ANALYSIS OF CONSUMER BEHAVIOUR IN PURCHASING DECISION
ANÁLISIS DEL COMPORTAMENTO DEL CONSUMIDOR EM LA DECISIÓN DE COMPRA
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8206110
1Alessandra do Nascimento Santana Inácio
2Aline Pereira Santos
3Anaísa Duarte de Oliveira
4Maria José Pereira da Silva
RESUMO
Este artigo tem por objetivo verificar o comportamento do consumidor na decisão de compra. Nesse intuito, buscou-se investigar os papéis, necessidades, desejos e a satisfação do consumidor. Para se chegar aos resultados alcançados utilizou-se a abordagem qualitativa, analisando a satisfação do consumidor na aquisição de um dos dois tipos de café (X e Y). Além disso, foi utilizado procedimentos da pesquisa descritiva a fim de descrever o fenômeno em questão. Por meio de um formulário fez-se a coleta de dados, por meio deste foi possível a obtenção de informações concisas da preferência do consumidor. Após, houve a submissão à análise, em que se percebeu evidências de que o consumidor se fundamenta em influências mentais e emocionais que são estabelecidas na hora de fazerem escolhas. Ressaltando ainda, a decisão de compra do indivíduo sobre um determinado bem, o que acaba implicando na satisfação e fidelização dos clientes.
Palavras-chave: Comportamento. Decisão de compra. Satisfação. Fidelização.
ABSTRACT
This article aims to verify consumer behavior in the purchasing decision. In this sense, we sought to investigate the roles, needs, desires and consumer satisfaction. To achieve the results achieved, the qualitative approach was used, analyzing the consumer satisfaction in the acquisition of one of the two types of coffee (X and Y). In addition, descriptive research procedures were used to describe the phenomenon in question. Through a form, data were collected, through this it was possible to obtain concise information of the consumer’s preference. After that, there was submission to the analysis, in which evidence was perceived that the consumer is based on mental and emotional influences that are established when making choices. Also emphasizing, the decision to purchase the individual about a certain good, which ends up implying the satisfaction and loyalty of customers.
Keywords: Behavior. Purchase decision. Satisfaction. Loyalty.
RESUMEN
Este artículo tiene como objetivo verificar el comportamiento del consumidor en la decisión de compra. En este sentido, buscamos investigar los roles, necesidades, deseos y satisfacción del consumidor. Para lograr los resultados alcanzados, se utilizó el enfoque cualitativo, analizando la satisfacción del consumidor en la adquisición de uno de los dos tipos de café (X e Y). Además, se utilizaron procedimientos de investigación descriptiva para describir el fenómeno en cuestión. A través de un formulario, se recogieron datos, a través de este fue posible obtener información concisa de la preferencia del consumidor. Después de eso, hubo sometimiento al análisis, en el que se percibió evidencia de que el consumidor se basa en influencias mentales y emocionales que se establecen al tomar decisiones. También enfatizando, la decisión de comprar al individuo sobre un determinado bien, lo que termina implicando la satisfacción y lealtad de los clientes.
Palabras clave: Comportamiento. Decisión de compra. Satisfacción. Lealtad.
1 INTRODUÇÃO
No Brasil, uma das mais importantes fontes de riqueza é o agronegócio, onde coloca o país entre os países mais competitivos do mundo na produção de bens. O café é uma das bebidas mais consumidas em todo o mundo, a humanidade o adotou como um hábito universal, presente em todos os lares e instituições, e oferecido em diversas ocasiões (NICIKAVA; FERRAREZI JUNIOR, 2022). E não diferente dos demais setores, as organizações que ofertam café ao mercado necessitam se manterem competitivas, dando atenção para as expectativas do cliente justificando-se na necessidade de estabelecer e manter trocas relacionais de sucesso com ele (SILVA; SILVA, 2017).
Com a globalização avançada percebe-se que a relação entre consumidor e marca está cada vez mais frágil, pois inúmeros fatores definem sua decisão de compra, como necessidade, motivação, percepção e crenças. Compreender o comportamento do consumidor é algo que toda organização almeja alcançar. Para abranger esse procedimento, precisa-se pesquisar e descobrir o que se advém na mente do consumidor. A área do comportamento do consumidor analisa como pessoas, grupos e organizações elegem, adquirem, empregam e rejeitam artigos, ofícios, ideias ou experiências para satisfazer suas obrigações e desejos (KOTLER; KELLER, 2006; MERIB, 2020).
De acordo com Rua (2021) a preferência dos consumidores relativamente aos produtos e às marcas e aos estabelecimentos comerciais encontra-se em constante mudança, pelo que se torna fundamental ter um integral conhecimento acerca do comportamento do consumidor. Assim, os dados obtidos acerca das características e preferências dos consumidores ajudam as organizações a definir o mercado e a identificar as possíveis oportunidades e ameaças que possam surgir para um negócio.
Diante do diferencial, as marcas e produtos vêm ocupando espaço no mercado, o ponto de vista deste trabalho é mostrar a escolha de compra dos indivíduos na hora de consumir o café, uma das bebidas mais consumidas no Brasil. Este trabalho tem por objetivo conhecer o comportamento do consumidor diante de um leque de produtos oferecidos pelo mercado. E o marketing é incumbido de ser o mediador entre os mesmos. Tudo para que grandes empresas alcancem o grande alvo, garantir a satisfação e lealdade de seus consumidores. Ou seja, identificar necessidades não satisfeitas, sendo que, os produtos e serviços colocados no mercado, devem também proporcionar a satisfação dos clientes, gerarem resultados para a empresa e melhorar a qualidade de vida das pessoas e da comunidade.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Com o intuito de contemplar uma estrutura teórica para o presente artigo, são abordadas neste tópico bases bibliográficas que dão suporte à revisão de literatura no que diz respeito às referências de autores, aos conceitos, ideias principais que dão base ao assunto, objetivando demonstrar abordagens apontadas como significantes para a área de estudo e suas vertentes que norteiam esta pesquisa.
2.1 Comportamento do consumidor e influências no comportamento de compra
O comportamento do consumidor é representado pelas atividades mentais e emocionais que ocorrem no período de escolha, da compra e do aproveitamento dos produtos/serviços, como explica o Sebrae (2022). Para Kotler; Keller (2006), é de fundamental importância conhecer o comportamento de compra do consumidor, uma vez que o propósito do marketing se centra em atender e satisfazer às necessidades e aos desejos deles.
Examinar o comportamento do consumidor é uma via de mão dupla, auxiliando por um lado o profissional de marketing na elaboração de estratégias para encontrar necessidades e desejos dos consumidores e poder desenvolver produtos que os atendam, além de ampará-los na comunicação de tais produtos. Por outro lado, pode oferecer condições ao consumidor de descobrir os meios usados por estes profissionais e ser mais consciente no consumo (BANOV, 2020).
Descobrir as necessidades do consumidor é uma das prioridades a que a organização, deve ater-se. Para tanto, deve oferecer produtos que a satisfação, tanto no quesito da necessidade como na satisfação pessoal em obter um bem, pois isso melhora sua autoestima. Para conseguir se manter neste mercado altamente competitivo, a empresa precisa conhecer seu principal alvo: o consumidor. Sem ele não existe mercado. É fundamental apara as organizações atentar para as estratégias de marketing, pois este envolve a identificação e a satisfação das necessidades humanas e sociais (ROSA; CASAGRANDA; SPINELLI, 2017).
Fazer a identificação dos diversos conjuntos de necessidades a que o produto pode satisfazer envolve uma pesquisa de consumo, principalmente grupos focais e entrevistas com profundidade, bem como a lógica e intuição. Esses conjuntos de necessidades muitas vezes se associam a outras variáveis, como a idade, estágio em que se encontra no ciclo de vida familiar, gênero, classe social, grupo étnico ou estilo de vida. Embora segmentos mais bem definidos geralmente sejam encontrados concentrando-se primeiro as necessidades, despois nas características de consumo associadas a essas necessidades, ambas as abordagens são usadas na prática e ambas fornecem uma base útil para a segmentação (HAWKINS; MOTHERSBAUGH, 2019).
Para Kotler; Keller (2006) o consumidor pode ser influenciado por fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos, onde os fatores culturais são os que exercem maior influência, acarretam planejamentos estratégicos que se baseiam nas multiculturas e pluralismos da sociedade, abarcando determinados nichos que se sobressaíram no âmbito do consumo. Já Malhota (2019) diz que os fatores que influenciam o comportamento do consumidor são o número e localização geográfica, características demográficas e psicológicas, hábitos de consumo de mídia e reação a promoções, sensibilidade a preços, pontos de varejo favoritos e preferencias do comprador.
O comportamento do consumidor é caracterizado através das atividades mentais e emocionais que são estabelecidas no início do método das escolhas, tanto para compras, quanto para a utilização de produtos, atendendo a satisfação, a necessidade e desejo dos consumidores (KOTLER, 1998). Solomon (2016) refere-se ao comportamento do consumidor como sendo o estudo dos processos envolvidos quando pessoas ou grupos de pessoas selecionam, compram, usam ou descartam produtos, serviços, ideias ou experiências para satisfazer necessidades de desejos.
As influências sobre o comportamento do consumidor podem ser psicológicas, para que um consumidor decida fazer a aquisição de compra de determinado produto é necessário que em sua mente se desenvolva algumas ideias, como: possibilidade de uma precisão, consciência desta precisão, noção das funcionalidades do produto para que lhe traga algum tipo de satisfação, possibilidade de atender suas necessidades e a preferência por determinado produto (PINHEIRO et al., 2011; SILVA, 2020).
Nesse sentido, segundo Kotler (1998) os fatores psicológicos que influenciam as escolhas dos consumidores são caracterizados das seguintes formas: motivação, percepção, aprendizagem e, crenças e atitudes. Amotivação para Kotler (1998), um pretexto para a aquisição de bens é uma necessidade, na qual, o indivíduo se sente pressionado suficientemente fazendo com que o mesmo haja na hora da compra. Para Schiffman e Kanuk (2000), a motivação é a energia interna dos consumidores que os conduz à realização da compra, a qual é causada por uma condição de tensão, que permanece uma vez que existe uma necessidade não satisfeita.
Quando um indivíduo está motivado ele encontra-se pronto para agir. Nesse sentido, percepção é a forma pela qual a pessoa escolhe, estabelece e decifra as informações para desenvolver um estado significativo no momento da decisão da compra. Ou seja, a percepção é um processo pelo qual as pessoas selecionam, organizam e interpretam as sensações (KOTLER, 1998; SOLOMON, 2016).
Em seguida tem-se a aprendizagem, onde Kotler (1998), salienta que esta está associada as mudanças provocadas no comportamento do consumidor conforme suas experiências. Essa hipótese está designada no desenvolvimento da demanda por produtos associando-os a investidas fortes, utilizando sugestões motivacionais e fornecimento como contribuição positiva. Por último quanto aos fatores psicológicos tem-se as crenças e atitudes, em que o homem, enquanto consumidor é cheio de razão e personalidade própria. Nesta acepção, a crença é o pensamento descritivo, onde o indivíduo salienta a propósito de alguma coisa. Já as atitudes, afirma que os indivíduos criam estruturas decisórias, onde afirmam gostar ou desgostar de um determinado produto (KOTLER, 1998; PINHEIRO et al., 2011; SILVA, 2020).
Depois dos fatores psicológicos, têm-se os fatores pessoais, aqueles que dizem respeito a individualidade do consumidor, tendo como divisão a seguinte: idade e estágio do ciclo de vida, que são fatores como ser jovem, adulto, idoso, estar ou não solteiro, com ou sem filhos; ocupação, que seria a ocupação do consumidor; condições econômicas, que são os fatores como a avaliação de renda disponível para consumo, a possibilidade de se realizar empréstimos e a avaliação da existência de dívidas; estilos de vida, que é o modo de vida da pessoa dentro de um ambiente, tal como quais atividades realiza, quais suas opiniões e interesses; e, por fim, personalidade e autoconceito, que são as características da pessoa, bem como a forma que ela própria se ver, e/ou gostaria de ser vista, e/ou como a pessoa acredita que os outros a veem (SILVA, 2020).
Os fatores pessoais estão associados às características específicas de cada pessoa, ou seja, ocasiões e experiências pelas quais o indivíduo está passando, onde acabam interferindo nos seus costumes e nas suas decisões sobre o consumo. Levando em consideração que as necessidades e os desejos dos consumidores mudam conforme o tempo (PINHEIRO et al., 2011; RUA, 2021).
Outro fator de influência são fatores sociais, para Tarigo et al. (2016), estes são onde se encontram os grupos de referência, família, papéis e posições sociais que acabam por influenciar o comportamento de compra. Kotler (1998) especifica que estes fatores são entendidos como aqueles que estão dentro dos círculos sociais do consumidor, sendo esses: os grupos de referência, que são todos os grupos que influenciam de alguma forma a decisão do consumidor, sendo ele participante ou não participante de tal grupo; a família, que são as pessoas pertencentes ao círculo familiar do consumidor; e os papéis e a posição social, sendo os papéis o comportamento esperado de um indivíduo dentro de um grupo determinado, e esse papel, por vez, revela sua posição dentro do grupo, o que irá lhe conferir diferentes status em cada um deles
Os fatores de maior influência são os fatores culturais, os quais são subdivididos em três categorias, sendo: cultura, subcultura e classe social. Os fatores culturais preenchem o mais extenso e profundo controle sobre os consumidores, segundo Kotler; Keller (2006). Pode-se dizer também, que a cultura é o fator fundamental, onde se determina os desejos e o comportamento dos indivíduos, definindo a cultura como a adequação das crenças, valores e costumes definidos para impulsionar o consumismo dos mais variados tipos de consumidores determinados pela sociedade capitalista (PINHEIRO et al., 2011; SILVA, 2020).
Dentro dos fatores culturais tem-se a subcultura, que são especificações da cultura, como por exemplo, a religião, localidade e grupos sociais. E a última subdivisão dos fatores culturais, a classe social, diz respeito a um fator de organização da sociedade, baseando-se em critérios como a escolaridade, a ocupação e poder aquisitivo de uma pessoa na sociedade, comumente se organiza de maneira hierárquica tendo como principal fator o padrão de vida semelhante de um grupo de pessoas, desta forma, servindo como um indicador de posição social (KOTLER, 1998; PINHEIRO et al., 2011; SILVA, 2020).
Por fim, de acordo com Serra; Alfinito (2020), existem interrelações nos processos que envolvem o comportamento do consumidor. A construção do autoconceito e estilo de vida dos indivíduos são autodirigidos, porém são implicações de influências internas e externas, sendo as atividades de marketing situadas dentro de uma diligência externa formada por um leque de outros fatores influentes. Assim, as necessidades e desejos dos consumidores são resultados de diversos aspectos que abraçam dimensões sociais, institucionais, transculturais e psicológicas. E ainda abordam sobre satisfação, lealdade, critérios de compra e processos decisórios de compra.
2.1.1 Processo de decisão de compra
O comportamento do consumidor, como supracitado, é manifesto por meio dos processos que os consumidores têm de percorrer para tomar decisões de compra, bem como para utilizar e dispor de bens e serviços. A compra é o processo em que a decisão depende de diversos fatores. Onde o processo de decisão de compra está associado às etapas estabelecidas pelo consumidor que busca o produto que mais lhe agrada (COBRA, 2009; RUA, 2021).
Segundo Samara; Morsch (2005) o processo de decisão de compra se classifica em seis diferentes situações: a) Iniciador: é a pessoa que recomenda a ideia de aquisição de certo produto; b) Influenciador: é a pessoa cuja opinião possui forte influência para que se chegue à decisão final da compra do produto; c) Decisor: é a pessoa que produz a decisão da compra; d) Comprador: é a pessoa que concretiza a compra; e) Consumidor: é a pessoa que faz a utilização do produto; f) Avaliador: é a pessoa que avalia se o produto é apropriado ao uso. Portanto, é importante reconhecer que o consumidor, pode ou não, envolver um grupo de pessoas, e que cada um possui um tipo de contribuição diferente no processo de compra.
Já de acordo com Koltler (1998) e Solomon (2016), o processo de decisão de compra é muito complexo, e normalmente é composto por cinco etapas: reconhecimento da necessidade, procura de informação, avaliação das alternativas, decisão de compra e comportamento/avaliação pós-compra. Este processo pode acontecer de maneira mais automática ou mais ponderada, racional ou reforçada por campanhas publicitárias, dependendo do grau de envolvimento do consumidor com o produto, sendo alto quando existe uma maior ligação e baixo na escolha por inércia, como é o ato de comprar uma marca específica pela mera premissa de demandar menor esforço ou por hábito (ROMÃO, 2020).
O processo de decisão de compra inicia-se quando existe uma necessidade do consumidor. Essa decisão está atrelada aos bens e serviços, e para que essa decisão ocorra são necessárias alternativas e em seguida escolhas, caso contrário não se estabelece uma decisão. Após reconhecer uma necessidade não satisfeita, o consumidor passa a buscar informações sobre meios disponíveis que possam satisfazê-la. Essa busca de informações pode alcançar dois níveis, sendo o primeiro de atenção elevada, quando o consumidor torna-se simplesmente receptivo a informações concernentes à satisfação de sua necessidade, de maneira passiva; e o segundo de busca ativa, quando o consumidor engaja-se na prospecção de informações, determinada por fatores como a situação em que o consumo se realiza, as diferenças significativas percebidas entre os produtos e as marcas disponíveis, a similaridade e a distância entre locais de vendas dos produtos e as características pessoais do consumidor (KOTLER, ARMSTRONG, 2015; MOTTA, ROSSI, 2022; SOLOMON, 2016).
Após isso vem a avaliação de alternativas, em que o consumidor avalia diferentes critérios, como critérios técnicos, pessoais e econômicos, qual é a melhor escolha. Neste estágio de avaliação de alternativas, as informações conhecidas ou encontradas pelo consumidor são pesadas e avaliadas e a ação é resultante destes julgamentos. Depende da maneira como o consumidor percebe e recebe os estímulos e molda atitudes que, posteriormente, se transformarão em intenções de compra. Durante esta etapa o consumidor toma como base a utilidade que cada opção oferece em função dos atributos que procura, buscando por opções e lhe assegurem os benefícios capazes de satisfazer suas necessidades (FREITAS et al., 2018; SILVA, 2020; SOLOMON, 2016).
O consumidor estará apto para decidir sua compra após assimilar as informações necessárias e avaliar as alternativas disponíveis para satisfazer suas necessidades, para o processo de decisão de compra inclui a seleção do tipo de produto, a marca, o local, a forma de pagamento, a quantidade e quando será realizada a compra. Neste estágio define o produto que irá comprar, podendo ter influência da atitude de pessoas e/ou situações imprevistas, em que sua decisão de compra pode divergir da sua intenção de compra (FREITAS et al., 2018; KOTLER, ARMSTRONG, 2015; MOTTA, ROSSI, 2022; RIGONI, 2022; ROMÃO, 2020).
O comportamento pós-compra é quando o consumidor pode ficar satisfeito ou insatisfeito com a compra e isso resulta em diferentes ações de sua parte. A satisfação ocorre quando o produto condiz com a expectativa do consumidor, ou quando sua expectativa é excedida, em ambas as situações a qualidade ao produto é conferida. A satisfação pode ocorrer por confirmação simples, quando o desempenho do produto atende às expectativas; e desconfirmação positiva, quando o desempenho é melhor que o esperado. E na contramão, se o consumidor ficar insatisfeito com a compra, pode não a repetir e advertir a terceiros a incapacidade do produto ou da marca quanto ao atendimento de necessidades, podendo até mesmo promover algum tipo de ação pública contra a empresa fornecedora do produto (KOTLER, 1998; RIGONI, 2022; ROMÃO, 2020; SCHIFFMAN, KANUK, 2000).
2.2 Satisfação e fidelização dos clientes
Nas últimas décadas os serviços se tornaram parte importante da economia global, como exemplifica Pereira et al. (2019), representa parcela expressiva do produto interno bruto de vários países, principalmente dos industrializados. Este setor tem grande importância nas atividades econômicas por ter vasta abundância. De acordo com Paladini (2013), nos bens tangíveis, as relações com os consumidores centralizam-se em vendas, marketing e assistência ao uso do produto. Tendo relação indireta entre produção e consumo.
O mercado cada vez mais torna-se povoado de empresas servindo aos mesmos grupos de clientes. A partir disso, faz-se necessário traçar estratégias que visem o lucro e ao mesmo tempo atendendo as necessidades e desejos dos clientes. Kotler e Armstrong (2015) definem marketing como um processo administrativo e social pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam, por meio da criação, oferta e troca de produtos e valor com os outros.
O termo “marketing” vem sendo amplamente utilizado por comerciantes, profissionais, acadêmicos, consumidores e empresários em geral. Contudo, como afirma Merib (2020), seu significado, muitas vezes não é empregado de maneira correta. Muitos pensam nesse termo como sendo apenas vendas ou propaganda e não percebem que estes são apenas dois elementos que compõem o marketing. Para reter clientes, as empresas primeiro devem pensar como um cliente. Além disso, devem se questionar em relação a quais os diferenciais que necessitam possuir para alcançar os seus objetivos e assim alinhar quais estratégias serão utilizadas para atingi-los.
Hawkins; Mothersbaugh (2019), trazem uma exemplificação sobre a evolução do marketing e a experiência do consumidor:
“Os profissionais de marketing oferecem formas diversas para os consumidores tomarem uma xícara de café. Estes podem comprar o grão ou o pacote de café moído e preparar o café. Podem optar por ir a uma cafeteria e comprar uma xícara de café, ou podem ir a uma Starbucks e comprar a bebida. Qual opção você acha a mais cara? Provavelmente, você diria que a primeira é a mais barata e a última, a mais cara – e em geral você acertaria! Mas por quê? A resposta está nas camadas de valor que os profissionais de marketing podem acrescentar aos produtos tipo commodity. Essas camadas incluem serviços e experiências que os consumidores indicam como sendo de valor para eles. Assim, à medida que os produtos passam de commodity para um bem ou serviço e para uma experiência, os consumidores estão propensos a pagar mais”.
A satisfação da qualidade do serviço pode ser determinada pela comparação da perceptiva proporcionada com a perspectiva do serviço almejado. O termo serviço de bens tangíveis é definido por Holanda (2014) como: exercício de cargos; desempenho de qualquer trabalho; produto da atividade humana que, assume a forma de um bem material, satisfaz uma necessidade.
A satisfação é a resposta da realização do consumidor. Tratando-se do julgamento de que um produto ou serviço proporcionou ou está proporcionando a realização de expectativas. Se o desempenho é maior do que a expectativa, o resultado é o prazer; se o desempenho for igual à expectativa, o resultado é a satisfação; e se o desempenho é menor que a expectativa, o resultado é a insatisfação (FRANÇA, NASCIMENTO, 2022; SAMARA, MORCH, 2005).
A satisfação dos clientes é a forma de as organizações conseguirem a captação e relacionamento dos fregueses, uma das principais maneiras de conquistarem mercado. Cabral e Torres (2019) descrevem que é provado que o cliente insatisfeito comenta a sua insatisfação com o maior número de pessoas que falaria se estivesse satisfeito. O que torna muito grande a importância da empresa em prestar atenção necessária aos clientes, caso contrário, a imagem da mesma pode ser rapidamente afetada.
Atualmente, é notório que todas as empresas buscam satisfazer seus clientes, e esse tem sido um dos principais objetivos. Pois se tiverem um desempenho que alcancem as expectativas, os clientes instintivamente irão ficar satisfeitos, e se o desempenho for além das expectativas o cliente ficará altamente satisfeito, tornando-se provavelmente um cliente fidelizado (PEREIRA et al., 2022). Segundo Kotler e Armstrong (2015), a satisfação do cliente pode ser apurada mediante a sua intenção de retorno através de uma nova aquisição ou pedido. A disposição do cliente de ser uma referência positiva, através de repetidas compras, pode provocar maiores lucros e a um aumento da participação no mercado.
O meio pelo qual se conquista e ganha a fidelização de clientes, como afirma Cabral e Torres (2019), é a satisfação. Para a fidelidade em longo prazo é preciso expandir valor para o cliente com base na sua acepção individual de valor. A satisfação deve ser a maior preocupação da organização em relação aos clientes, que por sua vez devem ser vistos como pontos-chave. Para Duarte et al. (2017), a satisfação e fidelização dos clientes estão diretamente ligados ao marketing. A oferta de produtos e serviços vive em crescente exigência, fazendo com que os clientes estabeleçam sempre mais qualidade, para que procurem mais os produtos ofertados, dessa maneira aumentando a demanda dos bens e serviços.
2.4 O café no Brasil
O Brasil é considerado um país significante no cenário internacional. Sua maior participação no comércio internacional está nos commodities que servem de matéria-prima para diversos países. O café desempenha um papel significativo entre os produtos de maior representação no agronegócio brasileiro. O café chegou ao norte do Brasil, mais exatamente em Belém, em 1727, originado da Guiana Francesa para o Brasil pelo Sargento-Mor Francisco de Mello Palheta a solicitação do governador do Maranhão e Grão-Pará, que o despachara às Guianas com essa delegação. Já naquela época o café possuía extenso valor mercantil (MARIANO; PALDÊZ; MOULAZ, 2016).
A Associação Brasileira da Industria de Café (ABIC) ressalta que, a expansão do café no Brasil também pode ser avaliada pela afinidade traçada por vários historiadores e pesquisadores sobre a influência nos rumos do banimento da escravatura ocorrida em 1888. Dados mostram como o café é importante para a mesa dos brasileiros e, também, para a indústria nacional. Os números de consumo revelam que, apesar da crise econômica, gerada pela pandemia, que afetou diversos setores em 2020, a procura por café seguiu seu ritmo de crescimento (ABIC, 2021). O café é precedência nacional, a bebida é a segunda mais consumida no País, perdendo tão-somente para a água. E a estimação é de que este consumo cresça ainda mais, não unicamente no Brasil como no mundo todo, segundo a EMBRAPA (2015).
É sabido que um dos setores com volume de exportação significativa é o setor cafeeiro, que torna o Brasil seu maior exportador e responsável pelo aumento de produção e consumo do fruto. Determinadas variáveis de destaque para a constância do consumo de café, formidáveis para a demarcação de um público consumidor, são as variantes demográficas, preço e renda, disponibilidade, hábito, frequência do consumo, qualidade percebida, expectativas do consumidor e marca Fatores de decisão na frequência do consumo de café (MARIANO; PALDÊZ; MOULAZ, 2016; NOGUEIRA et al., 2022).
A produtividade média da safra dos Cafés do Brasil, incluindo as duas espécies da cultura, Coffea arabica (café arábica) e Coffea canephora (robusta + conilon), estimada para o ano-cafeeiro em curso, cujas pesquisas e estudos foram realizados em janeiro de 2023, corresponderá a aproximadamente 28,9 sacas por hectare. Para tanto, referidos estudos estimaram que a safra brasileira total será de 54,94 milhões de sacas de 60kg, a qual está em fase de produção numa área de 1,9 milhão de hectares. Como os Cafés do Brasil são produzidos nas cinco regiões geográficas do País, caso seja feito um ranking nesse sentido, para o ano-cafeeiro 2023, em ordem decrescente, constata-se que a Região Sudeste, que tem sua produção estimada em 47 milhões de sacas de 60kg, se destaca de forma absoluta em primeiro lugar, pois sua produção corresponderá a 85,6% da safra nacional. Na segunda posição, vem a Região Nordeste com a safra prevista de 3,62 milhões de sacas, que equivalerá a 6,6% da produção brasileira de café (EMBRAPA, 2023).
3 METODOLOGIA
A forma de abordagem da pesquisa é a qualitativa, pois o tratamento dos dados visa analisar a satisfação dos indivíduos em relação às suas preferências e hábitos de consumo. Este enfoque de pesquisa como exemplifica Rodrigues (2006), é utilizado para investigar problemas, como aspectos psicológicos, opiniões e comportamentos. Para Ganga (2012), o intuito da pesquisa qualitativa é obter informações do fenômeno segundo a visão das pessoas, bem como a observação e coleta de evidências que possam fazer a interpretação do ambiente onde a problemática ocorre.
Para alcançar os objetivos utilizou-se técnicas da pesquisa descritiva, para identificar e descrever a perspectiva dos consumidores quanto à escolha e satisfação de uma marca de café, buscando a compreensão de ambos sob determinado consumo. Segundo Rodrigues (2006), a pesquisa descritiva é usada para descrever características de um determinado grupo e estudos de opinião, de motivações, de mercado e socioeconômicos. Para Ganga (2012), visa descrever as características de determinada população ou fenômeno.
Como procedimento técnico se utilizou a pesquisa de campo, desta maneira, realizou-se estudos no local, promovendo um levantamento e coleta de dados. Abrangendo apenas, logicamente, os consumidores de café. Conforme alega Lakatos e Markoni (2010), pesquisa de campo é utilizada com a intenção de conseguir informações acerca de uma problemática, para a qual se busca uma resposta ou de uma hipótese.
Para coleta dos dados entrevistou-se 50 pessoas entre 18 e 48 anos de idade, que consomem café, para isso empregou-se formulários com perguntas fechadas com o total de 10 questionamentos, sendo, 1 questionamento referente à escolha sobre duas marcas do produto, e outros 9 a respeito das informações do produto, que resultou da observação e interrogatório feito pelos entrevistadores. Segundo Rodrigues (2006) o formulário deve ser preenchido pelo pesquisador a partir de informações obtidas com o informante, o que implica na aplicação a qualquer tipo de informante, mesmo a analfabetos. Ao fim da aplicação dos formulários os dados sistematizados, codificados e analisados.
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os resultados da aplicação do formulário apresentar-se-á a seguir, para tal foi possível sistematizar e analisar os dados em questão. Os quais estão dispostos em gráficos e tabelas para facilitar a visualização e o entendimento dos itens julgados pelos consumidores de tais marcas de café.
Gráfico 1 – Faixa etária dos consumidores de café entrevistados
Fonte: Dados da pesquisa, 2023.
O gráfico 1 dispõe a faixa etária dos entrevistados consumidores de café, o que é notório que a maioria da população pesquisada está entre 18 e 28 anos de idade com 62% do total, seguido de 24% de pessoas com idades entre 39 e 48 anos. Percebe-se um público mais jovem consumidor de café já que a maioria dos formulários foram respondidos pelo público acadêmico.
Gráfico 2 – Preferência dos consumidores em relação às marcas de café
Fonte: Dados da pesquisa, 2023.
Nota-se no gráfico 2 que a população consumidora de café estudada em questão tem maior preferência pela marca X, o que é expresso em 70% da população total. A marca Y vem logo atrás com 20%, e outras marcas apenas com 10% da preferência total dos consumidores.
Gráfico 3 – Adesão do conhecimento do consumidor em relação às marcas
Fonte: Dados da pesquisa, 2023.
O gráfico anterior busca mostrar numericamente como os consumidores de modo geral adquiriram conhecimento sob as marcas de café. O que torna perceptível que 38% dos indivíduos não lembram como tiveram ciência da existência da marca, 38% contraíram conhecimento a partir da indicação de amigos e/ou familiares. 22% conheceram por meio de supermercados. E apenas 2% por meio da internet.
Tabela 1 – Comportamento e hábitos na decisão de compra do consumidor
Hábitos do consumidor | Vendedores | Amigos | Internet |
Pesquisar alguma nova marca | 24% | 30% | 46% |
Opinião que mais pesa na decisão | 14% | 72% | 14% |
Opinião que menos pesa na decisão | 62% | 16% | 22% |
A tabela 1 representa os hábitos do consumidor em relação a decisão de compra e pesquisa de produto. Da amostra composta 46% procuram informações na internet de um produto ou marca que nunca compraram. Quando se trata de críticas e/ou elogios ao produto 72% presam a opinião de amigos e conhecidos. E a opinião que menos pesa na decisão de compra são as informações repassadas por vendedores com 62%.
Tabela 2 – Satisfação e fidelização dos consumidores da marca X em porcentagem
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | |
Chance de compra novamente | 2,86 | 5,71 | 2,86 | 25,71 | 20 | 42,86 | ||||
Chance de indicação para amigos | 2,86 | 2,86 | 17,14 | 8,57 | 2,86 | 14,29 | 14,29 | 37,14 | ||
Satisfação em relação ao preço | 11,43 | 2,86 | 11,43 | 2,86 | 17,14 | 20 | 8,57 | 5,71 | 11,43 | 8,57 |
Satisfação em relação a qualidade | 8,57 | 8,57 | 5,71 | 20 | 14,28 | 42,86 | ||||
Satisfação total do café | 8,57 | 2,86 | 20 | 20 | 22,86 | 25,71 |
Tabela 3 – Satisfação e fidelização dos consumidores da marca Y
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | |
Chance de compra novamente | 20% | 20% | 20% | 40% | ||||||
Chance de indicação para amigos | 10% | 10% | 10% | 10% | 30% | 30% | ||||
Satisfação em relação ao preço | 10% | 10% | 30% | 40% | 10% | 20% | ||||
Satisfação em relação a qualidade | 10% | 10% | 30% | 30% | 20% | |||||
Satisfação total do café | 20% | 10% | 50% | 20% |
As tabelas 2 e 3 foram dispostas para facilitar a visualização quanto a satisfação dos clientes, mostrando proporcionalmente como os indivíduos pensam em relação ao retorno da aquisição do produto e sua satisfação perante o mesmo. As tabelas apresentam a opinião dos consumidores numa escala de 1 a 10, sendo que quanto mais perto de 1 mais insatisfeito, e quanto mais perto de 10 mais satisfeito está o consumidor.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio de uma pesquisa qualitativa este trabalho objetivou fazer uma análise do comportamento do consumidor na decisão de compra, e estudar os hábitos de consumo para entender o quão grande se faz a satisfação dos clientes. Assim, conforme a metodologia proposta e os dados apresentados notou-se que este atingiu seus objetivos, onde se pretendeu identificar os desejos, necessidades e satisfação do consumidor.
Desse modo foi possível compreender que o marketing tem grande influência sobre a decisão de compra das pessoas, pois acaba tendo um peso ligado ao contexto de demonstrar que específico produto é necessário ou para exaltar a qualidade de uma marca.
Percebe-se que o processo de socialização e aculturação, fazem com que as pessoas aprendam a serem consumidores dentro dos parâmetros dos seus costumes. O que pode ser adquirido por pessoas próximas, como familiares e amigos, porém em amplos acontecimentos vem da exposição, por meio da publicidade.
Nesse intuito, as empresas devem buscar fazer planejamentos e estratégias para melhor atender aos clientes. Para tanto procurar entender as particularidades do comportamento do cliente, e dar retorno a elas para gerar retenção e lealdade. Procurando sempre visualizar o que o cliente espera, deseja, gosta ou necessita. O comprometimento em respeitar as crenças e atitudes do consumidor, gera a realização do cliente com a empresa, pois é de suma importância na decisão de compra.
Com isso, ficou plausível que a busca da confiança dos clientes é imprescindível, pois serão multiplicadores de clientes potenciais, e para que isso ocorra é necessário que o relacionamento entre empresa e consumidor seja estabelecido para que a empresa venha obter a tão almejada fidelização dos clientes.
6 REFERÊNCIAS
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1Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA)
alessandrasantana@unifesspa.edu.br
2Universidade do Estado do Pará (UEPA)
alinnysantos751@gmail.com
3Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA)
4Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA)
maria.jose@unifesspa.edu.br