ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA E FAKE NEWS: DESAFIOS E ESTRATÉGIAS NO ENSINO DE PORTUGUÊS PARA A FORMAÇÃO DE ALUNOS CRÍTICOS

ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA E FAKE NEWS: DESAFIOS E ESTRATÉGIAS NO ENSINO DE PORTUGUÊS PARA A FORMAÇÃO DE ALUNOS CRÍTICOSMEDIA LITERACY AND FAKE NEWS: CHALLENGES AND STRATEGIES IN THE TEACHING OF PORTUGUESE FOR THE FORMATION OF CRITICAL STUDENTS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202408071021


Jenerton Arlan Schütz1; Edinaldo Enoque da Silva Junior2; Magda Gonçalves da Costa3; Lidiane Paula Nicoletti4; Tânia Maria Urbano5; Elenice Baú Meller6; Valéria Ribeiro Vaciloto Gomes7; Rosalva Miranda8; Luciana Alves de Sousa9; Ednalva Soares dos Santos10.


RESUMO 

No contexto atual, a alfabetização midiática emergiu como uma habilidade essencial para a formação de cidadãos críticos e bem-informados. O presente artigo aborda a importância de integrar essa competência no currículo escolar, especialmente no ensino de Português. Inicialmente, são apresentados os desafios enfrentados por educadores ao lidar com a vasta quantidade de informações disponíveis e a proliferação de fake news. A falta de critérios para avaliar a veracidade das informações e a influência das redes sociais tornam os estudantes vulneráveis à desinformação, destacando a necessidade urgente de uma educação midiática eficaz. Em seguida, o artigo explora diversas estratégias didáticas que podem ser implementadas no ensino de Português para combater a desinformação. Entre essas estratégias, destacam-se o desenvolvimento do pensamento crítico, a análise de fontes de informação, e o incentivo à produção de conteúdo digital responsável. Atividades práticas, como debates sobre notícias, verificação de fatos e projetos de mídia escolar, são sugeridas para envolver os alunos de maneira ativa e significativa. Por fim, discute-se a formação de alunos críticos como objetivo central da educação contemporânea. A alfabetização midiática é apresentada não apenas como um complemento ao ensino tradicional de Português, mas como um componente integral que prepara os estudantes para enfrentar os desafios da era digital. O artigo conclui que, ao capacitar os alunos a reconhecer e questionar informações falsas, a escola desempenha um papel fundamental na promoção de uma sociedade mais crítica e informada.

Palavras-chave: Alfabetização Midiática. Fake news. Ensino de Português. Pensamento Crítico. Educação Digital.

ABSTRACT 

In the current context, media literacy has emerged as an essential skill for the formation of critical and well-informed citizens. This article addresses the importance of integrating this skill into the school curriculum, especially in the teaching of Portuguese. Initially, the challenges faced by educators when dealing with the vast amount of information available and the proliferation of fake news are presented. The lack of criteria for assessing the veracity of information and the influence of social networks make students vulnerable to misinformation, highlighting the urgent need for effective media education. The article then explores various didactic strategies that can be implemented in Portuguese teaching to combat disinformation. These include developing critical thinking, analyzing information sources and encouraging the production of responsible digital content. Practical activities such as news debates, fact-checking and school media projects are suggested to engage students in an active and meaningful way. Finally, the formation of critical learners as a central objective of contemporary education is discussed. Media literacy is presented not only as a complement to traditional Portuguese teaching, but as an integral component that prepares students to face the challenges of the digital age. The article concludes that by enabling students to recognize and question false information, schools play a fundamental role in promoting a more critical and informed society.

Keywords: Media literacy. Fake news. Teaching Portuguese. Critical Thinking. Digital Education.

INTRODUÇÃO

Vivemos em uma era de rápida disseminação de informações, onde a capacidade de discernir entre o verdadeiro e o falso se tornou uma competência crucial para a formação de cidadãos críticos e conscientes. Conforme observado por Francesco e Leone (2020, p. 12): “A alfabetização midiática emerge como uma habilidade essencial, capacitando indivíduos a navegar de maneira eficaz e responsável pelo vasto mar de informações disponíveis na sociedade contemporânea”. Neste cenário, pretendemos no presente texto, explorar a integração dessa competência no currículo escolar, com foco particular no ensino de Português.

A crescente proliferação de fake News e a influência predominante das redes sociais têm colocado desafios significativos para os educadores, exigindo uma reavaliação das práticas pedagógicas tradicionais. De acordo com as reflexões de Almeida et al. (2022, p. 43): “As notícias falsas, muitas vezes disseminadas de forma viral, têm o potencial de moldar percepções, influenciar comportamentos e até mesmo impactar decisões políticas e sociais”. A falta de critérios claros e ferramentas acessíveis para verificar a veracidade das informações torna os estudantes especialmente vulneráveis à desinformação, evidenciando a necessidade urgente de uma educação midiática robusta e eficaz.

O ensino de Português, por sua natureza, oferece uma oportunidade única para abordar essas questões. Soares (2014, p. 8), observa que: “Envolvendo o desenvolvimento de habilidades de leitura, escrita e interpretação, o ensino de Português pode ser ampliado para incluir práticas que promovam a análise crítica e a verificação de informações”. Nesse contexto, pretendemos examinar os desafios enfrentados pelos educadores ao incorporar a alfabetização midiática no ensino de Português e propõe estratégias didáticas inovadoras. 

Entre essas estratégias, destacam-se:

O desenvolvimento do pensamento crítico, a análise criteriosa de fontes de informação e o incentivo à produção de conteúdo digital responsável. Atividades práticas, como debates sobre notícias, exercícios de verificação de fatos e projetos de mídia escolar, são sugeridas como formas de envolver os alunos de maneira ativa e significativa (SOARES, 2011, p. 67).

A formação de alunos críticos e bem-informados é um dos objetivos centrais da educação contemporânea. A alfabetização midiática não deve ser vista apenas como um complemento ao ensino tradicional de Português, mas como um componente integral que prepara os estudantes para enfrentar os desafios da era digital. Convém destacar que, segundo Gerhardt e Silveira (2009, p. 112): “Ao capacitar os alunos a reconhecer e questionar informações falsas, a escola desempenha um papel fundamental na promoção de uma sociedade mais crítica e informada”. Este artigo conclui que, ao integrar a alfabetização midiática no currículo escolar, contribuímos para a formação de cidadãos capazes de participar ativamente e de maneira informada na sociedade, enfrentando com competência os desafios impostos pela desinformação e pelas fake News.

2 DESAFIOS DA ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA NO CONTEXTO ESCOLAR

No contexto escolar, a alfabetização midiática enfrenta diversos desafios que dificultam sua implementação eficaz e abrangente. Esses desafios podem ser agrupados em várias categorias, incluindo a falta de formação adequada dos educadores, a resistência institucional, a rápida evolução tecnológica e a complexidade das competências necessárias para a alfabetização midiática.

Primeiramente, 

A falta de formação adequada dos educadores é um dos maiores obstáculos. Muitos professores não possuem o treinamento necessário para ensinar habilidades de alfabetização midiática. Essa lacuna de conhecimento pode resultar em uma abordagem superficial do tema, onde os alunos não recebem a profundidade de instrução necessária para desenvolver um pensamento crítico robusto. A formação contínua e específica para educadores é essencial para que eles possam guiar os estudantes na análise crítica das mídias (FARGONI et al., 2023, p. 44).

A resistência institucional também desempenha um papel significativo. Muitas escolas e sistemas educacionais ainda não reconhecem a alfabetização midiática como uma prioridade curricular. Nas palavras de Fernandes; Fernandes (2023, p. 41): “Essa falta de reconhecimento pode resultar em escassez de recursos e suporte para iniciativas de alfabetização midiática”. Além disso, o currículo tradicional muitas vezes está sobrecarregado, deixando pouco espaço para a integração de novas disciplinas ou temas transversais, como a alfabetização midiática.

Outro desafio crucial é a rápida evolução tecnológica, pois: 

A mídia digital está em constante mudança, com novas plataformas, formatos e tendências emergindo continuamente. Manter-se atualizado com essas mudanças pode ser difícil tanto para professores quanto para alunos. Essa evolução rápida exige uma abordagem flexível e dinâmica no ensino da alfabetização midiática, o que pode ser desafiador em ambientes educacionais mais rígidos ou tradicionais (FERNANDES; FERNANDES, 2023, p. 42).

A complexidade das competências necessárias para a alfabetização midiática também apresenta um desafio significativo. Não se trata apenas de ensinar os alunos a consumir informações de forma crítica, mas também de capacitá-los a produzir conteúdo responsável e ético. “Isso inclui habilidades como a verificação de fatos, a compreensão dos algoritmos das redes sociais, a produção de mídia digital e a navegação segura na internet”, observam Oliveira e Oliveira (2023, p. 190). Desenvolver essas competências requer um esforço contínuo e coordenado, tanto por parte dos educadores quanto dos alunos.

Além desses desafios, existe a questão da diversidade de acesso à tecnologia. Em muitas regiões, especialmente nas áreas rurais e em comunidades desfavorecidas, o acesso à tecnologia e à internet de alta qualidade ainda é limitado. Nesse contexto, Reis e Benchimol (2023, p. 89) apontam que: “Isso cria uma desigualdade significativa na capacidade dos alunos de participar plenamente em atividades de alfabetização midiática, exacerbando as disparidades educacionais já existentes”.

A resistência por parte dos alunos também pode ser um desafio. Muitos jovens estão acostumados a consumir informações de forma passiva e podem não ver a necessidade de desenvolver habilidades de alfabetização midiática. A introdução dessas habilidades deve, portanto, ser feita de maneira envolvente e relevante, mostrando aos alunos a importância de serem consumidores críticos e produtores responsáveis de mídia.

Superar esses desafios exige uma abordagem multifacetada que inclui a formação contínua de professores, o reconhecimento institucional da importância da alfabetização midiática, a adaptação contínua às mudanças tecnológicas, o desenvolvimento de competências complexas e a garantia de acesso equitativo à tecnologia. “Com esses esforços coordenados, é possível avançar na implementação eficaz da alfabetização midiática no contexto escolar, preparando os alunos para enfrentar os desafios da era digital com confiança e competência”, explicam Rocha et al. (2023, p. 52)

2.1 ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS PARA COMBATER FAKE NEWS NO ENSINO DE PORTUGUÊS

As fake News representam um desafio significativo para a educação contemporânea, tornando-se imperativo desenvolver estratégias didáticas eficazes para combatê-las, especialmente no ensino de Português. 

De igual modo, Santos et al. (2023, p. 123) ressaltam que:

Essas estratégias visam não apenas informar os alunos sobre a existência e os perigos das fake News, mas também capacitá-los a identificar, analisar e desmascarar informações falsas de maneira crítica e informada. A seguir, são exploradas algumas estratégias didáticas que podem ser implementadas no contexto do ensino de Português.

Uma das estratégias mais eficazes é a análise crítica de fontes de informação. Os alunos devem ser ensinados a avaliar a credibilidade das fontes de notícias e a diferenciar entre fontes confiáveis e não confiáveis, o que pode ser feito através de atividades práticas onde os estudantes são expostos a diferentes tipos de conteúdo e orientados a investigar a origem, o autor e a data da publicação, bem como a procurar evidências e referências que sustentem as informações apresentadas.

A verificação de fatos é outra estratégia fundamental. Integrar atividades que envolvem a checagem de fatos ajuda os alunos a desenvolver habilidades para identificar informações falsas. Nesse contexto:

Isso pode incluir exercícios onde os alunos são convidados a investigar a veracidade de uma notícia, utilizando ferramentas de verificação de fatos online, como sites especializados (e.g., FactCheck, Snopes) e técnicas de pesquisa avançada. Esse processo não só ensina a importância da precisão na informação, mas também reforça a habilidade de pesquisa crítica (SANTOS, 2023, p. 198).

A produção de conteúdo digital responsável é uma abordagem proativa que incentiva os alunos a serem criadores de conteúdo consciente. Os professores podem orientar projetos onde os alunos produzem seus próprios artigos, vídeos ou postagens nas redes sociais, aplicando os princípios de verificação e análise crítica aprendidos. Silva e Neta (2023, p, 98), observam que: “Ao criar conteúdo, os alunos se tornam mais conscientes das responsabilidades que envolvem a disseminação de informações e das consequências de compartilhar fake news”.

O uso de debates e discussões em sala de aula é outra estratégia valiosa. “Os debates sobre temas atuais e controversos podem estimular os alunos a expressarem suas opiniões e a ouvirem diferentes perspectivas, desenvolvendo assim o pensamento crítico” (SILVA; NETA, 2023, p. 19). Os professores podem organizar debates estruturados onde os alunos são incentivados a argumentar com base em fatos verificados e a questionar informações que não possuem fontes confiáveis.

Vale ressaltar que, segundo Francesco e Leone (2024, p. 32):

A integração de estudos de caso no currículo é igualmente eficaz. Analisar casos reais de fake news e suas consequências permite que os alunos entendam o impacto da desinformação na sociedade. Estudos de caso podem incluir análises de notícias falsas que causaram pânico, influenciaram eleições ou afetaram a saúde pública. Ao estudar esses exemplos, os alunos podem discutir as motivações por trás das fake news e as estratégias usadas para desmascará-las.

Parcerias com profissionais da mídia e organizações especializadas em literacia midiática também podem enriquecer o aprendizado. De igual modo, Francesco e Leone (2024, p. 32), observam que:

Convidar jornalistas, especialistas em comunicação e representantes de organizações de fact-checking para palestras e workshops pode proporcionar aos alunos uma compreensão mais aprofundada do funcionamento da mídia e das técnicas usadas para verificar informações.

A educação contínua sobre o uso ético e seguro das redes sociais deve ser promovida. Os alunos devem ser conscientizados sobre as políticas de privacidade, as práticas seguras de compartilhamento de informações e as implicações legais de disseminar fake news. Essa educação contínua pode ser incorporada em aulas regulares e reforçada através de campanhas escolares e recursos online.

“Implementar essas estratégias didáticas no ensino de Português não só combate as fake news, mas também forma alunos críticos e bem-informados, capazes de navegar com segurança e responsabilidade pelo mundo digital”, destaca Almeida (2024, p. 147). Ao integrar a alfabetização midiática no currículo, os educadores desempenham um papel crucial na construção de uma sociedade mais crítica e consciente, preparada para enfrentar os desafios da era da informação.

2.2 FORMAÇÃO DE ALUNOS CRÍTICOS: INTEGRAÇÃO DA ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA NO CURRÍCULO ESCOLAR

A formação de alunos críticos é um dos objetivos centrais da educação contemporânea, especialmente em um mundo cada vez mais dominado pela informação digital. Assim, “A integração da alfabetização midiática no currículo escolar é fundamental para alcançar esse objetivo, capacitando os estudantes a navegar de maneira crítica e informada pelo vasto mar de informações disponíveis” (SOARES, 2011, p. 11). A seguir, são exploradas estratégias e abordagens para integrar a alfabetização midiática no currículo escolar de forma eficaz.

Nesse contexto:

É crucial incluir a alfabetização midiática como uma competência transversal no currículo. Isso significa que, em vez de ser tratada como um tema isolado, a alfabetização midiática deve ser integrada em várias disciplinas, como Português, História, Ciências Sociais e até mesmo Matemática. Por exemplo, nas aulas de Português, os alunos podem analisar textos jornalísticos e postagens de mídia social, desenvolvendo habilidades críticas para identificar viés e verificar a precisão das informações. Nas aulas de História, eles podem investigar como a propaganda e a manipulação de informações têm sido usadas ao longo do tempo (SOARES, 2014, p. 189).

Desenvolver materiais didáticos específicos para a alfabetização midiática é outro passo essencial. Isso inclui a criação de guias, exercícios e projetos que ajudem os alunos a desenvolverem habilidades críticas. Por exemplo, os alunos podem ser incentivados a criar seus próprios blogs ou canais de vídeo, aplicando princípios de verificação de fatos e produção de conteúdo ético. Destaca-se que, conforme Fargoni (2023, p. 168): “Esses materiais devem ser constantemente atualizados para refletir as mudanças no panorama midiático e as novas tecnologias emergentes”.

Formação contínua dos professores é igualmente importante. Os educadores precisam estar bem-informados sobre as últimas tendências e ferramentas de mídia para ensinar de forma eficaz. Fernandes e Fernandes (2023, p. 90), observam que: “Programas de desenvolvimento profissional, workshops e cursos de capacitação podem fornecer aos professores as habilidades e conhecimentos necessários para integrar a alfabetização midiática em suas práticas pedagógicas”. Contudo, a criação de comunidades de prática entre professores pode facilitar a troca de ideias e estratégias eficazes. Projetos colaborativos e interdisciplinares podem ser uma abordagem poderosa para integrar a alfabetização midiática. 

Por exemplo, 

Um projeto escolar pode envolver alunos de diferentes disciplinas trabalhando juntos para investigar e apresentar sobre um tema atual, utilizando várias fontes de informação e aplicando técnicas de verificação de fatos. Esses projetos não só desenvolvem habilidades críticas, mas também promovem a colaboração e a comunicação entre os alunos (REIS; BENCHIMOL, 2023, p. 23).

A utilização de tecnologias e ferramentas digitais é essencial para a alfabetização midiática. Segundo Soares (2014, p. 19): “Ferramentas como softwares de edição de vídeo, plataformas de blog, e aplicativos de verificação de fatos podem ser integrados nas atividades escolares para tornar o aprendizado mais interativo e relevante”. Ademais, a incorporação de mídias sociais e outras plataformas digitais no ensino pode ajudar os alunos a entenderem melhor o funcionamento e o impacto dessas tecnologias em suas vidas diárias.

Parcerias com organizações externas e especialistas em mídia podem enriquecer o currículo. Silva e Neta (2023, p. 41) destacam que:

Trazer jornalistas, especialistas em comunicação e profissionais de mídia para a sala de aula pode proporcionar aos alunos uma visão prática e realista da indústria da mídia. Além disso, colaborações com organizações de fact-checking e alfabetização midiática podem oferecer recursos adicionais e suporte para os professores.

Finalmente, envolver a comunidade e os pais no processo de alfabetização midiática é crucial. “Workshops e eventos comunitários podem educar os pais sobre a importância da alfabetização midiática e como eles podem apoiar seus filhos em casa” (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2023, p. 81). A colaboração com a comunidade pode também incluir a criação de campanhas de conscientização sobre fake news e a promoção de práticas seguras e responsáveis de uso da mídia.

Integrar a alfabetização midiática no currículo escolar de forma abrangente e eficaz requer um esforço coordenado entre educadores, administradores, alunos e a comunidade. Ao fazer isso, as escolas não apenas preparam os alunos para navegar o mundo digital de maneira crítica e informada, mas também contribuem para a formação de cidadãos conscientes e responsáveis, capazes de participar ativamente e de forma informada na sociedade contemporânea.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As considerações finais deste artigo reafirmam a importância crucial da alfabetização midiática no contexto educacional contemporâneo. Em um mundo saturado de informações digitais e frequentemente dominado por fake news, a capacidade de discernir entre o verdadeiro e o falso torna-se uma competência indispensável para a formação de cidadãos críticos e conscientes. A integração da alfabetização midiática no currículo escolar, especialmente no ensino de Português, é fundamental para preparar os alunos para os desafios da era digital.

A discussão sobre os desafios da alfabetização midiática no contexto escolar revelou a necessidade de uma abordagem multifacetada. A falta de formação adequada dos educadores, a resistência institucional, a rápida evolução tecnológica e a complexidade das competências necessárias são obstáculos significativos que precisam ser superados. No entanto, com investimentos em formação contínua para professores e a inclusão de recursos e materiais específicos, é possível avançar nesta área.

As estratégias didáticas para combater fake News no ensino de Português demonstram que é possível envolver os alunos de maneira ativa e significativa. A análise crítica de fontes de informação, a verificação de fatos, a produção de conteúdo digital responsável e o uso de debates e estudos de caso são métodos eficazes para desenvolver o pensamento crítico nos estudantes. Essas estratégias não apenas aumentam a capacidade dos alunos de identificar e desmascarar informações falsas, mas também promovem a ética e a responsabilidade na produção e disseminação de conteúdo.

A formação de alunos críticos através da integração da alfabetização midiática no currículo escolar não deve ser vista como um complemento, mas como um componente essencial da educação moderna. A inclusão dessa competência como uma parte transversal do currículo, a criação de projetos interdisciplinares, o uso de tecnologias digitais e a colaboração com a comunidade são abordagens que podem transformar a forma como os alunos interagem com a informação.

Em suma, a alfabetização midiática é uma ferramenta poderosa na construção de uma sociedade mais crítica e informada. Ao capacitar os alunos a reconhecer e questionar informações falsas, a escola desempenha um papel fundamental na promoção da cidadania ativa e consciente. A implementação eficaz dessas práticas depende de um esforço coletivo que envolve educadores, alunos, pais e a comunidade em geral. Somente assim poderemos enfrentar os desafios da era digital e garantir que as próximas gerações estejam preparadas para navegar com segurança e responsabilidade pelo vasto oceano de informações que caracteriza o nosso tempo.

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1Doutor em Educação nas Ciências.
Instituição de formação: Unijuí.
Endereço: Ceres, Goiás, Brasil.
E-mail: jenerton.schutz@p.ucb.br 
2Doutorando em Ciências da Educação.
Instituição de formação: UNADES.
Endereço: São Miguel do Oeste, Santa Catarina, Brasil.
E-mail: eenoquejr@gmail.com   
3Mestranda em Ciências da Educação.
Instituição de formação: UNADES.
Endereço: Formosa, Goiás, Brasil.
E-mail: magdacostaa@gmail.com  
4Mestranda em Educação nas Ciências.
Instituição de formação: Unijuí.
Endereço: Bozano, Rio Grande do Sul, Brasil.
E-mail: lidiane.nicoletti@sou.unijui.edu.br 
5Mestranda em Ciências da Educação.
Instituição de formação: UNADES.
Endereço: Caldas Novas, Goiás, Brasil.
E-mail: prof_tania_urbano@hotmail.com 
6Mestranda em Ciências da Educação.
Instituição de formação: UNADES.
Endereço: Formosa, Goiás, Brasil.
E-mail: elenicebau_meller@hotmail.com 
7Mestranda em Ciências da Educação.
Instituição de formação: UNADES.
Endereço: Caldas Novas, Goiás, Brasil.
E-mail: valeriaribeiro1270@gmail.com 
8Mestranda em Ciências da Educação.
Instituição de formação: UNADES.
Endereço: Caldas Novas, Goiás, Brasil
E-mail: rosalva0701@gmail.com 
9Mestranda em Ciências da Educação.
Instituição de formação: UNADES.
Endereço: Formosa, Goiás, Brasil.
E-mail: luciannaas@gmail.com@gmail.com 
10Doutoranda em Ciências da Educação.
Instituição de formação: UNADES
Endereço: Posse, Goiás, Brasil
E-mail: ednalvahudson@gmail.com