A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM BRASILEIRO ATÉ ABORDAGEM DAS PRINCIPAIS ESTRATÉGIAS DO ESTUDO ATIVO NA PEDAGOGIA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

THE IMPORTANCE OF ACTIVE STUDY IN PEDAGOGY: HOW TO ENGAGE STUDENTS IN LEARNING ABSTRACT

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8060497


France Rose Maia Ferreira de Oliveira1; Fábio Herrera Fernandes2; Avenilson Gomes da Trindade3; Renato Lima dos Santos4; Cristiano da Silva Vieira5; Uéverton Fraga de Paula6; Josireni Valéria Ximenes7; Jayne Carlos Piovesan8; Guilherme Silveira Simões9; Francisco Pontes Braga10; Aurélio Marcos dos Santos Moitinho11; Almir dos Reis Borges12; Rafael Luis da Silva13


Resumo

O presente artigo tem como objetivo, contextualizar historicamente o processo de ensino aprendizagem brasileiro até a abordagem das principais estratégias do estudo ativo na pedagogia, demonstrando sua importância e suas implicações na aprendizagem dos alunos. A metodologia pautou-se numa pesquisa bibliográfica, onde envolveu um extenso levantamento de literatura, e ainda utilizou-se o método qualitativo com o escopo de obter uma compreensão mais aperfeiçoada e rica da temática, como também, foi conduzida como uma pesquisa documental, através de análise de documentos histórico e contemporâneo, e por fim, foi adotado uma abordagem exploratória e descritiva, onde permitiu descrever as características particulares mais aprofundada. Os resultados indicaram que o Estudo Ativo é uma abordagem pedagógica eficaz que pode melhorar significativamente o desempenho acadêmico, a motivação e o engajamento dos alunos, além de desenvolver habilidades socioemocionais valiosas. No entanto, a implementação bem-sucedida desta metodologia requer uma mudança de paradigma e recursos adequados. Conclui-se que, apesar dos grandes desafios ainda existentes, incluindo a inadequada capacitação dos docentes, a abordagem do Estudo Ativo na pedagogia é fundamental para uma educação de qualidade e pode ser uma alternativa eficaz para superar as limitações da abordagem tradicional de ensino. 

Palavras-chave: Estudo Ativo. Aprendizagem Ativa. Pedagogia.

Abstract

This article aims to historically contextualize the Brazilian teaching-learning process to approach the main strategies of active study in pedagogy, demonstrating its importance and implications for student learning. The methodology was based on a bibliographical research, which involved an extensive literature survey, and also used the qualitative method with the scope of obtaining a more perfected and rich understanding of the theme, as well as, it was conducted as a documentary research, through analysis of historical and contemporary documents, and finally, an exploratory and descriptive approach was adopted, which allowed to describe the particular characteristics in more depth. The results indicated that Active Study is an effective pedagogical approach that can significantly improve academic performance, student motivation and engagement, and develop valuable socio-emotional skills. However, successful implementation of this methodology requires a paradigm shift and adequate resources. It is concluded that, despite the great challenges that still exist, including inadequate training of teachers, the Active Study approach in pedagogy is fundamental for quality education and can be an effective alternative to overcome the limitations of the traditional teaching approach.

Keywords: Active Study. Active Learning. Pedagogy.

1. Introdução

O ambiente escolar, na maioria dos casos, é rotulado pela sociedade como sendo um refúgio do conhecimento, onde a sistematização do conhecimento é certa e precisa, posicionando-se como uma “panacéia para sanar dificuldades sociais entre nações, regiões ou indivíduos” (FRIGOTTO, 2018). No entanto, a veracidade dos fatos contradiz essa visão romântica.

Diante disso, é de conhecimento notório, os mais variados problemas no sistema educacional brasileiro, com ênfase à reprovação, que está presente em todo o sistema educacional, sendo que a busca por soluções para inibição desta problemática é um fator prioritário em todas as secretarias do segmento.

Fazendo um retrospectivo histórico da educação brasileira, desde o período jesuítico, o que se nota, em todo o tempo, um professor sendo preparado às pressas para atender a uma situação emergencial, de maneira que a questão da qualificação do corpo docente também está historicamente em pauta. Golin (2021) conjectura que “nos anos setenta do século passado, 30% dos professores haviam cumprido apenas três ou quatro anos de escolaridade e nunca frequentaram um curso de formação específica para docentes”, deste modo evidenciando o despreparo destes profissionais. 

Essa realidade vem perseverando até os dias atuais, mesmo com a obrigatoriedade na formação superior para atuar como docente nas séries iniciais, com o fulcro na Lei de Diretrizes e Bases (LDB 9394/96), artigo 62, a saber, “a formação do docente para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura de graduação plena (…)” (BRASIL, 1996), apesar, isso nem sempre contempla um professor qualificado em sala de aula.

Considerando ainda, que a maioria dos discentes aprende por meio de modelos tradicionais, como esperar que eles, na sua atuação profissional, possam agir de maneira diferente. Esse paradigma cartesiano, ou clássico, vem predominando na cultura durante séculos, ao longo dos quais modelou na sociedade. E a utilização destes métodos de ensino, ocorre tão somente, a reprodução do conhecimento, sendo a ação docente, fragmentada e assentada na memorização. 

A abordagem tradicional de ensino tem sido criticada por não ser mais suficiente para preparar os alunos para enfrentar os desafios do mundo moderno. Atualmente, as teorias pedagógicas destacam a importância do envolvimento ativo do aluno na aprendizagem, e o estudo ativo é uma abordagem que coloca o aluno no centro do processo de aprendizagem. 

A construção do conhecimento pela participação ativa do estudante evidencia a construção da ação-reflexão-ação, corroborando o projeto pedagógico e o currículo que prevê a vivência da prática, teorização e atuação na prática.

Em, razão disso, o presente artigo tem como escopo, contextualizar historicamente o processo de ensino aprendizagem brasileiro até a abordagem das principais estratégias do estudo ativo na pedagogia, demonstrando sua importância e suas implicações na aprendizagem dos alunos, através de uma revisão bibliográfica de literatura, com o intuito de explorar os benefícios dessa abordagem na qualidade da educação. 

Ao final desta revisão bibliográfica, espera-se que os leitores tenham uma compreensão clara da importância destes métodos na pedagogia e de como essas abordagens podem ser aplicadas para engajar os alunos na aprendizagem ativa. Espera-se também, destacar os benefícios do estudo ativo na qualidade da educação e fornecer recomendações para educadores e profissionais de ensino interessados em adotar essas condutas em sua prática pedagógica.

2. Metodologia

A pesquisa bibliográfica foi o ponto de partida deste estudo (ALMEIDA, 2022). Esta etapa envolveu um extenso levantamento de literatura, incluindo livros, artigos em periódicos e relatórios técnicos, foram empregues diversas bases de dados, utilizando critérios pré-determinados para a realização da busca e a seleção dos estudos.  O objetivo, foi não apenas, fazer um inventário da informação já disponível sobre o tema, mas também, identificar e explorar novas abordagens e perspectivas, contribuindo assim para uma compreensão mais profunda acerca do emprego de metodologias ativas na pedagogia. Ainda, utilizou-se o método qualitativo, pois tem como foco, uma compreensão mais aperfeiçoada e rica (YIN & BUENO, 2016) do assunto em tela.

Em concomitância, foi conduzida uma pesquisa documental. A análise de documentos históricos e contemporâneos permitiu descortinar esses métodos de ensino e aprendizado, desde os primeiros modelos utilizados até a forma mais recente.

Além do mais foi adotado uma abordagem exploratória e descritiva, que conforme Gil (2022), permiti descrever as características particulares mais aprofundadas, ainda, proporcionando a geração de hipóteses sobre as tendências.

Acredita-se que a combinação dessas metodologias enriquece significativamente o estudo, permitindo uma análise mais completa e sólida do estudo supra. Através desta abordagem integrada, foi possível não só traçar a trajetória das principais técnicas de ensino, como também, dar ênfase, relevância e os devidos impactos nas inovações dos métodos de ensino no Brasil. 

3. Resultados e Discussão

3.1. Contexto Histórico da Educação no Brasil

No fim dos anos 50, já eram evidentes os desafios da educação no Brasil. Um levantamento apresentado ao então diretor do INEP, Anísio Teixeira, em 1959, destacou as limitações do ensino primário nacional, identificando fatores como a alta presença de professores sem formação específica, o desinteresse do homem rural pela escola, a transformação da escola em um mero ambiente de alfabetização e a inadequação das técnicas pedagógicas como principais causas do abandono escolar (PATTO, 2022).

É importante notar que a problemática do fracasso escolar tende a estar associada às classes menos favorecidas economicamente, o que historicamente tem sido utilizado para justificar as altas taxas de retenção de alunos nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Para entender essa dinâmica, é necessário um olhar retrospectivo e histórico da educação brasileira, que se inicia com a chegada dos jesuítas em 1549. Durante os primeiros 210 anos da história educacional do país, a pedagogia jesuíta, alheia às necessidades da colônia e focada nos interesses da elite colonial, predominou. Assim, a exclusão social já era uma característica presente nessa época (PATTO, 2022).

Os conflitos e interesses políticos e eclesiásticos permeavam a formação acadêmica do período jesuítico, o que reflete nos desafios educacionais posteriores. Com a chegada da família real ao Brasil, houve pouca ou nenhuma ação em relação ao ensino técnico-profissionalizante. A pedagogia tradicional, dominante até os anos de 1930, foi então substituída pela pedagogia escolanovista, que colocou o aluno como o centro do processo educacional (GOLIN, 2021).

Contudo, essa nova abordagem não buscava entender as causas das dificuldades de aprendizagem, como na pedagogia tradicional, onde a avaliação do conhecimento era constante. Esse aspecto é ainda observado nos dias atuais. O sistema precário de escolas públicas já demonstrava sinais de fracasso escolar nesse período, pois com a obrigatoriedade da escolarização, a diversidade de alunos, inclusive aqueles oriundos de classes desfavorecidas, aumentou, trazendo novos desafios para o ambiente educacional (GOLIN, 2021).

Na década de 1970, com o avanço do capitalismo industrial, o Brasil enfrentou um novo desafio: a falta de mão de obra qualificada para atender às empresas que se estabeleciam no país. Em resposta a isso, houve um retorno às práticas do período da Reforma Pombalina, com a implementação do ensino técnico para a rápida “qualificação” de profissionais que pudessem suprir essa demanda produtiva. Como resultado, professores menos qualificados surgiram para formar profissionais com habilidades semelhantes (VIDAL & FILHO, 2003).

3.2. Principais técnicas da aprendizagem ativa 

O domínio dos métodos de ensino tradicionais na educação, frequentemente culminam em uma abordagem fragmentada e baseada na memorização, na qual o foco reside na replicação do conhecimento. Em ambientes de formação de profissionais, essa abordagem ainda persiste, fazendo com que muitos profissionais tenham dificuldades em explorar outras técnicas de ensino que não sejam apenas a transmissão de conhecimento (BEHRENS, 1999).

A consequência desse modelo, conforme expostos por Bordenave & Pereira (2011), inclui a passividade do estudante, a falta de reflexão crítica, a dependência de fontes de informação e a separação entre teoria e prática. Em um contexto social, essa abordagem pode levar a uma adesão inapropriada a informações científicas e tecnológicas de países desenvolvidos, a uma adoção indiscriminada de modelos de pensamento, e a uma ausência de cooperação e participação, ocasionando o que se denomina “lacuna de conhecimento”.

Na era contemporânea, denominada “era da gestão do conhecimento”, a habilidade de aprender a aprender torna-se indispensável para o sucesso profissional. Portanto, é crucial propor alternativas que incentivem a reflexão crítica e a reestruturação do conhecimento por parte dos alunos, para a formação de profissionais de alta qualidade. Entretanto, vale ressaltar que tal feito não pode ser alcançado sem uma fundamentação teórica robusta. A educação não deve ser realizada de maneira empírica, toda ação pedagógica deve ser norteada por uma intenção pedagógica solidamente embasada.

A dinâmica atual da educação não mais comporta uma abordagem calçada em um grande volume de conteúdos e na especificidade de cada profissão, uma vez que tal enfoque não se mostra nem operacional nem adequado. O conhecimento adquirido no início da vida precisa ser constantemente renovado e aprofundado, considerando o ritmo acelerado das mudanças contemporâneas. Ademais, torna-se imperativo que os profissionais possam colaborar, compartilhando ações e conhecimentos. Assim, a educação deve ser organizada em torno de quatro aprendizagens fundamentais: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser (DELORS, 2018).

O retrato contemporâneo do educador, o coloca como um orientador no processo de questionamento e reconstrução do conhecimento do aluno. Nesse quadro, a atividade de pesquisa se torna essencial para o educador, visto que o ensino é uma consequência direta da pesquisa (DEMO, 2000). No entanto, frequentemente observa-se que o professor em ambientes de ensino superior pode não ter recebido a adequada formação pedagógica, e sua prática pode ser fundamentada mais em sua especialização específica. Vendo a docência como uma prática social, a profissionalização do professor surge como um elemento chave para repensar a educação em suas dimensões institucionais e sociais. O educador deve ser considerado como um agente de mudança, catalisador do processo de inovação, tanto dentro quanto fora da instituição (STELLA & PUCCINI, 2008).

Durante a análise temática dos instrumentos utilizados, unidades de contexto com suas respectivas unidades de registro foram identificadas. Dessas, quatro categorias emergiram como significantes do campo em estudo.

No contexto das técnicas de aprendizagem ativa, a avaliação é realizada tanto pelos alunos quanto pelo professor ao final do processo. Esta avaliação carrega uma particularidade, pois durante essa fase, o educador avalia tanto sua performance individual quanto a de cada estudante. Ademais, os estudantes engajam-se em uma autoavaliação, avaliam seus pares e o educador. Esta fase proporciona uma oportunidade preciosa de introspecção e entendimento mútuo.

No entanto, esse tipo de avaliação pressupõe uma mudança significativa de postura. Tanto estudantes quanto professores estão acostumados com avaliações mais estruturadas e objetivas, tornando-se um desafio considerar os aspectos subjetivos de sua própria participação e a dos outros na construção do conhecimento.

Analisando o panorama histórico, é possível dizer que a educação brasileira é fruto de uma série de políticas incoerentes, remontando aos primeiros anos de colonização e cujos efeitos adversos ainda são sentidos atualmente. Pode-se deduzir que a atenção e preocupação com a classe trabalhadora somente se tornam evidentes quando estes assumem o papel de eleitores (ROCHA, 2012).

Estratégias de curto prazo voltadas para a formação docente têm sido evidenciadas continuamente. Isso se faz notável até mesmo na contemporaneidade, quando, por decretos, autoridades determinam que, até um certo ano, todos os professores devem possuir, como mínimo, uma formação de nível superior para exercer a profissão. Tal iniciativa poderia ser considerada adequada se os educadores recebessem uma remuneração condizente para custear uma formação de qualidade, uma responsabilidade que deveria ser assumida pelo estado (ROCHA, 2012).

A falta de uma formação adequada, aliada à ausência de uma visão humanista por parte dos educadores na “era do conhecimento”, pode levar à continuidade de práticas educacionais ultrapassadas, reminiscentes da década de 1970. Tais práticas incluem a avaliação dos estudantes baseada na apresentação de seus cadernos ou comportamento, a valorização excessiva da avaliação em detrimento do processo de aprendizagem do estudante e a categorização precipitada de alunos como incapazes, mesmo quando estes demonstram habilidades como interpretação de textos, resolução de problemas e conhecimento geral.

Progressos importantes realizados pelos estudantes podem passar despercebidos por educadores que, erroneamente, identificam esses alunos como possuidores de dificuldades de aprendizagem. Em muitos casos, quando submetidos a abordagens pedagógicas alternativas, esses alunos podem demonstrar a capacidade de integrar conhecimentos sistematizados e culturais, além de apresentarem elevado grau de engajamento e interesse nas atividades propostas.

A revisão bibliográfica revelou que a Aprendizagem Ativa é uma estratégia pedagógica que enfatiza a participação plena do aluno no processo educacional. Contrapondo-se ao modelo educacional tradicional, onde o professor é o transmissor de conhecimento e o aluno é um receptor passivo, a Aprendizagem Ativa, de acordo com Nascimento & Feitosa (2020), coloca o estudante como protagonista. Pesquisas apontam que a participação ativa dos estudantes no processo de aprendizagem pode melhorar significativamente o desempenho acadêmico, além de ampliar a motivação, o engajamento e o interesse pelo conteúdo estudado.

As estratégias de Aprendizagem Ativa incluem a resolução de problemas, debates em grupo, estudos de caso, simulações e aprendizagem baseada em projetos, entre outras. A literatura sugere que tais estratégias podem ser aplicadas em diversos contextos educacionais, e que a escolha de uma estratégia específica deve considerar os objetivos de aprendizagem, as habilidades dos alunos e o conteúdo a ser ensinado (Valentin, 2023).

Numerosos estudos têm destacado os benefícios da Aprendizagem Ativa. Esta abordagem tem sido associada à melhora na retenção de informações, na capacidade dos alunos de aplicar conceitos em contextos práticos e no desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como trabalho em equipe, liderança e comunicação. Além disso, a Aprendizagem Ativa pode exercer um impacto positivo na qualidade da educação, contribuindo para a formação de cidadãos mais críticos e engajados (BARBOSA & VALE, 2018).

Porém, a integração da Aprendizagem Ativa na prática educacional não está livre de desafios. Para uma implementação bem-sucedida, é necessário a adoção de um novo paradigma na concepção e condução da educação, bem como, uma redefinição do papel do educador, que agora se posiciona como um facilitador e orientador do processo de aprendizagem. A correta execução da Aprendizagem Ativa requer a disponibilização de recursos apropriados, como materiais e infraestrutura, além da promoção de uma formação continuada e o oferecimento de suporte adequado aos professores (BORGES, 2020).

Em suma, esta revisão de literatura ressalta a importância da Aprendizagem Ativa no contexto pedagógico, e destaca todo o contexto histórico até a chegada das abordagens estratégias eficientes na promoção e a participação ativa dos estudantes no processo de aprendizagem. As evidências sugerem que tal abordagem pode potencializar de maneira significativa o desempenho acadêmico, incrementar a motivação e o engajamento dos estudantes, além de fomentar o desenvolvimento de competências socioemocionais essenciais. Espera-se que esta revisão sirva como uma ferramenta útil para educadores e profissionais do ensino na busca por uma estratégia educacional mais envolvente e eficaz para seus alunos.

4. Conclusão

Em conclusão, este estudo destaca a necessidade de uma reavaliação contínua e crítica dos métodos de ensino adotados na educação contemporânea. Embora os métodos tradicionais de ensino tenham prevalecido por muito tempo, é cada vez mais evidente que uma abordagem centrada na memorização e reprodução do conhecimento pode limitar o potencial de aprendizado dos alunos (BEHRENS, 1999; BORDENAVE & PEREIRA, 2011). Com base em um corpus de literatura crescente, este artigo argumenta que a Aprendizagem Ativa representa uma alternativa promissora, capaz de responder às demandas da era do conhecimento (DELORS, 2018; NASCIMENTO & FEITOSA, 2020).

Ao promover a participação ativa dos alunos no processo educacional, a Aprendizagem Ativa pode aprimorar a retenção de informações, o desempenho acadêmico e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais fundamentais, como trabalho em equipe, liderança e comunicação (BARBOSA & VALE, 2018). Ademais, é importante sublinhar que a implementação bem-sucedida da Aprendizagem Ativa requer uma redefinição do papel do educador, além de recursos apropriados e formação continuada (BORGES, 2020).

Esta revisão destaca o potencial da Aprendizagem Ativa para transformar a educação e formar cidadãos mais críticos, participativos e aptos a lidar com os desafios do século XXI. Ao mesmo tempo, reconhece que a transição para esta abordagem pedagógica exige uma mudança substancial na prática e na concepção educacionais. Assim, encoraja-se que os profissionais do ensino e as instituições educacionais explorem mais profundamente a Aprendizagem Ativa, engajando-se na busca por uma educação mais envolvente, eficaz e alinhada às demandas contemporâneas.

Esperamos que esta revisão forneça um embasamento sólido para futuras pesquisas nesta área e contribua para a implementação de estratégias de ensino mais eficazes, promovendo, assim, uma educação mais integrada e alinhada às demandas do século XXI. O impacto a longo prazo da adoção de tais práticas pode ser profundo, transformando a maneira como concebemos a aprendizagem e preparando melhor nossos estudantes para o mundo que encontrarão ao saírem das salas de aula.

5. Referências

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YIN, R. K.; BUENO, D. S. D. Pesquisa Qualitativa do Início ao Fim. 1. ed. Porto Alegre: Pensar, 2016.


1Acadêmica de Especialização na Universidade Norte do Paraná-UNOPAR

2Acadêmico de Engenharia Elétrica no Centro Universitário São Lucas.

3Professor Ms. No

4Professor Esp. no Centro Universitário Aparício Carvalho.

5Professor Ms. no Centro Universitário São Lucas

6Acadêmico de Mestrado em Administração Pública em Rede Nacional – PROFIAP da Universidade Federal de Rondônia – UNIR.

7Servidora Pública no Governo do Estado de Rondônia

8Professora Dra. no Centro Universitário São Lucas

9Professor Ms. no Centro Universitário São Lucas.

10Engenheiro Florestal Pela Faculdade de Rondônia-FARO

11Acadêmico de Mestrado Pela Universidade Brasil.

12Acadêmico de Mestrado Pela Universidade Brasil

13Professor Ms. no Centro Universitário São Lucas