ANÁLISE DE UMA HIPOTÉTICA TEORIA ECONÔMICA: VALOR DO TRABALHO AGREGADO À DEMANDA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7845221


João Luiz Sá Marchioro1


RESUMO

Este artigo apresenta uma teoria econômica hipotética chamada “valor do trabalho agregado à demanda” e seu potencial impacto em vários aspectos econômicos, como inflação, preços, consumo, demanda, arrecadação de impostos, empregos e salários, produção, eficiência de mercado e outros fatores econômicos. A teoria propõe que os funcionários devem ser remunerados por meio de um percentual da receita mensal da empresa, que deve ser dividido proporcionalmente entre eles com base em seu nível técnico ou hierárquico, com limites mínimos e máximos para evitar distorções salariais. Além disso, a teoria sugere a redução de impostos para permitir que um maior percentual da receita seja convertido em renda para os funcionários, garantindo que os salários sobre a receita não impactem substancialmente os preços ao consumidor.

Este artigo também discute as teorias de Adam Smith, David Ricardo, Karl Marx e John Stuart Mill e compara a hipotética teoria “valor do trabalho agregado à demanda” com as teorias do “valor-trabalho” e “valor-utilidade”. Em outra abordagem esse artigo explora os benefícios da teoria do valor do trabalho agregado à demanda tanto na perspectiva micro quanto macroeconômica e sua potencial contribuição para a criação de um ciclo econômico ascendente.

No geral, este artigo fornece insights sobre uma hipotética teoria econômica inovadora e seu potencial impacto em vários aspectos econômicos, destacando seus benefícios e desvantagens potenciais e sugere direções futuras de pesquisa para uma exploração mais aprofundada do tópico.

Palavras-chave: Teorias econômicas. Valor trabalho. Valor utilidade. Valor do trabalho agregado à demanda. Karl Marx.

ABSTRACT

This article presents a hypothetical economic theory called “value of labor added to demand” and its potential impact on various economic aspects such as inflation, prices, consumption, demand, tax revenue, employment and wages, production, market efficiency, and other economic factors. The theory proposes that employees should be compensated through a percentage of the company’s monthly revenue, which should be proportionally divided among them based on their technical or hierarchical level, with minimum and maximum limits to avoid salary distortions. Additionally, the theory suggests reducing taxes to allow a greater percentage of revenue to be converted into income for employees, ensuring that wages on revenue do not substantially impact consumer prices.

This article also discusses the theories of Adam Smith, David Ricardo, Karl Marx, and John Stuart Mill and compares the hypothetical theory “value of labor added to demand” with the theories of “labor-value” and “utility-value”. In another approach, this article explores the benefits of the value of labor added to demand theory in both micro and macroeconomic perspectives and its potential contribution to creating an upward economic cycle.

Overall, this article provides insights into an innovative hypothetical economic theory and its potential impact on various economic aspects, highlighting its potential benefits and drawbacks, and suggests future research directions for a more in-depth exploration of the topic.

Keywords: Economic theories. Labor value. Utility value. Value of labor added to demand. Karl Marx.

1. INTRODUÇÃO

Desde os primórdios da economia, a questão do valor tem sido objeto de estudo e discussão. As teorias econômicas clássicas, como a teoria do valor-trabalho, elaborada pelos autores Adam Smith, David Ricardo e Karl Marx, e a teoria do valor-utilidade, de John Stuart Mill, tiveram um papel fundamental no desenvolvimento da economia como ciência. Estes autores, com exceção de John Stuart Mill, acreditavam que o valor de um bem ou serviço era determinado pelo trabalho necessário para produzi-lo. Por outro lado, a teoria do valor-utilidade, elaborada por John Stuart Mill, sustentava que o valor de um bem era determinado pela sua utilidade para o consumidor. No entanto, essas teorias necessitam sofrer críticas e questionamentos, especialmente em relação à distribuição de renda e à justiça social que não fazem parte da equação. É nesse contexto que surge a ideia de uma hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” que será explorada neste artigo.

A determinação de salários é um tema de grande importância na economia, pois envolve o equilíbrio entre o custo dos empregados para as empresas e a remuneração justa para os trabalhadores. Atualmente, existem diversas teorias econômicas que procuram explicar o determinante dos salários, incluindo o modelo de mercado de oferta e demanda e capital humano. A teoria econômica do valor-trabalho e valor-utilidade tem sido amplamente discutida ao longo dos anos por diversos autores. Essas teorias buscam entender a forma como os preços são determinados e como a produção e distribuição de riquezas ocorre em uma economia, incluindo a questão salarial. Em contraponto a essas teorias, o desenvolvimento de uma hipotética teoria econômica, que poderia ser denominada como “valor do trabalho agregado à demanda”, poderia trazer uma nova perspectiva sobre como o trabalho pode ser remunerado e fornecer novas formas de determinação de preços. Essa hipotética teoria econômica, como o nome sugere, pressupõe que o trabalho deve ser remunerado proporcionalmente ao faturamento da empresa, que é diretamente relacionado ao consumo e demanda.

A aplicação da teoria “valor do trabalho agregado à demanda” tem o potencial de impactar diversos aspectos econômicos como inflação, preços, consumo, demanda, arrecadação de impostos, empregos, salários, produção, eficiência de mercado, entre outros. Há ainda a possibilidade de que a aplicação desta hipotética teoria econômica possa gerar um ciclo virtuoso na economia, baseada na eficiência e equilíbrio de mercado, com benefícios tanto na microeconomia quanto na macroeconomia.

Essa nova e hipotética teoria econômica tem o potencial de mudar a forma como as empresas remuneram seus funcionários e como os governos lidam com a arrecadação de impostos. Além disso, a teoria “valor do trabalho agregado à demanda” pode ter implicações significativas para a eficiência de mercado, especialmente em setores econômicos como indústria, comércio e serviço, além da influência direta nos resultados da Bolsa de Valores.

Um dos principais e possíveis argumentos a favor dessa teoria “valor do trabalho agregado à demanda” é que ela promove a justiça social e a redistribuição da renda. Segundo essa teoria, quanto mais trabalho é realizado por uma empresa, mais valor é criado e mais renda deve ser distribuída entre os trabalhadores. Dessa forma, a teoria “valor do trabalho agregado à demanda” promove a igualdade de oportunidades e a redução das desigualdades econômicas.

Neste artigo, vamos explorar mais profundamente essa teoria e seus possíveis impactos nos aspectos econômicos mencionados anteriormente, bem como outros aspectos econômicos importantes. No entanto, é importante notar que a implementação de uma hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” pode ser complexa e pode requerer mudanças significativas na cultura das empresas e na política fiscal dos governos.

2. UMA HIPOTÉTICA TEORIA ECONÔMICA CHAMADA “VALOR DO TRABALHO AGREGADO À DEMANDA”

Com base numa hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda”, este artigo tem como objetivo analisar os principais benefícios econômicos e sociais de uma possível implementação de política salarial, baseada nessa teoria, no contexto econômico atual. Para isso, será feita uma revisão sobre as teorias econômicas “valor-trabalho” e “valor-utilidade”, bem como uma análise comparativa entre essas teorias e a hipotética teoria “valor do trabalho agregado à demanda”. Além deste contexto de teorias econômicas, ainda serão discutidos os possíveis impactos dessa teoria nas áreas da microeconomia e macroeconomia.

Essa hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” tem sua estrutura econômica de aplicação baseada nas seguintes características:

a. O trabalho será remunerado através de um percentual do faturamento mensal da empresa;

b. O percentual do faturamento mensal deve ser dividido entre todos os empregados da empresa, proporcionalmente ao nível técnico ou hierárquico;

c. A divisão terá limites máximos e mínimos para evitar grandes distorções salariais entre os empregados da empresa, por exemplo: O maior valor pago à um funcionário não pode ser 10x superior ao menor valor pago a outro funcionário, guardadas as devidas proporções de dias trabalhado, horas extras, etc…, ou seja, o valor pago à um gerente que trabalhou 8h por dia durante 1 mês não pode ser 10x superior ao de um funcionário de chão de fábrica que trabalhou por período idêntico;

d. Valores acima do limite máximo não serão contabilizados no percentual a ser dividido entre os funcionários, desta forma exclui-se remuneração/gratificação de executivos e altos cargos em seus valores que ultrapassem os limites máximos;

e. Será estabelecido um salário mínimo aos empregados, conforme seu nível técnico ou hierárquico, para evitar grandes perdas salariais caso a empresa apresente baixo faturamento.

f. Em caso de baixo faturamento e consequentemente o pagamento do salário mínimo, a diferença entre salário mínimo e percentual do baixo faturamento será descontada nos meses posteriores que apresentarem faturamento elevado;

g. Redução de impostos e fim do efeito cascata para que o percentual do faturamento convertido em renda para os empregados não impacte substancialmente nos preços ao consumidor;

h. Incentivos fiscais do Governo às exportações de forma que os salários indexados ao percentual do faturamento mensal da empresa não impactem negativamente nos preços das exportações, se for o caso.

Com base nessas características pressupõe-se que a hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” pode apresentar os seguintes resultados que serão discutidos durante o desenvolvimento deste artigo:

a. Equilíbrio da inflacionário;

b. Aumento da renda do trabalhador;

c. Aumento do consumo;

d. Aumento da produção;

e. Aumento do número de empregos;

f. Aumento da arrecadação de impostos;

g. Impacto sobre as teorias de trabalho social e salário social.

Com base nessas características e possíveis resultados econômicos descritos, será abordado ao longo deste artigo ideias com o intuito de contextualizar e esclarecer essa hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda”.

Breve histórico da teoria econômica “valor-trabalho”

A teoria econômica valor-trabalho é uma das teorias mais antigas e fundamentais na história da economia. Ela tem suas raízes em obra de economistas como Adam Smith, David Ricardo e Karl Marx. Embora esses autores tenham desenvolvido suas próprias interpretações da teoria, todos eles concordam que o valor de uma mercadoria é determinado pelo trabalho necessário para produzi-la.

ADAM SMITH (1723-1790): Foi um economista escocês do século XVIII, é frequentemente considerado o pai da economia moderna e um dos principais defensores da teoria valor-trabalho. Em sua obra clássica “A Riqueza das Nações”, Smith argumenta que o valor de uma mercadoria é determinado pelo tempo de trabalho que foi gasto em sua produção. Ele observou que diferentes mercadorias requerem diferentes quantidades de trabalho para serem produzidas e, portanto, têm valores diferentes. Smith argumentou que a divisão do trabalho é a chave para aumentar a produtividade e, consequentemente, reduzir o custo de produção de mercadorias.

Importa observar que o valor real dos diversos componentes do preço é medido pela quantidade de trabalho que cada um deles pode comprar ou comandar. O trabalho mede o valor não somente daquela parte do preço que se desdobra em trabalho efetivo, mas também daquela representada pela renda.” (Adam Smith, 1996, p.103).

DAVID RICARDO (1772-1823): Foi um economista inglês do século XIX, desenvolveu ainda mais a teoria do valor-trabalho de Smith em sua obra “Princípios de Economia Política e Tributação”. Ricardo argumentou que o valor de uma mercadoria é determinado pelo trabalho necessário para produzi-la, incluindo o trabalho necessário para produzir as matérias-primas utilizadas na sua produção. Ricardo também observou que o valor das mercadorias pode ser influenciado por mudanças na produtividade do trabalho ou na tecnologia.

“O valor de uma mercadoria, ou a quantidade de qualquer outra pela qual pode ser trocada, depende da quantidade relativa de trabalho necessário para sua produção, e não da maior ou menor remuneração que é paga por esse trabalho.”. (David Ricardo, 1996, p.23).

KARL MARX (1818-1883): Foi um filósofo e economista alemão do século XIX, é talvez o mais conhecido defensor da teoria valor-trabalho. Em sua obra “O Capital”, Marx argumentou que o valor de uma mercadoria é determinado pelo tempo de trabalho socialmente necessário para produzi-la. Ele afirmou que o valor é criado pelo trabalho humano e que o valor de uma mercadoria é medido pelo tempo de trabalho necessário para produzi-la, independentemente do fato de que diferentes trabalhadores podem ter diferentes níveis de habilidade.

De acordo com Marx (2013, p. 366), “O valor de uma mercadoria é, de fato, determinado pela quantidade de trabalho nela contido, mas essa própria quantidade é socialmente determinada. A alteração no tempo de trabalho socialmente necessário para a sua produção”.

Em outro trecho Marx (2013, p. 485) esclarece, “Porém, o valor de uma mercadoria não é determinado apenas pela quantidade de trabalho que lhe confere sua forma última, mas também pela massa de trabalho contida em seus meios de produção”.

Como exemplo da visão de Marx sobre o valor-trabalho, no texto abaixo ele detalha como sobraria apenas o valor do trabalho se nós tirássemos o valor de uso de uma mercadoria, mas também discorre que, se isso fizéssemos, o trabalho também perderia seu valor.

Prescindindo do valor de uso dos corpos das mercadorias, resta nelas uma única propriedade: a de serem produtos do trabalho. Mas mesmo o produto do trabalho já se transformou em nossas mãos. Se abstraímos seu valor de uso, abstraímos também os componentes [Bestandteilen] e formas corpóreas que fazem dele um valor de uso. O produto não é mais uma mesa, uma casa, um fio ou qualquer outra coisa útil. Todas as suas qualidades sensíveis foram apagadas. E também já não é mais o produto do carpinteiro, do pedreiro, do fiandeiro ou de qualquer outro trabalho produtivo determinado. Com o caráter útil dos produtos do trabalho desaparece o caráter útil dos trabalhos neles representados e, portanto, também as diferentes formas concretas desses trabalhos, que não mais se distinguem uns dos outros, sendo todos reduzidos a trabalho humano igual, a trabalho humano abstrato. (MARX, 2013, p.160).

No entanto, Marx também argumentou que o valor de uma mercadoria não é igual ao seu preço de mercado. Ele afirmou que o preço de mercado é determinado pela oferta e demanda, mas que o valor real de uma mercadoria é determinado pelo trabalho que foi gasto em sua produção. Marx também argumentou que o capitalismo é um sistema econômico fundamentalmente desigual, onde os trabalhadores são explorados pelos proprietários dos meios de produção.

Ainda assim, é possível argumentar que a teoria do valor-trabalho é inadequada para explicar a realidade complexa e dinâmica do mercado. Outros fatores, como tecnologia, oferta e demanda, inovação e competição, também desempenham um papel significativo na determinação do valor e dos preços das mercadorias, por exemplo, a tecnologia tem sido um fator cada vez mais importante na produção de bens e serviços, como podemos observas nos dias de hoje com os avanços tecnológicos, e pode reduzir significativamente o tempo necessário para produzir uma mercadoria.

A oferta e a demanda também desempenham um papel importante na determinação dos preços das mercadorias, já que a oferta excessiva pode levar a preços mais baixos e a demanda excessiva pode levar a preços mais altos. Além disso, a inovação e a competição podem influenciar os preços das mercadorias, à medida que novos produtos e serviços entram no mercado e as empresas competem por clientes.

Apesar de mais de 2 séculos, a teoria do valor-trabalho ainda é estudada e discutida pelos economistas de hoje. Muitos acreditam que a teoria fornece uma base importante para o estudo do mercado e da produção, e que ainda tem um papel a desempenhar na compreensão da economia moderna. No entanto, é importante levar em consideração outros fatores, além do trabalho, na determinação dos preços das mercadorias e na compreensão da economia como um todo.

Como podemos concluir, a teoria do valor-trabalho é uma das teorias econômicas mais antigas e influentes na história da economia. Ela argumenta que o valor de uma mercadoria é determinado pelo trabalho necessário para produzi-la. Embora a teoria valor-trabalho tenha mais de 2 séculos, ela continua a ter um papel importante na compreensão da economia moderna e é frequentemente usada para explicar o funcionamento do mercado de trabalho e a formação de preços em diferentes setores da economia.

Breve histórico da teoria econômica “valor-utilidade”

A teoria valor-utilidade, que pode ser classificada como teoria subjetiva do valor, foi desenvolvida pelo economista John Stuart Mill no século XIX. Essa teoria se diferencia da teoria do valor-trabalho, proposta por autores como Adam Smith e Karl Marx, ao argumentar que o valor de uma mercadoria é determinado pela utilidade que ela oferece ao consumidor.

JOHN STUART MILL (1806-1873): Foi um influente economista, filósofo e pensador político do século XIX. Ele é conhecido por suas contribuições à teoria econômica, em particular a teoria do valor-utilidade, que se tornou uma das bases da economia neoclássica. Suas ideias continuam a influenciar o pensamento econômico e político atual.

Segundo Mill, a utilidade é uma medida subjetiva que depende das necessidades, preferências e desejos individuais dos consumidores, que podemos caracterizar como “utilidade”. Em outras palavras, o valor de uma mercadoria é determinado pela capacidade que ela tem de satisfazer as necessidades e os desejos dos consumidores. Essa visão subjetiva do valor permitiu que Mill explicasse a formação de preços no mercado de uma maneira mais complexa e dinâmica do que a teoria do valor-trabalho.

Para Mill (1871, p.482) A utilidade de uma coisa, em Economia Política, significa a capacidade que essa coisa tem de satisfazer a um desejo ou de servir a uma finalidade.

Ora, a proposição de que o consumidor é um juiz competente sobre a mercadoria só pode ser admitida com numerosas reservas e exceções. Ele geralmente é o melhor árbitro (embora mesmo isto não seja verdade em todos os casos) sobre os objetos materiais produzidos para seu uso. Estes se destinam a atender a alguma necessidade física, ou a gratificar algum gosto ou inclinação, e com respeito a esses desejos ou inclinações o único juiz é a pessoa que os sente; ou então, esses objetos materiais são os meios e utensílios específicos de alguma ocupação, para uso das pessoas que a exercem, e nesse caso se pode presumir que tais pessoas são os árbitros a respeito das coisas necessárias em sua própria ocupação habitual. Há, porém, outras coisas cujo valor de maneira alguma pode ser testado pela demanda do mercado: coisas cuja utilidade não consiste em atender a inclinação, nem em servir aos usos diários da vida, e cuja falta é menos sentida exatamente onde a necessidade é maior. (Mill, John Stuart. 1871, p. 1019).

Para John Stuart Mill, a teoria do valor-utilidade era um importante avanço em relação à teoria do valor-trabalho, pois permitia uma explicação mais completa e dinâmica da formação de preços no mercado. Mill reconhecia que a teoria do valor-trabalho ainda era necessária para explicar a distribuição da riqueza na sociedade. Para ele, o trabalho era uma fonte de valor econômico, e a remuneração do trabalho deveria ser justa e proporcional ao seu valor.

De acordo com a teoria do valor-utilidade de Mill, o preço de uma mercadoria é determinado pela interação entre a oferta e a demanda no mercado. Quando uma mercadoria é mais procurada do que oferecida, a demanda é maior do que a oferta, o que faz com que seu preço aumente. Por outro lado, quando uma mercadoria é oferecida em excesso, a oferta é maior do que a demanda, o que faz com que seu preço diminua. Nesse sentido, a teoria do valor-utilidade argumenta que o preço de uma mercadoria é determinado pela avaliação subjetiva dos consumidores sobre a sua utilidade.

No entanto, a teoria do valor-utilidade é criticada com argumentações de que ela não explica adequadamente o papel do trabalho na determinação do valor das mercadorias. Essas críticas argumentam que a utilidade não pode ser medida de forma objetiva e que, portanto, a teoria do valor-trabalho ainda era necessária para explicar a formação de preços no mercado.

É importante ressaltar que a teoria do valor-utilidade não leva em conta a influência das estruturas de poder e das desigualdades sociais na determinação do valor das mercadorias. Em uma sociedade desigual, a capacidade de uma mercadoria de satisfazer as necessidades e os desejos dos consumidores não deve ser a única determinante do seu valor, já que a estrutura social também influenciava as escolhas e as preferências dos consumidores.

Apesar de ser uma teoria econômica do século XIX, a teoria do valor-utilidade permanece como uma importante contribuição para a compreensão da economia de mercado. Ela ajuda a explicar como os preços das mercadorias são formados pela interação entre a oferta e a demanda, e como a busca individual pelo bem-estar pode levar ao equilíbrio de mercado. Além disso, a teoria do valor-utilidade destaca a importância da subjetividade na determinação do valor das mercadorias, reconhecendo a diversidade das preferências e necessidades humanas.

Outro fator a se considerar é que a teoria do valor-utilidade de Mill não nega a importância do trabalho na economia, mas sim destaca a importância da utilidade na determinação do valor das mercadorias. Essa visão mais ampla da economia permite uma compreensão mais completa dos processos econômicos, levando em conta tanto a dimensão subjetiva das preferências e necessidades humanas quanto a dimensão objetiva do trabalho e da produção.

Em suma, a teoria do valor-utilidade de John Stuart Mill representa uma importante contribuição para a compreensão da economia de mercado. Ela destaca a importância da subjetividade na determinação do valor das mercadorias e apresenta uma explicação teórica para formação de preços a partir da interação entre a oferta e a demanda.

A hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda”

A hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” propõe uma nova forma de remuneração dos trabalhadores de uma empresa. Em vez de salários fixos ou variáveis com base em metas individuais ou coletivas, a remuneração seria baseada em um percentual do faturamento mensal da empresa.

Este modelo de remuneração apresenta diversas características importantes. Em primeiro lugar, o percentual do faturamento seria dividido entre todos os empregados da empresa, de forma proporcional ao nível técnico ou hierárquico. Isso significa que funcionários com cargos mais altos receberiam uma porcentagem maior do que aqueles em cargos inferiores, mas ainda assim, o valor seria proporcional. Além disso, a divisão teria limites máximos e mínimos, para evitar grandes distorções salariais entre os empregados. Com explanado e exemplificado anteriormente, o maior valor pago a um funcionário não poderia ser 10 vezes superior ao menor valor pago a outro funcionário, considerando as devidas proporções de dias trabalhados, horas extras, etc. Isso evitaria grandes distorções salariais entre os funcionários da empresa.

Outra característica importante é que valores acima do limite máximo não seriam contabilizados no percentual a ser dividido entre os funcionários. Isso exclui a remuneração e gratificação de executivos e altos cargos em seus valores que ultrapassem os limites máximos, garantindo assim a equidade entre os níveis hierárquicos da empresa sem grandes distorções.

Em tese a teoria prevê que seria estabelecido um salário mínimo aos empregados, de acordo com seu nível técnico ou hierárquico, para evitar grandes perdas salariais caso a empresa apresente baixo faturamento. Outra medida de correção seria que em caso de baixo faturamento e consequentemente o pagamento do salário mínimo, a diferença entre salário mínimo e percentual do baixo faturamento seria descontada nos meses posteriores que apresentarem faturamento elevado, criando assim um equilíbrio financeiro às empresas entre os altos e baixos do mercado, sem que qualquer uma das partes seja prejudicada há longo prazo.

Para evitar impactos substanciais nos preços ao consumidor, o modelo de remuneração proposto por esta hipotética teoria econômica sugere a redução de impostos e o fim do efeito cascata, de forma que o percentual do faturamento convertido em renda para os empregados não impacte os preços dos produtos e serviços da empresa e na inflação.

Apenas numa suposição de valores é possível alegar que percentuais teóricos de 20% a 30% do faturamento de uma empresa, revertidos para remuneração do trabalho, seria demasiadamente elevado, no entanto, nota-se que as empresas brasileiras pagam valores superiores a 30% em impostos, isso sem considerar o efeito cascata, sem que tenham qualquer retorno do governo. Portanto, uma redução de impostos para 10% sobre o preço final do produto, daria margem substancial para que a remuneração dos funcionários sobre o faturamento de uma empresa fosse estabelecida entre valores de 20% a 30%, principalmente se levar em consideração os benefícios que uma remuneração nesse contexto traria para a economia e a sociedade. Esses valores percentuais hipotéticos citados neste parágrafo serão tratados mais adiante.

Em relação a empresas exportadoras, seria necessário, por parte do governo, viabilizar incentivos fiscais. Isso garantiria que os salários indexados ao percentual do faturamento mensal da empresa não impactem negativamente nos preços das exportações, viabilizando os produtos nacionais no exterior, mesmo que o trabalho seja efetivamente bem remunerado.

Esse modelo de remuneração também pode levar a uma maior cooperação e colaboração entre os funcionários, já que todos têm um interesse comum em maximizar o faturamento da empresa. Dessa forma, os trabalhadores podem se sentir mais valorizados e motivados, pois seu esforço individual é diretamente vinculado ao sucesso da empresa como um todo.

No entanto, a implementação da teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” pode apresentar desafios. Um dos principais desafios é como estabelecer os limites máximos e mínimos de remuneração para garantir a justiça salarial entre os funcionários. Outra dificuldade é definir um percentual adequado do faturamento para a remuneração dos funcionários e garantir que não haja impactos negativos nos preços dos produtos e serviços da empresa.

Mais acima no artigo foi citado valores percentuais de 20% a 30%. Esses valores não foram citados aleatoriamente. Em viagem aos EUA, ao frequentar um restaurante, é possível verificar que garçons ficam constrangidos em receber 10% de gorjeta e se sentem satisfeitos pelo seu trabalho ao receberem 20% de gorjeta. Se calcularmos inversamente, os 20% de gorjeta dariam aproximadamente 17% sobre a fatura da mesa, inclui-se a isso outras despesas funcionais e outros empregados e facilmente chegaremos a valores entre 20% e 30% sobre o faturamento. Em outra análise, no Brasil, a mesma classe profissional recebe em geral 10% de gorjeta mais um salário fixo e facilmente pode se identificar que os garçons não conseguem levar uma vida minimamente digna ao contexto da Constituição. Portanto, presume-se que para no setor de serviços os valores percentuais sobre o faturamento deveriam ficar na faixa de 20% a 30% citados anteriormente.

É logico que a implementação deste tipo de remuneração necessitaria de toda uma reformulação das leis trabalhistas, incluindo uma lei própria sobre essa forma de remuneração, pois nos percentuais sobre o faturamento já deveriam estar inclusos todas as despesas trabalhistas, sendo que estas deveriam ser mínimas com o intuito de aumentar a renda do trabalhador e garantir um aumento do dinheiro circulante no país, sem aumentar o valor dos produtos.

Outra questão importante a ser considerada é como lidar com situações em que a empresa enfrenta um baixo faturamento por um longo período de tempo. Nesses casos, pode ser difícil para a empresa garantir o pagamento dos salários mínimos e evitar grandes perdas salariais para os funcionários. Ainda não há uma solução para essas situações, no entanto as empresas no Brasil já enfrentam esses cenários nos dias atuais, principalmente em períodos recessivos.

A implementação dessa teoria econômica pode exigir uma mudança significativa na cultura empresarial e nas relações trabalhistas. As empresas terão que se adaptar a um novo modelo de remuneração, que exige transparência e supostamente pode levar a uma maior participação dos funcionários no processo de tomada de decisão. Por outro lado, essa teoria econômica pode trazer benefícios significativos para a economia como um todo. A remuneração baseada no faturamento da empresa pode incentivar os trabalhadores a aumentar a produtividade e a eficiência, o que pode levar a uma maior competitividade das empresas no mercado global. Além disso, essa hipotética teoria pode ajudar a reduzir a desigualdade salarial, já que todos os funcionários recebem uma parcela justa do faturamento da empresa, independentemente de sua posição hierárquica ou técnica. Por isso, a adoção dessa teoria deve ser considerada pelos formuladores de políticas públicas que buscam promover um ambiente de trabalho mais justo e colaborativo.

Para que essa teoria econômica seja aplicada de forma eficaz, é necessário um ambiente favorável de políticas públicas e uma cultura empresarial mais colaborativa e transparente. As empresas precisam estar dispostas a compartilhar informações e participar de um diálogo aberto com seus funcionários sobre o modelo de remuneração. As políticas públicas devem incentivar a adoção de modelos de remuneração justos e transparentes, bem como a redução dos impostos e burocracias que impedem a adoção de modelos inovadores. Outro fator importante desta teoria é que os próprios funcionários de uma empresa trabalhariam como uma espécie de fiscal, ajudando a evitar a sonegação, fato que viabilizaria a redução de impostos.

É importante ressaltar que a teoria também pode ajudar a reduzir a desigualdade salarial e a promover uma maior justiça social. Em muitas empresas, os altos executivos recebem salários extremamente altos, enquanto os trabalhadores de nível inferior recebem salários muito baixos. Com a teoria “valor do trabalho agregado à demanda” todos os funcionários recebem uma parcela do faturamento da empresa, o que pode ajudar a reduzir as diferenças salariais e a promover um ambiente de trabalho mais equitativo. A aplicação desta teoria pode ajudar a criar uma cultura empresarial mais colaborativa e inclusiva. Ao vincular a remuneração dos funcionários ao sucesso da empresa, todos os funcionários se tornam parte do processo de tomada de decisão e são incentivados a contribuir para o sucesso da empresa. Isso pode levar a uma maior cooperação entre os departamentos e a uma cultura mais forte de trabalho em equipe.

Também é importante reconhecer que a teoria “valor do trabalho agregado à demanda” pode ter algumas desvantagens. Em particular, pode ser difícil determinar o percentual justo do faturamento que deve ser distribuído aos funcionários e também pode haver preocupações sobre a estabilidade financeira dos funcionários em caso de baixo faturamento da empresa, uma vez que sua remuneração seria diretamente afetada, sofrendo altos e baixos.

Outra possível desvantagem da teoria é que ela pode levar a uma maior complexidade administrativa. Para implementar esse modelo de remuneração, as empresas precisariam rastrear cuidadosamente seus dados financeiros e estabelecer sistemas justos para calcular a parcela do faturamento a ser distribuída aos funcionários. Isso pode levar a um aumento da burocracia e dos custos administrativos. Ainda é necessário considerar os diferentes ramos da economia como agricultura, indústria, comércio e serviço e a forma que essa nova política salarial seria implementada em cada um e seus percentuais.

A teoria do valor do trabalho agregado à demanda é uma ideia interessante que tem o potencial de trazer benefícios significativos para os trabalhadores, empresas e economia do país de modo geral. Embora sua implementação possa ser desafiadora, os benefícios potenciais superam os desafios. Por isso, deveria ser considerada como uma opção viável para uma nova política salarial do governo.

É importante mencionar que a distribuição justa do faturamento entre os funcionários pode ajudar a aumentar o poder de compra dos trabalhadores, o que pode levar a um aumento do consumo e, consequentemente, do investimento.

A teoria “valor do trabalho agregado à demanda” não deve ser vista como uma solução única para todos os problemas do mercado de trabalho. Ela pode ser uma ferramenta eficaz, mas deve ser combinada com outras políticas públicas e estratégias para garantir que todos os trabalhadores tenham acesso a empregos e salários justos.

A hipotética teoria “valor do trabalho agregado à demanda” é uma abordagem inovadora que tem o potencial de trazer benefícios significativos para trabalhadores, empresas e economia. Embora sua implementação possa ser desafiadora, os benefícios potenciais justificam a consideração dessa teoria como uma opção viável para o país com a devida aplicação como política salarial de cunho nacional, tornando a medida equitativa para todos. Vale ressaltar que essa hipotética teoria não precisaria atingir a todo mercado econômico, pois atingindo percentuais acima de 60% dos trabalhadores formais, automaticamente forçaria as outras áreas a acompanharem os ganhos salariais para não perder profissionais qualificados.

É importante considerar que a teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” é apenas uma proposta teórica e sua possível implementação necessita de grandes estudos para cada ramo da economia e política, pois fica claro que sua viabilidade técnica dar-se-á somente através de lei sobre questões salariais dentro de uma legislação trabalhista moderna.

Sobre a possível implementação desta hipotética teoria, é possível se pensar e planejar uma implantação gradativa, onde se estabelece um percentual inicial sobre o faturamento e ano após ano vai se aumentando este percentual à medida que vai se reduzindo salários fixos, leis trabalhistas e impostos, de forma a fazer uma implantação gradativa e constante até se chegar a percentuais ideais sobre o faturamento e de redução de impostos, desta forma viabilizando a implantação deste sistema de remuneração mais justo e equilibrado sem impactos econômicos.

Em conclusão, a hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” propõe um modelo de remuneração mais justo e colaborativo, sua implementação deve ser cuidadosamente avaliada e adaptada às características específicas de cada setor econômico. A adoção desse modelo pode exigir uma mudança significativa na cultura empresarial, nas relações trabalhistas e política salarial, mas os benefícios potenciais para os trabalhadores, empresas e economia em geral podem ser substanciais.

Comparativo entre as teorias econômicas “valor-trabalho”, “valor-utilidade” e “valor do trabalho agregado à demanda”

Embora as teorias do valor-trabalho e valor-utilidade tenham sido importantes para o desenvolvimento da economia, principalmente em relação a remuneração do trabalho, a teoria que tem como base o valor do trabalho agregado à demanda propõe uma abordagem mais justa e equilibrada em relação à esta remuneração. Enquanto a teoria do valor-trabalho prioriza de modo geral o tempo de trabalho necessário para produzir um bem ou serviço e a teoria do valor-utilidade foca na utilidade que o bem ou serviço traz ao consumidor, a hipotética teoria “valor do trabalho agregado à demanda” considera ambos os aspectos e propõe uma distribuição mais equitativa da remuneração.

Como podemos observar a hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” apresenta uma abordagem que combina elementos de ambas as teorias, uma vez que valoriza tanto a contribuição do trabalho para a produção de bens e serviços quanto a satisfação que esses bens e serviços proporcionam aos consumidores. Vale ressaltar que a relação direta entre os salários dos empregados e o faturamento da empresa incentiva diretamente a produção e a qualidade dos produtos, o que pode aumentar a utilidade desses produtos para os consumidores.

Ao comparar a hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” com as teorias do “valor-trabalho” e “valor-utilidade”, é possível observar que ela apresenta uma visão mais equilibrada e justa para a remuneração dos trabalhadores. A abordagem da teoria “valor do trabalho agregado à demanda” leva em conta tanto o trabalho necessário para produzir um produto ou serviço e sua utilidade ao consumidor, quanto a contribuição que ele oferece para o sucesso financeiro da empresa e aumento da demanda. Portanto a teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” propõe uma abordagem diferente, baseada no valor que o trabalho agrega à produção de bens e serviços. Essa abordagem considera que o trabalho é um fator importante na determinação do valor de um produto e que o salário deve refletir essa contribuição.

Enquanto a teoria do “valor-trabalho” enfatiza a importância do trabalho individual na determinação do valor, a teoria do “valor do trabalho agregado à demanda” destaca a importância do trabalho coletivo ao mesmo tempo que valoriza a contribuição individual dos empregados para o sucesso da empresa, ao invés de simplesmente quantificar o tempo de trabalho necessário para produzir um bem ou serviço. Isso significa que a remuneração dos empregados está diretamente ligada ao desempenho da empresa, o que pode incentivar o aumento da produção e da qualidade dos produtos e serviços oferecidos.

Já a teoria do “valor-utilidade” defende que o valor de um produto é determinado pela utilidade que ele oferece ao consumidor, em contraponto, a teoria do “valor do trabalho agregado à demanda” propõe que o valor de um produto é quem determina a remuneração do trabalho que foi necessário para produzi-lo. Enquanto a teoria do “valor-utilidade” enfatiza o papel do consumidor na determinação do valor de um produto, a teoria do “valor do trabalho agregado à demanda” coloca o foco na utilidade do produtor e no trabalho necessário para produzir o bem, de certa forma misturando as duas teorias contemporâneas “valor-trabalho” e “valor-utilidade”.

No entanto, a teoria do “valor do trabalho agregado à demanda” pode ser vista como uma extensão da teoria do “valor-utilidade” ou uma junção das duas teorias econômicas. Afinal, o trabalho é necessário para produzir um bem ou serviço que possa ser útil para um consumidor, dessa forma, o valor de um produto pode ser entendido como a combinação da utilidade que ele oferece com o trabalho que foi necessário para produzi-lo.

Ao compararmos a teoria do “valor-trabalho” e a teoria do “valor do trabalho agregado à demanda” observamos que ambas compartilham a ideia de que o trabalho é a fonte do valor econômico, no entanto, a teoria hipotética do “valor do trabalho agregado à demanda” propõe uma divisão mais igualitária dos resultados da produção entre os trabalhadores, ao invés de ser concentrada apenas nas mãos dos proprietários do capital, evitando assim um dos grandes gargalos da economia atual que é a concentração de riquezas.

Dessa forma, a teoria “valor do trabalho agregado à demanda” parte do princípio de que o trabalho humano é a fonte de todo valor econômico e que o valor de um bem ou serviço é resultado tanto do tempo e da energia empregados na sua produção quanto da sua utilidade para a sociedade. Nessa teoria, o trabalho é visto como uma fonte de valor não somente para o indivíduo que o realiza, mas também para toda a sociedade.

Com base em tudo que foi descrito, é possível concluir que a teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” é uma alternativa interessante às teorias clássicas “valor-trabalho” e “valor-utilidade”. Ao remunerar os trabalhadores com base no percentual do faturamento mensal da empresa, a teoria propõe uma forma mais justa e equitativa de distribuição da riqueza gerada pela produção, levando em consideração a contribuição de cada trabalhador, dessa forma, a teoria “valor do trabalho agregado à demanda” pode ser vista como uma alternativa viável e interessante para a construção de uma economia mais justa e equitativa, desde que seja aplicada com critérios bem definidos e em um contexto favorável.

A teoria “valor do trabalho agregado à demanda” apresenta diversos impactos e benefícios em relação às teorias tradicionais do valor-trabalho e do valor-utilidade. A distribuição de renda mais justa proposta pela hipotética teoria pode trazer impactos positivos para a inflação, preços, consumo, demanda, arrecadação de impostos, empregos, produção e eficiência de mercado, além de gerar benefícios na microeconomia e na macroeconomia. Com base nisso, é possível afirmar que a teoria “valor do trabalho agregado à demanda” pode contribuir significativamente para a construção de uma economia mais justa e equilibrada.

A hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” no contexto da Microeconomia

Em relação a microeconomia, que é o estudo do comportamento individual dos agentes econômicos, tais como empresas e consumidores, e de como eles interagem no mercado, essa hipotética teoria “valor do trabalho agregado à demanda” propõe uma mudança na forma como os salários são determinados nas empresas. Tradicionalmente, os salários são definidos a partir da oferta e demanda de trabalho no mercado, com a remuneração sendo definida pela negociação entre empregador e empregado ou pela legislação trabalhista.

Com a hipotética teoria “valor do trabalho agregado à demanda”, a remuneração dos empregados estaria diretamente ligada ao desempenho financeiro da empresa. Isso significa que, em teoria, os empregados teriam um incentivo maior para contribuir para o sucesso da empresa, já que isso resultaria em uma maior remuneração para eles.

Além disso, a teoria propõe limites máximos e mínimos para a remuneração dos empregados, o que poderia ajudar a reduzir as desigualdades salariais dentro das empresas e, consequentemente, a desigualdade econômica na sociedade como um todo.

A teoria também pode gerar incentivos para os trabalhadores aumentarem sua produtividade, uma vez que seu salário estaria diretamente relacionado ao faturamento da empresa. Isso pode levar a um aumento da eficiência e da inovação, contribuindo para o crescimento da economia, desta forma apresentando vantagens significativas para a Microeconomia. Uma das principais é que essa abordagem de remuneração do trabalho incentiva a produtividade e a eficiência dos funcionários, uma vez que os trabalhadores terão uma participação direta no sucesso financeiro da empresa. Isso leva a uma maior motivação dos funcionários para alcançar os objetivos da empresa, melhorando, assim, a produtividade e a qualidade do trabalho.

Outra vantagem da hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” é que ela pode ajudar a reduzir a rotatividade de funcionários, que pode ser custosa para as empresas. Com essa abordagem de remuneração, os trabalhadores têm um senso de responsabilidade e comprometimento maior com a empresa, pois sabem que seus salários serão diretamente afetados pelo sucesso ou fracasso da organização.

De acordo com Furtado (1961), uma distribuição desigual da renda é a fonte de desigualdades no consumo e, portanto, de desigualdades no acesso à educação, saúde e lazer. Por outro lado, uma distribuição de renda mais igualitária pode levar a uma maior demanda por serviços de educação, saúde e lazer, bem como por bens e serviços produzidos pela economia, o que pode estimular o crescimento econômico. Portanto, uma política que visa reduzir a desigualdade de renda pode ser um fator importante no processo de desenvolvimento econômico.

A partir disso, pode-se inferir que a aplicação da teoria “valor do trabalho agregado à demanda” pode trazer benefícios como a redução da pobreza e da desigualdade social, o que pode ter reflexos positivos para a microeconomia

Ainda podemos ressaltar que a hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” está relacionada a vários princípios da microeconomia, tais como:

a. Teoria da produção: A teoria da produção se preocupa com a forma como as empresas combinam os insumos para produzir bens e serviços. Nesta teoria, o trabalho é considerado um insumo importante na produção de bens e serviços. A hipotética teoria “valor do trabalho agregado à demanda” estabelece que o trabalho deve ser remunerado de acordo com o faturamento da empresa, o que significa que a remuneração dos trabalhadores está diretamente ligada à produção da empresa.

b. Teoria dos custos de produção: A teoria dos custos de produção se concentra nos custos incorridos pelas empresas na produção de bens e serviços. A hipotética teoria “valor do trabalho agregado à demanda” estabelece que os custos com o trabalho serão calculados com base em um percentual do faturamento, o que significa que os custos com o trabalho estarão diretamente ligados ao desempenho da empresa.

c. Teoria do mercado de trabalho: A teoria do mercado de trabalho se concentra nas interações entre os trabalhadores e as empresas. Nesta teoria, a remuneração dos trabalhadores é determinada pela oferta e demanda de trabalho. Na hipotética teoria “valor do trabalho agregado à demanda”, a remuneração dos trabalhadores é diretamente vinculada à demanda dos produtos e serviços da empresa, o que pode influenciar a oferta e demanda de trabalho.

d. Teoria dos preços: A teoria dos preços se concentra na forma como os preços são determinados no mercado. Na hipotética teoria “valor do trabalho agregado à demanda”, a remuneração dos trabalhadores é calculada com base no faturamento da empresa, o que significa que os preços dos produtos e serviços podem influenciar diretamente a remuneração dos trabalhadores.

Como podemos observar, a hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” está diretamente relacionada a vários princípios da microeconomia e pode ter efeitos significativos sobre ela, afetando vários aspectos do funcionamento das empresas, economia e do mercado em geral.

A hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” no contexto da Macroeconomia

No contexto Macroeconômico, a hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” tem implicações importantes. Uma das principais implicações é a correlação direta entre preços, faturamento e salários, o que pode levar a um equilíbrio inflacionário. Com a indexação dos salários ao faturamento, os trabalhadores terão mais renda disponível para consumo, o que pode aumentar a demanda por bens e serviços. Com o aumento da demanda e consequentemente da produção, a hipotética teoria pode levar a um aumento do emprego e da renda, além de um aumento na arrecadação de impostos. O aumento da produção pode resultar em uma maior eficiência na economia e na melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores.

Outra implicação importante dessa hipotética teoria é a possibilidade de aumento do consumo e da demanda. Com uma maior renda disponível, os trabalhadores podem consumir mais bens e serviços, o que pode estimular a produção e, consequentemente, aumentar a oferta de empregos. O aumento da oferta de empregos, por sua vez, pode estimular ainda mais o consumo e a demanda, criando um círculo virtuoso para a economia.

Desta forma, a hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” tem como objetivo principal equilibrar a remuneração do trabalho com o desempenho da empresa. Isso se baseia em princípios econômicos da macroeconomia, que estudam as variáveis agregadas que influenciam a economia em geral. Alguns desses princípios afetados pela hipotética teoria incluem:

a. Produto interno bruto (PIB): A teoria busca aumentar o faturamento das empresas, o que pode levar a um aumento do PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos em um país em um determinado período. O aumento do PIB pode indicar um crescimento econômico e uma melhora no bem-estar da população.

b. Inflação: A teoria procura equilibrar a remuneração dos trabalhadores com o desempenho da empresa, o que pode ajudar a manter a inflação sob controle. Se os salários aumentam em proporção ao faturamento da empresa e o consumo, isso pode evitar um aumento excessivo dos preços dos produtos, que poderia levar a uma alta da inflação.

c. Emprego: A teoria busca aumentar o número de empregos, o que pode ajudar a reduzir o desemprego e aumentar a renda disponível dos trabalhadores. Isso pode levar a um aumento do consumo e da demanda agregada na economia.

d. Política fiscal: A teoria propõe incentivos fiscais, como redução de impostos, para possibilitar as empresas a adotarem esse modelo de remuneração. Isso pode ajudar a estimular a produção e o emprego, além de aumentar a arrecadação de impostos no longo prazo devido ao aumento de emprego, renda e consumo.

e. Política monetária: A teoria também pode ter implicações para a política monetária, que busca controlar a inflação e a oferta de moeda na economia. Se a demanda e a produção aumentarem devido ao aumento do faturamento e da remuneração dos trabalhadores, isso pode levar a um aumento do valor da moeda e pode levar o Banco Central a adotar outras medidas econômicas para alavancar a economia, como baixar as taxas de juros.

f. Oferta e demanda: A teoria também está baseada nos princípios da oferta e da demanda, que são fundamentais na macroeconomia. Ao adotar um modelo de remuneração baseado no faturamento da empresa, a teoria busca aumentar a oferta de trabalho e reduzir a demanda por mão-de-obra, o que pode levar a uma diminuição dos salários no curto prazo. No entanto, se a produção e o faturamento da empresa aumentarem, isso pode levar a uma maior demanda por mão-de-obra, o que pode levar a um aumento dos salários no longo prazo.

g. Crescimento econômico: A hipotética teoria econômica também busca promover o crescimento econômico de forma sustentável, através do aumento da produtividade e da eficiência das empresas. Isso pode ser alcançado por meio do incentivo à inovação tecnológica e do aumento da competitividade das empresas, o que pode levar a um aumento da eficiência e do valor agregado dos produtos.

h. Distribuição de renda: A teoria também busca promover uma distribuição mais justa da renda, através da remuneração proporcional ao desempenho da empresa. Isso pode ajudar a reduzir as desigualdades econômicas e sociais, e contribuir para um desenvolvimento mais equilibrado e sustentável da economia.

Como podemos observar, a hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” está baseada em diversos princípios econômicos da macroeconomia, que buscam equilibrar a remuneração do trabalho com o desempenho da empresa, promover o crescimento econômico sustentável, aumentar o emprego e a renda, controlar a inflação e distribuir de forma mais justa a renda na sociedade.

A hipotética teoria “valor do trabalho agregado à demanda” e o equilíbrio inflacionário.

O equilíbrio da inflação ocorre quando os preços dos bens e serviços em uma economia estão estáveis e não apresentam uma tendência de aumento ou queda significativa no curto prazo. A inflação é medida pelo aumento contínuo dos preços dos bens e serviços em uma economia, o que pode prejudicar o poder de compra da população e desestabilizar a economia.

Diversos fatores podem influenciar a inflação, como a demanda por bens e serviços, a oferta de moeda, a taxa de juros, entre outros. No caso da hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda”, o equilíbrio da inflação seria alcançado por meio da correlação direta entre preços, faturamento e salários, o que significa que os salários dos trabalhadores seriam vinculados ao faturamento das empresas e, portanto, não haveria uma pressão inflacionária decorrente de aumentos salariais desproporcionais em relação ao desempenho das empresas.

Dessa forma, espera-se que a hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” possa contribuir para manter a inflação em níveis baixos e estáveis, o que seria benéfico para a economia como um todo. No entanto, é importante ressaltar que a inflação é um fenômeno complexo e que depende de diversos fatores, sendo necessárias outras políticas econômicas para manter a inflação sob controle, como o controle da oferta monetária, o controle de preços e o ajuste de taxas de juros. Mas vale ressaltar que a indexação dos salários ao faturamento da empresa cria um sistema de atualização constante da renda dos trabalhadores com a inflação, realidade não alcançada atualmente.

Na hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda”, espera-se que o aumento da renda do trabalhador e do consumo e demanda sejam acompanhados por um aumento na produção, de forma que a oferta acompanhe o crescimento da demanda, mantendo os preços estáveis. Com um aumento da produção, também há uma expectativa de aumento do número de empregos, o que pode gerar um ciclo de crescimento econômico.

A implementação da hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” apresenta outras características para a estabilização da inflação. Como os salários dos trabalhadores seriam indexados ao faturamento das empresas, e o aumento da produção e da demanda seria acompanhado pelo aumento da renda dos trabalhadores, haveria, desta forma, uma correlação direta entre preços, faturamento e salários e também a correlação de consumo, produção e demanda, o que poderia levar a um equilíbrio inflacionário.

A hipotética teoria “valor do trabalho agregado à demanda” e o aumento da renda do trabalhador

A aplicação da teoria “valor do trabalho agregado à demanda” poderia levar a um aumento da renda do trabalhador, já que sua remuneração seria diretamente relacionada ao desempenho da empresa em que trabalha. Quando a empresa apresentasse um bom desempenho e alto faturamento, os funcionários receberiam uma remuneração mais elevada. Por outro lado, se a empresa apresentasse um desempenho inferior, a remuneração dos trabalhadores seria reduzida, mas não abaixo do estabelecido como salário mínimo. Com uma renda mais elevada e garantias de uma renda mínima, os trabalhadores teriam maior poder de compra e poderiam consumir mais, o que poderia levar a um aumento da demanda e da produção, criando um ciclo ascendente para a economia. Os trabalhadores também poderiam investir em sua educação e formação profissional, o que poderia levar a um aumento da produtividade e competitividade das empresas.

O aumento da renda provocaria uma redução na desigualdade social e na pobreza, melhorando a qualidade de vida das pessoas. Além disso, com o aumento do consumo e da demanda, as empresas poderiam aumentar sua produção e, consequentemente, criar mais empregos para atender à demanda crescente, com consequente aumento na renda dos trabalhadores, estabelecendo um ciclo de autoalimentação. Outro impacto positivo seria a redução da desigualdade social, já que a teoria prevê limites máximos e mínimos para evitar grandes distorções salariais entre os empregados da empresa, o que pode levar a uma maior equidade salarial.

Um desafio para a implementação desta hipotética teoria seria garantir a sustentabilidade financeira das empresas e a estabilidade do mercado de trabalho. Se as empresas estiverem sujeitas a variações drásticas no faturamento, os trabalhadores também poderiam experimentar flutuações significativas em sua remuneração, o que pode afetar sua capacidade de planejar suas finanças pessoais e sua segurança financeira a longo prazo, portanto, uma aplicação de tal teoria deve vir com metas, políticas públicas e econômicas estáveis e bem planejadas, que teoricamente seriam atingidas com uma implantação gradativa e constante da hipotética teoria. 

Conclui-se que se implementada de maneira cuidadosa e com políticas complementares adequadas, a hipotética teoria “valor do trabalho agregado à demanda” poderia levar a um sistema mais justo e equilibrado de remuneração do trabalho, aumentando a renda dos trabalhadores e gerando benefícios para a economia como um todo.

A hipotética teoria “valor do trabalho agregado à demanda” e o aumento do consumo e demanda

A aplicação da hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” pode levar a um aumento do consumo e da demanda, uma vez que a distribuição proporcional do faturamento mensal da empresa entre todos os empregados pode resultar em um aumento na renda dos trabalhadores. Com mais dinheiro em mãos, esses trabalhadores podem consumir mais bens e serviços, o que pode aumentar a demanda agregada na economia e consequentemente o consumo.

O aumento do consumo e da demanda pode estimular a produção e a criação de novos empregos, uma vez que as empresas precisarão aumentar sua produção para atender à demanda crescente. Com mais empregos e renda disponível, o ciclo de consumo e produção pode se retroalimentar, gerando um ciclo crescente na economia.

Outro fator que pode contribuir para o aumento da demanda é o estabelecimento de um salário mínimo aos empregados, o que pode evitar grandes perdas salariais em caso de baixo faturamento da empresa. Isso pode estimular o consumo em períodos de crise econômica ou recessão e, assim, ajudar a manter a demanda agregada, possibilitando uma rápida recuperação da economia nesses casos.

Por fim, é importante destacar que o aumento do consumo e da demanda pode gerar resultados positivos para a economia, como o aumento da produção, a criação de empregos e o aumento da arrecadação de impostos.

A hipotética teoria “valor do trabalho agregado à demanda” e o aumento da produção

A aplicação da teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” pode incentivar o aumento da produção por meio do estabelecimento de uma relação direta entre o faturamento da empresa e a remuneração dos trabalhadores. Isso pode motivar os trabalhadores a serem mais produtivos e eficientes, uma vez que o aumento do faturamento da empresa leva diretamente ao aumento da remuneração dos trabalhadores.

O aumento da produção pode ter vários efeitos positivos na economia. Em primeiro lugar, pode levar ao aumento do número de empregos, uma vez que a produção de mais bens e serviços pode exigir a contratação de mais trabalhadores. Além disso, o aumento da produção pode levar ao aumento da oferta de bens e serviços, o que pode contribuir para a redução dos preços e para o aumento da concorrência no mercado.

O aumento da produção também pode contribuir para o aumento da renda dos trabalhadores, uma vez que pode haver um aumento na demanda por trabalhadores mais qualificados e especializados. Isso pode levar ao aumento da demanda por educação e capacitação profissional, o que pode ter efeitos positivos a longo prazo na economia.

Além disso, o aumento da produção pode contribuir para o aumento da arrecadação de impostos, uma vez que a produção de mais bens e serviços pode levar ao aumento da atividade econômica e, consequentemente, à maior arrecadação de impostos.

Outro ponto a ser considerado é a distribuição justa da riqueza gerada pela produção. A teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” busca estabelecer uma relação mais justa entre o faturamento da empresa e a remuneração dos trabalhadores, evitando grandes distorções salariais e garantindo um salário mínimo aos trabalhadores em caso de baixo faturamento da empresa. Isso pode contribuir para a redução das desigualdades sociais e para o aumento da estabilidade social e política.

Outro possível resultado da aplicação da teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” é o aumento da competitividade das empresas no mercado internacional. Isso ocorre porque a remuneração dos trabalhadores está diretamente ligada ao faturamento da empresa, o que pode incentivar a melhoria da eficiência e da produtividade dos trabalhadores. Além disso, a redução dos impostos e incentivos fiscais para as exportações podem contribuir para a redução dos custos de produção e para o aumento da competitividade das empresas no mercado internacional.

Portanto, a aplicação da teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” pode contribuir para o aumento da produção de forma sustentável e justa, com efeitos positivos na renda, emprego, consumo, arrecadação de impostos e estabilidade social e política. No entanto, é necessário considerar as particularidades de cada contexto econômico e buscar um equilíbrio entre os diferentes objetivos e interesses envolvidos.

A hipotética teoria “valor do trabalho agregado à demanda” e a geração e aumento do número de empregos

A aplicação da teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” pode ter um impacto significativo no aumento do número de empregos. Isso ocorre porque, ao indexar o salário dos funcionários ao faturamento da empresa, há um incentivo para que a empresa cresça e aumente sua produção para gerar mais receita e, consequentemente, mais renda para seus funcionários. Além disso, a criação de limites máximos e mínimos para a remuneração dos funcionários ajuda a evitar grandes distorções salariais, o que pode aumentar a motivação e a satisfação dos trabalhadores, melhorando a produtividade e desempenho do trabalho.

Com o aumento do número de empregos, haverá um aumento na renda disponível da população e, consequentemente, um aumento no consumo e na demanda por bens e serviços. Esse aumento na demanda pode levar a um aumento na produção, na arrecadação de impostos e no crescimento econômico como um todo.

No entanto, é importante lembrar que a aplicação dessa teoria requer uma estrutura regulatória clara, ampla e bem definida para garantir que a remuneração dos funcionários seja justa e equilibrada, e que não haja um impacto negativo nos preços ao consumidor ou nas exportações da empresa. Além disso, é preciso avaliar cuidadosamente a aplicabilidade da teoria em diferentes setores da economia, levando em consideração as particularidades de cada setor e seus impactos no mercado, principalmente nas áreas de agricultura, indústria, comércio e serviço.

Outra questão importante a ser considerada é a sustentabilidade financeira da empresa. Embora a indexação do salário dos funcionários ao faturamento possa incentivar o crescimento e a produção, é importante garantir que a empresa tenha uma margem de lucro saudável e que possa se manter financeiramente viável no longo prazo. Caso contrário, a empresa pode enfrentar dificuldades financeiras e ter que reduzir o número de empregos ou até mesmo fechar as portas, por isso é importante uma redução drástica nos impostos sobre o consumo.

Hoje o brasileiro paga altos impostos sobre a renda, que consequentemente diminui seu já baixo poder de compra e, na contramão do bom senso, o brasileiro enfrenta uma alta carga tributária sobre o consumo, que com o efeito cascata, nas várias etapas de comércio e produção, chega ao consumidor final com valores superiores a 40% em muitos casos, deteriorando a capacidade de compra do trabalhador, o consumo e consequentemente a geração e aumento do número de empregos. Só um país deveras desorganizado tributaria pesadamente renda e consumo, tirando de seu povo o poder de compra com a alta tributação na renda e encarecendo os produtos com a alta tributação do consumo.

Portanto a aplicação dessa teoria econômica não é a única solução para os problemas econômicos e sociais. É preciso considerar outras medidas políticas e econômicas para promover um desenvolvimento econômico e social justo e sustentável, principalmente no que tange a questão tributária.

A hipotética teoria “valor do trabalho agregado à demanda” e a arrecadação de impostos

A aplicação da teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” pode levar a um aumento significativo da arrecadação de impostos. Isso ocorre porque a teoria propõe uma distribuição justa do faturamento entre os trabalhadores da empresa, o que aumenta a renda e o poder de compra da população. Com um aumento da renda, há uma elevação da demanda e do consumo de bens e serviços, o que, por sua vez, impulsiona a produção e gera mais empregos. Com mais pessoas empregadas e consumindo, a arrecadação de impostos também aumenta, tanto pela tributação sobre a renda como pela tributação sobre o consumo, desde que baixas e equilibradas.

A teoria ainda propõe incentivos fiscais para as exportações e o fim do efeito cascata dos impostos, o que pode melhorar a competitividade das empresas no mercado global e aumentar as exportações do país. Com mais empresas exportando, há um aumento da produção, empregos e arrecadação de impostos.

Vale ressaltar que a aplicação dessa hipotética teoria só seria viável se a os impostos fossem extremamente baixos para o consumo, talvez algo abaixo de 10% no preço final, considerando toda a cadeia produtiva, de forma a não impactar nos preços e consequentemente no poder de compra.

Isso demonstra que a aplicação da teoria “valor do trabalho agregado à demanda” pode trazer resultados positivos para a economia, desde que aplicada de forma responsável e com políticas públicas adequadas.

A hipotética teoria “valor do trabalho agregado à demanda” e o equilíbrio financeiro e eficiência de mercado

A hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” também pode contribuir para o equilíbrio financeiro de uma empresa e para a eficiência de mercado. Ao estabelecer uma relação direta entre os salários dos empregados e o faturamento da empresa, a teoria incentiva a produção e a melhoria da qualidade dos produtos e serviços oferecidos pela empresa. Isso porque, quanto maior o faturamento, maiores serão os salários dos empregados, o que pode gerar um maior comprometimento dos empregados com o futuro da empresa num ciclo virtuoso de crescimento. A maior renda dos empregados, consequência do maior faturamento das empresas, agregará ao consumidor um maior poder de compra, acarretando maior consumo e, consequentemente, mais faturamento, emprego e renda, tornando-se um ciclo fechado que imita a eficiência do mercado financeiro.

Além disso, essa hipotética teoria contribui para a eficiência das empresas, uma vez que incentiva a empresa a alocar seus recursos de forma eficiente para maximizar sua produtividade. Ao estabelecer uma relação entre os salários e o faturamento, a teoria ajuda a empresa a determinar o nível de remuneração adequado para cada funcionário de acordo com sua contribuição para a empresa. Isso pode incentivar a empresa a investir em treinamento e capacitação dos funcionários, a fim de aumentar sua produtividade e, consequentemente, seus salários.

A hipotética teoria “valor do trabalho agregado à demanda” e o trabalho social e salário social

A hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” pode gerar efeitos ambivalentes sobre a necessidade e eficácia do trabalho social e salário social, dependendo do contexto econômico e empresarial a qual for aplicada.

Essas duas teorias, trabalho social e salário social, tem sido discutida como possível solução para os adventos tecnológico e o desemprego que as novas tecnologias causarão.

No passado a automação da agricultura e indústria migraram a mão de obra para o comércio e serviço, hoje vemos a automação tomar conta do comércio e serviço, sem que o trabalho humano tenha para onde migrar, principalmente para os trabalhadores com menor grau de instrução.

Hoje vemos, ainda em fase de testes, loja, mercados e até lanchonetes 100% automatizados, sem a necessidade de funcionários ou trabalhadores, com resultados impressionantes. Uma abordagem de remuneração indexada ao faturamento eliminaria em parte esse potencial problema que vem crescendo juntamente com o advento das novas tecnologias, pois as empresas teriam que repensar suas estruturas para agregar a ela o trabalho humano permanentemente, dissolvendo dinamicamente a possível crise de empregos que nos assola num futuro próximo e a necessidade de se estabelecer o trabalho social e salário social em grande escala.

Com o percentual fixo do faturamento destinado ao trabalho as empresas repensariam seus investimentos em automação e profissionalização de seus empregados, tendo como escolhas manter poucos funcionários com grandes ganhos e uma estrutura completamente automatizada ou uma estrutura mais equilibrada entre trabalhadores e máquinas. Nos dois casos a economia teria benefícios e evitaria a proliferação desacerbada de empresas completamente automatizadas que visam apenas o lucro e não contribuem em nada para a sociedade em geral.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como vimos, a teoria “valor do trabalho agregado à demanda” é uma hipotética teoria que procura explicar o determinante dos salários com base no faturamento da empresa e na garantia de um salário-mínimo em caso de faturamento baixo. Essa teoria se diferencia das outras teorias econômicas consolidadas, pois leva em consideração aspectos além da produtividade dos trabalhadores e do investimento em capital humano e investimentos financeiro e materiais na produção ou fornecimento de serviços.

Ao longo deste artigo, apresentamos a hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda”, que se baseia na ideia de que o trabalho é a principal fonte de valor em uma economia. Para isso, foi analisado a proposição de uma remuneração dos empregados baseada em um percentual do faturamento mensal da empresa, dividido proporcionalmente entre eles de acordo com seu nível técnico ou hierárquico.

Ao compararmos esta teoria com outras teorias econômicas tradicionais, como a teoria do valor-trabalho e a teoria do valor-utilidade, pudemos observar que a teoria “valor do trabalho agregado à demanda” tem como vantagem a possibilidade de evitar grandes distorções salariais e incentivar a produtividade do trabalho. Muito além disso, a aplicação desta teoria pode gerar benefícios tanto na microeconomia quanto na macroeconomia, através do aumento do poder de compra e fortalecimento econômico de grande parte da população.

Também discutimos sobre os possíveis impactos desta teoria em aspectos econômicos como inflação, preços, consumo, demanda, arrecadação de impostos, empregos e salários, produção e eficiência de mercado. É importante destacar que a implementação desta teoria exige cuidado para evitar impactos negativos, como o aumento excessivo dos preços ao consumidor ou a queda na arrecadação de impostos.

Abordamos na contextualização deste artigo um possível ciclo virtuoso que pode ser gerado a partir da aplicação de uma teoria econômica baseada no valor do trabalho agregado à demanda e consumo, com consequências positivas para a economia em geral. Embora essa teoria ainda seja hipotética e não tenha sido aplicada na prática, ela apresenta potencial para gerar benefícios econômicos significativos, como o estímulo ao emprego, aumento da produção e eficiência de mercado.

Em geral, conclui-se com a leitura deste artigo que a teoria “valor do trabalho agregado à demanda” é uma proposta interessante para ser explorada e discutida no campo da economia, principalmente acadêmico, mas que é preciso estudar seus possíveis impactos e limitações antes de sua aplicação prática. Em suma, a discussão e o debate sobre novas propostas teóricas são importantes para aprimorar a compreensão dos processos econômicos e promover soluções mais eficientes e justas para os desafios enfrentados pela sociedade.

É importante destacar que uma hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” apresenta um modelo inovador e desafiador para a estrutura atual do mercado de trabalho e para a distribuição de renda. Embora existam muitos desafios e obstáculos a serem enfrentados na implementação desta teoria, é necessário que se abra espaço para o debate e para o desenvolvimento de soluções mais justas e equitativas para a sociedade. Podemos afirmar ainda que a aplicação dessa teoria também apresenta alguns desafios, como a necessidade de adequação às características específicas de cada setor econômico, a garantia de uma distribuição justa e equitativa dos ganhos de produtividade, e a necessidade de um ambiente de negócios favorável e competitivo.

Com isso, concluímos que a hipotética teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” representa uma nova forma de pensar a relação entre trabalho, produção e distribuição de riqueza, trazendo consigo a possibilidade de um ciclo virtuoso para a economia, que pode contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e equilibrada. Porém, para que esta teoria possa ser aplicada com sucesso, é fundamental que sejam realizados estudos aprofundados e cuidadosos, além de um amplo debate com todos os atores envolvidos, buscando encontrar um equilíbrio. Comparando-a com outras teorias, como a teoria do valor-trabalho e a teoria do valor-utilidade, vimos que essa abordagem pode contribuir para uma economia mais justa e equitativa, aumentando a demanda interna, estimulando a produtividade, reduzindo a desigualdade social e atraindo investimentos.

Diante do exposto neste artigo, podemos concluir que a teoria econômica “valor do trabalho agregado à demanda” apresenta uma abordagem inovadora e promissora para lidar com os desafios econômicos atuais. Ao contrário das teorias tradicionais de valor-utilidade e valor-trabalho, que se concentram no papel dos preços e das preferências dos consumidores, a teoria “valor do trabalho agregado à demanda” destaca a importância do trabalho como principal fator de produção e de geração de valor. Dessa forma, a teoria “valor do trabalho agregado à demanda” se apresenta como uma possível alternativa viável e promissora para a promoção do desenvolvimento econômico sustentável, baseado na valorização do trabalho e na melhoria das condições de vida dos trabalhadores e da sociedade em geral.

Embora haja críticas e limitações para essa teoria, ela pode ser uma ferramenta valiosa para alcançar uma economia mais justa e equilibrada, promovendo o aumento da demanda interna, estimulando a produtividade, reduzindo a desigualdade social, atraindo investimentos e criando empregos de qualidade, impulsionando o crescimento econômico e melhorando a qualidade de vida das pessoas.

Ademais, é importante que a teoria do “valor do trabalho agregado à demanda” seja debatida e discutida em diferentes esferas, como a política, a academia e a sociedade em geral, para que possamos entender melhor seus potenciais benefícios e desafios e aprimorá-la em busca de uma economia mais justa e sustentável.

É importante ressaltar que a valorização do trabalho não deve ser vista apenas como uma questão econômica, mas também como uma questão social e ética. É preciso reconhecer o valor e a dignidade do trabalho humano, independentemente do setor ou ocupação, e garantir condições justas e adequadas para os trabalhadores em todos os níveis da economia. A promoção de políticas públicas e empresariais que valorizem o trabalho pode contribuir para a construção de uma sociedade justa e equilibrada.

Espera-se que este artigo científico tenha contribuído para a compreensão da teoria do “valor do trabalho agregado à demanda” e de sua aplicabilidade em diferentes contextos econômicos, bem como para o debate sobre o papel da distribuição da renda na construção de uma sociedade mais justa e próspera.

Por fim, a teoria do valor do trabalho agregado à demanda apresenta um desafio para a economia tradicional, que muitas vezes se concentra em maximizar o lucro das empresas em detrimento dos interesses dos trabalhadores e da sociedade como um todo. É preciso repensar a forma como as empresas são geridas e a forma como os trabalhadores são remunerados, para que se possa construir uma economia mais justa e equilibrada, que promova o bem-estar e o desenvolvimento humano. Apesar de apresentar desafios para sua implementação, a adoção dessa abordagem pode gerar uma série de benefícios significativos e contribuir para o bem-estar social e econômico da sociedade como um todo.

3. AUTORES CITADOS:

Adam Smith (1723-1790) economista e filósofo escocês do século XVIII, considerado um dos fundadores da economia moderna. É conhecido por sua obra “A Riqueza das Nações”, na qual discute sobre a divisão do trabalho, a teoria do valor-trabalho e a economia de mercado.

David Ricardo (1772-1823) economista britânico do século XIX, conhecido por suas teorias sobre o comércio internacional, a lei dos rendimentos decrescentes e a teoria do valor-trabalho.

Karl Marx (1818-1883) filósofo e economista alemão do século XIX, conhecido por sua crítica ao capitalismo e por sua teoria da luta de classes. Em sua obra “O Capital”, discute sobre a teoria do valor-trabalho e a exploração dos trabalhadores no sistema capitalista.

John Stuart Mill (1806-1873) filósofo e economista britânico do século XIX, conhecido por suas contribuições em áreas como ética, política e economia. Em sua obra “Princípios de Economia Política”. (1848), discute sobre a teoria do valor-utilidade e a influência das preferências e necessidades dos consumidores na determinação do valor de um bem ou serviço.

Celso Furtado (1920-2004) foi um economista, intelectual e político brasileiro que teve grande influência na discussão sobre desenvolvimento econômico e social no Brasil e em outros países, além de uma carreira política ativa. Furtado é reconhecido por sua análise crítica do subdesenvolvimento econômico, por sua defesa da importância do planejamento econômico e pela busca de soluções para a redução das desigualdades sociais e econômicas. Entre suas principais obras estão “Formação Econômica do Brasil” (1959), “Desenvolvimento e Subdesenvolvimento” (1961) e “O Longo Amanhecer” (1999).

4. REFERÊNCIAS

SMITH, Adam. A Riqueza das Nações: Investigação sobre sua natureza e suas causas. São Paulo: Equipe Le Livros, 7ª ed. 1871. Livro Terceiro: As Trocas, Capítulo I: O Valor, Parágrafo 2.

SMITH, Adam. A Riqueza das Nações: Investigação sobre sua natureza e suas causas. São Paulo: Equipe Le Livros, 7ª ed. 1871. Livro Quinto: A Influência Do Governo, Capítulo X: Os Fundamentos e os Limites do Princípio do “Laisser-Faire” ou da Não-Interferência, Parágrafo 8.

RICARDO, David. Princípios de Economia Política e Tributação. Coleção Os Economistas. Tradução de Paulo Henrique Ribeiro Sandroni. São Paulo: Nova Cultural. 1996. Capítulo I: Sobre o Valor.

MARX, Karl. O Capital: Crítica da economia política. Tradução de Rubens Enderle. 16ª. ed. Boitempo, 2013.

MILL, John Stuart. Princípios de Economia Política: Com algumas de suas aplicações à filosofia social. Tradução de Luiz João Baraúna. São Paulo: Nova Cultural. 1996.

FURTADO, Celso. Desenvolvimento e subdesenvolvimento. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961.

MOCHON, Francisco. Principios e economia. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2006.

TEBCHIRANI Flávio Ribas. Princípio de economia Micro e Macro. 3ª Ed. Curitiba, IBPEX-DIALOGICA, 2011.


1Bacharel em Engenharia Civil pela Universidade Luterana – ULBRA – Câmpus de Palmas/TO