A UTILIZAÇÃO DO MINDFULNESS NAS ORGANIZAÇÕES

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7863908


JAQUELINE DO AMPARO RODRIGUES


RESUMO

A utilização do mindfulness nas organizações tem se tornado uma prática cada vez mais comum nos últimos anos. Mindfulness é uma técnica de meditação que envolve estar presente no momento atual, sem julgamento ou distração, e tem sido associada a uma série de benefícios para a saúde mental e física, além de melhorar a qualidade de vida. Na rotina de trabalho, as demandas e pressões são constantes, e a sobrecarga de tarefas e responsabilidades pode afetar a saúde e bem-estar dos funcionários. Por isso, muitas empresas têm buscado alternativas para promover um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo, e o mindfulness tem sido uma das técnicas adotadas. A utilização do mindfulness nas organizações pode trazer vários benefícios para os funcionários e para a própria empresa. Entre eles, estão a redução do estresse e da ansiedade, melhoria da concentração e do foco, aumento da criatividade e da resiliência, além de promover um ambiente de trabalho mais saudável e harmonioso. A prática do mindfulness pode ser realizada de diversas formas, como a meditação mindfulness, a prática da atenção plena durante atividades cotidianas, a prática da respiração consciente, entre outras. As empresas podem oferecer programas de treinamento e capacitação para os funcionários, visando a incorporação dessas práticas na rotina de trabalho. Além disso, muitas organizações têm adotado políticas e ações que promovem um ambiente de trabalho mais saudável e harmonioso, como a criação de espaços de relaxamento e meditação, a flexibilização de horários e a valorização do equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Palavras Chave: mindfulness

INTRODUÇÃO

A utilização do mindfulness nas organizações tem se tornado uma prática cada vez mais comum nos últimos anos. A técnica de meditação, que envolve estar presente no momento atual, sem julgamento ou distração, tem sido associada a uma série de benefícios para a saúde mental e física, além de melhorar a qualidade de vida. Entretanto, é necessário compreender como essa prática pode ser utilizada de forma eficaz nas organizações.

Atenção plena é outra denominação que a modalidade meditativa em questão recebe, pois seus maiores focos estão na autorregulação da atenção e na atitude de abertura e aceitação do momento presente (MENEZES; DELL’AGLIO, 2009a, p. 279). A atitude mindfulness consiste em voltar a atenção intencionalmente ao momento presente e ao que acontece em nós mesmos e ao nosso redor, porém sem julgar as percepções e com aceitação do que ocorre (ROEMER; ORSILLO, 2010; VANDENBERGUE; ASSUNÇÃO, 2009). O treino em mindfulness foi inicialmente idealizado para dor crônica pelo professor Dr. Jon Kabat-Zinn da Faculdade de Medicina da Universidade de Massachusetts nos Estados Unidos, fundador do Centre for Mindfulness e, em seguida, adaptado, pelo mesmo autor, para ansiedade. Tal treinamento por Kabat-Zinn é inspirado em técnicas orientais budistas e abrange práticas formais e informais (VANDENBERGUE; ASSUNÇÃO, 2009). O mesmo afirma em uma palestra (ATENÇÃO…, 2017) que “mindfulness é prestar atenção em um caminho particular; com o propósito de estar no momento presente sem julgamentos”.

O objetivo deste artigo é analisar como a utilização do mindfulness pode trazer benefícios para as organizações e seus funcionários, bem como identificar os desafios e oportunidades para a incorporação dessa prática no ambiente de trabalho.

A problematização em torno do tema se justifica pela necessidade de compreender como a utilização do mindfulness pode ser uma alternativa viável para promover um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo, em um cenário cada vez mais competitivo e exigente. Além disso, é importante entender como essa prática pode ser incorporada de forma efetiva na rotina de trabalho, considerando as particularidades de cada empresa e suas demandas específicas.

A justificativa para a realização deste estudo está na importância de se compreender a relação entre a utilização do mindfulness e o ambiente de trabalho, considerando seus impactos na saúde e bem-estar dos funcionários, além da produtividade e desempenho da empresa. A partir desse entendimento, é possível propor estratégias e políticas que valorizem o bem-estar e a saúde mental dos colaboradores, contribuindo para a construção de um ambiente de trabalho mais colaborativo, positivo e produtivo.

2   MINDFULNESS E SEU IMPACTO NAS ORGANIZAÇÕES

A união das práticas budistas e da medicina comportamental por Kabat-Zinn é resultante da adaptação das técnicas meditativas orientais para o ocidente, originando a técnica chamada de mindfulness, termo que traduzido para o português significa aproximadamente “atenção plena” (VANDENBERGHE & ASSUNÇÃO, 2009). Kabat-Zinn (1990 apud VANDENBERGHE & ASSUNÇÃO, 2009, p. 129), define este conceito em: “(I) prestar atenção, (II) intencionalmente, (III) no momento atual, (IV) sem julgar e (V) na vivência enquanto esta desabrocha”. 

A experiência pessoal de Kabat-Zinn com o budismo leva a uma reflexão sobre a meditação do tipo mindfulness. O budismo ensina que sensações e emoções negativas não devem ser combatidas, mas sim aceitas. Devem-se valorizar as emoções positivas e as atitudes de compaixão, aspectos esses que se assemelhavam com as tendências na clínica cognitivo-comportamental que estavam favoráveis ao encontro com a meditação, pois ambas levam à diminuição do pensamento repetitivo e à reorientação cognitiva, porém na meditação este processo não é consciente (HAYES, 1987; LINEHAN, 1993 apud VANDENBERGHE & ASSUNÇÃO, 2009). 

A tradição do budismo entende que os pensamentos, emoções e sentimentos são produções individuais, devido a isso não são representações reais do mundo. Constitui-se, assim, como um estilo de vida, por meio do qual cada um praticará ações que seguem seus valores. Suspendem-se julgamentos imediatos, pensamentos e sensações, encerrando a luta contra os mesmos – tanto o praticante budista quanto o cliente em terapia (VANDENBERGHE & ASSUNÇÃO, 2009). Segundo Bryant e Wildi (2008, apud WIDDET, 2014, p. 10), a mindfulness se desenvolve há mais de 2500 anos a partir das tradições budistas, mas se tornou famosa na psicoterapia Gestalt por volta de 1940.  

O processo do mindfulness abrange dois componentes: a autorregulação da atenção e a adoção de uma orientação específica para as experiências do momento presente, a fim de aumentar a consciência. A autorregulação da atenção consiste na observação não-elaborativa, que é ter consciência dos pensamentos, sensações ou sentimentos, direcionando a atenção de um aspecto da experiência para outro. A orientação para a experiência do momento presente diz respeito à própria experiência, especificamente uma atitude de curiosidade, abertura e aceitação. O conceito de aceitação no contexto de mindfulness refere-se à capacidade de experimentar eventos em sua complitude, sem recorrer a preocupação excessiva ou supressão da experiência (KENG; SMOSKI; ROBINS, 2013). 

Mindfulness exige intensa prática, utilizando-se de ferramentas que estão à disposição, concentrando-se em dados sensoriais do momento presente e sem julgamentos e conceitos pré-estabelecidos (KABAT-ZINN, 2005 apud VANDENBERGHE & ASSUNÇÃO, 2009). É incentivado o distanciamento, que para esse contexto significa notar seus próprios pensamentos, emoções, e sensações sem elaboração ou julgamento, possibilitando um esvaziamento de conflitos e redução de medos. Deve-se aceitar o que está presente e deixar ir sem resistências, mantendo a atenção no processo e não nos conteúdos, pois o objetivo do exercício é aprender a “silenciar a mente” (VANDENBERGHE & ASSUNÇÃO, 2009). 

A prática formal varia desde permanecer sentado em silêncio, respirando de modo consciente, até exercícios de ioga. Enquanto a informal consiste em prestar atenção a qualquer situação que esteja acontecendo na vida do indivíduo, percebendo suas experiências internas e externas. Qualquer atividade cotidiana pode ser uma oportunidade de praticar atenção plena, desde escovar os dentes até limpar a casa, concentrando-se nas cores, cheiros, texturas e movimentos envolvidos (ASSUNÇÃO & VANDENBERGHE, 2009). 

Em alguns países, a meditação vem sendo utilizada também nos sistemas de saúde, porém no Brasil não há relatos. Embora aqui seja utilizada na prática clínica, pública e privada, devido à técnica trazer uma série de benefícios físicos e psicológicos, auxiliando na promoção da saúde mental e podendo ser utilizada em contexto terapêutico (MENEZES & DELL’AGIO, 2009a). 

A mindfulness passou a ser uma intervenção clínica, foco de alguns programas de saúde como o Programa de Redução de Stress Baseado no Mindfulness (MBSR), a Terapia Cognitiva Baseada no Mindfulness (MBCT) e a resposta de relaxamento. O MBSR proporciona alívio ao sofrimento físico e psicológico (KABAT-ZINN, 2003 apud MENEZES & DELL’AGIO, 2009a). O MBSR, programa de redução de estresse consiste em encontros semanais de duas horas e meia ao longo de 8 semanas, em grupos de até 30 participantes, em que praticamse diversas técnicas de meditação, como meditação sentada, varredura corporal, comunicação consciente e também posturas do ioga. Em contrapartida, MBCT evita recaídas de pacientes depressivos que tiveram êxito na terapia cognitiva, funcionando também em encontros semanais ao longo de 8 semanas, mas com grupos menores. Este programa exclui as técnicas da ioga, porém trabalha na habilidade de descentralização, enfatizando a não identificação com os próprios pensamentos e emoções (TEASDALE et al., 2002 apud MENEZES & DELL’AGIO, 2009a) 

As técnicas realizadas nos programas de mindfulness podem ser diferenciadas de duas formas de acordo com o tipo de processo atencional envolvido, apontam Dahl, Lutz e Davidson (2015, apud HERVÁS; CEBOLLA; SOELER, 2016). São elas as práticas de atenção-foco, que consistem em manter a atenção em um objeto particular, e as práticas de monitoramento aberto, que enfatizam o contato com a experiência do momento presente, sem orientar a atenção para objetos específicos. Nas meditações concentrativas ou de atenção focada, são repetidos sons ou palavras, já na mindfulness com foco aberto e vigilante, também classificada como meditação de monitoramento aberto, há observação não reflexiva e não associativa do próprio fluxo mental (LUTZ et al., 2008 apud MENEZES, 2017). 

Os benefícios da meditação foram medidos em um estudo com 105 pessoas com em média 41 anos de idade, que praticavam meditação concentrativa, quando a atenção se mantém em um foco, atividade de meditação dirigida, pelo período mínimo um mês. Os resultados mais significantes foram os relacionados às áreas cognitivas e emocionais (MENEZES & DELL’AGIO, 2009b). Os benefícios psicológicos e neurológicos são encontrados nos diversos exercícios propostos pelo mindfulness, mas em diferentes níveis. A melhoria no controle atencional geralmente é decorrente das práticas de atenção-foco, muito trabalhadas através da respiração, já para a transformação da autoconsciência utiliza-se mais de técnicas de monitoramento aberto, que explora mais a reatividade cognitivo-comportamental (TANG et al., 2015 apud HERVÁS; CEBOLLA & SOELER, 2016). 

Nessa pesquisa, as respostas de cunho emocional, por exemplo, foram mais mencionadas por quem faz psicoterapia. Este dado apoia as observações que apontam um efeito mútuo entre meditação e tratamento psicoterápico no que tange à regulação emocional (HAYES & FELDMAN, 2004, apud MENEZES & DELL’AGIO, 2009b, p. 571). Ambas as técnicas apresentam e compartilham características que buscam a redução do sofrimento, através de processo de refinamento da consciência. Praticantes com mais de 12 meses de experiência meditativa, apresentaram escores de experiência emocional mais favorável do que aqueles com menor tempo. É comprovado, assim, que a autorregulação emocional se consegue com a prática constante e em longo prazo. Já na categoria espiritual, pode começar a ocorrer uma atitude de abertura nos meditadores intermediários e avançados, que mencionaram benefícios. Na categoria física, os com mais de 50 anos, não apresentaram respostas muito significativas, em comparação com as outras faixas de idade e sexo (MENEZES & DELL’AGIO, 2009b). 

O mindfulness como mecanismo psicológico e neurológico no controle atencional apresenta melhorias na diminuição da ramificação mental. Embora seja complicada a observação do processo mental, estudos apontam a rede neural padrão como circuito de divagação mental, e as áreas como o córtex pré-frontal medial e o córtex cingulado posterior como os mais relevantes nesta rede (FARB et al., 2007; FOX et al, 2014; JANG et al., 2011; MASON et al., 2007 apud HERVÁS; CEBOLLA & SOELER, 2016). As mudanças causadas pelo treinamento de atenção plena podem produzir mudanças estruturais e funcionais nas redes neurais relacionadas aos cuidados. Mudanças estas observáveis por meio de neuroimagem, encefalograma ou testes neuropsicológicos (FOX et al., 2014; TANG et al., 2015 apud HERVÁS; CEBOLLA; SOELER, 2016). 

Verificou-se uma melhora dos participantes na capacidade de focar a atenção após o Mindfulness Based Intervencion (MBI), em que foram observados diferentes níveis de atenção sustentada, atenção seletiva e atenção executiva. (CHIESA; CALATTI & SERRETI, 2011 apud HERVÁS; CEBOLLA; SOELER, 2016). Os resultados indicaram que, no processo de aprendizado, as atividades cognitivas e outras funções executivas, ativadas para manter o foco em algo, são menores à medida que a prática avança, ou seja, é necessário menos esforço (TANG et al., 2015 apud HERVÁS; CEBOLLA; SOELER, 2016). 

Supõe-se que as mudanças estão ligadas ao tipo de prática. A atenção seletiva provavelmente se desenvolverá inicialmente quando a focagem atencional é praticada, enquanto a atenção sustentada estará relacionada ao monitoramento aberto, em que o foco não tem um objeto observacional estabelecido por ser muito amplo (CHIESA; CALATTI & SERRETI, 2011 apud HERVÁS; CEBOLLA & SOELER, 2016). As mudanças são mais perceptíveis nos que meditam há mais tempo, devido a apresentarem maior diminuição da ativação cerebral do que a média (BREFGCZYNSKI–LEWIS et al, 2007 apud HERVÁS; CEBOLLA; SOELER, 2016). 

Langer et al.(2017) realizaram uma pesquisa em escolas de Santiago, no Chile, detectando que o efeito de duração dos benefícios das 8 semanas de prática duraram cerca de 3 meses após o término da pesquisa. Esta foi realizada com adolescentes de 11 a 18 anos em contexto escolar, possuindo 41 indivíduos no grupo de base e 47 no grupo de controle. Inicialmente aplicaram-lhes a escala de depressão, ansiedade e estresse (DASS-21), depois o grupo de base realizou o programa de 8 semanas de redução de estresse (MBSR) e, então, ambos os grupos foram submetidos a aplicação da escala novamente. Os resultados apresentaram uma diminuição de ansiedade e depressão comparados ao grupo controle que teve aumento nestes escores da escala aplicada (LANGER et al., 2017). 

No estudo realizado, Langer et al. (2017) identificam a relevância da prática de atenção plena em contextos escolares. A finalidade principal foi de promover habilidades de regulação emocional e comportamental, permitindo aos estudantes melhor gerenciamento das demandas emocionais próprias, geralmente decorrentes do ambiente escolar. Além desta pesquisa, todo um caminho de estudos científicos vem sendo explorado a fim de identificar os benefícios psicológicos e neurológicos do mindfulness. As variáveis de mudança, que correlacionadas permitem que esta prática atue no bem-estar e na redução de sintomas, são a melhoria do controle atencional e a transformação da autoconsciência, que incluem o menor processamento autorreferencial, maior consciência corporal e maior equanimidade (TANG et al., 2015 apud HERVÁS; CEBOLLA; SOELER, 2016). 

Segundo Tatton-Ramos et al. (2016), as Mindfulness Based Interventions (MBIs) estão sendo adaptadas para crianças e adolescentes em ambientes escolares e sugerem-se que os efeitos podem ser semelhantes aos observados em adultos em contextos de saúde. Os autores discutem três MBIs que seguem protocolos: o Dot-be (.B), MindUp e o Learning to Breathe (L2b). Essas são MBIs adaptadas para o contexto educacional e que já estão estudadas cientificamente com ao menos 3 investigações empíricas: .B promoveu bem-estar geral e melhores habilidades para lidar com estressores (KUYKEN et al., 2013 apud TATTONRAMOS et al., 2016, p. 1381); MindUp promoveu aumento dos escores de otimismo e afeto positivo. Teve melhor efeito no grupo de pré-adolescentes do que para adolescentes (SCHONERT-REICHL & LAWLOR, 2010 apud TATTON-RAMOS et al., 2016, p. 1381); L2b promoveu aumento nas variáveis de calma, autocompaixão e relaxamento, assim como redução de afetos negativos (BRODERICK & METZ, 2009 apud TATTON-RAMOS et al., 2016, p. 1382). Estudo recente (BLUTH et al., 2015 apud TATTON-RAMOS et al., 2016, p. 1382) verificou sua eficácia na redução de estresse e sintomas depressivos. 

O mindfulness, portanto, pode ser explorado como uma técnica de regulação da atenção de diferentes maneiras, utiliza-se de prática de atenção-foco, para a manutenção da atenção em um objeto específico (DAHL, LUTZ & DAVIDSON, 2015, apud HERVÁS; CEBOLLA; SOELER, 2016) e a prática de monitoramento aberto que consiste na observação não-elaborativa, que toma consciência dos pensamentos, sensações e sentimentos, sem julgamentos, direcionando a atenção de um aspecto da experiência para o outro (KENG; SMOSKI; ROBINS, 2013). Estes processos da atenção são evidenciados na aprendizagem, a qual vem recorrendo a práticas meditativas para o desenvolvimento do aprendizado, muito funcionais nesse processo (LANGER et al., 2017; TATTON-RAMOS et al., 2016). Tais técnicas apresentam mudanças nas atividades cognitivas e demais funções executivas, ativadas para a manutenção do foco, que se desenvolvem mais à medida que a prática avança (CHIESA; CALATTI & SERRETI, 2011 apud HERVÁS; CEBOLLA; SOELER, 2016).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização do mindfulness nas organizações é uma prática que tem ganhado cada vez mais espaço no ambiente de trabalho, sendo associada a uma série de benefícios para a saúde mental e física dos funcionários, bem como para a produtividade e desempenho da empresa.

Neste estudo, foi possível analisar como a incorporação do mindfulness pode contribuir para a criação de um ambiente de trabalho mais saudável, harmonioso e produtivo. A prática do mindfulness pode ser realizada de diversas formas, como a meditação mindfulness, a prática da atenção plena durante atividades cotidianas e a prática da respiração consciente.

Além disso, é importante destacar que a utilização do mindfulness nas organizações não se trata de uma solução milagrosa, mas sim de uma alternativa complementar que pode ser incorporada a outras políticas e práticas voltadas para o bem-estar e saúde mental dos funcionários.

É fundamental que as organizações reconheçam a importância de promover um ambiente de trabalho saudável e valorizem a saúde mental e bem-estar de seus funcionários. A implementação do mindfulness pode ser uma estratégia eficaz para atingir esse objetivo, mas é necessário que haja um comprometimento por parte da empresa em oferecer treinamentos, capacitações e políticas que valorizem a prática do mindfulness.

Em suma, a utilização do mindfulness nas organizações pode trazer benefícios significativos tanto para os funcionários quanto para a empresa como um todo, promovendo um ambiente de trabalho mais saudável, produtivo e harmonioso. É preciso compreender as particularidades de cada empresa e suas demandas específicas para que a incorporação do mindfulness seja feita de forma efetiva e contribua para a construção de um ambiente de trabalho mais colaborativo, positivo e produtivo.

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1Acadêmica do curso Bacharelado em Administração – Centro Universitário Augusto Motta
Email: jrodriguesadm37@gmail.com