ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA REABILITAÇÃO DE  PACIENTES IDOSOS COM DORES CRÔNICAS 

PHYSICAL THERAPY APPROACH IN THE REHABILITATION OF ELDERLY PATIENTS WITH CHRONIC PAIN

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202410231453


Felipe Éden De Souza1;
Kétna Melo de Lima2;
Kerolainy Menezes e Silva3;
Maria das Dores de Lima Machado4;
Nilda de Souza Evangelista5;
Raiany Monteiro do Nascimento6;
Kathllen de Souza Lopes7


Resumo  

A dor crônica é uma condição complexa e multifacetada que afeta milhões de pessoas em todo o  mundo, representando um desafio significativo para os sistemas de saúde e para a qualidade de  vida dos pacientes. No contexto do envelhecimento populacional, a dor crônica torna-se ainda  mais prevalente e impactante, exigindo abordagens terapêuticas eficazes e personalizadas. Este  estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, de carácter qualitativo, incluindo estudos  publicados no período de 2015 a 2024, selecionados através das bases de dados PubMed, Scielo  e LILACS. Foram encontrados 100 artigos, sendo 60 atenderam aos critérios de inclusão  previamente estabelecidos. Os resultados foram significativos, com a associação da fisioterapia  convencional com novas técnicas funcionais, treinos de fortalecimento ou terapias  complementares para a redução da dor. Conclui-se que a fisioterapia é um grande aliado para o  tratamento da dor crônica, mesmo em alguns casos sendo inespecíficas, mas ressaltando a  importância de novos estudos experimentais. 

Descritores: Dor Crônica. Fisioterapia na Dor. Fisioterapia em Idosos.  

Abstract  

Chronic pain is a complex and multifaceted condition that affects millions of people around the  world, posing a significant challenge to healthcare systems and patients’ quality of life. In the  context of an aging population, chronic pain becomes even more prevalent and impactful,  requiring effective and personalized therapeutic approaches. This study is a bibliographical  review, of a qualitative nature, including studies published from 2015 to 2024, selected through  the PubMed, Scielo and Lilacs databases. 100 articles were found, 60 of which met the  previously established inclusion criteria . The results were significant, with the association of  conventional physiotherapy with new functional techniques, strengthening training or  complementary therapies to reduce pain. It is concluded that physiotherapy is a great ally for the  treatment of chronic pain, even in some cases being non-specific, but highlighting the  importance of new experimental studies. 

Keywords: Chronic Pain. Physiotherapy in Pain. Physiotherapy in the Elderly.

INTRODUÇÃO 

A dor crônica é uma condição complexa e multifacetada que afeta milhões de pessoas  em todo o mundo, representando um desafio significativo para os sistemas de saúde e para a  qualidade de vida dos pacientes. No contexto do envelhecimento populacional, a dor crônica  torna-se ainda mais prevalente e impactante, exigindo abordagens terapêuticas eficazes e  personalizadas. Autores como Oliveira et al. (2023)31 destacam a importância da fisioterapia  nesse cenário, oferecendo uma variedade de técnicas que visam não apenas aliviar a dor, mas  também melhorar a funcionalidade e promover o bem-estar dos pacientes. 

Mendonça et al. (2023)42 ressaltam a importância de uma abordagem multidisciplinar  no manejo da dor crônica, envolvendo não apenas fisioterapeutas, mas também psicólogos,  terapeutas ocupacionais e médicos. Essa abordagem integrada permite um tratamento  holístico e adaptado às necessidades individuais de cada paciente, contribuindo para uma  melhoria significativa na qualidade de vida e na funcionalidade. 

A reabilitação de pacientes com dores crônicas não se limita apenas ao alívio dos  sintomas, mas também busca prevenir complicações físicas, emocionais e sociais,  promovendo a recuperação funcional e a adaptação às limitações impostas pela dor. Oliveira  et al. (2023)31 destacam que abordagens reabilitativas, como exercícios terapêuticos, educação  em saúde e terapias comportamentais, podem melhorar não apenas a funcionalidade, mas  também a qualidade de vida dos pacientes. 

Este trabalho tem como objetivo investigar a eficácia de abordagens fisioterapêuticas  diversificadas no processo de reabilitação de pacientes com dores crônicas, visando à  melhoria da qualidade de vida, redução da intensidade da dor e incremento da funcionalidade.  A partir de uma revisão de literatura com abordagem dedutiva e objetivo explicativo, serão  analisados artigos recentes nos principais bancos de dados acadêmicos. Espera-se que os  resultados desta revisão contribuam para o aprimoramento dos protocolos de tratamento e  para a melhoria dos resultados clínicos de pacientes com dores crônicas.

Fundamentação Teórica 

O que é a dor? 

A dor é um dos sintomas mais comuns que fazem com que as pessoas venham a  procurar serviços de saúde, sendo responsável por uma alta demanda dos atendimentos nas  emergências dos hospitais. É considerada um elemento de alerta que capacita a pessoa a  perceber os estímulos nocivos que possam causar ou já tenham causado alguma lesão. Em  muitos dos casos a dor pode vir a limitar as atividades diárias do indivíduo ou até mesmo se  tornar incapacitante.1 Segundo Raja et al. (2020)2a IASP define a dor como “uma experiência  sensorial e emocional desagradável associado ou semelhante àquele associado a dano tecidual  real ou potencial”. Sendo está definição complementada por notas explicativas que  resumidamente abrangem o fato de a dor em geral ser uma experiência pessoal, influenciada,  em graus variáveis, por fatores biológicos, psicológicos e sociais, não podendo ser  determinada exclusivamente pela atividade dos neurônios sensitivos. 

A dor desempenha um papel fundamental na preservação da vida, consistindo em uma  importante vantagem evolutiva. Atua como um alerta, sinalizando comportamentos  potencialmente perigosos e lesivos aos tecidos, estimulando a adoção de medidas para evitar  sua repetição ou mitigar seus efeitos prejudiciais.3 

Fisiologia da dor 

Do ponto de vista fisiológico, a dor se manifesta quando as terminações nervosas  sensoriais, denominadas nociceptores, recebem estímulos nocivos. Esse estímulo provoca  impulsos nervosos que percorrem as vias neurais até o sistema nervoso central, sendo  processados pelo cérebro. Este, por sua vez, responde prontamente, desencadeando uma  reação motora na tentativa de cessar a ação que causa a dor.4 

Conforme Hall, Hall (2021)5compreender a fisiologia da dor implica entender o  percurso desde o estímulo inicial até sua percepção, momento em que a dor é efetivamente  percebida e localizada. Mecanismos fisiológicos que envolvem conceitos como sensibilização  periférica e neuroplasticidade na perduração da dor, influenciados por mediadores  bioquímicos nas vias nociceptivas. Correlações entre inflamação, dor e estado psicológico são  estabelecidas, indicando que a dor é conduzida ao córtex cerebral por meio de cinco etapas:  transdução, condução, transmissão, percepção e modulação.

No processo de transdução, as terminações nervosas periféricas respondem ao  estímulo nocivo, gerando impulsos elétricos. A condução desses impulsos ocorre através de  fibras nervosas de diferentes diâmetros e graus de mielinização, determinando a velocidade de  transmissão da dor.3 

A transmissão do impulso doloroso envolve a liberação de neurotransmissores que  ativam neurônios na medula espinhal. Esses neurotransmissores excitatórios e inibitórios,  provenientes de diversas fontes, modulam a intensidade da dor. Na percepção a dor ocorre  quando o impulso é interpretado como tal pelo cérebro, integrando informações nocivas com  áreas corticais e do sistema límbico.4 

A modulação da dor desempenha um papel adaptativo, permitindo sua supressão em  situações de ameaça ou lesão. Fatores psicológicos e sociais, além de outras influências,  também influenciam na percepção e manejo da dor, especialmente em casos crônicos. Já a  classificação da dor baseia-se em critérios como região afetada, sistema envolvido,  características temporais, intensidade relatada pelo paciente e etiologia subjacente. Essa  abordagem categoriza diversas síndromes dolorosas, auxiliando na compreensão e tratamento  adequado.5 

Segundo Aguiar et al. (2021)6a dor também é subclassificada com base na sua  duração, podendo ser aguda ou crônica. A dor aguda surge subitamente como resultado de  uma lesão tecidual, é intensa, porém de curta duração, geralmente desaparecendo após  cicatrização da lesão. 

A dor crônica (DC) pode ser continua ou intermitente, caracterizada pela persistência  que vai além do tempo esperado de cura. Surge a partir de uma dor aguda que persiste por  longo tempo ou devido à persistência de estímulos nocivos a uma lesão, ou até mesmo na  ausência de fisiopatologia identificável ou doença médica.4 

Tipos de dor 

De acordo com Fatimah et al. (2016)7ao falar sobre dor crônica é necessário  compreender que há vários tipos e que a mesma pode ser classificada de três formas que são  nociceptiva, neuropática e inespecífica ou mista. 

a) Dor nociceptiva: Resulta de danos nos tecidos do sistema nervoso central causados por  eventos nocivos como pancadas, queimaduras ou infecções. É transmitida ou processada pelo  sistema nervoso periférico, dividindo-se em somática e visceral. A dor somática é descrita  como dolorida, aguda, penetrante, latejante e bem localizada, originando-se de lesões ou  irritações no sistema musculoesquelético. A dor visceral é descrita como tipo cãibra, surda, com cólicas e  aperto, difusa, mal localizada, podendo irradiar para outras áreas do corpo, originando-se em  órgãos como pâncreas, fígado e trato gastrointestinal.4 

b) Dor neuropática: Causada por lesão ou disfunção do sistema nervoso, pode ser central ou  periférica. A dor neuropática central tem origem em eventos como AVC, lesão medular,  esclerose múltipla e siringomielia. A dor neuropática periférica tem origem em condições  como neuralgia do trigêmeo, síndrome do túnel do carpo, fibrose da raiz nervosa e neuralgia  pós- herpética. Os sintomas incluem sensações como queimação, tiro, facada, dormência ou  formigamento, disestesia (sensação de insetos rastejando na pele, alfinetes e agulhas), alodinia  (resposta a um estímulo não doloroso) e hiperalgesia (aumento da sensação de dor a um  estímulo normalmente doloroso).5 

c) Dor inespecífica ou mista: Caracteriza-se pela coexistência da dor neuropática e  nociceptiva. Pode apresentar-se como dor mista, envolvendo simultaneamente ou  separadamente, em momentos distintos, dor somática, visceral e neuropática. Os distúrbios  incluem traumas que danificam tecidos e nervos, hérnia de disco, dor de cabeça, queimaduras  profundas e câncer que danifica nervos por infiltração e compressão nervosa externa.7 

Fisiologia do envelhecimento 

O envelhecimento fisiológico é um processo de alterações que ocorrem no corpo  devido à idade avançada. Embora envelhecer não signifique necessariamente adoecer, é  esperado que o processo envolva a perda da capacidade de manter o equilíbrio homeostático e  que as funções fisiológicas comecem a declinar.15 

De acordo com Menezes et al. (2018)16, o envelhecimento pode ser dividido em três  subdivisões: primário, secundário e terciário. O primário é geneticamente determinado e  presente em todos os indivíduos, independente de condições ambientais ou patologias  associadas. O secundário refere-se às doenças e à interação com fatores externos. Estudos  mostram uma interação íntima entre o envelhecimento primário e secundário, e que a inter relação entre fatores ambientais pode acelerar os processos básicos de envelhecimento. Já o  envelhecimento terciário, ou terminal, é caracterizado pelo acúmulo do processo de envelhecimento em associação às patologias próprias da idade, sendo o período de declínio  acentuado das funções físicas e cognitivas. 

A sociedade busca o prolongamento da vida, mas é fundamental agregar qualidade a  esses anos adicionais para que seja considerado uma conquista real. As políticas sociais  voltadas à terceira idade devem levar em conta a autonomia, capacidade funcional, cuidado,  participação e autossatisfação, incentivando a integração na sociedade em diversos contextos  e proporcionando a atenção integral à saúde.17 O envelhecimento tornou-se uma questão  primordial para as políticas públicas de todos os países, devido ao aumento da população  idosa e ao consequente aumento de despesas médicas relacionadas à expectativa de vida, taxa  de dependência e aumento de doenças crônicas.18 

O envelhecimento traz alterações físicas, psicológicas e sociais no indivíduo que,  como demonstrado por Kim et al. (2019)19, são naturais e graduais. Essas transformações são  gerais e podem ocorrer em idades mais precoces ou avançadas, em maior ou menor grau,  dependendo das características genéticas e do estilo de vida de cada um. Biologicamente, as  modificações no organismo do idoso são significativas e podem ser observadas em todos os  sistemas (muscular, endócrino, circulatório, pulmonar, ósseo e imunológico), levando a um  declínio das capacidades físicas com repercussões sociais e psicológicas. A velhice  caracteriza-se pela perda das reservas funcionais, dependendo dos determinantes genéticos, do  estilo de vida e das condições culturais do indivíduo. 

A qualidade de vida na terceira idade não é algo a ser alcançado, mas sim incorporado  ao cotidiano por meio do esforço e dedicação individual e/ou coletiva. Mudanças de papéis na  família, no trabalho e na sociedade podem levar o idoso a perder sua autoestima, e a  diminuição dos contatos sociais confronta a saúde de forma geral.20 

Saúde primária e o idoso 

Schenker, Costa (2019)21 afirmam que a população idosa apresenta necessidades e  vulnerabilidades específicas, o que demanda políticas públicas como o Estatuto do Idoso, a  Política Nacional de Saúde do Idoso e a Política Nacional da Pessoa Idosa, que visam  regulamentar e estimular a autonomia, integração e participação efetiva dos idosos na  sociedade, incluindo o direito à vida e à saúde, por meio da prevenção de agravos e promoção  da saúde, visando um envelhecimento digno. 

O termo fragilidade é comumente utilizado para descrever a vulnerabilidade do idoso a  desfechos negativos, como quedas, internações hospitalares, declínio funcional e óbito.

Entretanto, sua definição varia na literatura, o que dificulta sua padronização e aplicação  clínica. A Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) é reconhecida como o padrão ouro para  avaliação da fragilidade, envolvendo o idoso e seus familiares para identificar problemas de  saúde anteriormente atribuídos ao envelhecimento. No entanto, sua aplicação na Atenção  Primária à Saúde (APS) é inviável sem uma equipe especializada.22 

Na APS, como mostra Marques et al. (2023)23, é essencial identificar de forma rápida  e simples os idosos frágeis ou em risco de fragilização. O Índice de Vulnerabilidade Clínico  Funcional – 20 (IVCF-20) destaca-se como um dos melhores instrumentos para essa triagem,  avaliando oito domínios da saúde do idoso. O IVCF-20 é multidimensional, válido, confiável,  simples e de rápida aplicação, podendo ser utilizado por qualquer profissional de saúde. 

A abordagem na APS deve considerar a pluralidade cultural e as experiências  contextuais do idoso, visando uma atenção integral. A Estratégia de Saúde da Família (ESF)  surge como possibilidade de oferecer uma atenção integral à saúde do idoso, por meio de  ações de promoção, manutenção e recuperação da saúde, prevenção de doenças e agravos,  levando em conta a realidade vivenciada por essa população.22 

Segundo Gusso et al. (2018)24 a incorporação dos cuidados paliativos na APS é  fundamental, orientando-se pelos princípios da coordenação do cuidado, vínculo e  continuidade, integralidade, equidade e participação social. Isso demanda a integração de  ações que incluam a promoção de saúde, prevenção de doenças, tratamento, reabilitação e  articulação com outras políticas públicas, visando atender às necessidades da pessoa idosa de  forma holística. 

Principais doenças causadoras de dor crônica em idosos 

A dor crônica é uma condição prevalente em idosos, frequentemente associada a  doenças crônicas que afetam esse grupo populacional. Dentre as principais doenças que mais  acometem os idosos e causam dor crônica, destacam-se não apenas a osteoartrite, a lombalgia  e a neuropatia periférica, mas também a fibromialgia, a artrite reumatoide e a osteoporose.14,25 De acordo com Silva, Sabbag (2021)26 a osteoartrite é uma das principais causas de dor  crônica em idosos, caracterizada pela degeneração da cartilagem articular e inflamação das  articulações. Estima-se que cerca de 10% a 15% da população idosa sofra de osteoartrite, especialmente nas articulações dos joelhos, quadris e mãos. 

A lombalgia, ou dor nas costas, também é comum em idosos e pode ser causada por  várias condições, como degeneração discal, estenose espinhal e osteoartrite da coluna  vertebral.

Estudos sugerem que a lombalgia afeta aproximadamente 30% dos idosos e está associada a  uma redução na qualidade de vida e na capacidade funcional.27 

Para Silverthorn (2017)4a neuropatia periférica é outra condição comum em idosos,  caracterizada por danos nos nervos periféricos que podem causar dor, formigamento e  fraqueza muscular. Diabetes mellitus é uma das principais causas de neuropatia periférica em  idosos, afetando até 50% dos pacientes com diabetes com mais de 60 anos. 

A fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dor muscular difusa e pontos  sensíveis em várias partes do corpo. Estima-se que cerca de 5% dos idosos sejam afetados  pela fibromialgia, sendo mais comum em mulheres e associada a distúrbios do sono e fadiga  crônica.28 Já a artrite reumatoide é uma doença autoimune que causa inflamação crônica das  articulações, levando a dor, inchaço e rigidez articular. Embora seja mais comum em adultos  jovens, a artrite reumatoide também pode afetar os idosos, especialmente aqueles com história  prévia da doença.5 

A osteoporose é uma condição caracterizada pela perda de massa óssea e fragilidade  dos ossos, aumentando o risco de fraturas, especialmente em idosos. Estima-se que a  osteoporose afete cerca de 10% dos idosos acima de 60 anos, sendo mais comum em  mulheres após a menopausa.4 

Para Silva et al. (2018)29 além dessas doenças, outras condições comuns em idosos,  como a síndrome do túnel do carpo, a espondilose cervical e a neuralgia pós-herpética,  também podem causar dor crônica e impactar negativamente a qualidade de vida desses  indivíduos. O manejo adequado da dor crônica em idosos requer uma abordagem  multidisciplinar, que leve em consideração não apenas a dor física, mas também os aspectos  emocionais e sociais do paciente. 

A hipertensão arterial, as doenças cardiovasculares, as quedas e a doença de Parkinson  são outras doenças que podem causar dor crônica em idosos, representando um desafio  significativo para os sistemas de saúde em todo o mundo. Compreender a prevalência e  incidência dessas condições é fundamental para o desenvolvimento de estratégias mais  eficazes de prevenção e tratamento, visando melhorar a qualidade de vida dos pacientes e  reduzir o impacto socioeconômico dessas doenças.30 

Qualidade de vida e dor crônica em idosos 

A qualidade de vida (QV) dos idosos é influenciada pela presença de dor crônica, que  pode afetar sua independência funcional e bem-estar. Segundo Oliveira et al. (2023)31, quando há presença de dependência, em qualquer nível, o bem-estar e a qualidade de vida são  afetados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define qualidade de vida como a  percepção do indivíduo sobre sua vida em relação a seus objetivos, expectativas e  preocupações, em diferentes aspectos da vida. 

De acordo com Inoue et al. (2015)32, a dor crônica está associada a uma pior qualidade  de vida, interferindo nas dimensões social, psicológica, espiritual, física e emocional dos  indivíduos. Além disso, a dor crônica pode levar a comorbidades como distúrbios do sono,  ansiedade e depressão, o que impacta ainda mais a qualidade de vida dos idosos. 

A intensidade da dor está relacionada à frequência de sentimentos negativos, como  ansiedade e depressão, em idosos com dor crônica. Segundo Raggi et al. (2016)33, a  prevalência de dor crônica aumenta com a idade, sendo que muitas delas poderiam ser  evitadas com medidas preventivas, adoção de hábitos saudáveis e atividades físicas. 

Para melhorar a qualidade de vida dos idosos com dor crônica, é importante identificar  os fatores de risco modificáveis e adotar medidas preventivas, como a promoção de hábitos  saudáveis e atividades físicas. O trabalho multiprofissional é essencial para desenvolver  estratégias de alívio da dor e prevenção de novos acometimentos, contribuindo para o bem estar e uma melhor qualidade de vida dessa população.14 

Equipe multidisciplinar na abordagem da dor crônica em idosos 

A abordagem multidisciplinar no manejo da dor crônica em idosos tem sido  amplamente reconhecida como fundamental para proporcionar uma assistência abrangente e  eficaz a essa população vulnerável.34 A atuação do enfermeiro na Estratégia de Saúde da  Família (ESF) é de grande importância nesse contexto, pois esse profissional considera as  necessidades do idoso na avaliação global de saúde, abrangendo aspectos biológicos,  psicossociais, culturais e espirituais. Isso permite fornecer uma assistência integral e mais  adequada a essa população.12 Considerando as implicações da má qualidade do sono para a  saúde e a qualidade de vida do idoso, de acordo com Clares et al. (2016)35 o enfermeiro deve estar capacitado para  identificar alterações ou fatores de risco e realizar o planejamento da assistência por meio do  estabelecimento de diagnósticos de enfermagem, como Fadiga, Sono melhorado e Sono  prejudicado, que possibilitem intervir apropriadamente na promoção ou recuperação da  independência para satisfazer essa necessidade. 

No âmbito do tratamento da dor crônica em idosos, as terapias não farmacológicas  emergem como uma abordagem complementar valiosa.36 A fisioterapia, por exemplo, desempenha um papel crucial no manejo da dor crônica em idosos, com foco na melhoria da  mobilidade, fortalecimento muscular e correção de desequilíbrios posturais. Exercícios  específicos adaptados à condição física e às necessidades individuais dos idosos demonstram  benefícios significativos na redução da dor e na melhoria da qualidade de vida.34 

De acordo com Bezerra et al. (2024)36 as terapias cognitivo-comportamentais e  mindfulness também têm sido exploradas para tratar a dor crônica em idosos, focalizando na  gestão do estresse, ansiedade e depressão associados à dor persistente. Essas terapias não  apenas abordam o componente emocional da dor, mas também promovem estratégias de  enfrentamento eficazes. 

Além disso, as terapias intervencionistas, como injeções epidurais de esteróides,  injeções nas facetas lombares e outras técnicas, oferecem tratamentos aos idosos com menos  efeitos colaterais sistêmicos do que as intervenções farmacológicas, sendo parte de uma  estratégia multidisciplinar para a terapia da dor crônica.37 

Em resumo, a abordagem multidisciplinar e centrada no paciente é fundamental para  fornecer uma assistência abrangente e eficaz aos idosos com dor crônica. A colaboração entre  profissionais de diferentes disciplinas, incluindo enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e  médicos, é essencial para garantir resultados positivos e melhorar a qualidade de vida desses  pacientes.34 

Segurança no uso de medicamentos em idosos 

O envelhecimento segundo Oliveira, Santos (2016)38 é um processo individual e não  homogêneo, o que resulta em variações nas respostas dos idosos aos medicamentos, incluindo  absorção, distribuição, metabolismo e excreção. O uso de medicamentos entre os idosos é  considerado uma epidemia, associada a fatores como aumento da prevalência de Doenças  Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), alta medicalização da saúde impulsionada pela  indústria farmacêutica e estímulo à prescrição na formação e prática dos profissionais de  saúde. 

É importante ressaltar que o uso frequente de medicamentos entre os idosos pode ser  uma forma de lidar com as comorbidades e, ao mesmo tempo, uma maneira de amenizar  situações comuns do envelhecimento. A polifarmácia, definida como o uso de três ou mais  drogas ou uma quantidade maior do que a indicada, é comum entre os idosos e pode levar a  intercorrências advindas de reações adversas, aumentando os custos para o sistema de saúde.39 A falta de uma revisão regular do regime terapêutico e a rigidez na adesão aos guidelines podem levar à polifarmácia e ao uso de medicamentos potencialmente inadequados (PIMs),

cujos danos superam os benefícios. A identificação e suspensão dos PIMs devem ser  prioridade na segurança dos pacientes. Uma alternativa para simplificar o tratamento, reduzir  erros e economizar tempo é a adoção das polypills, que são pílulas contendo uma combinação  dos medicamentos em uso pelo paciente. No entanto, ainda existem preocupações quanto à  segurança e eficácia dessas polypills.38 

De acordo com Mercadante et al. (2021)40 a segurança no uso de medicamentos em  idosos pode ser comprometida por erros comuns, como o esquecimento do horário da dose e  falhas na comunicação entre profissionais e pacientes. É essencial que os profissionais de  saúde estejam atualizados e busquem na literatura respostas para os desafios da prática  profissional em saúde, especialmente no cuidado aos idosos. 

Tratamento fisioterapêutico em idosos: estratégias e impactos 

O envelhecimento populacional tem levado ao aumento da prevalência de doenças  crônicas e fragilidade em idosos, tornando a fisioterapia fundamental para promover saúde e  melhorar a qualidade de vida.41 O fisioterapeuta, como parte de uma equipe multidisciplinar,  desempenha um papel fundamental no manejo da dor crônica em idosos, contribuindo para a  redução das limitações funcionais e da sintomatologia dolorosa por meio de diferentes  abordagens terapêuticas.36 

Segundo Mendonça et al (2023)42 a escolha de uma abordagem terapêutica para a dor  crônica depende de vários fatores, incluindo a causa subjacente da dor, a gravidade dos  sintomas, a resposta individual do paciente e os efeitos colaterais associados a cada  intervenção. Portanto, é crucial entender as diferentes opções disponíveis e considerar uma  abordagem personalizada para cada caso. 

As técnicas fisioterapêuticas, tais como o alongamento para alívio da tensão muscular,  o fortalecimento muscular para estabilizar as estruturas musculoesqueléticas e reduzir a  sobrecarga nas articulações, a mobilização articular para melhorar a mobilidade das  articulações e reduzir a rigidez, e as massagens terapêuticas para redução da tensão muscular  e alívio da dor, são utilizadas no tratamento da dor crônica com o objetivo de melhorar a  qualidade de vida dos idosos.43 

A cinesioterapia é uma estratégia eficaz no tratamento da dor que envolve exercícios  aeróbicos, alongamentos, fortalecimento muscular, terapia manual e terapias analgésicas  combinadas com recursos da eletrotermofototerapia. Essas técnicas promovem ganhos de  força muscular, amplitude de movimento articular, melhoram a marcha e o equilíbrio, além de  reduzir a fadiga e processos inflamatórios.44 

Além disso, a fisioterapia aquática, ou hidroterapia, tem se mostrado eficaz e bem  tolerada pelos idosos com dor crônica, facilitando os movimentos e reduzindo a sobrecarga  articular, aliviando a dor e melhorando a funcionalidade, o equilíbrio e a capacidade  cardiovascular.45 

Segundo Andrade et al. (2023)44 programas de exercícios físicos são amplamente  reconhecidos por proporcionar benefícios como melhora da força muscular, amplitude de  movimento, equilíbrio postural, velocidade da marcha e desempenho cardiorrespiratório.  Esses programas têm sido eficazes na redução do declínio funcional e na promoção do bem estar dos idosos frágeis. No entanto, para alcançar resultados efetivos, é essencial considerar  as características individuais e o grau de fragilidade de cada paciente, visando planos de  tratamento adequados e eficazes a curto e longo prazo. 

A eficácia da fisioterapia no tratamento da dor crônica foi amplamente investigada em  estudos clínicos randomizados e revisões sistemáticas. Pesquisas como a de Beltrão et al  (2023)28 fornecem evidências sólidas da eficácia da fisioterapia no alívio da dor em várias  condições, incluindo dor lombar crônica, osteoartrite e fibromialgia. Além disso, a fisioterapia  também pode melhorar a função física e a qualidade de vida em pacientes com dor crônica. 

Entretanto, o envolvimento do paciente na sua própria reabilitação e fundamental e  desempenha um papel crucial no sucesso da fisioterapia, já que a consistência na realização  dos exercícios prescritos e a sua participação ativa são fatores determinantes para alcançar  resultados positivos.46 

Além disso, a percepção dos idosos sobre o tratamento fisioterapêutico oferecido é  crucial. Costa et al. (2020)47 destacam que a satisfação dos idosos com o atendimento  influencia diretamente a adesão ao tratamento e os resultados obtidos. Portanto, é importante  avaliar constantemente a satisfação dos usuários para aprimorar a qualidade do serviço  prestado. 

Além disso, Mendonça et al (2023)42 ainda afirma que a fisioterapia muitas vezes  funciona melhor quando combinada com outras abordagens terapêuticas, como medicamentos  e terapias alternativas. E que a integração de diferentes modalidades terapêuticas pode  potencializar os benefícios e proporcionar um tratamento abrangente para a dor crônica. 

Esses aspectos ressaltam a importância do tratamento fisioterapêutico na promoção da  saúde e no cuidado aos idosos frágeis, evidenciando a relevância dos programas de exercício  físico e da satisfação dos idosos com o atendimento recebido. A integração desses elementos na prática clínica pode contribuir significativamente para a melhoria da qualidade de vida e do  bem-estar dessa população.48 

Em conclusão, a fisioterapia é uma abordagem terapêutica valiosa no tratamento da  dor crônica, oferecendo uma ampla gama de técnicas para aliviar a dor, melhorar a função  física e aumentar a qualidade de vida dos pacientes. A sua eficácia é respaldada por  evidências científicas sólidas e é frequentemente recomendada como parte de uma abordagem  multidisciplinar para o manejo da dor crônica.49 

Justificativa 

A reabilitação de pacientes com dores crônicas demanda uma abordagem  multidisciplinar, envolvendo profissionais como fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas  ocupacionais e médicos. Essa equipe multidisciplinar trabalha de maneira integrada para  fornecer um tratamento completo e adaptado às necessidades individuais. A reabilitação pode  contribuir para a diminuição da dependência de medicamentos analgésicos frequentemente  utilizados no tratamento da dor crônica. Ao promover estratégias não farmacológicas, como  exercícios físicos, terapias cognitivo-comportamentais e técnicas de relaxamento, a  reabilitação auxilia os pacientes no manejo mais eficaz da dor.42,50 

De acordo com Oliveira et al. (2023)31 a dor crônica pode acarretar complicações nos  aspectos físicos, emocionais e sociais dos pacientes. A reabilitação busca prevenir ou reduzir  tais complicações, promovendo a recuperação funcional e a adaptação às limitações impostas  pela dor. Há evidências científicas que respaldam a eficácia da reabilitação no tratamento da   dor crônica. Estudos demonstram que abordagens reabilitativas, como exercícios terapêuticos,  educação em saúde e terapias comportamentais, podem melhorar a funcionalidade e a  qualidade de vida dos pacientes. 

Ao considerar esses aspectos da dor crônica, é possível adotar uma abordagem mais  abrangente e empática para o manejo dessa condição, visando à melhoria da qualidade de vida  dos pacientes e à redução do impacto negativo que a dor crônica pode exercer em suas vidas.  A reabilitação de pacientes com dores crônicas é um campo de estudo de grande importância e  impacto na área da saúde devido ao seu foco na melhoria da qualidade de vida e do bem-estar  desses indivíduos, além da redução dos custos associados ao tratamento dessas condições.

Objetivo  

Geral: 

Investigar a eficácia de abordagens fisioterapêuticas diversificadas no processo de reabilitação  de pacientes com dores crônicas, visando à melhoria da qualidade de vida, redução da  intensidade da dor e incremento da funcionalidade. 

Específicos: 

● Descreve como a fisioterapia intervém e atua na reabilitação das dores crônicas
● Relatar as possíveis causas que desenvolvem as dores crônicas 
● Examinar a perspectiva dos pacientes sobre sua qualidade de vida abrangente, abarcando  tanto os aspectos físicos, emocionais quanto sociais, após receberem tratamento  fisioterapêutico. 

Método 

Este estudo é uma revisão de literatura com abordagem dedutiva e objetivo  explicativo, tendo como foco procedimentos fisioterapêuticos utilizados na reabilitação de  pacientes com dores crônicas. 

Para execução deste estudo será realizada a pesquisa de artigos nos seguintes bancos  de dados: PubMed, Cochrane Library, Web of Science, EMbase, Pedro e Medline. Serão  utilizados termos de busca com combinação de palavras-chave relacionadas à “dores  crônicas”, “reabilitação” ou “tratamento conservador”. A avaliação da qualidade dos artigos  far-se-á por meio da utilização da Escala de Banco de Dados de Evidências Fisioterapêuticas,  e para as análises de dados será utilizado o software Microsoft Word. 

Para serem considerados elegíveis os artigos terão que atender aos seguintes critérios  de inclusão: relevância em relação ao tema, pacientes com dores crônicas em qualquer  estágio, comprovação científica, e dados publicados nos últimos 10 anos. Serão excluídos os  artigos que abordarem o tema de maneira secundária ou que não se encaixarem nos critérios  de inclusão. 

Os dados obtidos serão tabulados utilizando o Microsoft Word, incluindo informações  como ano de publicação, autores, tema, desenho do estudo e desfecho da avaliação. Com base  nas revisões pertinentes do assunto, espera-se chegar a conclusões que contribuam para o  aprimoramento dos protocolos de tratamento e para a melhoria dos resultados clínicos de  pacientes com dores crônicas. 

Inicialmente foram encontrados 100 títulos sobre o tema e, destes, 10 artigos corresponderam aos critérios de inclusão previamente estabelecidos, abordando as técnicas  fisioterapeuticas para pacientes idosos com dores crônicas.  

Resultados 

Autor/Ano Tipo de  EstudoCaracteristica  da AmostraResultado
Desconsi et al,  (2019) 53Estudo Transversal Descrever as atitudes e crenças dos fisioterapeutas  que trabalham no  SUS a respeito  do tratamento de  dor crônica. Os resultados
evidenciaram maior  concordância com 
crenças e atitudes 
relacionadas à  orientação biomédica,  sendo a pontuação nessa escala 15,5%  maior que na comportamental, e uma correlação regular e positiva (p<0,05) entre  o tempo de formação e a 
orientação de
tratamento biopsicossocial.
Martins,  (2017) 51Estudo de  Caso 13 mulheres,  acima dos 40  anos,  trabalhadoras do lar e com diagnóstico dor crônica em  coluna vertebral.Os resultados 
demonstraram que nas  formas mais tradicionais a fisioterapia ambulatorial propiciou melhora significativa do quadro de dor crônica em coluna vertebral
Correa et al,  (2022)52Ensaio  Clínico 32 idosas com  dores crônicas, divididas em grupos diferentes 
(grupo 1 Treino funcional e grupo  2 controle). 
Verificaram-se efeitos significativos  após a intervenção no grupo TF,  com redução da dor e aumento da 
flexibilidade e resistência para  membros inferiores e  capacidade
cardiorrespiratória
(p < 0,05). C
Matos et al,  (2017) 54Ensaio  Clínico Avaliar os efeitos  de oito semanas  de treinamento 
prático na autonomia  
funcional de  idosos.
Houve diferenças  estatisticamente  significativas em todos  os testes de autonomia  funcional após 20  sessões de  treinamento: C10m  (pré: 8,10±1,27; pós:  7,55±1,10); SUCWA  (pré: 40,98±2,77; pós:  38,44±2,57); DUT  (pré: 13,25±0,88; pós:  11,85±0,82); SUSP  (pré: 10,74±0,52; pós:  8,98±056) e SULP  (pré: 3,86±0,37; pós:  2,82±0,37).
Ziegler,  (2020)55Estudo  Transversal Uso de tecnicas  complementares  não  farmacologicas  em idosos com  dores crônicas.O tratamento não 
farmacológico foi 
solicitado para 172  idosos e as abordagens  mais utilizadas para as  dores crônicas 
musculoesqueléticas  foram fisioterapia  (72,5%), seguida por nutrição (19,7%),  práticas integrativas e 
complementares  (20%), educação física  (6,2%) e psicologia (5,2%). A  autoeficácia foi mais  bem avaliada por  idosos que moravam  sós, por  aqueles com a faixa 
etária acima de 70  anos e por aqueles com dor 
exclusivamente nociceptiva.
Bailly et al,  (2015) 56Estudo  Qualitativo Entrevistas  semiestruturadas foram  conduzidas  durante 4  discussões de  grupos focais  com foco em  viver com LBP. Vinte e cinco  pessoas (11  homens, 14 mulheres) 
participaram; as  idades variaram  de 25 a 81 anos.
Os participantes
frequentemente relataram uma autopercepção 
negativa nas interações  sociais, com vergonha e frustração em  relação às suas  dificuldades para 
realizar atividades da  vida diária. Eles frequentemente se  sentiam  incompreendidos e  sem apoio, em parte  devido à ausência de  sinais visíveis da condição. Os  participantes sofriam  da imagem coletiva  negativa associada à  LBP (“doença benigna/psicológica”).
Stenner,  (2016)57Estudo  QualitativoOito  fisioterapeutas  foram  observados em  três ocasiões  realizando suas  atividades  clínicas habituais (total n=24  
observações). Estratégias  hermenêuticas  iterativas foram  usadas para 
interpretar os  textos e 
identificar as  
características e  processos de  prescrição de exercícios para  
pacientes com  NSCLBP.
Os resultados  revelaram como a  prática da fisioterapia  frequentemente resultava em  possibilidades desiguais para a participação do  paciente, que por sua  vez estavam ligadas às  suposições dos 
fisioterapeutas sobre  os pacientes, orientação clínica,  processos cognitivos e  de tomada de decisão.
Mingorance,  (2021)58Estudo  Observacional Comparar o impacto da dor, a sensibilidade 
somatossensorial,  a funcionalidade  motora e o  equilíbrio entre  60 pacientes com  FM, 60 pacientes  com DCL e 60  controles sem  dor com idade entre 30 e 65  
anos.
Pacientes com dor 
crônica apresentaram  pior sensibilidade 
somatossensorial ( p <  0,001) e função  motora ( p < 0,001) do que controles sem dor. Além disso, pacientes  com FM apresentaram  maior impacto da dor ( p < 0,001) e maiores  deficiências somatossensoriais ( p < 0,001) e motoras ( p < 0,001) do que  pacientes com CLBP.
Pujol, (  2022)59Estudo  Qualitativo Trinta e um pacientes com  osteoartrite do  joelho  sensibilizados  pela dor e 38  pacientes com  fibromialgia  foram  comparados com  grupos de controle  pareados. E novas amostras  de 34 pacientes com osteoartrite do joelho 
sensibilizados e  63 pacientes com 
fibromialgia foram usadas para comparar 
diretamente cada condição.
Na osteoartrite, foi identificada uma conectividade local mais fraca na ínsula, que é uma área cortical que processa aspectos importantes da resposta cerebral à estimulação dolorosa. Em contraste, os pacientes com fibromialgia mostraram uma conectividade mais fraca no córtex sensório-motor, afetando extensivamente a representação cortical do corpo.

Fonte: De própria Autoria

Discussão  

A dor crônica é um problema de saúde pública que afeta significativamente a qualidade de vida  dos idosos. Segundo Santos et al. (2015)8a dor crônica é aquela que persiste além do tempo  razoável para a cura de uma lesão ou associada a processos patológicos crônicos, causando dor  contínua ou recorrente em intervalos de meses ou anos. Ela não só impacta o indivíduo, mas  também sua família e a sociedade, limitando suas condições e comportamento, aumentando a  morbidade e sobrecarregando o sistema de saúde. 

Estudos têm destacado a relação entre DC e fatores como depressão, incapacidade física e  funcional, isolamento social, alteração na dinâmica familiar e desesperança. Além disso, a DC  pode acarretar fadiga, anorexia, alterações do sono, constipação e dificuldade de concentração.  A incapacidade de controlar a dor traz intenso sofrimento físico e psíquico, interferindo  significativamente na qualidade de vida dos idosos, afetando suas atividades cotidianas.9,10 A prevalência de dor entre idosos no Brasil e no mundo varia amplamente, de 37% a 70%,  dependendo de critérios como idade, procedência da população, locais de dor e delineamentos  dos estudos.11,12 A Estratégia Nacional de Dor dos EUA reconhece a necessidade  de melhores dados para informar a ação e exige estimativas de dor crônica e dor crônica de alto  impacto em população em geral.13 

No entanto, apesar da magnitude e das consequências biopsicossociais da DC em idosos,  especialmente naqueles considerados muito idosos e que vivem na comunidade, ainda existem  poucos estudos abordando sua prevalência nesses indivíduos. Essa escassez de informações  dificulta a sensibilização dos profissionais de saúde para um problema emergente,  especialmente em uma população que está cada vez mais atingindo faixas etárias mais  elevadas.8 

Estudos como os de Aguiar et al. (2021)6apontam que a dor crônica é responsável por  elevados custos com saúde, redução da produtividade e piores índices de qualidade de vida. A  presença de comorbidades na dor crônica contribui significativamente para o aumento da  demanda de serviços de saúde e é um dos principais contribuintes para o aumento de custos na  saúde. 

Ferretti et al. (2019)14 explica que diante desse panorama, é fundamental investir em pesquisas  que investiguem mais profundamente a prevalência e incidência da dor crônica em idosos,  especialmente naqueles considerados muito idosos e que vivem na comunidade. Esses estudos  podem contribuir para o desenvolvimento de medidas voltadas ao controle e tratamento da dor  crônica nessa população, visando minimizar a morbidade e dependência funcional e melhorar  sua qualidade de vida.

Conclusão 

A dor crônica, seja ela de forma específica ou não abrange uma quantidade significativa de  pessoas no mundo, sendo a grande maioria idosos. O que fez o uso maior da automedicação ou  a procura por orientação de profissionais para uso de farmacos que auxiliam de forma rapida  ou a longo prazo.  

Podemos concluir atraves desse estudo que não somente o uso de medicamentos mas de  terapias complementares se fazem positivos no tratamento de dor crônica em idosos, como  indicações de treino funcional para ganho de resistencia o que pode evitar o aparecimento ou  diminuição dessa patologia que muitas vezes esta ligada a fatores neurológicos. 

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1Orientador especialista em Traumato-ortopedia e docente do Curso de Fisioterapia na Universidade
Paulista;
2Graduando(a) do Curso de Fisioterapia da Universidade Paulista (UNIP);
3Graduando(a) do Curso de Fisioterapia da Universidade Paulista (UNIP);
4Graduando(a) do Curso de Fisioterapia da Universidade Paulista (UNIP);
5Graduando(a) do Curso de Fisioterapia da Universidade Paulista (UNIP);
6Graduando(a) do Curso de Fisioterapia da Universidade Paulista (UNIP);
7Coorientadora, especialista em Traumato-ortopedia