ADOLESCENTS AT SOCIAL RISK: EQUOTHERAPY.
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7850853
Alex Matoso Silva1
Geralda Aparecida Otone (Neném Otone)2
Resumo:
Este artigo apresenta considerações a respeito de adolescentes em condição de risco social. O objetivo é, em um primeiro momento, apontar as possíveis origens dos distúrbios comportamentais – sociais, pois –, que acometem os adolescentes e, em um segundo plano, evidenciar a equoterapia como um tratamento adequado à resolução dessa situação.
Palavras-chave: Adolescentes – Risco social – Equoterapia
Abstract:
This paper presents considerations about adolescents at social risk. The goal is, at first, to point out the possible origins of this behavioral – social disorders, therefore -, which affect the adolescents and, at a background, to highlight equitherapy as a treatment appropriate to resolve this situation.
Keywords: Adolescents – Social risk – Equitherapy
1. Introdução
É senso comum o entendimento de que os jovens, em nível mundial, especialmente depois da pandemia COVID-19, estão cada vez mais em situação de risco. Basta considerar as diversas e cada vez mais recentes notícias de massacres a tiros em escolas, provocados por alunos em relação aos quais, ao cabo das investigações, descobre-se a existência de algum distúrbio de origem social bastante profundo.
Este pequeno artigo, que não tem a pretensão de ser um trabalho científico, parte de um recorte restrito à figura dos adolescentes (aqueles jovens entre 10 e 19 anos de idade) para o propósito de, em um primeiro momento, apontar as possíveis origens dos distúrbios comportamentais – sociais, pois –, que os acometem e, a um segundo plano, evidenciar a equoterapia como um tratamento adequado à ressocialização deles.
Aliás, desde já cabe anotar que, relativamente à abordagem ressocializadora de jovens (adolescentes) em situação de risco social, há que se levar em conta que é extremamente difícil reabilitar uma pessoa que, em sua maioria, só conhece o lado ruim da vida, traduzido na negligência e/ou a indiferença de algumas pessoas com quem se relaciona socialmente (mesmo alguns familiares) e do Poder Público, e outros tantos também são afetados pela falta de educação formal e pela miséria financeira (fome).
Quando um adolescente se vê em uma situação dessa, a família mais próxima (especialmente os pais) também adoece: física, psíquica e socialmente. A família como um todo fica sem forças para superar esse flagelo. Todos sofrem a crueldade dos membros da sociedade, que, com raras exceções, querem a todo custo distância daquele adolescente “problemático” e não são capazes de estender-lhes a mão, ainda que apenas com uma palavra de conforto, esquecendo-se de que todos nós somos sujeitos a um tal infortúnio.
Ainda que possa parecer, diante do conteúdo até aqui apresentado, nada está perdido, sendo exatamente isso que buscaremos demonstrar com este artigo.
Efetivamente, assinalamos que é muito difícil conseguir a ressocialização de adolescentes com distúrbios sociais e inserido em um mundo cada vez mais individualista, mas não ousamos afirmar seja impossível, porque o tratamento por meio da equoterapia, conforme temos observado, vem sendo pródigo em alcançar resultados positivos para resolver essas situações.
Recupera-se o adolescente; cura-se a família; produz-se incalculáveis benefícios à sociedade. E não há segredo ou magia.
O motivo pelo qual a equoterapia tem uma ação benéfica sobre as pessoas dotadas de razão está em que o centro de equoterapia é um lugar ímpar no mundo onde é possível ENTENDER com o espírito e OBSERVAR com os olhos a limitação oportuna da ação e a execução de qualquer arbítrio do acaso. Nesse método terapêutico, o indivíduo e o cavalo se fundem em um só SER, de modo que não se saberia dizer qual dos dois está efetivamente irradiando sua energia curativa ao outro.
2. Distúrbios físicos, psíquicos e comportamentais geradores de risco social a adolescentes
Em razão de impedimento legal, este trabalho não se imiscui em áreas restritas à atuação de profissionais de medicina (especialmente a psiquiátrica) ou de psicologia. Entretanto, para fins de necessário esclarecimento, será possível reproduzir aquilo que esses citados profissionais indicam como causadores de comportamento geradores de risco social aos adolescentes.
Nesse contexto, tem-se que a adolescência – o período de vida do ser humano compreendido entre a infância e a idade adulta – ocorre, por definição da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2023), entre os 10 e os 19 anos de idade. Esse não é um período definitivamente delimitado no tempo e se movimenta em seus limites mínimo e máximo com base em evidências científicas das alterações corporais e hormonais do ser humano.
Exemplo disso é a recente pesquisa publicada na revista científica médica The Lancet Child & Adolescent Health, no qual seus autores Prof. Susan M Sawyer (MD), Peter S. Azzopardi (PHD), Dakshitha Wickremarathne (MSD) e George C. Patton (MD), defendem a ampliação da idade final desse período para 24 anos (2018, on line).
No Brasil, esse mesmo período chamado adolescência ocorre, por definição na Lei 8.069/90, art. 2º, parte final[1] (Brasil, 1990) entre os 12 aos 18 anos de idade de uma pessoa natural. De todo modo, com quaisquer limites etários, certo é que, conforme anotado pela Organização Pan-americana de Saúde – OPAS (2023, on line), esse período de vida chamado adolescência:
é um momento único, que molda as pessoas para a vida adulta. Enquanto a maioria dos adolescentes tem uma boa saúde mental, múltiplas mudanças físicas, emocionais e sociais, incluindo a exposição à pobreza, abuso ou violência, podem tornar os adolescentes vulneráveis a condições de saúde mental.
Corroborando esse panorama, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, 2021) informa que:
segundo o relatório Situação Mundial da Infância 2021, estima-se que quase um em cada seis meninas e meninos entre 10 e 19 anos de idade no Brasil viva com algum transtorno mental, parcela mais exposta ao risco de automutilações, depressão e suicídio.
Exatamente porque a adolescência é um período de mudança e desenvolvimento intenso, esse é um tempo de algum desconforto ou dificuldade aos jovens, o que carece tratamento adequado. Segundo a literatura médica, apesar da imensa gama, os distúrbios mais comuns que afetam os adolescentes referem-se à ansiedade, à depressão, aos problemas comportamentais, às dificuldades acadêmicas, sociais, de identidade, de relacionamentos e aos conflitos familiares.
De fato, a experiência no Instituto Paraíso, em Itatiaiuçu – MG, vem demonstrando que os adolescentes que lhe são encaminhados, indicados a tratamento pelos profissionais de saúde ou assistência social que os atendem previamente, apresentam nível de conscientização muito baixo, pouca ou nenhuma noção de certo e de errado; e muitos deles bastante comprometidos psicologicamente.
Nesse sentido, na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), da Organização Mundial de Saúde – OMS (2023, on line), está catalogado entre os problemas comportamentais “o comportamento de oposição e/ou agressivo e persistente”, categorizado em transtornos de conduta (F-91.0 a F-92.8), que acrescido do diagnóstico de uso de drogas, característico da síndrome de substâncias psicoativas (F-19.20 a F-19.26), torna a situação dos adolescente com tais sintomas de difícil solução. Em igual dificuldade de tratamento, estão os diagnosticados com transtornos de personalidades antissocial (F-60 a F-60.9). Mas, todos esses distúrbios, conforme se verá, podem ser tratados a contento por equoterapia.
3. Equoterapia como método de prevenção e erradicação de risco social a adolescentes
É sabido desde o tempo de Sócrates e de seu discípulo Platão que, em muitas ocasiões, os esforços dos médicos não alcançam bons resultados no tratamento das doenças. Isso ocorre porque eles – os médicos – tratam apenas das reações corpóreas, eles cuidam do corpo (físico e psíquico), e, por sua formação técnica, não alcançam as mazelas do espírito. Sendo assim, sem tratar ao mesmo tempo do corpo e da alma, não será possível que uma pessoa se cure.
Equoterapia é exatamente essa cura: é tratamento de corpo e alma! Equoterapia não se confunde com os parcos limites da simples equitação, embora se utilize dessa técnica, tampouco se resume a um mero passeio ou andar a cavalo.
Também se colhe dos ensinamentos do filósofo grego Sócrates – quem fora condenado a beber o veneno cicuta por apresentar manifestação divergente do pensamento dominante à sua época – que toda novidade científica é posta primitivamente a enfrentar a desconfiança, não sendo aceita de imediato, senão depois de um longo tempo de convencimento feito a conta-gotas e, em muitos casos, à custa de esforços de mártires.
Decorre também disso a grande desconfiança e pouca aceitação da equoterapia como efetiva terapêutica a diversas mazelas que assolam a saúde das pessoas.
A equoterapia é uma atividade medicinal milenar. Os primeiros a utilizar o cavalo com fins medicinais foram os Gregos, podendo ser considerado marco original desse método a referência de Hipócrates de Loo (458-377 a.c.) à equitação como fator regenerador da saúde.
Conforme ANDE-BRASIL (2023, on line), equoterapia é “um método terapêutico que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais”. Ainda segundo registros da ANDE-BRASIL, esse método tem atuação voltada a beneficiar física, psíquica, educacional e socialmente pessoas com deficiência, estando indicado para os quadros clínicos de (i) doenças genéticas, neurológicas, ortopédicas, musculares e clínico metabólicas; (ii) sequelas de traumas e cirurgias; (iii) doenças mentais, distúrbios psicológicos e comportamentais; (iv) distúrbios de aprendizagem e linguagem.
O passo do cavalo transmite ao praticante diversos estímulos que deslocam o corpo no espaço, exercitando equilíbrio, treinando a coordenação e melhorando o esquema corporal. Psicologicamente, ocorre o aumento da autoestima e autoconfiança. O cavalo torna-se o amigo digno de confiança, contribuindo com suas pernas e seu corpo forte para a melhora dos praticantes expostos ao método. Conforme Geralda Otone (2011, p. 38)
A prática da equoterapia favorece a sociabilidade, desenvolve a disciplina, estimula o equilíbrio físico e mental, além de proporcionar uma melhor qualidade de vida em indivíduos com necessidades especiais, sejam elas dependência física ou decorrente do envelhecimento, estresse mental, dificuldades escolares ou distúrbios do comportamento.
No método da equoterapia, o cavalo se apresenta como o principal instrumento para o tratamento. Obviamente não seria possível deixar de lado o trabalho dos profissionais de saúde necessariamente envolvidos no processo, a exemplo dos fisioterapeutas e equipe psicológica e mesmo psiquiátrica. Todavia, é importante evidenciar o papel do cavalo como principal instrumento da equoterapia, sem ele, ainda que presente a equipe de profissionais adjacente, impossível alcançar o objetivo final do método: a total cura ou a melhora sensível do acometimento impactante à saúde do praticante.
Grabriele Brigitte Walter (2013, p. 25) assinala que:
O interesse da classe médica pela equitação como método terapêutico [equoterapia] surgiu após uma jovem dinamarquesa (Elisabeth Hartel), acometida de poliomielite aos 16 anos, ter sido premiada com medalha de prata em adestramento nas Olimpíadas de 1952, após 8 anos de prática equestre depois da alta hospitalar. O feito foi repetido em 1956 e o público só percebeu que a atleta era deficiente física após ela descer do cavalo e subir ao pódio portando duas bengalas canadenses.
Em 1965, em França, os médicos parisienses interessaram-se pelos estudos da equoterapia, uma vez que já ao tempo da Primeira Guerra Mundial ela se mostrara extremamente relevante para o desenvolvimento, melhora e auxílio dos soldados feridos em combate e em sua reabilitação.
Hoje, em vários países se utiliza a equoterapia como técnica de tratamento de saúde, sendo bastante interessante registrar a reportagem estampada recentemente, em 22.02.2023, no site UOL (2023, on line), dando conta de que
“Equoterapia: cavalos aliviam a alma dos soldados ucranianos” – esse é o título da notícia.
*Foto/Crédito: Sergei Supinsky/AFP
Em terras tupiniquins, a Associação Nacional de Equoterapia – ANDE BRASIL introduziu o trabalho em 1989, em Brasília. Alguns anos mais tarde, em 09.04.1997, a equoterapia foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina e incorporada à enorme gama de métodos e técnicas direcionadas aos programas de reabilitação de pessoas com necessidades especiais.
O grande esforço e o trabalho de bastidores no Congresso Nacional de pessoas ligadas à equoterapia e que percebiam seus efetivos resultados implicou na edição da Lei 13.830 – Lei da Equoterapia – publicada do Diário Oficial da União em 14.05.2019, com vigência a partir de 10.11.2019.
As principais indicações da equoterapia são: autismo; paralisia cerebral; lesões medulares; traumatismo cranioencefálico; síndromes neurológicas (Down, West, Rett, etc.); esclerose múltipla; poliomielite; mal de Parkinson; microcefalia/macrocefalia; amputações; atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; alterações posturais (hipercifose, hiperlordose, escoliose); alteração do tônus muscular (hiper ou hipotonia); hemiplegia, paraplegia, tetraplegia; distúrbios do equilíbrio – ataxias; distúrbios emocionais (insônia, ansiedade, estresse); distúrbios sensoriais (deficiência visual, deficiência auditiva); e outros distúrbios psicossociais (deficiência mental, alterações comportamentais, distúrbios do aprendizado).
4. Conclusão
Propusemo-nos a apresentar neste pequeno trabalho escrito algumas considerações a respeito de adolescentes em condição de risco social, apontando, em um primeiro momento, as possíveis origens dos distúrbios comportamentais – com efetiva incidência social – que os acometem e, em um segundo plano, cuidar de evidenciar a equoterapia como um tratamento adequado à resolução dessa situação.
Nesse sentido, expusemos no tópico 2 os possíveis distúrbios físicos, psíquicos e comportamentais geradores de risco social a adolescentes, assinalando, com base em literatura médica, que os mais comuns se referiam à ansiedade, à depressão, aos problemas comportamentais, às dificuldades acadêmicas ou sociais, aos conflitos familiares e às dificuldades com identidade e relacionamentos e o fizemos com ênfase na experiência vivenciada no Instituto Paraíso – INPAR, que se dedica à equoterapia como método terapêutico para a cura de tais mazelas. Nesse mesmo tópico, indicamos que esses distúrbios têm origem exatamente na própria condição de mudança corporal e hormonal do crescimento do ser humano em um “momento único, que amolda às pessoas para a vida adulta” – tempo esse conhecido como adolescência, ao qual está reservado desconforto e/ou dificuldades
No tópico 3 trouxemos a equoterapia como método de prevenção e erradicação de risco social a adolescentes, em sua condição de tratamento de corpo e alma!
Sim; e nessa especial condição, expusemos a equoterapia, a partir de sua origem e desenvolvimento histórico, em todos os seus limites e alcance, informando o poder natural do cavalo em transmudar cargas negativas de energia em respostas energéticas positivas, capazes de alcançar cura, especialmente em relação aos transtornos que mais comumente acometem os adolescentes e os empurra a uma situação de risco social.
Deixamos claro que equoterapia não se confunde com os parcos limites da simples equitação, embora se utilize dessa técnica, tampouco se resume a um mero passeio ou andar a cavalo.
Em síntese de tudo que aqui apresentamos, concluímos que o cavalo ensina. Ele ensina a ter paciência; paciência conosco, com as outras pessoas e com as grandes e pequenas dificuldades surgidas na vida. Quando aprendemos a conviver com eles, nos tornamos mais amáveis e usufruímos melhor dos momentos presentes.
Por fim, cabe-nos assinalar que, ao contrário do que se possa imaginar, os adolescentes ou qualquer outro praticante de equoterapia – assim chamados os que se submetem a esse método de tratamento – não são acolhidos em centros de equoterapia por simples vontade deles ou de seus pais. É necessário que o praticante seja encaminhado por indicação do profissional (médico ou psicólogo) que o acompanha ou pelo serviço de Assistência Social do Município em que mora.
Bibliografia
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BRASIL. Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. https://planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm – Acesso 02 abr. 2023.
OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE – https://www.who.int/health-topics/adolescenthealth#tab=tab_1 – Acesso 2 abr. 2023.
OPAS – Organização Pan-americana de Saúde – https://www.paho.org/pt/topicos/saude-mental-dosadolescentes – Acesso 02 abr. 2023.
OTONE, Geralda Aparecida, et al. Princípios e fundamentos. In: Equoterapia: teoria e prática. SOARES, Daniela Fonseca Genelhu; OTONE, Geralda Aparecida; FAICO, Marina Matos de Moura (Organizadoras). Caratinga, FUNEC, 2011.
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SAWYER, Susan M; AZZOPARDI, Peter S; WICKREMARATHNE, Dakshitha e PATTON,
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UOL – Universo On Line – ‘Equoterapia’: cavalos aliviam a alma dos soldados ucranianos. https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/afp/2023/03/22/equoterapia-cavalos-aliviam-a-alma-dossoldados-ucranianos.htm – Acesso 02.04.2023.
1Doutorando em Direito – PPGD em Proteção dos Direitos Fundamentais da Universidade de
Itaúna. Mestre em Direito – PPGD em Proteção dos Direitos Fundamentais da Universidade
de Itaúna. Especialista em Direito Público – PUCMINAS. Juiz de Direito – Tribunal de
justiça de Minas Gerais – Professor (graduação) – Faculdade de Direito da Universidade de
Itaúna.
alexmatososilva@gmail.com
2Especialista em equoterapia – Equitadora – Adestradora de cavalos– Campeã brasileira de
equitação (mangalarga marchador) 2004 e 2009 – Presidente do Instituto Paraíso (centro
especializado em tratamento por equoterapia).
1– Lei 8.069/90 – Art. 2o Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.