REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102412092303
ALDENISE DA ROCHA DIAS
Orientação : ELIANE DE OLIVEIRA SILVA
RESUMO
Segundo vários especialistas da área da neuropsicologia, crianças que são possíveis portadoras do CID10; “Distúrbio e/ou transtorno da aprendizagem cognitiva”; apresentam dificuldade para assimilar o conhecimento da leitura e escrita. E profissionais da educação poderão perceber tal dificuldade através de alguns sinais e/ou comportamentos dessas mesmas crianças, que geralmente apresentam desde os anos iniciais, tais indícios, podendo perdurar até o fim de suas vidas. Sabendo-se que tal “distúrbio”, não impedirá que o possível disléxico tenha uma vida normal. Mas poderá apresentar comportamentos prejudiciais ao seu bem estar. E segundo alguns especialistas, comprovado o diagnóstico no mundo acadêmico, existe “n” possibilidades de atenuar tal dificuldade com metodologias artísticas/pedagógicas que possibilitarão uma melhor assimilação de vários conhecimentos referente a aprendizagem da leitura e escrita e/ou cotidiano dessa criança.
Palavra Chave: Distúrbio, sinais, aprendizagem, diagnóstico, metodologia.
INTRODUÇÃO
Vejo…Toco…Ouço…Sinto…Penso…Existo…
“Um alerta aos docentes: aos possíveis sinais de Dislexia, em crianças nos anos iniciais do Ensino Fundamental ”;
será a temática deste estudo. Todo ser humano ainda no interior do ventre materno, depois do caminho percorrido ao ovário feminino enquanto ainda um pequeno espermatozoide; ao vencer tal percurso ultrapassa a parede desse órgão, passando a sentir e ouvir, iniciando-se uma vida interina. Ao nascer, continua externamente, um interminável processo de aprendizagem, para sua sobrevivência. “E através de uma rede de fibras de projeção nervosas, comissurais e associações que todo ser humano adquiri uma alta capacidade de aprendizagem e raciocínio. Quando intrigados estes circuitos permitem ao sistema nervoso funcionar como um todo perfeitamente unificado”. Enciclopédia Ilustrada, 1979
Portanto se houver uma falta de… e/ou falha na comunicação entre os hemisférios cerebrais – direto e esquerdo – acarretará em diferentes problemas cognitivos, dentre eles a Dislexia.”Palavra do grego” – dys +lezis+ ia= dificuldade em ler e compreender a escrita. Dicionário Brasileiro Contemporâneo, 1970. E no decorrer do processo deste estudo percebemos que profissionais da educação ainda ignoram sinais ou características que serão indícios a procura de um possível diagnóstico com vários especialistas que atuam nas áreas da psicologia, psiquiatria, e neurologia, no caso a neuropsicodagogia. Após as avaliações inerentes ao caso específico da Dislexia, obtenha-se um diagnóstico sugerido. A saber, tal “distúrbio”, não impedirá que tal criança tenha uma vida normal, mas a mesma poderá apresentar um comportamento prejudicial ao seu bem estar. E que tão logo seja diagnosticada com o CID10; o mundo acadêmico onde a mesma esteja inserida, seja elaborado metodologias pedagógicas/artísticas culturais, através de “n” possibilidades que irão dá suporte para uma melhor assimilação de vários conhecimentos referente a aprendizagem da leitura e escrita e quiçá o cotidiano dessa referida criança.
DESENVOLVIMENTO
A Dislexia, foi pronunciada pela primeira vez em 1896, pelo médico inglês W. Percebi Morgan ao descrever que o jovem Percy F., foi um aluno brilhante em várias áreas do conhecimento, mas tinha incapacidade de ler. E hoje em nosso cotidiano escolar, encontramos crianças brilhantes que ainda se esforçam para ler. Dislexia, sempre será um desafio para qualquer professor/pesquisador. E a dor abordada neste, será o distúrbio de aprendizagem, a dificuldade que algumas crianças apresentam ao aprender a ler e a escrever. Lá pelos seios anos, na maioria das vezes, crianças ingressam nas escolas públicas estaduais de Belém-PA., para iniciar seus estudos de alfabetização, umas já veem pronta, outras com muitas dificuldades, hoje com nova nomenclatura: 1º Ano do Ensino Fundamental.
É sabido que crianças saudáveis assimilam melhor qualquer aprendizagem no seu cotidiano escolar e familiar, salvo algumas excessoes, quando já nascem com algum “distúrbio” e/ou “transtorno” em seu aparelho percetual: o cérebro. Alguns especialistas afirmam que Dislexia não tem nada haver com falta de atenção da criança. Outros afirmam que quando a criança disléxica estuda, o seu lado esquerdo do cérebro é mais lento. Quando deveria ser ativado. É a área do cérebro que se processa as informações cognitivas. E a comunicação entre os hemisférios cerebrais é desconectado causando o distúrbio. Mas, a criança disléxica adquiri destreza. A Dislexia não incapacita. Uma vez disléxico sempre o será. O lado esquerdo do cérebro da criança disléxica sempre terá um funcionamento peculiar para os procedimentos linguísticos relacionados à leitura, dificuldade para associar símbolos gráficos, as letras com o som que ela representa e organizá-las, mentalmente, numa sequência temporal (Biblioteca Virtual em Saúde).
A hereditariedade, causa mais comum, onde o atraso na aprendizagem podem apontar sinais de dislexia. E dependendo do diagnóstico poderá ser de menor ou maior grau. Crianças em idade escolar, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, são taxadas de desinteressadas ou até mesmo rotuladas de “preguiçosas”, pelo desinteresse principalmente para a leitura e escrita, base de todo conhecimento. Segundo estudos recente feito pela Associação Brasileira de Dislexia (ABD), 5% da população brasileira sofre com o transtorno, e que há pouco mais de um século, médicos afirmavam que uma espécie de “cegueira congênita” às palavras, era conhecida as pessoas com tais sintomas, por não haver uma melhor compreensão do caso. (ABD). Hoje, o professor/pesquisador dos anos iniciais do Ensino Fundamental, precisa estar alerta ao enfrentar situações do tipo , em seu cotidiano escolar. Apesar de estudos afirmarem que 70% dos profissionais de educação tem pouco conhecimento sobre o caso. Conhecendo melhor o caso, o professor deverá encaminhar a criança, com conhecimento de seus responsáveis ao psicólogo, fonoaudiólogo e neuropcicologo/ neurologista, que segundo as possíveis avaliações processuais, a criança citada seja encaminhada ao início do tratamento. Recomenda-se que tal criança não seja rotulada como tal, para evitar possíveis emoções negativas. O fonoaudiólogo irá tratar questões da expressão verbal, e o psicológico irá ensinar maneiras para aprender a lidar com as emoções.
Sinais que poderão encaminhar a criança aos especialistas para um possível diagnóstico; e fazer com que docentes dos anos iniciais fiquem alerta.
*Dificuldade…
…para planejar a grafar as letras cursiva e letras com sons parecidas,
…para escrever letras do próprio nome,
… reproduzir uma história de forma sequencial
…para expressar seus sentimentos e pensamentos,
* Persistência na fala infantilizada,
*Inversa de letras,
*Evita ler em público, pela timidez ou vergonha,
*Lentidão para copiar do quadro,
*Ficar retraída e parecer reprimida,
Alguns especialistas recomendam que o diagnóstico poderá ser feito no oitavo ano de vida, mas que a partir de dois anos e meio, já podem surgir sinais de transtorno (htt://www.medicina.ufmg.br >…2019)
Os docentes envolvidos, na primeira fase do Ensino Fundamental, juntamente com os pais e responsáveis dessas crianças, deveriam
ficar alertas quanto essa que para uma possível descoberta de sinais, na maioria em sua primeira infância, já sofredoras de tal distúrbio.
A saber, que todos os sintomas emocionais são importantes tanto quanto os acadêmicos precisando também ser avaliados. As avaliações para cada criança em questão dependerá de todos os problemas específicos que a mesma enfrenta.
Nas avaliações serão inclusos nos teste cinco áreas:
1- Cognição
2- Performance acadêmica
3- Comunicação
4- Sensorial/ motor
5-Saude e desenvolvimento
Através dos testes, as crianças receberá um parecer clínico de como irá aprender melhor Através de “n” possibilidades de informações, dentre elas: auditivas, visuais e cenestésicas; jogos dramáticos, e com formato de quebra-cabeça deixarão as crianças mais a vontade durante as avaliações.
CONCLUSÃO
Alguns autores afirmam que a Dislexia é para vida toda, como já foi citado acima, podendo ser atenuada por diversas metodologias em alguns aspectos. Hoje, “talvez seja portadora de Dislexia. E quando exerci meu ministério de docência por mais de uma década, com a pasta de Ensino de Arte, nas escolas públicas das redes municipais e estaduais, Belém-PA, pude perceber, enquanto aluna de vários cursos de formação na rede municipal de Belém; através da introspecção de como foi no início da minha aprendizagem, concluo que talvez, eu seja uma pessoa disléxica. Enquanto atuei como professora de Ensino de Arte, fazendo parte do quadro dos profissionais da educação numa referida e potencial Escola Municipal Paulo Freire no bairro do Tenone, Belém – PA, sempre tínhamos cursos de formação na época, nos idos de 2000 a 2012 e um desses cursos chamado ECOAR- Elaborando Conhecimento para Aprender a Reconstrui-lo; pude me perceber como sendo uma possível disléxica; por todas as características descritas no referido curso; mas nunca fui em busca de um diagnóstico, até então.
Ao exercer a função de Professora no Ensino de Arte, depois de ingressar através de concurso na Rede Municipal de Ensino de Belém, após cursar Faculdade – Ufpa em Licenciatura em Educação Artística – Habilitação em Artes Plásticas, nos idos de 1990 a 1995”. Hoje, com nova nomenclatura: Artes Visuais.
“Adquiri vários conhecimentos, dentre eles: Desenho, Pintura, Teatro, Xilogravura, Monotonia, Escultura, Iniciação a Geometria Plana, Museologia, Percepção Visual, Estética, Semiótica, dentre outros.” “Posso afirmar que ao adquirir tais conhecimentos uma nova pessoa renasceu em mim”.
“Para entender um texto sobre Arte Medieval, Gótica, tinha que ler em voz alta, caso contrário não conseguia assimilar os conteúdos do texto, através de leitura silenciosa. Entre outras oficinas que participei, pelo Núcleo de Oficinas Curro Velho; em nossa cidade; onde aprimorei o Desenho, a Pintura, o Teatro, até minha dicção melhorou ao participar das oficinas de Teatro”. “Fui uma criança muito tímida nos meus seis aos dez anos, chorava nas aulas de reforço, sofria para copiar do quadro textos imensos e ninguém me ajudava; não entendia o porquê?”
”Na época creio que nem se falava em Dislexia”
“ Apenas em timidez”;
“ Fui tímida, hoje não me considero uma pessoa tímida”. “Tinha raiva quando as pessoas me achavam que era uma coitadinha”. “Através das experiências artísticas tornei- me melhor, em todos os aspectos”.
“Hoje ainda apresento sinais ao grafar as letras quando escrevo, troco o “d” pelo “t” ou vice-versa”.
“Se não me policiar na grafia sempre troco letras com sons semelhantes. Nunca entendi o porquê. No meu ministério de Professora de Arte, deparei-me com várias crianças com sinais de Dislexia. Do tipo: letra espelhada, troca de letras com sons parecidos, dificuldade na dicção, timidez, dificuldade para escrever com letras cursivas”.
“Busquei respostas para minhas inquietações, nas várias metodologias artísticas: Desenho de memória e observação, construção com dobradura, construção com argila e massa de modelar, construção com história em quadrinhos simples, leituras de imagens, pinturas com releituras de imagem. E no final do ano letivo, os docentes envolvidos no avanço da aprendizagem das crianças com possíveis sinais de Dislexia, fará o relatório indicando as performances das crianças a coordenação para serem feito os encaminhamentos necessários, para a criança seja atendida com profissionais q irão fazer todas as avaliações para diagnosticar o caso”.
Vale ressaltar que o alerta aos docentes dos anos iniciais fará com que toda comunidade escolar, de cada escola, fique atento ao menor sinal de Dislexia, para que haja um avanço no desenvolvimento como um todo, não só na área acadêmica, mas num possível sucesso no futuro dessa criança. Aprender é a junção do já conhecido e do desconhecido, ação só irá acontecer através do pensar. Ação desempenhada pelo cérebro… Quando toco, sinto, reconheço, penso e existo. O cérebro, órgão responsável por nossas ações e reações. E ao juntar o conhecido com o desconhecido, pensamos. Se vejo, toco, sinto, reconheço, penso e existo.
REFERÊNCIAS
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