REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7798387
Daniel Antonio Almeida Menezes1
Iago Santos Aguiar2
Isaias da Silva Rosa3
Rosana Lucas de Souza Carvalho4
Resumo
O presente trabalho tem o objetivo de analisar a cadeia de valor utilizando a teoria das vantagens competitivas de Porter. Para isso foi realizado um estudo bibliográfico sobre a cadeia de valor dos serviços de saúde, a teoria da competitividade de Porter sendo acompanhado pelas definições de Sachs da sustentabilidade como forma de avaliar a competitividade do setor. Após o levantamento bibliográfico foi trazido os resultados, sendo apresentada a cadeia de valor proposta por PEDROSO e MALIK, 2015, bem como o desdobramento dos quatro principais fluxos para a cadeia de valor de saúde. Após analisar os dados detalhados no artigo de Pedroso Malik verifica-se que dos quatro fluxos propostos pelo autor dois deles são pontos importantes para serem usados como alavancagem da cadeia de valor de saúde.
Palavras-chave: Desenvolvimento Regional. Cadeia de Valor. Alavancagem.
Abstract
This work aims to analyze the value chain using Porter’s theory of competitive advantages. For this, a bibliographical study was carried out on the value chain of health services, Porter’s theory of competitiveness accompanied by Sachs’ definitions of sustainability as a way of evaluating the sector’s competitiveness. After the bibliographic survey, the results were presented, presenting the value chain proposed by PEDROSO and MALIK, 2015, as well as the breakdown of the four main flows for the health value chain. After analyzing the detailed data in the article by Pedrosoe Malik, it is verified that of the four flows proposed by the author, two of them are important points to be used as leverage in the health value chain.
Keywords: Regional development. Value chain. Leverage.
INTRODUÇÃO
O presente estudo quanto aos objetivos é uma pesquisa exploratória (GIL, 2002) define que a pesquisa exploratória “visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão. Assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso”. Nesta pesquisa utilizamos a pesquisa bibliográfica para explorarmos o tema.
Quanto à abordagem do problema, a pesquisa pode ser classificada como qualitativa.
Para a realização deste trabalho se utilizou dados bibliográficos visando esclarecer sobre a cadeia de valor da saúde, buscando a origem na teoria da competitividade de Porter.
Entender a sustentabilidade do sistema de saúde possui uma importância vital dada sua importância no desenvolvimento regional.
O presente trabalho está dividido em referencial teórico que nos traz os conceitos da teoria da competitividade, as definições de sustentabilidade econômica e sustentabilidade social, concluindo com a cadeia de valor do sistema de saúde.
Detalhamos a metodologia em um tópico exclusivo para ela sendo seguida pela apresentação dos resultados demonstrando a cadeia de valor da saúde e discutindo-os com a fundamentação teórica, apresentando uma matriz de alavancagem para colaborar com uma análise estratégica dessa cadeia de valor.
Concluímos o artigo com um tópico especial dando nossas considerações finais.
Para executarmos a presente pesquisa tivemos como objetivo analisar as ações de planejamento para alavancagem da cadeia de valor do sistema de saúde.
REFERENCIAL TEÓRICO
Teoria da competitividade
A competitividade é olhada no planejamento como a capacidade de competir em relação aos seus oponentes parece estranho em um primeiro momento falarmos de competitividade em um trabalho que visa analisar a cadeia de valor de um setor assistencial como a saúde, durante o levantamento bibliográfico nos deparamos com dados que justificam analisarmos com o olhar da competitividade a saúde. Os gastos da saúde no mundo corresponderam em 2007 a 9,7% do Produto Interno Bruto do planeta (PEDROSO e MALIK, 2015). Os autores ainda demonstram esse agravamento trazendo informações que essa necessidade deve aumentar devido à maior conscientização das pessoas em melhor se cuidar, ampliação dos recursos tecnológicos, aumento do poder de renda e o aumento da expectativa de vida que no Brasil como em outros países, vem crescendo com o passar dos tempos, inclusive como reflexo da melhoria na qualidade de vida e evolução da ciência na prevenção e Promoção da Saúde.
A teoria da competitividade tem como grande marco teórico Michael Porter que entre as estratégias apresentadas destaca-se para esse artigo a Liderança pelo Custo Total como a primeira estratégia que comum adotada nos anos 70.
A liderança no custo exige a construção agressiva de instalações em escala eficiente, uma perseguição vigorosa de reduções de custo pela experiência, um controle rígido do custo e das despesas gerais, a não permissão da formação de contas marginais dos clientes, e a minimização do custo como P&D, assistência, força de vendas, publicidade etc. Intensa atenção administrativa ao controle dos custos é necessária para atingir essas metas (PORTER, 2004)
A importância da formulação de uma estratégia competitiva é essencial para uma fórmula ampla para o modo como uma empresa competirá, dada a essa importância Kotler apresenta uma matriz desenvolvida por Andrews, Christensen e outros integrantes do grupo de política da Harvard Business School, demonstrada pelas duas figuras a seguir:
Figura 1 – A roda da estratégia competitiva
Fonte: PORTER, 2004
A roda ilustra que a estratégia competitiva é uma combinação dos fins(metas) que a empresa busca e dos meios (políticas) pelas quais ela busca chegar lá (PORTER, 2004).
Complementa a roda da estratégia a matriz que permite a análise no nível mais amplo considerando quatro fatores básicos que determinam os limites que uma companhia passa a realizar.
Figura 2 – Contexto em que uma estratégia competitiva é formulada
Fonte: PORTER, 2004
Sustentabilidade como vantagem competitiva
A Eco-92 ocorrida em 1992 na cidade do Rio de Janeiro começa a delinear que a sustentabilidade é uma ação com efeito sobre o futuro, dez anos mais tarde na cidade de Joanesburgo na Rio+10 são conferidas as dimensões Sociais, econômicas e ecológicas da sociedade.
A importância da saúde como garantia fundamental de acesso universal e igualitário (BRASIL, 1988), nos remete a importância da sustentabilidade social a essa importante cadeia de valor. Utilizando a visão trazida pela Sachs verificamos que a sustentabilidade social vem de encontro com o valor desenvolvido pela nossa constituição.
Entendida como a concepção de um plano de desenvolvimento que tenha como objetivo a construção “de uma civilização com maior equidade na distribuição de renda e de bens, de modo a reduzir o abismo entre os padrões de vida dos ricos e dos pobres” (SACHS, 1993).
Trazer a eficiência para o sistema de saúde remete-se a reduzir o abismo entre os padrões de vida entre os ricos e os pobres.
Dentro dessa mesma concepção a sustentabilidade econômica para estabelecer a estratégia que traga a eficiência ao sistema de saúde, fato esse essencial se convalidado pelos impactos já falados acima do aumento de usuários no sistema de saúde.
Vindo de encontro a possibilidade de ligação da sustentabilidade com vantagem competitiva.
MÉTODO
O método utilizado nesta pesquisa bibliográfica quanto ao objetivo é descritivo, com a abordagem qualitativa.
Entende-se como pesquisa bibliográfica a definição trazida por Gil (2002) que assim a define:
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográfica (GIL, 2002)
Define que a pesquisa bibliográfica parte do pressuposto da pergunta de pesquisa (GIL, 2002), delimitamos a pergunta de pesquisa como: quais as estratégias de alavancagem podem ser desenvolvidas na cadeia de valor de saúde?
A presente pesquisa tem o objetivo de analisar a sustentabilidade por meio bibliográfico da cadeia de valor de saúde.
As fontes de pesquisa bibliográfica são exemplificadas na figura abaixo:
Fonte: GIL, 2002.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para o desenvolvimento deste trabalho propomos a discussão da cadeia de valor proposta por Pedroso & Malica, conforme a figura a seguir:
Figura 4 – Cadeia de valor de saúde
Fonte: PEDROSO e MALIK, 2015.
A cadeia de valor de saúde é composta de 9 elos, sendo 6 verticais e 3 horizontais. A cadeia de valor pode ser avaliada em 4 fluxos, o fluxo da inovação e conhecimento, o fluxo de produtos e serviços, o fluxo financeiro e o fluxo da informação. (PEDROSO e MALIK, 2015)
Pedroso ainda desdobra a cadeia de valor pelas suas atividades, conforme podemos verificar na figura abaixo:
Figura 5 – Atividades nos elos da cadeia de valor da saúde
Fonte: PEDROSO e MALIK, 2015.
Analisaremos a seguir utilizando a análise de competitividade avaliando o ambiente externo e interno da cadeia de valor de saúde
Figura 6 – Análise SWOT da cadeia de valor de saúde
Fonte: Elaborado pelos autores.
Ante o quadro acima verifica-se que a alavancagem da cadeia estudada acha-se na junção dos gastos encarados como investimento com o desenvolvimento de novas tecnologias e os gastos encarados como investimento com os produtos e serviços com grande impacto na qualidade de vida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo desse artigo está focado nas ações que devem constar no planejamento de forma a alavancar a cadeia de valor do sistema de saúde.
O estudo apresentou duas frentes a serem adotadas como forma de alavancar a cadeia de valor de saúde sendo a junção dos gastos encarados como investimento com o desenvolvimento de novas tecnologias e os serviços com grande impacto na qualidade de vida das pessoas.
Percebe-se que a estratégia esta focada no fluxo de inovação e conhecimento, bem como o fluxo de produtos e serviços sendo esses dois principais fluxos são os responsáveis para trazer a vantagem competitiva da cadeia de valor de saúde.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. [S.l.]: Senado Federal, 1988.
GIL, A. C. Como elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
PEDROSO, M. C.; MALIK, A. M. As quatro dimensões competitivas da saúde. Harvard Business Review, São Paulo, maio 2015.
PORTER, M. E. Estratégia Competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
SACHS, I. Estratégias de transição para o século XXI. São Paulo: Brasiliense, 1993.
1Professor Mestre em Desenvolvimento Regional- Centro Universitário Santa Cecilia, e na Faculdade de Ciências Humanas de São Paulo – FACIC, Bacharel em Administração e Direito e-mail daniel@daniel.adm.br.
2Professor Especialista – Centro Universitário Santa Cecília – UNICEA; Bacharel em Ciências Econômicas – UESB; Especialista em Finanças e Controle da Administração Pública – UNICEA. E-mail.: iagosantosaguiar@gmail.com.
3Professor Doutor no Centro Universitário Santa Cecília – UNICEA, Faculdade de Ciências Humanas do Estado de São Paulo – FACIC. Bacharel em Engenharia Industrial Química (Faculdade de Engenharia Química de Lorena), Mestre (USP) e Doutor (UFRJ) em Engenharia Química, Licenciado em Química (Oswaldo Cruz), Professor na Educação Básica na Rede Estadual de São Paulo. E-mail: isaiasrosa2012@gmail.com.
4 Professora Especialista no Centro Universitário Santa Cecília – UNICEA, Faculdade de Ciências Humanas do Estado de São Paulo – FACIC. Bacharela em Administração e Ciências Contábeis, Especialista em Administração, Finanças e Negócios, Mestranda em Design Tecnologia e Inovação pelo Centro Universitário Teresa D’Ávila. E-mail: rosanasouza2011@uol.com.br.