AÇÕES EDUCATIVAS E A MITIGAÇÃO DOS AFOGAMENTOS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10248191426


   Nicolau Núñez Ramalho
Orient.Me.Paulo Henrique Camargos Firme


RESUMO

Este artigo remete  a diversos projetos elaborados para identificação e conscientização dos locais suscetíveis a afogamentos. Faz-se uma interpretação acerca de como a conscientização através do planejamento estratégico pode contribuir na mitigação dos desastres e nas questões sociais, reduzindo vulnerabilidades e promovendo a resiliência comunitária. Ações educativas implementadas pela gestão pública com a participação popular propiciam redução dos riscos, de acordo com os objetivos da iniciativa do Escritório das Nações Unidas para Redução de Riscos (UNDRR) ,Construindo Cidades Resilientes – MCR 2030. A pesquisa foi baseada em referenciais bibliográficos e nas evidências empíricas adquiridas na atuação de salvamento aquático; com o propósito de propiciar o aprendizado na identificação e prevenção dos riscos e vulnerabilidades comunitárias. Os procedimentos de  coleta de dados  seguiram a forma qualitativa  e na pesquisa-ação dos projetos descritos. Esperam-se que as ações educativas poderiam transformar o comportamento da população de reativo a proativo, e incluí-las como a sociedade civil ideal na mitigação dos riscos e nos planos de ação pretendidos pela administração pública em consonância com a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil.

Palavraschave: ações educativas; afogamentos; conscientização .

ABSTRACT

This article refers to various projects designed for identifying and raising awareness about locations prone to drowning incidents. It interprets how awareness through strategic planning can contribute to disaster mitigation and social issues, reducing vulnerabilities and promoting community resilience. Educational actions implemented by public management with popular participation help reduce risks, aligning with the objectives of the United Nations Office for Disaster Risk Reduction (UNDRR) initiative “Building Resilient Cities – MCR 2030.” The research was based on bibliographic references and empirical evidence acquired in aquatic rescue operations, aiming to facilitate learning in identifying and preventing community risks and vulnerabilities. Data collection procedures followed a qualitative approach and action research in the described projects. It is hoped that educational actions could transform population behavior from reactive to proactive, including civil society as an ideal partner in risk mitigation and action plans envisioned by public administration in line with the National Policy for Protection and Civil Defense.

Keywords: educational actions; drownings; awareness.

1    INTRODUÇÃO

As medidas preventivas contra afogamentos…devem identificar as localidades suscetíveis à afogamentos e prepará-las ao uso saudável. A iniciativa principal deste artigo é desconstruir “a cultura do não saber mas eu faço melhor” retirando das pessoas o locus de controle da imprudência, forçando-as a discernir, a refletir e a criticar comportamentos perigosos.

A estruturação da prevenção contra afogamentos visa obter uma resposta do desconhecimento ao perigo e à compreensão. E por vir este planejamento deve mitigar os riscos da desinformação, da indiferença e do descuido populacional sobre afogamentos. As relações benéficas precedidas por prevenção propiciam uma liderança dinâmica nas pessoas

 A reatividade das instituições devem ser ultima ratio e precedidas ou antecipadas por um viés proativo da integração de esforços das instituições direcionadas Proteção e Defesa Civil (PDC) para um enfoque especial na prevenção. A primeira ação de PDC deve ser através da implementação de ações educativas de compreensão do problema e assim perceber ser parte da solução inclusive adaptar-se às questões sociais que viabilizam a epidemia de mortes ocasionadas por afogamentos, principalmente pelo descuido.

A proposta de um planejamento contra afogamentos nas áreas urbanas e rurais das áreas lacustres do município de Pacajus no estado de Ceará está situado aproximadamente a 55 quilômetros a oeste de Fortaleza, capital do estado do Ceará. Suas coordenadas geográficas são aproximadamente latitude-4.1709 e longitude -38.4656. No último censo do IBGE (Censo 2021), Pacajus possuía uma população estimada em cerca de 77.300 habitantes.

A ação de educar é de fundamental importância pois garantirá a promoção da comunidade e o bem-estar social. É através da capacitação profissional dos agentes públicos e de voluntários que se pode transformar e proteger a comunidade das vulnerabilidades dos afogamentos. Essas vulnerabilidades sociais podem ser eliminadas através das ações educativas e a implementação de enfrentamento através de planos de contingenciamento contra afogamentos. O fenômeno da vulnerabilidade social e as ações de redução de riscos e desastres não devem ser ações inesperadas ou reativas, e sim  prevenidas e mitigadas. As ações educativas seriam a  mitigação da gestão, uma proposição da cultura de prevenção agindo sobre a fragilidade social e o pensamento imaturo popular. Estas ações visam obter o pragmático, evitando a mitigação de impacto ou ação após o desastre.

A essência da Gestão de Desastres até a década 70 foi de caráter reativo, e após estudos realizados iniciam-se a partir de 1980 as medidas preventivas, analisando o desastre e o risco. O novo paradigma passa a ser Gestão do Risco e Desastre (GRD).

Em 1980, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu de 1990 a 1999 como “Década Internacional para a Redução de Desastres Naturais”. Em 1994, na cidade de Yokohama, Japão, a ONU promoveu a primeira Conferência Mundial sobre a Redução de Desastres Naturais. Nos finais dos anos 1990, a Organização das Nações Unidas estabeleceu também a Estratégia Internacional para Redução de Desastres (EIRD), conhecida como United Nations International Strategy for Disaster Reduction (UNISDR). Esta estrutura foi encarregada de organizar importantes reuniões e acordos internacionais relacionados à gestão de desastres.

O Marco de Hyogo (MAH 2005-2015) foi realizado em 2005 como o segundo encontro no Japão onde ocorre o primeiro firmamento de ações preventivas internacionais de PDC. Ainda neste entendimento, definiu-se o PERIGO como: “Evento físico, fenômeno ou atividade humana potencialmente prejudicial que pode causar a perda de vidas humanas ou ferimentos¨.

Objetivo geral do MAH:

Aumentar a resiliência das nações e das comunidades frente aos desastres e alcançar, para o ano de 2015, uma redução considerável das perdas que ocasionaram os desastres, tanto em termos de vidas humanas quanto aos bens sociais, econômicos e ambientais das comunidades dos países (ONU, 2005, p. 2).

Já o Marco de Sendai 2015-2030,que consistiu no terceiro encontro, exalta a importância da governança GRD e a integração social e estabelece o enfoque no investimento de resiliência e melhorias na preparação e resposta a desastres ambos implementam fóruns de discussão.

Objetivo geral do Marco de Sendai:

Prevenir novos riscos de desastres e reduzir os riscos de desastres existentes, através da implementação de medidas econômicas, estruturais, jurídicas, sociais, de saúde, culturais, educacionais, ambientais, tecnológicas, políticas e institucionais integradas e inclusivas que previnam e reduzam a exposição a perigos e a vulnerabilidades a desastres, aumentar a preparação para resposta e recuperação, e, assim, aumentar a resiliência (ONU, 2015).

Em 2020, a iniciativa “Construindo Cidades Resilientes” (MCR2030) determina a inclusão voluntária dos municípios para ações de mitigação e colaboração mundial no assunto de redução dos riscos e desastres, uma ação proativa propriamente dita na relação RISCO = AMEAÇA x VULNERABILIDADES.

Tais estruturas devem ser objetivos fundamentais de ações educativas e projetos estruturais de prevenção e controle de Redução Riscos e Desastres, RDD. Pois definem um roteiro para a consecução da resiliência nas cidades através do entendimento, planejamento e implementação  na melhoria das cidades conforme disposto no MCR2030.

Objetivo da iniciativa MCR2030 consiste em:

[…] garantir que as cidades se tornem inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis até 2030, contribuindo diretamente para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 11 (ODS11), “Desenvolver cidades e assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”, e outras estruturas globais, incluindo o Marco de Sendai para Redução do Risco de Desastres, o Acordo de Paris, e a Nova Agenda Urbana. (UNDRR2020)

E, ainda, os ODS11 são:

[…] um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil. (ONU2023)

Esses acordos refletem o reconhecimento da comunidade internacional sobre a importância de desenvolvimento da resiliência frente às mudanças climáticas , aos desastres, e à necessidade de ação coordenada mundial e local para o alcance da sustentabilidade e proteção das comunidades vulneráveis.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima 235.000 mortes por afogamento por ano, embora a renomada SOBRASA (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquática) acredita que seja superior a 500.000 e no Brasil, pode gerar um custo de mobilização de esforços de R$210.00,00 em média, por perda de uma vida humana.

A prevenção é a melhor forma de redução do montante de mortes em razão do desapreço ao afogamento. Ações educativas são medidas possíveis de ser “não estruturais” e podem ser realizadas com baixo custo. Pois, podem se organizar as áreas de risco ,sensibilizar os agentes públicos, possibilitar a conscientização da comunidade e  fazer o indivíduo apropriar-se do conhecimento, além de propiciar a organização de medidas de enfrentamento à crise.

Faz-se necessária a dentificação de locais e eventos suscetíveis a riscos, que devem ser conhecidos e mitigados. Pois é dever da gestão pública determinar as ações de mitigação dos danos e suas vulnerabilidades, a economicidade ou redução de custos no sistema público de saúde, a preparação do uso sustentável nos bens urbanos tais como açudes, rios, lagos e piscinas. As referidas ações visam a integração da administração pública com a comunidade e suas autarquias definindo divisões de tarefas e responsabilidades.

A problematização deste tema permeia a desinformação e gera a omissão na elaboração das políticas públicas que deveriam ser elaboradas à cada legislatura para comunidade  e  seu administrador. .A necessidade da capacitação e da conscientização contra comportamentos perigosos e de resultados danosos podem objetivar e qualificar as ações transformadoras para uma resiliência comunitária. Por isso a revisão das ações e o processo de transformação devem enriquecer a  cultura das comunidades que foram conscientizadas e capacitadas.

Há como justificativas as diversas campanhas  elaboradas por profissionais como o SURFSALVA da SOBRASA (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático) ou a PRODINATA (programa de instrução e formação de natação à comunidade) do Corpo  de Bombeiros Militar de Minas Gerais CBMG. Há também o PROGRAMA BOMBEIRO NA ESCOLA  (ação de mitigação do município Aparecida D’Oeste), Corpo  de Bombeiros Militar de São Paulo CBMSP. Os projetos fornecem integração e organização comunitária por sua ênfase na educação e conscientização da comunidade escolar, incluindo a realização de treinamentos e a integração de programas educativos,  eles apresentam formas de prevenção e promoção da resiliência urbana. As justificativas reforçam a importância de promover uma cultura de segurança e resiliência diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas, questão social e outros cenários de riscos que ameacem as pessoas.

Para aprimorar, o projeto poderia beneficiar-se da inclusão de parcerias com a iniciativa privada ou instituições públicas para ampliar o alcance e a profundidade dos conteúdos educacionais, além de detalhar os métodos de avaliação do impacto dessas ações educativas na comunidade escolar no aspecto das vulnerabilidades das questões sociais.

Todas essas ações educativas são de caráter preventivo, e sempre antecedem as ações de carácter reativo, gerando novos colaboradores, e promovendo o acionamento de resgate rápido e primeiros socorros bem prestados pela comunidade.

Os cinco pilares de resiliência comunitária, de acordo com OJEDA; LA JARA; MARQUES, são:

  • solidariedade;
  • autoestima coletiva;
  • identidade cultural,
  • humor social ;
  • honestidade estatal .

A formação educacional através de projetos serve para conscientizar os populares acerca da compreensão e a respectiva conscientização dos afogamentos.

Segundo Vilela & Szpilman (2014), Prevenir é salvar. Assim, é necessário Educar para não se afogar. A SOBRASA preconiza como fatores de risco a idade menor de 14 anos, a embriaguez, a baixa renda, a baixa educação, a etnia rural, os comportamentos de riscos e a falta de supervisão.

Quais seriam os resultados da implementação das ações educativas na Gestão do Risco e Desastre? As experiências e as ações educativas de educar a população resultariam em ganhos sociais.

O panorama principal desta pesquisa é contribuir com a redução de afogamentos e consequentemente a redução de óbitos. Promover a contenção de gastos no tratamento intra-hospitalar e traumas psicológicos à comunidade, pois a morte gera desânimo e grande insatisfação na população. O desconhecimento populacional das áreas de risco ou mesmo o desrespeito ocasionam as epidemias de mortes por afogamento a nível mundial.

A principal causa dessas mortes é a imprudência das pessoas e a ingenuidade. De acordo com a SOBRASA, um salvamento gera um grande encargo com a mobilização de diversos profissionais e a exposição a perigos. A adoção de medidas educativas comunitárias resultaria na diminuição significativa nos traumas por afogamentos. Dessa forma, urge a premissa da elaboração de ações educativas na ausência de políticas públicas de segurança  e saúde comunitária .

2 METODOLOGIA

O método científico estabelecido por este artigo resulta na assimilação de práticas implementadas em projetos e surge como proposta de elaboração de programas através da pesquisa acadêmica e de caracterização exploratória à formação educacional da conscientização dos populares e explicativa quanto ao fator fenomenológico da questão social da comunidade e a aquisição de dados bibliográficos. É  a pesquisa-ação  pois busca gerar conhecimentos, portanto, uma aplicação prática dirigida à solução de problemas específicos aos interesses locais. A presente pesquisa foi elaborada a partir das implementações dos projetos originais, a saber, SOBRASA, PRODINATA , PROGRAMA BOMBEIRO NA ESCOLA .

As hipóteses são preventivas e formadoras de educação comunitária e implementadas por ações integradas com as Secretarias ou autarquias municipais da gestão pública.

Evidencia-se uma coleta experimental por ser implementadas ações mitigadoras para a inclusão da sociedade civil, pois a práxis já foi estabelecida e o problema não será mais temido, assim persuadido a ser respeitado e controlado. As ações implementadas nos projetos estudados permitem a atuação das comunidades na gestão do risco e desastre local.

 3 REVISÃO DA LITERATURA

O município deve fomentar a promoção de campanhas educativas de prevenção e resposta  através da conscientização, da educação e implementação por iniciativas legislativas a fomentar  estratégias de controle das  mortes por afogamentos nas regiões costeiras , nos lagos ,  nos açudes , nos rios e  nas piscinas. A resposta ao desastre epidemiológico de desinformação e com resultado de mortes por afogamentos recorre às perspectivas técnica, social e econômica, ocasionando um desgaste social. Assim, promover na comunidade do município uma conscientização de prevenção e a instrução de socorristas leigos produz o rápido acionamento dos serviços de urgência e resgate .

 De acordo com o MSAq–Manual de Salvamento Aquático, Coletânea de Manuais Técnicos de  Bombeiros (Disponível em ccbssecinc@polmil.sp.gov.br),  os casos graves de afogamentos onde ocorram a parada respiratória ou cardíaca reduzem  muito a qualidade e a chance de sobrevida, podendo aumentar os riscos de sequelas devido a anóxia das células cardíacas e cerebrais  .

A educação do município pode transformar o desconhecimento do perigo em alerta e na conscientização de prevenção. A capacitação resulta no rápido acionamento dos serviços de urgência e de resgate. O papel da educação na comunidade produz resiliência e estimula um comportamento proativo comum na população .

Vale destacar a noção de Resiliência comunitária: “condição coletiva para superar desastres e situações de adversidade maciça e construir sobre elas” (OJEDA; LA JARA;MARQUES, 2007, p. 35)

A implementação de estratégias de controle podem levar a contenção de gastos, pois o investimento nas ações educativas que viabilizem a transformação da educação no indivíduo e promoção da cultura de prevenção na comunidade devem reduzir significativamente os gastos em saúde e em segurança.

 A SOBRASA (2017) define que poucas e simples ações mudam o risco de afogamentos na cidade. Destaca-se o Plano Municipal de Contingência de Afogamento (PLAMCONAF). Este plano de ação é baseado em 1 milhão de afogamentos e 600 mortes anualmente, ocorridas no Brasil, ocorridas por sua maioria em áreas hostis sem  proteção e que faz ser um problema da Defesa Civil.

Há ainda o Plano Estratégico Brasileiro de Segurança Aquática – SOBRASA (2024) que relata a estatística de que 15 brasileiros morrem por dia e promove 05 passos atendendo aos 10 itens recomendados pelas Nações Unidas e Organização Mundial de Saúde para redução dos afogamentos. Segundo Szpilman e Palacios (2017), Para solucionar um problema, devemos primeiro vê-lo, admiti-lo e conhecê-lo.

No panorama das necessidades de implementação de programas através de ações educativas que visam a conscientização e a eliminação de riscos, há metas estabelecidas  por estratégias  mitigadoras nas questões sociais e vulnerabilidades das comunidades. Conforme os alertas das Nações Unidas (ONU) e Organização Mundial de Saúde (OMS) para redução dos afogamentos e  as ações da SOBRASA :

10 itens recomendados pelas Nações Unidas e Organização Mundial de Saúde para redução dos afogamentos e ações SOBRASA.
Nações Unidas & OMSAções SOBRASA
4 estratégias para a redução de afogamentos:
  Fortalecer a educação ao público através da comunicação;  Publicações diárias a 220.000 seguidores;
  Promover colaboração multissetorial;  40 parcerias institucionais;
    Desenvolver um Plano Estratégico Brasileiro de Segurança aquática;    Este documento é anualmente atualizado;
  Prevenção elaborada através de coleta de dados e estudos científicos.  Publicações e recomendações SOBRASA.
6 Intervenções para a redução dos afogamentos:
  Instale barreiras de acesso a água;    Programa Piscina + segura;
  Providencie lugares mais seguros para crianças na idade pré-escolar;  Programa Casa + segura;
  Ensine segurança aquática à criança sem idade escolar;  Programa KIM na Escola e Piscina+ Segura;
  Treine o público em Segurança Aquática;  Programas SURFSALVA e Emergências Aquáticas;
  Defina e faça cumprira navegação segura;    Programas Navegue+seguro e Barco+seguro;
  Crie resiliência e gerencie risco sem inundação.    Programa Município+ resiliente em Afogamento.

Fonte: SOBRASA, Boletim 2024.

As referidas ações da SOBRASA são altamente integradas com as recomendações da agenda MCR2030, e têm iniciativa dirigida pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNDRR),além de estabelecer estratégias que resultem na resiliência das cidades e áreas urbanas aos desastres com ênfase na importância da inclusão da sociedade civil sob a liderança da gestão municipal proativa de redução do risco de desastres. Vale observar:

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) fornecem uma plataforma para cidades trocarem conhecimentos, melhores práticas e recursos para construir resiliência, com o objetivo final de alcançar o desenvolvimento sustentável e reduzir o risco de desastres até 2030. Os 17 ODS são integrados – eles reconhecem que a ação em uma área afetará os resultados em outras, e que o desenvolvimento deve equilibrar a sustentabilidade social, econômica e ambiental. (PNUD. O que são os ODS? Disponível em: https://www.undp.org/pt/brazil/objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel. Acesso em: 10 abr. 2024)

O CBMG oferece à comunidade o curso de natação básico a crianças, adolescentes, adultos e idosos, o PRODINATA e atua na conscientização e preparo de sua população de forma capacitação continuada.

O projeto Guarda-vidas Mirim volta-se para educação e conscientização de crianças entre 06 a 12 anos, em relação aos cuidados necessários com as águas, projeto de ação preventiva do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS).

O projeto SURFSALVA, da SOBRASA é um modelo de capacitação e ações preventivas, consistindo numa ação de inclusão de uma comunidade à mitigação de afogamentos. A capacitação gera voluntários capazes de promover a segurança nas praias brasileiras cuja ideia é aproveitar o grande número de surfistas presentes nas praias para aumentar a vigilância e o pronto atendimento em casos de afogamento.

O programa oferece treinamento específico em técnicas de resgate aquático, primeiros socorros e prevenção de acidentes. Além disso, os voluntários recebem orientações sobre como identificar situações de risco e agir de forma eficaz para salvar vidas.

O Programa SURFSALVA aumenta a segurança nas praias, e promove a conscientização de prevenção e cuidado com a vida no ambiente aquático. Ao capacitar os surfistas como agentes de segurança, o projeto fortalece o trabalho dos guarda-vidas e ajuda a salvar vidas em todo o litoral brasileiro.

O projeto GOLFINHO, do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) também aborda a prevenção e gera a conscientização na comunidade.

Todos  esses projetos trabalham com ações de prevenção contínuas sob o aspecto de formação de agentes multiplicadores da comunidade local embora a SOBRASA consiga atuar a nível nacional.

 4 OBJETIVO GERAL

Evitar afogamentos na população municipal e a identificação e conscientização dos locais suscetíveis a afogamentos através da implementação de ações educacionais que visam criar um espaço de aperfeiçoamento técnico e uma campanha de conscientização dos perigos de afogamento e as possíveis ações de contenção e mitigação das mortes por afogamentos. Portanto, será o senso comum da resposta de prevenção e de reação. Formando o cidadão reflexivo e participativo, é possível prevenir e mitigar danos à comunidade.

4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Conscientizar sobre os riscos de afogamentos na população municipal através da realização de palestras e as ações necessárias à mitigação desses eventos formando indivíduos preparados.

Executar palestras a nível escolar e transformar o contexto social, buscar por desenvolvimento e inovação respeitando as evidências científicas e as autenticidades inerentes da regionalidade. As ações educacionais colaboram com a formação da conscientização, disseminando informações e promovendo mudanças comportamentais nas comunidades. Ao transmitir conhecimento sobre riscos potenciais, medidas de mitigação e protocolos de emergência, as ações educacionais desenvolvem nos indivíduos o conhecimento necessário a tomar decisões e adotar medidas proativas para proteger a si mesmos e suas comunidades. A conscientização e a educação da comunidade podem resultar na melhoria dos processos administrativos, na integração entre a escola e a comunidade. A formação de grupos com participação multifacetada com temas transversais com alunos, escola, comunidade e agentes públicos resultará na construção da ética, da conscientização, do ensino, do aprendizado e da evolução social.

Capacitar agentes públicos da saúde, educação e segurança a realizar a sinalização e advertências à população, avisar o Guarda Vidas sobre potenciais riscos, fornecer flutuação se diante um afogamento, efetuar resgates quando possíveis, realizar primeiros socorros e orientações gerais sobre afogamentos e seus cuidados.

A influência das iniciativas educacionais  enseja a eficácia coletiva e a resiliência comunitária  podendo fortalecer os vínculos sociais e promover um senso compartilhado de responsabilidade pelos esforços de mitigação dos afogamentos.

O profissional ou o voluntário preparado num cenário conflitante pela falta de mitigações anteriores ou mesmo pelo hiperdimensionamento do problema poderá acionar os recursos suficientes ao incidente e continuar protegido, podendo avaliar as primeiras ações de resposta à crise ou à prevenção diante do evento de emergência.

Fornecer sinalização e avisos em locais de grande circulação pública, sinalizações de alerta para que as pessoas busquem por lazer de forma segura. Garantir o respeito às orientações e a supervisão por profissionais ou colaboradores qualificados .

Esclarecer e fomentar pensamento crítico, reflexivo e participativo na relevância das questões sociais e o contexto das ações educativas contra os afogamentos e influenciar atitudes na  eliminação dos  riscos e das vulnerabilidades nas comunidades.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A falta de prevenção nas comunidades produz afogamentos. As áreas aquáticas sempre serão suscetíveis a afogamentos. As ações educativas podem mitigar essas mortes através da conscientização e capacitação de voluntários.

O afogamento sem a supervisão de um profissional ocorre facilmente. A identificação e a conscientização do afogamento e o meio aquático, quando prevenidos, os riscos e as vulnerabilidades podem ser evitados.

As políticas públicas, ainda que fossem suficientes,  deveriam ser precedidas de ações educativas, que implementassem a segurança aquática, a prevenção de afogados, a natação básica e a intervenção dos primeiros socorros pertinente.

As atividades de Proteção e Defesa Civil basicamente são a mitigação, a prevenção, a resposta e a reconstrução; pois atendem, interferem e modificam os fenômenos e seus efeitos, logo quando se há uma área aquática há o risco, mas  ser a parte dele ou ser a prevenção ,é a diferença entre a imprudência e a mitigação.

A implementação da estratégia de evitar o risco e de  controlá-lo através da formação da educação social delimita, controla, protege e promove a segurança nos locais suscetíveis a afogamentos. A conscientização visa impedir os fenômenos relativos à questão social e à sua utilização desordenada das áreas aquáticas pela comunidade.

 A construção de cidades resilientes através das ações educativas gera valores éticos de aprendizagem e ensino. E promovem a segurança e o respeito à vida. Portanto ações educacionais demonstram a importância da mitigação de riscos e da construção de resiliência nas comunidades. Ao capacitar os indivíduos,  gera-se o conhecimento, as habilidades e uma atitude de proatividade, provenientes das iniciativas educacionais. Ainda sobre as ações educacionais, há a formação de atitudes de autoeficácia e responsabilidade coletiva, aumentando assim a resiliência comunitária e a redução da vulnerabilidade, medidas de controle a afogamentos através da mitigação, para evitar mortes.

6 REFERÊNCIAS

ABNT. Associação Brasileira de Normas e Técnicas. Rio de Janeiro 2002. Disponível em: <www.abnt.org.br>. Acesso em 05 de maio 2024.

BRASIL. Política Nacional de Proteção e Defesa Civil – Lei 12.608 de 10 abril de 2012. Brasília: Secretaria Nacional de Defesa Civil, 2012.

Belo Horizonte: IFMG, 2020. Manual de normalização de trabalhos acadêmicos / Instituto Federal  de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais ; organizado pelos bibliotecários da Rede de Bibliotecas do IFMG.

Boletim Brasil – 11ª edição ano 2024. Plano Estratégico Brasileiro de Segurança Aquática; SOBRASA-Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático SOBRASA.

Construindo Cidades Resilientes (MCR2030). Disponível em: <https://mcr2030.undrr.org/sites/default/files/2021-04/MCR2030%20in%20Portuguese%20ver.2%20%2820210323%29.pdf?startDownload=true>. Acesso em: 28 mai. 2024.

DUARTE, Neimar de Freitas. Caderno Didático Metodologia da Pesquisa Científica aplicada à PDC. IFMG SANTA LUZIA .

OJEDA, E. N. S.; LA JARA, A.; MARQUES, C.. Resiliência Comunitária. In: HOCH,Carlos; ROCCA, Susana. Sofrimento, Resiliência e Fé – Implicações para as relações decuidado. São Leopoldo: Editora Sinodal, 2007, 97p.

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SOBRASA. Programas Institucional de prevenção em afogamentos. Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.sobrasa.org>. Acesso em: Acesso em: 05 de maio 2024

Reportagens:

Agência Minas Gerais | Salvamento aquático: saiba mais sobre o treinamento Disponível em:<https://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/salvamento-aquatico-> Acesso em: 02 abril. 2024 .

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Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, Campus Santa Luzia , Especialização em Proteção e Defesa Civil