da Educação Infantil tragam significados e desperte a curiosidade para as crianças. Com isto, para Müller e Redin (2007, p. 17):

O cotidiano na escola de educação infantil será significativo para as crianças, se for um espaço de trocas, de intercâmbio, de valorização de diferenças. O professor precisa estar aberto ao novo e ter habilidade para torná-lo rico de possibilidades, transformando situações aparentemente simples e desprovidas de novidades, em formas criativas e interessantes que possibilitem a participação e envolvimento do grupo.

Com isso, vê-se que a possibilidade de utilizar o espaço em favor da aprendizagem e desenvolvimento da criança é o professor (mediador). É o que Redin (2000, p. 50) salienta: “Por ser Educação Infantil, um espaço e tempo pedagógico, tem ela uma função educativa explícita, organizada, que exige ação de profissionais especificamente preparados”.

Observa-se que a Educação Infantil é uma etapa especial e com características únicas, a qual requer do professor preparo e sensibilidade para desenvolver um trabalho que leve em consideração a criança e suas peculiaridades, sabendo que elas possuem etapas de desenvolvimento e características próprias, devendo sempre esse profissional planejar, organizar, escolher os materiais e gerir o tempo de aula de forma que possa transformar o ambiente escolar em um espaço prazeroso, capaz de desenvolvê-las e despertar o interesse pela escola.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Inicialmente, cabe frisar que a educação baseada em evidências na prática docente surge com o crescente método científico, principalmente, inspirada na medicina baseada em evidências, a qual todo conhecimento deve ter embasamento em evidência científica com intuito de alcançar os objetivos lançados (ERAUT, 2007). A evidência científica nos dá uma base mais sólida de quais passos podemos tomar para conseguir atingir os objetivos lançados. A educação baseada em evidências não restringe o trabalho do professor, pelo contrário, contempla estratégias que oportunizam estratégias para tomar novas medidas caso as medidas primárias lançadas não tenham dado certo.

Logo, o artigo se baseia em pesquisas científicas de teóricos e estudiosos na área de educação e que estão consolidados na literatura e na Legislação Educacional Brasileira, o que é perceptível quando da elaboração da BNCC.

Assim, pode-se aferir que o lúdico é o meio eficaz, além de ser um direito da criança previsto na BNCC, devendo sempre que possível ser um dos eixos previstos no planejamento do professor. Ademais, os sistemas de ensino devem ter o cuidado de proporcionar um espaço amplo, limpo, acolhedor e caracterizado para as crianças da educação infantil. 

Quando se relaciona o brincar com o aprender, a criança tem a oportunidade de aprender dentro do seu universo, ou seja, condizente com a sua faixa etária, a qual requer descobertas, desafios, prazeres, autoconhecimento, confiança, interação e etc. Logo, o ensino na educação infantil necessita de uma conexão direta com a ludicidade, devendo ser pautada no novo, especialmente baseado em transformações que ocorrem na sociedade, o qual colabora na formação humana da aquisição de valores e atitudes, tornando-os mais criativos e motivados diante de situações adversas.

REFERÊNCIAS

ALVES, Fernando Donizete. O Lúdico e a Educação Escolarizada da Criança. In: OLIVEIRA, M. L. (Org.). (Im)pertinências da educação: o trabalho educativo em pesquisa [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009.

BARBOSA, M. C. S. As crianças, o brincar e o currículo na Educação Infantil. Revista Pátio. Porto Alegre: Artmed Editora. 2011, Ano IX, nº 27, p.37 e 38.  

BASSEDAS, E; HUGUET, T; SOLÉ, I. Aprender e Ensinar na Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 1999.  

BRANDÃO, C. F.; PASCHOAL, J. D. (Orgs.). Ensino Fundamental de Nove Anos: Teorias e Práticas na Sala de Aula. São Paulo: Avercamp, 2009.

BRASIL, Ministério da Educação. A etapa da Educação Infantil. In Base Nacional Comum Curricular. 2017.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil / Secretaria de Educação Básica. – Brasília : MEC, SEB, 2010. 36p. Il.

COELHO, M. Inês M.. Fatores de Avaliação e de Design em EAD. Caderno de Educação, FAE-CEPEMG, n.15, p.7-27, mar, Belo Horizonte: 1999.

EDWARS, C., GANDINI, L., FORMAN, G. Espaços educacionais e de envolvimento pessoal. In:______ As Cem Linguagens da Criança: a abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância.. Trad. Dayse Batista. – Porto Alegre: editora Artes Médicas Sul Ltda, 1999. Cap. 8, p 145-158.

ERAUT, M. Evidências baseadas na prática médica e em campos afins. In: THOMAS, G.; PRING, R. Educação baseada em evidências: a utilização dos achados científicos para a qualificação da prática pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2007.

FREIRE, P. 1992.Pedagogia da esperança. Um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

LIMA, Elvira de Souza. Como a criança pequena se desenvolve. São Paulo: Sobradinho, 2001.

MÜLLER, Fernanda e REDIN, Marita Martins. Sobre as crianças, a infância e as práticas escolares. In: REDIN, Euclides; MÜLLER, Fernanda e REDIN, Marita Martins (Org). Infâncias: cidades e escolas amigas das crianças. Porto Alegre: Mediação, 2007. p. 11-22.

PASQUALINI, J. C.; MARTINS, L. M. Currículo por campos de experiência na educação infantil: ainda é possível preservar o ensino desenvolvente?. Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 24, n. 2, p. 425–447, 2020. DOI: 10.22633/rpge.v24i2.13312. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/rpge/article/view/13312. Acesso em: 30 nov. 2023.

PIAGET, A Epistemologia Genética (L’Épistémologie Génétique), trad., Nathanael C. Caixeiro, Petrópolis, Vozes. 1972.

REDIN, Euclides. O espaço e o tempo da criança: se der tempo a gente brinca! Porto Alegre:Mediação, 2000.

SOUZA, D. L., COHEN, N., VIRAGO, R. M., D’AVILA, C. S., & SARTURI, R. C. (2014). Educação Infantil no Brasil: Do Assistencialismo a Conquista do Direito. In Anais do VI Fórum Internacional de Pedagogia. Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. Acesso em: 29 maio 2024. Disponível em: http://editorarealize.com.br/editora/anais/fiped/2014/Modalidade_1datahora_16_06_2014_09_33_13_idinscrito_1851_6cdf162d351d305dd4fd1d42a2deecb7.pdf

VYGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

VYGOTSKY, Lev S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987.


1Graduado em Direito pela Faculdade Damas da Instrução Cristã – Graduado em Licenciatura em Pedagogia pela Faculdade IBRA – Graduado em Licenciatura em Filosofia pelo Centro Universitário ETEP – Graduado em Licenciatura em História pelo Centro Universitário ETEP – Graduado em Licenciatura em Letras Português/Inglês pelo Centro Universitário ETEP – Graduado em Licenciatura em Pedagogia pela UNOPAR (Universidade Norte do Paraná) – Pós-graduado em Advocacia Cível pela Fundação Escola Superior do Ministério Público/FMP – Pós-graduado em Educação Especial pela Faculdade Fitec – Pós-graduado em Coordenação Pedagógica e Supervisão Escolar pela Faculdade Facuminas – Pós- graduado em Docência na Educação Infantil e Ensino Fundamental dos Anos Iniciais pela Faculdade Fabras – Pós-graduado em Filosofia do Direitos Humanos pela Faculdade Fabras – Pós-Graduação em Educação Especial e Inclusiva com Ênfase em Atendimento Educacional Especializado pela Faculdade Fabras – Pós-graduado em Psicopedagogia e Gestão Escolar pela Facuminas.