ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA REABILITAÇÃO DE ATLETAS DE BASQUETE NO PÓS ENTORSE DE TORNOZELO

PHYSIOTHERAPEUTIC APPROACH IN THE REHABILITATION OF BASKETBALL ATHLETES AFTER ANKLE SPRAIN

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11215392


Adriano Jorge Xavier Da Silva1, Christian Araújo Cassiano1, Cynthia Pimentel Uchôa1, Edivaldo Ramos Bitencourth1, Egelison Nazário Peres1, Orientador: Prof. Mestre Pabloena da Silva Pereira2, Coorientador: Prof. Esp. Felipe Eden Souza de Oliveira3


RESUMO

A palavra entorse vem do latim expressre, que significa “apertar”, no corpo humano, esses traumas ocorrem nas articulações e nas estruturas que estabilizam as articulações, incluindo os ligamentos, podendo ser parcial ou total. Essa pesquisa tem o intuito de apresentar um levantamento bibliográfico importante na abordagem fisioterapêutica na recuperação de atletas de basquete pos entorse de tornozelo.

Trata-se de uma revisão de literatura, de natureza quantitativa, onde foram incluídos artigos dos anos de 2015 a 2024, selecionados pelas bases de dados Scielo, Medline, Bireme e BDS. Os resultados foram significativos, associando técnicas entre cinesioterapia, eletroterapia e exercícios proprioceptivos, ajudando no fortalecimento da articulação do tornozelo e ganho de mobilidade. Conclui-se que não somente uma técnica é eficaz mas sim a associação de outras terapias, o que ressalta ainda a importância de se realizar novos estudos experimentais.

Descritores: Entorse. Basquete. Abordagem Fisioterapêutica. Cinesioterapia

ABSTRACT

The word sprain comes from the Latin expressre, which means “to squeeze”, in the human body, these traumas occur in the joints and in the structures that stabilize the joints, including the ligaments, and can be partial or total. This research aims to present a survey important bibliographical in the physiotherapeutic approach in the recovery of basketball athletes after ankle sprains. This is a literature review, of a quantitative nature, which included articles from the years 2015 to 2024, selected by the Scielo, Medline, Bireme databases and BDS. The results were significant, associating techniques between kinesiotherapy, electrotherapy and proprioceptive exercises, helping to strengthen the ankle joint and gain mobility. It is concluded that not only one technique is effective but rather the association of other therapies, which also highlights the importance of carrying out new experimental studies.

Keywords: Sprain. Basketball. Physiotherapeutic Approach. Kinesiotherapy

1 INTRODUÇÃO

O basquete teve sua origem em 1891, nos Estados Unidos, sob a direção de James Naismith, um professor canadense de Educação Física que, na época, estava lecionando na Associação Cristã de Moços de Springfield, em Massachusetts. O primeiro jogo de basquete da história ocorreu em 21 de dezembro de 1891, consistindo em dois tempos de 15 minutos com nove jogadores em cada equipe.¹

O basquete chegou ao Brasil em 1896, trazido pelo missionário americano Augusto Shaw, que o dinâmico no Colégio Mackenzie, em São Paulo. O primeiro torneio de basquete no país aconteceu no Rio de Janeiro em 1912. A tradução das regras do basquete para o português foi publicada em 1915, o que contribuiu para uma melhor compreensão do esporte e sua disseminação em todo o país. Como resultado, várias escolas e clubes passaram a adotar o basquete.¹

A palavra entorse vem do latim expressre, que significa “apertar”, no corpo humano, esses traumas ocorrem nas articulações e nas estruturas que estabilizam as articulações, incluindo os ligamentos, podendo ser parcial ou total. No tornozelo existem várias estruturas articulares, dentro do seu âmbito, tornando-o um complexo articular, no qual se encontram a articulação tibiofibular, a articulação talar, a articulação tibiotársica e a articulação subalar. Possui tambem, dois grupos de ligamentos muito importantes: o ligamento deltóide medial (e suas divisões) e os ligamentos talofibular anterior e posterior lateral e calcaneofibular.²

A articulação do tornozelo é, um difícil articular que consiste na ponta da tíbia e no maléolo medial, no maléolo e na superfície troclear do tálus. As demais, as extensões articulares da panturrilha do tálus são cobertas por cartilagem hialina. A articulação do tornozelo, também conhecida como articulação da panturrilha do tálus, permite a flexão dorsal e plantar do pé. Consiste em três articulações: a articulação do tornozelo superior (tíbio-tarsal), a articulação talonavicular e a articulação subtalar. Os dois últimos são referidos coletivamente como a articulação do tornozelo inferior.²

O processo de reparo do tecido acontece para restabelecer a funcionalidade e a integralidade do tecido lesionado. Neste fenômeno ocorre uma chuva de acontecimentos, envolvendo reações bioquímicas e celulares, que é dividido em três etapas que se dispõem cada uma completando a anterior. São elas: a fase inflamatória, fase proliferativa e, por fim, a fase de remodelação.³

A abordagem fisioterapêutica para reabilitação em entorse respeita as fases de reparo do tecido, tempo de resposta do corpo a inflamação dentre outros quesitos. Em 2015, Nunes e Noronha em seus estudos, evidenciaram o uso da Crioterapia, Eletroterapia TENS e Cinesioterapia para o ganho de mobilidade, principalmente no movimento de flexão Dorsal e plantar, ressaltando a importância da associação de técnica e não somente apenas uma terapia.

Justifica-se que as abordagens fisioterapêuticas para entrose de tornozelo são eficazes e importantes para retorno do atleta a campo. A visão fisioterapêutica mediante os movimentos realizados pelos atletas de basquete, associados as suas técnicas de reabilitação retorna o mesmo para as competições sem muitas complicações futuras.

E tem como objetivo geral apresentar uma pesquisa cientifica sobre o uso de métodos e técnicas fisioterapêuticas para a recuperação de atletas em entorse de tornozelo e como objetivo específico relatar a lesão de entorse de tornozelo em atletas de basquete como predominante e prevalente; descrever as abordagens fisioterapêuticas como forma de tratamento para essa lesão; evidenciar o uso de técnicas complementares como meio eficaz e de rápida resposta fisiológica no período de recuperação.

2. MÉTODOS
2.1 Características do Estudo

O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, sistemática, com base em livros, artigos científicos, ensaios críticos, jornais e revistas científicas, resenhas e resumos, realizados de uma forma minuciosas e dentro dos padrões de estudo.

2.2 Bases de dados Consultadas

Os bancos de dados utilizados para as pesquisas foram Scientific Eletronic Library Online ( SCIELO), Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), LILACS , BIREME e National Library of Medicine (MEDLINE).

2.3 Fontes Bibliográficas

Para a pesquisa foram utilizadas as buscas através de descritores, como : Entorse de tornozelo, Basquete, Abordagem fisioterapêutica para entorse em atletas, entorse de tornozelo em atletas de basquete. Em seguia da definição dos descritores, decorre-se as informações com descritores em espanhol e inglês fazendo uso da busca avançada nas bases de dados.

2.4 Critérios de inclusão

Os critérios para a pesquisa e inclusão dos artigos selecionados para a confecção desse estudo serão: Artigos que se enquadram dentro do objetivo da pesquisa, que foram publicados entre os anos de 2015 a 2024 e que abordem as terapias eficazes e de padrão ouro para a reabilitação de atletas pós entorse de tornozelo.

3. ASPECTOS ÉTICOS

O presente estudo não sera submetido ao Comitê de Ética Humana. Uma vez que, a coleta de dados não foi experimental e assim dispensa-se a avaliação do comitê conforme a resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Inicialmente foram selecionados 40 títulos sobre o tema, e desses exponha-se 5 artigos de estudo experimental , onde se enquadram nos critérios de inclusão e obtiveram perspectivas positivas sobre o assunto (tabela 1).

AUTOR/ANOTIPOS DE ESTUDOTIPOS DE INTERVENÇÃORESULTADOS
Pacheco et al 2019Ensaio Clínico RandomizadoAvaliação de fatores intrínsecos como (história prévia da entorse) e fatores extrínsecos ( Tipos de calçados e posição em que joga.A análise de regressão logística multivariada forneceu a regressão final com quatro fatores: perna dominante (p = 0,161), tipo de calçado (p = 0,049), posição do jogador (p = 0,153) e tempo de reação do músculo fibular curto (p = 0,045).
Peres et al 2015Estudo de Caso11 atletas foram submetidos ao teste de avaliação para estabilidade de articulação de tornozelo e abordagem proprioceptiva.Os resultados no teste SEBT das atletas pré e pós- intervenção proprioceptivo mostrou diferença significativa em seis direções para o tornozelo direito e cinco para o tornozelo esquerdo
Dias,W., Silva,P. 2015Estudo de caso1 paciente do sexo masculino, onde apresentava quadro de dor e perca de função. Intervenção utilizada foi a Hidroterapia.Redução do quadro álgico, melhora em marcha e ganho de mobilidade
Santana,J. 2021Estudo de CasoUso de bandagem elástica, crioterapia e treinamento proprioceptivo.Melhora em ADM, redução de edema, analgesia e melhora em marcha.
Nunes et al 2015Estudo de caso20 jovens atletas do sexo masculino, que foram divididos de forma aleatória em dois grupos: intervenção (GI) e controle (GC).Após o tratamento não foi observada nenhuma diferença entre os grupos quanto à ADM de flexão dorsal (p=0,23), ADM de flexão plantar (p=0,50), Star Excursion Balance Test (SEBT) na direção anterior (p=0,70), SEBT na direção póstero-lateral (p=0,29), SEBT na direção póstero-medial (p=0,79), perimetria em “8” (p=0,50) e questionário CAIT-P para instabilidade funcional (p=0,70).
Entorse de tornozelo

A entorse de tornozelo, uma lesão comumente observada em atletas e indivíduos com um estilo de vida ativo, resulta, em sua maioria, de eventos de evolução ou modificação do pé, desencadeados por movimentos bruscos e súbitos. Esta lesão pode ou não envolver ruptura de ligamentos.9

Os três ligamentos mencionados anteriormente na anatomia que são coletivamente chamados de Ligamento Colateral Lateral, fornecem suporte para a parte lateral do tornozelo e impedem movimentos de inversão. Os Ligamentos Anteriores e Calcaneofibulares são os mais comumente lesionados em casos de entorses de inversão do tornozelo. Isso ocorre porque, com o pé em flexão plantar, o tálus fica mais instável na articulação do tornozelo e, portanto, depende mais do suporte ligamentar.4

A palavra “entorse”, derivada do latim “exprimere”, significa iniciar para fora. Ela se refere a uma lesão articular em que ocorrem rupturas em algumas fibras do ligamento que mantêm a integridade da articulação. No entanto, a continuidade do ligamento pode permanecer íntegra, sem deslocamento ou fratura. A entorse de tornozelo representa uma das lesões musculoesqueléticas agudas mais comuns na população mundial, com dados epidemiológicos que mostram uma incidência de aproximadamente 1 caso a cada 10.000 indivíduos por dia.10

A entorse mais comumente observado ocorre devido a um esforço de inversão, quando o tornozelo está em uma posição de flexão plantar leve, resultando na distensão dos ligamentos laterais. O ligamento talo-fibular anterior é o mais frequentemente afetado nesse cenário. Se a tensão de inversão ocorre com a tensão em um ângulo de 90 graus, o ligamento calcâneo-fibular é submetido a estresse de distensão. A entorse de tornozelo tem sua maior incidência em contextos de práticas esportivas, afetando cerca de 10% a 30% dos atletas.11

De acordo com informações, as entidades podem ser categorizadas em três graus, com base na gravidade da lesão: Grau I (Leve): Neste estágio, observe-se edema e equimose mínimos, com uma discreta perda de função. Grau II (Moderado): Caracteriza-se pela presença de edema mais difuso e equimose mais abrangente. A articulação apresenta instabilidade e incapacidade funcional é mais acentuada. Grau III (Grave): Neste nível, ocorre a ruptura completa dos ligamentos laterais, acompanhada de dor intensa, hematoma e edema de maior magnitude. Isso resulta em uma grande instabilidade articular, levando a uma posição anormal do pé.

A decisão de utilizar tratamento cirúrgico ou abordagens fisioterapêuticas conservadoras é amplamente debatida neste grau de lesão.12

O tipo de entorse depende de como a lesão ocorreu. Então definimos com base em qual lado o pé vira. Nós temos: Entorse inversa: Esta é a mais comum, quando o pé está virado para dentro e a sola do pé está voltada para o outro pé.

Aqui, a dor ocorre na parte externa do tornozelo; Entorse reversa: O movimento do pé é para fora, com a sola do pé voltada para longe do outro pé. Este tipo de entorse geralmente causa sérios danos aos ligamentos e tendões; Entorse rotacional: Inversão e valgo do tornozelo. A principal diferença entre ela e as demais é que a lesão é mais grave e afeta até mesmo o movimento do pé.13

Relatos clínicos demonstram que o quadro clínico associado a entorse de tornozelo inclui sintomas como dor, exsudação e alterações na marcha, sendo mais proeminentes à medida que a gravidade da lesão aumenta. A necessidade de exames complementares na avaliação de entorses de tornozelo está relacionada à suspeita de fraturas concomitantes. A realização de radiografias é recomendada somente quando há dor localizada em pontos ósseos específicos ou quando o paciente não consegue apoiar o peso corporal ao caminhar.11

A instabilidade do tornozelo é uma característica de natureza subjetiva que frequentemente surge após uma entorse de tornozelo por inversão. Essa condição é definida como a tendência do tornozelo de se deslocar durante atividades normais. Isso resulta em um tornozelo mais instável, enfraquecido, dolorido e menos funcional do que antes da lesão. As causas da instabilidade da articulação são geralmente atribuídas a duas categorias distintas: instabilidade mecânica (IM) e instabilidade funcional (IF). A instabilidade mecânica (IM) é caracterizada pelo movimento da articulação além do limite fisiológico de sua amplitude de movimento. Em contraste, a instabilidade funcional (FI) é definida pela sensação subjetiva de instabilidade da tensão e/ou a ocorrência de eventos recorrentes devido a déficits neuromusculares e proprioceptivos.10

Fisioterapia e recursos

Uma intervenção fisioterapêutica deve ser realizada imediatamente após a ocorrência de uma entorse no tornozelo, sendo a frequência diária e a duração do programa de tratamento dependente da gravidade da lesão e sua progressão. O período de tratamento pode variar de alguns dias, no caso de entorses muito leves, até meses, para entorses mais graves.¹¹

Crioterapia

A crioterapia, como intervenção, está presente em diferentes protocolos como o ICE, RICE, PRICE e POLICE. Ela desempenha um papel significativo no controle e na redução do edema, bem como no rompimento da dor associada às lesões nos tecidos moles do tornozelo. As diretrizes para sua variação de aplicação incluem a inclusão em gelo por 20 minutos a cada 2-3 horas, com o objetivo de manter a temperatura do tornozelo em torno de 12°C.13

Por outro lado, existe uma recomendação de aplicação de gelo por 10 minutos, com um intervalo de outros 10 minutos entre cada aplicação, a cada duas horas. Este método apresentou benefícios adicionais no intervalo da dor quando comparado com a aplicação padrão de 20 minutos durante a primeira semana após a lesão. Esta abordagem que prescrevem a aplicação de gelo por 5 a 15 minutos, pois observaram os melhores níveis de analgesia. A combinação de gelo com exercício declarado efeitos positivos na redução do edema em comparação com a aplicação de calor. No entanto, quando o gelo é utilizado isoladamente, não são demonstradas melhorias na funcionalidade, redução do edema ou da dor.14

Em um contexto fisiopatológico, a reparação pode prejudicar a resolução do processo inflamatório, bem como o processo de cicatrização e remodelação, ao favorecer a gestão de resíduos metabólicos resultantes da lesão. Além disso, a atividade após lesões musculoesqueléticas pode inibir a miostatina, uma proteína que limita o crescimento muscular, diminuindo assim o risco de atrofia muscular.15

Há uma falta de consenso em relação ao uso de anti-inflamatórios. Os autores sustentam que os anti-inflamatórios conseguiram uma redução significativa da dor, o que, por sua vez, pode acelerar o processo de recuperação. Eles recomendam a utilização desses medicamentos por um período de 3 a 7 dias, em conjunto com a aplicação de crioterapia.16

No entanto, é importante considerar que as diferentes fases do processo inflamatório desempenham um papel fundamental na cicatrização dos tecidos lesionados. Isso levanta a possibilidade de que a supressão da inflamação por meio de medicação possa ter um impacto adverso na cura dos tecidos a longo prazo.

Esses autores também destacam que a aplicação de gelo pode ter um efeito semelhante, uma vez que interrompeu o processo inflamatório e a revascularização, o que pode atrasar a chegada de neutrófilos e macrófagos ao local da lesão.21

Cinesioterapia

Além da crioterapia, a fisioterapia tem buscado as mais diversas possibilidades para que cada vez menos lesões venham a ocorrer durante as atividades desportivas, os exercícios proprioceptivos vêm sendo utilizados como exercícios designados a dar ênfase à coordenação e equilíbrio e são amplamente utilizados pela fisioterapia Traumato-ortopédica e desportiva no tratamento de lesões dos musculoesqueléticas.9

No contexto de usar exercícios de propriocepção para melhorar a estabilidade do tornozelo, esta pesquisa apoia resultados de estudos anteriores. Esses exercícios são benéficos tanto na prevenção quanto na recuperação de lesões musculoesqueléticas, pois ajudam o sistema sensorial a ser mais eficaz na obtenção de informações sobre o movimento e a posição das lesões.17

Portanto, pesquisas que sugerem diretrizes de treinamento de propriocepção são consideradas uma referência padrão para comparação com a instabilidade.

Neste contexto, adotamos um protocolo que se baseia em um estudo que recomenda a realização de seis exercícios entre equilíbrio tanto em posição parada quanto durante o movimento. Esses exercícios foram usados para avaliar quaisquer deficiências na capacidade funcional da articulação da articulação, utilizando o teste SEBT.18

Mecanoterapia

Na terapia, o uso de bicicleta ergométrica e exercícios de alongamento demonstram que, após oito semanas de treinamento proprioceptivo, houve um grande aumento na força máxima. Além disso, houve uma redução no tempo necessário para acelerar a área dos músculos flexores da planta do pé. Isso sugere que o treinamento proprioceptivo pode realmente ajudar a tornar a articulação mais estável, interrompendo o ciclo de entorses frequentes e evitando a perda de sensibilidade proprioceptiva e a atrofia muscular.19

Terapias complementares

Além do uso de correntes elétricas analgésicas para o intervalo da dor, a fisioterapia precoce desempenha um papel crucial na redução do edema do pé e tornozelo, assim como na restauração da amplitude de movimento articular, adaptando-se individualmente a cada caso. O objetivo principal é acelerar o processo de recuperação.¹³

Por outro lado, nos tratamentos funcionais, a utilização de órteses curtas ou com bandagem elástica podem auxiliar positivamente no processo, em comparação com o uso de órteses longas ou talas curtas podem ocasionar desconforto. Em atletas profissionais, durante 8 semanas os exercícios flexibilidade, proprioceptivo e as avaliações periódicas de isocinética, com os testes-reteste, apresentou aumento significativo de força máxima, com diminuição do tempo de aceleração e desaceleração dos tempos de mudança de direção e resposta ao gesto esportivo, além da estabilidade retornar gradativamente.¹²

Os exercícios de reabilitação podem ser eficazes realizados em um ambiente aquático, pois a realização de movimentos na água promove uma drenagem eficaz do edema. Além disso, a frequência na água reduz o peso corporal, possibilitando, por exemplo, uma recuperação mais rápida da capacidade de caminhada com apoio total no pé ou tornozelo afetado.10

5. CONCLUSÃO

A entorse de tornozelo em atletas de basquete, seja amador ou profissional é uma das grandes incidências de afastamento e ou retirada de atletas do esporte. Na sua grande maioria, apresenta rompimento do ligamento de forma parcial, o que se faz importante a fisioterapia para a recuperação do mesmo sem outros problemas secundários.

Deve ser levado em consideração a resposta fisiológica do corpo para o determinado trauma, mas em uma visão fisioterapêutica, a fase aguda, que se apresenta nos primeiros 15 dias da lesão, é a fase de maior importância para a abordagem correta, onde se prioriza redução do quadro álgico, diminuição de edema e ganho de mobilidade. Uma vez que a manipulação da articulação através de exercícios cinesiológicos de forma ativa ou passiva tem grande benefícios para a redução do quadro inflamatório através do aumento do fluxo sanguíneo.

6. Referência Bibliográfica

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2 BARONI, Bruno Manfredini. Adaptações neuromusculares de flexores dorsais e plantares a duas semanas de imobilização após entorse de tornozelo. RevBrasMed Esporte, v.16, n.5, set./out 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151786922010000500008>Vukasevic V, Mitrovic, M, Masanovic B. A comparative study of motor ability between elite basketball players from different regions. Sport Mont. 2020;18(1):3-7.

3 ZOUITA, A.B.M.; et al. The effect of 8-weeks proprioceptive exercise program in postural sway and isokinetic strength of ankle sprains of Tunisian athletes.

4 LOPES, Cristianne Confessor Castilho. A eficácia do treinamento proprioceptivo na prevenção da entorse de tornozelo. Revista Científica JOPEF, v. 15, n.2, 2013.

5 Martin RL, Davenport TE, Fraser JJ, Sawdon-Bea J, Carcia CR, Carroll LA, Kivlan BR, Carreira D. Ankle Stability and Movement Coordination Impairments: Lateral Ankle Ligament Sprains Revision 2021. J Orthop Sports Phys Ther. 2021 Apr;51(4):CPG1-CPG80. doi: 10.2519/jospt.2021.0302. PMID: 33789434.

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7 Wagemans J, Bleakley C, Taeymans J, Schurz AP, Kuppens K, Baur H, Vissers D. Exercise-based rehabilitation reduces reinjury following acute lateral ankle sprain: A systematic review update with meta-analysis. PLoS One. 2022 Feb 8;17(2):e0262023. doi: 10.1371/journal.pone.0262023. PMID: 35134061; PMCID: PMC8824326.

8 Al-Mohrej OA, Al-Kenani NS. Acute ankle sprain: conservative or surgical approach? EFORT Open Rev. 2017 Mar 13;1(2):34-44. doi: 10.1302/2058- 5241.1.000010. PMID: 28461926; PMCID: PMC5367574.

9 LeFebvre, R., & Hatch, S. (2016). Ankle Sprains: Management. Health Centers of UWS. Western States Chiropractic College.

10 Wever, G.S. & McCollum, G. (2018). The management of acute lateral ankle sprains: a survey of South African surgeons and best evidence available. The South African Orthopaedic Journal, 17(2), 35-39. doi: https://dx.doi.org/10.17159/2309- 8309/2018/v17n2a6 Scialoia, D., & Swartzendruber, A. (2020). The R.I.C.E Protocol is a MYTH: A Review and Recommendations. The Sport Journal, 1-19.

11 Mariana Michalski Peres; Lisiane Cecchini; Ivan Pacheco; Adriana Moré Pacheco. Efeitos do treinamento proprioceptivo na estabilidade do tornozelo em atletas de voleibol. Rev Bras Med Esporte – Vol. 20, No 2 – Mar/Abr, 2014. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1517-86922014200202046

12 Leandro Dias dos Santos; César Augusto Martins Pereira; Raul Bolligner Neto; Angélica Castilho Alonso; Júlia Maria D’Andrea Greve. Avaliação dos movimentos do tornozelo na plataforma de inversão súbita. Rev Bras Med Esporte – 2023; Vol. 29 – e2022_0139. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1517-8692202329022022_0139p

13 PRADO, Marcelo Pires et al. Instabilidade mecânica pós-lesão ligamentar aguda do tornozelo. Comparação prospectiva e randomizada de duas formas de tratamento conservador. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 48, p. 307-316, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbort/a/6JQHThntYsRskvp37vXndXz/?format=html&lang=pt .

14 ZOUITA, A. Ben Moussa et al. The effect of 8-weeks proprioceptive exercise program in postural sway and isokinetic strength of ankle sprains of Tunisian athletes. Annals of physical and rehabilitation medicine, v. 56, n. 9-10, p. 634-643, 2013. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1877065713012876

15 BILGIC, Serkan et al. Comparison of two main treatment modalities for acute ankle sprain. Pakistan journal of medical sciences, v. 31, n. 6, p. 1496, 2015. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4744308/.

16 ZOUITA, A.B.M.; et al. The effect of 8-weeks proprioceptive exercise program in postural sway and isokinetic strength of ankle sprains of Tunisian athletes. AnnalsofPhysicalandRehabilitation Medicine. v.56, p.634-643, dez. 2014.

17 MARCELO PIRES PRADO,A, TÚLIO DINIZ FERNANDES, GILBERTO LUIS CAMANHO, ALBERTO ABUSSAMRA MOREIRA MENDES, DANIEL TASSETTO

18 AMODIOD.; Instabilidade mecânica pós-lesão ligamentar aguda do tornozelo. Comparação prospectiva e randomizada de duas formas de tratamento conservador. Revista Brasileira de Ortopedia. Nov 2013. São Paulo,SP.

19 PACHECO, M.A.; et al. Fatores de risco para entorse de tornozelo: estudo de 5 meses de acompanhamento em atletas de vôlei e basquete. Rev Bras Med Esporte – Vol. 25, No 3 – Mai/Jun, 2019.

20 PERES, M.M.; et al. Efeitos do treinamento proprioceptivo na estabilidade do tornozelo em atletas de voleibol. Rev Bras Med Esporte – Vol. 20, No 2 – Mar/Abr, 2015.

21 DIAS, W.V.; SILVA, P.T.C; A eficácia da hidroterapia na reabilitação de paciente com entorse de tornozelo por inversão grau ii: estudo de caso. Rev FT ltda – 2015.

22 SANTANA, J.S.; Atuação fisioterapêutica no tratamento de entorse de tornozelo em atletas de alto rendimento. Publicado em Julho 2021.

23 NUNES, G.S.; NORONHA, M.; CARVALHO, V.A. Imagética motora no tratamento da entorse lateral de tornozelo em atletas de futebol de campo: um estudo piloto. Departamento de Fisioterapia, Centro de Ciências da Saúde e do Esporte, Universidade do Estado de Santa Catarina – Florianópolis (SC), Brasil. Department of Community and Allied Health, La Trobe University – Bendigo (VIC), Austrália. Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos número RBR-2tthrr. Apresentação: jul. 2014 – Aceito para publicação: set. 201


1Graduando(a) em Fisioterapia na Universidade Paulista Unip.

2Mestre em Ciências Dermatológicas pela Universidade do Estado do Amazonas; Docente do Curso de Fisioterapia na Universidade Paulista Unip;

3Especialista em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapias Manuais; Docente do curso de Fisioterapia na Universidade Paulista Unip.