ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE UM EMPREENDIMENTO NO SETOR ALIMENTÍCIO NO MUNICÍPIO DE CARANGOLA – MG

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202502102340


Alexia Rodrigues dos Santos Machado,
Lívia Faria Gomes,
Orientadora da disciplina: Profª. Ms. Elisângela Freitas da Silva,
Orientador do Pré-projeto: Prof. Ms. Denis dos Santos Santiago Pereira


RESUMO

Na atual conjuntura, o empreendedorismo envolve a identificação de oportunidades de negócios e sua transformação em empreendimentos bem-sucedidos, o que inclui a criação de novos produtos, serviços ou modelos de negócios. As micro e pequenas empresas são frequentemente vistas como impulsionadoras da inovação e do emprego, enquanto as grandes empresas contribuem para o crescimento econômico e a estabilidade do mercado. Juntas, elas formam um ecossistema empresarial diversificado e dinâmico, que impulsiona o progresso econômico e social em todo o mundo. O objetivo deste estudo é realizar uma análise da viabilidade econômica de um empreendimento no ramo alimentício no município de Carangola – MG. Busca-se, através de pesquisa, verificar os fatores que viabilizam a implantação de um empreendimento no ramo alimentício, analisar a viabilidade econômica e financeira por meio de projeções financeiras e apresentar uma análise de riscos e planos de contingência. Para esse propósito, serão realizadas entrevistas em profundidade e grupos focais com o objetivo de coletar informações detalhadas sobre o mercado local, preferências dos consumidores e insights de empresários do setor, além da aplicação de questionários para quantificar a demanda potencial, preferências de consumo e percepção de preços. Com os dados coletados serão apurados e compilados e, ainda, realizada uma análise SWOT para identificar forças, fraquezas, oportunidades e ameaças do empreendimento. Espera-se alcançar uma abordagem robusta e integrada para avaliar a viabilidade de um empreendimento em Carangola, combinando insights qualitativos e quantitativos para oferecer uma análise abrangente e confiável.

Palavras-chave: Empreendedorismo; Estudos de viabilidade econômico-financeira; Ramo alimentício;  Viabilidade econômica e financeira

ABSTRACT

In the current situation, entrepreneurship involves identifying business opportunities and transforming them into successful ventures, which includes the creation of new products, services or business models. Micro and small businesses are often seen as drivers of innovation and employment, while large companies contribute to economic growth and market stability. Together, they form a diverse and dynamic business ecosystem that drives economic and social progress around the world. The objective of this study is to carry out an analysis of the economic viability of a food business in the municipality of Carangola – MG. The aim, through research, is to verify the factors that make it possible to implement a business in the food sector, analyze economic and financial viability through financial projections and present a risk analysis and contingency plans. For this purpose, in-depth interviews and focus groups will be carried out with the aim of collecting detailed information about the local market, consumer preferences and insights from businesspeople in the sector, in addition to applying questionnaires to quantify potential demand, consumption preferences and perception of prices. With the data collected, it will be determined and compiled, and a SWOT analysis will also be carried out to identify the company’s strengths, weaknesses, opportunities and threats. It is expected to achieve a robust and integrated approach to assessing the viability of a development in Carangola, combining qualitative and quantitative insights to offer a comprehensive and reliable analysis.

Key words: Entrepreneurship; Economic-financial feasibility studies; Food branch.

1 INTRODUÇÃO

Na atual conjuntura, o empreendedorismo envolve a identificação de oportunidades de negócios e sua transformação em empreendimentos bem-sucedidos, o que inclui a criação de novos produtos, serviços ou modelos de negócios. Esse processo aproveita a tecnologia e a inovação para atender às necessidades do mercado.

Micro, pequenas e grandes empresas desempenham papéis fundamentais na economia global, cada uma com suas próprias características e contribuições significativas em termos de tamanho e alcance. As micro e pequenas empresas são frequentemente vistas como impulsionadoras da inovação e do emprego, enquanto as grandes empresas contribuem para o crescimento econômico e a estabilidade do mercado. Juntas, elas formam um ecossistema empresarial diversificado e dinâmico, que impulsiona o progresso econômico e social em todo o mundo.

Considerando que o avanço tecnológico influencia significativamente os padrões de consumo e, em muitos casos, tem contribuído para que as pessoas consumam cada vez mais, é notório o aumento do consumismo, especialmente no setor alimentício. De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2017), as famílias têm consumido mais refeições fora de casa e comprado mais alimentos prontos, em vez de preparar os alimentos em casa.

Dados de 2015 do IBGE indicam que o brasileiro gasta aproximadamente 25% da sua renda com alimentação fora do lar. Isso evidencia que o setor alimentício sofreu uma série de modificações e um forte crescimento nos últimos anos, criando um mercado propício para o desenvolvimento.

Negócios relacionados à alimentação tendem a ter uma demanda estável e são considerados um ramo atrativo para futuros empreendedores, especialmente se oferecerem alimentos de qualidade e serviços diferenciados. No contexto atual de um mercado globalizado e dinâmico, a análise de viabilidade econômica de empresas de pequeno porte desempenha um papel fundamental na sustentabilidade e no crescimento do tecido empresarial local.

No município de Carangola, situado no estado de Minas Gerais, essa análise é ainda mais relevante devido às características específicas da região e às oportunidades e desafios que ela apresenta para os empreendedores locais.

O objetivo deste estudo é realizar uma análise da viabilidade econômica de um empreendimento no ramo alimentício no município de Carangola – MG. Busca-se, através de pesquisa, verificar os fatores que viabilizam a implantação de um empreendimento no ramo alimentício, analisar a viabilidade econômica e financeira por meio de projeções financeiras e apresentar uma análise de riscos e planos de contingência.  

Ao considerar a localização estratégica, a demanda do mercado local, a concorrência existente e as projeções financeiras, procura-se oferecer insights para potenciais empreendedores e investidores na implantação de um empreendimento desse modelo.

Além disso, o registro no Simples Nacional será um ponto focal, dada sua importância para a gestão tributária e financeira do negócio. A efetivação desse empreendimento estará diretamente ligada a diversos benefícios para a sociedade, como a geração de empregos para a população local, o estímulo à economia regional, a valorização da cultura e até mesmo o desenvolvimento turístico.

Um empreendimento bem planejado pode atender à demanda e atrair clientes de outras regiões próximas, facilitando a entrada no mercado e a conquista de uma clientela fiel. Espera-se que este estudo forneça uma base sólida para tomadas de decisão informadas, contribuindo assim para o sucesso e a sustentabilidade do empreendimento no mercado de Carangola e dos municípios circunvizinhos.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Empreendedorismo no Brasil

As pesquisas sobre Empreendedorismo brasileiro passaram a ser realizadas de maneira sistemática no final da década de 90. Um dos fatores que talvez explique esse repentino interesse pelo assunto seria a preocupação com a criação de pequenas empresas duradouras juntamente com a necessidade da diminuição das altas taxas de mortalidade desses empreendimentos.

Nos últimos anos, após várias tentativas de estabilização da economia e da imposição advinda do fenômeno da globalização, muitas grandes empresas tiveram de procurar alternativas para aumentar a competitividade, reduzir os custos e manter-se no mercado. Consequentemente, aumentou-se o índice de desemprego, principalmente nas grandes cidades, devido a maior concentração de empresas. Sem alternativas, os ex-funcionários dessas começaram a criar novos negócios, crescendo assim, o número de microempresas

Segundo DORNELAS (2012), temos uma grande quantidade de empreendedores, deixando de ser empregados, para serem proprietários de suas próprias empresas. Muitos, ao ficarem desempregados e terem experiência em certos ramos, migram para o outro lado da mesa e colocam em prática a experiência que conquistaram no ambiente de trabalho.

A tendência empreendedora do Brasil coloca o país em 2º lugar no ranking de empreendedorismo, ficando atrás somente da Índia, segundo o relatório da Global Entrepreneurship Monitor (GEM, 2022). A pesquisa revela que 67% da população adulta brasileira tem interesse em empreender nos próximos três anos. Notavelmente, a franchising (mesmo que franquia – é o sistema pelo qual o franqueador cede ao franqueado o direito de uso da marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semiexclusiva de produtos ou serviços) tem sido uma via promissora, com crescimento de 12,6% no 4º trimestre de 2022, destacando-se as microfranquias (modelos de até R$100 mil de investimento), de acordo com a Pesquisa de Desempenho Franchising 2022, da Associação Brasileira de Franchising (ABF).

Dados publicados pelo SEBRAE em 2010 informaram que, “no período de 2000 a 2008, o número de micro e pequenas empresas passou de 4,1 milhões para 5,7 milhões” (DORNELAS, 2012, p. 2). O autor exemplifica um pouco do resultado das ações do Governo no incentivo à criação desses novos negócios em no país.

Um dos exemplos seria o Programa Empreendedor Individual, instituído pela Lei Complementar n° 128/2008, que trata sobre a criação de um sistema simplificado de tributação às empresas Micro e Pequenas através do Simples.

Uma lista de ações de incentivos foi realizada para contribuir e auxiliar com o empreendedorismo no Brasil (DORNELAS, 2012):

  • O Programa Brasil Empreendedor, do Governo Federal, que foi dirigido à capacitação de mais de 6 milhões de empreendedores em todo o país, destinando recursos financeiros a esses empreendedores, totalizou um investimento de R$ 8 bilhões. Esse Programa vigorou de 1999 até 2002, e realizou mais de 5 milhões de operações de crédito;
  • A evolução da legislação em prol das micro e pequenas empresas: Lei da
  • Inovação, Instituição do Simples, a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, o Programa Empreendedor Individual;
  • O aumento da quantidade de entidades de apoio ao desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC);
  • A ênfase do Governo Federal no apoio a micro e pequena empresa, considerando inclusive a criação de um ministério ou secretaria com foco na pequena empresa;
  • A consolidação de programas de apoio à criação de novos negócios com recursos de subvenção econômica, bolsas, investimento para empresas iniciantes inovadoras, provenientes de entidades governamentais de apoio à inovação e ao empreendedorismo, como a Agência Brasileira da Inovação (FINEP), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (FAPERGS), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), entre outros.

É possível perceber a quantidade de incentivos tanto do Governo como por parte de diversas outras instituições que auxiliam e incentivam a atividade empreendedora no país e essas micro franquias são preferência entre os jovens (até 30 anos), principalmente pelo baixo custo. Mais da metade dessas operações estão presentes nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste do país, com ênfase na área educacional.

Houve um aumento de quase 50% no modelo de micro franquias em 2022, chegando a quase 11 mil operações, um indicativo de que o modelo é eficaz para incentivar o empreendedorismo no Brasil.

Em 2020, segundo estimativas, 44 milhões de brasileiros estavam à frente de algum tipo de empreendimento, o que corresponde a uma taxa de empreendedorismo total (TTE) de 31,6%. Desse número, aproximadamente 14 milhões de empreendimentos correspondiam aos iniciantes; cerca de 19 milhões, aos novos empreendimentos; e 12 milhões, aos chamados empreendimentos estabelecidos, ou seja, aqueles com mais de 3 anos.

De acordo com uma visão processual do Empreendedorismo, Hernandez (1999) menciona o processo a partir da identificação da oportunidade de negócio, da acumulação de recursos e da comercialização de produtos e serviços.

A oportunidade pode ser equiparada a uma atividade qualquer que exige o investimento de recursos escassos na esperança de um retorno futuro (AUSTIN et al, 2006). O empreendedorismo pode ser considerado como um novo passo em direção à conquista da liberdade, um número cada vez maior de empreendedores tem escolhido o autoemprego (FILION, 1998).

Em outra perspectiva, Gartner (1985) menciona a criação de produtos, a construção de uma organização e o fornecimento de respostas ao governo e à sociedade. Para o autor a força do ambiente, ou seja, a influência de fatores externos intervenientes, tais como: a disponibilidade de capital, a existência de empreendedores experientes no mesmo mercado, as disponibilidades de mão-de-obra qualificada, de consumidores e mercados, além da atitude da população local, de serviços de suporte, da presença de fornecedores são variáveis intervenientes no Empreendedorismo.

Enquanto a inovação, a criação de valor e de novas organizações são ressaltadas por Gartner (1990), para Davidsson (2005) a pesquisa de Empreendedorismo não deve apenas estudar o surgimento de novas organizações, mas também de novos mercados (bens e serviços) por diferentes modos de exploração, tanto inovadores como imitativos. Para este último autor, sempre que houver reação no mercado é possível configurar a atitude empreendedora.

O empreendedor pode ser considerado um agente, posto que, nas palavras de Sewell (1992), significa ser capaz de transformar suas relações e ter algum grau de controle sobre tais relações nas quais ele está envolvido. A agência não se refere somente à intencionalidade de fazer algo, mas à capacidade de realizar do indivíduo (GIDDENS, 2003).

De maneira diferenciada, Bruyat e Julien (2000) consideram que o empreendedor é individualmente responsável pelo processo de criar novo valor (uma inovação ou uma organização) – sem o indivíduo o novo valor não será criado. Na concepção de Bruyat e Julien (2000), o indivíduo constrói e gerencia uma empresa ou uma inovação e, ao mesmo tempo, é obrigado a mudar pelo objeto construído, em uma relação dialética.

Na literatura recente, o estudo do empreendedorismo aprofundou-se na análise das oportunidades empreendedoras, situações em que novos produtos, serviços, materiais ou métodos organizacionais que podem ser introduzidos e vendidos por um preço maior do que o seu custo de produção (CASSON, 1982).

Wennekers e Thurik (1999), destacam as diversas dimensões envolvidas no conceito de empreendedorismo, dependentes do nível de análise (individual, firma e níveis agregados da atividade econômica) em foco.

Para Ahmad e Hoffman (2008), o empreendedorismo é um instrumento importante no aumento da produtividade, na competitividade e na geração de novos postos de trabalho. Esforços recentes vêm sendo feitos no sentido de padronizar e delimitar o conceito de empreendedorismo.

Com o intuito de facilitar a mensuração e possibilitar a comparação internacional, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico – OCDE (Organisation for Economic Co-operation and Development – OECD) publicou o estudo Defining entrepreneurial activity: definitions supporting frameworks for data collection, elaborado por Ahmad e Seymor (2008), com definições necessárias para caracterizar tais aspectos. As seguintes definições são propostas por Ahmad e Seymor (2008):

  • Empreendedores: são pessoas, necessariamente donos de negócios, que buscam gerar valor por meio da criação ou expansão de alguma atividade econômica, identificando e explorando novos produtos, processos e mercados;
  • Atividade empreendedora: é a ação humana empreendedora que busca gerar valor, por meio da criação ou expansão da atividade econômica, identificando novos produtos, processos e mercados;
  • Empreendedorismo: é o fenômeno associado à atividade empreendedora.

Essas definições diferenciam a atividade empreendedora da atividade empresarial comum; ressaltam que as corporações e empresas podem ser empreendedoras, embora apenas as pessoas no controle e proprietários possam ser consideradas empreendedores; enfatizam o resultado da ação empreendedora, ao invés da atividade planejada ou pretendida; e destacam o papel de criação de valor da atividade empreendedora.

De acordo com Dornelas (2005), empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de pensamento em oportunidade. É preciso lembrar que pensamentos não são necessariamente oportunidades, mesmo reconhecendo-se que sempre uma oportunidade seja fruto de uma ideia (DOLABELA, 1999). O autor acrescenta que para aprofundar-se em sua concepção emergente (ou ideias), o futuro empreendedor procura pessoas com as quais possa obter informações para aprimorá-la, testá-la, verificar se é um bom negócio. Ao obter tais informações, o empreendedor nascente vai alterando a sua ideia inicial, agregando novas características, é um processo contínuo e circular, na medida em que tais relações irão contribuir para melhorar o produto (DOLABELA, 2006).

Uma ação empreendedora está vinculada ao caráter inovador de algo, é necessário que uma organização tenha características especiais, como a criação de algo novo, para, dessa forma criar valor para o consumidor, de modo que o material seja convertido em recurso, ou que haja combinação de recursos existentes, visando a criação e/ou desenvolvimento de um nosso produto ou processo (LONGENECKER et al, 2007).

Segundo a (GEM, 2001), no ano de 2001 os ramos de “comércio e de alojamento” e “alimentação” (que são atividades inseridas em mercados competitivos) somaram 45% de participação dos empreendimentos novos ou nascentes no Brasil, apontando para o predomínio de atividades tradicionais, de pequeno porte e com baixos requerimentos de capital e tecnologia.

Supõe-se que uma empresa inserida em uma atividade na qual se observam altas taxas de natalidade, possua relativa facilidade para vender seus ativos de capital como máquinas e instalações. Para que haja um incremento no estímulo da atividade empreendedora é necessário à existência de um conjunto de valores sociais e culturais capazes de encorajar a criação de novas empresas (CRUZ, 2005).

O empreendedorismo envolve não apenas o reconhecimento da oportunidade para criar algo novo, mas também reconhecer a oportunidade para o desenvolvimento de um novo mercado, a utilização de uma matéria-prima nova ou ainda o desenvolvimento um novo meio de produção (SCHUMPETER, 1982; BARON; SHANE, 2007).

É possível visualizar que diferentes interpretações vêm sendo dadas ao fenômeno, e que a complexidade e dinamismo do Empreendedorismo são descritas sob diferentes ângulos, ora enfatizando o mercado e suas transformações, ora enfatizando o empreendedor e seu comportamento. Sendo assim, as compreensões aceitas sobre o Empreendedorismo são as que se inserem nesse amplo espectro.

2.2 Características de um empreendedor

O termo empreendedor possuiu vários significados ao longo dos últimos séculos (HEBERT; LINK, 1988). Tradicionalmente a noção de empreendedorismo é creditada a Jean-Baptiste Say, mas foi o economista franco-irlandês Richard Cantillon, em 1755, quem introduziu o termo ao utilizá-lo para descrever “alguém que exerce um julgamento de negócios em face da incerteza” (BULL; WILLARD, 1993, p. 185).

Qualquer discussão sobre pequenas empresas deve, necessariamente, ser precedida por uma discussão em torno do conceito de proprietários-gerentes de pequenas empresas, e não se pode falar nisso sem também falar sobre o conceito de empreendedor (FILION, 1999).

O empreendedor, segundo Filion (1999) é uma pessoa criativa marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos e que mantêm um alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-a para detectar oportunidade de negócios. Um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões

O termo empreendedor era praticamente desconhecido e a criação de pequenas empresas era limitada em função do ambiente político e econômico, nada favorável ao país, Simara (2010). O empreendedor deve ser um indivíduo cujas características concentram-se em absorver o conhecimento e a sabedoria. Essa pessoa terá que ser preparada para enfrentar o mundo globalizado e informacional, ato que requer tanto o saber fazer, como o saber ser. Tais imperativos são determinantes de sobrevivência, e podem ser traduzidos na prática de geração do crescimento organizacional por meio de mecanismos recursivos de formação de competências.

De acordo com Fillion (1999), as características do empreendedor se vinculam ao senso de identificação de oportunidades, à capacidade de relacionamento em rede, às habilidades conceituais, à capacidade de gestão, à facilidade de leitura, ao posicionamento em cenários conjunturais e ao comprometimento com interesses individuais e da organização. O dirigente com esse perfil vincula a competitividade empresarial com a abordagem da competência na ação humana, tanto numa perspectiva de processo quanto sob a égide comportamental.

De acordo com Júnior, Leão e Mello (2005), as competências são categorizadas em seis áreas de comportamento, quais sejam: a competência de oportunidade, de relacionamento, conceituais, administrativas, estratégicas e de comprometimento.

Um empreendedor deve estar apto a identificar os cenários favoráveis aos objetivos organizacionais e atuar sobre as potenciais chances de negócios por meio da sua avaliação de modo a transformá-las em situações positivas.

A atração de novos recursos demanda a capacidade de criação e fortalecimento de uma imagem de confiança, uma boa reputação, capacidades no setor, compromisso e conduta junto a redes de relacionamentos com parceiros efetivos e potenciais. Também são capazes de perceber situações por ângulos diferentes, de modo a encontrar alternativas para a mesma questão, pois quando as outras pessoas estão vendo o mercado saturado, eles podem descobrir nichos para penetrar nesse mercado e se adaptar a novas situações.

Fillion (1999) enfatiza que eles visualizam panoramas de longo prazo como também planejam objetivos e posicionamentos de médio prazo alcançáveis e realistas. Eles devem estar aptos a perceber tendências emergentes no ambiente, sintonizar-se com informações diversas e conseguir ajustar suas percepções na direção das forças ambientais.

A importância dada à aprendizagem demonstra a preocupação do empreendedor em sempre aprender com suas falhas e insucessos e compartilhar conhecimentos. Eles têm compromisso com o negócio em proporção semelhante aos seus compromissos pessoais, como se o dirigente e sua organização fossem um mesmo organismo.

2.3 Análise de viabilidade econômica e financeira com projeções de mercado

O estudo de viabilidade de qualquer negócio é iniciado pela esfera econômica. Dentre as várias alternativas de investimentos é possível a identificação do projeto mais viável que possua bom retorno e que o investidor tenha afinidade. Para mostrar sua consistência é preciso que seja feito com base em estimativas coerentes e confiáveis dos elementos de custos e de receitas.

Para Bernstein (2000), quando a decisão de investimento está baseada somente na análise comparativa das receitas entrantes e de saídas referentes aos custos e despesas, resultando em lucro, trata-se de viabilização econômica.

Em suma, um estudo de viabilidade econômica-financeira procura caracterizar um empreendimento que proporciona lucro aos investidores, sendo capaz de evitar saldos negativos, de forma a proporcionar um fluxo de caixa positivo ao longo da vida útil do empreendimento. Bruni e Famá (2003) afirmam que a análise de viabilidade de investimentos deve se concentrar em verificar se os benefícios gerados com os investimentos compensam os gastos realizados.

Ainda segundo Bruni e Famá (2003), após definir o horizonte da análise, coletar dados relevantes, elaborar as estimativas de fluxo de caixa e obter a TMA, o passo seguinte à elaboração da perspectiva do investimento consiste na análise dos ganhos oferecidos pela decisão.

A decisão de qual projeto se deve investir se resume em escolher um projeto entre diversas alternativas, após um estudo embasado na engenharia econômica. Porém, se houver apenas um projeto em estudo, sua rentabilidade precisa ser comparada com o rendimento de aplicações financeiras disponíveis ao empreendedor ao mesmo volume de recursos. Como a TMA é a taxa de juros que representa o mínimo que o investidor deseja obter, as rentabilidades destas aplicações servirão de base para definir a TMA

Ao se propor uma análise de viabilidade econômica e financeira de uma empresa, o principal item que deve obter a atenção do empreendedor são as finanças da empresa. Afinal, mesmo com vendas e giro de estoques uma organização pode fracassar.

A movimentação do caixa não é sinônimo de saúde financeira e pode gerar a falsa impressão de que os resultados são positivos e que a situação é favorável. “Este é um bom negócio? Permitirá recuperar o capital investido? (…) quanto tempo? (…) taxa de rentabilidade do capital aplicado? (…) margem de lucro que as vendas irão proporcionar?” (PEREIRA, 1995, p. 180).

As questões levantadas pelo autor em destaque são perguntas pertinentes e que devem ser respondidas antes de dar o primeiro passo na abertura do negócio. Nesse ponto, começa-se a verificar o principal fundamento na abertura de qualquer empresa com fins lucrativos, o lucro.

As projeções de caixa, a liquidez e a solvência da empresa, o grau de rentabilidade e o retorno da instituição. Esses fatores mensuram a eficiência e a qualidade financeira da organização. “Nestas circunstâncias, o negócio ideal seria então aquele que pudesse oferecer, simultaneamente, a maior liquidez possível, o máximo de segurança – entendida como baixo risco, e uma ótima rentabilidade” (PEREIRA, 1995, p.181).

Como informa o autor, neste momento é dever do empreendedor mensurar o risco de forma que aufira maior liquidez e rentabilidade para o negócio. Uma das formas de mensurar tal eficiência é através da taxa interna de retorno (TIR), período de recuperação de capital (PRC) ou payback e o valor atual liquidado (VAL) – esse último conceito conhecido hoje, pelas bibliografias mais atuais, como VPL, valor presente líquido

O primeiro item serve para mensurar o retorno da empresa, o segundo trata dos períodos que serão necessários para cobrir os gastos iniciais com o empreendimento e o último item trata da análise de geração de caixa para a cobertura do investimento inicial.

Outro fator importante que influencia diretamente as entradas de caixa e a situação financeira da instituição são os cenários possíveis pelos quais a empresa poderá passar ou vivenciar. Dessa forma, com a previsão de receitas e despesas em um cenário pessimista, realista e otimista, pode-se verificar a viabilidade financeira da empresa durante o seu andamento em cada um desses aspectos.

SALIM et al (2005, p. 107) explica que: “Com base nesses pressupostos é que são feitas as projeções de ingressos e saídas de recursos no horizonte de planejamento estabelecido.” O primeiro item a ser trabalhado neste momento em relação à questão financeira é o valor presente líquido (VPL). Esse item revela se o empreendimento é seguro financeira e economicamente viável. Traduz-se como:

“(…) Um instrumento de auxílio na tomada de decisão sobre investimento de capital; é utilizado para identificar o volume das entradas de caixa atualizadas que serão geradas pelo novo negócio e confrontá-lo com o total dos investimentos necessários para implantar esse mesmo empreendimento” (PEREIRA, 1995, p. 194).

Esse conceito tem por objetivo analisar se há segurança no investimento e se o mesmo consegue se autofinanciar. O cálculo se dá de forma simples: utilizam-se os fluxos de caixa trazidos a valor presente e somam-se todos. Desse somatório trazido a valor presente retira-se valor inicial investido. Se a diferença deste cálculo for igual ou superior a 0 (zero), o projeto é economicamente viável.

A partir dos cálculos de payback, TIR, ponto de equilíbrio e VPL torna-se possível analisar a viabilidade econômica e financeira da abertura de qualquer empresa. A mensuração dos itens descritos é fundamental para a avaliação do resultado do empreendimento e essencial para o desempenho de suas atividades. Uma organização sem a estruturação correta de suas finanças pode colocar em risco toda a atividade organizacional e deixa sem planejamento e controle um dos principais itens do negócio: o lucro.

Os cálculos de viabilidade financeira foram embasados a partir dos seguintes conceitos e preceitos básicos: ponto de equilíbrio, valor presente líquido, Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE), payback e fluxo de caixa descontado. Os itens analisados auxiliaram na mensuração do resultado da implantação da casa noturna e foram parâmetros para a análise de qualquer negócio ou empreendimento.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A metodologia adotada para este estudo visa proporcionar uma avaliação detalhada e criteriosa da viabilidade econômico-financeira da abertura de uma churrascaria no município de Carangola-MG. A abordagem metodológica combina técnicas qualitativas e quantitativas para garantir uma análise robusta e confiável, estruturada em três eixos principais: análise de demanda, cálculo do Valor Presente Líquido (VPL) e Payback, e levantamento detalhado dos dados financeiros e operacionais.

A análise de demanda foi conduzida por meio da aplicação de questionários estruturados junto a potenciais consumidores da região. O objetivo foi identificar o interesse do público-alvo, sua disposição a pagar pelo serviço e a frequência esperada de consumo, permitindo estimar o número médio de clientes diários e a receita potencial do empreendimento. A amostragem seguiu um critério aleatório, garantindo representatividade da população local e refletindo os hábitos de consumo no setor alimentício. Os resultados apontaram que os consumidores estariam dispostos a pagar, em média, R$ 100,00 pelo rodízio, com uma variação entre R$ 80,00 e R$ 150,00, e indicaram que a viabilidade do empreendimento dependeria da capacidade de atração e retenção de clientes suficientes para cobrir os custos operacionais e gerar lucro. Além disso, foram analisadas variáveis comportamentais e socioeconômicas que poderiam influenciar a decisão dos consumidores, como renda média da população, oferta gastronômica existente na cidade e fatores que determinam a escolha de um restaurante. A inexistência de concorrentes diretos na cidade de Carangola configura uma vantagem competitiva inicial, mas o sucesso do negócio dependerá da aceitação do conceito e da adequação dos preços à realidade local.

Para a análise de viabilidade econômico-financeira, foram calculados os principais indicadores financeiros, com destaque para o Valor Presente Líquido (VPL) e o Payback, que são ferramentas fundamentais para avaliar o retorno sobre o investimento. O VPL foi utilizado para determinar se os retornos financeiros do empreendimento serão suficientes para cobrir os custos iniciais e operacionais ao longo do tempo, considerando uma taxa de desconto de 15% ao ano, baseada na taxa SELIC vigente de 12,5%, além de uma taxa adicional de risco específica para o setor. O Payback, por sua vez, foi calculado para estimar o período necessário para a recuperação do capital investido. Foram projetados dois cenários distintos: um cenário conservador, com a projeção de 70 clientes por dia, e um cenário otimista, considerando 100 clientes diários. Os cálculos demonstraram que, embora o VPL seja positivo no cenário mais conservador, a rentabilidade do negócio é substancialmente maior no cenário otimista, evidenciando que a viabilidade do empreendimento está diretamente atrelada à estabilidade da demanda. Além disso, foi realizada uma análise de sensibilidade, simulando variações no volume de clientes e na precificação para compreender o impacto de possíveis oscilações no mercado e a elasticidade da demanda em relação ao preço praticado.

O levantamento de dados financeiros e operacionais incluiu a identificação dos custos iniciais de estruturação do negócio, despesas operacionais recorrentes e projeção de receitas. Foram detalhados os investimentos necessários para aquisição de equipamentos, mobiliário, reformas estruturais, licenciamento e capital de giro. O restaurante foi projetado para operar seis dias por semana, totalizando 312 dias por ano, e os custos foram distribuídos entre despesas fixas e variáveis. Entre os custos fixos, foram considerados aluguel do espaço comercial, contas de água, energia elétrica, internet e telefonia, enquanto os custos variáveis incluíram a reposição de insumos alimentícios, reposição de utensílios e manutenção de equipamentos. Para garantir uma visão mais realista da viabilidade do negócio, foram incluídos na análise os custos tributários incidentes sobre o empreendimento, tais como o Simples Nacional, Imposto sobre Serviços (ISS), ICMS, caso haja comercialização de bebidas alcoólicas ou outros produtos tributáveis, além de encargos trabalhistas.

O modelo de contratação adotado prevê que todos os funcionários sejam freelancers, sem vínculo empregatício formal, visando reduzir encargos trabalhistas e proporcionar maior flexibilidade na gestão de pessoal. No entanto, esse formato de contratação apresenta desafios, como a dificuldade de retenção de talentos, a rotatividade elevada e a necessidade constante de treinamento para manter a qualidade do serviço. A satisfação dos clientes pode ser impactada pela falta de padronização no atendimento, exigindo estratégias de gestão eficientes para garantir um serviço de excelência. Como alternativa, foram avaliadas possibilidades de contratação mista, combinando equipe fixa para funções-chave e freelancers para períodos de maior demanda, reduzindo os riscos operacionais sem comprometer a eficiência financeira.

A metodologia aplicada busca oferecer uma abordagem abrangente, detalhada e embasada em dados concretos, considerando tanto fatores qualitativos, como a aceitação do público e o comportamento do consumidor, quanto quantitativos, como projeções financeiras e indicadores de rentabilidade. A combinação dessas técnicas permite uma análise robusta da viabilidade do empreendimento, auxiliando na tomada de decisão e destacando os desafios e oportunidades da abertura de uma churrascaria em Carangola-MG.

4 TABELAS E RESULTADOS
4.1. Analise das tabelas e Cálculo de VPL

4.1.1. Tabela de Custos Iniciais

Tabela 1: Custos Iniciais

Fonte: As autoras, 2025

Quadro 1: Legenda da tabela 1

Fonte: As autoras, 2025

O levantamento dos custos iniciais para a abertura da churrascaria em Carangola-MG, que totaliza R$ 167.080,00 é fundamental para compreender as previsões do projeto. Os custos são distribuídos em diversas categorias, sendo o principal deles a de estrutura e equipamentos industriais, que somam R$ 53.200,00. Entre os itens destacados estão a churrasqueira, freezers, geladeira, fogão e coifa industrial, além do balcão refrigerado para carnes, cortador de carne, lava-louças e pia industrial. Esses investimentos representam cerca de 31,8% do total e são essenciais para garantir a qualidade do serviço, a eficiência operacional e a segurança alimentar. Bernstein (2000) destaca que os investimentos em infraestrutura são cruciais para otimizar processos produtivos e garantir a padronização da qualidade dos produtos oferecidos. No entanto, considerando o contexto económico local e a sensibilidade dos consumidores em relação ao preço do rodízio, esses custos elevados podem impactar os níveis de fluxo de caixa inicial.

Os custos relacionados ao mobiliário e mobília totalizam R$ 48.980,00, o que corresponde a 29,3% dos custos iniciais. Incluem-se aqui mesas, cadeiras, pratos, talheres, copos e taças, além de itens como a decoração do salão e a máquina de chope. Bruni e Famá (2003) afirmam que o conforto e a estética do ambiente influenciam diretamente na experiência do consumidor e, consequentemente, na fidelização dos clientes. No entanto, o alto investimento em itens como máquina de chope, que custa R$ 12.000,00, pode ser considerado supérfluo para o início das operações, especialmente em uma cidade com menor poder aquisitivo como Carangola. A priorização de investimentos essenciais e a postergação de aquisições de menor impacto imediato podem ajudar a equilibrar o orçamento inicial.

Outro grupo de custos significativamente refere-se à infraestrutura e obras, totalizando R$ 45.000,00, ou 26,9% do investimento total. Nessa categoria, incluem-se gastos com pintura (R$ 15.000,00), iluminação (R$ 10.000,00), reforma de banheiros (R$ 5.000,00), instalação do balcão para bebidas (R$ 8.000,00) e o sistema de atendimento (R$ 10.000,00). Embora esses investimentos sejam fundamentais para adequar o espaço às normas sanitárias e de segurança, os valores previstos para itens como pintura e iluminação parecem elevados para o porte do empreendimento e podem ser revistos. De acordo com Pereira (1995), uma análise detalhada dos custos é essencial para evitar gastos desnecessários e garantir um retorno mais rápido do capital aplicado, conhecido como payback.

Os investimentos em marketing e identidade visual, somando R$ 7.000,00, representam 4,2% do total e incluem a criação da identidade visual (R$ 3.000,00) e a campanha de marketing (R$ 4.000,00). Embora essa categoria represente uma parcela menor do investimento total, ela é estratégica para a atração de clientes nos primeiros meses de operação. Dornelas (2012) enfatiza que a comunicação eficaz é fundamental para posicionar a marca no mercado e destacar o diferencial competitivo, especialmente em cidades menores, onde o marketing local e a boca a boca grande têm impacto. Investir em estratégias de marketing digital e parcerias locais pode ser uma abordagem mais econômica e eficaz.

Uma pesquisa realizada com a população local revelou que o público considera o valor de R$ 80,00 por rodízio elevado, o que sugere uma cláusula de preço que deve ser cuidadosamente administrada. O sucesso do empreendimento dependerá da capacidade de ajustar os custos operacionais para oferecer um preço competitivo sem comprometer a qualidade. Como apontado por Bruni e Famá (2003), é fundamental alinhar os custos e preços à realidade do mercado para garantir a previsão econômica do negócio. O alto custo inicial pode exigir um preço médio mais elevado para garantir a rentabilidade, ou que pode não ser compatível com a renda média da população de Carangola.

Portanto, o investimento inicial de R$ 167.080,00 é elevado para o contexto econômico local, especialmente considerando a sensibilidade do público em relação ao preço. A análise sugere que há espaço para otimização de custos, especialmente em itens de infraestrutura e equipamentos não essenciais. A adoção de uma estratégia de redução de custos, aliada a um plano de marketing eficaz, pode aumentar as perspectivas econômicas do empreendimento. A chave para o sucesso será o equilíbrio entre qualidade e custo, garantindo que o preço final seja acessível ao público-alvo sem comprometer a sustentabilidade financeira do negócio.

4.1.2. Tabelas de Custos Diários

Tabela 2 – Tabela de Custos Diários (100 Clientes)

Fonte: As autoras, 2025

Tabela 3 – Tabela de Custos Diários (70 Clientes)

Fonte: As autoras, 2025

Tabela 4 – Tabela de Receitas

Fonte: As autoras, 2025

Tabela 5 – Tabela de Taxa de Juros

Fonte: As autoras, 2025

A análise dos custos e receitas diárias do projeto revela informações cruciais para a viabilidade financeira da churrascaria. A estrutura apresentada na tabela permite avaliar duas situações distintas: uma em que a casa atende 100 clientes por dia e outro em que a demanda é reduzida para 70 clientes diários. Essa variação de público afeta diretamente os custos operacionais, impactando a lucratividade do negócio. Segundo Bruni e Famá (2003), uma análise das previsões de investimentos deve considerar diferentes cenários e avaliar se os benefícios gerados com os investimentos compensam os gastos realizados. Portanto, a estruturação de projeções financeiras como a apresentada na tabela é essencial para compreender a sustentabilidade do empreendimento.

Os custos diários mais importantes estão relacionados à matéria-prima, principalmente à carne, que representa 38,5% do custo total no cenário de 100 clientes (R$ 1.400,00 de um total de R$ 3.636,00) e 31,1% no cenário de 70 clientes (R$ 980,00 de um total de R$ 3.150,00) . Isso confirma que a carne é o insumo mais impactante nos custos operacionais, o que se alinha com a percepção dos consumidores entrevistados durante uma pesquisa de campo, que consideraram o preço do rodízio elevado devido ao custo da carne na região. Pereira (1995) enfatiza que uma análise de viabilidade financeira deve considerar a estrutura de custos e a margem de contribuição para evitar desequilíbrios no fluxo de caixa. Desta forma, o alto peso da carne no orçamento sugere que ajustes estratégicos devem ser feitos, seja na negociação com fornecedores, no controle do desperdício ou na busca por reduções de custos alternativos que reduzam este impacto.

Além da carne, outros insumos como garantias também representam uma parcela relevante dos custos, ainda que em menor proporção. No cenário de 100 clientes, as garantias custam R$ 221,00 (6,1% do total), enquanto no cenário reduzido de 70 clientes, esse valor cai para R$ 155,00 (4,9%). Isso indica que, embora seja uma variável de custo, ele não tem um impacto tão expressivo quanto à carne. No entanto, conforme apontado por Dornelas (2012), o diferencial de um empreendimento no setor ecológico não está apenas na oferta do produto principal, mas na experiência como um todo. Assim, é essencial garantir um equilíbrio entre qualidade e controle de custos para oferecer uma experiência gastronômica competitiva sem comprometer a margem de lucro.

Os custos com mão de obra também são significativos, mas apresentam um comportamento predominantemente fixo. Os garçons, por exemplo, custam R$ 210,00 por dia em ambos os cenários, o que indica que a equipe não sofre redução proporcional à queda de clientes. O mesmo ocorre com o cozinheiro (R$ 150,00), o churrasqueiro (R$ 100,00), a segurança (R$ 100,00) e a equipe de limpeza (R$ 50,00). Isso demonstra que uma estrutura de pessoal precisa ser otimizada, pois, mesmo com uma redução de 30% na demanda (de 100 para 70 clientes), esses custos permanecem inalterados, o que pode prejudicar a rentabilidade nos dias de menor movimento. Segundo Salim et al. (2005), uma empresa deve estruturar seus custos de forma flexível para se adaptar às variações na demanda e maximizar sua eficiência financeira.

Outro ponto relevante na análise são os custos fixos como aluguel e tributos (R$ 1.000,00 diários), que representam 27,5% do total no cenário de 100 clientes e 31,7% no cenário de 70 clientes. Isso evidencia que, à medida que a demanda cai, o peso dos custos fixos sobre a operação aumenta, tornando o ponto de equilíbrio mais difícil de ser atingido. Bruni e Famá (2003) destacam que empresas de pequeno porte precisam atentar-se à estrutura de custos fixos, pois elas representam um grande risco financeiro quando a receita não atinge os níveis esperados.

A análise das receitas demonstra que, no cenário de 100 clientes pagando R$ 100,00 cada, a receita diária alcança R$ 10.000,00, enquanto no cenário de 70 clientes, esse valor se reduz para R$ 7.000,00. Comparando essas receitas com os custos diários, observa-se que, no cenário de 100 clientes, a margem de lucro operacional diário seria de R$ 6.364,00, enquanto no cenário de 70 clientes, essa margem cai para R$ 3.850,00. Isso significa que, embora o empreendimento ainda seja lucrativo no cenário determinado, sua rentabilidade sofre um impacto significativo e significativo, o que reforça a necessidade de estratégias para manter um fluxo constante de clientes.

Outro fator relevante na análise financeira é a taxa de juros anual de 15%, equivalente a 0,0383% ao dia. Essa taxa deve ser considerada para o cálculo do custo de capital investido e das projeções financeiras de longo prazo. Como ressaltam Ahmad e Hoffman (2008), a mensuração dos custos financeiros é essencial para avaliar a previsão do investimento e garantir que o negócio gere um retorno superior ao custo do capital empregado. Se o retorno do empreendimento for inferior a esse imposto, a decisão de investimento pode ser questionada, pois o capital poderia ser mais bem aplicado em investimentos financeiros com menor risco.

Com base nessas análises, observa-se que o empreendimento possui potencial de lucratividade, mas enfrenta desafios relacionados à estrutura de custos fixos, à exigência da demanda e ao alto custo da carne. Para mitigar riscos, recomenda-se a adoção de estratégias de negociação com fornecedores, revisão da estrutura de pessoal para maior flexibilidade, otimização do cardápio para reduzir desperdícios e ações promocionais para aumentar a demanda nos dias de menor movimento. Segundo Schumpeter (1982), a inovação no modelo de negócio e a adaptação às condições de mercado são essenciais para garantir a sustentabilidade financeira de um empreendimento. Dessa forma, ajustes estratégicos podem tornar o projeto mais viável e resiliente às variações do mercado.

4.1.3. Tabela de VPL

Tabela 6 – Tabela de VPL

Fonte: As autoras, 2025

O VPL é uma das principais ferramentas de avaliação financeira de projetos, pois considera o valor do dinheiro no tempo ao descontar os fluxos de caixa futuros a uma taxa de juros envolvente. Neste caso, a taxa de juros utilizada foi de 15% ao ano , equivalente a 0,0383% ao dia , o que está em conformidade com a prática recomendada na literatura de finanças, como afirmam Bruni e Famá (2003), que destaca a importância da escolha adequada da taxa de desconto para refletir o custo de oportunidade do capital.

Os dados mostram dois cenários distintos: um otimista, com 100 clientes diários, e outro conservador, com 70 clientes diários. No cenário de 100 clientes, a receita anual projetada é de R$ 2.940.264,79, enquanto as despesas somam R$ 1.069.080,28. Considerando o investimento inicial de R$ 167.080,00, o VPL calculado é de R$ 1.704.104,51. Esse resultado indica que, se o volume de 100 clientes diários para cancelamento, o projeto é altamente lucrativo, com um retorno significativo sobre o investimento. O VPL positivo demonstra que o empreendimento não apenas recuperará o capital investido, mas também proporcionará um excedente financeiro substancial, o que, segundo Pereira (1995), é o principal indicador de previsão de um negócio.

Por outro lado, no cenário conservador de 70 clientes diários, a receita anual estimada é de R$ 2.058.185,36, com despesas de R$ 926.183,41. O VPL, nesse caso, é de R$ 964.921,95. Embora o VPL continue positivo, o valor é consideravelmente menor do que no cenário otimista, refletindo a sensibilidade do negócio à variação no número de clientes. Isso corrobora a análise de Salim et al. (2005), que enfatizam a importância de diferentes cenários e análises de sensibilidade para avaliar o impacto das variações na demanda sobre a previsão financeira do projeto.

A diferença entre os dois planos também evidencia a importância do controle de custos fixos e variáveis. No cenário de 70 clientes, o impacto dos custos fixos, como aluguel e tributos, é mais significativo, pois eles permanecem constantes independentemente do número de clientes atendidos. Isso está alinhado com a observação de Bruni e Famá (2003), que destaca que negócios com altos custos fixos precisam de um volume de vendas consistente para manter a lucratividade. A eficiência operacional, portanto, torna-se um fator crítico para o sucesso do empreendimento.

Outro aspecto importante a considerar é o retorno sobre o investimento inicial (Io), que é o mesmo em ambos os cenários (R$ 167.080,00). O fato de o VPL ser positivo em dois casos indica que o projeto é viável tanto no cenário conservador quanto no otimista, mas a magnitude do retorno é diretamente proporcional ao volume de clientes. Esse resultado está em conformidade com o que Dornelas (2012) descreve sobre a importância da inovação e da adaptação estratégica no empreendedorismo, indicando que o negócio pode buscar alternativas para aumentar a demanda, como promoções, parcerias locais e estratégias de marketing digital.

A análise do VPL também revela que o empreendimento apresenta uma margem de segurança financeira específica, especialmente no cenário otimista. No entanto, a dependência de um número elevado de clientes diários pode representar um risco, especialmente num mercado com características específicas como o de Carangola, onde a renda média da população pode limitar a disposição para pagar pelo serviço. Como afirmado por Ahmad e Hoffman (2008), uma análise de estratégias deve considerar não apenas os aspectos financeiros, mas também o contexto socioeconômico e o comportamento do consumidor.

A análise do VPL indica que o projeto da churrascaria é financeiramente viável, com potencial de alta lucratividade no cenário otimista e retorno esmagador no cenário conservador. No entanto, a sustentabilidade do negócio dependerá da capacidade de manter um fluxo constante de clientes, otimizar custos e adaptar-se às condições do mercado local. A realização de análises contínuas e o ajuste das estratégias de negócios serão essenciais para garantir o sucesso no longo prazo do empreendimento.

4.1.4. Analise de Cálculo de VPL e Payback

A análise do Valor Presente Líquido (VPL) e do Payback é fundamental para avaliar a viabilidade econômica do empreendimento de churrascaria em Carangola-MG. O VPL é uma ferramenta que considera o valor do dinheiro no tempo, descontando os fluxos de caixa futuros pela taxa de desconto apropriada, que neste caso é de 15% ao ano, equivalente a 0,0383% ao dia. Um VPL positivo indica que o investimento gerará retorno acima do capital investido, tornando o projeto financeiramente viável. Bruni e Famá (2003) destacam o VPL como uma das metodologias mais robustas para avaliação de investimentos, pois ela leva em conta a temporalidade dos fluxos de caixa, proporcionando uma visão clara do retorno real sobre o investimento.

No cenário mais otimista, com 100 clientes diários, o projeto gera uma receita de R$ 10.000,00 por dia, com custos operacionais de R$ 3.636,00, resultando em um lucro diário de R$ 6.364,00. Considerando 312 dias de operação no ano, o VPL calculado foi de R$ 1.704.104,51. Esse valor expressivo demonstra que o fluxo de caixa gerado será mais do que suficiente para recuperar o investimento inicial de R$ 167.080,00, proporcionando um retorno significativo. Pereira (1995) aponta que um VPL elevado não apenas valida o investimento, mas também indica uma margem de segurança financeira capaz de suportar flutuações no mercado, como aumento de custos ou variações na demanda. Esse resultado sugere que o projeto, operando com sua capacidade máxima, é altamente lucrativo e resiliente.

No cenário mais conservador, com 70 clientes diários, a receita cai para R$ 7.000,00 por dia, enquanto os custos se reduzem para R$ 3.150,00, resultando em um lucro diário de R$ 3.850,00. Mesmo com a redução da demanda, o VPL calculado foi de R$ 964.921,95. Embora menor que no cenário otimista, esse valor ainda é significativamente positivo, indicando que o empreendimento continua lucrativo mesmo em condições menos favoráveis. Salim et al. (2005) afirmam que a análise de cenários conservadores é essencial para avaliar a robustez financeira de um projeto, especialmente em mercados pequenos ou voláteis. O VPL positivo neste cenário demonstra que o negócio possui uma base sólida e pode se adaptar a diferentes níveis de demanda, mantendo sua viabilidade.

O Payback, que mede o tempo necessário para recuperar o investimento inicial a partir dos lucros gerados, complementa a análise do VPL. Embora não considere o valor do dinheiro no tempo, o Payback é amplamente utilizado por sua simplicidade e objetividade, especialmente para empreendedores que buscam retorno rápido do capital investido. Bruni e Famá (2003) ressaltam que o Payback é particularmente útil para avaliar a liquidez de um projeto e sua capacidade de gerar caixa no curto prazo.

No cenário de 100 clientes diários, o lucro diário de R$ 6.364,00 permite recuperar o investimento inicial em aproximadamente 26 dias. Esse Payback extremamente curto indica uma alta liquidez do investimento e reduz significativamente o risco financeiro, já que o capital investido será rapidamente recuperado. Dornelas (2012) sugere que projetos com Payback curto são ideais em ambientes de maior risco ou incerteza, pois minimizam o período de exposição do capital. Esse resultado é especialmente relevante para o contexto de Carangola-MG, onde o mercado ainda é incipiente para esse tipo de negócio.

No cenário de 70 clientes diários, o lucro diário de R$ 3.850,00 resulta em um Payback de aproximadamente 43 dias. Embora o retorno seja mais lento que no cenário otimista, ele ainda é considerado muito rápido para os padrões do setor alimentício, que geralmente apresentam margens menores e maiores prazos de recuperação. Esse resultado reforça a viabilidade do projeto, mesmo em condições de menor demanda, evidenciando que o empreendimento é capaz de gerar caixa suficiente para recuperar rapidamente o investimento inicial.

5 CONCLUSÃO

A interpretação desses resultados evidencia que o projeto da churrascaria é altamente viável, tanto em cenários otimistas quanto conservadores. O VPL positivo em ambos os casos demonstra que o fluxo de caixa será suficiente não apenas para recuperar o investimento, mas também para proporcionar um retorno significativo. O Payback curto confirma que o empreendimento tem uma alta capacidade de geração de caixa, o que é crucial para novos negócios, especialmente em mercados pequenos como o de Carangola. No entanto, a viabilidade do projeto não deve ser analisada apenas com base nos resultados financeiros. A gestão eficiente dos custos operacionais e a adaptação ao mercado local são fundamentais para garantir o sucesso do empreendimento. Bruni e Famá (2003) destacam que negócios com altos custos fixos, como aluguel e tributos, precisam de um volume de vendas consistente para manter a lucratividade, o que exige uma análise cuidadosa da estrutura de custos e da elasticidade da demanda.

Além disso, o posicionamento estratégico no mercado local será essencial. Como identificado na pesquisa de campo, a população de Carangola demonstrou sensibilidade ao preço do rodízio, o que pode limitar o crescimento da demanda. Dornelas (2012) enfatiza que, em mercados pequenos, é crucial investir em estratégias de marketing local e adaptar o modelo de negócios às necessidades do público-alvo. Isso pode incluir promoções sazonais, programas de fidelidade e parcerias com outros negócios locais para aumentar a visibilidade e atrair mais clientes.

Em conclusão, os cálculos do VPL e do Payback mostram que o projeto da churrascaria em Carangola-MG é financeiramente viável e possui um excelente potencial de lucratividade. O VPL positivo e o Payback curto indicam que o investimento inicial será recuperado rapidamente, gerando lucros significativos a curto e longo prazo. No entanto, o sucesso do empreendimento dependerá da capacidade de manter um fluxo constante de clientes, otimizar custos e adaptar-se às condições do mercado local. Ahmad e Hoffman (2008) afirmam que a sustentabilidade de um negócio vai além dos números e depende da capacidade do empreendedor de se adaptar às mudanças no ambiente econômico e responder de forma ágil às demandas do mercado. Portanto, com uma gestão eficiente e estratégias adequadas de marketing, o projeto tem forte potencial de sucesso e sustentabilidade no mercado de Carangola-MG.

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