ACCOMMODATION OF ADOLESCENTS WITH SWICH IDEAS
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7982358
Crislânia Dayane de Oliveira Barbosa
Julyanne Patricia dos Santos Oliveira*
Jandson de Oliveira Soares**
RESUMO
Introdução: A ideação suicida é um pensamento que se refere a auto eliminação, tendo por objetivo na maioria das vezes banir o sofrimento e não acabar com a própria vida. Percebe-se que as pessoas, em sua maioria, dão sinais de desistência da vida e pedidos de socorro, frases contínuas que remetem a autoexclusão que podem por vezes passar despercebidos, tornando necessário o estudo de como surgi e de que forma pode acontecer o acolhimento, assim inibindo o indivíduo a chegar ao ato suicida, já que é uma das maiores causas de morte por autoextermínio em todo o mundo.
Logo, a questão norteadora deste estudo é: Como acontecem os acolhimentos de adolescentes com ideações suicidas? Durante a puberdade há mudanças principalmente físicas e biológicas, já na adolescência, transição da infância à fase adulta, ocorrendo entre 10 e 20 anos acontecem mudanças internas, o descobrimento do Eu começa aparecer com mais força, surgindo duvidas e muito conflito, fazendo necessário a compreensão e ampliação do conhecimento acerca das diversas mudanças que acontecem nessa fase como por exemplo: as mudanças físicas, o amadurecimento sexual, além de conflitos familiares, fatores predominantes nas ideações suicidas.
Objetivo geral: O objetivo geral deste artigo é descrever como acontecem os acolhimentos em adolescentes com ideações suicidas.
Método: O estudo foi elaborado através de uma revisão integra sobre o acolhimento de adolescentes com ideações suicidas e os critérios de inclusão adotados para o presente estudo foram artigos publicados entre os anos de 2018 a 2023. Os estudos elegidos foram abordados por meio de uma seletiva, determinada por tema, resumo e conclusão que seguissem no mesmo propósito, respondendo a problemática deste artigo. Após selecionados, foram revistos, tendo como finalidade realizar uma análise interpretativa com base na questão.
Resultados: As produções selecionadas, são constituídas em 12 estudos que abordam a mesma temática, que é o acolhimento de adolescentes com ideações suicidas. Entende-se, que as ideações suicidas vêm crescendo ao longo dos últimos anos, assim considerado o problema de saúde pública. Estima-se que para cada morte por suicídio existem 20 tentativas, confirmando que suicídio é sempre precedido de ideações, principalmente em adolescentes. Identifica-se também, que a tentativa de suicídio tem um predomínio maior em adolescentes. Nota-se também que as maiores tentativas na adolescência é a automutilação, sendo mais frequente em pessoas do sexo feminino e ocorrendo a presença de transtorno mental.
Discussão: Nos últimos anos o índice de mortes por suicídio vem crescendo e tem ganhado espaço principalmente entre os jovens. Deixando em evidência que o suicídio é um ato que tem diversos significados diante do contexto cultural e histórico em que ocorre. É também considerado um resultado de diversos fatores como: biológicos, psicológicos, sociológicos, culturais e ambientais. A ideação suicida são os pensamentos, desejos e manifestações de se autodestruir, ou seja, acabar com a própria vida e pode incluir planejamento, as ideações são muitos similares as tentativas pois tem as mesmas características, diferenciando apenas no resultado. Assim, é dividido o suicídio em três partes importantes a serem estudadas, que são elas: A ideação suicida, a tentativa e o ato suicida. Nesta logica, o indivíduo pensa, planeja e executa. Na ideação os pensamentos são constantes, nas tentativas, arquiteta e em adolescentes, a fase da vida escolhida para estudo, acontece nesse meio mutilação e expressão de sentimentos depressivos que quando não observado e não tratados a tempo leva ao ato suicida.
Conclusão: O estudo revelou um crescente número de ideações suicidas em adolescente, principalmente do sexo feminino, apontou os fatores que levam esse índice a crescer que sendo eles: genético, psicológicos, sociológicos, culturais e ambientais. O estudo ainda expõe que há necessidade de preparo profissional para que o acolhimento aconteça de fato e seja bem-sucedido. Diante disso, surge a necessidade de ampliar conhecimento acerca desta temática, desenvolvendo projetos, artigos, seminários que expõem e qualifiquem acerca deste conteúdo. Quanto a limitação do estudo, aponta-se a escassez de material científico que abordasse a temática.
Keywords: Nurses and Nurses; Emergency Medical Services; Nursing Care and Prehospital
1. INTRODUÇÃO
O objeto de estudo do presente artigo é o acolhimento de adolescentes com ideações suicidas. A motivação veio por considerar o tema um assunto que precisa ser comentado com mais intensidade, principalmente no século presente, onde é bastante comum as pessoas apresentarem problemas psicológicos.
A ideação suicida é o conjunto de pensamentos, imagens ou fantasias sobre o próprio suicídio. É um estado mental caracterizado pela presença de ideias persistentes e recorrentes relacionadas à morte voluntária, que podem variar desde um desejo vago ou passivo de morrer até planos concretos e detalhados para a execução do ato. A ideação suicida pode ocorrer como parte de um transtorno psiquiátrico, como a depressão ou o transtorno bipolar, ou como resultado de uma crise ou evento estressante na vida da pessoa. É considerada um sinal de alerta importante para a necessidade de intervenção profissional e apoio emocional adequado, segundo Silveira (2022).
Percebe-se assim, que a ideação suicida é um pensamento referido a auto eliminação, tendo a finalidade de banir o sofrimento e não acabar com a própria vida. As pessoas, em sua maioria, dão sinais de desistência da vida e pedidos de socorro, frases contínuas que remetem a autoexclusão que podem por vezes passar despercebidos, tornando necessário o estudo de como surgi e de que forma pode acontecer o acolhimento, assim inibindo o indivíduo a chegar ao ato suicida, pois é uma das maiores causas de morte por autoextermínio em todo o mundo (PENSO, SENA, 2020).
Durkheim um grande sociólogo afirmou: ‘’o suicídio seria todo o caso de morte que resulta, direta ou indiretamente, de um ato, positivo ou negativo, executado pela própria vítima, e que ela sabia que deveria produzir esse resultado’’ (DURKHEIM, 2014).
Na perspectiva de Durkheim cada sociedade traz consigo pontos que levam a mortes voluntárias, trata-se de uma sociedade que não está preparada para conflitos e acaba promovendo o autoextermínio. É notório que se pensa antes de se fazer algo, antes do ato que para muitos é a solução, vem as ideações, ninguém age de imediato sem pensar, e essas, são mais comuns do que se imagina e pode aparecer não só na vida adulta como também em crianças e adolescentes, devendo ser estudado quando seu aparecimento se torna constante.
A adolescência é uma fase que denota cuidado, diante das mais variáveis mudanças, fazendo necessário um olhar diferenciado a esse público. Na atualidade há o hebiatra (medicina que estuda o adolescente). Segundo Meirelles (2022), a ideia é abordar o indivíduo como um todo, estudando seus aspectos biopsicossociais que passa por transformações. Em vez de estudar apenas os aspectos biológicos ou psicológicos de um indivíduo, a abordagem biopsicossocial enfatiza a importância de examinar os aspectos sociais também. Isso inclui fatores como o ambiente em que a pessoa vive, a cultura e os relacionamentos interpessoais. Por isso Meirelles enfatiza a importância de avaliar o comportamento do indivíduo para ter uma analise de onde vem os pensamentos suicidas de tal pessoa.
O acolhimento de adolescentes com ideações suicidas é um assunto de extrema importância, visto que o suicídio é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para oferecer um acolhimento adequado, é essencial que sejam criados espaços seguros e acolhedores, com profissionais treinados e capacitados para lidar com situações de crise e com um ambiente que favoreça a comunicação aberta e empática.
Os adolescentes que apresentam ideações suicidas geralmente estão passando por um momento de grande sofrimento emocional, e é importante que sejam tratados com empatia e respeito, sem julgamentos ou preconceitos. Além disso, é fundamental que sejam encaminhados para atendimento psicológico e psiquiátrico, se necessário, para que possam receber o tratamento adequado e preventivo.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) traz uma estatística de que a cada 40 segundos há uma morte por suicídio em todo o mundo. ‘’É a segunda causa de morte nos jovens com idade entre os 15 e os 29 anos, depois dos acidentes de viação’’ tornando-se um problema de saúde pública, afirma (FARIAS & NOGUEIRA, 2019).
Segundo Fogaça et al (2022) A Tentativa de Suicídio tende a aumentar na adolescência, etapa singular do desenvolvimento, devido à vivência de novas experiências, com as exigências sociais impostas e a construção de sua identidade pessoal. Nesse período, podem se consolidar comportamentos de risco, com maior exposição aos acidentes e à violência.
Os conflitos é um fato, não é despropósito como muitos podem falar, e na atualidade alguns fatores além dessas mudanças fisiológicas e biológicas, trazem ainda mais impulso ás ideações como por exemplo: a utilização inadequada da internet e os meios de comunicação virtuais, que por vezes afastam o adolescente do convívio familiar, além dos bullyings presentes de forma virtual e presencial na escolas, a falta de apoio e compreensão na liberdade de escolha de gênero, além da exposição ao mundo das drogas etc.
A questão norteadora deste estudo é: Como acontecem os acolhimentos de adolescentes com ideações suicidas? Onde ocorre? E por quais profissionais? Assim, os acolhimentos de adolescentes com ideações suicidas podem acontecer em diferentes contextos e por diferentes profissionais, dependendo da gravidade do caso e dos recursos disponíveis na região. Em geral, o primeiro contato pode ser feito por meio de serviços de emergência, como o SAMU ou prontos-socorros, que encaminham o adolescente para atendimento médico e psicológico imediato. Em seguida, é importante buscar apoio de profissionais especializados em saúde mental, como psiquiatras e psicólogos, que possam avaliar o risco de suicídio e orientar o tratamento adequado.
No sistema público de saúde, os adolescentes com ideações suicidas podem ser encaminhados para serviços de saúde mental, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e os ambulatórios de saúde mental, onde poderão receber atendimento ambulatorial ou internação, se necessário. Além disso, há também a opção de buscar ajuda em organizações não-governamentais que oferecem serviços de acolhimento e apoio psicológico a adolescentes em situação de risco. Independentemente do local de atendimento, é importante que os profissionais envolvidos tenham habilidades específicas para lidar com adolescentes com ideações suicidas, como conhecimento sobre transtornos mentais, habilidades de comunicação e capacidade de avaliar o risco de suicídio. Também é importante que haja um trabalho integrado entre diferentes profissionais, como psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais e enfermeiros, para oferecer um atendimento completo e eficaz.
Logo, faz necessário compreender e ampliar o conhecimento acerca das diversas mudanças que acontecem nessa fase como por exemplo: as mudanças físicas, o amadurecimento sexual, além de conflitos familiares, fatores predominantes nas ideações suicidas (BORGES,2022).
O profissional de saúde não conhece a realidade de cada paciente atendido, com isso a necessidade de preparo é obvio, ‘’É necessário reconhecer-se o território e o perfil de doença no qual o sujeito está inserido para que sejam elaboradas estratégias de intervenção adequadas’’(SILVEIRA,2022).
Diante deste cenário torna-se relevante abordarmos o tema em questão, a começarmos do ponto de entender sobre essa idade, o que leva as ideações suicidas nesta fase da vida e como são feitos os acolhimentos aos adolescentes com tais pensamentos.
Segundo Morell et al (2022) Adolescentes veem o suicídio como uma única saída para os problemas. Diante dos transtornos do humor aparecem sucessíveis nesta idade, vela salientar que eles ainda não têm a capacidade de planejar e realizar um ato suicida, pois tal ação requer um nível de maturação ainda não alcançado por eles. Ver-se que o início da adolescência é o mais arriscado, por suas mais variáveis mudanças no nível corporal, psíquico, afetivo, familiar e social, há uma mudança na percepção de si mesmo e dos outros que se inicia com as mudanças corporais, com isso abordar este tema é muito relevante.
Assim, o objetivo geral deste artigo é descrever como acontecem os acolhimentos em adolescentes com ideações suicidas. Quanto aos objetivos específicos pretende-se compreender fatores que levam a ideações suicidas, descrever como se dão os atendimentos e perceber o preparo dos profissionais de enfermagem para essa questão. E é de grande relevância aprofundamento concernente a este objeto de estudo, investigando as taxas de mortalidade, analisando fatores que levam aos pensamentos autodestrutivos, elaborando possíveis prevenções assim como promovendo conhecimento de forma significativa para o salvamento de vidas.
2. METODOLOGIA
O estudo foi elaborado através de uma revisão integra sobre o acolhimento de adolescentes com ideações suicidas. Para o seu desenvolvimento, os critérios de inclusão adotados para o presente estudo foram: Artigos publicados entre os anos de 2018 a 2023, nas bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Associação Paulista de Medicina (APM) e PubMed, não foi encontrado estudos do ano de 2023, foram excluídos aqueles, cujo tema central não tinha relação com a finalidade deste artigo, assim como aqueles cujo os resumos não revelavam compatíveis com esse. As pesquisas nas bases de dados para busca dos artigos adquiridos, foram realizadas entre início de fevereiro a abril de 2023.
Os estudos elegidos foram abordados por meio de uma seletiva, determinada por tema, resumo e conclusão que seguissem no mesmo propósito, responder a problemática deste artigo. Após selecionados, foram revistos, tendo como finalidade realizar uma análise interpretativa com base na questão.
Conforme descrito na figura (1) mostra um fluxograma modelo prisma, mostrando todo trajeto metodológico de busca de artigos, na qual o resultado deixa uma amostra de 8 artigos para compor a revisão integrativa deste estudo.
Figura 1: fluxograma modelo prisma.
O material obtido para escrita final do presente artigo, foram divididos em quatro etapas: a) definir o tema e discutir a importância; b) pesquisar nas bases de dados sobre o tema proposto; c) analisar os dados mais importantes, excluindo o que não tinha relevância para o artigo; d) redigir o artigo.
3. RESULTADOS
Nota-se que as produções selecionadas, constituídas em 12 estudos que abordam a mesma temática: acolhimento de adolescentes com ideações suicidas. A seguir é apresentada a relação de artigos selecionados de acordo com o ano, periódico, título do artigo, autores e objetivo:
Quadro 2: Artigos selecionados de acordo com o ano, periódico, títulos do artigo, autores, objetivo
ANO | PERÍÓDICO | TITULOS DO ARTIGO | AUTORES | OBJETIVO |
2019 | Rcm. Núcleo do Conhecimento | Acolhimento de enfermagem ao adolescente com tendência suicida | NUNES ET AL(2) | o descrever, com base na revisão de literatura, o perfil do adolescente com pensamentos suicidas e concomitantemente, identificar o papel do enfermeiro na assistência de saúde para a prevenção de suicídio de adolescente. |
2020 | Esc. Anna Nery | Autolesão não suicida entre adolescentes: significados para profissionais da educação e da Atenção Básica à Saúde | GABRIEL ET AL (13) | conhecer as percepções dos profissionais da educação e da saúde acerca da autolesão não suicida em adolescentes |
2020 | Psicogente | Experiências latinoamericanas na prevenção do suicídio em jovens e adolescentes: uma revisão teórica. | GONZÁLEZ ET AL | Conhecer as principais experiências de prevenção do suicídio em jovens e adolescentes na América Latina nos últimos 15 anos. |
2021 | Epidemiol Serv Saude | Caracterização das tentativas de suicídio e lesões autoprovocadas por adolescentes e adultos notificados em Santa Catarina, Brasil, 2014-2018 | PINHEIRO ET AL. | Caracterizar as tentativas de suicídio e autoagressão de adolescentes e adultos notificadas em Santa Catarina, Brasil, no período de 2014 a 2018. |
2021 | Research, Society and Development | Contribuições da assistência de enfermagem no acolhimento de adolescentes com ideações suicidas | LEITE ET AL. | analisar as evidências científicas publicadas sobre as contribuições da assistência de enfermagem no acolhimento de adolescentes com ideações suicidas |
2022 | Acolhimento de enfermagem ao adolescente com tendência suicida. | ARAÚJO ET AL | descrever, com base na revisão de literatura, o perfil do adolescente com pensamentos suicidas e concomitantemente, identificar o papel do enfermeiro na assistência de saúde para a prevenção de suicídio de adolescente. | |
2022 | Psicogente | Risco de suicídio em adolescentes escolarizados. | URSUL ET AL | identificar os fatores associados ao risco de suicídio em adolescentes escolarizados. |
2022 | Research, Society and Development | Elaboração de diretrizes para atendimento hospitalar de tentativas de suicídio na adolescência | SCHEIBE E LUNA | descrever um estudo qualitativo e quantitativo de construção e validação de diretrizes para atendimento hospital de adolescentes com tentativa de suicídio |
Entende que as ideações suicidas vêm crescendo ao longo dos últimos anos, assim considerado o problema de saúde pública. Estima-se que para cada morte por suicídio existem 20 tentativas, confirmando que suicídio é sempre precedido de ideações, principalmente em adolescentes.
Percebeu-se que o comportamento suicida em adolescentes está ligado aos fatores internos e externos dessa fase, a adolescência se tornou um grupo de risco por ser um período da vida onde acontece muitas transformações que vai do físico ao emocional.
Aponta-se que os profissionais de saúde, enfermeiros em específico, não tem ainda o preparo adequado para acolhimento de adolescentes com ideações suicidas e que os materiais de estudo acerca desta temática ainda são escassos.
Identifica-se que a tentativa de suicídio tem um predomínio maior em adolescentes. Nota-se também que as maiores tentativas na adolescência é a automutilação, sendo mais frequente em pessoas do sexo feminino e ocorrendo a presença de transtorno mental.
Constata-se que o enfermeiro tem extrema importância sobre a prevenção de suicídios em adolescente. Devendo, a equipe de enfermagem também, se manterem capacitados com treinamentos para uma comunicação relevante com adolescentes que tentaram suicídio.
4. DISCUSSÃO
Nos últimos anos o índice de mortes por suicídio vem crescendo e tem ganhado espaço principalmente entre os jovens. O suicídio é um ato que tem diversos significados diante do contexto cultural e histórico em que ocorre. É também considerado um resultado de diversos fatores como: biológicos, psicológicos, sociológicos, culturais e ambientais. A ideação suicida são os pensamentos, desejos e manifestações de se autodestruir, ou seja, acabar com a própria vida e pode incluir planejamento, as ideações são muitos similares as tentativas pois tem as mesmas características, diferenciando apenas no desfecho (SCHEIBE, LUNA.2022)
Os estudos apontam que a ideação suicida é um dos estímulos para o risco de suicídio por isso torna-se relevante abordar este assunto. A presença de ideações suicidas é considerada um fator de risco pois pode resultar na consumação do ato caso não haja o acolhimento necessário e adequado. Diante disto entende-se que o preparo dos profissionais de enfermagem é importantíssimo, pois deve prestar assistência adequada não só ao adolescente como também seus familiares por meio da escuta ativa, autorreflexão e comunicação terapêutica que resulta em um atendimento humanizado (Freire, 2019).
Segundo Pinheiro et al (2021) em seu estudo sobre caracterização de tentativas de suicídio em adolescentes e adultos em Santa Catarina, A automutilação pode ser um importante fator de risco de suicídio, podendo aumentar o desejo e habilidade suicida. Em adolescentes, ela pode estar associada a fatores como problemas familiares e na escola, nesse estudo os autores identificam alta prevalência de suicídio em adolescentes.
Divide-se então o suicídio em três partes importantes a serem estudadas que são elas: A ideação suicida, a tentativa e o ato suicida. Nesta logica, o indivíduo pensa, planeja e executa. Na ideação os pensamentos são constantes, nas tentativas, arquiteta e em adolescentes, a fase da vida escolhida para estudo, acontece nesse meio mutilação e expressão de sentimentos depressivos que quando não observado e não tratados a tempo leva ao ato suicida.
Pesquisas apontam que maior parte dos adolescentes que tentaram suicídio eram do sexo feminino, prevalecendo os da raça/cor da pele branca, solteiros e estudantes. É perceptível que além da adolescência, mulheres entram como predominantes neste requisito (PINHEIRO et al,2021).
Em comparação com outras fases da vida humana, o adolescente não passa por grandes índices de adoecimento físico, mas, por outro lado, alguns adolescentes passam por esta etapa da vida de uma maneira mais intensa e assim, apresentam um nível de sofrimento emocional elevado quando ficam encontram-se frente aos problemas com uma dificuldade maior ao qual rotineiramente já estão acostumados. Tal sofrimento pode afetar a adaptação nas mudanças de sua vida familiar, escolar e social e nesta conduta, deixa-o mais vulnerável à dor e isolado ao seu meio de costume, o que pode influenciá-lo a ter comportamentos autodestrutivos. (GABRIEL et al., 2020).
Segundo Freire (2019) o enfermeiro que atua no serviço de saúde deve estar bem-preparado e atento para receber e identificar possíveis indicadores de suicídio em adolescentes, tais como pensamentos e ações voltados a sentimentos de profunda angústia, sofrimento e abandono. E importante abordar o paciente com muita calma e empatia, criando aos poucos um vínculo de confiança para então tratar.
Segundo Scheibe e Luna (2022) há diversos aspectos que enfraquecem o acolhi mento de adolescentes com ideações suicidas, dentre eles encontra-se a falta de treinamento das equipes, isso acaba por gerar insegurança e certo desconforto dos profissionais de saúde, visto que os mesmos são treinados mais para lidar com a vida do que com pessoas em sofrimento psíquico intenso que estão colocando em risco a própria continuidade da existência. Nesse aspecto o acolhimento de adolescentes com ideações suicidas ainda não acontece da forma que deveria com toda uma preparação adequada.
De acordo com Pinheiro et al (2021) os profissionais de saúde devem estar atentos e capacitados para acolher, identificando e encaminhar os pacientes de tentativas de suicídio com o objetivo de garantir a intervenção
5. CONCLUSÃO
A fase da adolescência pode causar muitos conflitos tantos internos quantos externos e com isso desenvolver medos, inseguranças e conflitos, sofrimento emocional que podem levar a ideações suicidas. Os pensamentos frequentes de autodestruição devem ser uma alerta, pois se não tratados, seguem avançando para planejamento e automutilação que consequentemente resultam no ato do suicídio.
Os profissionais de enfermagem nesse contexto são importantíssimos, eles que fazem o primeiro atendimento, identificando, avaliando e com calma estabelecendo uma conexão por meio do acolhimento. Nesse primeiro momento o acolhimento é muito significativo, pois por meio dele cria-se um vínculo de afetividade e confiabilidade proporcionando um atendimento humanizado e bem-sucedido. Portanto torna-se fundamental que o profissional esteja preparado para acolher o adolescente e sua família, ciente do que do que se deve fazer.
O estudo revelou um crescente número de ideações suicidas em adolescente, principalmente do sexo feminino, apontou os fatores que levam esse índice a crescer que sendo eles: genético, psicológicos, sociológicos, culturais e ambientais.
O estudo expos que há necessidade de preparo profissional para que o acolhimento aconteça de fato e seja bem-sucedido. Diante disso, surge a necessidade de ampliar conhecimento acerca desta temática, desenvolvendo projetos, artigos, seminários que expõem e qualifiquem acerca deste conteúdo. Quanto a limitação do estudo, apontamos a escassez de material científico que abordasse a temática.
REFERÊNCIAS
FARIAS, Cintia Alves; NOGUEIRA, Lucas Tavares. AÇÕES DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO AO SUICÍDIO EM ADOLESCENTES NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMILIA.
GABRIEL, Isabela Martins et al. Autolesão não suicida entre adolescentes: significados para profissionais da educação e da Atenção Básica à Saúde. Escola Anna Nery, v. 24, 2020.
HERNÁNDEZ BELLO, Ladini et al. Prevalencia y factores asociados a la ideación e intento de suicidio en adolescentes: Revision sistemática. 2020.
NUNES, Nandara Rocha. FREIRE, William Fernandes. PORFIRIO, Regiane Baptista Martins. Acolhimento da equipe de enfermagem frente aos adolescentes com ideações suicidas: uma revisão integrativa de literatura. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 11, Vol. 03, pp. 49-66. novembro de 2019. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/ideacoes-suicidas.
PINHEIRO, Thayse de Paula; WARMLING, Deise; COELHO, Elza Berger Salema. Caracterização das tentativas de suicídio e automutilações por adolescentes e adultos notificadas em Santa Catarina, 2014-2018. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 30, 2021.
RIVERA MORELL, Mayurys et al . Fatores de risco associados ao comportamento suicida em adolescentes entre 9 e 14 anos de idade. Multimed, Granma , v. 26, n. 2, e2416, Abr 2022 . Disponível em <http://scielo.sld./scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1028-48182022000200005&lng=es&nrm=iso>. acessado em 23 Abr 2023. EPub 15-Mar-2022.
SCHEIBE, SIMONE E LUNA, IVÂNIA JANNElaboração de diretrizes para atendimento hospitalar de tentativas de suicídio na adolescência. Ciência & Saúde Coletiva [online]. v. 28, n. 03 [Acessado 23 Abril 2023], pp. 863-874. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-81232023283.10182022 https://doi.org/10.1590/1413-81232023283.10182022EN>. ISSN 1678-4561.
SILVEIRA, Ana et al. Ação do enfermeiro perante a ideação suicida no adolescente e jovem adulto. Gestão e Desenvolvimento, n. 30, p. 525-555, 2022.
*Graduanda do Curso de Enfermagem da Faculdade Centro Universitário Cesmac; e-mail: Crisdayanne@outlook.com
**Prof. Mestre do Curso de Enfermagem da Faculdade Centro Universitário Cesmac