A RELEVÂNCIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11166163


Rejane Dias Da Silva Carvalho; Tatiane Cavalcante De Azevedo; Maria Do Parto Ramalho Venâncio; Orientadora: Professora Alyne Linhares do Nascimento.


RESUMO

O discurso sobre afetividade na educação compreende pautar as bases de ensino nos requisitos de respeito, compreensão e autonomia de ideias, com a pretensão de formar cidadãos participativos socialmente e politicamente e capazes de pensar, de forma  a estabelecer vínculos e conceitos de respeito e harmonia com o próximo e o ambiente de trabalho. O presente estudo busca levantar a autonomia do tema frente à importância no aprendizado e nas relações dos alunos para com os outros e com o mundo. O assunto demonstra em seu conteúdo a relevância de se questionar em meio acadêmico e escolar a aplicação da afetividade para composição da metodologia de ensino e grades curriculares, incorporando atenção especial e laços entre alunos e professores, a fim de criar maiores discussões sobre o tema, dada sua urgência nos dias atuais, onde as relações interpessoais têm sido frias e impessoais. Ao se analisar obras clássicas Wallon e Piaget, é possível de determinar bases educacionais pautadas na afetividade, principalmente em educação infantil, utilizando-se do lúdico como metodologia de ensino. Ressalta-se a importância do papel da família e da educação baseada em amor, carinho e afetividade. Desse modo, não apenas o professor, mais a escola deve receber com cuidado, respeito e ternura essa criança, pois em um ambiente aconchegante será muito mais fácil e simples para criança se desenvolver seu lado cognitivo, socializador tendo assim uma ótima aprendizagem.

Palavras-chave: Afetividade. Aprendizagem. Escola. Família. Professor. 

ABSTRACT

The discourse on affectivity in education comprises guiding the teaching bases on the requirements of respect, understanding and autonomy of ideas, with the intention of forming citizens who are socially and politically participatory and capable of thinking, in order to establish bonds and concepts of respect and harmony with the neighbor and the work environment. This study seeks to raise the topic’s autonomy in terms of its importance in learning and in students’ relationships with others and with the world. The subject demonstrates in its content the relevance of questioning in academic and school environments the application of affectivity to the composition of the teaching methodology and curriculum, incorporating special attention and ties between students and teachers, in order to create greater discussions on the subject, given its urgency today, where interpersonal relationships have been cold and impersonal. By analyzing classic works Wallon and Piaget, it is possible to determine educational bases based on affectivity, especially in early childhood education, using play as a teaching methodology. The importance of the role of the family and education based on love, affection and affection is highlighted. Thus, not only the teacher, but the school must receive this child with care, respect and tenderness, because in a warm environment it will be much easier and simpler for the child to develop their cognitive, socializing side, thus having a great learning experience.

Keywords: Affection. Learning. School. Family. Teacher.

1 INTRODUÇÃO

Tratar do tema relacionado à afetividade em ambiente escolar, diz respeito ao fato de se acreditar na educação construída a partir de uma base fundamentada em valores, respeito, compreensão e autonomia de ideias. Com a pretensão de formar cidadãos participativos socialmente e politicamente capazes de pensar, de forma autônoma, estabelecendo vínculos e conceitos de amizade, respeito e harmonia com o próximo em sociedade.

A afetividade é de suma importância, pois demonstra em seu conteúdo a relevância de se questionar no meio educacional o exercício de sua prática como composição nas metodologias de ensino e grades curriculares. Incorporando atenção especial e laços entre alunos e professores, a fim de criar maiores discussões sobre o tema, dada sua urgência nos dias atuais, onde as relações interpessoais têm sido frias e impessoais.

Nesse sentido, Freire (1996) determina as características do docente que trabalha com bases afetivas e demonstra o envolvimento do professor e aluno, de modo que as aulas tragam uma interação e que o professor traga os alunos até a intimidade do movimento do seu pensamento, de forma a desafiar o aluno a pensar e acompanhar seus pensamentos. Já Piaget (1976) enfatiza que o afeto é essencial para o raciocínio e o desenvolvimento da inteligência, deixando claro que a vida afetiva e vida cognitiva são inseparáveis, embora distintas. 

Relacionando o tema da pesquisa: A RELEVÂNCIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL à familia, determina-se que os primeiros professores de uma criança são seus pais, pois uma família bem estruturada emocionalmente traz resultados positivos relacionados ao desenvolvimento cognitivo e sócio afetivo de uma criança. Uma criança amada, respeitada e acolhida, com certeza, tem maiores condições emocionais   para desenvolver seu aprendizado. É na família que a criança cria seus primeiros vínculos afetivos e é por meio dela que o indivíduo é apresentado à sociedade (OLIVEIRA, 1992).

Mais tarde ao ingressar na escola, os professores passam a ser formadores da criança, tornando-se imprescindivel refletir sobre a afetividade como fator importante na relação entre os docentes e seus alunos, implementando ainda a análise sobre  a importância de ações pedagógicas a fim de favorecer a afetividade no trabalho do professor bem como identificar as dificuldades enfrentadas na relação de aprendizado, que envolvem a questão da afetividade. Por fim, objetiva-se ainda discutir a postura do professor diante de dificuldades no relacionamento com alunos tendo como referências as leituras bibliográficas.

A partir da fase conceitual, o estudo delimitará o tema diante da importância de  se relacionar a afetividade juntamente com as práticas pedagógicas em sala de aula, proporcionando aos alunos oportunidades de evoluir como seres humanos enquanto tarefa e desafio da escola, assumindo seu papel em parceria com a família, a ponto de gerar cidadãos pensantes e com laços afetivos que os unam a ética e respeito ao próximo. Para isto, o trabalho pedagógico e educacional da instituição de ensino se representa através da formação educacional, fazendo com que os alunos cumpram regras, explicandolhes sobre limites a serem respeitados, e acima de tudo acreditando que as crianças passem a vivenciar frustrações A comunidade científica tem mostrado que os momentos de afetividade vividos na escola são fundamentais para a formação de personalidades sadias e capazes de aprender, de forma a enfocar o tema e inserir em pautas educacionais.

O tema destacado pelo presente estudo: A RELEVÂNCIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL, foi escolhido devido a sua importância na área pedagógica e na vida geral das crianças. Tendo em vista que seu objetivo geral consiste em avaliar qual a relevância da afetividade no processo educacional na Educação Infantil, seguindo dos objetivos específicos que determinam a análise os fatores que tornam a afetividade relevante e necessária na relação educador e criança na educação infantil; conceituam a relação entre afetividade e aprendizagem e identificam a contribuição da afetividade no processo ensino aprendizagem, através de análise autoral de obras como Piaget, Wallon e Vygotsky, relacionando a afetividade com a educação infantil.

O trabalho objetiva ainda, contribuir através de estudo bibliográfico de diversos autores ligados ao universo pedagógico e psicológico, que tanto contribuíram e ainda contribuem sobre como a afetividade vem sendo aplicada no processo de ensino/aprendizagem.

Visa também demonstrar a importância dos educadores no dia a dia com as crianças e a dedicação no convívio com elas, e compreender como a escola vem trabalhando a afetividade em seu cotidiano e usando-a a seu favor para o ensino aprendizagem dessas crianças. Contribuiu para a escolha o fato de acreditar que o afeto e carinho são essenciais para com as crianças que estão pela primeira vez em um ambiente fora do que já estão acostumados. 

Assim, a pesquisa seguirá a seguinte estrutura: o primeiro capítulo irá tratar da afetividade e desenvolvimento infantil, a contribuição das teorias psicogenéticas; onde se abordará o posicionamento de Vygotsky, Piaget e Wallon. No segundo capítulo será tratada a relação entre a afetividade e aprendizagem. Já no terceiro capítulo, será abordado os fatores que influenciam na construção de um ambiente afetivo para a criança, como a família, a escola e a relação professor-aluno.

Por fim, a conclusão, onde serão apresentadas as análises finais acerca as trajetórias da pesquisa. E a seguir, a referências bibliográficas que serviram de consulta e análise do referido tema.  

Ressalta-se, todavia, que o objetivo não é concluir, fechar o tema, dando-lhe a palavra final, mas deixá-lo em aberto, como uma indagação, com o objetivo que seja sempre revisto e atualizado, por futuros pesquisadores, a fim de que as crianças e adolescentes tenham garantidos uma educação de qualidade, com a base sólida de uma educação paralelamente, afetiva. 

O estudo aparesenta caráter exploratório, buscando aumentar a experiência em torno da aplicação dos elementos tecnológicos na grade curricular das escolas. De acordo com Gil (2002), um estudo exploratório possibilita o aprimoramento de ideias sobre um tema, com a finalidade de torná-lo, por meio de uma interpretação, mais claro ao entendimento de pesquisadores. Gil (2002), conceitua a pesquisa exploratória como forma de avaliar as teorias ou conceitos ora existentes e o modo como podem ser aplicados a um problema, analisando o comportamento da escola, sociedade e família.

Diante os fatos apresentados, questiona-se: Qual a relevância da afetividade no processo educacional na Educação Infantil?

2 TEMA

Diante o tema enfoca no presente estudo, Rossini (2001, p.9) entende que a afetividade acompanha o ser humano desde o nascimento até a morte. Ela ‘está’ em nós como uma fonte geradora de potência, de energia”. Através da afetividade que as relações se consolidam e o respeito, companheirismo e sentimento harmonioso elevam o ser humano ao desenvolvimento integrado em pilares de comprometimento, ética e sabedoria. Dessa forma, Cabral et al. (2005) reafirmam:

Afetividade é o termo usado para designar e resumir não só os afetos em sua acepção mais estreita, mas também os sentimentos ligeiros ou matizes de sentimentos de agrado ou desagrado, enquanto o afeto é definido como qualquer espécie de sentimento e emoção associada a ideias ou a complexos de ideias (CABRAL e NICK apud RUIZ e OLIVEIRA, 2005, p.6).

Sobre a base da afetividade, Lino (2009) destaca a família como uma instituição responsável pelos afetos, sentimentos e amor, uma construção social, um espaço necessário para garantir a sobrevivência, o desenvolvimento e a proteção integral dos demais membros da família, independentemente do arranjo e das formas de estruturação. Desse modo a presença familiar e o modo com que a criança observa a família e é orientada demonstra fator essencial em todo o processo de desenvolvimento, aprendizagem e relação com o ambiente externo ao meio familiar.

Já nos egundo momento, a criança se depara com um novo ciclo social ao ser ingressada na escola e Freire (1997), afirma a importância dos apectos afetivos na construção do conhecimento. Para o autor, a afetividade constitui um fator essencial no processo de desenvolvimento humano, e é na relação com o outro, por meio desse outro, que o indivíduo poderá se delimitar como pessoa e manter o processo de desenvolvimento em permanente construção. Sobre o aspecto do papel do professor na construção afetiva, Woolfolk (2000, p.47) determina:

Os professores são de grande ajuda para os alunos que enfrentam problemas emocionais ou interpessoais. Principalmente quando eles têm uma vida familiar caótica e imprevisível, e precisam de uma estrutura firme e atenta na escola. Eles precisam de professores que estabeleçam limites claros, sejam consistentes, apliquem as regras firme, mas não punitivamente, respeitem os alunos e mostrem uma preocupação genuína com o seu bem-estar. Como professor, você pode estar disponível para conversar sobre problemas pessoais sem exigir que seus alunos o façam.

Dessa forma, imprescindível se faz a questão do cuidado emocional da criança, para que flua um desenvolvimento desejável e ocorra uma interação saudável com o meio e consigo mesma (LIMA; LIMA, 2015).

3. DESENVOLVIMENTO

CAPÍTULO I – Relação de Afetividade

Na conceituação de Piaget apud Rossini (2001, p.9), “parece existir um estreito paralelismo entre o desenvolvimento afetivo intelectual, com este último determinando as formas de cada etapa da afetividade”. Mas o que é possível se observar no cotidiano é que a afetividade é a base sobre a qual se constrói o conhecimento racional, o respeito e o comprometimento com o próximo. 

De acordo com Santrock apud Ruiz e Oliveira (2005, p.6) “na Psicologia os afetos costumam ser classificados em positivos e negativos”. Destaca-se outrora que a afetividade é um termo utilizado para designar e resumir não só os afetos em sua acepção mais estrita, mas também os sentimentos ligeiros ou matizes de sentimentais de agrado ou desagrado, enquanto o afeto é definido como qualquer espécie de sentimento e (ou) emoção associada a ideias ou a complexos de ideias (CABRAL e NICK, 1999). Sobre a ótica alinhada aos aspectos positivos e negativos da afetividade, Santrock et al (2005) assumem a divisão dos conceitos de forma a estabelecer as seguintes diferenças:

A afetividade positiva (AP) se refere ao tipo de emoções positivas tanto de alta energia (entusiasmo e excitação) como de baixa energia (calma e tranquilidade) O prazer e a alegria também são exemplos da afetividade positiva. Já a afetividade negativa (AN) se refere a emoções negativas como a ansiedade, a raiva, a culpa e a tristeza. Note-se que é possível que um aluno apresente alta energia em ambas dimensões (AP e AN) ao mesmo tempo. Seria o caso de apresentar um alto nível de energia entusiasta e, ao mesmo tempo, estar irritado (SANTROCK, 2002).

Observadas as considerações de Santrock et al. (2005), observa-se os diferentes níveis de sentimentos e emoções decorrentes à afetividade e a importância dos sentimentos na delineação dos desejos e realizações do ser humano. Para o aluno, manter um nível desejável entre as emoções, elevando o sentimento benéfico e controlando as fortes emoções traria o patamar de aprendizado com bases nas relações humanas, pautado no respeito ao que o próximo sente. Sendo assim, a aprendizagem está intimamente ligada à afetividade, pois, sem afetividade, não há motivação para melhor desempenho do conhecimento. 

Maldonado (1994), aponta fatores que dificultam o relacionamento interpessoal, apontando que o afeto pode estar escondido sob camadas de mágoa, medo, desconfiança, tristeza, ressentimento, decepção, vergonha e raiva. Nos adverte ainda, que as atitudes ríspidas e agressivas, muitas vezes podem expressar a necessidade de proteger-se contra o medo de ser rejeitado, sentimentos de inadequação e também contra a dor do desamor, resultando num bloqueio emocional para todos os seus relacionamentos. Nas palavras de Piaget (1997, p.56):

A afetividade e o desenvolvimento da inteligência estão dissociados e integrados, no desenvolvimento psicológico, não sendo possível ter duas psicologias, uma da afetividade e outra da inteligência para explicar o comportamento. 

A integração e o conhecimento do profissional de educação sobre os sentimentos da criança são capazes de direcionar e reformular didática de aprendizado ora afetada. A criança deseja aprender quando há em si motivos profundamente humanos que desencadeiem tais aprendizagens. A educação afetiva deveria ser a primeira preocupação dos educadores, porque é um elemento que condiciona o comportamento, o caráter e a atividade cognitiva da criança. Sendo que:

A aprendizagem escolar depende, basicamente, dos motivos intrínsecos: uma criança aprende melhor e mais depressa quando se sente querida, está segura de si e é tratada como um ser singular (…). Se a tarefa escolar atender aos seus impulsos para a exploração e a descoberta, se o tédio e a monotonia forem banidos da escola, se o professor, além de falar, souber ouvir e se propiciar experiências diversas, a aprendizagem infantil será melhor, mais rápida e mais persistente. Os motivos da criança para aprender são os mesmos motivos que ela tem para viver. Eles não se dissociam de suas características físicas, motoras, afetivas e psicológicas do desenvolvimento (RODRIGUES, 1976, p.174).

Com a finalidade de se observar o desenvolvimento do estudante, é importante satisfazer a necessidade fundamental da criança que é o amor. Cabe ao professor, na sua responsabilidade e no seu conhecimento da importância de sua atuação; produzir modificações no comportamento infantil, transformando as condições negativas através das experiências positivas que pode proporcionar. Estabelecerá, assim, de forma correta, o seu relacionamento com a criança, levando-a a vencer suas dificuldades (SOUZA, 1970).

A base educacional deve se pautar na atuação de um profissional que desenvolva atividades curriculares e que paute o aprendizado em relação que estabeleça a confiança, o dinamismo e o interesse do aluno no processo de desenvolvimento. Sobre esse aspecto Rodrigues (1976, p.179) enfatiza:

As situações de ensino agradáveis suscitam no aluno um desejo de repetir e renovar a aprendizagem. Quando, por infelicidade, o contrário acontece, o aluno tende a rejeitar não só a disciplina que não consegue aprender, mas também tudo quanto a ela se refira, inclusive o mestre e até a própria escola. Se a situação de aprendizagem é gratificante e agradável, o aprendizado tende a se dinamizar, a extrapolar-se para situações novas e similares e, por fim, a inspirar novas aprendizagens.

Conforme Tinoco (1999) é possível constatar que existem crianças que não possuem nenhuma dificuldade atemporal, espacial e esquema corporal, com um bom nível de inteligência, mas que fracassam na escola. Ao se investigar estas crianças a nível afetivo-emocional, é possível descobrir conflitos relativamente graves na família interferindo em seu desenvolvimento no sentido de promoverem regressão ou fixação em fase anterior de desenvolvimento.

Uma vez que a alfabetização se faz como o primeiro passo da aprendizagem escolar, a mesma pode ser bloqueada pelos conflitos internos da criança, relacionados com a não elaboração da situação Edípica.

Com relação ao afeto, tanto a superproteção materna, quanto a carência de afeto podem interferir na aprendizagem segundo Cahan (apud AJURIAGUERRA, 1984). A superproteção mantém a criança na passividade, dependência e medo de crescer. Já a carência pode levar a uma procura de carinho que absorve a criança ficando está em outras possibilidades de investimento. Uma carência deste tipo pode perturbar as possibilidades de integração da imagem corporal, a diferenciação entre si e os outros, a fragmentação do tempo e do espaço. O mundo é vivido como vago e mal diferenciado (TINOCO, 1999, p.29).

Quanto aos aspectos observados por Tinoco (1999, p.30): “Quanto ao ego, suas funções são as que mais interferem na aprendizagem intelectual escolar. O mau desenvolvimento destas funções e a má organização do ego interferirão de forma negativa na aprendizagem”. Ressalta-se a importância entre o desenvolvimento intelectual e a aceitação da criança no processo de aprendizagem, cabendo ao professor a devida colaboração para que seus alunos entendam e diferenciem situações que lhe causem danos. A afetividade e atenção entram nesse ponto como essenciais à boa formação do ego.

Jean Piaget (1896-1980) e Lev Vygotsky (1896-1934) atribuíam importância à afetividade no processo evolutivo, mas foi o educador francês Henri Wallon (1879-1962) que se aprofundou na questão. Ao estudar a criança, ele não coloca a inteligência como o principal componente do desenvolvimento, mas defende que a vida psíquica é formada por três dimensões – motora, afetiva e cognitiva -, que coexistem e atuam de forma integrada (TINOCO, 1999). 

Todavia Henri Wallon não define a afetividade como principal elemento sobre o desenvolvimento da criança, elevando-a ao conceito de desenvolvimento de personalidade. O autor privilegia as relações intrínsecas entre a afetividade e a inteligência, foco pouco abordado nos meios acadêmicos, especialmente no Brasil (ALMEIDA, 2008). 

Ressaltar Wallon, por sua vez, permite estender o debate junto aos que têm se ocupado da tarefa de levar a teoria walloniana aos leitores brasileiros. Ademais, acreditamos que um enfoque mais claro do conceito terá repercussão na sua aplicação ao processo de formação de professores, introduzindo novos olhares para a relação educativa e, consequentemente, facilitando o processo de ensino e aprendizagem (ALMEIDA, 2008).

Crianças sujeitas a muitos estresses provocados pela escola podem vir a sofrer de problemas emocionais, como ansiedade, depressão, desmotivação, vulnerabilidade, baixa produtividade, etc., que podem interferir com o seu rendimento escolar presente e futuro (LUSSIER, 2001). Destaca-se, todavia, o papel do professor a fim de compor importante elemento na vida de seus alunos, aplicando o conhecimento de maneira afetiva e observando os sentimentos alinhados à sua classe, respeitando a individualidade de cada um.

Observados os requisitos acerca do conceito de afetividade, criou-se o Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) assentando em práticas pedagógicas flexíveis que oferecem oportunidades e alternativas acessíveis para todas/os as/os alunas/os em termos de métodos, materiais, ferramentas, suporte e formas de avaliação, sem alterar o nível de desafio e mantendo elevadas expetativas de aprendizagem. Pretende-se, assim, identificar e remover as barreiras à aprendizagem e participação e maximizar as oportunidades de aprendizagem para todos/as os/as alunos/as (MENDES, 2017). 

O modelo foi criado a partir do desafio de transformar escolas de ensino comum em ambientes inclusivos e favoráveis à aprendizagem de todos, surgiu, em 1999, nos Estados Unidos, o conceito Universal Designer Learning (UDL), traduzido como Desenho Universal para Aprendizagem (DUA). O DUA consiste na elaboração de estratégias para acessibilidade de todos, tanto em termos físicos quanto em termos de serviços, produtos e soluções educacionais para que todos possam aprender sem barreiras (CAST UDL, 2006).

O modelo analisa perspectiva de ressignificação do papel do professor, enxergando-o como um mediador do processo de aprendizagem, um elemento fundamental, outrora com o papel de diferenciar o método tradicional elaborado aos docentes. Ou seja, favorece a ruptura do formato tradicional de sala de aula, caracterizado por fileiras de estudantes sentados diante de um professor a quem é delegada a missão de transmitir o conteúdo e, posteriormente, verificar se o mesmo foi absorvido por meio de provas (MENDES, 2017).

Para Nelson (2013), o DUA está fundamentado em pesquisas científicas sobre a aprendizagem, delimitando os requisitos como:

(i) A aprendizagem se relaciona com  os aspectos emocionais e biológicos do indivíduo, isto é, a quantidade de sono e alimentação adequada, as predisposições e as emoções, são fatores que precisam ser respeitados; 

(ii) É importante que os alunos tenham experiências significativas, tempo e oportunidade para explorarem o conhecimento; 

(iii) As emoções têm uma importância fundamental uma vez que motivam a aprender, a criar e a conhecer; 

(iv) O ambiente é muito importante. Os conhecimentos aprendidos precisam ser significativos e se essas aprendizagens não forem usadas em outros ambientes, tais conhecimentos e conexões estagnam-se. Destaca-se nesse princípio, não só a relação entre diferentes contextos de aprendizagem, mas também a transferência dessas aprendizagens para outros ambientes; 

Observa-se o modelo DUA mediante Imagem 1:

Imagem 1: DUA

Fonte: (MENDES, 2017)

Ressalta-se que referidos os princípios aplicados no DUA, Silva et al. (2015, p. 9) apontam para a importância de se pensar na “diversidade do processo de aprendizagem” elevando o idealismo de ensino para todos, e trazendo a ideia de inclusão e afetividade, com o propósito de ofertar um ensino baseado em  parceria com professores especializados e outros profissionais, a elaboração de recursos, materiais, atividades e espaços educativos e flexíveis para o aprendizado de todos os alunos, contemplando, assim, a diversidade, os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem (SILVA, 2015).

Para Orsati (2013), determina a forma de aceitar as habilidades, estilos de aprendizados, capacidades e interesses diferenciados existentes dentro da sala de aula e, dessa forma, “os professores elaboram as adaptações e começam a refletir sobre como reformular sua instrução, para todos os alunos” (ORSAT, 2013, p. 214).

Observa-se, no entanto, que as práticas elaboradas constituem a aplicação da afetividade no sentido de envolver toda comunidade escolar, família e interação com os alunos, mediante planejamento e aptidão participativa no conceito de desenvolver as habilidades e estima dos alunos.

Observada a importância do processo aprendizagem pautado na conduta afetiva, destaca-se que as emoções fazem parte dos processos relacionados com o corpo e a motricidade, como as sensações (interoceptivas, homeostáticas, proprioceptivas, tônicas e exteroceptivas), impressões, atitudes, posturas, acepções, percepções, noções, sentimentos, etc., quer sejam atuais quer simuladas ou cogitadas, que na sua diversidade e complexidade podem influenciar o pensamento, logo a aprendizagem. Em contrapartida, os pensamentos também podem desencadear emoções que tendem a interferir com a mente e o corpo (RAMACHANDRAN, 2011).

Dessa forma, observa-se a evolução das emoções aos sentimentos e relacionadas às memórias de um aprendizado baseado no amor, atenção e carinho, servindo de parâmetro e exemplo para toda a trajetória escolar da criança.

 1.1 A família como principal elemento de afetividade.

A família apresenta-se como meio inicial de interação na vida da criança. As primeiras experiências sociais, afetivas e de aprendizado ocorrem no seio familiar, de modo a conduzir, orientar e desenvolver o ser, gerando a primeira capacitação pessoal para as inserções no ambiente social e escolar.

Barbosa (2011 p. 9) destaca que o desenvolvimento ocorre principalmente nos três primeiros anos de vida, onde a criança encontra-se “imersa, principalmente no ambiente familiar, sendo a família a primeira forma de contato da criança com o mundo”.  E apenas a partir da inserção no ambiente escolar é que a criança passa a enxergar o mundo além do seio familiar.

Pratta e Santos (2007), ressaltam que é através da família que ocorre o processo de amadurecimento e desenvolvimento biopsicossocial dos indivíduos. Dessa forma, além de garantir a sobrevivência, a família é a responsável por inserir o indivíduo no meio social e afetivo, preparando a criança para as relações sociais e afetivas entre os indivíduos que passarão a integrar e interagir em seu convívio. Importante salientar que a influência familiar gera tantas consequências que certas vezes é a própria criança quem denuncia as disfuncionalidades ocorridas no ambiente familiar (COSTA E DIAS, 2005).

Certas percepções sobre as incoerências no desenvolvimento infantil se dão pela própria família, de forma que é preciso fazer a análise do ambiente e convívio familiar e associar a dinâmica de trabalho às famílias (AGUIAR, 2014). Na visão do mesmo autor, importante se faz a análise dos seguimentos:

Que tipo de relações essa criança veio estabelecendo ao longo de sua existência? Quais foram as implicações de tais relações para seu processo de autorregulação organísmica? Quais os elementos presentes em seu campo relacional que a impedem ou dificultam de construir e/ou escolher novas formas de satisfação? […] Para que ela precisa se comportar ou se relacionar de tal forma dentro de tais contextos a fim de manter seu equilíbrio e de que elementos estariam concorrendo para isso? […] Que tipo de exigência, restrição, a criança encontra em determinado contexto que precise agir de determinada forma para se autorregular?” (AGUIAR, 2014, p. 54-55).

Dessa forma Telles (2011) determina ser no seio familiar que o sujeito vivencia seus interesses e necessidades, e convive com os conflitos até se preparar de fato para relacionar-se com os meios sociais. Desse modo, dependendo da relação familiar pode o desenvolvimento da criança ser prejudicado e as consequências psíquicas apresentarem como um empecilho ao bom desenvolvimento cognitivo e social.

De toda a forma, a análise do meio social e familiar em que a criança está inserida apresenta-se como ponto chave para o início da vida escolar, fazendo com que a análise do convívio social respingue em atitudes boas ou até mesmo indesejáveis ao inserir em ambiente social e escolar, sendo viável que a criança possa aprenda com suas próprias experiências, a saber, lidar com suas dificuldades (COSTA, 2004), encontrando na escola a afetividade que tanto necessita em algumas situações e até mesmo em situações extremas ou de risco apresentar e confiar à escola o papel de encaminhá-la a demais ajuda de profissionais.

De acordo com Aguiar (2014), a interação entre a criança e o mundo se dá através de sete funções de contato (visão, audição, tato, paladar, olfato, linguagem e movimento corporal). Por intermédio das funções que a criança adquire a experiência com o mundo. Quanto mais a criança usar e desenvolver todas as funções de contato, maior a possibilidade de estabelecer um contato saudável com o mundo e consigo mesma, garantindo mais opções de ajustamento criativo no mundo, aplicando as funções de afetividade, carinho e respeito no mundo social, observando tal fenômeno em ocorrência de estímulos. A família deve participar dessa etapa do desenvolvimento da criança na medida adequada, deve valorizar suas potencialidades, permitir que ela faça escolhas e mostrar que as escolhas têm consequências, ajudando a lidar com seus fracassos e a aceitar os erros.

Observa-se que o desenvolvimento não ocorre por automatismos, pela passagem do tempo ou pelos efeitos maturacionais, e sim pelo investimento afetivo de que a família dispõe para a criança, pois o ser humano é um ser de relações que são construídas com outro humano, através do afeto. Portanto, o desenvolvimento pleno da criança está intimamente ligado ao afeto que a família proporcionará a ela (SILVA et al., 2015).

Tão importante quanto o laço de afetividade construído pela família, consagra-se a participação familiar na escola. Foi instituído oficialmente, pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), o “Dia Nacional da Família na Escola”, a ser comemorado no País todo dia 24 de abril. Traz o lema: “Um dia para você dividir responsabilidades e somar esforços”. Será realizado oficialmente duas vezes ao ano, como estratégia de reforço à importante presença da família na escola. Trata-se de um instrumento simbólico que tem a finalidade de aproximar a comunidade da escola, integrando-as (CRISPINO, 2001).

O primeiro Dia Nacional da Família na Escola ocorreu em 24 de abril de 2001. A proposta surgiu após a divulgação dos resultados do Sistema de Avaliação de Educação Básica (Saeb), que mostraram melhorias nas notas e diminuição da evasão escolar de alunos cujos pais acompanhavam seu desenvolvimento nas aulas. Para o evento, cada escola define sua programação, de acordo com as possibilidades de diretores, professores, pais e alunos, mas o MEC distribuiu cartilhas com sugestões de atividades. A campanha do Dia Nacional da Família na Escola conta com o apoio das secretarias estaduais e municipais de educação, clubes de mães, centros de voluntariado, além das associações de pais e mestres (APMs) (EDUCABRASIL, 2001).

CAPÍTULO II – Importância da Educação no cenário brasileiro

O direito à educação social e fundamental é essencial à vida do ser humano. Mostra-se como dever do Estado, oferecer aos cidadãos o devido aprendizado e da família construir as bases sólidas na construção do ser social, o que na visão do site Brasil Escola, “Por meio da educação escolar, a pessoa pode compreender a forma de organização e as relações estabelecidas na sociedade na qual está inserida” (BRASILESCOLA, 2018).

No que se refere ao desenvolvimento pessoal do ser humano, a educação apresenta-se como um pilar na história de cada indivíduo, determinando seu futuro profissional e a capacidade de se destacar profissionalmente e ter uma qualidade de vida justa e capaz de preencher seus desejos pessoais e de sua família, potencializando o indivíduo a viver em sociedade competitiva. Ao referenciar o exercício da cidadania, a educação mostra-se como a chave para o desenvolvimento social, político e econômico, determinando o conhecimento de direitos e deveres individuais (UNESCO, 2018).

Importante se faz apresentar a educação como mediadora dos conflitos sociais e fonte de progresso entre a sociedade, estando disponíveis a todos, sem qualquer discriminação financeira ou social. Dessa forma, a educação apresenta-se prevista na Constituição Federal do Brasil como direito de todo o povo brasileiro e na estrutura de vida do ser humano. É através do conhecimento que cada indivíduo adquire as perspectivas de vida e a projeção futura no que se refere a formação continuada e ao sucesso profissional.

Baseado em Cury (2009), a educação é definida no ordenamento jurídico como dever do Estado e direito do cidadão. A constituição Federal torna público:

A educação, direitos de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo em exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, p. 01).

São diversos os problemas existentes na educação brasileira, especialmente na educação pública, que podem refletir de forma significativa na qualidade do ensino.  Fatores determinantes norteiam resultados negativos, como desvalorização do corpo docente, distância entre Estado e as instituições de ensino, falta de materiais didáticos, falta de acompanhamento psicológico, falta de inclusão e desinteresse dos pais. No Brasil, o Plano Nacional de Educação (PNE) é o responsável pelo estabelecimento de diretrizes, metas e estratégias que devem reger as iniciativas na área da educação. Por isso, todos os estados e municípios devem elaborar planejamentos específicos para fundamentar o alcance dos objetivos previstos.

O conceito de qualidade da educação, é definido com relação aos recursos materiais e humanos que nela se investem e nos processos de ensino e aprendizado. Na concepção de Dourado (2007), a qualidade da educação é entendida como fator de promoção da equidade, destacando-se o impacto das experiências educativas na vida das pessoas e na contribuição para a promoção da igualdade de oportunidade.

 Para Hanushek e Woessmann (2010), a qualidade da educação é influenciada por fatores internos da escola, como a infraestrutura, a qualificação dos professores e as práticas pedagógicas e como por fatores externos, as características das famílias. O atributo qualidade no ensino encontra-se em pauta nas principais discussões sobre educação, enfocando critérios educacionais e a necessidade de elevar índices de desenvolvimento para o país. O uso do termo qualidade no ensino, remete a ideia-fim que a educação se direciona, objetivando promover o indivíduo na esfera educacional e profissional. O ato educativo de qualidade é aquele que possibilita ao educando “espantar-se” e “admirar-se” com o processo de construção de um sujeito coletivo, comprometido com a transformação social (CARVALHO, 2005).

Por isso, “A qualidade da educação oferecida, refere-se, portanto, à formação da personalidade do educando e em sua integridade, não apenas em aquisição de conhecimentos em seu sentido tradicional” (PARO, 2006 p. 34).

Nesse sentido, visualiza-se que os recursos materiais e humanos são ferramentas chave para conceituar a relação de qualidade da educação, uma vez que se investem no âmbito da instituição escolar, da sala de aula e nos processos de ensino e aprendizado. Para Dourado (2007), com base em análises da UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), a qualidade da educação é entendida como fator de promoção da equidade, destacando-se o impacto das experiências educativas na vida das pessoas e na contribuição para a promoção da igualdade de oportunidade. No entanto, a oferta dos recursos materiais apresenta-se como condição individual de cada ambiente escolar. Nesse sentido, Jean Piaget (1991) afirma: 

A educação não é uma simples contribuição, que se viria acrescentar aos resultados de um desenvolvimento individual espontâneo ou efetuado com o auxílio apenas da família: do nascimento até o fim da adolescência a educação é uma só, e constitui um dos dois fatores fundamentais necessários à formação intelectual e moral, de tal forma que a escola fica com boa parte da responsabilidade no que diz respeito ao sucesso final ou ao fracasso do indivíduo, na realização de suas próprias possibilidades e em sua adaptação à vida social (PIAGET, 1997, p.35).

Diante desta análise, entende-se que o papel da escola é imprescindível na construção do pensamento do aluno e os meios materiais a serem utilizados demonstram o interesse mútuo entre a relação escola/aluno, trazendo benefícios em todos os campos do saber, fixação do aprendizado e desenvolvimento intelectual.

O aprendizado de fato ocorre quando o aluno começa a questionar os ensinamentos adquiridos nas aulas ministradas pelos professores e busca relação com a aplicação dos conceitos para realização de tarefas ou resoluções de problemas. O elemento aprendizado é formado pelo confronto de ideias entre a realidade e os significados que cada ser constrói sobre essa realidade (ANTUNES, 2008). 

Gadotti (2009), enumera três condições que devem estar presentes numa escola de qualidade: professores bem formados, condições de trabalho e um projeto. Ao que diz respeito aos docentes, o autor determina que precisa ter gosto em ensinar, sentir satisfação em aprender sempre, possuir domínio técnico-pedagógico, saber gerenciar a sala de aula, mediar conflitos, etc. A qualidade de ensino, segundo este autor, depende muito da qualidade do professor. 

A base educacional se torna a ferramenta de estudo para a prosperidade de uma nação, uma vez que se faz necessária a análise detalhada sobre a educação ofertada à população, a estrutura educacional, as políticas públicas que a envolvem e as principais barreiras a serem vencidas, diminuindo as desigualdades sociais e econômicas.  Leva-se em consideração parâmetros e estudos ora avaliados pelos estudiosos brasileiros e percebe-se dificuldades em caráter educacional especialmente ao que diz respeito a educação oferecida na rede Pública de Ensino, que para Souza (2002), trata-se de violência simbólica, principalmente comparando o ensino entre escolas públicas e privadas:

No campo educacional, dado sua natureza, a violência simbólica muitas vezes passa despercebida. Não obstante, em algumas situações, ela é claramente identificável. Quando as regras da escola não são claras, quando os alunos são pré-julgados ou não são escutados, quando os professores se afastam muitas vezes porque não conseguem responder aos anseios dos educandos ou, ainda, quando há a imposição de tarefas dobradas a estes, é exercida a violência simbólica.

Quando professores da rede pública brasileira percebem baixos salários e péssimas condições de trabalho, quando são forçados a adotar uma didática pré-definida e a abdicar a sua criatividade de educador, quando sofrem pela intransigência do Estado na resolução dos problemas educacionais e ensejam greves, materializam-se aí exemplos claros de violência simbólica. Afinal, a priori, o Estado mostra-se como detento de poderes (SOUZA, 2012, p.31).

Levantadas algumas possibilidades, há de se analisar o perfil da qualidade educacional ofertada em Rede Pública de Ensino e suas principais limitações, uma vez que para Bauman (2001, p.102), historicamente a educação brasileira “sempre esteve repleta de períodos cruciais nos quais se tornou evidente que pressupostos e estratégias experimentadas estavam perdendo contato coma realidade e precisam ser reformuladas”. Trata-se de análise sobre o conjunto que move a educação, os aspectos relevantes que a complementam e as políticas que surgem e são aplicadas a fim de diminuir os problemas e tentar alavancar o Brasil em níveis educacionais.

Na obra “Educação e sociologia” de Durkheim (2013, p. 43), o questionamento sobre educação surge como a delimitação sobre o conceito e toma a base referencial de que a concepção de educação diz respeito a ação que os homens imprimem sobre os próprios homens e ressalta que “a ação entre homens pertencentes à mesma faixa etária diferem da que os adultos exercem sobre os mais jovens”.

Sobre esse aspecto, a visão da educação se encontra entrelaçada à “preparação das gerações atuais para a vida social realizada pelas gerações anteriores” (balman, 2001, p.124), ou seja, remete novamente à Teoria do Capital Humano de Schultz, onde todo o conhecimento adquirido durante a vida reflete ao progresso e ao desenvolvimento futuro. Para Durkheim (2013, p.56), a “educação trata-se de uma construção social, amparada como um produto de vida comum refletindo seus anseios e necessidades, apresentando-se como um instrumento de transmissão de habilidades necessárias à vida social”. 

A educação é um direito de todos e traz em seu contexto o desenvolvimento pleno da pessoa humana e sua preparação para o cenário social. Como a sociedade, a educação é um campo de luta entre várias tendências e grupos. Ela não pode fazer sozinha a transformação social, pois não se consolida e efetiva-se sem a participação da própria sociedade (GADOTTI, 1995).

Steinberg (2001), considera que o poder Público se encontra fora da esfera do alcance do oprimido e se torna libertador quando o indivíduo consegue sair da esfera opressora. Nesse contexto, observa-se que as respostas a este empasse podem ser encontradas na educação, que deve ser oferecida ao oprimido.

Necessário se faz, no entanto, o estudo do ambiente de aprendizagem e as perspectivas sociais frente a educação no Brasil. Steinberg (2001), enfatiza que a Educação Pública das últimas décadas foi um dos desaguadouros do intencional apartheid social, implantado pelas elites econômicas e é a partir dele  que se pode compreender a crise da educação e a atuação política-pedagógica dos educadores.

Um fator relevante diz respeito a falta de mobilização popular dos cidadãos brasileiros para que a escola seja determinante na vida da população. Existem políticas públicas sem o real cumprimento e crises econômicas, todavia, o país encontra-se em fases de investigações políticas inerentes à corrupção. Professores trabalham com baixos salários e levam tempo para receber. Por exemplo, os professores de Minas Gerais, no ano de 2018 tiveram seus salários atrasados por longos períodos. Por conseguinte, na visão de Hanushek e Woessmann (2010), a qualidade da educação é influenciada tanto por fatores internos da escola, como a infraestrutura, qualificação dos professores e as práticas pedagógicas, como por fatores externos, como as características das famílias.

A realidade precisa ser mudada, uma vez que o futuro da nação se faz totalmente interligado à educação, à formação profissional, à economia gerada por capacidade de rendas maiores e ao povo intelectual. A violação e a negação do direito à educação têm contribuído de modo fundamental para a privação de outros dos demais direitos humanos, principalmente do grupo da população de baixa renda (GABRIEL, 2018).

Sabido que a classe menos favorecida tem ainda menos acesso à educação e consequentemente a gama de ações e possibilidade de vida digna será afetada pela baixa instrução. A baixa renda permanece de acordo com a falta de instrução. As possibilidades de trabalho e melhoria de vida são afetadas evidentemente de acordo com a formação profissional do ser. Através de estudos do DIEESE, existe uma relação evidente entre a baixa escolaridade e a geração de emprego, bem como o crescimento profissional da população e o crescimento do país. Dessa forma, ressalta-se que embora haja a perspectiva através de metas governamentais em prol de melhorias na educação, fatores negativos contribuem para que os índices sobre a qualidade de ensino ofertada nas redes públicas sejam ineficientes.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, juntamente com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNAD/IBGE), no ano de 2009, apontaram que há muita desigualdade no cenário educacional brasileiro, dividindo as diferenças entre regionalismos. Os notáveis índices de analfabetismo e de precariedade escolar abrangem a maior parte, porém, não unívoca, das regiões norte e nordeste do país.

 O estudo que fora divulgado em 18 de novembro de 2010 enfatiza as diferenças existentes no acesso à educação entre o período de 1992 a 2009, para ricos e pobres, brancos e negros e população urbana e rural, contudo, ainda é possível notar-se a disparidade existente do ponto de vista regional, sobretudo, entre as regiões Norte/Nordeste e Sul/Sudeste, foco norteador deste trabalho (IBGE,2009).

O professor, agente primordial na construção do saber está cada dia mais desvalorizado, com baixos salários ou salários atrasados.

A desvalorização dos professores chega a ser um fator de inversão de valores dentro de uma sociedade, visto que o profissional capaz de ensinar, orientar e modificar a vida de um indivíduo é tratado com desleixo, baixa remuneração e sem perspectiva de crescimento profissional. Gabriel (2018) assim enfatiza:

Diante de tal inversão, nos perguntamos que tipo de sociedade o país quer construir. Um país que despende exorbitantes valores para a construção de estádios de futebol, para o que recursos financeiros são fartos, ignorando-se critérios de contenção de gastos, quando se trata de uma pequena reforma em estabelecimento de ensino, cujas dependências permanecem por décadas sem assistência e sem recursos para reformas, em um colégio público em ruínas, a palavra de ordem é que é necessário respeitar a lei da “responsabilidade fiscal”. Nunca existe dinheiro para se investir em educação. (GABRIEL, 2018, p.02).

O autor descreve em um prisma governamental a baixa importância referenciada aos professores e às escolas no que diz respeito a sua infraestrutura. Exemplifica que o governo brasileiro gastou milhões de reais na construção de estádios de futebol durante a copa do mundo de 2016, enquanto os professores são tratados como secundários e os prédios escolares estão em ruínas. 

A família também é vista como fator social, uma vez inerente à formação moral do ser humano. É através da família que o ser é incentivado a buscar novos horizontes. Todavia a baixa renda familiar age de forma a descentralizar a educação, visto que muitas das vezes a prioridade familiar se encontra na esfera alimentar, evadindo os alunos da escola a fim de buscar empregos  para o sustento familiar; o que visivelmente também é um problema, vez que, quanto menor a escolaridade do ser, menor será sua chance no mercado de trabalho. Gabriel (2018) descreve as lacunas sociais visíveis no país:

É necessário repensar valores, e é necessário valorizar os pais, em primeiro lugar. Uma sociedade cujos filhos não honram seus pais é uma sociedade destinada ao caos, porque, sem a instituição familiar, as referências de valor se perdem. É urgente também a revalorização da carreira docente, porque, do contrário, estaremos caminhando rumo a um país que priva seus cidadãos do direito a uma educação digna. Um estudante se dispõe de conhecimentos sólidos, em troca, transforma-se em um profissional responsável e competente para exercer uma profissão com uma bagagem de conhecimentos tal que pode retribuir à sociedade com um trabalho que os enobrece e os dignifica. São cidadãos que contribuem para o engrandecimento da comunidade em que se inserem. Privando-se os cidadãos do direito a uma educação plena, condena-se o país a formar filhos incompetentes, retroage-se à mais ignominiosa barbárie! (GABRIEL, 2018, p. 03).

Com sabedoria, o autor menciona os principais aspectos sociais envolvendo a família no contexto moral, a valorização do docente e a obrigação Estatal. O autor ainda menciona a importância da formação profissional na sociedade como um todo.

No âmbito social, das diferenças de classes, má formação, baixa qualidade nas escolas, desvalorização dos educadores, influência dos pais como formadores da moral e incentivadores do futuro profissional, cabe ao Governo unir as bases da democracia a fim de sanar as incoerências sociais e formar uma população com valores éticos e o saber aliados à qualidade de ensino ofertada.

A obrigação então se demonstra em cunho social e político, onde a população deve se unir e cobrar das governantes ações sólidas.

Contudo, a análise sobre a atuação governamental se faz presente, uma vez que ao Estado cabe assegurar o direito à educação para todos os indivíduos,  incluindo a igualdade de condições de acesso e permanência na escola; ampliação e a obrigatoriedade  da educação básica; definição de diretrizes para os níveis, ciclos e modalidades de ensino; definir e garantir padrões de qualidade; implementação de programas suplementares onde estejam incluídos a disposição de recursos tecnológicos, segurança nas escolas, etc. (DOURADO et. al., 2007).

CAPÍTULO III – Relações afetivas entre professor- aluno

Afetividade é um termo muito vasto e que se pode interpretar de várias maneiras. Ele está relacionado com sentimentos como ternura, simpatia, humor, emoção, temperamento dentre outros (ENGELMANN, 1978).  

Diferentes, porém relacionados entre si, o desenvolvimento do intelecto possui componentes como cognitivo e afetivo. Como afirma Piaget (1995) não tem como separar esses dois (o cognitivo e o afetivo), pois todo ato de pensar (ação) e agir  comportam o cognitivo expressado pelas ações da mente e afetivo representado energeticamente pela afetividade, ou seja , esta  constitui a inteligência que leva o  indivíduo a realizar o que lhe é proposto.

Assim sendo Silva (2015) ressalta que um ambiente tranquilo de aprendizado, oferecido pelos educadores, tornam os alunos mais seguros, fazendo com que afetividade esteja sempre presente em sala de aula, fazendo com que haja uma interação saudável e afetiva entre professor aluno. Cury (apud SIQUEIRA; SILVA NETO, 2011, p. 12) enfatiza que: 

A afetividade deve estar presente na práxis do educador […] os educadores, apesar das suas dificuldades, são insubstituíveis, porque a solidariedade, a inclusão, a tolerância sentimentos altruístas, gentileza, bem como todas as áreas da sensibilidade não deverá ser ensinado por máquinas, e sim por serem humanos.

 O grande responsável pela estimulação e manutenção do vínculo afetivo é o professor, pois torna o aluno seguro quando oferece um ambiente propício para o processo ensino-aprendizagem. Segundo  Pacheco (2014), o laço afetivo entre o educador e o educando firmado em um laço de afetividade é um dos principais colaboradores para o sucesso na aprendizagem, considerando que esse laço não é apenas físico e sim de como esse aluno é tratado, como por exemplo, o tom de voz do professor, as palavras e os gestos, o elogio quando esse aluno faz corretamente a atividade.

 Pacheco (2014)  destaca que o professor deve ter um conhecimento prévio daquilo que está proposto a ensinar, pois caso o professor não se sinta emocionalmente e cognitivamente  conhecedor da matéria , o aluno pode também perder o interesse fazendo uma leitura muito subjetiva daquilo que lhe é ensinado e se tornando até indisciplinado ou até mesmo apático, tornando assim  impossível para o professor ensinar bem  seu aluno, já que não o conquistou por diversas vertentes  componentes de sua pratica ao educando. 

Entende-se que somente o educador pode mudar ou melhorar seu jeito de ser e criar um vínculo afetivo com seu aluno. Conquistar o aluno, respeitá-lo no que tange sua liberdade de expressão e sua integridade emocional aumenta seu  rendimento de aprendizagem (PACHECO, 2014).

 Nesse aspecto, o docente deve levar em consideração à criança como um todo, como ser integral, respeitando seus conhecimentos prévios, assim essa atitude tem seu ponto de partida na atitude do professor e reflete, posteriormente, na ação do aluno. Pacheco (2014), em consonância com Marchand (1985), que salienta que o professor deve sempre estar atento, observando seu modo de agir, para que sua relação com o aluno seja de afeto e respeito. O investimento na afetividade não se limita somente na forma com que o educador estabelece o carinho físico com o educando, mas, sobretudo, quando o mestre tem consciência do seu papel formador e tem orgulho do que faz, transmitindo esse sentimento para seus alunos e estes se sentem valorizados. 

Nesse sentido, SILVA (2011=5, p. 7) afirmam que: 

A sensibilidade do professor torna-o capaz de entender os estágios de desenvolvimento da criança, fazendo-a vivencia o mundo de imaginação sonhos, alegria e etc. O professor precisa conhecer bem a criança, para usar de estratégias que produzam resultados satisfatórios, concordar que o aluno tem um papel importante no uso da didática adotada pelo professor […] 

Vale ressaltar que a instituição escolar tem a obrigação de garantir a aprendizagem das matérias escolares aos seus alunos, tal como conhecimentos matemáticos, leitura e escrita, mas, sobretudo, a afetividade e a importância de valorizar as suas emoções ouvindo-os com extrema atenção, valorizando sempre o diálogo e proporcionando um ambiente acolhedor. Quando uma criança vai à escola, submete-se a aprovação ou reprovação em relação ao ambiente escolar e do professor

O simples fato de o indivíduo frequentar a escola, não garante que ele irá apreender os conhecimentos científicos promovidos durante as aulas, no entanto a afetividade pode ser utilizada como elo entre sujeito e conhecimento. Assim, entende-se que o professor conquista seu aluno pelo respeito e afeto que lhe é dedicado. Ensinar não é uma tarefa fácil, por isso, o professor tem que reconhecer seu papel, valorizar seu aluno e, assim, colaborar para um melhor rendimento escolar de seu aluno.

Pacheco (2014, p.100) afirma que “o afeto é o suporte do conhecimento e que: Neste caso, o educador serve de continente para a criança. Poderíamos dizer, portanto, que o continente é o espaço onde podemos depositar nossas pequenas construções e onde elas são acolhidas e valorizadas, tal qual um útero acolhe um embrião”. A criança deseja e necessita ser amada, aceita, acolhida e ouvida para que possa despertar para a vida da curiosidade e do aprendizado. Portanto o docente é o porto seguro do aluno, personagem que oferece segurança e acolhimento durante suas conquistas educacionais. 

Segundo Pacheco (2014) há instituições escolares que se dedicam somente em transmitir aos seus educandos conhecimentos pedagógicos, ignorando os laços de afetividade e a oportunidade de o aluno adquirir conhecimentos e descobrir suas próprias verdades.

Essa perspectiva de educação limita o aluno apenas ao conhecimento científico, privando-o de conquistas significativas nos diferentes sentidos. Sendo assim, Pacheco (2014) afirma que a afetividade oportuniza ao aluno a aquisição da inteligência emocional e assim reflete na aprendizagem global do educando.

Wadsworth (2001) aponta que não se pode separar afetividade e cognição, conclui em seus estudos que a afetividade é vital em todos os seres humanos, de todas as idades, mas, especialmente, no desenvolvimento infantil. A afetividade está sempre presente nas experiências vividas pelas pessoas, no relacionamento com o “outro social”, por toda sua vida, desde seu nascimento. 

Dessa maneira quando a criança entra na escola, torna-se ainda mais evidente o papel da afetividade na relação professor-aluno, diante dessa afirmação, fica evidente a necessidade de se abordar o tema da afetividade como ferramenta mediadora no processo ensino – aprendizagem. Quando se educa com afeto, pensa-se imediatamente na criança focando em sua integração, pois a educação vai muito além de medir os conhecimentos do aluno. 

De acordo com Piaget (1996), é no afeto que o aluno encontra energia que seu cognitivo utiliza para seu desenvolvimento. Deste modo, observa-se que no afeto juntamente com o cognitivo do aluno, que o professor ao valorizar a união e a totalidade do mesmo tende a possibilitar o sucesso na aquisição de sua aprendizagem e conhecimento. 

Segundo Wadsworth (2001), a afetividade influencia o processo de aprendizagem, bem como o crescimento intelectual da criança, acelerando ou diminuindo o seu desenvolvimento, e passa a ser um determinante no que se refere aos conteúdos que mais se concentrará seu intelectual (WADSWORTH, 2001, p. 31).

Almeida (1993), quando argumenta a obra de Wallon sobre afetividade, afirma que esta pode se acomodar agradando ou desagradando o indivíduo, através de emoções como paixões e demais sentimentos. De acordo com Wadsworth (2001, p.97), quando a criança se depara com determinado conflito afetivo, fecham-se os “portões” do aprendizado, pois o afeto possui uma relevante importância no que se refere a aprendizagem e conhecimento do aluno.

 Wallon (1942 apud SILVA 2015) afirma sobre a importância das ações da sala de aula, bem como todo o ambiente escolar tendo um impacto positivo ou negativo sobre o aluno, revelando nos mesmos seu verdadeiro sentimento já que tudo está ligado a afetividade de cada um. No entanto outros fatores podem influenciar o processo cognitivo, além do afetivo, o aprendizado e por consequência o rendimento escolar do aluno, como afirma Piaget (1996), sendo estes fatores ligados intimamente ao relacionamento do aluno com seus professores e pais, ao seu desenvolvimento cognitivo e também quanto a sua interação com colegas de sala, bem como outras pessoas ligadas em seu processo educacional. 

Uma motivação essencial para o processo do ensino aprendizagem é a relação afetiva que se cria entre o professor e o aluno, pois essa relação valoriza o autoconceito bem como a autoestima do aluno. Quando se é estabelecida esta relação afetiva, cria-se respeito e confiança com o aluno de forma natural e prazerosa, facilitando o processo de aprendizagem e minimizando dificuldades que possam surgir durante o processo de ensino. Dialogar sobre afetividade no âmbito escolar, de acordo com a perspectiva walloniana, a relação professor- aluno, facilita lidar com emoções, com a postura de empatia, e também com a disciplina. É dever do professor conhecer a história do aluno fora do âmbito escolar para que possa assim proporcionar um ambiente propício à sua aprendizagem e com isso seu aluno possa seguir adiante com sucesso (WALLON, 1981). 

Entretanto essa relação de professor-aluno, ou seja, de pessoa para pessoa a afetividade deve estar sempre presente (ALMEIDA, 1993). O papel do educador como mediador é de grande relevância na educação, pois é ele que possui mais contato com o educando dentro da escola, tornando assim um referencial para o processo de construção da autoimagem e personalidade do aluno.

Tabela 1 – As bases Teóricas da afetividade

Lev Vigotski (1896-1934), Jean Piaget (1896-1980) e Henri Wallon (1879-1962) formam uma tríade de extrema importância para o pensamento sobre o desenvolvimento da criança, a construção do conhecimento e da inteligência. Cada um deles, dentro de sua abordagem específica, tratou da importância da afetividade, criando conceitos capazes de auxiliar na compreensão do tema. Abaixo, seguem de forma sintética os caminhos apontados por esses pensadores, um convite para o aprofundamento teórico acerca da relação afetos-aprendizagem.Jean Piaget explica o desenvolvimento cognitivo considerando os elementos afetivos como complementares e essenciais. O pensador enfatiza o papel regulador da afetividade por meio de sentimentos de pressão e depressão – processo fundamental, por exemplo, para o desenvolvimento da inteligência sensório-motora, que para Piaget ocorre entre os 6 e os 8 meses de idade e da fala, que se inicia aos 2 anos. O pensador conclui que se toda conduta possui um aspecto afetivo (energético) e estrutural (cognitivo) é fundamental o rompimento da dicotomia entre afetividade e inteligência; ambos devem ser estudados e levados em conta no desenvolvimento infantil.Henri Wallon defendeu que o ser humano se constrói na interação social, no confronto com o outro. Mesmo o desenvolvimento motor e sensório é fortemente influenciado pela qualidade dos afetos experimentados pelas crianças. Nesse sentido, não apenas o estado afetivo pode resultar em facilidades ou dificuldades na aprendizagem, como o sucesso ou o fracasso na aprendizagem têm o poder de afetar o estado afetivo. Wallon também salienta como as emoções e sentimentos podem contaminar um grupo de alunos e o quanto um ambiente afetivo que promova sentimentos como a alegria pode ser capaz de auxiliar verdadeiramente nos resultados em sala de aula.
Fonte: (REVISTA EDUCAÇÃO, 2016)

4 METODOLOGIA

O presente trabalho percorre o caminho da avaliação conceitual através de artigos, sites, concernentes ao assunto abordado, explorando e argumentando sobre a “Influência da Afetividade no processo ensino-aprendizagem na educação infantil”.

Dessa forma, o estudo exploratório busca aumentar a discussão em torno da afetividade. De acordo com Piaget (1896-1980) um estudo exploratório possibilita o aprimoramento de ideias sobre o   tema, com a finalidade de torná-lo, por meio de uma interpretação, mais claro ao entendimento de pesquisadores. 

Entretanto essa relação de professor-aluno, ou seja, de pessoa para pessoa, a afetividade deve estar sempre presente (ALMEIDA, 1993).

Dessa forma, foi realizado o trabalho em forma de monografia, através de pesquisas bibliográficas, e artigos, sobre como as emoções e sentimentos podem contaminar um grupo de alunos e o quanto um ambiente afetivo que promova sentimentos como a alegria pode ser capaz de auxiliar verdadeiramente nos resultados em sala de aula.

4.1 Técnica de Coletas de Dados

A coleta de dados se fez mediante análise bibliografica de autores como Lev Vigotski (1896-1934), Jean Piaget (1896-1980) e Henri Wallon (1879-1962), que são as bases teóricas sobre a afetividade, dentre outros. 

A análise percorreu caminho bibliográfico, bem como relatos de professores de acordo com publicações referentes ao tema abordado.

4.2 Relatos 

De alguma maneira os alunos em sua maioria se lembram de como alguns educadores marcaram sua vida escolar. A memória sempre guarda os sentimentos, sentidos e subjetividades que se inseriram na relação aluno-professor, fator que determinou o sucesso ou não, de sua aprendizagem. Inerente a isso, trazer essa percepção, e transformá-la em aspecto afetivo em parte intencional e consciente do cotidiano no âmbito escolar nem sempre é fácil, Jean Piaget (1896 -1980).

Lidar com a prática afetiva nem sempre soa natural para muitos professores, a partir principalmente da educação infantil, onde neste período se lida mais com aspectos culturais, sociais, motores e emocionais. Uma das causas dessa percepção vem deste a educação pós-iluminista que privilegiava e associava a aprendizagem como conhecimento teórico, técnico e voltado para a razão como afirma Wallon (1972).

Entretanto no século 21, a criança passa a ter pouco tempo de convívio com os pais e a afetividade passa a ser discutida no ambiente da escola, pois as crianças estão chegando com uma grande gama de carência afetiva à escola. Há de se afirmar que são grandes os desafios de transformar a escola racional, bem como problemas como indisciplina, violência, dificuldade de aprendizagem e falta de motivação pode estar em muitos casos ligados a falta de vínculo afetivo com os professores em um ambiente totalmente afetivo (PACHECO, 2014).

Alguns relatos de professores de diferentes escolas comprovam a beneficie da afetividade no âmbito escolar, bem como em sala de aula.

5 ARGUMENTAÇÃO E DISCUSSÃO

Através da análise dos fatores sobre o vínculo afetivo entre professor e aluno é relevante ressaltar que esta, é imprescindível para a eficácia do ensino-aprendizagem, segundo estudos bibliográficos feitos por autores conceituados e estudiosos do assunto referido.

Entretanto, ainda está distante de se ter uma escola que ofereça, nos dias atuais um ambiente de afetividade para seus educandos. Mesmo que alguns professores, da Educação Infantil, encontrem menos obstáculos em lidar com o vínculo de afetividade com as crianças, mas quando estas passam para as próximas séries, esse vínculo se torna mais difícil entre professor-aluno.

Diversos fatores contribuem para esse distanciamento, e um deles vem deste a educação pós-iluminista que privilegiava e associava a aprendizagem como conhecimento teórico, técnico e voltado para a razão.

Tendo esse afastamento entre aluno-professor, aspectos negativos como indisciplina, baixa aprendizagem, apatia etc.

Há que se enfatizar , no entanto, que a discussão sobre afetividade é um assunto debatido entre educadores e  instituições nos dias atuais, para que se construa no decorrer do tempo, um ensino de qualidade, baseado na afetividade como fator positivo no ensino-aprendizagem, pois o aluno se sente muito mais seguro quando cria um vínculo com seu professor, podendo até melhorar seu rendimento.

Fica claro também, que o professor precisa quebrar algumas barreiras com relação a essa intimidade com o aluno, bem como interesse pelo mesmo, conhecendo sua história, ouvindo-o, elogiando, se interessando pelas coisas de seu cotidiano.

Enfim, vale ressaltar que ao término desta pesquisa, torna-se evidente a importância de se mudar o pensamento dos educadores com relação aos benefícios que a afetividade entre alunos e professores pode trazer para a educação. Portanto os objetivos propostos para a pesquisa foram atingidos.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

É fundamental que o professor precisa estar em consonância com os conhecimentos teóricos e habilidades para que possa fazer e saber lidar com qualquer situação no âmbito escolar, beneficiando aos alunos de forma eficaz.

Faz-se necessário renovar os processos de aprendizagem levando em conta uma renovação da estrutura educacional e organizacional. Sendo assim, essa renovação deve levar em conta temas como comunicação, avaliação da instituição, direitos humanos, disciplina, direção e como tratar conflitos no âmbito escolar, construindo estratégias para lidar com assuntos de forma segura, confiante e principalmente respeitando a individualidade de cada aluno, oferecendo assim liberdade de expressão criativa, física e emocional. 

No entanto deve-se levantar a questão sobre afetividade e racionalidade, dando o devido valor aos sentimentos que surgem entre as relações humanas. A educação em seu âmbito escolar precisa estar preparada para a construção e desenvolvimento da personalidade do aluno como um todo.

Ensinar a socialização aos alunos é um dos principais objetivos da escola. Faz-se necessário para isso ensinar sobre igualdade, diferenças, preconceito e aceitação, violência e paz e para que isso aconteça de forma saudável e eficaz é necessário que os educadores tenham uma postura democrática trabalhando sempre a liberdade de expressão e criatividade. Consequentemente é preciso avaliar e revisar o modelo de aprendizagem atual, sempre valorizando a maneira única que cada indivíduo possui de aprender. 

A relação de afeto e inteligência possui um caráter fundamental e social para o desenvolvimento do indivíduo como afirmam Vygotsky e Wallon (1992), cabendo ao professor fazer uma integração do que se pensa e ama, bem como enfatizando o trabalho sobre emoção e razão, fazendo com que cada indivíduo conheça a si mesmo e aos que o rodeiam. 

A criança, não sendo capaz de se assumir como pessoa, precisa deum adulto para que a oriente e busque sua própria autonomia e independência como afirma Cerizara (1990).

Fica comprovado que o papel da família com relação afetividade e amor oferecido a criança é que dará um norte para que a mesma forme sua personalidade de e desenvolva seu cognitivo para que junto ao educador e âmbito escolar possa ser bem-sucedida em seu processo ensino aprendizagem.

Para completar, segundo Antunes (2002), é necessário que o educador faça uma reflexão sobre suas ações bem como as suas crenças e ferramentas que irá norteiam suas ações, fazendo uma verificação quais objetivos que alcançar, pois ele é o único no mundo que possui a argila para moldar o futuro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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