ALIMENTAÇÃO DE VACAS LEITEIRAS: IMPACTO DA INCLUSÃO DE CAPIM, BAGAÇO DE MANDIOCA, MILHO MOÍDO E RAÇÃO CONCENTRADA NA PRODUÇÃO DE LEITE

FEEDING DAIRY COWS: IMPACT OF INCLUDING GRASS, CASSAVA BAGASSE, GROUND CORN AND CONCENTRATED FEED ON MILK PRODUCTION

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202411181518


Isaac lemos do Nascimento1
Leonardo Storti Denipot1
Yohanna Rastelli Rodrigues Parisotto1
Maisa Martins Quirilos Assis2


RESUMO

A alimentação de vacas leiteiras é um fator determinante na produção de leite, impactando diretamente a quantidade e qualidade do leite produzido. A inclusão de diversos componentes alimentares, como capim, bagaço de mandioca, milho moído e ração concentrada, pode influenciar significativamente esses parâmetros. O objetivo deste relato foi avaliar o impacto da inclusão de capim, bagaço de mandioca, milho moído e ração concentrada na dieta de vacas leiteiras, analisando a composição do leite e os indicadores de qualidade ao longo de um período de nove meses. O relato foi conduzido com coletas mensais de amostras de leite de todas as vacas em lactação entre agosto de 2023 e abril de 2024. Os parâmetros analisados incluíram teores de gordura, proteína, lactose, sólidos totais, contagem de células somáticas (CCS) e contagem de placas padrão (CPP). Os resultados mostraram que a gordura do leite variou entre 3,74% e 4,17%, a proteína entre 3,10% e 3,82%, e a lactose entre 4,22% e 4,54%, com médias de 3,87%, 3,34% e 4,43%, respectivamente. Os sólidos totais variaram de 12,26% a 13,23%, com uma média de 12,60%. A CCS apresentou uma média de 568 mil células por ml, e a CPP teve uma média de 523 mil UFC por mL. As variações observadas nos componentes do leite e nos indicadores de qualidade refletem a influência da dieta sobre a produção de leite. inclusão de capim, bagaço de mandioca, milho moído e ração concentrada na dieta de vacas leiteiras foi eficaz em manter uma produção de leite consistente, com teores adequados de gordura, proteína, lactose e sólidos totais.

Palavras-chave: Alimentação bovina. Composição do leite. Qualidade do leite.

ABSTRACT

The feeding of dairy cows is a determining factor in milk production, directly impacting the quantity and quality of milk produced. The inclusion of various food components, such as grass, cassava bagasse, ground corn and concentrated feed, can significantly influence these parameters. The objective of this study was to evaluate the impact of including grass, cassava bagasse, ground corn and concentrated feed in the diet of dairy cows, analyzing the composition of the milk and quality indicators over a period of nine months. The study was conducted with monthly collections of milk samples from all lactating cows between August 2023 and April 2024. The parameters analyzed included fat, protein, lactose, total solids, somatic cell count (SCC) and of standard plates (CPP). The results showed that milk fat varied between 3.74% and 4.17%, protein between 3.10% and 3.82%, and lactose between 4.22% and 4.54%, with averages of 3.87%, 3.34% and 4.43%, respectively. Total solids ranged from 12.26% to 13.23%, with an average of 12.60%. CCS had an average of 568 thousand cells per mL, and CPP had an average of 523 thousand CFU per mL. The variations observed in milk components and quality indicators reflect the influence of diet and management on milk production. The inclusion of grass, cassava bagasse, ground corn and concentrated feed in the diet of dairy cows was effective in maintaining consistent milk production, with adequate levels of fat, protein, lactose and total solids.

Keywords: Bovine feed. Milk composition. Milk quality.

INTRODUÇÃO

A alimentação de vacas leiteiras é um dos fatores determinantes para a produtividade e a qualidade do leite produzido. A inclusão de diferentes componentes na dieta dos bovinos, como capim, bagaço de mandioca, milho moído e ração concentrada, pode impactar significativamente esses aspectos (SANTOS et al. 2020). O capim é uma das principais fontes de fibra e energia para os ruminantes, sendo essencial para a manutenção da saúde ruminal e do processo de digestão. O bagaço de mandioca, por sua vez, é uma fonte alternativa de energia que pode substituir parcialmente outros ingredientes mais caros, contribuindo para a redução dos custos de produção sem comprometer a qualidade nutricional da dieta (DA CUNHA et al. 2021).

O milho moído é uma importante fonte de carboidratos facilmente fermentáveis, proporcionando energia rápida e necessária para suportar a alta demanda metabólica durante a lactação. A inclusão de milho na dieta pode aumentar a produção de leite, desde que seja administrada de maneira equilibrada para evitar problemas metabólicos como a acidose ruminal. A ração concentrada, composta por uma mistura de ingredientes balanceados, fornece nutrientes essenciais, como proteínas, vitaminas e minerais, complementando a dieta base e garantindo que as vacas recebam todos os elementos necessários para uma produção eficiente e saudável de leite (FAUSTINO et al. 2020).

O milho moído, ao fornecer carboidratos de rápida fermentação, é fundamental para suportar a alta produção de leite. A energia proveniente do milho é rapidamente disponível, auxiliando na manutenção dos níveis de glicose no sangue e na produção de lactose, que é um componente chave do leite (CAMPANHA et al. 2023). Para Lima et al. (2021) a ração concentrada, por sua vez, é formulada para atender às necessidades específicas das vacas leiteiras, fornecendo proteínas de alta qualidade, minerais essenciais como cálcio e fósforo, e vitaminas que suportam a saúde geral e a produção leiteira.

A combinação adequada desses componentes na alimentação das vacas leiteiras pode resultar em melhorias significativas na produção de leite. O capim, sendo rico em fibras, contribui para o bom funcionamento do rúmen, promovendo uma fermentação eficiente e a produção de ácidos graxos voláteis, que são a principal fonte de energia para os ruminantes (DURÃES et al. 2021). A inclusão de bagaço de mandioca na dieta pode aumentar a eficiência alimentar, fornecendo energia de forma sustentável e econômica. Este subproduto agrícola, além de ser uma fonte de energia, também pode melhorar a palatabilidade da dieta, incentivando o consumo e, consequentemente, a produção de leite (LUZ et al. 2019).

A ração concentrada na suplementação da dieta base fornece nutrientes que podem estar em déficit na forragem. A inclusão de ingredientes como soja e farelo de algodão na ração concentrada melhora o perfil proteico da dieta, essencial para a produção de leite de alta qualidade. A suplementação mineral e vitamínica também é vital para evitar deficiências nutricionais que podem comprometer a saúde das vacas e a eficiência produtiva. A combinação estratégica desses componentes na dieta das vacas leiteiras deve ser feita considerando fatores como a disponibilidade de ingredientes, o custo-benefício, e as necessidades específicas do rebanho (FREUS; DA SILVA, 2022).

O objetivo do presente relato foi expor o perfil da produção leiteira em vacas alimentadas com 20kg de massa de mandioca diariamente. Tendo ainda como objetivo relatar o impacto do uso de bagaço de mandioca como fonte de energia na dieta das vacas leiteiras, juntamente com seu impacto da composição do leite.

MATERIAIS E MÉTODOS

Foi realizada a avaliação da produção/composição do leite de uma propriedade rural localizada no município de Ângulo, no estado do Paraná, Brasil, durante o período de dezembro de 2023 a abril de 2024. A propriedade apresenta uma área total de 10 alqueires e é equipada para abrigar até 100 vacas em produção. O manejo das vacas é realizado em piquetes divididos, sendo que há 10 piquetes destinados às vacas que estão em produção, um piquete reservado para as vacas que não estão produzindo leite no momento e dois piquetes exclusivos para os bezerros, divididos conforme a idade dos animais: um para os bezerros de 1 dia à 2 meses de vida e outro para bezerros de 2 à 7 meses. Cada piquete é planejado para garantir o bem-estar animal e a eficiência na produção.

A estrutura de alimentação da propriedade inclui cochos cobertos que são utilizados para a suplementação alimentar das vacas e bezerros. Para as vacas em produção, há dois cochos cobertos que atendem até 40 animais em um piquete, enquanto os bezerros têm acesso a cochos separados, com capacidade para alimentar até 50 bezerros. O rebanho é composto por vacas da raça Holandesa, conhecidas por sua alta produtividade leiteira. Nos momentos das coletas de dados, a propriedade contava com um total de 110 vacas, das quais 70 estavam em lactação, produzindo uma média de 15 litros de leite por vaca por dia, enquanto 40 vacas estavam no período seco, sendo preparadas para a próxima lactação. A produção total diária de leite era de aproximadamente 1.050 litros.

A ordenha era realizada em uma sala equipada no formato “escama de peixe”, com capacidade para ordenhar quatro vacas de cada lado simultaneamente. O processo de ordenha era dividido em dois turnos diários: o primeiro ocorre das 5h00 às 7h00 da manhã, e o segundo das 15h00 às 17h00. Durante cada sessão de ordenha, o leite produzido era coletado e armazenado para posterior transporte ao laticínio Flora Milk, localizado no município de Flórida, também no estado do Paraná. O laticínio realizava coletas diárias da produção e conduz análises periódicas da composição do leite, focando em parâmetros como teor de gordura, proteína, lactose, sólidos totais, contagem de células somáticas (CCS) e contagem padrão de placas (CPP), para garantir a qualidade do produto final.

No período avaliado a alimentação das vacas foi composta por uma combinação de diferentes ingredientes, incluindo capim, massa de mandioca, milho moído e ração concentrada. Cada vaca em lactação recebia, em média, 17 quilos de capim por dia, 6 quilos de ração concentrada com 25% de proteína bruta, 500 gramas de milho moído e 20 quilos de massa de mandioca (Tabela 1). A alimentação era fornecida em dois tratos diários, um pela manhã e outro à tarde, garantindo que os animais tivessem acesso contínuo aos nutrientes necessários para sustentar a produção de leite. O manejo alimentar foi desenhado para otimizar a digestibilidade e a eficiência alimentar, aproveitando os recursos disponíveis na região e reduzindo os custos de produção.

Durante o período de coleta de dados, amostras de leite foram colhidas mensalmente para análise laboratorial na empresa Laticíneo FloraMilk. As amostras foram encaminhadas para avaliação dos teores de gordura, proteína, lactose, sólidos totais, CCS e CPP. Esses parâmetros foram monitorados para verificar a influência da dieta e do manejo na qualidade do leite produzido, considerando as variações naturais que podem ocorrer ao longo do tempo. A coleta e análise dos dados seguiram protocolos rigorosos para garantir a precisão e a confiabilidade dos resultados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Esta avaliação mostra a composição do leite com a inclusão da massa de mandioca na dieta de vacas leiteiras a partir de dezembro de 2023, averiguando os parâmetros de produção e composição do leite ao longo do tempo. A análise concentrou-se nos meses de dezembro de 2023 a abril de 2024, período em que a dieta foi padronizada com a adição da massa de mandioca. Os parâmetros avaliados incluíram teores de gordura, proteína, lactose, sólidos totais, contagem de células somáticas (CCS) e contagem de placas padrão (CPP).

Tabela 1 – Composição Nutricional da Massa de Mandioca.

Esses valores (Tabela 1) indicam que a massa de mandioca é uma fonte significativa de fibras, essenciais para a saúde digestiva das vacas leiteiras, além de fornecer uma quantidade moderada de proteína e minerais como cálcio e fósforo, conforme destacado por Silva et al. (2018). A composição rica em fibras auxilia no funcionamento adequado do rúmen, melhorando a digestibilidade e a fermentação dos nutrientes, enquanto os minerais presentes contribuem para o equilíbrio nutricional e o desempenho produtivo dos animais, conforme observado por Faustino et al., (2020).

Tabela 2 – Parâmetros de Composição do Leite.

Os resultados apresentados na Tabela 2 mostraram um aumento gradual nos teores de gordura e proteína do leite ao longo do período de análise. A gordura variou de 3,74% em dezembro de 2023 para 4,17% em abril de 2024, com uma média de 3,88%. Este aumento sugere que a inclusão da massa de mandioca na dieta teve um impacto positivo na produção de gordura do leite, possivelmente devido à melhor digestibilidade das fibras e ao fornecimento consistente de energia (Lima et al., 2021). Estes resultados corroboram com os achados de Luz et al. (2019), que destacaram a influência de fontes energéticas não convencionais, como a mandioca, na melhoria do perfil de gordura do leite, associando tais melhorias à melhor assimilação dos nutrientes e ao efeito benéfico sobre a microbiota ruminal.

A proteína do leite também apresentou um aumento consistente, passando de 3,29% em dezembro de 2023 para 3,82% em abril de 2024, com uma média de 3,50%. A proteína é um componente essencial para a qualidade do leite, e seu aumento pode ser atribuído à suplementação com massa de mandioca, que, apesar de ter um teor moderado de proteína bruta, contribui para uma melhor eficiência alimentar e utilização dos nutrientes (Sakamoto et al., 2020) Esses resultados estão alinhados com os estudos de Faustino et al. (2020), que observaram que a inclusão de ingredientes alternativos na dieta, como a mandioca, promove uma melhora na síntese de proteína no leite, devido à otimização no aproveitamento dos nutrientes disponíveis e ao impacto positivo na fermentação ruminal, que favorece a produção de aminoácidos essenciais.

A lactose manteve-se relativamente estável, variando de 4,50% a 4,22%, com uma média de 4,40%. A estabilidade nos teores de lactose indica que a dieta com massa de mandioca foi eficaz em manter a produção de carboidratos essenciais no leite, necessários para a produção constante de lactose. Os sólidos totais do leite, que incluem todos os componentes sólidos como gordura, proteína, lactose e minerais, variaram de 12,45% a 13,23%, com uma média de 12,76%. Segundo da Cunha et al., (2021) o aumento nos sólidos totais está diretamente relacionado aos aumentos observados nos teores de gordura e proteína, indicando uma melhoria geral na qualidade nutricional do leite produzido.

A contagem de células somáticas (CCS), que é um indicador de saúde da glândula mamária e qualidade do leite (FREUS; DA SILVA, 2022), apresentou variações significativas ao longo do período, com uma média de 805 mil células por mL. O pico observado em março (1395 mil células por ml) pode ser atribuído a fatores externos como o manejo e condições climáticas, refletindo a necessidade de um monitoramento contínuo e práticas rigorosas de controle de mastite (DURÃES et al. 2021).

A contagem de placas padrão (CPP), que indica a carga microbiana no leite, variou de 483 mil a 906 mil UFC por mL, com uma média de 646 mil UFC por mL. As flutuações na CPP ressaltam a importância de práticas de higiene durante a ordenha e manejo pós-ordenha para garantir a qualidade microbiológica do leite (DA CUNHA et al. 2021).

Em relação ao uso de capim, como apontado por Oliveira et al. (2018), a inclusão dessa forragem na dieta das vacas é fundamental para a saúde ruminal, mantendo uma digestão eficiente e uma produção estável de leite. O fornecimento diário de 17 quilos de capim por vaca contribuiu para a manutenção da produção de 15 litros de leite por animal, o que está de acordo com os resultados observados em estudos como o de Lima et al. (2021), que destacam o papel das fibras na fermentação ruminal e na produção de ácidos graxos voláteis, essenciais para o metabolismo energético dos ruminantes.

A inclusão da massa de mandioca, com 15 quilos por vaca por dia, como fonte de energia alternativa, também foi analisada em trabalhos como o de Galvão et al. (2023), que destacaram a viabilidade econômica do uso de silagem de mandioca. Na propriedade, esse ingrediente contribuiu para a eficiência alimentar e a sustentabilidade econômica, reduzindo os custos de produção sem comprometer a qualidade nutricional. Santos et al. (2020) mostraram que subprodutos como a mandioca podem melhorar o desempenho produtivo quando adequadamente balanceados com outras fontes de nutrientes.

A inclusão de milho moído na dieta das vacas, com 500 gramas por animal por dia, oferece carboidratos de rápida fermentação, fornecendo a energia necessária para manter os níveis de glicose no sangue e sustentar a produção de leite. Estudos como o de Dal Más et al. (2020) demonstram que o milho moído é eficaz em aumentar a produção de lactose, componente essencial do leite. Na propriedade analisada, os níveis de lactose se mantiveram estáveis durante o período de coleta, variando entre 4,22% e 4,54%, o que está em concordância com os achados de Lima et al. (2021), que relataram médias de lactose próximas a 4,40% em vacas alimentadas com dietas ricas em carboidratos de fácil fermentação.

A ração concentrada, fornecida em 6 quilos por vaca diariamente, contendo 25% de proteína bruta, complementa a dieta com nutrientes essenciais, como proteínas, vitaminas e minerais. Conforme descrito por Sakamoto et al. (2020), a ração concentrada é fundamental para suprir as necessidades específicas das vacas leiteiras em lactação, garantindo uma produção adequada de proteínas no leite. Na propriedade em questão, os teores de proteína do leite variaram entre 3,10% e 3,82%, o que está dentro dos valores reportados, como no estudo de Santos et al. (2020), que indicou médias de proteína em torno de 3,40% para dietas suplementadas com ração concentrada.

A produção diária média de 1.050 litros de leite, com uma produção individual média de 15 litros por vaca, está dentro dos parâmetros encontrados em sistemas de produção intensiva com manejo alimentar adequado. Comparando esses resultados com o trabalho de Freus e da Silva (2022), que analisaram a eficiência de dietas suplementadas com cana-de-açúcar e ureia, nota-se que a produção na propriedade está em conformidade com as expectativas para vacas da raça Holandesa sob manejo eficiente (Lima et al., 2021).

Os dados referentes à contagem de células somáticas (CCS) e à contagem de placas padrão (CPP) também são frequentemente analisados com a literatura. A CCS média observada na propriedade foi de 568 mil células por mL, enquanto a CPP foi de 523 mil UFC por mL. Segundo Durães et al. (2021), o controle rigoroso da saúde do rebanho e as práticas de manejo sanitário, especialmente relacionadas à ordenha, são fundamentais para manter baixos os níveis de CCS e CPP, garantindo a qualidade do leite. No estudo da propriedade, as flutuações observadas nesses parâmetros, como o aumento da CCS em março de 2024, podem estar relacionadas a fatores ambientais e de manejo, conforme observado por Santos et al. (2020), que destacam a importância de monitoramento contínuo para prevenir mastite e outras condições que possam comprometer a qualidade do leite.

CONCLUSÃO

A inclusão da massa de mandioca na dieta das vacas leiteiras mostrou-se eficaz em manter e melhorar a produção de leite, com teores adequados de gordura, proteína e sólidos totais. A análise dos dados no período de dezembro de 2023 à abril de 2024, permitiu observar as tendências de melhoria na qualidade do leite, sem a influência de dietas anteriores. As variações observadas nos indicadores de CCS e CPP reforçam a importância do manejo sanitário rigoroso e do monitoramento contínuo da saúde do rebanho.

A massa de mandioca pode ser uma adição valiosa à dieta de vacas leiteiras, proporcionando uma fonte econômica e eficiente de nutrientes. A integração deste componente na dieta deve ser feita de maneira estratégica, considerando a disponibilidade de ingredientes, o custo-benefício e as necessidades específicas do rebanho para otimizar a produção de leite e manter a saúde dos animais.

A análise das contagens de células somáticas (CCS) e de placas padrão (CPP) destacou a importância do manejo sanitário e da saúde do rebanho. As variações significativas na CCS, com uma média de 568 mil células por ml, indicam a necessidade de práticas rigorosas de controle de mastite e monitoramento contínuo da saúde dos animais. As flutuações na CPP, com uma média de 523 mil UFC por ml, refletem a influência das práticas de higiene na ordenha e no manejo pós-ordenha, ressaltando a importância de um manejo sanitário adequado para garantir a qualidade microbiológica do leite.

A inclusão do uso da massa de mandioca na combinação com o capim, milho moído e ração concentrada na dieta de vacas leiteiras se mostrou uma estratégia eficaz para manter a produção de leite em níveis satisfatórios, garantindo a qualidade nutricional e microbiológica do leite produzido. A dieta balanceada, aliada a práticas de manejo rigorosas, é essencial para maximizar a eficiência produtiva e manter a saúde dos animais.

REFERÊNCIAS

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1Discente do Curso de Medicina Veterinária da Uningá – Centro Universitário Ingá, Maringá, PR, Brasil.
2Professora do departamento de Medicina Veterinária, Uningá – Centro Universitário Ingá, Maringá, PR, Brasil. prof.maisaassis@uninga.edu.br