ANALYSIS OF THE PERFORMANCE OF OBSTETRIC NURSES IN NORMAL BIRTH CENTERS USING THE IRAMUTEQ SOFTWARE
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10785510
Ingrid Inez Amaral Tillmann1; Rony Gomes Rocha2; Jéssica de Oliveira Pacheco3; Helloyza Halana Fernanda Aquino Pompeu4; Graciane Dias Dias5; Ana Cristina Cardoso Sacramento6; Helena Manuelle Chaves do Nascimento7; Selma Ferreira Estumano8; Marinara de Nazaré Araújo Lobato9; Jéssica Maria Lins da Silva10
Resumo
Objetivo: O estudo buscou analisar a produção científica de forma a levantar quais são as principais ações realizadas por enfermeiros obstetras que atuam nos centros de parto normal com atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Método: Pesquisa qualitativa, de natureza descritiva do tipo revisão integrativa da literatura, sustentada pelos passos propostos por Bardin e com criação de categorias pelo software Iramuteq. Resultados: Inicialmente foram encontrados nas bases de dados 37 artigos, após implementar os critérios de inclusão como trabalhos completos, publicados entre 2014 e 2024, língua portuguesa e que tratassem da atuação profissional da enfermeira obstetra nos centros de parto normal, chegando ao final com uma amostra de 12 artigos. Os achados apontam para o protagonismo da profissional e liberdade de atuação, assim como maiores taxas de partos humanizados, com cuidado baseado em evidências científicas, além do respeito à fisiologia do parto. Conclusão: A presença da EO é essencial nos centros de parto, a autonomia na profissão garante ao profissional uma assistência mais segura e de qualidade além de fortalecer o protagonismo da parturiente.
Palavras-chave: Enfermeiras obstétricas, Parto normal, Enfermagem materno infantil, Cuidados de Enfermagem.
Abstract
Objective: The study sought to analyze scientific production in order to identify the main actions carried out by obstetric nurses who work in natural birth centers with care via the Unified Health System (SUS) in Brazil. Method: Qualitative research, of a descriptive nature, of an integrative literature review type, supported by the steps proposed by Bardin and with the creation of categories using the Iramuteq software. Results: Initially, 37 articles were found in the databases, after implementing the inclusion criteria as complete works, published between 2014 and 2024, Portuguese language and dealing with the professional performance of obstetric nurses in natural birth centers, reaching the end with a sample of 12 articles. The findings point to the protagonism of the professional and freedom of action, as well as higher rates of humanized births, with care based on scientific evidence, in addition to respect for the physiology of childbirth. Conclusion: The presence of EO is essential in birth centers, autonomy in the profession guarantees the professional safer and quality care in addition to strengthening the protagonism of the parturient woman.
Keywords: Obstetric Nurses, Normal Birth, Maternal and Child Nursing, Nursing care.
INTRODUÇÃO
A função social feminina em relação ao parto e nascimento é bem antiga e remonta ao início dos tempos. Nesse viés, o ambiente dos nascimentos era doméstico sob o cuidado tradicional das parteiras, mulheres que eram responsáveis pelo acompanhamento das gestantes e do parto e possuíam conhecimentos empíricos que eram repassados de geração em geração, pois todo o processo que envolvia a vida era tido como natural (Oliveira, Peralta & Sousa, 2019).
Nesse ínterim, Kappaun e Costa (2020) elucidam que com o desenvolvimento das ciências e com o avanço do modelo biomédico e hospitalocêntrico da saúde, o parto, que antes era tido como algo comum e feito apenas por mulheres, ganha também a presença masculina e passa a ser realizado em hospitais e maternidades, com ênfase na assistência médico-cirúrgica, a exemplo das cirurgias cesarianas, com uso de medicações e instrumentais, fato que contribui para um cenário com diversas intervenções, por vezes prejudiciais ao binômio materno-fetal, além de rotineiramente serem associadas à geração de sofrimentos injustificados que culminam em episódios de violência obstétrica.
Em tal conjuntura, vem emergindo cada vez mais forte a figura do enfermeiro obstetra (EO), profissional este que seria capacitado para as intervenções no ciclo gravídico puerperal, desde o acolhimento a mulher e seus familiares, perpassando pela avaliação de saúde no pré-natal, a assistência no parto sem distocia e puerpério levando sempre em consideração o protagonismo feminino, o atendimento respeitoso com a garantia de acompanhantes, práticas baseadas em evidências científicas, liberdade de posições, uso de métodos não farmacológicos para o alívio da dor, apoio ao aleitamento e especificidades de acordo com a cultura local (COFEN, 2016).
Além disso, é importante frisar que o Brasil vem há algum tempo pensando em estratégias com a finalidade de reduzir os índices de mortalidade materna e neonatal. Desta forma, o governo lançou a Rede Cegonha no ano de 2011, objetivando a implementação de uma rede de assistência materna e infantil com pontos chaves de atuação como a assistência ao pré-natal seguro, planejamento reprodutivo, crescimento e desenvolvimento das crianças até os dois anos e atenção ao parto e nascimento, este último implica na criação e fortalecimentos dos centros de partos normais hospitalares ou não, com atuação de profissionais capacitados e atualizados, entre eles o enfermeiro obstétrico (BRASIL, 2011).
Ademais, antes desse período, ainda na década de 90, ganhou força no Brasil um movimento chamado de humanização do parto e nascimento, sustentado pelas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) que envolvem boas práticas na atenção obstétrica e neonatal com atuação baseada em evidências científicas. Atrelado a esse movimento, no ano de 1999, a partir de uma portaria ministerial, os centros de parto normal passaram a ser um novo modelo reconhecido de assistência às mulheres e suas famílias, podendo estar alocados dentro do espaço hospitalar ou não (Medina et al., 2023).
As casas de parto são espaços voltados ao acompanhamento de gestantes com risco habitual durante os seus partos normais. São locais que se assemelham a uma casa, trazendo um pouco daquilo que já foi no passado, um ambiente acolhedor e seguro para que mães possam parir seus filhos com o mínimo de intervenções, corroborando aos estudos que evidenciam que as mulheres se sentem mais seguras em locais como este. Nesse contexto, o principal profissional atuante é o enfermeiro obstetra, que possui seu respaldo técnico para atuação a Lei 7498/86 que regulamenta o exercício profissional e fortalecida pelo artigo 9º do decreto 94.406/87 que versa especificamente pelo enfermeiro com especialidade em obstetrícia (COFEN, 2024).
Levando em consideração que o principal cenários de atuação deste profissional é na assistência ao trabalho de parto e parto, existe a relevância em levantar a seguinte questão norteadora: quais são as principais assistências prestadas por esse profissional em atuação nas casas de parto? Para que se possa responder a esta pergunta este estudo objetiva realizar uma revisão integrativa da literatura de forma a levantar quais são as principais ações realizadas por enfermeiros obstetras que atuam nas casas de parto com atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).
Procedimento metodológico
Trata-se de estudo descritivo com abordagem qualitativa do tipo revisão integrativa da literatura, envolvendo a área da saúde. Para esta finalidade optou-se por utilizar o método descrito por Bardin (2011) no qual tem a análise de conteúdo seguindo três passos: a pré análise para a escolha dos documentos, seguida da exploração do material que culmina com a criação das categorias e, por último, o tratamento dos resultados ocorrendo a interpretação dos dados alcançados.
Desta forma, a busca dos artigos ocorreu entre os meses de dezembro de 2023 e janeiro de 2024, com utilização das palavras chaves: enfermeira obstétrica, centro de parto
Análise da atuação do enfermeiro obstetra nos centros de parto normal com uso do software IRAMUTEQ normal com o uso do descritor booleano AND. Os critérios de inclusão foram trabalhos publicados nos últimos 10 anos (2014 a 2024), com idioma em língua portuguesa, realizados no Brasil, e que em seu conteúdo tenha abordado a atuação do enfermeiro. Foram excluídos textos duplicados, sem acesso gratuito, que estivessem disponíveis em outras línguas. As bases de dados consultadas foram Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Biblioteca de Enfermagem (BDENF) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) via Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). O instrumento utilizado para a coleta das informações foi uma tabela formulada no Microsoft Excel 2011, com itens relevantes para a pesquisa como o nome dos autores, ano de publicação, local de publicação e achados encontrados.
Foi utilizado o software IRAMUTEQ para auxiliar na construção das categorias durante a 2º etapa do processo metodológico escolhido. Esta abordagem foi escolhida como ferramenta de apoio para o processamento dos dados encontrados na pesquisa qualitativa, de modo a evitar argumentos subjetivos, desta forma foi necessário seguir alguns passos para se chegar ao objetivo, iniciando pela preparação e codificação do material encontrado, seguido para o ajuste do corpus e por último a criação da nuvem de palavras. Essa ferramenta foi escolhida pois permite “a análise dos dados com segurança e credibilidade” (Souza et al., 2018), utilizada para complementar a fidedignidade dos dados extraídos dos artigos.
Resultados
Inicialmente foram obtidos 37 artigos publicados nas bases de dados da BVS. Após leitura minuciosa dos títulos, resumos, objetivos e resultados, foram selecionados 20 estudos de acordo com os filtros estabelecidos e posteriormente foram removidos 8 trabalhos duplicados, chegando com a amostra final com 12 artigos, a etapa deste processo está representada no fluxograma 1.
Entre os artigos selecionados os estudos observacionais, descritivos e de pesquisa qualitativa foram o maior número, discorrem sobre a atuação do profissional de enfermagem com especialização em obstetrícia e sua mais diversa atuação nos centros, perpassando pela assistência à mulher no pré-natal de baixo risco até o pós parto (Jacob et al., 2022), assim como atividade de gestão de equipe e da própria instituição de saúde (Ferreira Junior et al., 2020)
Vale ressaltar que alguns trabalhos trouxeram a questão da autonomia deste profissional, visto que o enfermeiro é o principal trabalhador neste tipo de atendimento e com isso possui maior liberdade para sua prática (Almeida et al., 2023).
Outro ponto bastante discutido pelos autores trata-se da atuação segura com praticas baseadas em evidências científicas, além de trabalhar conforme o preconizado e recomendado pela OMS e também pelo ministério da saúde do Brasil, este ponto contribuiria até mesmo para melhor integração da equipe (Jacob et al., 2022; Ferreira Junior et al., 2020; Duarte et al., 2020).
Sendo assim, impactando diretamente ao respeito a fisiologia do parto normal, com pouca adesão à métodos invasivos ou a medicações como a ocitocina e por consequência maior incentivo aos métodos não farmacológicos para alívio da dor, que incluem uso de massagens relaxantes, aromaterapia, musicoterapia, uso de prática com o rebozo e banho de aspersão e imersão (Duarte et al., 2019; Ritter et al., 2020).
Todas essas práticas e formas de atuação contribuem positivamente para que a parturiente tenha maior empoderamento sobre o seu corpo, atitudes e escolhas frente ao seu parto, visto quem nem todas aceitavam as recomendações ou apoio da equipe e mesmo assim eram respeitadas em suas decisões (Duarte et al., 2020; Reis et al., 20210.
Fluxograma 1 Primeiro passo segundo a metodologia de Bardin (2011).
Fonte: Elaborado pelos autores, 2024.
No quadro 1 encontram-se os artigos selecionados, para melhor visualização das informações foram separados por números, contendo o nome dos autores, ano de publicação, a revista publicada e sua indexação, assim como o tipo de estudo e os resultados alcançados pelos autores.
A partir da análise dos resultados alcançados e com ajuda do software IRAMUTEQ foi possível formar uma nuvem de palavras de acordo com a imagem 1, com as principais práticas que envolvem os profissionais da Enfermagem Obstétrica com atuação nos centros de partos normais. Desta forma as categorias emergiram de acordo com o maior número de repetição de palavras encontradas nos resumos e codificadas no programa: Protagonismo da Enfermeira Obstetra nos centros de parto normal; Respeito à fisiologia do parto e Cuidado baseado em evidências científicas.
Para a nuvem de palavras foi necessário editar o corpus textual de acordo com as normas de utilização do software, retiradas a partir do resultado das buscas dos artigos que sustentaram a presente pesquisa, sendo assim, foram realizados os ajustes necessários para se evitar a contagem de palavras que não fizessem sentido ao texto como artigos, expressões verbais e outros.
Imagem 1 Nuvem de palavras fornecido pelo software IRAMUTEQ
Fonte: Os autores, 2024.
Quadro 1 Seleção de artigos conforme critérios estabelecidos
Fonte: Elaborado pelos autores, 202
Discussão
Protagonismo da Enfermeira Obstetra nos centros de parto normal
A enfermagem obstétrica vem avançando e ganhando cada vez mais espaço no cenário da saúde no Brasil, principalmente após o fortalecimento do SUS no qual tem suas ações pautadas fortemente pelas recomendações da OMS, sendo uma delas ao que se refere sobre a humanização no parto, que culminou com o fortalecimento e ampliação dos centros de parto normal extra hospitalar, locais esses que não possuem a necessidade do profissional médico, ressignificando então a figura da enfermeira obstétrica, com autonomia e reconhecimento para a sua prática, conforme elucidam Almeida et al. (2023) “essa autonomia está pautada no exercício profissional da enfermagem com determinações para a especialidade de EO e se tem o CPN com política estruturante de sua atuação legitimada”.
É importante salientar que os CPN no Brasil surgem não apenas como proposta de um espaço físico planejado, mas também como processo de trabalho diferenciado, pautado nas boas práticas obstétricas e neonatais, e com a equipe centrada no enfermeiro obstétrico e obstetriz (Oliveira, Santiago, Belarmino e Ferreira Júnior, 2021, p.5).
Ainda em consonância com Oliveira, Santiago, Belarmino & Ferreira Júnior (2021) essa questão é solidificada pois a enfermeira obstetra seria a profissional ideal para o acompanhamento das gestações de risco habitual assim como dos partos via vaginal, levando em consideração atitudes menos intervencionistas no cuidado, pois contribui para o cuidado centrado no binômio mãe e filho.
O que o autor coloca neste ponto é que os estudos selecionados nos trazem, pois ressaltam a atuação humanizada da EO. As enfermeiras dentro dos CPN possuem maior segurança em níveis percentuais para assistência conforme as recomendações vigentes, com liberdade para escolha de técnicas mais apropriadas conforme cada situação e desejo da parturiente (Ritter et al., 2020).
Humanização e respeito a fisiologia do parto normal na assistência da enfermagem obstétrica
No início do século XX, a saúde da mulher foi incorporada às políticas nacionais de saúde, com foco em gestação e parto. O Ministério da Saúde lançou o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) para abordar globalmente a saúde ao longo do ciclo de vida, visando garantir direitos humanos e reduzir a morbimortalidade prevenível. O Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento (PHPN) foi criado para aprimorar o PAISM, destacando a humanização como estratégia para melhorar a qualidade da atenção, especialmente no acolhimento durante o pré-natal, parto e puerpério, com ênfase na assistência obstétrica e neonatal humanizada (Giantaglia et al., 2020).
Neste mesmo viés, no início dos anos 90 a primeira maternidade dita como humanizada no Brasil, trouxe a presença da EO dentro das salas de parto, com apoio político da Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (Rehuna) e do movimento feminista da época (Bourguignon & Grisotti, 2020).
Percebemos um grande avanço entre a implementação do programa e o alcance dos resultados, pois neste mesmo viés a assistência por enfermeiras obstétricas no estudo de Ritter, Gonçalves e Golveia (2020) foram relacionadas à um aumento percentual das práticas recomendadas pela OMS, isso significa um maior respeito à mulher, ao bebê que nasce e à sua família, visto que as recomendações são pautadas em estudos sérios, que objetivam uma assistência de qualidade, e acabam contribuindo para maior atuação da enfermagem neste cenário.
A humanização do parto e nascimento preconiza o respeito aos aspectos fisiológicos, intervenções éticas, consideração dos aspectos sociais e culturais das mulheres, proporcionando uma assistência acolhedora com base no respeito, dignidade, autonomia e crenças das mulheres. A transição para esse modelo implica em mudanças na atuação dos profissionais de saúde, capacitação técnica e autonomia para atuar nesse contexto, priorizando o respeito à fisiologia do processo. Vale ressaltar que “evidências científicas comprovam que partos acompanhados por enfermeiras obstétricas têm uma melhor qualidade na assistência, reduzindo os números de intervenções desnecessárias como a episiotomia e o parto instrumental” (Duarte et al., 2020)
Cordeiro et al., (2018) referem que a humanização no parto é alcançada a partir de muitas medidas que a equipe pode colocar em ação no momento do parto de forma estratégica, são práticas sustentadas por evidências científicas, destacando as informações que podem ser repassadas tanto a parturiente quanto ao acompanhante, uso de técnicas de
Análise da atuação do enfermeiro obstetra nos centros de parto normal com uso do software IRAMUTEQ relaxamento e alívio da dor, além de propiciar uma ambiente acolhedor que passe segurança e que permita a presença garantida por lei do acompanhante, entre outras.
Cuidado baseado em evidências científicas
A prática base em evidências científicas em enfermagem implica realizar estudos para desenvolver práticas inovadoras, visando sustentar as ações e relações dos profissionais enfermeiros no sistema de saúde, demonstrando o impacto dessas evidências na prática e na melhora da qualidade da prestação de serviços ao público, gerando confiança e segurança na assistência aplicada (Castro-Sandoval, Catalán-Peña & Campos Serrano, 2023).
Como falado anteriormente, a humanização no parto perpassa pela utilização de vários métodos que podem impactar diretamente na saúde da parturiente e na segurança de nascimento, além de possibilitar uma experiência menos traumática, visto que a maioria das mulheres se referem ao parto como um evento marcado pela intensa dor, medo e ansiedade. O controle da dor seria um dos pontos chave para reverter o clima de tensão que envolve o parto (de Araújo Filho et al., 2023).
O alívio da dor de forma não medicamentosa é uma das estratégias que o enfermeiro utiliza com muita frequência, são conhecidos por não possuírem a necessidade de equipamentos avançados, porém, possuem evidência científica, sendo utilizados com proficuidade eficaz para amenizar a dor e humanizar o parto, além de serem associados a diminuição de uso de medicamentos. Nesse interim, Santos et al (2020) descrevem que a “hidroterapia, deambulação e mudança de posição, exercícios de relaxamento, aromaterapia, técnica de respiração, massagem, musicoterapia, bola de parto, estimulação elétrica e acupuntura” são as práticas mais comumente abordadas.
Considerações finais
De acordo com os artigos escolhidos resultante desta pesquisa, ressalta-se que os objetivos propostos neste estudo foram alcançados a respeito da atuação do enfermeiro obstetra nos centros de parto normal com financiamento pelo SUS, de forma que esses
Análise da atuação do enfermeiro obstetra nos centros de parto normal com uso do software IRAMUTEQ locais são recomendados pela OMS para a assistência aos partos normais, possuindo como ponto chave a humanização no parto e nascimento.
Assim como possuem o enfermeiro obstetra como um dos protagonistas neste cenário, tendo este não apenas a função da assistência, mas também todo a logística para o seu devido funcionamento, como a gerência de recursos humanos.
Os achados também fortalecem a ideia que neste espaço ocorre uma maior autonomia para o exercício da enfermagem obstétrica, visto que comumente os espaços de saúde são divididos com médicos e profissionais de outras categorias. Com uma equipe composta apenas por profissionais da enfermagem, as EO conseguem se apoderar de práticas mais humanas, com respeito ao natural, com práticas pautadas na literatura e amplo respaldo científico para a assistência aos partos de baixo risco.
Os resultados então reforçam que mulheres que escolhem parir em centros de parto normal, possuem mais chances de ter um parto respeitoso com a garantia do seu acompanhante de livre escolha, assim como de ter mais acesso a métodos não farmacológicos para o alívio da dor e do medo, terem maior liberdade para a escolha de posições e de alimentação, resultando em maiores chances de um parto natural e com menos risco de traumas e ou de práticas intervencionistas como cesarianas eletivas.
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