REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202411141533
Milena dos Santos Silva; Max Rhyan Belchior do Nascimento; Luis Jorge Souza dos Anjos; João Ernesto Rodrigues Junior; Gildean Barbosa Ferreira; Carlean Macedo da Conceição; Bruno Teixeira de Araújo; Mario Soares Chaves Neto; Antonia Carolaine Carvalho da Silva; Bernardo Rurik Aparecido Gomes
Resumo
O conceito de qualidade, nas suas mais variadas facetas, tem evoluído e tornando-se mais compreensível quando é analisado, entendido e aplicado, através dos tempos, nas empresas. A gestão de qualidade é responsabilidade de todos os níveis de gestão. A sua implementação envolve todos os membros de uma organização. Um planejamento eficiente ara obter sucesso em suas ações de produzir com qualidade. Este trabalho tem por objetivo identificar e compreender o conceito de qualidade e o uso das ferramentas específicas dessa área, visando destacar a sua devida importância. A metodologia utilizada consiste em pesquisa bibliográfica em materiais sobre o assunto sendo de caráter exploratório descritivo, na abordagem qualitativa.
Palavras – chaves: Qualidade, gestão, processos, melhoria, estrutura organizacional Abstract
The concept of quality, in its most varied facets, has evolved and become more understandable when it is analyzed, understood and applied, over time, in companies. Quality management is the responsibility of all levels of management. Its implementation involves all members of an organization. Efficient planning will ensure success in your quality production actions. This work aims to identify and understand the concept of quality and the use of specific tools in this area, especially highlighting its due importance. The methodology used consists of bibliographical research on materials on the subject, being of an exploratory, descriptive nature, with a qualitative approach.
Keywords: Quality, management, processes, improvement, organizational structure
1. INTRODUÇÃO
Para Daniel (2014, pág.2) “Atualmente para que a empresa tenha melhores condições de se manter no mercado que está atualmente competitivo é necessário que reformule os seus processos de gestão de qualidade”. Trazer novos conceitos de produtividade, estratégias mais abrangentes e um panejamento da produção. Tudo isso é fundamental quando uma empresa pretende obter sucesso nas suas ações de produzir com bons métodos. Com as novas configurações do setor de mercado são observadas no cenário econômico atual, devido ao desenvolvimento acirrado e provocado pelos implementos levados ao longo da globalização. Os empresários precisam impor processos com mais eficiência, eficácia e efetividade nas atividades orientadas para a produção JÚNIOR (2004, pág.12) afirma que “A qualidade nas inovações da produtividade é necessária para a sobrevivência de um produto e da própria empresa”. Os produtos e serviços ofertados precisam de uma padronização em cada etapa do processo, além de atender a todas as necessidades e expectativas do mercado. Usar ferramentas para auxiliar cada estágio irá proporcionar uma análise da produtividade mais abrangente e precisa. A empresa que almeja ascensão em um mercado tão competitivo a qualidade dos seus produtos necessita adaptar-se aos métodos de gestão, as constantes mudanças, impostas pelo avanço tecnológico, recorrem a novo desafios (Júnior, 2004).
Desta forma, o problema deste trabalho se depara na seguinte questão: Como implementar de maneira eficiente as ferramentas de qualidade nos processos empresariais?
O objetivo geral deste trabalho é demonstrar a relevância do sistema de gestão da qualidade dentro de uma estrutura organizacional, e como o uso de ferramentas relacionadas ajudará a manter ambientes de trabalho mais produtivos, seguros e com soluções rápidas para problemas que surgem nos processos.
2. METODOLOGIA
Esse trabalho se classificará em uma revisão bibliográfica, referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias contribuições científicas, no qual foram realizadas consultas em livros, dissertações, teses e artigos científicos selecionados nos seguintes bases de dados Google acadêmico e Scielo.
Foram escolhidas referências de artigos pesquisados em trabalhos publicados nos últimos 5 anos, porém foi citado algumas referências mais antigas por serem de grande valia para o desenvolvimento do tema.
3. QUALIDADE NA PRODUTIVIDADE
DUARTE (2020, p.4) “qualidade seria sinônimo da procura contínua da melhoria em todas as vertentes. A qualidade está presente em todos os setores de uma organização, adequando-se de acordo com as conformidades existentes dentro do serviço ou produto entregue pela empresa. Além de garantir que o processo ocorra como o esperado. Através de um bom planejamento.
As exigências do mundo atual, a vinda da tecnologia e as condições dos clientes sempre com novos requisitos mais distintos, está promovendo altas transformações na produtividade ou no modo de produzir. Aumento de técnicas em gestão de qualidade, procurando a minimização de erros e o aumento da lucratividade, e gradativamente o crescimento de produção (DUARTE,2020).
Ter um bom produto é necessário para que a empresa tenha bons retornos, para isso acontecer os processos precisam estar padronizados e atender ao que o consumidor almeja. Mediante a um mercado com alta competitividade, ter qualidade nos serviços que oferecem é primordial para atender todas as necessidades propostas (DE MATOS, 2012)
4. GESTÃO DA QUALIDADE
As empresas estão colocando em prática o sistema de gestão da qualidade, por conta da alta concorrência nacional e internacional, (CORREIA MÉLO; MEDEIROS, 2006). Muitas delas baseiam-se no ISO 9001 para implementar esse sistema. Este trabalho apresenta normas e técnicas que auxiliam na esquematização de novas metodologias empresariais em diversos lugares. Como nos ensina Correia; Mélo (2006, p.2) em que afirma: “essas séries de normas representam de diversos países que buscam interpretar e dar forma do conceito de sistema de gestão da qualidade”).
A ISO 9001 é uma forma de autenticar as diretrizes de gestão da qualidade empresarial. O seu objetivo é tornar os processos mais eficientes. É notável que diversas empresas expõem uma certa distinção nos seus modos e programas de melhoria contínua (MARTINS; GONZALES, 2007).
Segundo Gonzales e Martins (2007, p.2) “A prática da melhoria contínua nas organizações, atualmente é uma premissa para a sua competitividade no mercado”. É uma disputa acirrada por melhoramento nos desempenhos, é indispensável estar atento a cada detalhe e as novas perspectivas do mercado e as suas inovações.
Para estar sempre em desenvolvimento os empresários buscam implementar o sistema de gestão da qualidade e procuram ter a certificação ISO 9001 ou adotar as suas técnicas e normas sobre qualidade.
Vale destacar que o ponto primordial das organizações ao aplicar essas técnicas e padronizar e adotar um conjunto de procedimentos que possam atender boa parte das necessidades de seus consumidores finais e sempre trazendo alguma melhoria.
5. MELHORIA CONTÍNUA
Há de se pensar na melhoria como algo a ser perseguido dentro da empresa e buscar de modo implacável a entrega de qualidade para o consumidor final. Dessa maneira temos, segundo (ATTADIA; MARTINS. 2003, p.2) que “O processo de melhoria contínua apresenta diferentes estágios de evolução e necessita de uma infraestrutura para atingir os objetivos”. Essa adequação requer monitoramento contínuo e detalhista em cada passo que irá ocorrer e pessoas preparadas quando a empresa quer implementar novos métodos que possam alavancar seus processos e trazer uma parametrização que gere mais qualidade. Visando um futuro de aperfeiçoamento em suas práticas regulares e fazendo a medição de como tudo está acontecendo e se está acontecendo e ocorrendo tudo de forma correta.
Para Attadia e Martins (2003), ressalta sobre a medição de desempenho, sendo algo indispensável para detectar o que anda acontecendo e se as novas técnicas desenvolvidas estão em funcionamento. Complementando a ideia, Hranec (1994, p.5) afirma que “Medidas de desempenho são os “sinais vitais” da organização. Elas informam às pessoas o que estão fazendo, como elas estão se saindo e se elas estão agindo como parte de tudo. Elas comunicam que é importante para toda a organização: a estratégia de gerência de primeiro escalão para os demais níveis, resultado dos processos, desde os níveis inferiores até o primeiro escalão, e controle de melhoria dentro do processo”.
6. FERRAMENTAS DA QUALIDADE
A dinâmica do mercado empresarial vem passando por grandes transformações. É perceptível que todos os setores, vem crescendo e adquirindo novas perspectivas e implementações.
Daniel e Murback (2014, p.2) afirmam que “tais implementações vêm modificando estruturalmente o setor de prestação de serviços e produtos ofertados pelas empresas que procuram trabalhar dentro de um sistema de qualidade”. Seguindo esse contexto, os problemas que surgem apresentam uma complexidade maior, devido ao alto crescimento das atividades empresariais.
Assim, as ferramentas de qualidade proporcionam novas técnicas que servem na definição, análise e resolução dos problemas. Identificando e compreendendo o que acontece de forma mais clara e sucinta. Além de aumentar o fluxo de produção.
6.1 FLUXOGRAMA
De acordo com Azevedo (2016, p.2) “Mapear os processos requer a observação e descrição de como se está trabalhando”. Ele ressalta que o mapeamento é feito através da esquematização dos processos com o fluxograma, representados por símbolos. Onde cada símbolo caracteriza um processo. Quanto mais realista e preciso, a compreensão da situação ficará melhor. Assim podendo haver alguma implementação de melhoria sem alterar os procedimentos existentes.
Figura 1: Fluxograma de uma rotina
Fonte: Ferramentas da Qualidade
6.2 DIAGRAMA DE PARETO
O diagrama de Pareto é utilizado para destacar a importância relativa de diversas condições, ajudando a escolher o ponto de partida para resolver um problema, identificar sua causa raiz e monitorar o sucesso das ações tomadas. Esse tipo de diagrama pode ser aplicado para identificar os problemas mais significativos, utilizando diferentes critérios de medição, como a frequência ou o custo (SANTOS, 2020).
O Diagrama de Pareto consiste em um gráfico de barras que permite organizar as ocorrências de uma empresa, ajudando a identificar os principais problemas e prevenir perdas futuras. Essa ferramenta é essencial para reconhecer os problemas mais críticos e que causam maiores dificuldades (SANTOS, 2020).
O passo inicial para a elaboração do diagrama de Pareto e crucial é a coleta de dados, os principais índices do gráfico são as causas das falhas, número de ocorrências, porcentagem de ocorrências sobre o total, porcentagem acumulada (TELES, 2019).
O gráfico de Diagrama de Pareto mostra o quão simples é a sua visualização, para auxiliar a tomada de decisão. O Diagrama de Pareto ordena as frequências de atividades ocorridas, em ordem decrescente para melhor identificação e visualização dos principais problemas, podendo assim priorizá-los para depois propor soluções aos mesmos (SANTOS, 2020).
A análise da curva da porcentagem acumulada pode ser útil para a definição de quantos tipos de defeitos devem ser atacados, para que seja possível atingir certo objetivo de resultado (Santos,2020).
Um exemplo trata uma fábrica de móveis enfrenta desafios relacionados à qualidade de seus produtos. Os clientes frequentemente reclamam de defeitos, o que afeta a satisfação e a lealdade. A administração decide usar o Diagrama de Pareto para identificar e priorizar os problemas de qualidade mais críticos. A equipe de qualidade coleta dados sobre os defeitos encontrados nos móveis durante um período de três meses. Os dados são obtidos a partir de inspeções de qualidade, retornos de clientes e relatórios de produção. Os defeitos são categorizados em diferentes tipos rachaduras na madeira, acabamento irregular, parafusos soltos, pintura descascada, montagem incorreta.
Figura 2: Empresa de moveis, gráfico de Pareto
Fonte: Autoria própria
Pode-se notar que na imagem do gráfico que as rachaduras na madeira representam a maior parte do problema e que as três principais causas (rachaduras na madeira, acabamento irregular e parafusos soltos) representam 80% dos defeitos.
6.3 DIAGRAMA DE ISHIKAWA
O Diagrama de Ishikawa, também conhecido como Espinha de Peixe ou Diagrama de Causa e Efeito, é uma ferramenta de análise de processos que permite identificar as causas raízes de um problema. É amplamente utilizado na melhoria de processos, na resolução de problemas e na identificação de oportunidades de melhoria (SILVA, 2022).
O diagrama de Ishikawa se mostra uma abordagem eficaz na identificação e análise das causas raiz de problemas em processos empresariais. Este método oferece uma estrutura clara e visual para explorar todas as possíveis causas de um problema específico, facilitando a tomada de decisões informadas e a implementação de soluções direcionadas (SILVA, 2022).
Figura 3: Esquema Básico do Diagrama de Ishikawa
Fonte: Autoria própria
De acordo com a figura 1, a ferramenta reflete um esquema que permite a visualização do efeito estudado e suas principais causas, através do mapeamento de fatores negativos que afetam um problema ou resultado desejado (LIMA, 2016).
Uma das principais vantagens do Diagrama de Ishikawa é a sua capacidade de organizar informações complexas de maneira visualmente acessível. Ao categorizar as causas potenciais em grandes grupos, como métodos, máquinas, mão de obra, materiais, meio ambiente e medidas, o diagrama ajuda as equipes a considerar todas as possíveis fontes de problemas, evitando a omissão de fatores cruciais. Essa abordagem holística é essencial na otimização de processos, pois garante que nenhuma área importante seja negligenciada (LIMA, 2016).
Além disso, o Diagrama de Ishikawa promove a colaboração e o envolvimento da equipe. Ao reunir profissionais de diferentes departamentos e níveis hierárquicos para contribuir com a construção do diagrama, a organização se beneficia de uma variedade de perspectivas e conhecimentos. Esse processo colaborativo não só melhora a precisão na identificação das causas, mas também aumenta o comprometimento dos funcionários com as soluções propostas, já que eles participaram ativamente da análise do problema (SILVA, 2022).
Apesar de suas vantagens, o Diagrama de Ishikawa também apresenta algumas limitações. A principal delas é a sua dependência da experiência e do conhecimento dos participantes. Se a equipe envolvida na construção do diagrama não tiver uma compreensão profunda do processo ou não estiver bem treinada na metodologia, é possível que algumas causas importantes não sejam identificadas. Para mitigar esse risco, é crucial proporcionar treinamento adequado e, se necessário, envolver especialistas externos (SILVA, 2022).
A aplicação do Diagrama de Ishikawa não deve ser vista como uma solução única, mas como parte de um esforço contínuo de melhoria de processos. A cultura de melhoria contínua (Kaizen) se beneficia enormemente da utilização dessa ferramenta, pois ela fomenta uma abordagem sistemática e repetitiva para identificar, analisar e corrigir problemas. Cada iteração do diagrama fornece insights valiosos que podem ser usados para ajustar e melhorar continuamente os processos empresariais. Além disso, ao documentar as causas identificadas e as ações corretivas implementadas, as organizações podem criar um repositório de conhecimento que pode ser consultado futuramente. Isso é especialmente útil para evitar a recorrência de problemas e para treinar novos funcionários na compreensão dos processos e das melhores práticas estabelecidas (BASTOS, 2015).
6.4 FOLHA DE VERIFICAÇÃO
A folha de verificação, também conhecida como check sheet, é uma ferramenta fundamental na gestão da qualidade que auxilia na coleta e análise de dados de maneira estruturada. Utilizada amplamente na otimização de processos empresariais, esta ferramenta permite a identificação de padrões, a verificação da conformidade e a tomada de decisões informadas baseadas em dados concretos (FABRIS, 2022).
Uma característica da folha de verificação é a sua simplicidade e facilidade de uso. Esta ferramenta pode ser implementada sem a necessidade de tecnologia avançada ou treinamento intensivo, o que a torna acessível para empresas de todos os tamanhos e setores. Ao fornecer um formato padronizado para a coleta de dados, a folha de verificação garante que as informações sejam registradas de forma consistente e precisa (FABRIS, 2022).
A Folha de Verificação é capaz de questionar processos e diagnosticar se há variações neles. Desta maneira, a empresa adquiri uma padronização das informações que permite traçar mais objetivamente e com maior confiabilidade o seu plano de ação (FABRIS, 2022).
Folhas de verificação podem vir em diferentes formas e tamanhos e os indivíduos devem ser capazes de projetá-los para atender às suas necessidades (AYRES, 2019).
A folha de verificação pode ser aplicada em diversas áreas dos processos empresariais. Na manufatura, é comumente utilizada para monitorar a frequência de defeitos, a conformidade com as especificações e o desempenho das máquinas. Em serviços, pode ser usada para rastrear incidentes de atendimento ao cliente, monitorar a conformidade com os procedimentos e avaliar a qualidade dos serviços prestados.
Por exemplo, uma empresa de manufatura pode usar uma folha de verificação para registrar os defeitos observados em um lote de produtos. As categorias de defeitos (como arranhões, descoloração, deformações etc.) são listadas na folha, e os operadores marcam cada ocorrência durante a inspeção. Após a coleta de dados, a empresa pode analisar a folha de verificação para identificar quais tipos de defeitos são mais comuns e em quais etapas do processo eles ocorrem com mais frequência. Com essas informações, a equipe pode investigar as causas subjacentes e implementar melhorias direcionadas para reduzir a incidência de defeitos.
A utilização da folha de verificação é uma prática essencial para promover a melhoria contínua dentro das organizações. Ao fornecer dados precisos e consistentes sobre o desempenho dos processos, esta ferramenta permite uma avaliação contínua e sistemática deles. Através da análise dos dados coletados, as empresas podem identificar áreas de melhoria, monitorar o progresso das iniciativas de melhoria e ajustar as estratégias conforme necessário (WERKEMA, 2006).
Além disso, a folha de verificação contribui para a criação de uma cultura de qualidade dentro da organização. Ao envolver os funcionários na coleta de dados e na identificação de problemas, a empresa promove um ambiente onde todos os membros da equipe se sentem responsáveis pela qualidade e eficiência dos processos. Esse engajamento é crucial para o sucesso das iniciativas de melhoria contínua (WERKEMA,2006).
6.5 DIAGRAMA DE DISPERSÃO
O diagrama de dispersão, também conhecido como gráfico de dispersão ou scatter plot, é uma representação gráfica usada em estatística para mostrar a relação entre duas variáveis quantitativas. A ferramenta é utilizada para contornar eventuais problemas na produção, identificando a relação entre causa e defeito das duas variáveis (SANTOS, 2021)
Os seres humanos têm uma longa história de representação visual de dados, mesmo que de forma rudimentar. Pictogramas (tipo de representação gráfica que utiliza imagens ou ícones para transmitir informações ou dados de uma maneira visual e fácil de entender) e gráficos simples eram usados por civilizações antigas para registrar informações sobre populações, culturas e comércio.
Durante a Idade Média e o Renascimento, a cartografia se tornou uma disciplina mais sofisticada, com mapas detalhados sendo produzidos para representar terras, rotas comerciais e dados geográficos. Embora não sejam diretamente relacionados aos diagramas de dispersão, esses mapas influenciaram a forma como pensamos sobre a representação visual de dados.
Francis Galton foi o responsável pela realização do princípio da ferramenta do diagrama de dispersão no século XIX. Galton era primo de Charles Darwin, meteorologista, antropólogo, matemático e estatístico, além de criador da teoria da Eugenia, a qual tratava de que: a altura média dos pais de uma determinada altura tendia a se deslocar ou regredir até a uma altura média de toda a população. Essa teoria fora comprovada posteriormente por Karl Pearson, grande contribuidor para o desenvolvimento da estatística, afirmando que tanto os filhos mais baixos quanto os mais altos, sempre tendiam para uma mesma média de todos os homens. Galton usou diagramas de dispersão para estudar a correlação entre diferentes características, como a altura de pais e filhos, e desenvolveu métodos para calcular a correlação entre variáveis. Seu trabalho foi fundamental para a compreensão moderna da correlação e da regressão linear (CARDOSO, 2022)
O diagrama de dispersão ainda é um componente essencial da análise de dados e da tomada de decisões em várias áreas hoje em dia. Atualmente, o diagrama de dispersão é utilizado de várias maneiras:
- Ciência de dados e analise estatísticos: na análise inicial de conjuntos de dados para encontrar padrões, tendências e correlações entre variáveis, os diagramas de dispersão são essenciais;
- Ciência e pesquisa: pesquisadores em diversas áreas, como biologia, medicina, psicologia e geociências, usam diagramas de dispersão para investigar correlações entre variáveis e entender fenômenos complexos;
- Negócios e economia: empresas utilizam o diagrama de dispersão para mostrar dados de mercado, como preço versus demanda, publicidade versus vendas, e outros fatores que afetam o desempenho financeiro. A análise de risco é usada para encontrar correlações entre ativos financeiros e avaliar a diversificação de portfólios de investimento;
- Educação e ensino: Os diagramas de dispersão são usados pelos professores e educadores para visualizar o desempenho dos alunos em diferentes áreas de estudo e encontrar padrões que podem indicar onde há melhorias a fazer ou intervenções necessárias;
- Engenharia e tecnologia: Em processos industriais, os diagramas de dispersão são usados para monitorar a qualidade dos produtos, identificando as correlações entre as variáveis de processo e as características do produto final. Já os engenheiros usam esses diagramas para melhorar a eficiência global, encontrar e eliminar erros, reduzir desperdícios e otimizar os processos de fabricação;
- Saúde e bem estar: nessa área, os diagramas de dispersão são usados para personalizar os tratamentos médicos, identificando como características genéticas, estilo de vida e resposta a medicamentos se relacionam.
Como demonstrado, o diagrama de dispersão pode ser uma ferramenta fantástica para acompanhar tendências e fazer diagnósticos. É também muito útil para estabelecer uma relação causa-efeito entre as variáveis de uma empresa. No entanto, a ferramenta oferece vários usos adicionais (OLIVEIRA, 2021).
O diagrama de dispersão é uma ferramenta essencial na análise de dados porque mostra a relação entre duas variáveis quantitativas de forma simples e eficaz. Devido à sua facilidade de construção e interpretação, é possível identificar facilmente padrões, tendências e correlações, o que facilita a compreensão inicial dos dados. Além disso, a detecção de anomalias, que podem afetar significativamente os resultados das análises, é crucial (OLIVEIRA, 2021)
Figura 4: Diagrama de Dispersão – exemplo
Fonte: Novida
6.8 CARTA DE CONTROLE
Walter A. Shewhart, um estatístico estadunidense que trabalhava na empresa Bell Telephone Laboratories, criou as cartas de controle no início do século XX. Ele estava procurando uma maneira de melhorar a qualidade dos produtos da empresa e descobriu que um processo de monitoramento de variação era necessário.
Após isso, Shawhart fez um gráfico de controle básico para mostrar a média e a variação de um processo ao longo do tempo. Ele descobriu que observando essas variáveis era possível descobrir quando o processo estava fora de controle e tomar medidas para corrigir o problema antes que a qualidade do produto tivesse sido comprometida. As cartas de controle evoluíram com o tempo para atender às demandas de várias forças e procedimentos (AZEVEDO, 2020)
Até hoje, as cartas de controle continuam a ser uma ferramenta importante para o gerenciamento e a melhoria de processos em vários setores. No entanto, com o avanço das tecnologias e a crescente disponibilidade de dados em tempo real, sua aplicação evoluiu.
As cartas de controle são uma ferramenta vital para qualquer empresa que busca manter padrões elevados de qualidade, eficiência e consistência em seus processos. Além de facilitar a supervisão e o controle em tempo real da produção, eles também fornecem uma base sólida para o pensamento crítico, a inovação e a melhoria contínua. A aplicação eficaz desse plano leva a produtos de melhor qualidade, maior satisfação do cliente e uma vantagem duradoura no mercado (RAPOSO,2021).
Figura 5: Carta de Controle – Médias das medidas de PH
Fonte: Ferramentas de qualidade -Portal ISSO
7. CONCLUSÃO
O sistema de gestão de qualidade, os programas e as ferramentas da qualidade representam importantes diferenciais para as empresas, pois proporcionam benefícios de diversas ordens, além de ajudar nas resoluções dos problemas trazendo uma forma mais prática de solução. Assim, o sistema de gestão de qualidade estrutura a organização e se posiciona em padronizar os processos de forma que, todos sejam efetuados adequadamente e sempre mantendo a qualidade para que possam atender todas as necessidades dos seus consumidores finais. Sempre buscando uma melhoria contínua atendendo aos requisitos da ISO 9001, executando e implementando novas ações.
Aprimorar os processos dentro de uma organização requer o uso de ferramentas de qualidade. As ferramentas não apenas auxiliam na localização e solução de questões de maneira mais eficiente, mas oferecem uma compreensão mais abrangente e detalhada das tarefas. As empresas podem visualizar e analisar seus processos de forma mais clara ao usar ferramentas como fluxogramas, diagramas de Ishikawa, folhas de verificação, diagramas de Pareto, histogramas e cartas de controle.
Essas ferramentas permitem identificar pontos críticos de melhoria, eliminando gargalos e aumentando a produtividade. Além disso, facilitam a padronização dos processos e garantem que as melhores práticas sejam seguidas de forma consistente. Isso provoca produtos de maior qualidade e satisfação dos clientes.
O monitoramento contínuo da cadeia de produção é um outro benefício específico, pois é possível identificar desvios e adotar correções de forma imediata. Esta vigilância é vital para preservar a eficácia e a eficiência das atividades, além de garantir a adequação aos padrões de qualidade.
8. REFERÊNCIAS
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