A SOBRECARGA DAS MÃES SOLO: OS DESAFIOS QUE ELAS ENFRENTAM NA CONTEMPORANEIDADE E COMO ISSO TEM CAUSADO-LHES ADOECIMENTO PSICOLÓGICO

THE OVERLOAD OF SINGLE MOTHERS: AND THE CHALLENGES THEY STILL FACE IN CONTEMPORARY AND HOW THIS HAS CAUSED THEM TO PSYCHOLOGICAL ILLNESSES

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202501312013


Lucélia Siqueira Silva1; Keize Martins de Assis Abreu2; Daiane Alves Borges Vendruscolo3; Kauany Mariana Martins Ferreira4; Dionismeires Alves Borges5; Dulcimara Carvalho Moraes6


RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo apresentar a realidade vivida por mulheres que desempenham o papel de mãe solo. Destacando as dificuldades sociais e os olhares negativos da sociedade em relação a elas, como também, como isso vem contribuindo para o seu adoecimento, causando-lhes impactos físicos e psicológicos. Trata-se de uma revisão de literatura, utilizando artigos originais e indexados nas bases de dados, como Brasil Cultura, reportagens do jornal Bom Dia Brasil no site do g1.com, a plataforma Scielo, artigos da plataforma da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande Do Sul), o repositório da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Periódicos Eletrônicos em Psicologia (PEPSIC), também a UNICESUMAR e a Fundação Getúlio Vargas. Após estudos exploratórios e seleção dos artigos seguindo os critérios de inclusão estabelecidos, chegou-se à amostra final composta por nove artigos. Os resultados foram apresentados em texto narrativo apresentado no desenvolvimento do artigo. Ao final da análise de todos os artigos, percebeu – se, que as mães solo quando não possuem apoio parental e social, encontram-se numa sobrecarga emocional tão excessiva que adoecem psicologicamente a ponto de desenvolverem transtornos de ansiedade, síndromes de pânico e depressão profunda. 

Palavras-chave: Doença; Psique; Emocional; Mãe solo; Abandono.

ABSTRACT

This work aims to present the reality experienced by many women who play the role of single mother. Highlighting the social difficulties and the negative views of society towards them, as well as how this has contributed to their illness, causing them physical and psychological impacts. This is a literature review, using original articles indexed in databases, such as Brasil Cultura, reports from the Bom Dia Brasil newspaper on the g1.com website, the Scielo platform, articles from the UFRGS platform (Federal University of Rio Grande Do Sul), the repository of UFMS (Federal University of Mato Grosso do Sul), Electronic Journals in Psychology (PEPSIC), also UNICESUMAR and Fundação Getúlio Vargas. After exploratory studies and selection of articles following the established inclusion criteria, the final sample consisted of nine articles. The results were presented in narrative text presented in the development of the article. At the end of the analysis of all the articles, it was noticed that when single mothers do not have parental and social support, they are in such an excessive emotional burden that they become psychologically ill to the point of developing anxiety disorders, panic syndromes and depression deep.

Keywords: Illness; Psyche; Emotional; Solo mother; Abandonment.

1. INTRODUÇÃO

A maternidade tem um impacto significativo na vida e saúde mental de cada mulher devido ser uma experiência complexa que traz variedades de emoções, desafios e demandas a serem enfrentadas. Mesmo tendo seus momentos de satisfações, alguns fatores podem incidir diretamente na saúde mental das mães como, por exemplo, mudanças hormonais, físicas e emocionais. “De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada 5 mulheres, uma tem, pelo menos, um episódio de transtorno mental” (LIMA, 2023). Tais referências são a respeito de mães com parceiros e provedores do lar na qual, a mesma não se preocupa em sustentar a casa e a família, apenas cuidar dos filhos, das tarefas domésticas e do marido. 

O problema da pesquisa em questão são os inúmeros casos de mães solo que enfrentam dificuldades no período da maternidade prejudicando sua saúde mental e emocional. As mães solos assumem a responsabilidade solitária e exclusiva de criar e cuidar dos filhos na tomada de decisões como: educação, saúde, cuidados diários, financeiro, relacionamentos sociais, entre outros. Tudo isso, causa uma sobrecarga de responsabilidades e deveres parentais que desgasta e exige um equilíbrio cuidadoso com outras obrigações pessoais e profissionais que estão mais susceptíveis a ter transtornos mentais com mais frequências. 

Logo, este trabalho visa explanar a sobrecarga emocional das mães solo na presente sociedade, como também, elucidar os desafios que as mesmas enfrentam que tem causado transtornos mentais.

2. METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão de literatura, com abordagem qualitativa e objetivos exploratórios. Para coleta de material científico foram acessadas as seguintes bases de dados: PEPSIC, REVISTA CRESCER, UnBCIÊNCIAS, SCIELO, entre outros. As palavras-chave utilizadas para a busca foram “transtornos mentais em mães solteiras”, “maternidade solitária”. Utilizou-se como critério de inclusão artigos na língua portuguesa, de base de dados gratuita e literatura com evidências científicas comprovadas. Para a análise dos dados optou-se pela análise temática e interpretativa, seguida de inferência com fundamentação em Severino (2017). A pesquisa foi baseada em dados obtidos através de leituras, análises reflexivas e críticas dos artigos online, com base teórica no estudo do assunto da autora.

3. DESENVOLVIMENTO

3.1 AS TRANSFORMAÇÕES OCORRIDAS NA COMPOSIÇÃO FAMILIAR 

Segundo Vasconcellos (2002), a escravidão no Brasil, que durou mais de 300 anos, sempre despertou o interesse em estudiosos. Entre os trabalhos realizados até a década de 1970, a promiscuidade era vista no cativeiro, portanto, os casamentos entre escravos seriam pouco comuns.

Por assim confirmar o relato da autora, devido a escravidão ser comum e as belas negras, os capatazes, donos de terras de café, banqueiros, entre outros, se viram atraídos pelas escravas tornando-as suas concubinas. 

Quando as senhoras sabiam dos casos do marido, o mesmo já tinha filhos com uma ou duas escravas. Logo, a mesma, em seu direito dado pela igreja, exigia distanciamento do marido das concubinas e dos filhos bastardos em nome da honra da família e dela mesma.

A escravidão e a miséria deixaram como herança séculos de instabilidade doméstica, o que levou as mães das camadas populares a improvisarem até mesmo as formas de amor e de criação dos filhos: uma prática comum entre as mães pobres consistia na distribuição de seus filhos entre parentes, amigas ou comadres para os criarem (ARAÚJO, 2009).

Muitas destas ações por parte dos homens, eram de abusos impondo a autoridade que eles tinham sobre as mulheres negras e brancas denominadas pela igreja. Muitas delas, tinham seus maridos e amantes que eram vendidos para não atrapalhar a realização dos desejos daqueles que tinham maior autoridade social. Araújo (2009) destaca que os séculos,

XVI, XVII e início do XVIII deu ao concubinato uma enorme semelhança com o casamento, já que, na maior parte deles, os homens se encontravam distantes da família (pode-se apontar como principais fatores para a ausência dos homens as entradas no sertão e as viagens para as minas). Essas ausências acabaram por acarretar consequências: as mulheres passaram a se ver como chefes de suas casas e de suas famílias, já que foram obrigadas a lutar sozinhas por sua sobrevivência e pela sobrevivência dos filhos (ARAÚJO, 2009).

Isto ocorre até os dias atuais, nos últimos anos tem ocorrido uma série de mudanças no âmbito familiar. As famílias estão se tornando cada vez mais diversificadas refletindo as mudanças sociais e culturais. No Brasil, por exemplo, há inúmeros episódios sobre essas mudanças familiares como: o crescente número dos casos de divórcios, alguns casais não chegam a ter uma união estável, convivem somente até o nascimento do bebê, há preconceitos sociais e de gênero voltados principalmente para o feminino.

De acordo com Beatriz Lourenço (2022),

por ser mãe solo, a mãe não tem uma rede de apoio, ela precisa escolher entre duas opções: deixar de realizar suas tarefas ou levar a criança consigo. Quando escolhe o segundo cenário, ainda enfrenta desafios como o como olhares repreensivos, falta de estrutura dos ambientes e o preconceito por não estar com o parceiro (LOURENÇO, 2022).

Por conseguinte, Priscila Da Silva Fernandes (p. 9, 2022)

(…) é grande, neste início de século XXI, o número de mães que não possuem uma relação conjugal com o pai da criança, e isso ocorre por vários fatores, como maternidade e adoção voluntária, por técnicas reprodutivas, por viuvez, abandono paterno e dificuldades sociais. Sem passar pela experiência do casamento ou dividir o lar com um parceiro, muitas mulheres optam por serem mães solos por meio da reprodução assistida ou adoção por inúmeros motivos, rompendo com o modelo de família padrão (FERNANDES, p. 9, 2022 apud BORGES, 2020).

Chefiar e manter uma casa socialmente, sempre foi considerado um dever do homem. Atualmente, a quantidade de famílias monoparentais, chefiadas por mulheres, acarretou muitos preconceitos na sociedade em diversas comunidades. Foi dada a estas mães o título de “mães solteiras” levando com esse substantivo o significado de mulheres desprezíveis, desonradas, mal vistas, irresponsáveis, etc. O termo mãe-solo tem ganhado visibilidade em nosso cotidiano como tentativa de desconstruir a expressão “mãe solteira” (OLIVEIRA; PEREIRA, ROLIM, 2021, p. 5).

Sirlene da Rosa Freitas de Abreu, (2022), relatou o seguinte ao citar o Instituto Brasileiro de Estáticas de Geografia (2022):

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem mais de 11 milhões de mulheres que são as únicas responsáveis pelo cuidado com filhos e filhas. 63% das casas chefiadas por mulheres estão abaixo da linha da pobreza e o número de mães solo no Brasil em 2022 é maior observado em cinco anos, de acordo com os cartórios de registro civil. Já a maioria das mães solo no Brasil são negras (61%), em 63% das casas chefiadas por mulheres negras estão abaixo da linha da pobreza, os estudos indicam que mulheres negras encontram maior restrição a condição de moradia, saneamento básico e internet. Apresenta o IBGE que a desigualdade se reflete no acesso a saneamento básico e internet, já que 42% mulheres negras não contam com saneamento básico 4 e 28% não tem internet, em comparação a 28% e 23% das mulheres brancas, respectivamente (ABREU, p. 2 e 3, 2022 apud IBGE, 2022)

As mães solo geralmente enfrentam uma série de desafios adicionais, como responsabilidade exclusiva pela criação dos filhos, pressões financeiras e falta de apoio emocional e prático. Não esquecendo dos preconceitos advindos a essas mulheres até mesmo por seus familiares (MESTRE E SOUSA, p. 5, 2023).

3.2 A MATERNIDADE SEM VÍNCULO CONJUGAL

A maternidade acarreta muitas mudanças físicas e emocionais. as seguintes categorias: união estável, maternidade assistida, gravidez precoce, divórcio, fertilização in vitro, entre outras. Vamos nos atentar às mães solteiras, seja por divórcio ou concubinato FERNANDES, p. 28, 2022). 

Na atualidade, as famílias monoparentais na sua maior parte são compostas apenas de mães e filhos. A grande maioria dessas mulheres, estão assumindo a responsabilidade exclusiva de suas próprias famílias, na maioria das vezes pela falta da presença masculina.  Conforme Leal (2013), “a mãe perde o seu próprio ritmo diário e não consegue fazer as coisas que fazia antes…” LEAL, 2013, p. 10,).

O ambiente oferece, ou falha em prover, as condições físicas, materiais, familiares, sociais, históricas e culturais que sustentam a mulher no exercício da função parental. Essa concepção se torna especialmente importante nos casos em que a mãe se encontra sozinha na companhia de filhos que dependem dos cuidados dela. Esse é o caso das mulheres/mães separadas, divorciadas, solteiras ou viúvas que apresentam um formato específico de família, as quais parecem depender mais claramente do suporte do ambiente (PEREIRA E LEITÃO, 2020, p. 4).

Essas mães realizam, continuamente, sacrifícios para garantir que seus filhos tenham o básico para sobreviver. Não se pode medir especificamente o que uma mãe solo enfrenta para manter a si e seus filhos, como também os riscos de desenvolver alguns transtornos psicológicos acarretados pela sobrecarga de cuidar de tudo sozinha. Severino (2022), afirma que:

Nesse contexto, a mulher chefe de família monoparental se desdobra para obter o sustento do lar, com uma jornada de trabalho redobrada. A responsabilidade de criar os filhos e enfrentar as situações cotidianas são desafiadoras, porque suprir a paternidade ausente e manter a saúde mental em dia, são obrigações, afinal, os filhos dependem delas para absolutamente tudo. […] A crise pandêmica ocasionada pelo novo Coronavírus desde 2020, também foi um fator de mudanças na vida de mães solo, que sofreram sobrecargas na rotina pelo isolamento social que causou fechamento de comércios, escolas, e até mesmo perda de emprego (SEVERINO, 2022, p. 16).

A falta de apoio emocional e financeiro de um parceiro, deixam elas mais sensíveis e frágeis a possíveis situações de estresse e pressão constante por não ter com quem dividir as responsabilidades de casa e da família. A preocupação com o bem-estar dos filhos e o sentimento de estarem sozinhas traz um sentimento de abandono intenso que muitas vezes, dá início a uma jornada de adoecimento mental.

3.3 OS IMPACTOS PSICOLÓGICOS DO ABANDONO PATERNO NA INFÂNCIA

Muitas pessoas entram em relacionamentos sem conhecimento sobre o outro e até mesmo sobre si. Devido à falta de conhecimento, o risco de entrar em um relacionamento tóxico é maior. Quando chegam ao ápice de formar uma família é possível encontrar mães solo ou filhos abandonados sofrendo com transtornos, logo no início de suas vidas (SOARES p. 6, 2021).

Benetti e Inada, 2018 apud Sganzerla e LevandowskiI, 2010; Lima, 2012, enfatizam que,

O pai exerce um importante papel no desenvolvimento de seus filhos, torna-se necessário salientar que o distanciamento dessa figura é prejudicial à saúde física e mental do sujeito. Vale ressaltar que a ausência física não é o mais penoso para os filhos, mas sim o fato desta figura tê-los abandonado, o que gera sentimentos de menos valia, insegurança e baixa autoestima, oriundos de uma sensação de rejeição por quem deveria oferecer amor e cuidado (SGANZERLA E LEVANDOWSKI, 2010; LIMA, 2012 apud BENETTI; INADA 2018, p. 2).

De acordo com levantamento da Central Nacional de Informações do Registro Civil (CRC), em 20206,31% das 1.280.514 crianças que nasceram foram registradas apenas com o nome das mães nas certidões de nascimento (RABELO, 2022). 

A palavra monoparentalidade, por tradição, foi ligada à pobreza e à vulnerabilidade, no entanto, existe um número cada vez maior de mulheres que optam pela maternidade sem ter um relacionamento conjugal. Portanto, a ideia tradicional de que a monoparentalidade é associada a famílias pobres não faz mais sentido, pois existem mulheres de diversas classes sociais que optam por se tornarem mães sem um vínculo de relacionamento amoroso ou se tornam mães solo por situações que ocorreram em suas vidas, como o divórcio, a viuvez ou o abandono do parceiro. Tais situações criam elementos para a estrutura da família contemporânea (FERNANDES p. 28, 2022 apud ARRAIS, GOMES, CAMPOS, 2019).

Filhos de mães solo tendem a ser abandonados, como a própria classificação materna ressalta, muitas vezes antes de nascerem. Estas crianças crescem sem a presença do pai na construção da própria identidade como indivíduo. Gera um turbilhão de emoções na cabeça da criança podendo provocar assim, traumas e distúrbios significativos a ponto de prejudicar seu convívio no dia a dia com outras pessoas, seja familiar, com amigos ou a sociedade (CID, MATSUKURA E SILVA, p. 2 e 3, 2012).

O abandono do pai tem um impacto tão abrangente na vida da criança que pode afetar o bem-estar, o emocional, físico e psicológico. Há um vínculo entre pai e filho que não se pode quebrar facilmente, e quando isso ocorre surgem diversos efeitos negativos. Enfatiza-se, a seguir, os efeitos mais comuns na sociedade atual segundo BENETTI e INADA (2018): 

  • Problemas emocionais e psicológicos: sentimentos de abandono, tristeza, ansiedade e depressão; sentindo-se, ansiosas e com dificuldades para confiar nos outros e às vezes em si mesma. O trauma do abandono paterno pode ter um impacto significativo na saúde mental e emocional, podendo manifestar- se como ansiedade, depressão (BENETTI; INADA 2018). 
  • Problemas de saúde mental: com o abandono aumenta os riscos de adquirir transtornos de ansiedade, depressão, distúrbios de humor pondo em risco a saúde mental e física ao longo dos anos vindouros, pois muitas doenças físicas advêm de problemas psíquicos acalentados pelo indivíduo.
  • Baixa auto estima: questionamentos sobre o valor do próprio eu e autoestima, encarando a ausência do pai como falta de interesse ou falta de amor por parte paterna. 
  • Dificuldades de relacionamento: as crianças quando são abandonadas pelo pai tendem a ter dificuldades de se relacionar com outras crianças demonstrando muitas vezes ignorância e irritabilidade afetando futuros relacionamentos, como também, são mais inseguras e demoram a confiar nas pessoas ao seu redor.

3.4 O ADOECIMENTO FÍSICO E PSÍQUICO VIVIDOS POR MÃES-SOLO, ATRELADOS ÀS MÚLTIPLAS FUNÇÕES DESEMPENHADAS POR ELAS

A maternidade pode causar situações complexas e difíceis. Por este motivo, Gutman (2016), escreveu sobre a maternidade relatando os períodos em que a mulher se transformava em mãe, do próprio ponto de vista. A autora ressalta que “a realidade é que: criar filhos é muito difícil, é doloroso, é insuportável. Nós, mães, estamos inundadas de conselhos e opiniões e, no entanto, dolorosamente sozinhas e isoladas” (GUTMAN, 2016, p. 14). Ela continua o relato, destacando que

As necessidades da mãe puérpera têm a ver com a contenção afetiva, a aceitação de suas emoções e a confiança que podemos lhe oferecer para que se conecte com o que acontece com ela. Os conselhos carecem de sentido quando não guardam estreita relação com a história emocional de cada mulher. Em termos gerais, devemos recordar que as mulheres puérperas perderam seu equilíbrio emocional, que estão funcionando simultaneamente em dois aspectos (o aspecto adulto e o aspecto bebê) e que também perderam suas referências externas. Por isso, só precisam de pontos de apoio para se sustentar nas referências internas, na essência do que cada uma é e na experiência de vida que tivemos até o momento. Sobretudo, nas experiências, dificuldades, obstáculos e temores que não admitimos (GUTMAN, 2016, p. 38).

Gutman (2016), dá ênfase à fase do puerpério com o foco nas emoções mentais das mães, considerando esse período onde pode ocorrer doenças mentais em mulheres, como por exemplo, a depressão pós parto. Sobre o puerpério a autora destaca que,

Somos puérperas durante um período que dura, em minha opinião, muito mais do que os famosos quarenta dias. O puerpério não termina quando o obstetra dá alta após a cicatrização da cesariana ou da perineotomia. Não se trata da recuperação definitiva do corpo físico depois da gravidez e do parto, mas tem a ver, sim, com a emoção compartilhada e a percepção do mundo com olhos de bebê. Doloridas, cortadas, humilhadas em muitíssimos casos pelos maus-tratos durante o parto (embora poucas mulheres tenham consciência disso), expelindo líquidos por cima e por baixo e com um bebê que chora sem que possamos acalmá-lo, deparamos com uma angústia terrível, que piora depois das seis da tarde, coincidindo dramaticamente com o horário mais difícil para a criança… Algumas mulheres também sofrem com a solidão, a falta de parentes ou amigos que as compreendam e abracem, um marido (caso tenham um) que trabalha o dia inteiro e o vazio produzido pelo fato de não reconhecerem a si mesmas (GUTMAN, 2016, p. 38).

Uma mãe pode passar por todos estes eventos psicológicos, além de ocorrer a perda de identidade da mesma para atender as necessidades do bebê. Quando há uma companhia, um cônjuge há a possibilidade de ser menos traumático essa fase maternal, porém, quando não há apoio, a sensação de desamparo toma conta da maioria das mulheres denominadas mães-solo (MESTRE E SOUSA, p. 2 e 3, 2021).

Silva et al., (2020, p. 158) afirma que

O malabarismo realizado para garantir a sobrevivência, que é a base da sobrecarga, tem impactado também na saúde mental das mulheres […] as mães, em especial as mães-solo, por possuírem o lugar de provedoras financeiras e provedoras de cuidado, encontram-se num lugar de maior desgaste (SILVA et al., 2020, p. 158).

Tendo que desempenhar múltiplos papéis de uma só vez, estas mães são acometidas por uma sobrecarga de responsabilidades levando a altos níveis de estresse, esgotamento físico e emocional. Muitas não possuem um suporte social vinculado ao emocional, agravando assim, os sentimentos de solidão e isolamento tendo um impacto negativo na sua saúde mental familiares (MESTRE E SOUSA, p. 5 e 6, 2023) e (KABZAS, SOUSA, MUCILO E TEIXEIRA, 2018).

3.5 A MATERNIDADE E O MERCADO DE TRABALHO

Natália (2022), afirma que:

Uma mãe solo carrega um preconceito histórico por não estar em um relacionamento conjugal, que atende aos padrões impostos pela sociedade. Além disso, é obrigada a trabalhar diariamente, o que acarreta menos tempo para cuidar dos filhos(as). É devido a esse contexto que a discriminação vivenciada pelas mães solo, soma-se à outras dificuldades.  […] Apesar do número significativo de lares chefiados pelas mães solo, a sociedade não está isenta de preconceitos em relação a elas. Os preconceitos e julgamentos cercam as mulheres que encaram essa árdua jornada de trabalho para conseguir o sustento digno, fazendo com que tenham uma certa dificuldade na inserção no mercado de trabalho. Trazem estigma de que não podem se dedicar integralmente ao trabalho por terem que cuidar dos filhos, fazendo com que o problema se acumule por meio de uma sobrecarga psicológica (NATALIA, 2022, p. 16).

Após os dias de resguardo, algumas mães buscam voltar a sua rotina, tentando se adaptar à nova companhia e com isso novos hábitos, levando em consideração ainda os choros, as necessidades, as sonecas, as irritações, as cólicas, são várias as mudanças para processar em pouco tempo. Aos poucos, as novas mudanças vão se tornando rotina que serão executadas, podendo “facilitar” o retorno da mãe no mercado de trabalho, quando há necessidade (FEIJÓ, 2023).

Há aquelas que trabalham, são ativas em alguma área do mercado de trabalho, outras por terem sido abandonadas pelo cônjuge só têm esta opção de conseguir o sustento seu de seu bebê. A sociedade e as pessoas que a compõem possuem uma rigidez sem igual, principalmente quando se deparam com uma “mãe solteira”. Utilizando o velho paradigma que o dever da mulher é cuidar dos afazeres domésticos, aos filhos e ao marido somente, muitas assim fazem, e quando se veem abandonadas pelo parceiro, tentam correr contra o tempo perdido para alcançar o sucesso profissional e ao mesmo tempo cuidar dos filhos, é um malabarismo que só uma mãe solo sabe o que é, e se torna capaz de fazer (MESTRE E SOUSA, p. 5 e 6, 2023) e (KABZAS, SOUSA, MUCILO E TEIXEIRA, 2018).

“Se por um lado, a maternidade pode interferir no investimento da carreira profissional, por outro, este investimento também pode interferir na experiência e no exercício da maternidade” (LEAL, 2013, p. 13).  

Muito se vê que as mães que não possuem um cônjuge, possuem um sentimento de culpa elevado a tal ponto de adoecerem psicologicamente, ao se vê na jornada de trabalho pela sobrevivência e sustento de seus filhos. Ao coincidirem os horários de trabalho com o cuidado com os filhos, os mesmos são deixados em creches, parentes ou babás para que esta mãe possa sair e conseguir sustento para seus bebês ou crianças de anos iniciais e (KABZAS, SOUSA, MUCILO E TEIXEIRA, 2018).

Por outro lado, quando não tem apoio, na busca por emprego, o que mais afeta a contratação destas mães é o fato de terem uma criança que depende dela por tempo integral. São deixadas à mercê da próxima oportunidade, da incompreensão dos chefes, pelo choro do bebê no âmbito de trabalho, da falta de sensibilidade e empatia dos colegas, e principalmente parentes que não concedem o apoio parental devido. É ridicularizada como meretriz com um filho para prover sustento, “arranjou porque almejou, torne – se suficiente para aguentar”, é o lema oficial em todas as culturas, povos, línguas e nações (FEIJÓ, 2023).

Talita de Souza, (2021) ressalta que “a chegada de um filho é um momento precioso, mesmo assim esse período pode se tornar um fardo na vida profissional das mulheres que se tornam ou já são mães” (SOUZA, 2021). “Preconceito é o principal motivo pelo qual as empresas não contratam mães”.

Os patrões e chefes buscam um meio de lidar com essas mães para resolver a questão de uma forma amigável para eles. Demitem-na, com promessas futuras e nunca mais se veem, com justificativas de que não estão realizando um bom trabalho, o filho atrapalha o desenvolvimento da mãe no trabalho, a mãe não está 100% focada no que é preciso, entre outras. Sobre esta perspectiva, Janaina Feijó (2023), enfatiza que

A mãe solo, ao buscar conciliar responsabilidades familiares e trabalho, tende a procurar por ocupações que ofereçam jornadas mais flexíveis. Para algumas mães, a única saída para ter flexibilidade, trabalho e rendimento é ir para a informalidade. Contudo os postos informais são caracterizados por oferecerem remunerações mais baixas e desprovidos de proteção social. Em 2022, cerca de 45% das mães solo empregadas estavam na informalidade (JANAINA FEIJÓ, 2023).

Falando sobre o mesmo assunto SILVA et al, (2020), confirma a referência supracitada ao enfatizar que:

Perder o emprego resulta na perda da capacidade de manter a família, e tal situação é ainda pior em arranjos familiares nos quais a mãe é a principal provedora. Vulneráveis pelo contexto pandêmico e pela ausência de políticas públicas que pensassem a realidade materna de forma diferenciada neste momento, muitas mulheres acabaram indo para o empreendedorismo forçosamente, por questão de sobrevivência. O empreendedorismo aparece como alternativa, entretanto, não fornece um ambiente seguro e estável para as mães (SILVA et al., 2020, p 154).

LEAL, (2013, p. 12), ainda afirma que “além das dificuldades que as mães enfrentam ao terem que escolher uma forma de cuidado alternativo para o bebê, tendo feito esta escolha, precisam adaptar – se à vida dupla: de mãe e profissional (LEAL, 2013, p. 12). Observando a sociedade presente, “… a mulher passa a ser bem sucedida quando faz uma interessante articulação entre maternidade e trabalho” (LEAL, 2013, p. 13, apud ESPINDOLA E AZEVEDO, 2008). 

“… a maior parte das mulheres que atuam no mercado de trabalho equilibram a vida profissional com a familiar utilizando estratégias próprias, planejamento de programas durante a semana, […] acordar mais cedo para aproveitar os filhos, […]” (LEAL, 2013, p. 13). Quando o trabalho é informal, a vida maternal e domiciliar é priorizada com mais afinco podendo fazer escalas profissionais, horários com os filhos durante o dia e a noite. Participar dos momentos escolares quando preciso, ir à passeios, participar de momentos familiares, entre outros, sem prejudicar o trabalho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em suma, por meio deste trabalho, analisou-se e evidenciou – se a realidade da vivência de uma mãe solo desde os primórdios da história até o presente século. A beleza maternal advinda com a solidão conjugal, a felicidade dos primeiros risos do filho e a tristeza do abandono paterno, o nascer de uma mãe e a perda da identidade como mulher, a dedicação maternal com sua dedicação precisa e o conflito profissional necessário.

Muitas mulheres têm essas dificuldades como estilo de vida padrão por muitos anos até seus filhos poderem seguir suas vidas por conta própria sem a presença maternal. As mães solo brasileiras nos grandes e pequenos centros, tem maior índice de desenvolverem doenças psíquicas na sua maioria pelo preconceito, pela maternidade sem apoio conjugal e parental, pela falta de assistência social pública, desenvolvem uma imensa facilidade de serem usuárias de drogas lícitas e ilícitas, ao ponto de abandonarem ou doarem seus filhos. 

Esta é uma triste realidade para um país rico em conhecimento e riqueza, mas com pouco investimento psicológico nas redes públicas. Sem ajuda, ficam sobrecarregadas emocionalmente e desenvolvem transtornos psicológicos.

Entretanto, é sugerido que, cada mãe solo necessita ter acesso e iniciativa a assistência social mais próxima, buscar adquirir ajuda psicológica e parental (pai, mãe, tios, primos, etc.), participar de programas de inserção ao mercado de trabalho pós maternidade, ser empreendedora do seu próprio negócio para conciliação com a criação dos filhos com trabalhos informais e digitais na qual, tudo isso só é possível se houver projetos e atividades ofertadas – providos pelo município, estado e governo federal – a comunidade da qual se localiza mães solo. 

Assim, teremos um menor índice de mulheres sozinhas adoecidas psicologicamente, maior índice de mães dedicadas à criação dos filhos, e uma profissional malabarista no quesito mãe e profissional de qualidade.

REFERÊNCIAS

ABREU, Sirlene da Rosa Freitas de. A VULNERABILIDADE SOCIAL DA MÃE SOLO NO BRASIL. https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/30560/1/TCC%20SIRLENE%20-%20A%20VULNERABILIDADE%20DA%20MAE%20SOLO%20BRASILEIRA.pdf

ARAÚJO, Renata Pedroso. Ser Mãe na Colônia – História do Brasil. Brasil Cultura, 2009. Disponível em: <https://www.brasilcultura.com.br/ser-mae-na-colonia-historia-do-brasil/>. Acesso em: 17 de jul. de 2023.

BENETTI, Raelly Beatriz Gomes; INADA, Jaqueline Feltrin. IMPACTOS DO ABANDONO PATERNO INFANTIL NO ÂMBITO AMOROSO: UM ESTUDO PSICANALÍTICO. 

CID, Maria Fernanda Barbosa; MATSUKURA, Telma Simões e SILVA, Maria Denise Pessoa e. Transtorno Mental Materno e Desenvolvimento Infantil: Percepções Sobre Essa Realidade. Disponível em:< https://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/mundo_saude/transtorno_mental_materno_desenvolvimento_infantil.pdf>. Acesso em: 21 de set. 2023.

FEIJÓ, Janaina. Mães solo no mercado de trabalho crescem 1,7 milhão em dez anos. Fundação Getúlio Vargas, 2023. Disponível em: <https://portal.fgv.br/artigos/maes-solo-mercado-trabalho-crescem-17-milhao-dez-anos>. Acesso em: 18 de maio de 2023.

FERNANDES, Priscila Da Silva. Família Monoparental Feminina: Desafios De Ser Mãe Solo – Unesp. Disponível em: <https://agendapos.fclar.unesp.br/agenda-pos/educacao_sexual/5832.pdf>. Acesso em:  11 de set. de 2023.

GUTMAN, Laura. A maternidade e o encontro com a própria sombra. Disponível em: <https://statics-submarino.b2w.io/sherlock/books/firstChapter/50092851.pdf 19/07/2023>. Acesso em: 14 de jul. de 2023.

KABZAS, Duda; SOUZA, Gabriel de; MUCILO, Isadora e TEIXEIRA, Rhuan. O Desafio de Mães Solo: “ou Eu Trabalhava ou Nós Dois Morríamos de Fome”, Diz Vâldenia, Mãe Solo. Revisa Esquinas, ed. 07/2018. Disponível em: <https://revistaesquinas.casperlibero.edu.br/cotidiano/o-que-e-invisivel/maes-solo-e-carreira-ou-eu-trabalhava-ou-nos-dois-morriamos-de-fome/>. Acesso em: 21 de set. de 2023.

LEAL, Cláudia Luiz. Lume Repositório Digital UFRGS, 2013. Maternidade Distanciada: Vivências de Mães Sobre o Ajuste Entre Maternidade e Profissão, da Gestão e do Retorno ao Trabalho.  Disponível em <https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/70909/000877983.pdf?sequence=1>. Acesso em: 17 de jul. 2023.

LIMA, Vanessa.  Saúde mental na gravidez e no pós-parto. Revista Crescer, 2023. Disponível em: < https://revistacrescer.globo.com/gravidez/saude-bem-estar/noticia/2023/01/um-turbilhao-de-emocoes-a-importancia-dos-cuidados-com-a-saude-mental-materna.ghtml>.  Acesso em: 11 jul. 2023.

LOURENÇO, Beatriz. Elastica. Quem cuida das mães solo? Disponível em: <https://elastica.abril.com.br/especiais/mae-solo-solidao-preconceito-sociedade-depoimento>. Acesso em: 11 de set. de 2023.

MESTRE, Simone de Oliveira; SOUZA, Érica Renata. “‘Maternidade guerreira’: responsabilização, cuidado e culpa das mães de jovens encarcerados”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 29, n. 2, e70109. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/ref/a/DjkdxzG7YCwqtQfnBFTwnLR/?format=pdf&lang=pt 2021>. Acesso em: 21/09/2023.

NERY, Natuza. Brasil tem mais de 11 milhões de mães que criam os filhos sozinhas. Bom Dia Brasil, 2023. Disponível em: <https://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2023/05/12/brasil-tem-mais-de-11-milhoes-de-maes-que-criam-os-filhos-sozinhas.ghtml>. Acesso em: 17 de jul. 2023.  

OLIVEIRA, Lídya Carolyne Freitas de; PEREIRA, Luana Raquel da Silva; ROLIM, Julianne Milenna Padilha. A Eficácia Do Dispositivo Materno: Possíveis Influências Da Romantização Da Maternidade Na Saúde Mental De Mães-Solo Na Cidade De Arcoverde-Pe. Revista Científica Multidisciplinar, 2021. Disponível em: <https://recima21.com.br/index.php/recima21/article/download/451/391/2994>. Acesso em: 05 jul. 2023.

PEREIRA, Valéria Brandão e LEITÃO, Heliane de Almeida Lins. Sobrecarga e Rede de Apoio: A Experiência da Maternidade Depois da Separação Conjugal. Periódicos Eletrônicos em Psicologia, 2020. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809_89082020000100014>. Acesso em: 11 jul. 2023.

RABELO, Luisa. Abandono paterno é a regra no Brasil. TV Universidade Federal do Maranhão, 2022. Disponível em: <https://portalpadrao.ufma.br/tvufma/noticias/abandono-paterno-e-a-regra-no-brasil>. Acesso em: 11 jul. 2023.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 21.ed. rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 2000.

SEVERINO, Natália Pereira. A Sobrecarga da Maternidade Solo: Mães Que Caminham Sozinhas.  Repositório Institucional da Universidade do Mato Grosso do Sul, 2022. Disponível em: <https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/5445/2/relatorio-natalia.pdf>. Acesso em: 14 de jul. de 2023.

SILVA, Juliana Marcia Santos; CARDOSO, Vanessa Clemente. ABREU, Kamila Eulálio; 

SILVA, Lívia Souza, 2020. Portal de Periódicos da Universidade Federal da Bahia. A Feminização Do Cuidado E A Sobrecarga Da Mulher-Mãe Na Pandemia. Disponível em: < https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/download/42114/23913>. Acesso em: 05 jul. 2023.

SOARES, Nathalia Cardinali. O Impacto Psicológico do Abandono Paterno na Infância. Disponível em: <http://186.251.225.226:8080/bitstream/handle/123456789/336/Artigo%20-%20Impacto%20do%20abandono%20paterno.pdf?sequence=1&isAllowed=y#:~:text=Quando%20uma%20crian%C3%A7a%20sofre%20abandono,gerar%20medo%20do%20abandono%20novamente.>. Acesso em: 21 de set. 2023.

SOUZA, Talita de. Mercado de Trabalho Ainda é Rígido Com Mulheres Que São Mães. Eu Estudante, 2021. Disponível em: <https://www.correiobraziliense.com.br/euestudante/trabalho-e-formacao/2021/05/4923276-mercado-de-trabalho-ainda-e-rigido-com-mulheres-que-sao-maes.html>. Acesso em: 24 jul. 2023.

UNICESUMAR, 2018. Disponível em: <https://rdu.unicesumar.edu.br/bitstream/123456789/2117/1/raelly_beatriz_gomes_benetti_2.pdf>. Acesso em: 24 jul. 2023.

VASCONCELLOS, Márcia Cristina de. Scielo, 2002. Casar ou Não, Eis a Questão. Os Casais e as Mães Solteiras Escravas no Litoral Sul-Fluminense, 1830-1881. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/eaa/a/QLPTWmbDfsm3CrNSdxZnm9t/?format=pdf&lang=pt.>. Acesso em: 17 de jul. 2023.


1Graduanda em Psicologia.
E-mail: lucelia.siqueiras9@gmail.com
2Graduanda em Psicologia.
E-mail: keizejwk@gmail.com
3Graduanda em Psicologia.
E-mail: daianevendruscolo15@gmail.com
4Graduanda em Psicologia.
E-mail: kauanymariana20002@gmail.com
5Pedagoga, Assistente Social.
E-mail: borgesmeire2024@gmail.com
6Psicóloga, Docente, Universidade de Gurupi, Tocantins, Brasil.