PREVENTIVE ACTIONS FOR PLANTS INTOXICATION IN DOMESTIC ANIMALS
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12814284
Suzana Felske Morales; Federico dos Santos Cupello; Amanda Carrocino Araujo Rodrigues; Lara Algebaile Oliveira; Lorena Erquecia Moreira; Marcella Fonseca de Araújo; Bianca da Silva Salmon Pompeu; Alline Ferreira Brasil; Adlilton Pacheco de Oliveira; Marcella Braga da Silva.
Resumo
O presente estudo se baseou na identificação das principais plantas ornamentais utilizadas no Brasil, que representam perigo de intoxicação em animais domésticos. A recente pandemia por COVID-19, aumentou não somente os números de aquisição de plantas como objeto de decoração, como provocou aumento nas taxas de adoção de animais de companhia. A consequência desses fatores levou ao aumento de casos de intoxicação de animais decorrente do processo de mordedura ou ingestão de plantas. Nesta pesquisa foram listadas as principais plantas tóxicas, no intuito de conscientizar a população sobre as possíveis consequências desta interação. A ferramenta utilizada para este fim ocorreu por meio da criação de conta no Instagram com posts informativos. A entrega de posts científicos relacionados ao tema, de forma atrativa para os usuários da internet, é uma grande dificuldade. Ademais, faltam estudos corroborando se as plantas consideradas seguras, são de fato isentas de risco. É de extrema importância a criação de uma plataforma de informação segura para os tutores, que contribua para a prevenção e da realização de mais pesquisas na área. A rotulação de plantas tóxicas na comercialização de plantas pode ser uma grande ferramenta para evitar intoxicações de animais domésticos por plantas.
Palavras-chave: Intoxicação. Plantas. Animais. COVID-19.
Abstract
The present study focused on identifying the main ornamental plants used in Brazil that pose a risk of poisoning to domestic animals. The recent COVID-19 pandemic not only increased the acquisition of plants as decorative items but also led to a rise in pet adoption rates. Consequently, there has been an increase in cases of animal poisoning due to chewing or ingestion of plants. In this research, the main toxic plants were listed with the intention of raising awareness among the population about the potential consequences of this interaction. The tool used for this purpose involved creating an Instagram account with informative posts. Delivering scientific posts related to the topic in an appealing manner for internet users has proven to be a significant challenge. Furthermore, there is a lack of studies confirming whether plants considered safe are indeed free of risk. It is of utmost importance to create a platform for secure information for pet owners that contributes to prevention and encourages further research in the field. The labeling of toxic plants in the commercialization of plants could be a valuable tool to prevent domestic animal intoxications caused by plants.
Keyword: Intoxication. Plants. Animals. COVID-19.
INTRODUÇÃO
A partir do contexto da pandemia do COVID-19, o isolamento trouxe cenário propício para práticas que promovessem maior bem-estar nas moradias como, por exemplo, o aumento significativo nas taxas de interesse em adoção e de adoção propriamente dita. Uma das maiores preocupações em relação ao isolamento era justamente aos seus efeitos psicológicos nos humanos. Estudos sobre saúde mental mostraram que ser tutor de animais de companhia como cães e gatos podem auxiliar em casos de depressão, ansiedade e estresse. Ao mesmo tempo que animais provém companhia, melhorar humor e diminuem a solidão, promovendo senso de respeito, confiança e empatia nas pessoas (Morgan et al, 2020). Junto com o contexto de maiores adoções neste grave período observou-se a importância de jardinagem e observação da natureza. O contato com o reino vegetal antes e durante a pandemia trouxe bem-estar mental. A procura por plantas ornamentais aumentou consideravelmente (Moraes, 2022).
Considerando as transformações passadas com o advento sanitário, que foi o COVID-19, no qual mais plantas e animais passaram a conviver nas residências, criou-se ambiente propício para o aparecimento de novas e não reportadas intoxicações por plantas em animais de companhia na Europa. Dados que refletem a real incidência de casos de intoxicação por plantas são escassos nesse continente, devido a falta de sistema de notificação centralizado de intoxicações. (Nagy et al, 2023), no Brasil este cenário se repete.
O presente estudo foi criado a partir deste cenário contemporâneo para promover ações preventivas por intoxicação de plantas em animais domésticos no ambiente da internet, o Instagram. Os objetivos foram de conscientizar a população sobre o perigo das intoxicações por plantas em animais domésticos, bem como formar por meio de posts quais plantas oferecem risco e quais são seguras para o convívio com animais, visto que as redes sociais são utilizadas dentre seus aspectos como forma de consumo, na aquisição de conhecimento, ensino e aprendizado (Santos & Santos, 2014).
O início desta pesquisa teve seu marco como um Projeto de Extensão da Universidade Estácio de Sá, no Campus Tom Jobim, do curso de medicina veterinária, pertencente a disciplina de Semiologia. Foi por meio da observação de uma postagem na plataforma do Instagram de um influencer, que mostrava plantas decorativas e animais no mesmo ambiente, que o estudo teve seu início. O intuito foi de utilizar a mesma plataforma que o influencer, o Instagram, para educar, baseado em evidências científicas, os tutores de pets, como forma de prevenção. Distribuir informações sobre as plantas tóxicas e seus agentes ativos presentes devem gerar conscientização sobre os potenciais riscos (Nagy et al, 2023). Assim, através de posts informativos, as pessoas adquirem o conhecimento necessário para evitar acidentes.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Plantas ornamentais sempre estiveram presentes na vida do brasileiro, com o advento da pandemia houve um aumento na incorporação desses tipos de plantas nas residências (Barrozo et al, 2022). Durante o isolamento mundial perante o COVID-19, a incerteza e as preocupações econômicas e de saúde faziam parte do contexto em que a sociedades viviam. Estudos indicaram que ter um animal de companhia, trouxeram benefícios em relação a saúde mental, principalmente em casos de depressão e ansiedade. Concomitantemente houve uma crescente no número de animais adotados (Morgan et al, 2020). Além disso, o aumento no mercado global de plantas decorativas levou ao crescente número de casos de intoxicação por plantas ornamentais em animais como cães e gatos (Nagy et al, 2023). Grande parte dessas intoxicações são acidentais, sejam por meio de plantas comestíveis ou decorativas. A ingestão de plantas é um hábito comum em animais como cães e gatos, que podem levar desde uma leve sintomatologia como casos graves e ao óbito. Os sintomas são inespecíficos como: vômito, febre, apatia, febre e diarreia (Santos et al, 2012). O desafio é promover informação de forma clara, centralizada e objetiva sobre as espécies afetadas em quadros de toxicidade. A falta desse conhecimento pode ocasionar sérios danos à saúde animal (Nagy et al, 2023).
Os compostos ativos que provocam a intoxicação são as fitotoxinas como alcaloides, glicosídeos, oxalatos, proteínas e outros (Nagy et al, 2013). Classe química importante nas intoxicações engloba também os minerais, que são absorvidos do solo e se incorporam a planta como o bário, selênio, oxalatos e nitrato (Santos et al, 2012). Fatores como distribuição geográfica e temperatura são fatores que afetam a toxicidade entre as espécies de plantas (Nagy et al, 2013).
Espécies tóxicas produzem metabólitos secundários, que pela inalação, contato ou ingestão podem provocar alterações patológicas em animais e homens (Campos et al, 2016). O grau de toxicidade pode variar conforme a parte do vegetal ingerida, pois as partes possuem elementos distribuídos de forma diferente, podendo variar no tipo de composto químico, bem como em sua concentração. Além disso fatores como a idade da planta, grau de amadurecimento do fruto e grau de exposição do animal ao composto ingerido e a forma dessa exposição, também podem influenciar na intoxicação (Santos et al, 2012). Estudos mostram que plantas ornamentais/comestíveis com algum nível de toxicidade são:
1.1 Allium cepa e Allium sativum
Pertencentes a família Amaryllidaceae são conhecidas respectivamente como cebola, alho, porém incluem também outras espécies do gênero Allium como alho-poró e cebolinha. Essas plantas têm efeito tóxico cumulativo.
Os compostos ativos são o dissulfetos e tiossulfatos, especialmente o dissulfeto de N-propila. Ricos em sulfóxicos de cisteína. Esses compostos são reagentes com alta capacidade oxidativa e causam anemia hemolítica.
Dentre as espécies de animais os gatos estão mais predispostos ao dano oxidativo. Metahemoglobina e corpúsculo de Heinz são achados da anemia hemolítica que essas plantas comestíveis causam. Além do efeito oxidativo alterar o citoesqueleto dos eritrócitos, resultando na formação de excentrócitos. Sinais clínicos incluem: hemoglobunúria, depressão, anorexia, fraqueza, ataxia, tremores, mucosas pálidas. Aumento da frequência cardíaca e respiratória. Vômitos, diarreia, icterícia e dor abdominal são comuns. Normalmente o hálito e corpo exalam odor forte de alho e cebola (Nagy et al, 2023).
1.2 Família Araecea
A Família Araceae compõe uma grande quantidade de plantas, dentre elas podemos destacar: o Lírio da paz (Spathiphyllum wallisii); Comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia seguine); Costela-de-Adão (Monstera deliciosa); Jiboia (Epipremnum pinnatum), Planta Flecha (Syngonium podophyllum), dentre outras. As plantas desta família apresentam oxalato de cálcio, substância considerada tóxica ao ser ingerida ou ao entrar em contato com as mucosas. Manifestações clínicas da ingesta ou contato com plantas desta família são: resposta inflamatória, dor, inchaço de lábios e garganta, sensação de queimadura, salivação e morte em caso de obstrução das vias aéreas (Botelho et al, 2022 e Siroka, 2023).
1.3 Lilium spp.
O gênero Lilium comporta muitas espécies, com mais de 100 espécies e muitos híbridos (Nagy et al, 2023). Lírio é uma flor decorativa, ornamental, de extrema beleza e perfume, presente nas casas na forma de arranjos, cultivadas em jardins e comumente presenteada na forma de buquês, o que representa um perigo especial aos felinos (Nagy et al, 2023). De acordo com o estudo realizado sobre intoxicação de gatos domésticos no Brasil feito na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) por Jardim et al (2021) a intoxicação por Lírio representou 3,9% dos casos.
Os gatos são mais sensíveis a intoxicação por plantas deste gênero, pois essas são nefrotóxicas para esta espécie animal. Resultando em falência renal aguda e podendo causar degeneração pancreática e pancreatite. Mesmo o consumo de pequenas quantidades, como uma ou duas partes de folhas e pétalas é capaz de causar a intoxicação. Cães não desenvolvem nefrotoxicidade após a exposição, mas podem ocorrer sintomas gastrointestinais em exposição a doses maiores.
Os compostos tóxicos do lírio são diferentes glicoalcalóides esteroidais e saponinas esteroidais. Acredita-se que as outras toxinas são responsáveis pelo dano pancreático. Os sintomas clínicos associados em gatos incluem: anorexia, polidipsia e depressão, seguida por sinais típicos de falência renal aguda 12-72 horas após a ingestão. Normalmente, a fase inicial consiste em falência poliúrica renal com desidratação seguida pela fase de falência renal anúrica. Quadros convulsivos também são reportados devido a intensa uremia. Gatos que apresentam o quadro de falência renal anúrica vão ao óbito entre 3 a 7 dias após a ingestão (Nagy et al, 2023).
1.4 Sanseverieria trifasciata e Dracaena spp.
Espada-de-São-Jorge (Sanseverieria trifasciata), Bambu da Sorte (Dracaena sanderiana), Dracena-de-Madagascar (Dracaena marginata), Pau d’água (Dracaena fragans) são plantas que contém saponinas, que possuem efeito irritativo e têm potencial hemolítico.
Sinais relacionados a ingestão incluem irritação, salivação, vômito, diarreia, inapetência, depressão, fraqueza e ataxia. Em gatos podem ocorrer midríase e taquicardia (Siroka, 2023).
1.5 Família Apocynaceae
Este grupo de plantas são conhecidas por conter glicosídeos cardíacos encontradas em Kalanchoe (Kalanchoe blossfelfiana), Oleandro (Nerium oleander), apelidada no Brasil de Espirradeira, e Rosa do Deserto (Adenium obesum).
O mecanismo de ação dos glicosídeos cardíacos resulta no acúmulo de sódio dentro da célula e na concentração intracelular de Ca2+, pela inibição da forma miocárdica da enzima Na+/K+ ATPase. Consequentemente, pode resultar em arritmias, extra-sístoles, fibrilações cardíacas, choque cardiogênico e em caso de altas ingestões pode levar ao óbito.
Além disso outros sintomas incluem náusea, queimação na boca, salivação, vômitos, bradiarritmia, dispneia, ataxia, tonteira, hemiplegia, midríases, podendo haver alucinações.
Em se tratando da intoxicação por Oleandro em cães, pode haver hipoglicemia e azotemia. (Siroka, 2023).
1.6 Rhododendrons spp.
Azaléia, Rhododendros, é um exemplo de plantas deste gênero. Pertencente à família Ericaceae, que contém grayanotoxinas, que causam despolarização das membranas celulares.
Os sinais de intoxicação apresentado pelos animais serão gastrointestinais, nervosos, cardíacos e respiratórios. Efeitos cardiovasculares podem levar ao óbito (Botha e Penrith, 2009).
1.7 Demais plantas tóxicas
Outras plantas ornamentais envolvidas em intoxicação de pets são: Louro-do-japão (Aucuba japônica), Cyclamen spp., Poisétia – Bico de Papagaio (Euphorbia pulcherrima), Ficus benjamina, Aglaonema – Café-de-salão (Aglaonema commutatum), Clívia (Clivia minata), Cróton (Codiaeum variegatum), Arália Japonesa (Fatsia japônica), Figueiras (Ficus spp.), Amarílis (Hippeastrum x horturum), Jacinto (Hyacinthus orientalis), Jacinto-uva (Muscari armeniacum), Filodendros (Phiolodendron spp.), Cheflera (Schefflera arborícola), Rosário – Colar de Pérola (Senecio rowleyanus), Singônio – Planta Flecha (Syngonium podophyllum) (Nagy et al, 2023).
Estabelecer um diagnóstico para casos de intoxicação por plantas, assim como a identificação da espécie vegetal que levou ao quadro representa uma enorme dificuldade (Campos et al, 2016). Esses tipos de intoxicação são frequentemente não diagnosticados e passam despercebidos pela não especificidade dos sinais e pela não familiaridade com os casos de intoxicação por parte dos tutores e veterinários (Nagy et al, 2023). Os fatores que contribuem para isso são o não relato pelo paciente, já que se trata de um animal, do consumo ou contato com determinada planta e inabilidade de identificação nos pontos de atendimento (Campos et al, 2016).
Os tratamentos para os casos de intoxicação não são específicos, não existe antídotos para a maior parte das plantas tóxicas. O tratamento é focado na sintomatologia e no suporte das funções vitais do paciente (respiratória, cardiovascular e temperatura corporal) (Nagy et al, 2023). A educação e conscientização sobre o potencial perigo toxicológico das plantas ornamentais entre tutores e veterinários sobre prevenção e terapêuticas adequadas podem reduzir ocorrências e mortalidade resultante desses tipos de agravo (Jardim e Souza, 2020).
METODOLOGIA
O presente estudo utilizou como ferramenta a internet por meio do Instagram para a realização de postagens informativas, por meio da criação da conta @PetsVsPlantas. O conteúdo foi programado de forma que contemplasse informar uma listagem de plantas seguras e tóxicas para o convívio com os animais, por meio de linguagem coloquial, acessível ao público. Além disso, foi realizado análise de dados, que possibilitou o averiguar como o conteúdo chegou ao público, bem como suas interações com o mesmo por meio de comentários e questionários nos “stories”, possibilitando verificar o processo de aprendizado destes acerca do tema.
Baseado nisso, foi realizado um cronograma de postagens elaborado da seguinte forma:
1. Postagem de apresentação: introdução da temática e introdução dos participantes da pesquisa.
2. Postagem sobre a problemática: explicação sobre a motivação para criar a página no Instagram e a importância do tema.
3. Postagem sobre Plantas Tóxicas Parte I: listagem de plantas tóxicas ornamentais da família Araceae.
4. Postagem sobre Plantas Tóxicas Parte II: informações sobre plantas floridas tóxicas.
5. Postagem sobre Plantas Tóxicas Parte III: discussão sobre plantas/frutos comestíveis aos humanos, mas tóxicas para animais domésticos.
6. Postagem sobre Plantas Seguras: listagem e descrição de plantas seguras para o ambiente domiciliar de famílias com pets.
7. Análise de Engajamento: avaliação do engajamento, compartilhamento de posts, curtidas e interação com o público.
Segue abaixo o cronograma utilizado para a realização do conteúdo programático, realizado no mês de abril de 2024:
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O emprego de uma plataforma online para criar conteúdo científico é desafiador. É dificultoso atingir substancial número de pessoas em um curto período de tempo, intervalo este utilizado dentre o período semestral para realizar o projeto extensionista, junto com a falta de experiência na utilização de redes sociais.
No entanto, foi possível observar interesse pelo público, mesmo que pequeno, através das respostas e interações na página. A partir de análises de engajamento de postagem no Instagram, visto na Figura1, pode-se perceber que as postagens com maior engajamento foram as de conteúdo científico como os posts de “Plantas tóxicas I, II, III” e “Plantas Seguras”, nessas postagens obteve-se maiores interações de comentários e salvamento de post. A postagem “Plantas tóxicas parte I” foi a de maior engajamento com maiores taxas de “curtida”, comentário e salvamento, demonstrando que o primeiro post de conteúdo gerou repercussão mais satisfatória, demonstrando que ao longo das outras postagens o interesse se perdeu, ou a forma de atrair o publico se tornou mais insatisfatória, apesar de nessas terem um número maior de salvamento de post.
Figura 1 – Métricas de Engajamento de Postagem
A fim de rastrear se o conteúdo estava sendo absorvido e entendido pelo público foram utilizadas outras ferramentas dentro da mesma plataforma como os “Stories”, por meio de enquetes. Foram realizadas ao total 7 enquetes: 4 onde foram feitas pesquisas, nas quais eram abordadas as principais plantas tóxicas que foram postadas; e 3 de aferição de conhecimento, a fim de verificar se o conteúdo estava sendo absorvido e entendido pelos usuários.
Foram feitas 4 enquetes com esta pergunta “Qual dessas plantas você tem em casa?” e os resultados foram mostrados a seguir:
A análise feita é que dentre os seguidores da página do presente estudo @petsvsplantas observa-se que plantas tóxicas estão presentes nos lares, são: Copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica), Rosa do Deserto (Adenium obesum), Azaléia (Rhododendros spp.), Lírio da paz (Spathiphyllum wallisi), Bico-de-Papagaio (Euphorbia pulcherrima), Comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia seguine), Costela de Adão (Monstera deliciosa), Jiboia (Epipremnum pinnatum), Lírio (Lilium spp.), Antúrio (Anthurium andraeanum),Azaleia (Rhododendron simsii), Folha da fortuna (Kalanchoe pinnata). Isto representa um potencial perigo aos animais, pois nota-se que há o convívio de plantas tóxicas e animais. O desconhecimento do tutor sobre tais plantas ornamentais e a desinformação dos médicos veterinários acerca dos princípios ativos, junto com uma sintomatologia inespecífica, típica dos casos de intoxicação levam a subnotificação e menores taxas de controle de agravos deste gênero.
Outro fator importante deste estudo constatado foi a carência de artigos na área de pesquisa sobre plantas não prejudiciais (atóxicas) para os animais de estimação, havendo uma grande gama de artigos sobre plantas tóxicas e seu potencial patogênico, mas não de plantas seguras. Este fator dificultou o repasse de informações utilizando fontes acadêmicas sobre as plantas sem perigo potencial, tornando o processo de averiguar a veracidade do conteúdo antes de ser passado para o público uma tarefa mais difícil.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo conclui que é necessário um aprofundamento, regularidade e constância no teor de postagens de conteúdo educativo na plataforma criada @PetsVsPlantas. Além da possibilidade de serem desenvolvidos outros tipos de conteúdo mais atrativos como vídeos, fotos, Reels, que gerem maior interação e engajamento. Criar conteúdo científico no Instagram também requer estudo para maximizar a entrega de postagens e como criar maior público. Não basta somente a ciência, é necessário aliá-la as principais ferramentas de distribuição de informações da contemporaneidade.
Por meio desta pesquisa observa-se que há um problema mundial e importante, que vem por muito tempo sendo negligenciada, que é a intoxicação por plantas em animais domésticos. Apesar de haver pesquisas na área, estas se restringem a demonstrar apenas as plantas tóxicas, faltando um paralelo de informações, que centralizem a ocorrência desses casos mundialmente e que, demonstrem com mais segurança quais são de fato, as plantas ditas como seguras.
A falta de uma Central de Intoxicação por plantas contribui para a subnotificação e para a não atenção por parte da classe de médicos veterinários. A educação dos profissionais da área é um importante aliado da prevenção. O conhecimento dos princípios ativos, permite com que casos de intoxicação sejam identificados mais precocemente e tratados de maneira mais eficaz. O veterinário possui papel fundamental em alertar tutores sobre o potencial tóxico de plantas ornamentais em consultas.
Além disso, como não há o rastreio é difícil estabelecer medidas públicas, pois se não há números, não há comprovação. Investir em ferramentas de registro e de integração de informação entre hospitais veterinários estaduais, permite o desenvolvimento de políticas públicas associadas ao Conselho Federal de Medicina Veterinária.
Ademais a melhor forma de evitar as intoxicações por plantas em animais é pela criação de ações preventivas. O estabelecimento de uma legislação, que torne a rotulação obrigatória de plantas tóxicas em floriculturas, pode ser extremamente promissor e eficiente para evitar o aumento nas taxas de acidentes domésticos, não somente restringindo ao contexto animal, mas também prevenindo a intoxicação de humanos, principalmente crianças. Ações educativas voltadas para prevenção em escolas, postos de saúde, hospitais veterinários e castra-móveis podem ser válidas também para diminuir as intoxicações por plantas.
REFERÊNCIAS
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