ACESSO VASCULAR EM ADULTOS NA HEMODIÁLISE

VASCULAR ACCESS IN ADULTS IN HEMODIALYSIS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11193276


Cristiane Aparecida Gomes
Déborah Costa Sampaio Melo
Orientador: Prof. José William De Aguiar


Resumo: O acesso vascular em adultos na hemodiálise é crucial para o tratamento eficaz da doença renal crônica. Objetivo: Analisar a produção científica acerca do acesso vascular em adultos na hemodiálise. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura descritiva e qualitativa. A busca foi feita na base de dados Biblioteca virtual em saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e o Google Acadêmico, publicados entre 2011 a 2024, sendo selecionados 12 artigos para análise. Resultados e discussões: Os acessos vasculares são divididos em fístula arteriovenosa, cateter venoso central (de curta e longa permanência). A fístula arteriovenosa é considerada o melhor tipo de acesso devido à sua durabilidade e menor taxa de complicações. No entanto, nem todos os pacientes são candidatos a esse tipo de acesso, e em alguns casos, pode ser necessário usar um cateter venoso central temporário. A manutenção adequada do acesso vascular, incluindo vigilância regular, cuidados com a higiene e prevenção de complicações, é essencial para garantir a eficácia e segurança da hemodiálise. Conclusão: O acesso vascular adequado é essencial para o tratamento, em conjunto a abordagem multidisciplinar e uma vigilância regular, a fim de prevenir complicações. A pesquisa contínua é necessária para desenvolver novas estratégias de prevenção.

Palavras-chave: Hemodiálise. Acesso vascular. Enfermagem

Abstract: Vascular access in adults on hemodialysis is crucial for the effective treatment of chronic kidney disease. Objective: To analyze the scientific production about vascular access in adults undergoing hemodialysis. Method: This is an integrative review of descriptive and qualitative literature. The search was carried out in the Virtual Health Library (VHL), Scientific Electronic Library Online (SciELO) and Google Scholar databases, published between 2011 and 2024, being selected from 12 articles for analysis. Results and discussions: Vascular access is divided into arteriovenous fistula and central venous catheter (short-term and long-term). The arteriovenous fistula is considered the best type of access due to its durability and lower rate of complications. However, not all patients are candidates for this type of access, and in some cases, it may be necessary to use a temporary central venous catheter. Proper maintenance of vascular access, including regular surveillance, hygiene care and prevention of complications, is essential to ensure the effectiveness and safety of hemodialysis. Conclusion: Adequate vascular access is essential for treatment, together with a multidisciplinary approach and regular surveillance, in order to prevent complications. Continued research is needed to develop new prevention strategies.

Keywords: Hemodialysis. Vascular access. Nursing

1. INTRODUÇÃO

As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) ocasionam impactos negativos na saúde e qualidade de vida dos indivíduos. Além disso, são as principais causas de mortalidade no mundo. A hipertensão e o diabetes são fatores associados à Doença Renal Crônica (DRC), sendo que esta apresenta prevalência na população adulta (ROCHA et al., 2021).

A doença renal é diagnosticada quando ocorre perda ou ineficiência das funções renais. Ela pode ser aguda, quando há a viabilidade de restabelecimento dessas funções, ou crônica, quando não há essa chance. Essa condição de saúde requer acompanhamento por serviços especializados, em terapias renais substitutivas (SANTOS et al., 2018)

A hemodiálise é um procedimento terapêutico para pacientes com insuficiência renal crônica, no qual o sangue é filtrado fora do corpo, passando por uma máquina especializada que auxilia no equilíbrio de eletrólitos, elimina resíduos metabólicos e controla a pressão arterial, proporcionando conforto e qualidade de vida os pacientes (SANTOS et al., 2018).

O acesso vascular adequado em adultos submetidos à hemodiálise é fundamental para garantir a eficácia do tratamento, minimizando complicações como infecções, estenose e trombose, além de proporcionar uma maior durabilidade do acesso ao longo do tempo. Essa via pode ser estabelecida por meio de diferentes tipos de acesso, como fístulas arteriovenosas, enxertos arteriovenosos ou cateteres venosos centrais (ROCHA et al., 2021).

Em síntese, enquanto o acesso vascular oferece uma via crucial para a hemodiálise, proporcionando benefícios como eficácia terapêutica e durabilidade, as complicações associadas e os possíveis atrasos na criação do acesso são considerações importantes a serem ponderadas na gestão da terapia de hemodiálise em pacientes adultos (ROCHA et al., 2021; SANTOS et al., 2018).

O objetivo deste estudo é abordar as opções de acesso vascular para pacientes adultos que necessitam de tratamento de hemodiálise. Como também, fornecer informações abrangentes e atualizadas para profissionais de saúde, a fim de garantir a escolha mais adequada e a prestação de cuidados.

O tema é fundamentado na importância crítica do acesso vascular adequado para o sucesso do tratamento de pacientes adultos com insuficiência renal crônica em hemodiálise. Algumas das razões incluem: Essencialidade do acesso vascular; O impacto na qualidade de vida; A prevenção de complicações; Os custos de saúde e Avanços tecnológicos e práticas atuais.

O estudo abrange as técnicas de acesso, além de discutir as vantagens, desvantagens, complicações, cuidados associados a cada tipo de acesso vascular e medidas preventivas.

 2.   MATERIAIS E MÉTODOS

O presente estudo é uma Revisão Integrativa da Literatura, método pelo qual são apresentadas ideias, por meio de referências bibliográficas em artigos científicos, com a finalidade de obter diversos conhecimentos a respeito da temática evidenciada e também de ter alcance aos resultados mais detalhados e tangíveis (SOARES et al., 2014).

Para o levantamento dos artigos na literatura, realizou-se uma busca nas seguintes bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e o Google Acadêmico.

A busca dos artigos ocorreu de março a junho de 2024, por meio das seguintes palavras-chaves: Acesso vascular e AND hemodiálise.

Para a seleção dos artigos, foram utilizados critérios de inclusão como: artigos completos, avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa e apresentação de revisão publicados no ano de 2011 a 2024. Os critérios de exclusão foram: artigos repetidos, relatórios de pesquisa e trabalhos que não respondiam à questão norteadora.

Quadro 1: Apresenta dados elucidativos e abrange a quantidade de artigos encontrados e selecionados em cada base de dados pesquisada.

Base de dadosQuantidade de artigos EncontradosQuantidade de artigos selecionados
SciELO115
Google Acadêmico53
BVS104

Fonte: Dados da pesquisa (2024).

Dos artigos encontrados pelo título ou resumo, foram selecionados 12 artigos, seguindo os parâmetros dos itens incluídos e excluídos nas bases de dados selecionadas.

O balanço foi realizado após a leitura completa dos artigos, foram retirados os resultados e conceitos mais importantes, no que concerne ao tema. Dessa forma, a realização deste trabalho, foi feita de forma descritiva, a fim de aliar conhecimentos e visões, de forma a alcançar os objetivos desta revisão.

3. RESULTADO E DISCUSSÃO

Para melhor análise e compreensão das informações dos artigos selecionados, foi elaborada uma síntese dos dados, com o objetivo de buscar e organizar as informações na apresentação dos resultados e destacou-se o Quadro 2.

Quadro 2 – Sistematização quanto à numeração, descritores, título, autor, ano de publicação e objetivo dos estudos. Selecionados ordenados por ordem alfabética dos autores. Brasília, DF, Brasil.

DESCRITORESTÍTULOAUTORESANOOBJETIVO
01Insuficiência   Renal Crônica;        Doença Crônica; Fatores de Risco;Fatores associados à doença renal crônica: inquérito epidemiológico da Pesquisa Nacional de Saúde.Aguiar, L K. et al.2020Identificar a prevalência da doença renal crônica (DRC) autorreferida no Brasil e caracterizar os fatores associados a essa enfermidade.
02Falência  renal. Acesso   de hemodiálise. Acesso vascular.Acesso vascular   para hemodiáliseAmaral, R. et al2018Revisar a literatura relacionada às indicações, técnicas e complicações dos acessos temporários e permanentes.
03  Diálise   renal, Cateteres, Infecções   relacionadas  a cateteres,Fístula arteriovenosa.Diferentes tipos de acesso para pacientes em hemodiálise, aspectos positivos e negativosAraújo,et al2024Identificar na literatura médica evidências positivas e negativas dos acessos disponíveis para hemodiálise
04Ultrassonografia; Nefrologia;Educação Tutoria; Pesquisa.Ultrassonografia “point-of-care” em nefrologiaBastos, M. et al.2021objetivamos fazer um levantamento sobre a utilização da POCUS pelos nefrologistas brasileiros.
05Doença renal crônica, insuficiência renal crônica, taxa   de                filtração glomerular, referência e consulta, diagnóstico precoce, proteinúria, clínica de atenção interdisciplinar.Doença renal crônica: importância do diagnóstico precoce, encaminhamento imediato e abordagem interdisciplinar estruturada para melhora do desfecho em pacientes ainda não submetidos à diáliseBastos, M. et al.2011  Complexidade  da DRC, a multiplicidade de intervenções atualmente recomendadas na sua prevenção secundária e diferentes modelos de prestação de cuidados à saúde,
06Qualidade  de  vida; Nutrição; Renal.Estágios da doença renal crônica e suas associações com o nível de atividade física, qualidade de vida e perfil nutricionalCaetano, et al.2022Comparar e associar os estágios da evolução da DRC dos pacientes em tratamento conservador com o nível de atividade física, qualidade de vida e o perfil nutricional.
07Falência renal crônica; Testes laboratoriais;   Técnicas   de laboratório clínico; Insuficiência renal; Lesão renal agudaBiomarcadores da função renal: do que dispomos atualmente?Dusse, L. et al2017Discutir aspectos associados aos principais biomarcadores utilizados na rotina laboratorial para diagnóstico, prognóstico e acompanhamento do paciente com disfunção renal
08Diálise renal; cateteres fístula arteriovenosaAcesso vascular para hemodiálise: o que há de novo?Júnior, M. et al2013Relatar o que há de novo no uso desses acessos vasculares, tanto em sua confecção como em sua manutenção.
09Hemodiálise, cateter duplo-lúmen, acesso vascular.Acessos       vasculares       para Hemodiálise no Ceará-BrasilLima, J. et al.2022Avaliar     os    acessos vasculares             para hemodiálise
10Diálise renal. Fístula arteriovenosa. Insuficiência   renal crônica.Fístula  Arteriovenosa   Na Insuficiência Renal Crônica: cuidados e complicaçõesMagalhães, V. et al2020Caracterizar    as medidas de cuidado necessárias, por pa rte      dos          pacientes          e dos          profissionais          de saúde,          durante o período de maturação e de uso de FAV, bem como as complicações advindas do incorreto manejo desse acesso vascular.
11Adulto;  Diálise Renal;Fístula Arterio venosa; Cateter es Venosos Centrais; Cuidados      de EnfermagemCuidados com o acesso vascular para hemodiálise: revisão integrativaRocha,et al2021Analisar a produção científica acerca dos cuidados com acessos vasculares utilizados na hemodiálise para elaboração do conteúdo de uma cartilha educativa voltada    ao autocuidado do paciente.
12Doença  renal, hemodiálise, alterações psicológicas.Doença renal crônica: vivência do paciente em tratamento de hemodiáliseRudnicki, et al2014Identificar o tratamento hemodiálise papel do de no dia a dia dos renais crônicos pacientes

Fonte: Dados da pesquisa (2024).

Após realizar a leitura na íntegra e crítica da literatura encontrada, apresentadas de acordo com a ordem de evolução dos casos.

1. DOENÇA RENAL CRÔNICA

O sistema renal é o conjunto de órgãos responsáveis pela produção, filtragem e eliminação de resíduos do corpo, incluindo os rins, ureteres, bexiga e uretra. Esses órgãos trabalham em conjunto para regular a composição química do sangue, remover resíduos e excesso de fluidos do corpo e manter o equilíbrio de eletrólitos. Os rins desempenham várias funções essenciais para o bom funcionamento do corpo, fundamentais na regulação da pressão arterial, através do controle do volume de sangue e da secreção de hormônios como a renina (BASTOS et al., 2011).

A doença renal crônica (DRC) é caracterizada por perda progressiva da função dos néfrons com consequente perda da capacidade de filtrar o sangue e manter a homeostase. Isso pode resultar em uma variedade de problemas de saúde, incluindo acúmulo de resíduos no sangue, desequilíbrio de eletrólitos e pressão arterial elevada (BASTOS et al., 2011).

A função renal é avaliada pela filtração glomerular, sua diminuição é observada na Doença Renal Crônica (DRC), associada a perda das funções regulatórias, excretórias e endócrinas do rim. Quando a filtração glomerular atinge valores muito baixos, inferiores a 15 mL/min/1,73m2, estabelece-se o que denominamos falência funcional renal, ou seja, o estágio mais avançado do continuum de perda funcional progressiva observado na DRC (BASTOS et al.,2011).

A doença renal crônica é geralmente dividida em cinco estágios, conhecidos como Estágios da DRC, que são classificados com base na taxa de filtração glomerular (TFG), que é uma medida da função renal. Aqui está uma breve descrição de cada estágio:

  • Estágio 1: TFG normal ou elevada (≥90 mL/min/1.73 m²), mas com sinais de lesão renal, como presença de proteína na urina.
  • Estágio 2: Leve redução na TFG (60-89 mL/min/1.73 m²), indicando uma leve diminuição na função renal.
  • Estágio 3: Moderada redução na TFG (30-59 mL/min/1.73 m²), representando uma diminuição significativa na função renal.
  • Estágio 4: Severa redução na TFG (15-29 mL/min/1.73 m²), indicando uma função renal muito limitada.
  • Estágio 5: Falência renal (TFG <15 mL/min/1.73 m²), também conhecida como insuficiência renal terminal (IRT) ou doença renal em estágio final (DREF). Neste estágio, os rins não conseguem mais realizar suas funções essenciais, tornando necessária a diálise ou o transplante renal para manter a vida (CAETANO et al., 2022).

A progressão da DRC pode variar de pessoa para pessoa, e o tratamento é baseado na progressão da doença e na sua causa subjacente. O objetivo do tratamento é retardar a progressão da doença, controlar os sintomas e prevenir complicações (CAETANO et al., 2022).

1.1 GRUPO DE RISCO PARA A DOENÇA RENAL CRÔNICA

Os pacientes do grupo de risco a desenvolver doença renal crônica devem ser submetidos a exames para avaliar a presença de lesão renal e estimar os níveis da função renal a cada ano. De acordo com a literatura, os fatores associados à lesão renal e à consequente perda da filtração são, a diabetes, a hipertensão, a hipercolesterolemia, o tabagismo, o etilismo, o sobrepeso/obesidade e a idade avançada (AGUIAR et al., 2020).

A DRC tem sido uma preocupação em todo o mundo devido ao aumento das taxas de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, que são fatores de risco significativos para o seu desenvolvimento. Em muitos países, a conscientização sobre a DRC e a triagem precoce aumentaram, levando a uma detecção mais precoce da doença. Isso pode resultar em um aumento aparente na incidência, mas também pode ser interpretado como uma melhoria na detecção e no monitoramento da condição (BASTOS et al., 2011).

2. DIAGNÓSTICO

A ausência de sintomas nos pacientes em estágios iniciais da IRC não exclui a necessidade de manter um nível adequado de suspeição, especialmente em pacientes com fatores de risco. As alterações funcionais, principalmente na TFG, são um importante marcador no diagnóstico e classificação da IRC (BASTOS et al., 2011).

A taxa de filtração glomerular (TFG) é essencial para diagnosticar a insuficiência renal aguda e classificá-la em estágios de acordo com sua gravidade, é definida como a capacidade dos rins de eliminar uma substância do sangue e é expressa como o volume de sangue que é completamente depurado em uma unidade de tempo. A TFG menor que 60mL/min/1,73 m2 representa diminuição de cerca de 50% da função renal normal e, abaixo deste nível, aumenta a prevalência das complicações da IRC (BASTOS et al., 2011).

Para avaliar a condição renal são necessários alguns exames, dentre eles o teste de filtração glomerular, dosagem sérica de creatinina e ureia, depuração da creatinina, cistatina C, microalbuminúria, elementos anormais do sedimento EAS (principalmente hematúria e leucocitúria), alterações de parâmetros bioquímicos no sangue e na urina (proteinúria e albuminúria) e alterações nos exames de imagem (ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética). A excreção de quantidade aumentada de proteína na urina é um marcador sensível para IRC secundária a diabetes, glomerulopatias primárias e secundárias e hipertensão arterial (DUSSE et al., 2017; BASTOS et al., 2020).

No início da doença, os pacientes podem apresentar nefropatia crônica à imagem do ultrassom, com perda da diferenciação córtico medular, redução do córtex renal e aumento da ecogenicidade do parênquima renal (BASTOS et al., 2020).

Com o diagnóstico e encaminhamento precoce ao nefrologista e a instituição de diretrizes apropriadas para retardar a progressão da DRC, busca prevenir suas complicações, modificar comorbidades presentes e preparo adequado a uma terapia de substituição renal (BASTOS et al., 2011).

3. TRATAMENTO

Segundo autora Rudnicki (2014 p.2)

[…] As modalidades de tratamento da DRC para substituição parcial das funções renais são: a diálise, subdividida em hemodiálise e diálise peritoneal, mais o transplante renal. Esses tratamentos mantêm a vida, porém não curam a doença (Soldá et al., 2010; Maragno et al., 2012). Um dos principais e mais utilizados métodos de tratamento é a hemodiálise, processo terapêutico capaz de remover resíduos oriundos do metabolismo do organismo e corrigir as modificações do meio interno por meio da circulação do sangue em um equipamento projetado para esse fim. O método consiste na circulação extracorpórea de sangue em tubos ou compartimentos feitos de uma membrana semipermeável, sendo constantemente banhados por uma solução eletrolítica – solução de diálise ou banho, onde os condutores de energia se transformam ao serem colocados na água. Durante o tratamento, o sangue flui, por tubos, para o dialisador; este filtra os resíduos e o excesso de líquidos; a seguir, o sangue flui por meio de outro tubo e volta para o organismo do paciente (Thomé, 2006; Terra et al., 2010). As vias de acesso utilizadas em hemodiálise são por cateter, fístula arteriovenosa e próteses (Fermi, 2010; Murugan e Kellum, 2011).

4. TIPOS DE ACESSO VASCULAR

Para realizar a hemodiálise (HD), é necessário uma via de acesso que pode ser uma fístulas arteriovenosas (FAV) ou da inserção de cateteres venosos centrais (CVC) de dois lúmens. Os CVCs podem ser divididos em dois tipos: curta ou longa permanência, à exemplo do Permcath. O acesso vascular permanente permite repetidos acessos por meses a anos. O temporário pode variar de horas (diálise única) a alguns meses (aguardando a maturação da FAV). O acesso ideal permite uma segura abordagem, proporciona um fluxo adequado para realizar a HD e tem um baixo índice de complicações. Acesso vascular para HD de pacientes crônicos deveria ser geralmente FAVs e os CVCs devem ser evitados (LIMA, et al 2022).

4.1 TEMPORÁRIOS DE CURTA PERMANÊNCIA – CVC

Para acessos vasculares temporários de curta permanência, os cateteres venosos centrais (CVC) são frequentemente utilizados. Os cateteres de curta permanência costumam ser utilizados para pacientes com insuficiência renal aguda ou em caso de necessidade de uma hemodiálise de urgência. Estes cateteres são inseridos em veias de grande calibre, como a jugular interna, subclávia e femoral, e são utilizados para realizar sessões de hemodiálise em pacientes com insuficiência renal aguda ou crônica, quando outros acessos vasculares não estão disponíveis ou são inadequados. Ainda, é projetado para permitir uma boa circulação de sangue durante a hemodiálise e é removido quando não é mais necessário (AMARAL, et al., 2018).

Amaral 2018, ainda descreve que:

“A escolha deve ser guiada pela preservação do vaso para confecção de fístula arteriovenosa”. (AMARAL, et al. 2018 p.274).

4.2 TEMPORÁRIOS DE LONGA PERMANÊNCIA – CVC

Há dois tipos de cateteres de longa permanência: os totalmente implantáveis e os cateteres semi-implantáveis (permcath). São indicados em pacientes com necessidade de terapia dialítica por um período superior a uma semana e que ainda não possuam fístula arteriovenosa. O Permcath apresenta menor risco de infecção e melhor fluxo para a diálise em relação aos de curta permanência, é inserido em uma veia central, como a jugular interna ou femoral, deve ser realizado em ambiente adequado e por um profissional habilitado, tal como nefrologista ou cirurgião vascular. Embora seja temporário, o Permcath pode ser deixado no lugar por semanas ou até meses, dependendo das necessidades do paciente. Ele é uma opção quando outras formas de acesso vascular permanente, como uma fístula arteriovenosa, não estão disponíveis ou não são adequadas (AMARAL, et al. 2018).

4.3 FÍSTULA ARTERIOVENOSA

A fístula arteriovenosa é o tipo de acesso vascular indicado para hemodiálise de longo prazo em pacientes com insuficiência renal crônica. É criada cirurgicamente ou por meio de técnicas minimamente invasivas, conectando uma artéria a uma veia, geralmente nos membros superiores, requer menor manutenção e está associada à menor morbimortalidade (AMARAL, et al., 2018).

Uma vez estabelecida, a fístula permite um fluxo sanguíneo suficientemente alto para as sessões de hemodiálise. Ela é preferida sobre outros acessos vasculares, como cateteres, devido a uma taxa significativamente menor de complicações, como infecções e estenoses. Além disso, as fístulas tendem a durar mais tempo, oferecendo uma opção mais duradoura e sustentável para a terapia de hemodiálise (AMARAL, et al., 2018).

Em resumo, a FAV é a principal escolha para hemodiálise de longo prazo devido ao menor risco de complicações, enquanto os cateteres são usados como alternativas temporárias quando necessário. A escolha do acesso vascular depende das necessidades individuais do paciente e da disponibilidade de opções adequadas (AMARAL, et al., 2018).

A Figura 2 representa um paciente realizando hemodiálise por meio da fístula. É possível ver que o paciente está instalado na máquina e as linhas de diálise seguem do seu braço onde está a fístula até a máquina.

Figura 1: Fístula para hemodiálise

Fonte :Instituto Belczak, 2021

5. VANTAGENS    E   DESVANTAGENS   DE    CADA   TIPO   DE ACESSO: COMPLICAÇÕES E BENEFÍCIOS

O tratamento de Hemodiálise requer tipos de acesso específicos e em cada um deles existem vantagens, benefícios, mas também o outro lado, ou seja, desvantagens e complicações. A literatura sobre o assunto trata dos diferentes tipos de acesso e mostra como cada um contribui, cuidados e o que pode ou não ser feito pelo paciente. Conforme defende Araújo, et al. (2024, p.6 ) ao se referir a FAV

Em geral, evidencia-se que a Fístula Arteriovenosa é uma opção de acesso mais segura, além de ser também mais duradoura. A maior segurança se deve ao menor risco de infecções em comparação com o catéter tradicional e com o cateter de longa permanência.

O autor anteriormente citado faz referência ao tipo de acesso chamado permanente que traz diversos benefícios, dentre eles, um dos mais significativos é a menor taxa de infecção quando comparada com um cateter. Mas esses benefícios, como Magalhães et al. (2020 p.6) traz

[…] advindos de sua utilização estão intrinsecamente relacionados ao correto manejo e à realização das medidas de , feitas durante a fase de maturação e nos períodos prévios e posteriores às sessões dialíticas.

Mesmo que esse tipo de acesso tenha mais vantagens, não está livre de “problemas”. Nesse sentido Araújo, et al. (2024, p 4) afirma que

[…] ainda que existam consideráveis benefícios, a FAV está sujeita a gerar possíveis complicações para o paciente, que devem ser consideradas cuidadosamente no momento da sua indicação. Algumas das principais a serem levadas em consideração são risco de hipofluxo sanguíneo, tromboses, aneurismas, infecções, edema de mãos e sobrecarga cardíaca. Outra informação importante, que vale ser reforçada é a necessidade de se ter um cirurgião vascular disponível no serviço para a confecção da FAV, que é feita, em geral, no bloco cirúrgico. Com isso, a FAV mostra-se uma opção mais efetiva, contudo, demanda um maior desprendimento financeiro e uma logística mais complexa e com envolvimento de mais profissionais quando comparada às demais.

As complicações e desvantagens que a FAV tem podem ser tanto em relação a problemas para a saúde do paciente, pois aumenta riscos como trombose e sobrecarga cardíaca, como questões relativas à autoestima do paciente e relações sociais devido ao aparecimento de aneurismas. O paciente ainda perde uma parte da funcionalidade do membro onde a FAV é confeccionada, o que pode caracterizá-lo como Pessoa com Deficiência (PCD). Além disso, o custo financeiro para o procedimento é mais alto e dispendioso, pois trata-se de um processo que precisa ser realizado por cirurgião vascular local adequado (bloco cirúrgico).

Outras complicações são referentes a infecções que, embora raras, podem acontecer também e trazer graves riscos para o paciente. Segundo Júnior et al.(2013, p2.):

As infecções de FAV autógenas são relativamente raras, mas levam a quadros dramáticos, com ruptura e sangramentos abundantes. Na maioria das vezes, revisões de amplos desbridamentos com ligadura de fístula e, eventualmente, da própria artéria nutridora, para coibir a hemorragia. Já as infecções de FAVs confeccionadas com material protético são mais comuns. Desde que não haja sangramento ou sepse, seu salvamento pode ser tentado através do uso da antibioticoterapia. Na falha terapêutica ou na presença de sangramento ou sepse, é necessária a retirada da prótese e a confecção de um novo acesso.Além disso, recentemente Gagliardi está relatando que uma infecção por citomegalovírus pode estar associada à falência das FAVs em pacientes renais crônicos. Dentre as complicações não infecciosas, citaremos as estenoses e tromboses, que são de grande interesse de estudo na literatura atual.

Os Cateteres de Curta Permanência (CCP) são utilizados por um curto período em casos de emergência porque os níveis metabólicos, uremia, hiperpotassemia, hipovolemia, etc. estão alterados e o paciente necessita passar por sessão de Hemodiálise de emergência. Depois de um tempo, ele deve ser removido e um outro tipo de acesso (FAV ou Permcath) deve ser implantado para continuidade do tratamento. Essa retirada evitará futuras infecções já que os cuidados com esse tipo de acesso devem ser mais sistemáticos (ARAÚJO et al.,2024).

 Assim   como   a  FAV,  os  CCPs   também  apresentam    desvantagens. As infecções são as mais comuns, mas Araújo et al. (2024, p.3) traz ainda que

Apesar de ser uma das alternativas mais utilizadas e contar com muitas vantagens, como a praticidade, o CCP apresenta, entre os outros acessos, o maior risco de infecção primária da corrente sanguínea (IPCS), além do risco também aumentado de outras complicações, como endocardite e abscesso epidural. O risco de IPCS é influenciado por fatores como local de inserção do cateter e seu tempo de permanência, perfil do paciente, incluindo se é portador de diabetes, idade e estado de nutrição, manejo adequado dos materiais e assepsia durante procedimento de inserção. Outro acesso de longa permanência é o Permcath. Sua utilização se dá por um período mais longo que o CCP e vão até a confecção de um acesso definitivo, desde que o paciente tenha vasos saudáveis, caso contrário ele torna-se o acesso principal de realização da hemodiálise em pacientes renais crônicos (ARAÚJO et al.,2024).

6. CUIDADOS COM ACESSO

Independente do tipo de acesso que o paciente em hemodiálise tenha (FAV, CCP ou Permcath), são necessários alguns cuidados para que o acesso permaneça em bom estado e permita que a sua diálise ocorra sem complicações. Algumas medidas simples no dia a dia, antes e depois da diálise ou até mesmo após a confecção do acesso contribuem e fazem parte do tratamento.

Medidas para se evitar infecções nos acessos temporários e permanentes (CCP e Permcath e FAV ) como a antissepsia nos sítios de inserção e curativo estéril, podem evitar infecção primária na corrente sanguínea (ARAÚJO et al.,2024).

Esse ato é simples e pode ser comparado com o ato de lavar as mãos antes de consumir alimentos. Ambos trazem benefícios e evitam problemas.

Essa assepsia deve ser feita antes do início da sessão de hemodiálise. Primeiramente deve ser feita a higienização do braço com água e sabão neutro ou com produtos antissépticos, onde se encontra o acesso FAV. Também pode ser realizada a assepsia do local com álcool a 70%, prevenindo assim infecções (ARAÚJO et al.,2024).

Ao término do tratamento, o paciente deve ter cuidados em casa como a percepção do frêmito, exercícios contínuos com a bola de borracha e observar sinais de infecções como edema e dor (ARAÚJO et al.,2024). O escutar, observar e sentir fazem toda a diferença para que o acesso permaneça em funcionamento.

Outro cuidado importante é quanto aos esforços com pesos. O paciente deve evitar pegar excesso de peso com o braço onde a FAV está. Além disso, não deve deitar sobre o membro da FAV e evitar retirar a crosta do local onde as agulhas foram retiradas. Caso aconteçam hemorragias, deve-se realizar compressão no local e chamar atendimento imediato. Nas primeiras 24h após a confecção do acesso FAV, as compressas de gelo e depois a quente são importantes para evitar hematomas (ARAÚJO et al.,2024).

Os CCPs também precisam de cuidados tanto ao serem manipulados pelos profissionais de saúde para não haver contaminação como por parte do paciente. Não se deve dormir sobre o cateter, não molhá-lo, o curativo deve permanecer seco e limpo, sem umidade. Ao menos sinal infeccioso como dor, sangramento, rubor, febre, secreção, deve-se procurar atendimento médico urgente. Em seu domicílio, o paciente deve manter esses cuidados, evitando-se assim, infecções mais graves na corrente sanguínea e endocardite (ROCHA et al., 2021).

Finalizando, um ponto que merece destaque é relacionado ao controle de ingestão de líquidos. Esse controle já é importante para boa parte dos pacientes em diálise, mas além disso ainda contribui para evitar a perda do acesso devido complicações de hipotensão (ARAÚJO et al.,2024).

7. CONCLUSÃO

Quando iniciou-se o trabalho de pesquisa, constatou-se que a Doença Crônica Não Transmissível (DCNT) é uma doença grave que atinge as funções fisiológicas dos rins, além de impactar negativamente na saúde e na vida do indivíduo. É uma doença invasiva e que causa grandes limitações nas pessoas que necessitam utilizar esse recurso para sobreviver e, por isso, a importância do estudo sobre o Acesso Vascular em Adultos na Hemodiálise.

Diante disso, a pesquisa teve como objetivo geral analisar a produção científica acerca do acesso vascular em adultos na hemodiálise. Foi possível perceber que a fístula arteriovenosa (FAV) é o tipo de acesso vascular indicado mais eficaz para hemodiálise a longo prazo em pacientes adultos com insuficiência renal crônica.

O objetivo específico inicial era informar a importância do acesso vascular em adultos na Hemodiálise. Tal objetivo foi atendido por explicar a escolha do acesso adequado para o tratamento de doentes renais crônicos.

Analisando e avaliando a importância no cuidado e medidas com o acesso vascular adequado em adultos submetidos à hemodiálise é fundamental para garantir a eficácia do tratamento.

O trabalho confirmou que a Hemodiálise afeta a vida e saúde negativamente do paciente e verificou-se que o tratamento de hemodiálise melhora a qualidade de vida. Por fim, concluiu-se que o acesso mais eficaz para o tratamento em pacientes adultos é a Fístula Arteriovenosa( FAV) e que os demais tipos de acesso devem ser utilizados em situações específicas e de acordo com a necessidade do momento.

8. REFERÊNCIAS
  1. AGUIAR, L. et al. Fatores associados à doença renal crônica: inquérito epidemiológico da Pesquisa Nacional de Saúde. ARTIGO ORIGINAL • Rev. bras.    epidemiol.     23      05      Jun     20202020     • https://doi.org/10.1590/1980-549720200044    Disponível    em: <https://www.scielo.br/j/rbepid/a/JY5X7GG6mbjfdcX5gcGW6Km/>          Acesso em: 05 de abril de 2024.
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