A RESILIÊNCIA E A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL BRASILEIRO

RESILIENCE AND EMOTIONAL INTELLIGENCE IN THE BRAZILIAN ORGANIZATIONAL ENVIRONMENT

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12684720


Adriano Queiroz Silva1


RESUMO 

O presente paper tem como tema a resiliência e a inteligência emocional no contexto organizacional. Ressalta-se que essa temática é de grande valor aos estudos acadêmicos, porque envolve questões emocionais e sentimentais dos colaboradores. Atualmente, percebe-se que no ambiente organizacional, há uma crescente exigência de que os colaboradores sejam resilientes e inteligentes emocionalmente, pois vivemos em um mundo globalizado, no qual as tecnologias estão promovendo mudanças no ambiente laboral. Profissionais que possuem essas habilidades tendem a ser mais produtivos, mais sociáveis e menos resistentes às mudanças. O objetivo deste estudo é apresentar alguns conceitos sobre organização, resiliência e inteligência emocional, bem como apresentar respostas aos questionamentos seguintes: Como o profissional pode desenvolver sua resiliência e inteligência emocional? Quais os desafios que os profissionais encontram no processo de desenvolvimento da resiliência e inteligência emocional? Como as organizações podem auxiliar seus colaboradores a desenvolver resiliência e inteligência emocional? Para tanto, quanto à metodologia, foi utilizada a pesquisa bibliográfica. Logo, a resiliência e a inteligência emocional são essenciais para que as organizações brasileiras alcancem a efetividade organizacional. 

Palavras-chave: Resiliência. Inteligência Emocional. Organização. 

ABSTRACT 

This paper focuses on resilience and emotional intelligence in the organizational context. It Should be noted that this topic is of great value to academic studies, because it involves emotional and sentimental issues of employees. Currently, it is clear that in the organizational environment, there is a growing requirement for employees to be resilient and emotionally intelligent, as we live in a globalized world, in which technologies are promoting changes in the work environment. Professionals who have these skills tend to be more productive, more sociable and less resistant to change. The objective of this study is to present some concepts about organization, resilience and emotional intelligence, as well as to present answers the following questions: How can professionals develop their resilience and emotional intelligence? What challenges do professionals encounter in the process of developing resilience and emotional intelligence? How can organizations help their employees develop resilience and emotional intelligence? To this end, regarding methodology, bibliographical research was used. Therefore, resilience and emotional intelligence are essential for Brazilian Organizations to achieve organizational effectiveness. 

Keywords: Resilience. Emotional Intelligence. Organization. 

1 Introdução 

Este paper tem como tema a resiliência e a inteligência emocional (IE) no contexto organizacional. Atualmente, exige-se que os colaboradores sejam resilientes e inteligentes emocionalmente, ou seja, que sejam capazes de enfrentar desafios, adaptarem-se às mudanças, compreenderem e gerenciarem suas emoções, além de estarem mais preparados para superarem as problemáticas que ocorrem no dia a dia das organizações brasileiras. 

Justifica-se a relevância dessa temática, pois as organizações que possuem colaboradores resilientes e inteligentes emocionalmente tendem a ter sucesso organizacional, com menos conflito entre eles, devido ao domínio de autoconsciência, autorregulação, auto motivação, superação das dificuldades, empatia e habilidades sociais. 

Este trabalho tem como objetivo explorar conceitos sobre organização, resiliência e inteligência emocional, além de responder aos questionamentos seguintes: Como o profissional pode desenvolver sua resiliência e inteligência emocional? Quais os desafios que os profissionais encontram no processo de desenvolvimento da resiliência e inteligência emocional? Como as organizações podem auxiliar seus colaboradores a desenvolver resiliência e inteligência emocional? 

Assim, o estudo utilizou a pesquisa bibliográfica, na qual foram pesquisados autores da área e apresentados conceitos relacionados à resiliência, IE e organização. Para Lakatos e Marconi (2022), pesquisa bibliográfica pode ser conceituada como uma listagem de referências já publicadas, no formato de artigos científicos (impressos ou virtuais), livros, dissertações de mestrado e teses de doutorado. 

Esta pesquisa está estruturada em sete capítulos: 1 (Introdução), 2 (Resiliência no Ambiente Organizacional), 3 (Inteligência Emocional), 4, 5 e 6 (Respostas aos Referidos Questionamentos), e 7 (Considerações Finais). 

2 Resiliência No Ambiente Organizacional 

De acordo com o dicionário online Michaelis (2024, n.p), um dos significadosorganizacional’ é “Relativo a ou próprio de organização; organizativo”. Para o dicionário online Dicio (2024, n.p), ‘organização’ significa “[Por Extensão]Instituição que se destina à realização de atos no âmbito político, social, econômico;sociedade. [Por Extensão] Conjunto de pessoas que possuem os mesmos interesses;associação”. 

Segundo Chiavenato (2022), organização significa qualquer projeto do ser humano criado e confeccionado com a intenção de atingir determinados resultados. As organizações podem ser empresas, entidades públicas, universidades, comércio em geral e vários outros tipos (Chiavenato, 2022). 

Para o dicionário online Dicio (2024, n.p), um dos significados de ‘resiliência é “Característica dos corpos que, após sofrerem alguma deformação ou choque, voltam à sua forma original; elasticidade. No sentido [Figurado] Capacidade natural para se recuperar de uma situação adversa, problemática; superação”. 

De acordo com Teixeira (2019), modernamente, a definição de resiliência vem ganhando destaque gradual, considerando-a uma característica provavelmente presente–ou estruturada – no ser humano, nas famílias e nas comunidades. Dessa forma, ela se torna uma peça-chave para buscar perspectivas de colaboração a fim de criar condições melhores para enfrentar a realidade (Teixeira, 2019). 

Segundo Piovan (2012, p. 12), “a resiliência não é algo com que se nasce, como dom, mas uma habilidade que pode ser desenvolvida”. 

Conforme destacado por Dos Santos (2023), a resiliência, quando desenvolvida por administradores, é capaz de dar apoio à capacidade de ser, poder, estar, ter e desejar em outros indivíduos, incluindo a habilidade de autocontrole e de autoestima. 

De acordo com Chiavenato (2022), resiliência é a capacidade de vencer uma desordem imposta por um fenômeno externo. As instituições, como sistemas abertos, têm capacidade de enfrentar e superar distúrbios externos provocados pela sociedade sem que desapareça a possibilidade de auto-organização. A resiliência determina o grau de proteção ou fragilidade do sistema a pressões ambientais externas. Isso explica que, quando uma instituição apresenta proeminente resiliência, as tentativas de reconstituição de modelos tradicionais e burocráticos sofrem vigorosa resistência ao prosseguimento do empreendedorismo e da mudança(Chiavenato, 2022). 

Para Christopher (2018), resiliência significa a tendência de um sistema voltar ao estado original ou desejado após ter tido um distúrbio. Sistemas resilientes são flexíveis, velozes e capazes de mudar com rapidez. Nessa última perspectiva, é importante perceber que apenas a agilidade não é suficiente; todavia, a aceleração ou a capacidade de arrancar desacelerar com rapidez é o que importa à resiliência (Christopher, 2018). 

Levando-se em consideração os conceitos sobre resiliência apresentados acima, depreende-se que a resiliência não é só essencial para as instituições, mas também para colaboradores, pois são eles que podem promover a mudança do status quo quebrar paradigmas no ambiente institucional, resultando na efetividade organizacional.

3 Inteligência Emocional 

Segundo Goleman (2011a), os psicólogos Peter Salovey e John Mayer propõem em 1990 um conceito elaborado sobre IE, ampliando as aptidões em cinco domínios principais:autoconsciência (conhecer as próprias emoções), autocontrole (lidar com emoções),automotivação (motivar-se), empatia (reconhecer emoções nos outros) e habilidade social(lidar com relacionamentos). Assim sendo, pode-se conceituar os referidos domínios como: 

• Autoconsciência: a capacidade de reconhecer as nossas próprias emoções e sentimentos no momento que eles ocorrem. 

• Autocontrole: a qualidade de gerenciar nossos sentimentos, no sentido controlarmos as emoções negativas. 

• Automotivação: a capacidade de entender nossas emoções e sentimentos, para que eles nos guiem para o atingimento de nossos objetivos. 

• Empatia: a qualidade de entender as emoções do próximo e de nos colocarmos no lugar dele. 

• Habilidade social: a capacidade de criarmos relações interpessoais respeitosas e harmoniosas. 

Para Robbins, Judge e Sobral (2010), IE é a capacidade do indivíduo ser autoconsciente de suas emoções, perceber as emoções nos outros e gerenciar as pistas das informações transmitidas por elas. 

Nesse sentido, Goleman (2011b) propõe que a IE é um fator que pode determinar maior parte o sucesso ou fracasso diante das experiências do dia a dia, sendo ela a responsável pelo desempenho de cerca de 85% das lideranças de sucesso. A IE pode ser conceituada como a capacidade do ser humano de compreender e gerenciar suas emoções e sentimentos, bem como entender as emoções do próximo e colocar-se no lugar dele, no sentido de que haja uma relação social respeitosa e harmônica.

4 Como O Profissional Pode Desenvolver Sua Resiliência E Inteligência Emocional? 

Conforme observado por Dos Santos (2023) é imprescindível o equilíbrio do corpo do pensamento para se conseguir resiliência e IE enquanto profissionais. Desenvolver Resiliência e a IE é essencial para a evolução profissional. Há algumas estratégias quepodemajudar um profissional a desenvolvê-las: 

● Autoconhecimento; 

● Autogerenciamento; 

● Estabelecimento de metas realistas; 

● Praticar a empatia; aprender a lidar com pressão;

● Superação; 

● Desafiar-se; 

● Praticar a resolução de problemas; 

● Ouvir mais do que falar; 

● Pensamento positivo; 

● Flexibilidade; 

● Comunicação eficaz; 

● Construção de relacionamentos interpessoais salutares e positivos. 

5 Quais Os Desafios Que Os Profissionais Encontram No Processo De Desenvolvimento Da Resiliência E Inteligência Emocional? 

De acordo com Dos Santos (2023), existem desafios importantes a serem enfrentados durante a busca do desenvolvimento da resiliência e da IE. A inteligência emocional obtida a resiliência adequada não são garantias que os administradores terão sempre um elevado desempenho (Dos Santos, 2023). O processo de desenvolvimento da resiliência e daí apresenta inúmeros desafios, dentre eles:

● Ambiente de trabalho estressante; 

● Pressão para alcançar resultados; 

● Conflitos interpessoais; 

● Resistência à mudança; 

● Líder com pouca inteligência emocional; 

● Falta de apoio dos colegas de labor; 

● Equilíbrio entre a vida pessoal e profissional; 

● Autoconsciência limitada; 

● Cultura organizacional que não valoriza ou apoia o desenvolvimentodaresiliência e da inteligência emocional; 

● Autocrítica excessiva; 

● Crenças e padrões emocionais arraigados. 

6 Como As Organizações Podem Auxiliar Seus Colaboradores Desenvolver A Resiliência E Inteligência Emocional? 

Conforme destacado por Dos Santos (2023), as instituições podem colaborar no auxílio do desenvolvimento da resiliência e da IE de seus funcionários estando alinhadas com uma atmosfera favorável a bons relacionamentos. As organizações são essenciais para o desenvolvimento da resiliência e IE de seus próprios colaboradores. Apresenta-se algumas formas como elas podem auxiliá-los: 

● Capacitação em inteligência emocional e em resiliência;

● Criar área de convivência para os colaboradores; 

● Implementar ginástica laboral diariamente; 

● Fornecer feedback construtivo; 

● Estabelecer metas alcançáveis; 

● Oferecer apoio aos eventos traumáticos;

● Tratar com seriedade assuntos relacionados à segurança e saúde dos colaboradores; 

● Proporcionar flexibilidade e equilíbrio entre trabalho e vida pessoal;

● Implementar programas de mentoria e coaching que versem sobre inteligência emocional e resiliência. 

7 Considerações Finais 

Considera-se que o objetivo deste estudo foi atingido, pois foram apresentados alguns conceitos sobre organização, resiliência e IE, assim como foram apresentadas respostas aos questionamentos. 

Conclui-se que a resiliência e a IE são importantes para que as organizações brasileiras consigam alcançar a efetividade organizacional. Contudo, é necessário que elas promovam capacitações sobre IE e resiliência para seus colaboradores, bem como ofereceram ambiente de trabalho seguro e saudável, no sentido de melhorar a qualidade de vida no trabalho. 

Referências Bibliográficas 

Chiavenato, I. (2022). Administração geral e pública: provas e concursos (6a ed.). Rio de Janeiro: Método. 

Christopher, M. (2018). Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos (2a ed.). (P. Rodrigues da Silva e Lopes, Trad.). São Paulo, SP: Cengage. (Obra original publicada em 2016). 

Dos Santos, S. B., Filho. (2023). Resiliência e inteligência emocional, habilidades, desafios o papel da organização. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, 9(4),562-570. DOI: https://doi.org/10.51891/rease.v9i4.9240.

Goleman, D. (2011a) Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que define o que é ser inteligente. (M. Santarrita, Trad.). Rio de Janeiro: Objetiva. (Obra original publicada em 1995). 

Goleman, D. (2011b). Trabalhando com a inteligência emocional [e-book]. (M. H. C. Côrtes,Trad.). Rio de Janeiro: Objetiva. (Obra original publicada em 1999). Disponívelem:<https://fliphtml5.com/nshab/vcdo/basic>. Acessado em: 05 jul. 2024.

Lakatos, E. M., & Marconi, M. A. (2022). Metodologia do trabalho científico: projetos de pesquisa, pesquisa bibliográfica, teses de doutorado, dissertações de mestrado, trabalhos de conclusão de curso (9a ed.). São Paulo: Atlas. 

Piovan, R. (2012). Resiliência: como superar pressões e adversidades no trabalho. São Paulo:Reino Editorial. 

Robbins, S. P., Judge, T. A., & Sobral, F. (2010). Comportamento organizacional (14aed.).(R. de Cássia Gomes, Trad.). São Paulo: Pearson Prentice Hall. 

Teixeira, E. C. (2019). Resiliência e vulnerabilidade social: uma perspectiva para a educação socio comunitária da adolescência. Petrópolis, RJ: Vozes.


1Graduado em Administração (ESAMAZ/PA). MBA em Gestão Pública (ESTRATEGO/FAAM/PA). Mestrando em Administração de Empresas pela MUST University. E-mail: adrianoqsilva@gmail.com